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FEDERAÇÃO DAS INDUSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS

Sandro Mabel
Presidente

DIRETORIA SENAI

Paulo Vargas
Diretor Regional do SENAI

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA SESI SENAI GO

Claudemir José Bonatto


Diretor de Educação e Tecnologia

Weysller Matuzinhos de Moura


Gerente de Educação Profissional

Osvair Almeida Matos


Gestor do Núcleo Integrado de Educação a Distância

Paulo de Sá Filho
Coordenador do Núcleo Integrado de Educação a Distância
SÉRIE VESTUÁRIO

INSTRUMENTOS
PARA MODELAGEM
E SUAS FUNÇÕES
2021.SENAI - Departamento Nacional

2021.SENAI - Departamento Regional de Goiás

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia
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Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do


SENAI de Goiás.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica - UNIEP

SENAI Departamento Regional de Goiás


Núcleo Integrado de Educação a Distância - NIEaD

SENAI Sede
Serviço Nacional de Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Aprendizagem Industrial Departamento Nacional
Departamento Nacional
Lista de ilustrações

FIGURA 1 - MODELAGEM BIDIMENSIONAL OU PLANA....................................................................19

FIGURA 2 - DESENVOLVIMENTO DE MODELAGEM.............................................................................20

FIGURA 3 - MODELAGEM TRIDIMENSIONAL.........................................................................................20

FIGURA 4 - CORTE DA PEÇA PILOTO.........................................................................................................23

FIGURA 5 - PROTÓTIPO..................................................................................................................................25

FIGURA 6 - CORTE.............................................................................................................................................29

FIGURA 7 - PRODUÇÃO..................................................................................................................................30

FIGURA 8 - REVISÃO........................................................................................................................................30

FIGURA 9 - PASSADORIA...............................................................................................................................31
Sumário

1.1 APRESENTAÇÃO........................................................................................................................................11

2.1  EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO........................................................................................................13

3.1  DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO.................................................................................................15

4.1  FICHA TÉCNICA.........................................................................................................................................17

5.1 MODELAGEM ............................................................................................................................................19

5.1.1  A MODELAGEM BIDIMENSIONAL OU PLANA ...........................................................19


5.1.2  MODELAGEM TRIDIMENSIONAL (MOULAGE OU DRAPPING) ............................20

6.1  CORTE DA PEÇA PILOTO........................................................................................................................23

7.1 PROTÓTIPO.................................................................................................................................................25

8.1 APROVAÇÃO..............................................................................................................................................27

9.1  LIBERAÇÃO PARA PRODUÇÃO...........................................................................................................29


Apresentação

1.1 APRESENTAÇÃO

Para entender o processo de desenvolvimento do produto é necessário antes conhecer as


etapas que consistem.
A cadeia de produção do vestuário possui várias etapas e não segue especificamente sem-
pre a mesma ordem. Cada empresa adequa os processos de acordo com o tipo de produto a
produzir e com a disposição de espaço e de arsenal industrial para a produção. É importante
considerar que as empresas de confecção e vestuário possuem características muito distintas
umas das outras, não sendo possível estabelecer um padrão que apresente como são os atu-
ais processos. Porém, é possível elencar atividades que fazem parte do processo industrial do
vestuário independentemente do tipo de produto, da capacidade produtiva de cada empresa
e da disponibilidade de recursos tecnológicos.
O processo produtivo para confecções é uma sequência operacional que inicia no planeja-
mento da coleção e desenvolvimento do produto, passando por toda a produção até a expe-
dição.
Etapas que fazem parte do processo produtivo:

Planejamento da coleção Corte Embalagem

Planejamento do processo
Preparação para costura Estoque de produtos
produtivo

Estoque de materiais Costura Expedição

Risco Limpeza da peça Cliente

Enfesto Passadoria

Fonte: Fonte: BIERMANN, 2007


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O planejamento de coleção engloba toda a parte das pesquisas de moda e mercado, criação e desen-
volvimento de produtos considerando o mercado de atuação e a capacidade produtiva da empresa, os
aspectos estéticos da coleção, o público alvo, a funcionalidade do produto, a viabilidade técnica e econô-
mica, a modelagem e a fabricação da peça piloto.
Equipe de desenvolvimento

2.1 EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO

A equipe de desenvolvimento é responsável por entender o que a empresa pretende, ou


seja, deve compreender a identidade da empresa, qual é o tipo de produto que deve receber
seu nome, e principalmente, quem é seu público alvo, seus interesses, as expectativas e as
necessidades dos possíveis clientes. Após filtrar todas as ideias e interesses, a equipe deve
transformar tais informações em ideias para novos produtos que representará a empresa. Por
isso, os cuidados ao desenvolver um produto devem considerar outros aspectos, para que não
dê errado e possa acarretar prejuízo à empresa. Devem ser observados:
• Utilidade do produto: o produto precisa atender as necessidades e expectativas do clien-
te.
• Segurança do produto: o produto não pode apresentar perigo ou oferecer danos ao
cliente.
• Produto competitivo: o produto precisa se competitivo perante o mercado e os concor-
rentes.
• Produto lucrativo: o produto precisa dar lucros para a empresa.
• Adaptabilidade ao meio ambiente: o produto deve ter uma adaptabilidade ao meio am-
biente na questão de compras de matérias-primas e também em relação ao descarte.
A equipe é responsável por gerenciar todo o projeto de desenvolvimento do produto, con-
trolando custos, prazos e atividades, sendo assim responsáveis pela apresentação dos resulta-
dos.
O tamanho e os integrantes da equipe dependem do tamanho e das necessidades da em-
presa. Normalmente uma equipe de desenvolvimento de uma empresa de roupas de porte
médio é formada principalmente por:
• Estilista ou designer de moda
• Assistente de estilo
• Modelista
• Pilotista
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Essa seria a equipe básica, mas junto a esta equipe há o pessoal de marketing, responsável por fazer a
pesquisa de mercado; e o pessoal de suprimentos, responsável por pesquisar e calcular os custos de mate-
riais e, posteriormente, realizar as compras.
Desenvolvimento do produto

3.1 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO

O desenvolvimento de uma coleção em uma confecção deve ser realizado uma estação
antes, ou seja, no mundo da moda, o ano é dividido em roupas para outono/inverno e prima-
vera/verão. O designer de moda é o responsável pelo projeto de coleção, analisando a capaci-
dade produtiva, as coleções anteriores e o calendário de vendas e responsável também pelas
pesquisas de tendência de moda, público-alvo, tema da coleção, materiais a serem utilizados,
definição da cartela de cores, criação e desenvolvimento do produto.
O desenvolvimento do produto já projetado é dividido em etapas:
1. Seleção dos produto a serem desenvolvidos
2. Ficha técnica
3. Modelagem
4. Protótipo
5. Aprovação
A primeira etapa é a seleção dos produtos que serão desenvolvidos. Esta seleção deverá ser
feita pela equipe de desenvolvimento, considerando o conceito da coleção e os objetivos que
a marca pretende alcançar.
Após a seleção, seguiremos para a modelagem da peça.
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Ficha Técnica

4.1 FICHA TÉCNICA

A ficha técnica é um documento que contém todas as informações da peça a ser confeccio-
nada e deve acompanhar a peça piloto em seu processo de desenvolvimento do produto até
o final da produção. Ela inclui ilustrações e anotações sobre materiais utilizados, dimensões do
modelo, procedimentos de manufatura e acabamentos, enfim todo o histórico da peça.
A partir da ficha técnica, o setor de custos e o departamento comercial estipularão o preço
de venda; o setor de PCP (Planejamento e Controle de Produção) calculará os insumos neces-
sários para a fabricação conforme os pedidos e o setor de compras fará a aquisição da matéria
prima.
O preenchimento da ficha técnica, geralmente é de responsabilidade do assistente de es-
tilo, porém a responsabilidade e a supervisão cabe ao designer. Erros ou falta de informação
podem acarretar inúmeros problemas, como compra errada de insumos, falhas no cálculo do
custo, etc.
A função da ficha técnica é descrever de forma sucinta todas as partes e etapas para a cons-
trução de uma peça de roupa, utilizando nomenclaturas corretas para composição. O ideal é
que as fichas tenham também a sequência de montagem operacional, descrevendo os equi-
pamentos e maquinários usados.
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Deve conter:
• Nome da marca, referência, data, coleção,
desenho técnico, descrição, responsáveis.
• Matéria prima
• Amostras de tecidos, composição
• Gastos (quantidades e custos)
• Fornecedores
• Processos decorativos com custos ( silk,
bordado, lavanderia...)
• Combinação de cores
• Sequência operacional
• Desenho técnico
Modelagem

5.1 MODELAGEM

A modelagem é uma técnica geométrica utilizada para traçar as proporções do corpo e a in-
terpretação de modelos para a elaboração de roupas. Os moldes são desenvolvidos a partir do
desenho do estilista, obedecendo às medidas da tabela adotada pela empresa e público-alvo.
“Dentro do processo produtivo industrial de moda, a modelagem está in-
serida em duas etapas fundamentais, como o desenvolvimento do molde
e seu atendimento a medida e especificações e ainda na construção e ava-
liação da peça piloto e sua consequente grade dos moldes nos tamanhos a
serem produzidos. O estudo da modelagem desenvolveu uma observação e
compreensão de funcionamento do corpo humano, suas bases anatômicas
e biomecânicas e como se dá o cumprimento de suas funções através do
movimento de músculos e articulações.” (Http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/
wp-content/uploads/2013/10/Ana-Loide-Nienow.pdf ).

A modelagem pode ser realizada através de dois processos: a modelagem bidimensional


(plana) e a modelagem tridimensional (moulage ou drapping).

5.1.1 A MODELAGEM BIDIMENSIONAL OU PLANA

A modelagem bidimensional ou plana é feita diretamente no papel, utilizando uma tabela


de medidas e cálculos geométricos, elaborando um diagrama que usa as proporções do corpo
e suas anatomias, em duas dimensões (comprimento e largura), sendo traçado um molde bá-
sico e a partir desse básico, se faz as interpretações de modelos.
PIXABAY

Figura 1 - Modelagem Bidimensional ou Plana


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A modelagem plana também pode ser desenvolvida através de sistemas CAD/CAM. Alguns programas
permitem, além da manipulação dos moldes prontos inseridos (digitalizados), a elaboração e interpretação
de moldes na tela, através de medidas ou por movimentação dos pontos com o mouse.

Figura 2 - Desenvolvimento de modelagem

5.1.2  MODELAGEM TRIDIMENSIONAL (MOULAGE OU DRAPPING)

A modelagem tridimensional (moulage ou drapping) é o processo feito diretamente no manequim,


usando o tecido para sua elaboração. E chamado tridimensional por ter três dimensões (profundidade,
largura e comprimento). Esse método é mais característico da alta costura, mas vem sendo empregado no
desenvolvimento de peças para confecção industrial, através do uso de manequins de prova. Depois de
elaborado o modelo no manequim, este é transportado para o papel para dar continuidade no processo.

Figura 3 - Modelagem Tridimensional

O molde final, independentemente do método pelo qual foi desenvolvido, deverá receber inscrições
que o identifiquem. São elas:
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• Referência ou número do modelo;


• Nome do componente da peça (ex.: costas);
• Tamanho
• Quantidade de vezes que deve ser cortado
• Tecido em que será cortado (ex.: tweed, forro, entretela)
• Linhas de construção (sentido do fio, pences, piques)
Com o molde final pronto, procede-se ao corte e à montagem do protótipo.
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Corte da peça piloto

6.1 CORTE DA PEÇA PILOTO

Quando o modelista conclui, o molde de corte é entregue a um cortador de peça-piloto.


Nesse momento, o cortador já faz o encaixe dos moldes no tecido, calculando e anotando todo
o consuma da peça. Após o corte feito, entra em cena a costureira.

Figura 4 - Corte da Peça Piloto


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Protótipo

7.1 PROTÓTIPO

O protótipo ou peça piloto, é confeccionado por uma costureira polivalente, chamada pilo-
tista ou piloteira, capaz de discutir com o designer e o modelista as dificuldades encontradas
ao costurar a peça e propor alterações que a tornem de produção mais fácil.
A pilotista deve ser uma pessoa observadora e conhecedora de várias máquinas de costura,
técnicas e acabamentos. É papel da pilotista apontar os defeitos de modelagem que possam
comprometer a execução do modelo e alertar para o comportamento do tecido na máquina
de costura.
O protótipo deverá ser vestido em modelo com medidas correspondente à tabela dese-
jada, para avaliar caimento e conforto da peça. Algumas vezes é preciso rever o molde após
a confecção do protótipo, eliminando excessos em partes do tecido que tendem a esticar ou
franzir na máquina de costura, ou acrescentar folgas para melhorar o caimento de mangas, por
exemplo.

Figura 5 - Protótipo
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Aprovação

8.1 APROVAÇÃO

A reunião de aprovação envolve toda a equipe de estilo, diretoria e equipe de vendas para
aprovação da coleção através dos protótipos. Com a peça pronta, o designer se reúne com a
equipe e a modelo de prova, que é a pessoa que experimenta as roupas ou em manequins.
Nesta reunião, elas provarão a peça-piloto, averiguando o caimento, o tamanho e se o modelo
foi elaborado como desejado. Caso haja alguma correção, é necessário que o processo do mol-
de seja refeito, para que uma nova peça-piloto seja montado, até que atenda todas as necessi-
dades solicitadas. Somente após aprovação, os protótipos serão encaminhados par gradação e
confecção dos mostruários ou produção.
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Liberação para produção

9.1 LIBERAÇÃO PARA PRODUÇÃO

Com a peça piloto aprovada faz-se a gradação, que é o ato de ampliar e reduzir os tamanhos
sem perder a proporção do modelo. Com todas as graduações prontas, a peça é então envida-
da para a produção, que é dividida em quatro etapas principais:
• Corte: departamento onde acontece o corte das peças. Com o risco pronto, o enfestador
prepara o tecido, que já descansou por 72 horas. Ele verifica o comprimento do risco e faz
o enfesto que é a preparação do tecido para o corte, sobre a mesa. Com a ficha técnica e
piloto em mãos, ele confere o risco (matriz) e a ordem de corte, contendo a quantidade
por tamanho e cores. O cortador faz o corte do enfesto, com a máquina de corte, de faca
ou disco.

Figura 6 - Corte

• Produção: nesta etapa, os costureiros recebem os cortes e a ficha técnica, contendo


passo a passo do processo de montagem da peça, junto com a peça piloto, e fazem a
confecção das peças.
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Figura 7 - Produção

• R
evisão: dentro de um padrão determinado pela empresa. Discriminando os requi-
sitos de qualidade, as peças são revidadas. Aquelas que não se adequam aos padrões
de qualidade, retornam para serem consertadas.

Figura 8 - Revisão
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• Passadoria e embalagem: após revisão das peças, quando estiverem prontas para
serem vendidas, elas seguem para a etapa de passadoria para desamassar a peça e,
depois, para a embalagem, a fim de serem armazenadas de forma correta para trans-
porte aos pontos de vendas.

Figura 9 - Passadoria
REFERÊNCIAS

BIERMANN, M. J. E. Gestão do processo produtivo. Porto Alegre: SEBRAE/RS, 2007. Disponível


em: https://docplayer.com.br/17218370-Gestao-do-processo-produtivo.html.
CUNHA, Ana Caroline. Design de Moda e Metodologia para Desenvolvimento de Produto :
monografia disponível em http://www2.eca.usp.br/moda/monografias/Ana%20Caroline.pdf,
São Paulo,2016.
LOBO, Renato Nogueirol. Linguagem Visual da Moda : princípios culturais, tendências e
planejamento de coleções / Renato Nogueirol Lobo, Erika Thalita Navas Pires Limeira, Rosia-
ne do Nascimento Marues. –1. Ed. – São Paulo: Érica, 2014.
SILVA, Tânia Cristina do Ramo. Produção de Moda : desenhos, técnicas e design de produto
/ Tânia Cristina do Ramo Silva. – 1 . Ed. – São Paulo : Érica : Saraiva, 2014.
TREPTOW, Doris. Inventando Moda : planejamento de coleção / Doris Treptow. – 5. Ed. – São
Paulo : Edição da Autora, 2013.
SENAI– DEPARTAMENTO REGIONAL DE GOIÁS

Sandro Mabel
Presidente da FIEG

Paulo Vargas
Diretor Regional do SENAI de Goiás

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