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101 lições que aprendi ®

na Escola de Moda
Alfredo Cabrera / Matthew Frederick
Editorial Gustavo Gili, SL
Rosselló 87-89, 08029 Barcelona, Espanha. Tel. (+34) 93 322 81 61

Editora G. Gili, Ltda


Av. José Maria de Faria, 470, Sala 103, Lapa de Baixo
CEP: 05038-190, São Paulo-SP-Brasil. Tel. (+55) (11) 3611 2443
101 lições que aprendi ®

na Escola de Moda
Alfredo Cabrera e Matthew Frederick
Ilustrações de Matthew Frederick
Ilustrações adicionais de Taylor Forrest
Título original: 101 Things I Learned TM in Fashion School. Publicado originalmente por Grand Central Publishing, uma divisão da Hachette Book
Group em 2010.

O livro original faz parte da coleção 101 Things I Learned™, marca registrada de Matthew Frederick.

Exceto quando especificado ao contrário, as ilustrações são protegidas por direitos autorais de ©2010 de Matthew Frederick. Ilustrações das lições
47 e 71 são de autoria de Taylor Forrest e Matthew Frederick. As ilustrações das lições 8, 9, 12, 17, 23, 24, 33, 36, 37, 43, 46, 56, 67, 68, 69, 70, 72,
74, 75, 76, 78, 92, 95, 96 e 98 são de direitos autorais de © 2010 Taylor Forrest. Utilizadas conforme permissão.

Matthew Frederick é o criador, editor e ilustrador da série.

Tradução: Márcia Longarço


Preparação de texto: Grace Mosquera Clemente
Revisão de texto: Solange Monaco
Design da capa: Toni Cabré/Editorial Gustavo Gili, SL
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação pública
ou transformação desta obra só pode ser realizada com a autorização Cabrera, Alfredo
expressa de seus titulares, salvo exceção prevista pela lei. Caso seja 101 lições que aprendi® na Escola de Moda /
necessário reproduzir algum trecho desta obra, entrar em contato Alfredo Cabrera e Matthew Frederick ;
com a Editora. [tradução Márcia Longarço]. -- 1. ed. --
A Editora não se pronuncia, expressa ou implicitamente, a respeito São Paulo : Gustavo Gili, 2014.
da acuidade das informações contidas neste livro e não assume
qualquer responsabilidade legal em caso de erros ou omissões. Título original: 101 things I learned TM in
fashion school.
© da tradução: Márcia Longarço ISBN 978-85-65985-72-7
© Matthew Frederick, 2010
Esta edição foi publicada de acordo com a Grand Central Publishing, 1. Design de moda 2. Moda - Estudo e ensino
Nova York, EUA. Todos os diretos resevados. I. Frederick, Matthew. II. Título.
para a edição em português:
© Editorial Gustavo Gili, SL, Barcelona, 2014 14-01354 CDD-746.9207

ISBN: 978-85-65985-72-7 (digital PDF) Índices para catálogo sistemático:


www.ggili.com.br 1. Moda : Estudo e ensino 746.9207
Nota do autor
Um bom currículo em Design de Moda motiva os alunos a buscar soluções criativas
e fundamentadas na dificuldade que as pessoas têm para se vestir ao longo da
vida. Nos meus muitos anos de ensino, descobri que o grande obstáculo para
atingir esse objetivo não é a obtenção de proficiência técnica ou de informações
intelectuais apropriadas (é certo que, com a disponibilidade de informações exis-
tente agora, uma criança de oito anos é hoje mais sofisticada e dispõe de muito
mais conhecimento sobre moda do que antes), mas sim a compreensão da ne-
cessidade de um design para pessoas comuns.
Muitos alunos acreditam — e às vezes alguns professores — que a realidade
(consumidores reais, com necessidades reais) é inimiga da criatividade. O que se
teme é que a experiência real implique em trabalho duro, comprometimento e
mediocridade. O resultado é a maioria dos currículos tendendo a ser mais teórica
e a prática levada em conta somente quando é considerada inevitável. Normal-
mente, o design de um aluno se parece mais com ideias do que com roupas.
Levei anos trabalhando como designer para perceber a importância de identi-
ficar um consumidor que está vivo, que é real, para poder reconhecer o que ele irá
ou não vestir. Longe de ser anticriativo, para mim foi o despertar da verdadeira
criatividade. Para que serve a criatividade se não para pegar algo que existe na
mente de alguém e aplicá-lo no mundo real?
Assim, o objetivo principal deste livro não é compartilhar uma proficiência téc-
nica (embora esperemos que o livro possa também fazer um pouco disso) nem
desafiar alunos de maneira criativa (apesar de esperarmos que ele possa fazer
isso também), mas sim dar-lhes os meios de unir esses dois propósitos. Espera-
mos poder oferecer aos alunos alguns lembretes, pontos de referência e catalisa-
dores que os ajudem a solucionar problemas reais de modo criativo — e proble-
mas criativos de modo real.
Espero que alunos e designers tenham este livro sempre à mão quando estive-
rem fazendo pesquisas, desenhos, amostras e ilustrações. Também que a história
de cada lição ajude os leitores a entender que a inovação acontece dentro de um
contexto e é uma reação ao que aconteceu antes; que as lições sobre organização
motivem o desenvolvimento de um processo de design holístico; que as lições
sobre ilustração deixem a importância da comunicação muito clara; e que as li-
ções sobre negócios deem um sentido ao papel do designer no mundo global.

Alfredo Cabrera
Agradecimentos
De Alfredo
Obrigado a Karin Yngvesdotter, Michele Wesen-Bryant, Howard Davis, Joseph
Sullivan e Evelyn Lontok-Capistrano por sua ajuda, orientações, conselhos e apoio.

De Matt
Obrigado a Karen Andrews, David Blaisdell, Sorche Fairbank, Taylor Forrest, Sarah
Handler, Tracy Martin, Camille O’Garro, Karyn Polewaczyk, Janet Reid, Kallie
Shimek, Flag Tonuzi, Tom Whatley e Rick Wolff.
101 lições que aprendi® na Escola de Moda
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A moda nasceu no século xii
Há duas formas de se vestir o corpo humano. Para proteção, o corpo é envolto
por peças simples de tecido, e o excesso caindo em dobras naturais. Esse é o
método mais antigo de se fazer roupas a partir de tecidos. Porém, enquanto en-
rolar-se em tecidos era tradicionalmente efêmero (perde sua forma quando não
está em contato com o corpo), o vestuário de proteção moderno normalmente
apresenta uma estrutura interna.
A costura data do início da Renascença europeia no século xii, quando a cele-
bração do mundo natural pela ciência, filosofia e arte passa a focar na forma do
corpo humano. A túnica que o envolvia foi dividida em diversas partes que se ajus-
tam mais ao corpo. Essas partes evoluíram para moldes, utilizados para criar muitas
outras peças de vestuário. O advento da costura deu, então, origem à moda.
2
Os designers de moda criam coleções
e não uma única peça de vestuário.
Dependendo do porte da casa de moda, uma coleção pode apresentar um número
de peças que varia entre 12 e 400. O designer planeja sua coleção de modo que
cada item complemente os demais, podendo ser usados juntos ou separadamente.
É dada especial atenção a cada peça da coleção, desde itens básicos até peças
de sobreposição, e não somente aos incríveis vestidos festa, conjuntos, vestidos
e outras peças importantes. Depois de dar duro para cativar um cliente com peças
de vestuário, por que deixá-lo comprar os demais itens de seu guarda-roupa em
outro lugar?
Costas Frente
direita direita

Molde (defin. 1) de um vestido sem manga


Modanês
Coleção: 1. Um conjunto de peças de vestuário tematicamente coesivo e criado por
3
um designer para uma estação. 2. Uma categoria de vestuário, por exemplo, uma
coleção de moda inverno ou de moda praia.
Corte: 1. Reação de um tecido à gravidade, como este “cai”. 2. Manipulação de
um tecido em um molde de vestido enquanto se cria o modelo.
História do tecido: Um grupo de amostras de tecidos que conduzem as escolhas do
designer para uma coleção. É também chamada de painel de tecido ou fabricação.
Acabamento: 1. A textura da superfície de um tecido urdido. 2. Versão final de um
desenho de moda.
Caimento: A forma como uma peça cai sobre o corpo; fazer ajustes na musselina
ou testá-la em um modelo ou no manequim.
Linha: 1. A silhueta como um todo ou o movimento de uma peça de vestuário, por
exemplo, “a linha de um vestido para noite”. 2. Sinônimo para coleção, por exem-
plo, “nossa linha outono predomina no visual retrô”.
Musselina: 1. Tecido de algodão muito fino e leve, de baixo custo. 2. Protótipo de
uma peça de vestuário criada para desenvolver design e caimento; chamada
de musselina independentemente do tipo de tecido.
Padrão: 1. Ou molde, padrão de corte específico para cada peça de vestuário.
2. Ou estampa, o padrão do tecido, por exemplo, xadrez, listrado ou floral.
Vestido-envelope de Diane von Furstenberg
4
A moda nasce das ideias.
Um único vestido ou camiseta pode ser criado sem que haja um conceito funda-
mentado, mas isso não ocorre com uma coleção inteira. Uma coleção de moda
deve ser conduzida por uma ideia que transcenda a realidade material e seja ba-
seada em uma atitude que se relaciona, ou apresenta uma abordagem à vida, arte,
beleza, sociedade, política e ao indivíduo. Exemplos de modas direcionadas à
ideia incluem:
• Vestido-envelope de Diane von Furstenberg: motivado e precedido pela entra-

da generalizada de mulheres no mercado de trabalho e pelo desejo de projetar


autoridade, sem deixar de ser feminino e sexy.
• Corte elegante e descontraído de Giorgio Armani: atendeu à emergência

de novos negócios e aos modelos executivos mais informais das décadas de


1970 e 1980.
• O grunge: antes de se tornar um visual de moda conhecido, o grunge foi um

movimento que buscava rejeitar os trejeitos típicos de um modo de vida.


5

“Moda é a tentativa de notar a arte


em forma vivas.”
—SIR FRANCIS BACON (paráfrase)
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Os cinco Cs de um bom pré-design 6
O processo de design de moda é algo complexo e repetitivo e não se dá de modo
exatamente igual para todos os designers. Apesar disso, uma progressão consis-
tente dos passos de um pré-design pode ser identificada nos processos aplicados
por designers de moda bem-sucedidos:

1 Cliente: conheça bem a pessoa para a qual você está criando.

2 Clima: entenda a estação do ano para a qual a coleção se destina.

3 Conceito: defina e explore uma “grande ideia”, que irá inspirar toda a coleção.

4 Cor: determine uma paleta de cor adequada.

5 T
 ecido: pesquise e escolha os tecidos que serão utilizados nas peças de sua
coleção.

Na verdade, o design de cada peça em específico desenvolve-se somente depois


de se ter definido os tecidos.

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