Você está na página 1de 7

IFES-Campus Cachoeiro de Itapemirim

Alunos: Mateus Faro, Ana Karolina Schayder, Lucas Magalhães e Kevin Depolli

Data: 31/07/19

Turma: EMI-3

Itamar Franco
´´Brasil, União de todos``
Uma breve biografia politica

Itamar Augusto Cautiero Franco foi o 33º Presidente da republica e governou


de 1992 a 1995 após o impeachment do seu antecessor Fernando Collor,
dentre seus principais feitos durante seu período como presidente foi levar a
frente o plano real e estabilizar a inflação e o controle monetário.

Itamar Augusto Cautiero Franco nasceu em Salvador, Bahia, no dia 28 de


junho de 1930. Filho de Augusto César Stiebler Franco e Itália Cautiero.

Itamar Franco entrou para a política em 1955, quando se filiou ao Partido


Trabalhista Brasileiro (PTB). Em 1958 tentou sem sucesso uma vaga na
Câmara de Vereadores, e em 1962 a vice-prefeito de Juiz de Fora, mas não foi
eleito.

Em 1964, com o Golpe de Estado, Itamar muda de partido se filiando ao


MDB. É eleito prefeito de Juiz de Fora em dois mandatos, em 1966 e 1971. Em
1974, antes de terminar o segundo mandato, se elegeu para o Senado Federal,
por Minas Gerais. Em 1980, se filia ao PMDB. Em 1982, é reeleito Senador.
Encontrou dentro do PMDB certa resistência ao seu nome para o governo de
Minas Gerais. Abandona o PMDB e filia-se ao PL, sendo candidato em 1986,
mas quem venceu as eleições foi o candidato do PMDB, Newton Cardoso.
A partir de 1988, o nome de Itamar Franco começou a ganhar notoriedade
nacional pela atuação na comissão parlamentar de inquérito que investigou
casos de corrupção no governo federal.

Em 1989, Itamar Franco foi escolhido para vice-presidente do Brasil na chapa


de Fernando Collor, que venceu as eleições e se tornou o primeiro presidente
eleito em eleições diretas.

Tomou posse em 15 de março de 1990. No dia seguinte à posse, o


presidente anunciou o Plano Collor, com a finalidade de acabar a inflação. Era
um plano com medidas de grande impacto, uma delas foi o confisco da
poupança, o que causou grande revolta da população.

No dia 29 de setembro de 1992, a Câmara dos Deputados decidiu pelo


afastamento do presidente Collor e pela abertura de um processo de
impeachment. Itamar Franco assumiu interinamente a presidência no dia 2 de
outubro de 1992 e no dia 29 de dezembro, quando Collor renunciou, Itamar
Franco tomou posse como presidente do Brasil.

Seu governo teve início com amplo apoio popular e sem oposição, mas
enfrentou sérios problemas econômicos, legados pelos governos anteriores. A
constante troca de ministros ao longo de seu governo evidenciava as
dificuldades que ele enfrentou para administrar o país.

Ao deixar a presidência, no dia 1 de janeiro de 1995, Itamar Franco foi


nomeado embaixador de Portugal e em seguida foi embaixador junto a
Organização dos Estados Americanos (OEA).
Em 1998, Itamar foi eleito, no segundo turno, para o governo de Minas
Gerais, assumindo no dia 1 de janeiro de 1999, onde ficou até 2003. Em 2006,
lançou-se pré-candidato à presidência do PMDB, concorrendo com Anthony
Garotinho, mas no dia 22 de maio, anunciou sua desistência. Ainda este ano
tentou uma vaga para disputar o senado pelo PMDB, mas o escolhido foi
Newton Cardoso.

Em 2007, a convite de Aécio Neves, então governador de Minas Gerais,


Itamar presidiu o Conselho de Administração do Banco de Desenvolvimento de
Minas Gerais, onde permaneceu até 2010. Nesse mesmo ano foi eleito
senador por Minas Gerais, na chapa de Aécio Neves e Antônio Anastasia.

Itamar Franco faleceu em São Paulo, em decorrência de um acidente vascular


cerebral, no dia 2 de julho de 2011.

Os aspectos econômicos internos e externos do governo Itamar

É impossível entender os aspectos econômicos do governo Itamar sem antes


entender os antecedentes econômicos do Brasil e do Mundo.

Em 1989 o Brasil vivia um estado de euforia, pois acabara de sair de uma


ditadura militar e possuía agora a primeira eleição direta para presidente,
inúmeras imagens apareceram no cenário, tais como Luiz Inácio Lula da Silva
e Ulysses Guimarães porem aquele que saiu vitorioso na eleição foi Fernando
Collor, que tinha como vice-presidente, Itamar Franco.
O Brasil, apesar de possuir agora um ar de renovação e liberdade de voto
novamente, sofria de um grave problema, a grande inflação que sucedia do
período militar, e o próximo líder que entrasse no poder, teria que enfrenta-la.
A partir de um discurso populista e de combate à corrupção, Fernando Collor
é eleito o 32º presidente do Brasil.
Devemos tomar nota de que os anos 80 e inicio dos anos 90 são anos aonde
ideias neoliberalistas começavam a tomar conta de grandes países do mundo
capitalista, tais como EUA e Inglaterra, tendo essas inspirações, Collor lança o
plano Collor 1.
O plano tinha objetivo de diminuir os gastos públicos e diminuir os gastos,
tendo como consequência diversas demissões, privatizações e os famosos
´´confiscos`` de contas publicas, mudou-se também a moeda, do cruzado novo
para o cruzeiro

O plano Collor 1 foi um fracasso. Embora tivesse conseguido diminuir a


inflação no primeiro mês, nas semanas seguintes os preços continuariam a
aumentar e os salários a diminuir.

Também por medida provisória publicada em 1º de fevereiro de 1991, o


presidente instituiu mais normas econômicas que seriam conhecidas como o
Plano Collor 2.

Os planos Collor 1 e 2 não conseguiram salvar a economia brasileira e


tampouco conter a inflação. Alguns economistas afirmam que o Brasil quebrou,
pois os créditos ficaram mais caros e difíceis de obter. Outros estudiosos
apontam que foi apenas uma recessão muito profunda.
Em seguida, o desemprego aumentou substancialmente, a indústria nacional
foi sucateada e algumas estatais foram vendidas abaixo do preço de mercado.

Posteriormente, Collor de Mello se veria envolvido e acusado de corrupção


pelo seu próprio irmão, Pedro Collor de Mello. A população foi às ruas e exigiu
o impeachment para o presidente. No entanto, antes que o processo fosse
iniciado, Collor renunciou ao cargo em 29 de dezembro de 1992.

Então o seu vice-presidente, Itamar Franco assumiu seu lugar, seu principal
legado está ligado ao Plano Real, um pacote de medidas econômicas que
vinha na esteira de outros planos apresentados anteriormente, com o intuito de
controlar a inflação e estabilizar a economia. Diferentemente dos demais, o
Plano Real entrou em vigor em março de 1994 respaldado por Medida
Provisória, garantindo assim um aparato legal inexistente anteriormente.

A equipe que elaborou o Plano Real era formada por economistas oriundos
da PUC do Rio de Janeiro, sendo alguns formados nos Estados Unidos, e tinha
como coordenador Fernando Henrique Cardoso (FHC), sociólogo nomeado
ministro da Fazenda por Itamar Franco em maio de 1993.

O objetivo do plano era criar condições para enfrentar a inflação,


principalmente através do controle cambial, e garantir condições para o
investimento de capitais estrangeiros para recuperar a economia nacional.
Durante a transição do cruzeiro para o real (a nova moeda), seria utilizada a
Unidade Real de Valor (URV), um indexador cuja função era corrigir
diariamente os preços até a adoção da nova moeda.

Em julho de 1994 entrou em vigor o real, moeda vinculada ao dólar cuja


emissão de novas quantidades estava condicionada ao volume de dólares
existentes nos cofres do Banco Central do Brasil. Inicialmente o dólar valia 90
centavos de real, e posteriormente um dólar passou a valer um real.

As consequências principais destas medidas foram: o controle da inflação; o


aumento dos investimentos de capital estrangeiro, em razão dos altos juros
praticados no país; e a maior abertura da economia às importações,
estimulando a concorrência produtiva da indústria nacional com o mercado
externo. Essa medida adotada pelo Governo Itamar Franco aprofundou a
inserção do Brasil no contexto da globalização econômica e deu novo impulso
às medidas neoliberais que seriam adotadas pelo governo seguinte, como as
privatizações de empresas estatais e diminuição da intervenção do Estado na
economia.

Apesar de ter sido gestado sob o comando de Itamar Franco, foi FHC quem
colheu os louros dessa vitória, apresentando-se como “pai do real”, o que lhe
garantiu a vitória nas eleições presidenciais de 1994 sobre Luiz Inácio Lula da
Silva.
Plano Real - O ponto alto

Como dito anteriormente, o principal feito do governo Itamar foi ter criado o
plano real e ter conseguido frear drasticamente a inflação do brasil deixado por
governos anteriores

O Plano Real foi um programa definitivo de combate à hiperinflação


implantado em três etapas, sendo elas:

1. Período de equilíbrio das contas públicas, com redução de despesas e


aumento de receitas, e isto teria ocorrido nos anos de 1993 e 1994;
2. Criação da URV para preservar o poder de compra da massa salarial,
evitando medidas de choque como confisco de poupança e quebra de
contratos;
3. Lançamento do padrão monetário de nome real, utilizado até os dias
atuais.
Após a implantação do plano, durante mais de seis anos, uma grande
sequência de reformas estruturais e de gestão pública foram implantadas para
dar sustentação à estabilidade econômica, entre elas destacam-
se: Privatização de vários setores estatais, o Proer, a criação de agências
reguladoras, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a liquidação ou venda da
maioria dos bancos pertencentes aos governos dos estados, a total
renegociação das dívidas de estados e municípios com critérios rigorosos
(dívida pública), maior abertura comercial com o exterior, entre outras.
O Plano Real teria sido idealizado entre setembro de 1993 (época do
lançamento do cruzeiro real) e julho de 1994 (lançamento do real).

As principais medidas tomadas no programa foram:


 Desindexação da economia
Medida adotada: O ajuste e reajuste de preços e valores passaram a ser
anualizados e obedeceriam às planilhas de custo de produção.
Justificativa: Era necessário interromper o círculo vicioso de corrigir valores
futuros pela inflação passada, em curtos períodos de tempo. Essa atitude
agravava a inflação, tornando-a cada vez maior. Era comum acontecer
remarcação de preços várias vezes num mesmo dia.
 Privatizações
Medida adotada: A troca na propriedade de grandes empresas brasileiras
eliminou a obrigação pública de financiar investimentos (que causam inflação
se for feito pelo governo através da emissão de moeda sem lastro) e
possibilitou a modernização de tais empresas (sob controle estatal havia
barreiras impeditivas para tal progresso, como burocracia e falta de recursos).
Justificativa: A iniciativa privada tem meios próprios de financiar os
investimentos das empresas, e isto não produz inflação, e sim,
desenvolvimento, porque não envolve o orçamento do governo. Este deve
alocar recursos para outras áreas importantes. E ainda, na iniciativa privada
não há as regras administrativas orçamentárias e licitatórias, que prejudicam a
produção das empresas e a concorrência perante o mercado.
 Equilíbrio fiscal
Medida adotada: Corte de despesas e aumento de cinco pontos percentuais
em todos os impostos federais.
Justificativa: A máquina administrativa brasileira era muito grande e consumia
muito dinheiro para funcionar. Havia somente no âmbito federal
cem autarquias, quarenta fundações, vinte empresas públicas (sem contar
as empresas estatais), além de dois mil cargos públicos com denominações
imprecisas, atribuições mal definidas e remunerações díspares. Como o país
não produzia o suficiente decidiu-se pelo ajuste fiscal, o que incluiu cortes em
investimentos, gastos públicos e demissões. Durante o governo FHC,
aproximadamente vinte mil funcionários foram demitidos do governo federal.
 Abertura econômica
Medida adotada: Redução gradual de tarifas de importação e facilitação da
prestação de serviços internacionais.
Justificativa: Havia temor de que o excesso de demanda por produtos e
serviços causasse o desabastecimento e a remarcação de preços,
pressionando a inflação (fato ocorrido durante o Plano Cruzado, em 1986).
Existia também a necessidade de forçar o aperfeiçoamento
da indústria nacional, expondo-a a concorrência, o que permitiria o aumento da
produção no longo prazo, e essa oferta maior de produtos tenderia a acarretar
uma baixa nos preços.
 Contingenciamento
Medida adotada: Manutenção do câmbio artificialmente valorizado.
Justificativa: Como efeito da valorização do real, esperava-se um aumento
das importações, com aumento da oferta de produtos e aperfeiçoamento da
indústria nacional via concorrência com produtos estrangeiros.
 Políticas monetárias restritivas
Medida adotada: Aumento da taxa básica de juros que chegou a 45% ao
ano e da alíquota do depósito compulsório dos bancos.
Justificativa: A taxa de juros teve inicialmente dois propósitos: financiar
os gastos públicos excedentes até que se atingisse o equilíbrio fiscal, e reduzir
a oferta de crédito (promovendo assim o esfriamento da economia),
considerados agentes inflacionários. Os financiamentos chegaram a ter o prazo
de quitação regulado pelo governo.
O aumento do depósito compulsório dos bancos teve o propósito de reduzir a
quantidade de dinheiro disponível para empréstimos e financiamentos dos
bancos, uma vez que estes são obrigados a recolher compulsoriamente uma
parte dos valores ao Banco Central.
O efeito regulador do Plano Real foi imediato e muito positivo em seu
propósito. A inflação calculada sobre a URV nos meses de sua vigência (abril a
junho) ficou em torno de 3%, enquanto que a inflação em cruzeiros reais (CR$)
foi de cerca de 190%. Até o início da circulação do real (R$), em 1º de julho de
1994, a inflação acumulada foi de 763,12% (no ano) e 5.153,50% (nos doze
meses anteriores).
Os efeitos em longo prazo esperados pelo governo à época do lançamento
do Plano Real foram:

 Manutenção de baixas taxas inflacionárias e referências reais de valores;


 Aumento do poder aquisitivo das famílias brasileiras;
 Modernização do parque industrial brasileiro;
 Crescimento econômico com geração de empregos

Os aspectos econômicos e políticos do governo Itamar

Itamar Franco assumiu a presidência após o Impeachment de Fernando


Collor de Mello de forma interina entre outubro e dezembro de 92, e em caráter
definitivo em 29 de dezembro de 1992. O Brasil vivia um dos momentos mais
difíceis de sua história: recessão prolongada, inflação aguda e crônica,
desemprego, etc. Em meio a todos esses problemas e o recém Impeachment
de Fernando Collor de Mello, os brasileiros se encontravam em uma situação
de descrença geral nas instituições e de baixa autoestima.

O novo presidente se concentrou em arrumar o cenário que encontrara.


Itamar procurou realizar uma gestão transparente, algo tão almejado pela
sociedade brasileira. Para fazer uma gestão tranquila, sem turbulências,
procurou o apoio de partidos mais à esquerda.
Em Abril de 1993, cumprindo com o previsto na Constituição, o governo fez um
plebiscito para a escolha da forma e do sistema de governo no Brasil. O povo
decidiu manter tudo como estava: escolheu a República (66% contra 10% da
Monarquia) e o Presidencialismo (55% contra 25% do Parlamentarismo).

Mesmo tendo sofrido as consequências das investigações da Comissão


Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso Nacional, entre 1993 e 1994, em
virtude de denúncias de irregularidades no desenvolvimento do Orçamento da
União, Itamar Franco terminou seu mandato com um grande índice de
popularidade. Uma prova disso foi o seu bem-sucedido apoio a Fernando
Henrique Cardoso na sucessão presidencial.

Na presidência da República, Itamar Franco levantou a bandeira do fusca


com o objetivo de incentivar a fabricação de carros populares no Brasil. Para
isso, o governo aprovou isenções de impostos para os veículos com motor 1.0.
A Volkswagen decidiu, então, relançar o Fusca, cuja fabricação tinha sido
interrompida em 1986. As vendas frustraram as expectativas da montadora que
encerrou a produção do modelo no Brasil três anos depois.

Você também pode gostar