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Manual Técnico

Têxtil e Vestuário

#01
fibras têxteis
Presidente
Paulo Skaf

Diretor Regional
Walter Vicioni Gonçalves

Diretor Técnico
Ricardo Figueiredo Terra

Gerente Regional
Adelmo Belizário

Projeto desenvolvido por


Escola SENAI “Francisco Matarazzo”
http://www.sp.senai.br/textil

Diretor
Marcelo Costa

Conteúdo técnico
Marcelo Miúra
Sandra Paola Vilches Munoz

Revisão
Paulo Sérgio Salvi
Leandro Augusto Cepeda

Projeto gráfico e diagramação


Marilia Freitas Firmino

Capa
Andressa Campideli
manual técnico
Têxtil e Vestuário
O conhecimento na área têxtil é de
fundamental importância para os profissionais
que fazem parte da indústria da moda, tanto no
entendimento de conceitos como dos próprios
materiais têxteis. Para melhores escolhas de
compra ou novos desenvolvimentos, a informação
e a formação são primordiais.
Pensando nisto, a partir da edição do SENAI
MIX DESIGN Outono/Inverno 2015, são apresen-
tados manuais técnicos, desenvolvidos por profis-
sionais da Escola SENAI Francisco Matarazzo, que
complementam o caderno do setor de Vestuário
e propõem uma melhor compreensão das etapas
da cadeia têxtil e do vestuário. O primeiro manual
aborda as Fibras Têxteis.
Estrutura da cadeia produtiva e de distribuição têxtil e confecção

Eletricidade e Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana

Transporte, Armazenamento e Correios

* Máquinas e equipamentos

Naturais
Fibras vegetais e pelos

Malharia
Tecidos de malha

* Fibras e Fiação Beneficiamento


filamentos Fios fiados com fibras

Tecelagem
Tecidos planos
Químicas
Fibras/filamentos
artificiais e sintéticos

*Insumos químicos

Serviços Prestados às Empresas

Intermediação Financeira e Seguros


*Segmento de fornecedores
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Desenvolvido pela ABIT - Associação Brasileira da Indústrial Têxtil e de Confecção

Centros de pesquisa e desenvolvimento

Exportação

Linha lar
Cama, mesa e banho

on
Vendas físico

sumidores
Confecção Vestuário
Tecidos planos e malhas Roupas e acessórios

Vendas por catálogo

Técnicos
Aviamentos Sacaria, encerados, fraldas,
Fitas, zíperes, linhas de correias, automotivos, etc.
costura, etiquetas, etc. Vendas eletrônicas

Escolas técnicas e universidades

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4 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário
Fibras têxteis
Entende-se por fibra têxtil, ou filamen-
to têxtil, toda matéria natural, de origem vegetal,
animal ou mineral, assim como toda matéria ar-
tificial ou sintética, que, por sua alta relação entre
seu comprimento e seu diâmetro e ainda por suas
características de flexibilidade, suavidade, elastici-
dade, resistência, tenacidade e finura, está apta às
aplicações têxteis. (Fonte: Resolução CONMETRO 02/2008)
Em outras palavras, fibra têxtil é a maté-
ria-prima fundamental para a produção de artigos
têxteis, como fios, tecidos, nãotecidos*. Elas são
obtidas de diversas fontes, naturais ou químicas,
e esse critério é comumente utilizado para sua
classificação.

* Segundo a ABNT NBR 13370:2002 o termo “nãotecido” se escreve junto e sem hífen.

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Classificação
das fibras têxteis
As fibras têxteis podem ser
Natural
classificadas segundo a origem; des-
sa forma, estão divididas em dois
grandes grupos:

Fibra têxtil natural: obtida e for- Fibra Têxtil


necida ao ser humano pela natureza
sob uma forma que as torna aptas
para o processamento têxtil. Pode
ser de origem animal, mineral ou ve-
getal.

Fibra têxtil química: produzida por


processos industriais através de ar-
tifícios ou sínteses químicas. Conhe-
cida também como fibra não natural
ou fibra manufaturada.
Químicas
A seguir, observa-se esses
grupos e suas subdivisões:

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Pelo Fibra têxtil animal: também
conhecidas como protéicas, são
Animal
provenientes da tosquia de pe-
Secreção los ou da secreção de insetos.
Exemplos: lã, cashmere, seda,
lhama.
Mineral Rocha
Fibra têxtil mineral: essas fi-
bras provêm de rochas com es-
truturas fibrosas e são constituí-
Semente das essencialmente por silicatos.
Exemplo: amianto.

Folha Fibra têxtil vegetal: também


conhecidas como celulósicas
Vegetal
naturais, são extraídas de se-
Caule mentes, folhas, caules (líber) ou
frutos. Exemplos: algodão, linho,
juta, rami.
Fruto
Fibra têxtil artificial: são pro-
duzidas pelo ser humano, porém,
utilizando como matéria-prima
Orgânica polímeros naturais orgânicos ou
Artificial inorgânicos. Exemplos: acetato,
viscose, vidro, liocel, modal.
Inorgânica
Fibra têxtil sintética: são pro-
duzidas pelo ser humano usan-
Policondensação do como matéria-prima produ-
tos da indústria petroquímica.
Sintética Exemplos: poliéster, poliamida,
Poliadição acrílico, elastano.

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Formas de apresentação
A matéria pode se apresentar químicas descontínuas são frisadas.
em forma de fibra ou filamento. Já os filamentos têm compri-
A fibra descontínua é o seg- mento dito ilimitado, por compreen-
mento em forma linear de compri- derem comprimentos medidos em
mento definido. Geralmente, por uma quilômetros. Esses fios podem apre-
questão de simplificação, é chamada sentar-se de diversas formas: lisos
simplesmente de fibra, ou, quando (com ou sem torção), texturizados
relacionada a algum processo de cor- (com ou sem pontos de entrelaça-
te, de fibra cortada. Todas as fibras mento).

Tabela 1: Formas de apresentação e características das fibras

FORMAS DE
ORIGEM CARACTERÍSTICAS
APRESENTAÇÃO

Curtas: de 20 a 42 mm de comprimento.
Exemplo: algodão.
Fibras descontínuas
Longas: de 60 a 150 mm de comprimento.
Naturais
Exemplo: lã.
Filamentos: de no mínimo 1000m de compri-
Filamentos
mento. Exemplo: seda
Curtas: de 20 a 42 mm de comprimento.
Exemplo: poliéster.
Fibras frisadas
Longas: de 60 a 150 mm de comprimento.
Exemplo: acrílico.

Químicas Monofilamento: Filamento único. Exemplo:


linha de pesca.

Filamentos Fios de multifilamentos: formados a partir


da justaposição de filamentos finos que
juntos formam um único fio. Exemplo: fios de
microfibra.

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Microfibras
As microfibras são fios sinté- e com diâmetros de 10 a 12 mícron.
ticos compostos por multifilamentos Para efeito de comparação: a lã mais
a partir de filamentos individuais ul- fina tem 17 mícron; o algodão mais
trafinos. fino tem 13 mícron; e a seda mais fina
A titulação individual de cada tem 12 mícron.
filamento é expressa pelo sistema di- O fato dos filamentos serem
reto de titulação, através do título em mais finos confere ao tecido produ-
dtex (relação do peso, em gramas, zido uma elevada capacidade de ab-
para cada 10.000 metros de fio). sorção, de modo que os produtos fei-
Encaixam-se na definição de tos a partir deste material apresen-
microfibras, os fios sintéticos com- tam maior capacidade de secagem,
postos por filamentos de título indi- limpeza, etc.; aumentando assim a
vidual igual ou inferior a 1 dtex para o sensação de conforto por parte do
poliéster; e 1,2 dtex para a poliamida, usuário.

Identificação de fibras
A fiscalização dos produtos laboratório com equipamentos e re-
têxteis é bem conhecida no setor agentes apropriados.
têxtil brasileiro, e uma das obriga- Há muitos métodos para
toriedades é a indicação da compo- identificação de fibras. As circuns-
sição têxtil (nome das fibras têxteis tâncias implicam qual ou quais são
ou filamentos têxteis e seu conteúdo os mais indicados. São eles:
expresso em porcentagem). • comportamento ao calor e à
No entanto, a identificação chama;
das fibras que compõem um artigo • morfologia (microscopia ótica);
têxtil é um trabalho minucioso que • solubilidade de fibras;
requer conhecimento técnico e um • ponto de fusão.

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Comportamento ao calor e à chama
O método mais conhecido é aproximar-se, sem contato direto, de
o comportamento ao calor e à cha- uma pequena chama (eventualmen-
ma devido a sua simplicidade, mas é te com o auxílio de um prendedor).
preciso ter cautela, pois muitos fato- 2. Comportamento à chama: Ob-
res podem levar a erros. O compor- servar o comportamento do pavio
tamento ao calor e à chama sozinho em contato direto com a chama.
é inconclusivo, e exige a comple- 3. Comportamento fora da chama:
mentação com outros métodos. Observar o comportamento do pa-
Esse método é dividido em vio logo após retirá-lo da chama.
cinco etapas, e em todas elas é ne- 4. Características dos odores: Chei-
cessário observar o comportamento rar os vapores produzidos imedia-
de uma pequena quantidade de fi- tamente após apagar a chama do
bras em forma de pavio e comparar pavio.
com a tabela 2. 5. Características dos resíduos: In-
1. Comportamento ao calor: Obser- terromper a combustão e avaliar o
var o comportamento do pavio ao aspecto dos resíduos.

Tabela 2: Comportamento ao calor e à chama e características dos odores e das cinzas

COMPORTAMENTO CARACTERÍSTICAS
FIBRAS
AO CALOR À CHAMA FORA DA CHAMA DOS ODORES DAS CINZAS

Continuam a queimar
Acetato Fundem Queimam com fusão Vinagre
com fusão

Continuam a queimar Pérolas duras


Acrílica Fundem Queimam com fusão Peixe podre
com fusão e escuras
Não queimam nem
Amianto Não fundem
fundem
Continuam a queimar
Borracha Fundem Queimam com fusão
com fusão
Celulósica Continuam a queimar Papel Friáveis e sem
Não fundem Queimam sem fusão
natural sem fusão queimado pérolas

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Tabela 2 (continuação)

COMPORTAMENTO CARACTERÍSTICAS
FIBRAS
AO CALOR À CHAMA FORA DA CHAMA DOS ODORES DAS CINZAS
Celulósica Continuam a queimar Papel Friáveis e sem
Não fundem Queimam sem fusão
regenerada sem fusão queimado pérolas
Continuam a queimar
Elastano Fundem Queimam com fusão
com fusão
Não queimam nem
Flúor Retraem
fundem
Não queimam mas
Metálicas Não fundem
fundem
Queimam vagarosa- Pérolas duras
Modacrílica Fundem Extinguem-se
mente com fusão e escuras
Continuam a queimar
Multipolímeros Fundem Queimam com fusão
com fusão
Poli (cloreto de Continuam a queimar
Fundem Queimam com fusão
vinila) com fusão
Poli (cloreto de Continuam a queimar
Fundem Queimam com fusão
vinilideno) com fusão
Retraem e Queimam vagarosa- Pérolas duras
Poliamidas Extinguem-se Salsa verde
fundem mente com fusão e claras
Retraem e Queimam vagarosa- Leite Pérolas duras
Poliéster Extinguem-se
fundem mente com fusão queimado e escuras
Retraem e Continuam a queimar Pérolas duras
Polietileno Queimam com fusão Parafina
fundem com fusão e escuras
Retraem e Continuam a queimar Pérolas duras
Polipropileno Queimam com fusão Parafina
fundem com fusão e escuras
Continuam a queimar Friáveis e sem
Poliuretana Fundem Queimam com fusão
com fusão pérolas
Queimam muito Pérolas
Queimam vagarosa- Pelo
Protéicas Retraem vagarosamente ou friáveis e
mente com fusão queimado
extinguem-se escuras
Continuam a queimar
Triacetato Fundem Queimam com fusão Vinagre
com fusão
Não queimam mas
Vidro Não fundem
fundem

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Morfologia
Nesse processo de identificação analisam-se as carac-
terísticas morfológicas das fibras, tanto do sentido longitudinal
como da seção transversal. A seguir, são apresentados alguns
exemplos:

Fibras naturais animais

Lã Cashmere Seda cultivada Seda silvestre (Tussah)

Fibras naturais vegetais

Algodão Linho Juta Rami

Fibras artificiais

Viscose Modal Acetato Liocel

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Fibras manufaturadas de polímeros sintéticos

Acrílico Aramida Elastano Poliamida

Poliéster Polipropileno

Entretanto, fibras de diferentes naturezas podem apre-


sentar o mesmo aspecto longitudinal e transversal, especial-
mente as sintéticas.

Solubilidade de fibras
Esse procedimento analisa as reações entre os grupos
de fibras com reagentes e solventes.

Ponto de fusão
Esse procedimento analisa as reações dos grupos de
fibras, principalmente as fibras químicas, em temperaturas
controladas buscando o ponto de fusão; portanto, deve ser
determinado em aparelhos cujo meio de transmissão de calor
seja um bloco metálico e com temperatura controlada.

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FIBRAS NATURAIS DE ORIGEM VEGETAL

SÍMBOLO NOME CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTO TÉRMICO

Fibra procedente das sementes • Temperatura de decomposição: 1800 C;


CO ALGODÃO
do algodoeiro. (Gossypium) • Temperatura para passar a ferro: 2200 C.

Fibra procedente do talo do • Temperatura de decomposição: 1600 C;


CL LINHO
linho (Linum usitatissimum) • Temperatura para passar a ferro: 2300 C.

FIBRAS NATURAIS DE ORIGEM ANIMAL


SÍMBOLO NOME CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTO TÉRMICO

Fibra obtida da lã da ovelha • Temperatura de decomposição: 1350 C;


WO LÃ
(Ovies aries) • Temperatura para passar a ferro: 1500 C.

Fibra procedente • Temperatura de decomposição: 1500 C;


S SEDA exclusivamente de casulos dos
insetos sericígenos. • Temperatura para passar a ferro: 1450 C.

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Quadro Geral das Fibras Têxteis (parte 1)
COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO A DIVERSOS AGENTES APLICAÇÕES

Ao calor Boa resistência. Amarela após 5 horas a 1200 C.


Á luz solar Boa resistência.
Decompoem-se em ácidos concentrados a frio e a
Aos ácidos • Confecção;
quente.
• Tecido para uso doméstico;
Intumesce em soda caústica acima de 180 Bé • Tecidos industriais.
Aos álcalis
(mercerização), com aumento de brilho e resistência.
Aos solventes orgânicos Resistente.
Ao mofo Não é resistente.
Ao calor Similar ao algodão.
Á luz solar Similar ao algodão.
• Confecção;
Aos ácidos Similar ao algodão. • Cortinas;
Aos álcalis Similar ao algodão. • Rouparia doméstica;
• Lenços.
Aos solventes orgânicos Similar ao algodão.
Ao mofo Similar ao algodão.

COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO A DIVERSOS AGENTES APLICAÇÕES


Ao calor Torna-se áspera a 100 C.
0

Á luz solar Boa resistência. Pode afetar o tingimento.


Decompõem-se com ácido sulfúrico a quente. Boa • Vestuário;
Aos ácidos resistência aos demais ácidos. • Mantas, feltros;
Decompõem-se com álcalis fortes; atacada álcalis • Tapetes e carpetes;
Aos álcalis fracos. • Tecidos industriais.
Aos solventes orgânicos Resistente.
Ao mofo Não é resistente.
Ao calor
Á luz solar Amarelece e perde rapidamente a resistência.
Aos ácidos Menos resistente aos ácidos do que a lã. • Confecção;
• Tapeçaria;
Aos álcalis Mais resistente aos álcalis do que a lã. • Artigos de luxo.
Aos solventes orgânicos
Ao mofo

Manual Técnico • Fibras Têxteis 15


FIBRAS ARTIFICIAIS CELULÓSICAS
SÍMBOLO NOME CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTO TÉRMICO

Fibra de celulose regenerada


obtida pelo processo de xantato • Temperatura de decomposição: 1750 C;
CV VISCOSE
e apresentada em forma de • Temperatura para passar a ferro: 1850 C.
filamento ou de floco.

Fibra de acetato de celulose com • Temperatura de amolecimento: 1750 C;


número de grupos hidróxilos
CA ACETATO • Temperatura de fusão: 230 a 2600 C;
acetilados compreendidos entre
74 e 92%. • Temperatura para passar a ferro: 135 a 1750 C.

• Temperatura de amolecimento: 2450 C;


Fibra de acetato de celulose com
CT TRIACETATO no mínimo de 92% dos grupos • Temperatura de fusão: 2950 C;
hidróxilos acetilados.
• Temperatura para passar a ferro: 210 a 2200 C.

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Quadro Geral das Fibras Têxteis (parte 2)

COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO A DIVERSOS AGENTES APLICAÇÕES


Ao calor Não funde. Decompõem-se entre 180 e 2050 C.
Á luz solar Boa resistência.
Decompõe-se com ácidos condentrados a frio, ou • Lingeries e vestuários;
Aos ácidos diluídos a quente. • Tapeçarias e tapetes;
Boa resistência a álcalis fracos a frio. Perde resistência • Forração, nãotecidos.
Aos álcalis com álcalis fortes concentrados.
Aos solventes orgânicos Resistente.
Ao mofo Boa resistência.
Ao calor Perde resistência mecânica entre 90 e 1070 C.
Á luz solar Boa resistência.
• Vestidos, blusas, gravatas;
Decompõem-se em ácidos fortes; é solúvel em ácido
Aos ácidos • Rouparia, forração;
acético ou fórmico.
• Roupas esportivas;
Aos álcalis Saponifica. Álcalis fracos a frio têm pouco efeito. • Filtros para cigarros.
Solúvel em acetona. Incha ou dissolve em vários
Aos solventes orgânicos solventes orgânicos.
Ao mofo Boa resistência.
Ao calor Amolece entre 180 e 1900 C. Funde a 2950 C.
Á luz solar Boa resistência.
• Vestidos, blusas, gravatas;
Decompôem-se em ácidos fortes; é solúvel em ácido
Aos ácidos • Vestuário;
acético ou fórmico.
• Lingirie e lenço;
Mais resistente que o acetato. Pouco efeito até pH 9,8 • Roupas esportivas.
Aos álcalis e 980 C.
Aos solventes orgânicos Intumesce em tricloroetileno.
Ao mofo Excelente resistência.

Manual Técnico • Fibras Têxteis 17


FIBRAS SINTÉTICAS
SÍMBOLO NOME CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTO TÉRMICO

• Temperatura de amolecimento:
PA 6 2000 C e PA 6.6 2300 C;
Fibra formada por
macromoléculas lineares cuja • Temperatura de fusão:
PA POLIAMIDA
cadeia apresenta uma repetição PA 6 215 a 2200 C e PA 6.6 250 a 2540 C;
do grupo funcional amida.
• Temperatura para passar a ferro:
PA 6 1550 C e PA 6.6 1800 C.

Fibra formada por


macromoléculas lineares cuja • Temperatura de amolecimento: 2300 C;
cadeia é constituída por no
PES POLIÉSTER • Temperatura de fusão: 250 a 2600 C;
mínimo 85% de sua massa
de éster de um diol e ácido • Temperatura para passar a ferro: 165 a 1800 C.
tereftálico.

Fibra formada por


macromoléculas lineares, • Temperatura de decomposição: 2350 C;
PAC ACRÍLICO cuja cadeia é constituída por
no mínimo 85% em massa, • Temperatura para passar a ferro: 1700 C.
correspondente ao acrilonitrilo.

Fibra formada por


macromoléculas lineares
saturadas de hidrocarbonetos • Temperatura de amolecimento: 120 a 1400 C;
alifáticos, nos quais um
PP POLIPROPILENO • Temperatura de fusão: 160 a 1770 C;
carbono a cada dois leva uma
ramificação metil, na disposição • Temperatura para passar a ferro: 70 a 1000 C.
polimérica e sem outra
substituição.

18 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário


Quadro Geral das Fibras Têxteis (parte 3)
COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO A DIVERSOS AGENTES APLICAÇÕES
PA 6 - Funde entre 215 e 2200 C. PA 6.6 - Amolece a
Ao calor • Meias masculinas e
2100 C. Funde entre 250 e 2550 C.
femininas;
Á luz solar Baixa resistência. • Artigos esportivos e de
praia;
Baixa resistência aos ácidos fracos. Decompõem-se
Aos ácidos • Lingeries, rendas;
em ácidos fortes.
• Roupas esportivas;
Aos álcalis Boa resistência. • Tapeçaria e carpetes;
• Revestimento para
Resistente em alguns solventes, mas solúvel em indústria automobilística;
Aos solventes orgânicos compostos fenólicos. • Fibra de reforço em mescla,
Ao mofo Excelente resistência. com lã e fibras acrílicas.

Amolece a 2050 C; em tecidos com microfibra amolece • Malhas, vestuários, só em


Ao calor à temperatura mais baixa. misturas com outras fibras;
Á luz solar Boa resistência. • Tecidos finos para
gravatas, lençóis e tecidos
Aos ácidos Resistente a maioria dos ácidos minerais. para forros;
Boa resistência a frio. À ebulição se desistegra • Cortinas tapeçaria e
Aos álcalis decoração;
lentamente com álcalis fortes.
• Enchimento para
Geralmente não é afetado. É solúvel em alguns almofadas, colchas e sacos
Aos solventes orgânicos compostos fenólicos.
de dormir
• Aplicações industriais e
Ao mofo Excelente resistência. pneumáticos.
Ao calor Amolece entre 210 e 2300 C. Não funde, carboniza. • Vestuários de malha,
tecidos finos para gravatas,
Á luz solar Ótima resistência.
lençóis;
Aos ácidos Resistente à maioria dos ácidos. • Tecidos para forros,
Resistente a álcalis fracos. Destruído por álcalis fortes cortinas, tapeçaria, toalha de
Aos álcalis mesa, mantas e tapetes;
à ebulição.
• Veludos, tecidos de pêlo,
Aos solventes orgânicos Os solventes comuns não o afetam.
tecidos industriais, filtração;
Ao mofo Excelente resistência. • Tecidos de fibrocimento.

Amolece a partir de 1200 C. Começa a encolher à


Ao calor temperatura inferior. • Cordas, redes;
Á luz solar Baixa resistência. • Base para tapetes;
• Tapetes e carpetes;
Aos ácidos Muito resistente. • Tapeçarias, fios para
Aos álcalis Muito resistente. costura, bolsas de rede para
lavanderias.
Aos solventes orgânicos Solúvel em hidrocarbonetos a quente.
Ao mofo Excelente resistência.

Manual Técnico • Fibras Têxteis 19


Referências
ANDRADE FILHO, José Ferreira de; SANTOS, Laércio Frazão dos.
Introdução à tecnologia têxtil. Rio de Janeiro: SENAI/CETIQT, 1987. v. 3.

ARAÚJO, MÁRIO de; MELO E CASTRO, E. M. de. Manual de engenharia


têxtil. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984. 2 v.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. MB 461: conteúdo


não fibroso de materiais têxteis: método de ensaio. Rio de Janeiro, 1970.

CONMETRO - Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade


Industrial. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Resolução nº 02 de 6 de maio de 2008. Regulamento Técnico Mercosul
Etiquetagem de Produtos Têxteis.

ERHARDT, THEODOR et al. Curso técnico têxtil: física e química aplicada,


fibras têxteis, tecnologia. São Paulo: E.P.U, 1975. 3 v.

GRIDI-PAPP, IMRE LALOS et al. Manual do produtor de algodão. São Paulo:


Bolsa de Mercadorias & Futuros, 1992. 158 p.

GUILLÉN, JOAQUIM GACÉN. Fibras de poliéster. 2 ed. Terrassa, Espanha:


Universitat Politécnica de Catalunya, 1991. 331 p.

______. Fibras textiles: propriedades y descripción. Terrassa, Espanha:


Universitat Politécnica de Catalunya, 1991. 280 p.

______. Fibras químicas: polipropileno, ignifugas, termorresistentes, alto


módulo. Terrassa, Espanha: Universitat Politécnica de Catalunya, 1990.
468 p.

MALUF, Eraldo; KOLBE, Wolfgang. Manual: dados técnicos para a indústria


têxtil. 2. ed. São Paulo: IPT/ABIT, 2003. 336 p. il.

MONCRIEFF, R. W. Man made fibres. London: Newnes-Butterworths, 1975.


1094 p.

20 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário


Manual Técnico • Fibras Têxteis 21
Escola SENAI “Francisco Matarazzo”
Faculdade de Tecnologia SENAI “Antoine Skaf”
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