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27/02/2017 Ame o Brasil: Ninguém amou o Brasil como Policarpo Quaresma

terça­feira, 2 de outubro de 2012 Loja virtual AME O BRASIL

Ninguém amou o Brasil como Policarpo Quaresma


♥ o [<O>] ‐ Nacionalista e patriota extremado, Policarpo Quaresma, também é conhecido por todos como major Quaresma é o
embaixador deste Blog que visa enaltecer o orgulho de ter nascido na Patria Amada. 

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Povos Indígenas em Toy Art

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Ninguém amou o Brasil como Policarpo
Quaresma

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Nesta passagem o major Quaresma insiste em que o Tupi‐Guarani deveria ser o idioma falado pelo povo Brasileiro.

"Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo
também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se veem na humilhante contingência
de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os autores e os
escritores, com especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo‐se, diariamente, surgir
azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma ‐ usando do direito que lhe confere a constituição, vem pedir
que o congresso nacional decrete o tupi‐guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro.”

Triste Fim de Policarpo Quaresma é um romance do pré‐modernismo brasileiro escrito por Lima Barreto publicados, entre Agosto e
Outubro de 1911, na edição da tarde do Jornal do Comercio do Rio de Janeiro.

O clima no Tribunal foi muito tenso:


‐ Excelência (juiz): Em vista destas considerações, o requerente, Policarpo Quaresma, usando do direito que lhe confere a
Constituição vem pedir que o Congresso Nacional, decrete o idioma indígena tupi‐guarani como língua oficial do povo brasileiro.
‐ Isto é um absurdo Vossa Excelência, este homem é um louco!
‐ Isso é ilegal!

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‐ Vossa Excelência, onde nós estamos? Na casa do povo ou em um Manicômio?!
‐ Excelência (juiz): Silêncio Senhores! Silêncio!
‐ Policarpo Quaresma: Excelentíssimo! Chenennhenga jaruçaba. Eu peço a palavra.
‐ Palavra negada! O senhor não é deputado.
‐ Palavra concedida. É um cidadão contribuinte. Afinal, isto aqui não é a casa do povo?
‐ E o senhor é um canalha! Eu vou lhe quebrar a cara.
‐ Excelência (juiz): Com a palavra, o cidadão Policarpo Quaresma, autor da proposta.
‐ Policarpo Quaresma: Vossa Excelência, nobres deputados cidadãos brasileiros. A língua é a mais alta manifestação da inteligência
de um povo e sua criação mais viva e original e, certamente, a emancipação política de uma nação exige uma libertação
idiomática!
‐ Eu discordo! Língua de índio não liberta ninguém! Não pode ser escrita. Não vai ter mais jornal nem livro.
‐ Todos: É isso mesmo!
‐ Excelência (juiz): Silênciooo!
‐ Policarpo Quaresma: A língua portuguesa é emprestada ao Brasil. A língua tupi‐guarani não! É criação dos que viveram e ainda
vivem aqui. Por isso é capaz de traduzir as nossas belezas aproximarmos da natureza, adaptando‐se perfeitamente aos nossos órgãos
vocais e cerebrais.
‐ Vossa Excelência, eu por acaso não estou nu. Ninguém nesta sala está nu. Então porque falar a mesma língua desses selvagens?
‐ Índio: Canalha! Sou descendente dos guaranis che! Meu bisavô era cacique! A influência dos índios e muito positiva para os
brasileiros!
‐ (todos): Ahhh! Senta aí! Fique quieto!
‐ Policarpo Quaresma: A língua dos índios é a verdadeira língua brasileira! Cupiçaba Nengaopaba. Cupiçaba nengaopaba!!
‐ (todos): Esse homem é louco! Tirem‐no daqui, vá falar língua indígena no hospício!
‐ Excelência (juiz): Levem‐no daqui.
[Enquanto levam Policarpo, ele diz: A língua indígena é língua brasileira! Anguie Pindorama! Sou índio, sou negro, sou brasileiro!]

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Cartoon de Policarpo Quaresma por Luiz Pagano

Assim Policarpo entra na historia como Brasileiro que mais ama o Brasil.
Seguro de que a sabedoria dos legisladores saberá encontrar meios para realizar semelhante medida, Blemya ensina aqui a primeira
lição – o verbo ser e estar em sua conjugação.

Os verbos ‘ser e estar’ como verbos de ligação, não têm correspondentes em tupi. Junta‐se simplesmente o pronome sujeito ao
predicado. Êste pode ser substantivo, adjetivo, pronome ou advérbio:

xe marangatu: eu (sou) bom


nde marangatu: tu (és) bom
i marangatu: êle (é) bom
iandé ou ore marangatu: nos (somos) bons
pe marangatu: vós (sois) bons
i marangatu: êles (são) bons

Postado por Luiz Pagano às 14:04

2 comentários:

Luiz Pagano 11 de janeiro de 2013 03:00

Este texto foi extraído do roteiro do filme ‘Policarpo Quaresma herói do Brasil’ – Segundo Emerson Costa, estudioso dos idiomas
originais de nossa terra, estas frases não são do Tupi Antigo, mas sim língua geral. Percebe‐se isso pelo "çupiçaba". "Supi", desde o
tupi antigo significa "verdadeiramente", "conforme aos fatos". Na língua geral forjaram "çupiçaba" para traduzir "verdade", "certeza",
"moçupi" no sentido de "verificar" etc. http://books.google.com.br/books?id=8tZEAAAAcAAJ&pg=PA78 —, embora no tupi antigo "‐
saba" e "mo‐" não se aplicassem a advérbios e locuções adverbiais, como é o caso de "supi".

Quanto ao significado… As palavras estão um tanto adulteradas… "Che nennhenga jaruçaba" obviamente começa com "xe nhe'enga",
"minha fala" e vem algo substantivado com "‐çaba". Ele está pedindo a palavra, então talvez seja o verbo "jár" ("tomar"). Ou, menos
provável, talvez seja uma corruptela de "jeruré" ("pedir").

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Quanto ao "çupiçaba nengaopaba", "çupiçaba" é "verdade", como dito acima; o que vem depois talvez seja "nhe'enga", "língua",
seguido de "opab(a)", "todos", numa tentativa um tanto atrapalhada de traduzir "a verdadeira língua de todos".

É importante que se diga que esta fala não é citada na obra original de Lima Barreto ‐ e sim em uma posterior adaptação para o
cinema.

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Respostas

Paulo Henrique Passos de Castro 24 de março de 2015 06:58


Muito bom, Luiz, tanto a transcrição do roteiro do livro quanto a profundidade e a preocupação em falar sobre os
significados da língua Tupi. Era exatamente o que eu estava procurando e só encontrei aqui.

Obrigado

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