Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
0
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Diretora acadêmica e
Coordenadora do Instituto Superior de Ensino - ISE
SANDRA CHRISTINA F. DOS SANTOS
Capa
ILTON RIBEIRO DOS SANTOS
Revisão
CÂNDIDA ASSUMPÇÃO CASTRO
Editoração eletrônica
Assessoria de Comunicação – ASCOM
RITA DE CÁSSIA RODRIGUES MARTINS
ILTON RIBEIRO DOS SANTOS
Bibliotecária
MARIANA ARAÚJO
1
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
2
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Semestral.
Organizadores: Sandra Christina F. dos Santos, Asmaa Abduallah Hendawy e
Ilton Ribeiro dos Santos.
3
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
........................................................................................................................................................ 04
ARTIGOS
4
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Dossiê Arte
RUÍNA...ESCRITA DO LUGAR-CORPO-CIDADE
Sanchris SANTOS..............................................................................................................................85
ESTRANHOS ÍMPARES ......INTERIORIDADE
Sônia Ferreira Garcia .......................................................................................................................91
SOMOS ESTRANGEIROS...ESTRANHAS PALAVRAS
Ilton Ribeiro dos Santos.....................................................................................................................95
5
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
APRESENTAÇÃO
A Revista Literária Talares chegou ao seu quinto número, neste número traz um
artigo sobre o grande romancista da Amazônia Dalcídio Jurandir, realizado pela professora
pesquisadora Regina Costa. O dossiê também traz dois textos da área dos estudos das
línguas com a participação dos alunos da graduação, além de outros estudos que dialogam
com religião, cinema, literatura e arte.
A Revista Literária Talares é anual e apresenta pesquisas na área de arte, literatura e
cultura de modo geral, esse periódico tem como finalidade estimular e publicar a produção
científica e artística, Os textos apresentados promovem o diálogo interdisciplinar entre os
cursos de Artes Visuais, Letras, Design e História, apresentando conexões entre os diversos
campos do saber.
A Revista Literária Talares é um passo importante para a efetivação da pesquisa no
Escola Superior Madre Celeste de Ananindeua, Pará, Amazônia. Esperamos que os textos
publicados contribuam para a formação intelectual e a reflexão crítica dos nossos alunos,
professores e demais leitores.
Ananindeua, Novembro/2018
Organizadores
6
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
ARTIGOS
1. INTRODUÇÃO
1
Graduada em Letras (UFPA), com Especialização no ensino de literatura (UEPA), Mestrado em Leitura e
Recepção da Literatura no Brasil (UFPA) e é doutoranda também na linha de Leitura e Recepção da Literatura no
Brasil. E-mail: anygger@yahoo.com.br
7
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
2
Dalcídio Jurandir - Ponta de Pedras (PA), 1909 - Rio de Janeiro (RJ), 1979. Além de premiado escritor, foi
também jornalista, tendo intensa atuação como redator e colaborador no Estado do Pará e no Rio de Janeiro.
3
COSTA, Regina Barbosa. “Imagens de leitura em Chove nos campos de Cachoeira, de Dalcídio Jurandir” (2014).
4
Conforme pesquisa, os livros que circulavam em Belém – Pará, vinham de editoras
portuguesas.
8
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
jenipapeiros.” (JURANDIR, 1967, p. 43). Nos textos que compõe o ciclo do Extremo Norte5
a questão da leitura, leitor, personagem e narrador são lugar comum, daí a pesquisa realizada
sobre o assunto.
Assim, este estudo trará um recorte sobre os personagens-leitores segregados na ilha
do Marajó. Esses personagens / artistas serão tratados nesta pesquisa como personagens-
leitores. No entanto, cabe informar que o registro de leitura estudado nesta pesquisa foge do
suporte tradicional, que é o texto escrito, já que os personagens que analisaremos são artistas
que leem diferentes ambientes e situações sociais dentre as quais cabe destacar a miséria, a
saúde e o analfabetismo observados na comunidade do Mara
O leitor abordado nesta pesquisa é considerado como um elemento ativo, por possuir
a liberdade para dar significado ao texto, além de poder de gerar novas definições a partir da
matéria escrita, dependendo de sua capacidade de análise e seu aspecto bio-sócio-cultural. A
soma positiva ou negativa desses aspectos do leitor é que irão resultar na promoção ou não
de avanços na vida social.
No estudo de leitor e leitura imbricados num ato de resposta social procurou-se
levantar os conceitos que poderiam construir uma base que sustentasse as hipóteses
levantadas nesta pesquisa, então, optamos por tomar o conceito de leitura, com base na
soma de contribuições feitas por estudiosos diversos estudiosos, como, por exemplo, os
linguistas Ângela Kleiman (2008), Koch e Elias (2011) e Vincent Jouve (2004), observamos
que ela sofre modificações ao longo do tempo. Por essa razão, Jouve (2004), pondera que é
5
O ciclo do Extremo Norte é composto por dez romances: Chove nos campos de Cachoeira
(1941); Marajó (1948); Três casas e um rio (1958); Belém do Grão-Pará (1960); Passagem dos
Inocentes (1963); Primeira manhã (1967); Ponte do Galo (1971); Os habitantes (1976); Chão
dos Lobos (1976) e Ribanceira (1978).
9
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
necessário ter cautela no estudo da leitura para não adotarmos um foco de estudo muito
vasto ou muito restrito, que inviabilize a percepção dos diferentes sujeitos e/ou aspectos
envolvidos no ato de ler. Nesse sentido, autor afirma que a “leitura, de fato, longe de ser
uma recepção passiva, apresenta-se como uma interação produtiva entre o texto e o leitor”
(JOUVE, 2004, p. 61). Esta definição da leitura dá destaque ao papel interativo que o ato
possui, o leitor deixa de ser tomado como receptor do texto e assume a posição de
interlocutor, que (re)constrói o texto por meio da leitura.
Para pensarmos essa definição, é relevante o papel do pedagogo e pesquisador Paulo
Freire (1988), que se destacou no Brasil por seu trabalho com a educação popular para a
formação da consciência política, para o autor a leitura não é restrita ao texto impresso ou
encerra-se na à leitura da palavra. Para ele existe uma leitura de mundo que origina-se da
vivência, das experiências dos indivíduos etc. e que serve de base para uma leitura
crítica/política do texto escrito.
A partir do posicionamento do pedagogo depreende-se que é possível termos uma
leitura que independe do escrito e que é construída, exclusivamente, pela vivência, mas não
há uma leitura do escrito sem a precedência da leitura do mundo particular. Nesse sentido,
temos, também, as reflexões do filósofo e crítico Benedito Nunes, na afirmação da existência
de uma dialética entre leitor e texto que favorece a experiência de vida de forma geral na
sociedade.
O estudo da leitura como processo complexo e dinâmico é analisado por
pesquisadores pertencentes à História Cultural, a qual está vinculada à História da Leitura.
Os pesquisadores Michel de Certeau, Carlo Ginzburg, Robert Darnton e Roger Chartier
elaboraram estudos que contribuem para compreender a prática de leitura no contexto
social.
Roger Chartier considera a leitura como propiciadora de uma verdadeira revolução, e
que ocasiona “apropriação, invenção, produção de significados” (CHARTIER, 1999, p. 77).
Assim, lança a defesa da liberdade do leitor, mesmo que esta liberdade seja relativa, visto que
10
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
ele propõe também a análise dos modos de ler. O objetivo do estudioso é uma melhor
investigação para que se faça uma verdadeira história da leitura que, segundo ele “não se
pode limitar unicamente à genealogia de nossos modos de ler, em silêncio e com os olhos,
mas tem a tarefa de redescobrir os gestos esquecidos, os hábitos desaparecidos”.
(CHARTIER, 1991, p.181).
Por outro lado, a leitura exige a presença de um leitor, aquele que irá ler e interpretar
as observações visuais e/ou auditivas, da matéria lida, que pode ser um texto, quadro, figura,
fotografia, ou mesmo uma audição. A partir das interpretações do material lido e das
experiências e expectativas do leitor, novos conceitos podem surgir.
Na pesquisa que ora se apresenta, o leitor aparecerá de forma fictícia, por meio de
personagens-leitores ou mesmo personagens artistas que atuarão de maneira diversificada,
ora como um leitor erudito e ora como um leitor popular, de maneira que cada um
apresentará o seu modo de ler.
Um dos elementos centrais desta pesquisa é o personagem, pois é por meio dele que
as ações de leitura serão analisadas. Foi assim que se procurou refletir sobre a representação
deste elemento na ficção dalcidiana e, para isso, buscou-se um conhecimento sobre seu
significado, manifestações e transformações ao longo dos estudos literários.
De acordo com a tradição crítica, foi Aristóteles quem propôs uma primeira discussão
sobre o problema da personagem quando expõe a respeito da identidade entre pessoa e
personagem “na tragédia os poetas recorrem a nomes de personagens que existiram, pela
razão de que o possível inspira confiança” (ARISTÓTELES, [19--], p. 252). A relação entre
personagem e seres reais era, para o pensador, indispensável, pois focalizava a confiança dos
leitores.
11
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
4. O ARTISTA LEITOR
Enveredar pelo universo amazônico que emerge da/na obra jurandiana é uma tarefa
extensa e trabalhosa. Não apenas em razão da quantidade de obras, julgado pelo fato de
serem dez romances, mas em virtude da densidade e do trabalho estético que orienta tal
produção. Em razão disso, o recorte realizado, propõe a análise da figuração do leitor,
narrador e artista na obra de Jurandir e, ao mesmo tempo que orienta um percurso de análise
pautado na figuração de leitura por personagens, dirige também a leitura do universo
presente/exposto nos romances.
12
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Buscamos nesta pesquisa mostrar a leitura do mundo realizada por meio do olhar de
artistas marajoaras, que tratamos nesta pesquisa como leitor ou personagens-leitores que
estão segregados na ilha do Marajó. Na primeira abordagem, que culminou na dissertação
anteriormente citada, nosso foco ateve-se ao mapeamento de leituras praticadas por
personagens-leitores no romance Chove nos campos de cachoeira (1941). Destacamos neste
primeiro trabalho dois personagens: Eutanázio e Salu. O primeiro realizava leituras
extensivas, escrevia cartas para analfabetos e versos para as festas folclóricas da cidade de
Cachoeira e o segundo realizava leituras e posteriormente realizava a narrativa dessas leituras,
posto que as praticava intensivamente.
O resultado obtido no rastreamento de leituras dos personagens mostra algumas
leituras praticadas por Eutanázio: Paulo e Virginia, de B. Saint-Pierre; O Conde de Monte Cristo,
de A. Dumas; A vingança do Judeu, de J. W. Rochester e as poesias: “Amor e medo”, de
Casimiro de Abreu; “Ouvir Estrelas”, de Olavo Bilac; “Se se morre de amor”, de Gonçalves
Dias, “As pombas”, de Raimundo Correa.
Além dos textos literários o personagem Eutanázio também figura na narrativa de
Jurandir demonstrando a leitura dos seguintes textos: livro de filosofia Dores do Mundo,
Arthur Schopenhauer, livro religioso Bíblia/Apocalipse, livro de versificação (não
denominado) e quatro ocorrências para periódicos: uma para o Almanaque Agrícola Brasileiro e
outra para Revista Brasil Agrícola, Chácara e Quintais e La Hacienda e também do Dicionário
Prático Ilustrado, de Jaime Séguir. Também figura lendo cartas para os personagens Ângela e
João Galinha e na produção de letras de músicas para as festas folclóricas da cidade de
Cachoeira, conforme informamos anteriormente.
Em relação ao personagem Salu, o estudo mostrou que ele tinha preferência por um
tipo especifico de narrativa que era o romance folhetim. Das leituras feitas pelo personagem
damos destaque aos seguintes títulos: O manuscrito materno, de H. Escrich (I, II e III); Rainha e
Mendiga, de Antonio Contreras (I, II e III); A dor de Amar, de Henri Ardel e A mulher
adúltera,de H. Escrich (I, II, III e IV). As leituras intensivas de romances folhetins serviam
13
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
para narrar histórias performaticamente aos moradores de Cachoeira. Sua maior atuação em
narrar histórias ocorreu durante o longo período em que velou Eutanázio, momento em que
este estava prestes a morrer.
Desse estudo, resultou a percepção de que nas leituras realizadas pelos personagens
há uma mescla de clássicos da literatura estrangeira com textos da literatura brasileira,
evidenciando assim uma diversidade de leituras e que sinalizam a relação que os personagens
possuem com o meio no qual circulam.
Os personagens Eutanázio e Salu são leitores e mantém na narrativa um perfil do
artista das letras. Diferente dos artistas das letras, o pintor e músico irão mostrar sua
percepção do mundo marajoara por meio do olhar e sensibilidade do artista. Dos artistas da
obra jurandiana, selecionamos o personagem Raul, que é um pintor popular e o personagem
Ramiro, um músico, tocador de Chulas.
Os personagens Raul e Ramiro são recorrentes em vários romances do ciclo do
Extremo Norte. Raul está presente em quatro romances Chove nos campos de Cachoeira, Três
casas e um rio, Belém do Grão-Pará, Passagem dos Inocentes, Primeira manhã e Os habitantes; da mesma
forma que o personagem Ramiro também figura em quatro romances: Chove nos campos de
Cachoeira, Marajó, Primeira manhã e Ponte do Galo. Embora a presença deles, em alguns dos
romances, seja demonstrada apenas nas lembranças do personagem principal das narrativas
que é Alfredo há evidências que houve um amadurecimento para entrever um panorama da
circulação de textos literários na Amazônia.
Observemos, agora, as peculiaridades de cada personagem para demonstrar o quanto
de isolados e explorados eles estavam na ilha do Marajó. Primeiramente, o pintor Raul que
tinha como atelier uma casinha de palha e de chão batido e sua produção artística consistia
na pintura de cruzes, canoas, remos, santos e máscaras de carnaval. Um aspecto peculiar de
seu trabalho, e que estabelece uma estreita relação com o local de ambientação da narrativa,
e o fato dele extrair as suas tintas de raízes, de ervas e de frutos silvestres, já que era a
matéria prima que ele tinha ao seu alcance na cidade de Cachoeira.
14
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Era necessário educar o povo. Se bem que o povo não soubesse ler... Mas
uma tabuleta com letras significava sempre proibição. O valor da
alfabetização estava também em saber as leis, ler as tabuletas que proíbem...
(JURANDIR, 1994, p.45).
No decorrer das obras do ciclo o pintor vai tomar conhecimento, por meio do Major
Alberto, da existência de uma arte canônica. O major lhe apresenta os catálogos de tintas,
quadros e pincéis italianos e o pintor Miguel Ângelo, do Juízo Final na Capela Sistina. Ele
também vai ser responsável por lhe apresentar o livro: No país da arte, de Blasco Ibanez. Esse
contato gera em Raul a reflexão sobre as possibilidades de produção da arte e ligada ao
contexto social do artista: “[n]ós, os pobres, poderemos saber as coisas? Poderemos estudar
o ofício que a gente escolher, que a natureza nos deu?. Cachoeira estava tão longe da Itália,
da arte...” (JURANDIR, 1994, p. 41). Desse modo, ele pondera sobre segregação em que
vive o artista sem condições financeiras.
O outro artista leitor é Ramiro, músico e vaqueiro, tocador de chula 6, aprendeu a
tocar viola, violino e violão, apenas escutando outras pessoas tocarem. Inventava chulas que
corriam pelos campos do Marajó, e invadiam o coração do povo. As letras mostravam o
cotidiano do povo marajoara: mulheres, mortes, negros, mundo das pajelanças.
Ao mesmo tempo em que Ramiro expõe o cotidiano marajoara em suas canções, ele
apresenta peculiaridades sobre a sociedade marajoara, especialmente a vida de vaqueiro,
dominada por um fazendeiro. O personagem Ramiro apresenta uma posição política forte ao
ir de encontro ao costume e/ou as imposições sociais. Ele é um vaqueiro que não se vende
para o fazendeiro / coronel e realiza pequenas vinganças contra esses exploradores de
pessoas humildes, sua forma de vingança é por meio da música, pois canta os feitos,
utilizando sua arte como veículo de denúncias. Desse modo, alguns ângulos sociais passam a
ser alcançados em razão do redimensionamento que é operado pelas lentes do artista.
6
Dança popular do folclore português, apresenta variações em terras brasileiras em razão do contato com outros
ritmos. É uma dança sinônimo de alegria, popularmente dançada por tropeiros no Rio Grande do Sul.
16
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
17
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARISTÓTELES. Arte retórica e arte poética. Tradução. Antônio Pinto de Carvalho. Rio de Janeiro:
Ediouro, [19--]
CANDIDO, Antonio. Vários Escritos. 4. ed. São Paulo: Duas Cidades/Ouro sobre Azul, 2004.
______. Antonio et al. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 2000.
CHARTIER, Roger. A História cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: DIFEL:
1988.
COSTA, Regina Barbosa da Costa. Imagens de Leitura em Chove nos campos de Cachoeira, de Dalcídio
Jurandir. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Letras e Comunicação,
Programa de Pós-Graduação em Letras, Belém, 2014.
______. Arte e cultura segregada no Marajó. In: E-book do XIV SEPA, 06 a 07 de novembro de
2017 / Organizadores, Thomas Massao Fairchild,... [et al.]. - Belém: Programa de Pós-Graduação
em Letras.UFPA, 2018. 436 p. : il. Pag 186 – 194.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 22. ed. São Paulo:
Cortez, 1988.
FURTADO, Marlí Tereza. Universo derruído e corrosão do herói em Dalcídio Jurandir. Campinas: Mercado
das Letras, 2010.
JOUVE, Vincent. A leitura. São Paulo: Unesp, 2004.
JURANDIR, Dalcídio. Chove nos campos de Cachoeira. 1. ed. Rio de Janeiro: Vecchi: 1941.
______. Marajó. 2ª ED. Rio de Janeiro: Cátedra; Brasília: INL, 1978.
______. Três casa e um rio. Belém: Cejup, 1994.
______. Belém do Grão Pará. São Paulo: Martins, 1960.
______. Passagem dos Inocentes. São Paulo: Martins, 1963.
______. Primeira manhã. São Paulo: Martins, 1967.
KLEIMAN, Ângela. O conhecimento prévio da leitura. In: ______. Texto e leitor: aspectos cognitivos
da leitura. 11. ed. Campinas, SP: Pontes, 2008.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo:
Contexto, 2011.
REIS, Carlos; LOPES, Ana Cristina. Dicionário de Narratologia. 7. ed. Coimbra: Almedina, 2002.
18
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
*Graduada em Letras com habilitação em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará (2017). Atualmente
faz MBA em ensino/aprendizagem de línguas com ênfase em inglês na ESMAC. E-mail: karol_1309@hotmail.com
**Licenciada em Letras Português – Espanhol na Escola Superior Madre Celeste, 2006. Em fase de conclusão do
Mestrado em Linguística Espanhola na Universidad Autónoma de Asunción – U.A.A, Paraguay.Possui
Especialização em Metodologia do Ensino de Língua e Literatura Espanhola pela Escola Superior Madre Celeste –
Esmac, 2008. Atua como professora no Parfor, na Universidade Federal do Pará – UFPA. E-mail:
profesoracandida.a.castro@gmail.com
*** Mestranda em Literatura pelo programa PPGL – UFPA na área da Teoria Literária.Docente na Escola Superior
Madre Celeste – Esmac. E-mail: letrasesmac1@gmail.com
19
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
1 INTRODUÇÃO
O trabalho aqui apresentado analisou o percurso histórico das metodologias aplicadas
ao ensino de língua inglesa no Brasil, evidenciando quais aspectos mudaram ou
permaneceram iguais ao longo dos anos, visto que mesmo com constantes transformações o
Brasil ainda se mostra incapaz de formar falantes de uma segunda língua. Seja com o Inglês
ou Espanhol, os alunos entram em contato com uma língua estrangeira, na escola pública, a
partir do 6º ano do Ensino Fundamental e concluem os estudos do ensino básico no 3º ano
do Ensino médio, tempo este suficiente para desenvolver as competências necessárias à
formação de falantes de uma segunda língua, teoricamente. No entanto, a prática demonstra
que a escola pública, de forma geral, é incapaz de formar cidadãos bilíngues ou ao menos
aptos em alguma das competências referentes ao ensino de língua estrangeira: compreensão
auditiva, fala, leitura e escrita.
A problemática em questão não atinge apenas estudantes da rede pública, como
também de escolas particulares e cursos livres. Cada uma, no entanto, com suas próprias
dificuldades evidenciadas pelas instituições e corpo docente. Buscando compreender quais as
maiores dificuldades enfrentadas por alunos e professores em relação ao ensino de língua
estrangeira, foi aplicado questionário a uma turma de dezenove alunos do 3º ano do ensino
médio da Escola Superior Madre Celeste – ESMAC. A partir da análise dos dados coletados
foi possível traçar um esboço do problema nesta comunidade e refletir sobre o tipo de
ensino que se está desenvolvendo e como isto afetou a formação de falantes de língua
estrangeira.
Na conclusão deste artigo se apresentou os resultados obtidos através do estudo do
corpus, assim como apontar estratégias, metodologias e possíveis caminhos a serem traçados
para a superação da problemática geral enfrentada no atual cenário da educação brasileira.
20
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Os autores que norteiam este trabalho são, Gomes (2016), Vidotti (2016), Moraes e Marques
(2011).
2 PERCURSO HISTÓRICO DO ENSINO DE LÍNGUAS
O cenário da educação no Brasil sempre foi deficiente em um ou outro aspecto, no
entanto, mudanças têm acontecido gradualmente de acordo com a própria necessidade de
renovação. O ensino básico e superior já não está nas mãos apenas de uma minoria elitizada,
a estrutura escolar começa a se preocupar em como receber os alunos mais carentes e em
como oferecer o melhor ambiente que favoreça a aprendizagem, novas técnicas e
metodologias têm sido reavaliadas pelas academias a fim de proporcionar um sistema de
ensino efetivamente sociointeracionista. Mas entre o que deve ser feito e a concretização
deste dever há um longo caminho a ser traçado.
Inserido nesse contexto político educacional problemático está o ensino de línguas,
que hoje foi reduzido às línguas inglesa e espanhola nas escolas públicas regulares, mas nem
sempre foi assim. Cronologicamente este ensino passou pelas fases da Gramática e
Tradução, Abordagem Direta e Abordagem comunicativa. A primeira apresentou-se ineficaz
em formar falantes de uma língua estrangeira, pois como demonstra Gomes (2016) no artigo
O método direto e os livros de inglês no Brasil:
[...] Essa forma de ensino se baseava na leitura e
interpretação de texto com pouquíssimo ou nenhum
trabalho da fala ou audição da língua estudada, salvo
aqueles casos em que os professores o faziam por
conta própria e com bastante dificuldade. (2016, p.
3).
21
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
uma nova reforma em 1942, pelo então ministro da educação Gustavo Capanema. O
incentivo às disciplinas de LE aumentou consideravelmente neste período e a abordagem
direta permaneceu como principal metodologia, agora não apenas com o foco na leitura e
interpretação, mas visando competências de leitura, escrita, oralidade e compreensão da fala.
Um dos fatores para o declínio do ensino de LE até o ponto em que se encontra hoje
teve inicio com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1961 que
reduziu o ensino de línguas a menos de 2/3 do que foi durante a reforma Capanema 7. Mas
logicamente não foi apenas isso. A questão essencial a ser discutida neste trabalho se
encontra em levantar e analisar as razões que contribuem para que não haja falantes fluentes
em uma segunda língua nos alunos concluintes do ensino médio 2018 da Escola Superior
Madre Celeste, haja vista que, na teoria, os estudantes entram em contato com uma língua
estrangeira (Inglês ou Espanhol) a partir do sexto ano do Ensino Fundamental. A reforma
do ensino médio ocorrida em 2017 ainda trouxe um importante acréscimo para a área, pois
especificou no Art. 26 § 5º como obrigatório o ensino da língua inglesa a partir do sexto ano
do ensino fundamental. Esta mudança poderá contribuir futuramente para a transformação
da realidade atual, cabendo, portanto, a novas pesquisas o papel de investigar as
consequências desta reforma.
A dificuldade de transformar a nação em um país que adote uma L2 se deve a
diversos fatores. No artigo Por que estudar história do ensino de línguas no Brasil, Vidotti (2016)
apresenta a visão de vários autores sobre esta questão, em que se pode observar uma relação
entre cada uma, pois são os elementos que corroboram e refletem o ensino atual:
[...] a escassez de professores, agravada pela falta de
políticas de formação de professores; o caráter
instrumental das línguas estrangeiras hoje tão
propagado; a ‘prosperidade’ da iniciativa particular,
entre outros. (2016, p.5).
7
A reforma de Capanema ficou assim conhecida devido ao Ministro da Educação Gustavo Capanema, que em 1942
aumentou significativamente a carga horária dedicada ao estudo das línguas modernas no Brasil. Neste cenário, a
Língua inglesa chegou a contar com 12 horas semanais no antigo sistema Ginasial.
22
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Com a introdução do método direto imaginou-se que o ensino melhoraria. Isto seria
verdade se o problema fosse apenas metodológico. Mesmo distante no tempo, o uso do
método da gramática e tradução ainda é percebido em muitas escolas, principalmente as
públicas com pouco tempo de aula semanal e privação de recursos tecnológicos. Neste
ambiente, o professor acaba não enxergando outras maneiras de trabalhar a L2 que não seja
de forma descontextualizada do seu uso real. O conhecimento da gramática é imprescindível
no aprendizado de qualquer língua, entretanto dificilmente o professor obterá um retorno
positivo de seus alunos utilizando apenas este método.
Toda língua é viva, ela se faz no momento exato da comunicação, ignorar este
princípio é passar ao aluno a ideia de que língua é o que se vê dentro das gramáticas, uma
série de regras imutáveis e engessadas, que para saber falar é necessário decorar fórmulas. A
língua inglesa, na perspectiva comunicativa, deve ser trabalhada de acordo com o uso que se
faz da língua em cada região. Ela deve (ou deveria) se inserir na realidade dos alunos,
buscando uma aproximação entre as culturas, incentivando a reflexão e senso crítico do
educando.
A abordagem Comunicativa (Littlewood, 1981) foi o início do que se tornaria algum
tempo depois o Inglês Instrumental. Algumas das características do método baseado na
comunicação é o ensino das quatro habilidades ao mesmo tempo (leitura, fala, escrita,
compreensão auditiva); atividades com pequenos grupos e uso de textos autênticos.
3 METODOLOGIA E PESQUISA
A presente pesquisa fundamentou-se em um estudo qualitativo de cunho
exploratório, possuindo como base para investigação a coleta de dados através de
questionário aplicado em turma do 3º ano do Ensino Médio da ESMAC. Além disso, o
artigo se pauta em uma breve entrevista com a professora regente acerca das dificuldades
encontradas no exercício da profissão e considerações sobre aspectos estruturais,
23
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
GRÁFICO 1: AUTO-AVALIAÇÃO
Ruim 31,5%
Regular 31,5%
Bom 31,5%
Ótimo 5,5%
24
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Mais Conversação/Aulas
práticas 47%
Mais filmes e músicas 21%
Aulas virtuais 6%
25
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
26
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Professora X: “Para mim o maior problema que enfrento não é em relação à escola,
estrutura, porque aqui eu conto com todo suporte disponível para as aulas. Acho que o
desinteresse de muitos alunos é o que dificulta a aprendizagem. Muitos não levam a
disciplina a sério, mas claro que existem os alunos que realmente são muito aplicados e aí
não há o que falar. Acho que muitos não consideram a matéria importante porque no Enem
vem apenas cinco questões e isso pode ser que os desestimule a procurar aprender.”
Pergunta: Qual a sua opinião sobre o livro didático de inglês utilizado pela
instituição?
Professora X: “Excelente. Muito bom mesmo. Não tem apenas gramática como
também aspectos culturais da língua”.
Ao conceituar a língua inglesa como disciplina menos importante no currículo o
aluno passa a enxergar a matéria apenas como obrigação a ser cumprida em uma grade
curricular fixa. A professora também apontou o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)
como fator que influência a pouca valorização da disciplina por parte dos alunos e do
governo, visto que a maior preocupação e esforços empreendidos em estudar, em geral,
centra-se em Matemática e Língua Portuguesa. Igualmente relevante é a qualidade do
material didático disposto pelos alunos, indispensável para o êxito em se obter bons
resultados escolares.
Por conseguinte, a presente pesquisa busca responder qual a maior/principal
dificuldade enfrentada pelos alunos no processo de ensino/aprendizagem de uma L2 afim de
se chegar a um questionamento maior: Essa dificuldade aponta diretamente para a ineficácia
do país em formar falantes de L2? Para isto, os alunos consideraram como maior dificuldade
a ser superado o ensino de gramática, como demonstrado no gráfico abaixo:
27
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Leitura 5,5%
Escrita 11%
Falar 15,5%
Gramática 36,5%
O cenário descrito acima ainda é realidade para grande parte da população brasileira.
Não é intenção da pesquisa condenar a aplicação da abordagem Tradicional, mas sim levar a
refletir que apenas com essa metodologia o ensino de línguas torna-se precário e que
28
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi possível observar na pesquisa em questão que, para este grupo de alunos
concluintes do ensino médio, a língua inglesa que receberam durante toda sua formação
escolar foi, em algum momento, deficitário. Apenas 5,5% autoavalia a competência na língua
estrangeira como Ótima e 31,5% como Ruim (Gráfico 1). Todavia, se faz necessário ressaltar
que a qualidade do ensino regular de que dispõem os alunos, atrelado ao estudo de língua
inglesa fora da instituição, contribuem para que ao menos 63% desta turma julgue possuir
um inglês Regular e Bom.
Certamente esta é apenas a realidade de uma minúscula parcela dentro de uma escola
particular, podendo ou não refletir a vivência de outros estudantes em instituições públicas e
privadas, visto que a quantidade de fatores que interferem direta e indiretamente na
29
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
5 CONCLUSÃO
Nos últimos anos a quantidade de instituições privadas de ensino específico para
idiomas aumentou consideravelmente, isto devido uma grande busca por qualificação
profissional ou apenas lazer. A internet está cheia de cursos online com toda variedade de
valores e técnicas de ensino e mesmo com esta abertura na descoberta de uma L2 o Brasil,
de forma geral, ainda não fala uma segunda língua. Não apenas porque a grande maioria do
país não têm condições financeiras para arcar com um curso de inglês, mas devido ao fato de
que não existe uma imersão na cultura estrangeira e o ensino está pautado em preparar o
aluno em apenas uma habilidade: leitura.
Em uma situação hipotética em que a estrutura escolar seja perfeita e o estado
forneça todo o aparato tecnológico de que o professor necessita, sem um aumento de carga
horária nestas disciplinas, imersão na cultura estudada e desenvolvimento de diferentes
metodologias, a aquisição da L2 ainda estaria comprometida.
30
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Não é possível afirmar com absoluta certeza que este seja o problema central, mas
não é difícil chegar a esta conclusão. A aquisição da língua falada na infância não se dá
ensinando as normas que regem o idioma (estrutura linguística), mas por meio do contato
incessante que a criança possui com a língua viva, no seu real uso. Por isso o aprendizado de
uma L2 é completamente diferente da que acontece com a língua materna.
Os educadores precisam manter-se em constante aprimoramento das novas
tecnologias e teorias educacionais a fim de renovar suas aulas e buscar sempre o que for
melhor para a aprendizagem do alunado. A escola deve fornecer todos os subsídios e
aparatos tecnológicos de que necessita o profissional de línguas, proporcionando ao
professor um leque maior de opções a ser utilizado. Cabe ao governo, portanto, o papel de
valorizar o professor de língua estrangeira, não apenas financeiramente, como também
através de incentivo à pesquisa8, carga horária, capacitação profissional, entre outras
ferramentas. Acredita-se que desta forma é possível transformar a realidade do ensino de
inglês no Brasil e elevar a formação estudantil de todos aqueles que anseiam em aprender
uma nova língua, tornar-se fluente e imergir em novas culturas.
REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas. 2008. 6ªed.
GOMES, Rodrigo B. O método direto e os livros de inglês no Brasil. Revista Helb, Ano 10
– Nº 10 – 1/2016.
LITTLEWOOD, William. Communicative Language Teaching. Cambridge: Cambridge
University Press, 1981.
8
Em relação à pesquisa, o governo brasileiro, em parceria com o EUA e a escola de ensino superior
Fulbright ofertam diversas bolsas para estudantes e pesquisadores brasileiros que almejam uma
formação no exterior. Mais informações no site https://fulbright.org.br/
31
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
32
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
RESUMO: O objetivo deste artigo foi investigar como e quando acontece a oralidade e
escrita nas aulas de Língua Portuguesa. Para fundamentar esta pesquisa, se apoiou nos
estudos dos PCNS (1998), Soares (1987), Castilho (1998), Marcuschi (1998), Gil (1999),
Oliveira (2012), Thiollent (1986), entre outros. A metodologia aplicada neste artigo é de
caráter qualitativo-exploratório, o procedimento foi realizado por meio do método da
observação e de um questionário aberto. Neste processo contou-se com a participação da
professora da turma do 8º ano, de uma escola pública em Ananindeua. Assim, a docente
respondeu um questionário explicando como avalia seus alunos por meio da oralidade e
escrita no decorrer das aulas e como ocorre a oralidade e escrita nas aulas de Língua materna.
Nesta perspectiva, se alcançou os resultados alvos propostos pelos objetivos traçados.
PALAVRAS-CHAVES: Oralidade. Escrita. Docente. Discentes. Habilidades.
RESUMEN: El objetivo del este artículo fue investigar cómo y cuándo ocurre la oralidad y
escrita en las clases de Lengua Portuguesa. Para fundamentar esta pesquisa, se apoyó en los
estudios de los PCNS (1998), Soares (1987), Castilho (1998), Marcuschi (1998), Gil (1999),
Oliveira (2012), Thiollent (1986), entre otros. La metodología aplicada en este artículo es de
carácter cualitativo-exploratorio, el procedimiento fue realizado por medios del método de la
observación y de un cuestionario abierto. En este proceso se contó con la participación de
una profesora de la clase del 8º año, de una escuela pública en Ananindeua. Así, la docente
respondió un cuestionario explicando cómo evalúa sus alumnos por medio de la oralidad y
escrita en lo de correr de las clases y como ocurre la oralidad y escrita en las clases de Lengua
materna. En esta perspectiva, se alcanzó los resultados alvos propuesto por los objetivos
trazados.
Palabras-claves: Oralidad.Escrita.Docente.Discentes.Habilidades
9 Alessandra Maria Moreira Negreiros - Aluna da Pós-Graduação da Escola Superior Madre Celeste. Curso de
Especialização MBA em Ensino Aprendizagem de Línguas com ênfase em Português. Escola Superior Madre
Celeste. Alessandranegreiros38@yahoo.com.br
** Charlene Pereira Maia - Aluna da Pós-Graduação da Escola Superior Madre Celeste. Curso de Especialização
MBA em Ensino Aprendizagem de Línguas com ênfase em Português. Escola Superior Madre Celeste.
charlene_maia29@hotmail.com
*** Telvileno Almeida de Souza- Aluno da Pós-Graduação da Escola Superior Madre Celeste. Curso de
Especialização MBA em Ensino Aprendizagem de Línguas com ênfase em Português. Escola Superior Madre
Celeste - lenovia33@gmail.com
**** Licenciada em Letras Português- Espanhol na Escola Superior Madre Celeste, ESMAC,2006. Em fase de
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O presente artigo visou analisar como ocorre a oralidade e escrita nas aulas de
Língua Portuguesa, da escola pública de Ensino Fundamental Profª Zulima Vergolino
Dias, localizada no Município de Ananindeua. Nesse sentido, verificou-se se há com
mesma ênfase e preocupação quanto ao uso da linguagem oral, sobre a escrita da língua
mãe, nas aulas de Língua portuguesa, com os alunos da turma do 8º ano, do Ensino
Fundamental II/9.
O interesse nesse assunto se deu pela inquietação e desejo de compreender a
seguinte problemática: se há ou não a valorização da oralidade tanto quanto da escrita
em sala de aula? Uma vez que, os Parâmetros curriculares nacionais (PCNs) da Língua
Portuguesa (1998) defendem que as relações entre oralidade e escrita devem ser
igualmente trabalhadas, aproveitadas e respeitadas pelo professor no decorrer das
aulas.
Ao se tratar de oralidade e escrita, ambas devem se apresentar à sociedade com
a mesma importância de uso. Com base nestas premissas, surgiu à problemática de
investigar se a professora permite aos alunos usufruir dessas habilidades linguísticas
(oralidade e escrita), durante o ensino da língua materna1. Diante desse problema
buscou-se responder as seguintes questões norteadoras:
a) Como ocorre a oralidade e escrita nas aulas de Língua Portuguesa, na turma do 8º
ano?
b) Como o professor avalia o aluno diante da oralidade e escrita, conforme os PCNs
sugerem?
A partir das questões norteadoras, os objetivos foram o de analisar e responder a essas
inquietações quanto à contribuição da oralidade mediante ao ensino da escrita da
língua mãe. Nesse sentido, os estudos foram embasados nas aplicações dos
1
Por lengua materna se entiende la primera lengua que aprende un ser humano en su infancia y que
normalmente deviene su instrumento natural de pensamiento y comunicación. Con el mismo sentido
también se emplea lengua nativa y, con menor frecuencia, lengua natal (cvc@cervantes.es).
Livre tradução: Por língua materna se entende a primeira língua que se aprende um ser humano em sua
infância e que normalmente sucede de seu instrumento natural de pensamento e comunicação, Com o
mesmo sentido também se emprega língua nativa e com menor frequência, língua de nascimento.
34
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
2 REVISÃO DA LITERATURA
A oralidade permite ao indivíduo refletir sobre a ocupação da mesma na vida
do homem, enquanto sujeito reflexivo. Desse modo, os estudos da oralidade em
função das teorias e práticas educativas em sala de aula, nunca foram tão valorizados
como na atualidade. Marcuschi (2001) define oralidade como “práticas sociais
interativas para fins comunicativos que se apresentam sobre variadas formas ou
gêneros textuais fundados na realidade sonora; ela vai desde uma realização mais
informal a mais formal nos mais variados contextos de uso” (MARCUSCHI, 2001, p.
25).
O autor afirma que o uso da oralidade permite ao indivíduo comunicar-se em
situações diversas, de modo a estabelecer a mensagem e promover a interação entre
falante e ouvinte, nos mais distintos contextos de uso da língua. Por sua vez, a escola
deve exercer a tarefa de levar e aprimorar aos discentes à aquisição da escrita
35
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
A autora afirma que a língua padrão deve ser ensinada sim, pela escola, para
que o discente saiba expressar-se correto e adequadamente em determinada situação
de uso. A mesma também salienta que a linguagem coloquial utilizada pelo aluno deve
ser igualmente respeitada e aproveitada, já que inicialmente o estudante vai à escola
para ampliar seus conhecimentos na língua materna e que por esta razão seu
conhecimento de mundo não pode ser descartado pelo docente. (MAIA, 2018).
Castilho também argumenta que
Os estudos da língua falada podem atribuir para o
aparelhamento científico do professor, levando-o a uma revisão
das práticas observadas na escola as quais, voltadas quase que
exclusivamente para a modalidade escrita mais formal, não
valorizam a língua oral (CASTILHO, 1998, p.13).
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Para o desenvolvimento da metodologia da pesquisa, buscamos nos aprofundar
nos estudos de Antônio Gil, pautado nas ideias de Hegel que define a abordagem
crítica-dialética como uma concepção (GIL, apud HEGEL, 1999, p. 31) “nas quais as
contradições se transcendem, mas dão origem a nossas contradições que passam a
requerer solução”. De acordo com as afirmações dos autores, as questões universais
interagem com as relações sociais humanitárias. Para reforçar essa ideia de interação
entre objetos de estudos e sujeitos Oliveira (2012), enfatiza que
Abordagem qualitativa ou pesquisa qualitativa como um
processo de reflexão e análise da realidade através da utilização
de métodos e técnicas para a compreensão detalhada do objeto
de estudo em seu contexto histórico e/ou segundo a sua
estruturação. Esse processo implica em estudos segundo a
literatura pertinente ao tema, observações, aplicação de
37
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
De acordo com o autor, esse tipo de pesquisa envolve estudos sobre certos
objetos de análise em prol de solucionar determinadas dificuldades conforme forem
apresentadas. Ressaltamos que para a elaboração deste artigo foram realizadas
pesquisas bibliográficas que deram embasamento teórico ao trabalho e pesquisa de
campo com uma professora da turma do 8º ano, do turno da tarde da escola Profª
Zulima Vergolino Dias. A pesquisa realizada é de cunho qualitativo-exploratório, a
qual foi aplicada por meio de um questionário aberto, contendo três perguntas e pelo
método da observação.
Entende-se que a inserção de metodologias ativas nas práticas de ensino, em
especial, nas aulas de língua materna, exigem dinâmicas integradoras e participativas de
professores e alunos no processo de ensinar e aprender, o que podemos considerar
como um tipo de pesquisa-ação. Pois, se o docente souber relacionar teoria e prática
com a vida social do aluno, isto é, oralidade e escrita, o discente demonstrará mais
interesse pelo aprendizado.
Desse modo, Thiollent (1986), afirma que
A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica
que é concebida e realizada em estreita associação com uma
ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os
pesquisadores e os participantes representativos da situação ou
38
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
4 ANÁLISE E DISCUSSÕES
Nesse processo de análise participou apenas uma professora. A investigação
desta pesquisa perpassou, primeiramente, pela análise do questionário avaliativo com
três perguntas abertas:
1. Quais os entraves encontrados pelo professor para desenvolver a oralidade
e escrita em sala de aula?
39
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
40
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
41
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
O autor ressalta que, a escola deve ter consciência de que a oralidade é tão
importante quanto a escrita, como afirmam os Parâmetros Curriculares Nacionais.
Diante disso, os PCNs (1998), contrariam a professora ao recomendar que
Ensinar língua oral [...] significa desenvolver o domínio dos
gêneros que apoiam a aprendizagem escolar de Língua
Portuguesa e de outras áreas e, também, os gêneros da vida
pública no sentido mais amplo do termo (BRASIL, 1998, p. 51).
42
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
De acordo com os PCNs (1998), o docente deve permitir aos discentes o uso
da modalidade oral da língua, e em diferentes situações de fala, pois o aluno será
avaliado por sua oralidade e desempenho como falante, não só no contexto escolar,
mas também na sociedade a qual está inserido. Portanto, compreende-se que o sujeito
enquanto falante deve ter autonomia de expressão comunicativa, seja ela por meio da
oralidade ou da escrita.
Como mencionado anteriormente, a nova Base Comum Nacional Curricular
(2017, p.179), faz referências às habilidades tanto na oralidade como na leitura a serem
desenvolvidas pelos discentes. Mas, infelizmente não foi observada tal prática durante
a pesquisa exploratória descritiva realizada com a professora da referida escola,
colocando em destaque negativo e contraditório com a prática docente.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ensino da Língua Portuguesa vive um momento transitório, se considerando
a aplicação dos PCNs e a atuação10 (grifo nosso) do professor em sala de aula, uma
vez que, o docente deve aproveitar o conhecimento de mundo que o aluno leva
consigo para o ambiente escolar, o que irá contribuir e enriquecer o trabalho do
professor e o desenvolvimento dos alunos dentro e fora da sala de aula.
Conforme o averiguado no decorrer desta pesquisa, considerou-se ter
encontrado as respostas que buscávamos no início deste estudo. Diante dos resultados
desta investigação e análise dos dados obtidos, podemos retomar as nossas perguntas
norteadoras de pesquisa e estabelecer algumas considerações: a) Como ocorre a
oralidade e escrita nas aulas de Língua Portuguesa, na turma do 8º ano? b) Como o
professor avalia o aluno diante da oralidade e escrita, conforme os PCNs sugerem?
Respondendo as indagações do início deste artigo. Primeiro não ocorre oralidade
como estratégia avaliativa.
Desta forma, pode-se afirmar que a professora não aproveita a oralidade do
aluno como critério de avaliação, isto é, na prática a docente não possibilita o uso da
10
Grifo nosso: A palavra atuação encontra-se grifada, porque nem todos os professores seguem os PCNs
como base para a sua atuação em sala de aula, como é possível observar no desenvolvimento deste artigo.
43
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
linguagem oral nas aulas de Língua Portuguesa, embora tenha afirmado que, sim, ao
responder ao questionário.
Segundo, por mais que tenha dito que avalia o aluno por meio de quatro
métodos (seminários, gravações de trabalhos, debates e redações), como sugerem os
PCNs, não foi possível constatar nenhuma aplicabilidade dessas ferramentas. Além
disso, foi relatado que os alunos não gostam de ler. Verificou-se também que não há
estímulos quanto à leitura, porém a escola pesquisada oferece uma ampla biblioteca,
mas não foi observado aluno frequentando este espaço escolar para ler livros do
acervo ou para fins de pesquisa.
Nessa perspectiva, o conhecimento exige novos processos motivacionais, já
que se dá de forma pluralizada e mista quanto ao ritmo de aprendizagem de cada
aluno, uma vez que cada discente apresenta particularidades ao seu modo de aprender.
Língua oral e escrita são modalidades de um mesmo sistema linguístico. Desse modo,
a fala não pode e não deve ser vista de forma preconceituosa pela escola e por pessoas
que usam a língua com suas formalidades, uma vez que, a fala é muito mais apoiada no
contexto do que na estrutura gramatical da língua. Assim, a escola e professores de
Língua Portuguesa deveriam encorajar os alunos ao desenvolvimento formal e
informal da língua materna, isto é, ensinar as linguagens escrita e oral conjuntamente,
no mesmo processo educacional de ensino e aprendizagem, facilitando assim, o
aprimoramento a habilitação dos alunos para a formalidade de leitura e produção
textual e, consequentemente a formação e capacitação de cidadania plena de seus
discentes.
Conforme citado acima, nos resultados de análise desse trabalho, há muitas
questões ainda a serem exploradas, pois, considera-se que a partir do conteúdo
apresentado neste artigo, muitas inquietações podem ser levantadas para futuros
estudos que contribuam para oralidade e escrita nas aulas de Língua Portuguesa.
44
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
REFERÊNCIAS
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. Ministério da Educação. Publicado
em Brasília, págs. 472, abril de 2017.
BORTONI-RICARDO,S.M. O professor pesquisador: introdução à pesquisa
qualitativa. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
terceiro e quarto ciclos de ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília:
MEC/SEF, 1998.Disponível em http://portal.mec.gov.arquivos/pdf/portugues.pdf.
CASTILHO, Ataliba Teixeira de. A Língua falada no Ensino de Português. São
Paulo: Contexto, 1998.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social/ Antônio Carlos Gil.
-5. Ed. – São Paulo: Atlas,1999.
MAIA, Charlene Pereira. Oralidade e escrita em sala de face à Linguística
Aplicada. Artigo apresentado na disciplina da Pós-Graduação – Linguística Aplicada
e Ensino de Língua Portuguesa - ESMAC- Escola Superior Madre Celeste-ESMAC:
Ananindeua, 2018.
MARCUSCHI. LA. Da fala para a escrita: atividade de retextualização. São
Paulo: Cortez; 2001 b.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa/ Maria Marly de
Oliveira. 4. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
SOARES, Magda. Linguagem e Escola: uma perspectiva social. 4.ed. São Paulo:
Ática, 1987.
THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 1986.
45
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
ABSTRACT: It discusses the ways of producing the knowledge of the students of the
ESMAC physical education course. The research problem that guided this study was:
how are the Course Completion Works (TCC's) in ESMAC Physical Education being
produced in the area of knowledge between the years 2014/2 and 2015/1? The
general objective of this study was to analyze the Course Completion Work (TCC's) in
ESMAC Physical Education between the years 2014/2 and 2015/1.
1. INTRODUÇÃO
Ao debater a formação profissional em Educação Física, este ensaio optou pela
seguinte temática: Os caminhos da produção do conhecimento dos discentes do curso
de educação física da ESMAC. Nosso ponto de partida foi analisar os trabalhos de
conclusão de curso de educação física da Escola Superior Madre Celeste (ESMAC) no
período de 2014 a 2015.
46
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Desta forma o problema de pesquisa que norteou este estudo, foi: como estão
sendo produzidos os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC’s) em Educação Física
da ESMAC quanto à área de conhecimentos entre os anos de 2014/2 e 2015/1? O
objetivo geral deste estudo foi Analisar os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC’s)
em Educação Física da ESMAC, entre os anos de 2014/2 e 2015/1.
47
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
48
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
49
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
relação entre ontologia e linguagem que se apresenta também como rotulações que
constrangem o pluralismo teórico e que busca construir na área uma
“desessencialização da verdade” e acabam promovendo a subordinação da ciência à
política, e a atividade epistemológica ao simples ato de classificar. Portanto, a
complexidade e a interpenetração das diferentes correntes teóricas necessitam de
maior cautela na elaboração e uso das mesmas, e que, o mais importante é realizar
estudos pontuais e cuidadosos que fundamentam o debate epistemológico em
Educação Física.
A Educação Física, segundo Bracht (2003), é filha da modernidade, assim,
sofreu intensa influência do pensamento científico próprio deste contexto. A partir de
1990 a Educação Física passou a contar com estudos do campo das Ciências
Humanas. Pode-se considerar que essas mudanças se deram por inúmeros fatores,
dentre eles a ida de pesquisadores da Educação Física para programas de pós-
graduação na Educação, História, Filosofia e os debates iniciados uma década antes
sobre a Educação Física. (BRACHT, 1999). Assim, a partir do contato e debate com
outros campos de conhecimento e com o debate pedagógico brasileiro, que
profissionais do campo da Educação Física passam a construir objetos de estudo a
partir do viés pedagógico, o que demarca uma virada epistemológica.
Após esta virada, o debate se concentrou em compreender ou não a Educação
Física enquanto ciência, Gamboa (2010), houve, portanto, um interesse crescente pela
compreensão do campo de estudos sobre as tendências teórico-metodológicas, sobre
o objeto e o seu estatuto científico. Bracht entende que teorizar neste campo precisa
ultrapassar as limitações da racionalidade científica, para integrar no seu teorizar/fazer
a dimensão do ético e do estético. Embora tenham opiniões diferentes a cerca deste
debate, tanto Bracht (2003) quanto Gamboa (2010), corroboram que o mais
importante desse percurso é que no âmbito da Educação Física desde a década de
1980 consolidou-se a discussão da identidade epistemológica.
50
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
3 METODOLOGIA
Foi realizado um levantamento de material bibliográfico obtido junto a
biblioteca e coordenação do curso de Educação Física da ESMAC. Foram ainda
catalogados todos os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC’s) elaborados pelos
discentes do curso de educação Física em questão, compreendendo o período de 2014
a 2015.
A delimitação temporal deste estudo ficou limitado a análise dos trabalhos dos
concluintes do segundo semestre do ano de 2014 e do primeiro semestre de 2015 do
curso de educação física da ESMAC, e conforme dito anteriormente, depositados na
biblioteca, uma vez que estes têm uma singularidade frente aos demais anos, pois
correspondem em linhas gerais aos acadêmicos que entraram no segundo semestre do
curso no ano de 2011 e, os que entraram no primeiro semestre de 2012, justamente o
intervalo de ano no qual houve a reformulação curricular, logo a amostra compreende
tanto produções teóricas construídas com base nas experiências vivenciadas na
formação do currículo anterior (2011/2) como na primeira turma graduada no
currículo reformulado (2012/1).
Após esta etapa organizacional e de análise previa, definiu-se 03 (três)
categorias de análise e descrição das produções científicas identificadas, sendo estas:
Temática; Área De Conhecimento; e O Enfoque Metodológico. No total foram
analisadas 27 produções científicas discentes, sendo oito (08) do ano de 2014 e
dezenove (19) do ano de 2015.
51
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
52
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Um Estudo De Caso
Hidroginástica E Os
Benefícios Para A
Biodinâmica/Saú Método não
Qualidade De Vida
04 2014 de E Qualidade identificado /
Na 3 Idade: Estudos
de Vida Estudo De Caso
De Caso Do Projeto
IDEAS
Método não
História Do identificado /
Sociocultural/Es
05 Handebol No Estado 2014 Pesquisa De Campo
porte
Do Pará História Oral,
Entrevista
Judô: O Caminho
Suave Para O Método não
Pedagógica/Esp
06 Desenvolvimento Da 2014 identificado /
orte
Psicomotricidade Em Revisão Bibliográfica
Crianças
Esporte E Motivação:
Implicações Abordagem Sócio-
Motivacionais Na Histórica
Prática Desportiva Sociocultural/Es (Materialismo Hist.
07 2014
De Atletas De porte Dialético)
Handebol, Que Pesquisa Bibliográfica
Almejam O Alto e de Campo
Rendimento
Bailes De Seresta Método não
Sociocultural/La
08 Dançam Qualidade 2014 identificado /Pesq.
zer
De Vida: A Influência Qualitativa
53
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
54
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
ÁREA /
Nº MÉTODOS QUANTIDADE PERCENTUAL
CATEGORIA
Método não
2 66,7%
identificado
01 Esporte
Materialismo
1 33,3%
Hist. Dialético
Método não
02 Lazer 2 100%
identificado
Saúde e qualidade Método não
03 2 100%
de vida identificado
Método não
04 Escola 1 100%
identificado
Epistemologia e Materialismo
05 1 100%
formação Hist. Dialético
TOTAL DE PRODUÇÕES NA ÁREA DE
02 22,2%
FORMAÇÃO (LICENCIATURA)
TOTAL DE PRODUÇÕES FORA DA
07 77,8%
ÁREA DE FORMAÇÃO
55
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
escolar, foco central do perfil de formação apontado pelo PPP ESMAC, somam
apenas 22,2%.
Outro dado relevante mostra que tais produções são muito frágeis do ponto de
vista do rigor cientifico, pois em cerca de 72,2% delas não apresentam ou explicitam o
método adotado na pesquisa, enquanto que apenas 27,8% identificaram seu método
(gráfico 2), embora as abordagens e tipos de pesquisa e aprofundamento teórico nos
pareçam muito incipiente para dar conta do método apresentado nestas obras, visto
que estamos falando da escolha do Materialismo Histórico e Dialético.
Passaremos agora a tecer a análise das produções acadêmicas do ano de 2015/1
composto por TCC’s de alunos que tiveram sua formação direcionada pelo
PPP/ESMAC reformulado pela comunidade acadêmica em 2011.
Quadro 3 – A PRODUÇÃO DOS ACADÊMICOS DA ESMAC 2015/1
ANO DE ÁREA DE MÉTODO E
TÍTULO DO
Nº PUBLICAÇ CONHECIME TIPO DE
ARTIGO
ÃO NTO PESQUISA
O jogo no trabalho Método não
pedagógico do Pedagógica/Esco identificado /
10 2015
professor de educação la Pesquisa de
física em escolas campo
As metodologias de
ensino da educação Método não
física escolar: os Pedagógica/Esco identificado /
11 2015
conteúdos e objetivos la Pesquisa
que orientam a prática bibliográfica
pedagógica
A educação física na Método não
EJA: Expectativas sobre Pedagógica/Esco identificado /
12 2015
as aulas de educação la Abordagem
física no distrito de qualitativa e
56
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Icoaraci quantitativa
Pesquisa
bibliográfica
Método analítico
Os desafios na inclusão
descritivo e
de alunos com síndrome
fenomenológico -
de down na educação Pedagógica/Esco
13 2015 hermenêutico
física da rede madre la
Pesquisa
celeste sob a ótica dos
bibliográfica e
professores
documental
A psicomotricidade na Método não
educação infantil através Pedagógica/Esco identificado /
14 2015
dos brinquedos la Pesquisa
cantados bibliográfica
A compreensão dos
Materialismo
discente do curso de Pedagógica/Epis
Hist. e Dialético
15 educação física da 2015 temologia e
Pesquisa de
Esmac sobre os campos formação
campo
de atuação do professor
Analise epistemológica
Materialismo
da relação entre as Pedagógica/Epis
Hist. e Dialético
16 teorias da educação e as 2015 temologia e
Pesquisa
abordagens pedagógicas formação
bibliográfica
da educação física
Atividade física e saúde: Método não
benefício da caminhada Biodinâmica/ identificado /
17 para idosos praticantes 2015 Saúde e Pesq. Qualitativa
no parque ambiental do qualidade de vida Pesquisa
Utinga bibliográfica
57
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Lesões provenientes da
Biodinâmica/ Método empírico
prática da corrida de
18 2015 Saúde e analítico e
rua: uma abordagem
qualidade de vida fenomenológico
epidemiologia
Método não
Biodinâmica/ identificado /
Adaptação neural ao
19 2015 Saúde e Pesq. Qualitativa
treinamento de força
qualidade de vida Revisão de
literatura
Atividade física e
câncer; as influências do Método não
Biodinâmica/
exercício resistido identificado /
20 2015 Saúde e
durante o tratamento Pesq. Qualitativa
qualidade de vida
com Estudo de caso
poliquimioterápicos
Treinamento resistido Biodinâmica/
Fenomenologia
21 no tratamento de 2015 Saúde e
Estudo de caso
hemodiálise qualidade de vida
Exercício físico na vida Método não
Sociocultural/
dos idosos do centro de identificado /
22 2015 Saúde e
convivência Nubia Pesq. Qualitativa
qualidade de vida
Moreira Estudo de caso
A natação como
Método não
instrumento na
Biodinâmica/ identificado /
melhoria do sistema
23 2015 Saúde e (Positivista)
cardiorrespiratória, com
qualidade de vida Pesquisa de
alunos de 18 a 40 anos,
campo
no SESI Ananindeua
24 A atividade física como 2015 Sociocultural/La Método não
58
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
59
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
ÁREA /
QUANTID
Nº CATEGO MÉTODOS PERCENTUAL
ADE
RIA
ESPOR Método não
01 3 100%
TE identificado
Método não
02 LAZER 1 100%
identificado
SAÚDE Método não
5 71,4%
E identificado
03 QUALI Método
DADE empírico 2 28,6%
DE analítico e
60
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
VIDA fenomenológic
o*
Método não
4 80%
identificado
Método
analítico
ESCOLA
descritivo e
1 20%
fenomenológic
o-
hermenêutico
EPISTEM
OLOGIA Materialismo
05 E Hist. e 2 100%
FORMAÇ Dialético
ÃO
TOTAL DE PRODUÇÕES NA ÁREA 7 39%
DE FORMAÇÃO (LICENCIATURA)
TOTAL DE PRODUÇÕES FORA DA 11 61%
ÁREA DE FORMAÇÃO
TOTAL DE PRODUÇÕES 18 100%
TOTAL DE PRODUÇÕES SEM
DESCRIÇÃO DE MÉTODO 13 72,2%
(APENAS ABORDAGEM DE
PESQUISA)
Fonte: autores.
Observa-se que as alterações ocorridas nos caminhos da produção no que diz
respeito as áreas de conhecimento se mantiveram também no direcionamento para o
campo de intervenção, que embora ainda se mantenha hegemônica no campo de
intervenção fora da área escolar com cerca de 61% dos TCC’s, o percentual da área
escolar e formação de professores teve um significativo aumento chegando a 39% das
produções daquele semestre.
61
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Total de produções na
área de formação 07 39%
2015 – (licenciatura)
MATRIZ Total de produções
2012.1 fora da área de 11 61%
formação
Total de produções 18 100%
ALTERAÇÕES NO
AUMENTO DE 100%
NUMERO DE
(DOBROU) O NUMERO DE
PRODUÇÕES
PUBLICAÇÕES
PUBLICADAS
ANALISE DE PERCEPÇÕES
AUMENTO DE 16,8% (02 PARA
PERCEPÇÕES SOBRE A ÁREA DE
07)
FORMAÇÃO
PERCEPÇÕES
DIMINUIÇÃO DE 16,8% (07
FORA DA ÁREA DE
PARA 11)
FORMAÇÃO
Fonte: autores.
Ao se comparar os TCC’s do ano anterior e posterior a mudança
imediatamente no que tange a produção por área as principais percepções se dão no
62
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
aumento do número destas produções acadêmicas que por sua qualidade foram
selecionadas a compor o acervo da biblioteca, seguido de um aumento também desta
produção na área específica de formação (escolar/formação de professores) com cerca
de 16,8% em relação a 2014/2.
Quadro 6 – QUADRO COMPARATIVO DAS PRODUÇÕES POR CAT.
MET. / ANO
ANO DA CATEGORIAS
QUANTIDADE
PRODUÇÃO / METODOLÓGICAS PERCENTUAL
ANALÍTICA
MATRIZ DAS PRODUÇÕES
Materialismo Hist. e
02 22,2%
Dialético
2014 –
Método não
MATRIZ 07 77,8%
identificado
2011.2
TOTAL DE
09 100%
PRODUÇÕES
Materialismo Hist. e
02 11,1%
Dialético
Método empírico analítico
02 11,1%
2015 – / Fenomenológico
MATRIZ Fenomenológico 01 5,6%
2012.1 Método não
13 72,2%
identificado
TOTAL DE
18 100%
PRODUÇÕES
DIMINUIÇÃO
ANALISE DE PROPORCIONAL DE
07 PARA 13 – 5,6%
PERCEPÇÕES TRABALHOS SEM
IDENTIFICAÇÃO DE
63
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
MÉTODOS
AUMENTO
PROPORCIONAL
DAS PESQUISAS 02 PARA 05 + 5,6%
COM MÉTODOS
DEFINIDOS
SURGIMENTO
CONTRADIÇÕES ENTRE
ENFOQUE
MÉTODOS E TIPOS DE
FENOMENOLÓGICO
PESQUISA
/ EMP. ANALÍTICO
Fonte: autores.
Para finalizar esta seção utilizamos a tabela acima para apresentar mais uma
mudança promovida por este outro contexto advindo pela reestruturação curricular, o
comparativo de utilização/apresentação de um método científico atrelado a estas
produções. Desta forma identificou-se um aumento tanto na utilização de métodos
quanto surgimento de categorias que não apareciam na produção de 2014/2 como a
presença do enfoque fenomenológico definido, embora ainda se perceba equívocos
com a identificação dos métodos.
Inferimos uma significativa e satisfatória modificação nos rumos
epistemológicos das pesquisas estudadas, que antes sugeriam uma forte apelo,
caracterização e influência mercadológica do fitness e do imaginário coletivo de saúde
e após a reformulação sinalizou uma melhor distribuição destas produções. Contudo,
o aumento proporcional na utilização de um método como concepção de produção
cientifica demonstra um amadurecimento desta dimensão da formação e sinaliza uma
preocupação (necessária) com esta categoria e por isso mesmo merece futuros estudos
neste âmbito.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
64
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Ao final destas análises das produções teóricas dos discentes da ESMAC sob a
ótica das diferentes matrizes curriculares, com base nos resultados obtido, bem como
a partir de suas contradições internas e externas. Inferimos algumas considerações que
se mostram pertinentes quando analisamos os rumos destas produções, seus
direcionamentos e suas contradições, uma vez que estas refletem, tanto por parte dos
produtores destas pesquisas, quanto dos docentes que as orientaram, os possíveis
anseios e caminhos profissionais de seus egressos.
Através da Análise dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC’s) em
Educação Física da ESMAC, entre os anos de 2014/2 e 2015/1. Por meio do
levantamento bibliográfico dos trabalhos de conclusão de curso dos discentes de
Educação Física da ESMAC concluintes no ano de 2014/2 e 2015/1; foi possível
identificar no perfil de formação apontado pelo atual projeto pedagógico do Curso de
Licenciatura em Educação Física da ESMAC; e com base na catalogação e
categorização das produções discentes depositadas na biblioteca entre agosto de 2014
e julho de 2015, uma significativa e satisfatória modificação nos rumos
epistemológicos das pesquisas estudadas, que antes sugeriam uma forte apelo,
caracterização e influência mercadológica do fitness e do imaginário coletivo de saúde
e após a reformulação sinalizou uma melhor distribuição destas produções.
Por fim, reitera-se que há certa equivalência quanto as subáreas sociocultural,
pedagógica e biodinâmica. Há um predomínio quanto as subáreas Saúde E Qualidade
de Vida; Esporte e Lazer. Portanto, as subáreas Epistemologia e Formação; Dança.
Entretanto, tal predomínio se tornou menor nos TCCS de 2015/1.
Quanto aos métodos, percebe-se ainda uma fragilidade de não aprofundamento
das pesquisas quanto à teoria do conhecimento, nem das questões teórico-
metodológicas, o que caracteriza e expressa a falta de amadurecimento da área e dos
próprios professores quanto à estas dimensões da produção de conhecimento. É bem
possível que esta heterogeneidade tenha ocorrido pela mesma característica presente
na equipe de professores da instituição.
65
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
REFERENCIAS
ALMEIDA, Felipe Quintão et al. Classificações epistemológicas na educação
física: redescrições. Movimento, Porto Alegre, v. 18, n. 04, p. 241-263, out/dez de
2012.
66
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
RESENHA
RESUMO: A presente resenha tem por objetivo fazer uma análise crítica baseada na
ciência política do filme “A Onda”, lançado no ano de 2008, com direção de Dennis
Gansel, apresentando uma trama baseada em fatos reais e narra os eventos ocorridos
numa escola do ensino médio, no estado da Califórnia, no ano de 1967, nos Estados
Unidos, tendo como foco os desdobramentos iniciados num debate de sala de aula
sobre o tema Autocracia. Ao longo da narrativa, o professor Rainer Wenger que
conduz as aulas, mostra para os jovens quais os elementos que constitui uma forma de
poder autoritário e lança uma reflexão a turma, se ainda seria possível viverem numa
ditatura nos dias atuais. O experimento ficou conhecido como “A Onda”, baseado na
estrutura de política de massas e de alienação, conforme estudos apresentados por
Shirer (2008) sobre a ascensão e queda do Terceiro Reich.
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A partir do filme “A Onda” de 2008 é possível fazer um corte epistemológico
sobre o seu enredo, focando numa análise dos conteúdos voltados a disciplina de
Ciência Política que podem ser identificados ao longa da história, tendo em vista que a
11
Acadêmica do Curso de Bacharelado em Direito na Instituição de Ensino Superior ESMAC e
pesquisadora do Observatório Jurídico, Político e Social – ANÁNKÊ da ESMAC
12
Graduada em Enfermagem pela UEPA (2007); Especialista em Enfermagem Neonatal – UEPA (2009) e
Enfermagem do Trabalho – FTI-UNINTER (2009); Especializando em Atividade de Inteligência e Gestão
do conhecimento – ESMAC e pesquisadora do Observatório Jurídico, Político e Social – ANÁNKÊ da
ESMAC
13
Mestre em Segurança Pública pelo PPGSP/UFPA. Especialista em Atividade de Inteligência e Gestão do
conhecimento – ESMAC, Bacharel em Direito. Professor e pesquisador do Observatório Jurídico, Político e
Social – ANÁNKÊ da ESMAC
14
Doutor em Planejamento do Desenvolvimento Sustentável. NAEA/UFPA. Mestre em Ciência Política
PPGCP/UFPA. Especialista em Atividade de Inteligência e Gestão do conhecimento – ESMAC, Graduado
em Ciências Sociais - UFPA. Professor e Pesquisador da Observatório Jurídico, Político e Social –
ANÁNKÊ da ESMAC
67
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
política de controle social e alienação sócio política são abordados como instrumentos
de criação e controle de massa.
Conforme a trama apresentada pelo diretor Dennis Gansel nos leva a refletir, o
papel do professor como um indutor e provocador de um debate e posteriormente a
montagem do experimento social comprova dois elementos já discutidos pela ciência
política sobre a construção de Estados Autoritários: a) a alienação política e b) a
intolerância social contra grupos dissidentes, conforme Shirer (2008) e Arendt (1989)
já analisaram em seus estudos sobre os regimes totalitários ao longo do século XX.
A resenha segue a técnica de observação direita dos conteúdos e sua
contextualização (MEZZAROBA; MONTEIROS, 2014) e se serve da técnica de
síntese de conteúdo. Conforme apresentado por Marconi e Lakatos (2016), tratar-se
de um trabalho voltado à conformação de conteúdos acadêmicos voltados ao eixo-
jurídicos, político, histórico e sociológico, vinculado as atividades desenvolvidas pelo
Observatório Jurídico, Político e Social – ANÁNKÊ, da Escola Superior Madre
Celeste – ESMAC.
Dito isto, no tópico seguinte, perfez-se a análise e resenha da obra.
2 IDEIAS CENTRAIS DA OBRA.
No início do filme “A Onda” somos apresentado as concepções sociais e
políticas do professor Wenger, de personalidade liberal, que gosta do estilo musical do
“Rock and Roll” e “Punk”, bastante contestador e informal, ao chegar no colégio onde
trabalhar é informado que que irá ministrar um curso de uma semana sobre
Autocracia, com o qual não possui afinidade, pois sua maior inspiração seria a
disciplina política sobre o Anarquismo, sendo essa alternativa vedada pela direção da
escola.
68
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Fonte: http://www.interculturalnews.com.br/2015/03/die-welle-wave-onda.html
69
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
70
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
como elementos centrais da doutrina nazista na formação das SA15, da mesma forma o
professor Wegner organiza com a turma um grupo, a partir dos princípios
autocráticos. Os alunos o elegeram como líder, e a partir desse momento o professo
inicia o processo de organização da turma impondo regras que deverão ser seguidas
por todos. A princípio, alguns alunos relutam, mas ele tenta mostrar-lhes os benefícios
das novas condutas e assim atinge bons resultados.
Conforme o filme vai avançado podemos perceber outros elementos
relacionados aos Regimes Autoritários, em especial ao Nazismo, como a criação de um
grupo formado, de maneira entusiasmada, criando uniforme e cumprimento especiais,
com um sinal e se auto denominaram de “a onda”, nos mesmo moldes a saudação
Nazista e seu processo de uniformização e eugenia da sociedade. O professor Rainer
Wenger, com sua liderança e comportamento autoritário, acaba por influenciar cada
vez mais os alunos da turma, que os levam a manifesta esse comportamento de massa
no ambiente extra classe, algo bastante evidenciado quando analisamos a Juventude
Nazista e seu comportamento em relação a autoridade do líder.
O processo de interação dos alunos da turma com a realidade criada pelo
experimento do professor sobre Estados Autocráticos com previsão de duração de
uma semana, os leva a um experimentar as bases filosóficas desse movimento, que
acaba por fugir do controle e dos limites da sala de aula, com práticas de atos de
vandalismo e violência pela cidade, na tentativa de envolver todos nessa “onda”. Esse
processo de propagação das ideologias autocráticas pode ser compreendido.
Durante a semana do experimento, podemos observar a mudança de
comportamento dos alunos, onde a maioria procurou de alguma forma se integrar ao
movimento e o processo de segregação, algumas vezes por violência daqueles que não
se adequavam ao movimento, levando a enfretamentos entre os alunos da sala de aula
e da escola.
15
SHIRER (2008): SA era a abreviado para Sturmabteilung (em alemão, "Destacamento
Tempestade") usualmente traduzida como "Tropas de Assalto" ou "Secções de Assalto",
foi a milícia paramilitar durante o período em que o Nazismo exercia o poder na
Alemanha. Seu líder era Ernst Röhm,
71
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
72
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
73
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
RELATO DE ENSINO
Neste registro, em apertada síntese, tenho por objetivo relatar, de forma reflexiva, a
compreensão dos aspectos da avaliação e dos métodos ativos, ensinados e utilizados no
curso de Formação de Formadores – FOFO, da Escola Nacional de Formação e
Aperfeiçoamento de Magistrados – ENFAM, realizado no período de 21 a 25 de agosto de
2018, curso aplicado na Escola de Magistratura do Estado do Pará.
Inicialmente tive, juntamente com todos os integrantes da turma o imenso e
inesquecível prazer de conhecer os Formadores que se propuseram a formar os futuros
fomadores da ENFAM, que, pela satisfação apresentada por eles (os Formadores), acredito
que tenha sido uma experiência fantástica de “Formar Formados”. Concluo, sem
necessidade de qualquer prova que possa contrariar a minha conclusão, que os Formadores
que nos acompanharam no decurso da semana, são dotados da arte de ensinar e
compartilhar o conhecimento, sem de forma alguma afrontar o conhecimento dos
formandos.
No primeiro dia de curso, segunda-feira, dia 20 de agosto de 2018, quando ocorreu o
primeiro encontro, além de termos nos apresentado uns aos outros, o que fora feito de
forma muito inteligente pois cada um de nós apresentou o outro e ainda tornou-se, deste
outro, um responsável, denominado „anjo‟.
Cada um expôs ao grupo um tanto de sua personalidade, destacando um hobby, e
falando um pouco de sí aos demais. Após isto os Formadores apresentaram para nós o que é
FOFO, e nos fez refletir sobre o porque estávamos nós ali na Escola Superior da
Magistratura do Pará, vivendo este aprendizado. Foram ditas as razões da existência do
FOFO e feitos alguns relatos do sua história. O objetivo do FOFO e sua história de criação
deixou claro para nós, que é fazer com que nossas competências e habilidades sejam
renovadas e agregadas ao Corpo Judiciário, de forma a assegurar à comunidade jurídica que
74
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
“Quem deseja fazer pesquisa em educação deve sair da esfera da opinião e entrar no campo
do conhecimento". Bernard Charlot
76
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
77
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Ao final da aula eu fiz uma reflexão, sobre a prática e condutas de alguns professores na
instituição, onde estou como coordenadora científica, e essa reflexão, me fez levar a proposta de
assegurar aos alunos na disciplina de trabalho de conclusão de curso TCC I, a possibilidade de que o
aluno possa ter garantido o direito a uma terceira nota, denominada NEF, toda vez que ele na sua
segunda nota parcial, denominada 2ª NPC, demonstre que houve um potencial de aprendizado que
pode superar a deficiência apresentada na nota da 1ª NPC. Se o aluno evoluiu na segunda nota, nada
mais justo que ele tenha a chance e a possibilidade de recuperar a primeira nota, pois o seu
78
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
conhecimento não é mais aquele que lhe permitiu uma nota baixa. Foi aceita a minha proposta na
instituição e hoje o regulamento do TCC prevê que para a disciplina de TCC I, é possível ao aluno ter
a terceira avaliação, NEF.
Em todos os dias que seguimos no curso, os nossos Formadores prenderam a nossa
atenção das mais diversas formas e sempre nos levando a reflexão profunda sobre as
técnicas da apredizagem ativa. Analisamos as diversas tendências e escolas que se destacaram
na construção do conhecimento, e sobretudo observamos que o aprendizado para que
ocorra de forma saudável o Formador deve estabelecer modelos de relações interpessoais
entre ele e o aluno, baseadas na segurança psicológica, privilegiando o ensinamento à lógica
de quem está aprendendo. Deve o Formador, deixar fora da sala a postura do autoritarismo
e adotar a postura da autoridade, pois para que o aprendizado ocorra, se faz necessário que o
aluno esteja de corpo e alma na sala, sem medo de ser reprimido.
Para que pudéssemos formar nossas opiniões sobre as escolas, foram formados grupos que
analisaram as escolas Progressista, a Libertadora, a Libertária, e a Crítico-Social dos Conteúdos. Minha
equipe tratou de compreender e explicar a escola Libertária, que propõe a progressão e a
transformação em substituição ao método dogmático e autoritário, trazendo um cenário de liberdade
aos personagens do ensino, e sua base pressupõe autogestão e repressão ao autoritarismo, tendo como
técnica de ensino a vivência grupal, as reuniões e assembleias. Nesta escola o aluno é estimulado à
pesquisa. Concluímos que toda escola deve ser uma produtora do conhecimento, e isso significa que é
dever das escolas, além do ensino, a promoção da pesquisa. Cada grupo assistiu e foi assistido.
79
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
80
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Professor não é o que ensina, mas o que desperta no aluno a vontade de aprender”. Jean
Piaget
81
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando,
refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.” Paulo Freire
Por fim, estes breves relatos não esgotam a produtividade da semana de FOFO,
porém retratam, de alguma forma, o enriquecimento de informações que acumulamos. A
minha participação me permitiu observar, entender e sentir o desejo de aplicar os métodos a
quando das minhas atividades de docência. As discussões e debates nos grupos contribuíram
de forma significativa para minha formação, bem como para me tornar uma profissional
mais segura e apta a tecer críticas aos velhos métodos de ensino, que certamente tornaram-
se obsoletos para a atual conjuntura mundial. Não tenho dúvidas de que o profissional do
ensino deve buscar o aperfeiçoamento diário de suas atividades e encontrar coragem para
adotar novas posturas e ousar experimentar e vivenciar novas práticas.
O papel do professor na construção do conhecimento dos seus ensinados deve ser
revisto, não tenho dúvidas. Eu não tenho compromisso com o erro, logo, não me permito
mudar qualquer atitude e posicionamento, do qualesteja eu convicta tratar-se de erro ou
equívoco. O FOFO me fez crescer como docente, como formadora e como pessoa, razão
pela qual, levarei às salas todo esse conhecimento que deve ser compartilhado. Afinal, o
conhecimento é condomínio público e deve ser democratizado, afinal “Educar é impregnar
de sentido o que fazemos a cada instante.” (Paulo Freire).
82
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
A minha experiência no FOFO foi fantástica. Agradeço aos nossos Formadores pela
semana da formação e por me presentear com conhecimento que irei disseminar. Agradeço
aos colegas FOFISTAS pela integração, humildade e troca de conhecimentos. Não por último,
mas agora, agradeço, na pessoa do Desembargador Constantino Guerreiro, toda a Equipe que
compõe a Escola Superior da Magistratura, por ter me dado a oportunidade de participação no
curso. Foi meu melhor presente.
As fotos, autorizadas a publicação pela equipe, através do aplicativo do whatsApp, tem
o condão de mostrar a harmonização que foi construída entre os integrantes do FOFO de
Belém do Pará. Tivemos uma formação que foi além da pedagógica, pois alcançou o
compartilhamento de princípios que retratam a humildade, a atenção a dignidade da pessoa
humana e a necessidade de humanização nas relações interpessoais, sejam elas de qualquer
natureza, mas em especial as relações decorrente do labor coletivo.
83
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
84
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Dossiê arte
Ruína...escrita do lugar-corpo-cidade
85
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Os seios que saciam são os mesmos que angustiam, que se esvaem numa
perpendicularidade desconhecida, como as sombras da caverna de Platão, as taças
dionisíacas de prazer e angústia ou, quem sabe, o inferno de Dante…
Vivemos tempos de saturação, em que valemos pela produção capital. E
inertes, nos movimentamos! Eis a nossa máxima contradição: se não temos tempo de
nos vermos, de olharmos aquilo em que nos tornamos, quiçá ver o outro que nos
transita! Somente produzimos porque assim somos vistos…
Por isso há certa beleza e poesia nas ruínas: porque são capazes de nos
paralisar diante do infinito. De nos fazer ver as camadas que encobrem o “matérico” de
que somos feitos. De, enfim, desnudar as camadas de tudo o que nos acossa a alma!
“Tudo que pensa passa. Permanece
a alvenaria do mundo, o que pesa.
O mais é enchimento, e se consome.
As tais Formas eternas, as Ideias,
e a mente que as inventa, acabam em pó,
e delas ficam, quando muito, os nomes.
Muita louça ainda resta de Pompeia,
mas lábios que a tocaram, nem um só.”
(Paulo Henriques Brito)
86
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Obra:
Ruína...escrita
do lugar-corpo-
cidade
Artísta: Sanchris
Santos
Obra/Técnica: 3
de
Fotomontagem/I
nstalação
Dimensão: 1.20
m X 60 cm (de
cada uma)
Ano: 2018
87
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
88
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
89
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
90
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
91
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
OBRA: Olhar
e ser visto
ARTISTA
PLÁSTICA:
Sônia Garcia
TÉCNICA:
Estêncil
92
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
93
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
94
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
Os poemas “Estrangeirossomos
estrangeirososamo”; “estranhapalavra
estranhaslínguas”; “estranhaterra estranhosmapas”
impressos numa textura de um passaporte são três
poemas que fazem parte dessa poética da palavra.
Parece pleonasmo um poema falar da palavra, mas
é isso, uma palavra que implica numa reflexão
sobre a palavra. É uma ação metalinguística.
Os três poemas abrem uma reflexão sobre
tudo aquilo que não se sabe, que se desconhece
em si mesmo, no outro, na língua, nas palavras e o
desconhecido pelo caminho nos mapas, nas
coisas.
Costumamos chamar de "estranho" tudo
aquilo se desacomoda de nossa maçante rotina. O
que pode então atravessar de modo estranho
nossa linguagem cotidiana? nossas imagens
urbanas?
O termo “Estranho” vem da palavra
latina extraneum, adjetivo que tem por base a
palavra extra (fora) - por sua derivada da
preposição ex (para fora). Portanto, em latim se
95
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
96
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
97
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
98
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
99
REVISTA LITERÁRIA TALARES
V.5, N 5 Novembro 2018
NUPEX: Núcleo de Pesquisa
Ensino e Extensão /ESMAC
ISSN: 2358-7741 - Ananindeua/ESMAC
100