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APRENDIZAGEM DE LIBRAS COMO SEGUNDA LÍNGUA PARA OUVINTES 1

THE BRAZILIAN SIGN LANGUAGE – LIBRAS LEARNING AS A SECOND


LANGUAGE FOR LISTENERS

Camila Ramos de Oliveira Queiroz2


Lucas Miranda Torres
Verônica Rangel Barreto3

RESUMO:
O presente trabalho tem por objetivo apresentar e analisar a importância da aprendizagem
de LIBRAS como segunda língua para ouvintes de um modo geral, não somente focando
em familiares próximos da pessoa surda, a fim de que a comunicação desse indivíduo surdo
aconteça em todos os âmbitos de interação social. Para isso, é proposto que o aprendizado
da Língua de Sinais seja inserido não somente como componente curricular nas instituições
educacionais, mas também faça parte da comunicação interpessoal cotidiana de forma mais
abrangente. A metodologia adotada foi o estudo e análise de pesquisa qualitativa por meio
de questionários direcionados a dois principais grupos, os ouvintes de forma ampla e
aleatória, e a profissionais da área de educação que atuam no ensino de LIBRAS. Com os
resultados obtidos e em comparação com o referencial teórico apresentado, observou-se
que os entrevistados estão em consonância com o enfoque do trabalho, que é a tomada de
consciência sobre a relevância da aprendizagem de LIBRAS para promover a inclusão
social da comunidade surda e tornar a sua comunicação mais eficiente e significativa.

Palavras-chave: LIBRAS; comunicação; aprendizagem; surdo; inclusão.

ABSTRACT:
This paper aims to present and analyze the importance of LIBRAS learning as a second
language to listeners in general, not only focusing on family members of the deaf person, so
that the communication of these individuals may occur in all dimensions of social interaction.
To do so it is proposed that the learning of the Brazilian Sign Language should be inserted
not only as a curricular component in educational institutions, but also may become part of
daily basis interpersonal communication in a comprehensive way. The methodology adopted
was the study and analysis of qualitative research through questionnaire directed to two main
groups, the listeners in a broad and random way and to professionals in the field of education
who work with LIBRAS. It was observed with the results, and in comparison, with the
theoretical framework presented, that the interviewees are aligned to the focus of this
research, which is the awareness of the relevance of LIBRAS learning to enhance the social
inclusion of deaf communities and to raise their communication to a broader and more
significant sphere.

1 Trabalho Final do Curso de Graduação em Licenciatura em Letras – Português do Ifes Campus


Vitória.
2 Aprendizagem de LIBRAS como segunda língua para ouvintes, Instituto Federal do Espírito Santo,
camiladbmt@gmail.com e lucaslynx1@gmail.com.
3 Verônica Rangel Barreto; Mestre em Letras, Instituto Federal do Espírito Santo,
vrbarreto@ifes.edu.br.
Keywords: LIBRAS; communication; learning; deaf; inclusion.

1 INTRODUÇÃO

A comunicação é inata ao ser humano. Já nascemos com a necessidade de


interagimos uns com os outros.

Desde a pré-história, as mãos já eram usadas pelo homem para transmitir


mensagens através de sinais. Com a evolução, o uso da linguagem oral substituiu o
uso das mãos. Nesse sentido Vygotsky (2004, p. 113) acreditava que “os homens
pré-históricos trocaram a comunicação gestual pela comunicação oral, pela palavra,
quando começaram a utilizar ferramentas; trabalhando com as mãos ocupadas,
precisaram inventar uma alternativa para dialogar.” E a comunicação dos surdos
tomou o mesmo rumo, uma vez que não tendo a oralidade como opção para se
comunicar, eles tiveram que elencar os sinais como forma de se expressar.

A capacidade e a qualidade da interação através do diálogo oral permeiam todas as


áreas significativas da vida de uma pessoa, de modo que essa deveria ser uma
condição assegurada a todos. Na verdade, existem leis que defendem o direito a
essa comunicação. Todavia, ela é negligenciada.

A comunidade surda sofre com essa indiferença no que diz respeito ao direito à
comunicação. Mesmo tendo LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) como língua oficial
dessa comunidade, a realidade é diferente da que seria ideal para podermos falar
em igualdade de comunicação.

Quando se fala em LIBRAS, logo se remete à comunidade surda. A Língua de Sinais


é a manifestação cultural de comunidades surdas por todo o mundo e no Brasil não
é diferente. Porém, o que não se põe em pauta é que a maior parte das pessoas
surdas nascem de pais ouvintes e vão conviver, na grande maioria do tempo, com
outros ouvintes tornando a comunicação dos surdos limitada. Na maioria das vezes,
a troca de informação no âmbito familiar é realizada por meio de mímica ou sinais
criados pela própria família. Além disso, como os ouvintes, em sua grande maioria,
desconhecem a Língua de Sinais, faz com que o sujeito surdo conviva com um
número reduzido de indivíduos.
A LIBRAS é regulamentada pela Lei nº 10.436/2002 que defende o reconhecimento
de LIBRAS como meio legal de comunicação e expressão.

Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a


Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela
associados. 
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais – Libras a
forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de
natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um
sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de
comunidades de pessoas surdas do Brasil. (BRASIL, 2002, Art. 1º)

Desse modo, ela não pode ser considerada um recurso como o sistema Braille, pois
ela tem toda uma estrutura e normatização.

Ser a LIBRAS bem difundida é também resultado de outras duas legislações: a Lei
de Inclusão ou Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15) e a Lei de
Acessibilidade (Lei 10.098/20).

Falar sobre o ensino efetivo de LIBRAS é mais que uma mera tentativa de abrandar

os muros da comunicação entres dois mundos que coexistem num mesmo espaço,

porém não interagem plenamente, pois esbarram numa realidade excludente onde

somente pessoas surdas dominam a Língua de Sinais. Para isso, precisa-se entrar

numa questão delicada, mas de grande importância, que é a quebra da crença e

visão de que uma pessoa surda seja deficiente e não com apenas condições

diferentes de interlocução. A partir do entendimento desses fatos, a introdução nos

assuntos acerca de LIBRAS como segunda língua se torna mais palpável.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Quando se trata de pessoa surda, Oliver Sacks (1990, p. 10) escreveu em seu livro
Vendo Vozes “Somos notavelmente ignorantes a respeito da surdez […] muito mais
ignorantes do que um homem instruído teria sido em 1886 ou 1786. Ignorantes e
indiferentes.” E isso também se aplica quando nos referimos a LIBRAS, e tal fato se
dá por algumas razões. A primeira e mais importante delas é a falta de informação.
No Brasil atualmente pouco se ouve falar sobre a Língua de Sinais, mesmo ela
sendo a segunda língua oficial do Brasil, ela caminha à margem da sociedade,
assim como o sujeito surdo em muitos os sentidos.

Para começarmos a tratar da importância do aprendizado de LIBRAS como segunda


língua para ouvintes, faz-se necessário ter conhecimento sobre o percurso pelo qual
atravessou essa língua, principalmente no Brasil.

Registros sobre a Língua de Sinais na história data 1864, onde a Gallaudet


University em Washington D.C.  é criada nos Estados Unidos. Nessa escola, como
método de ensino, eram combinados os sinais para que os surdos pudessem
aprender a ler e escrever.

A história do surdo no Brasil começa a ter visibilidade a partir do ano de 1885, com o
então Imperador D. Pedro II, que com o auxílio do professor Hernert Huet fundou o
Imperial Instituto para Surdos-Mudos no ano de 1887 na cidade do Rio de Janeiro,
onde era utilizado o Método Combinado, e mesmo aceitando surdos de todo país, só
eram admitidas pessoas do sexo masculino. No ano de 1957 o Imperial Instituto
passou a se chamar Instituto Nacional de Educação para Surdos (INES), e foi nesse
instituto que começou a ser criada no Brasil a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

Por volta de 1987, também no Rio de Janeiro foi criada a Federação Nacional de
Educação e Integração dos Surdos (FENEIS), uma unidade filantrópica sem fins
lucrativos.

Em 1911, o Brasil deu muitos passos para trás quando foi proibida legalmente a
Língua de Sinais, e o oralismo foi adotado pelo INES. A Língua de Sinais é
novamente liberada no Brasil em meados de 1991, onde pela primeira vez é
reconhecida por lei. Entretanto, somente em 2001 que sai a promulgação da lei que
reconhece a LIBRAS como segunda língua oficial do país. Assegurada a ela, então,
o direito de ser ensinada não somente a surdos como também a ouvintes, uma vez
que passa a ser reconhecida como Língua.

Em consonância com o que acredita Lima (2006, p.68), LIBRAS é uma Língua viso-
espacial, isto é, os sinais feitos com as mãos no espaço corporal com o intuito de
serem vistos. Assim como toda língua ela possui parâmetros e características
próprias, deste modo, se ela não for de fato aprendida efetivamente alguns detalhes
como entonação e metáforas, não são entendidos pelo interlocutor.

Desse marco histórico em diante, o surdo começa a ter direito a intérprete, e em


2010 essa profissão foi regulamentada. Dessa forma o surdo e a Língua de Sinais
passaram a ter um pouco mais de espaço.

Porém bem recentemente, em 03 de agosto de 2021, foi decretada a Lei N° 14.191


que altera a Lei N° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei da Diretrizes de Bases da
Educação Nacional dispondo sobre a modalidade de educação bilíngue para surdos.

Entende-se por educação bilíngue de surdos, para os efeitos desta Lei, a


modalidade de educação escolar oferecida em Língua Brasileira de Sinais
(Libras), como primeira língua, e em português escrito, como segunda
língua, em escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues de surdos,
escolas comuns ou em polos de educação bilíngue de surdos, para
educandos surdos, surdo-cegos, com deficiência auditiva sinalizantes,
surdos com altas habilidades ou superdotação ou com outras deficiências
associadas, optantes pela modalidade de educação bilíngue de surdos.
(BRASIL, 2021, Art. 60-A)

Partindo do pressuposto dessa Lei, vale ressaltar as qualificações da Educação


Bilíngue para o aluno surdo e sobre o conceito de Bilinguismo. Vitorino e Souza,
desenvolveram (2020, p.16):

Atualmente, a proposta do bilinguismo visa dar ao aluno surdo a


oportunidade de aprender a língua materna desde o período de
alfabetização escolar. A flexibilização da Língua de Sinais (LS) lhe dá
condições de entender conceitos arraigados na LIBRAS, como fonte
primária e a base de aprendizagem da Língua Portuguesa (LP), no modelo
de aprendizado escrito.

Todavia faz-se um paralelo ressaltando que, assim como é proposto que haja essa
Educação integral do surdo para melhor incluí-lo no meio social, igualmente é
imperiosa a reflexão sobre a inclusão do ouvinte no convívio do surdo, por meio da
aprendizagem de LIBRAS como sua segunda língua.

Falar sobre LIBRAS também é trazer toda a bagagem dessa forma de comunicação
que os surdos carregam dentro de sua história de luta. Quando falamos dessa
trajetória também falamos sobre uma cultura da comunidade surda, algo que não se
pode deixar de observar como algo intrínseco deles. E quando falamos de uma
cultura que está em constante negociação de significados com culturas outras,
dentro de uma mesma sociedade, estamos falando de multiculturalidade.

podemos observar que, no exercício de refletirmos acerca do


reconhecimento de uma identidade e cultura surda, faz-se relevante recorrer
às proposições do multiculturalismo, que nos ajudam a compreender o
surdo não como um sujeito que precisa se enquadrar dentro de uma norma.
Ao contrário, permitem-nos entender que sua diferença, para além dos
aspectos físicos, se dá em um contexto de construção de significados e de
luta política, na qual as forças hegemônicas de alguns se sobrepõem como
a “norma”, tal como o ser branco, o ser homem, heterossexual, o ser
ouvinte, tornando aquele que não se enquadra na referida norma em um
marginal e deficiente. (BATISTA, CANEN, 2012, p. 27)

Tanto a Língua de Sinais quanto a Língua Portuguesa brasileira, são representadas


pelas histórias ali contidas. No caso dos surdos, todas as suas experiências são
visuais e também mentais como seus sonhos, suas ideias e pensamentos. Batista e
Canen (2012) dizem que assim como os ouvintes se relacionam e constroem seus
significados dentro da língua oral, o sujeito surdo faz o mesmo com a língua de
sinais. “Nesse sentido, linguagem oral e linguagem de sinais não constituem uma
oposição, mas sim dois canais diferentes e igualmente eficientes para a transmissão
e a recepção da capacidade da linguagem” (BATISTA, CANEN, 2012, p. 27)

Com isso podemos dizer que o multiculturalismo é fundamental, pois aproxima os


ouvintes da sensibilidade de entender que os surdos precisam ser ouvidos através
de seus sinais e lutas políticas. E de que não há uma diferença somente no fato da
incapacidade auditiva, mas também como sujeitos com suas especialidades dentro
de uma sociedade democrática.

Segundo Batista e Canen (2012, p.25) a diferença entre surdos e ouvintes não está
somente na capacidade auditiva, e o entendimento dessa particularidade é de suma
importância, porém há as outras habilidades psicoculturais que os surdos
desenvolvem que também compõem a sua identidade. E é assim que a surdez toma
uma outra proporção, deixa de ser vista como deficiência para ser tratada como
diferença. Nesse sentido, o surdo se difere do ouvinte não unicamente porque não
ouve, mas nas suas condições e em seu processo de aprendizagem, pois possuem
habilidades psicossociais próprias. Todavia isso faz refletir que essa incapacidade
auditiva é sim uma diferença individual que possibilita a identificação do surdo. Que
o surdo é um indivíduo que tem uma maneira específica de comunicação.
A Língua Brasileira de Sinais tem todas as características, modelagem e
complexidade, como de qualquer língua que se queira aprender. O que a faz ser
dispensável e muitas vezes esquecida é a pouca ou nenhuma credibilidade que é
dada a ela, uma vez que grande parcela das pessoas acredita que seja destinada
somente à pessoa surda, e que dificilmente um ouvinte conheceria um surdo. E se
por acaso o fizesse, bastaria utilizar qualquer outro recurso escrito ou até mesmo a
mímica para ter uma comunicação breve e pouco eficiente. A reflexão proposta
nesse trabalho é justamente esta, não haveria necessidade de um diálogo adaptado
ao se ter contato com os surdos, se a LIBRAS fosse ensinada de maneira natural
nas escolas como tantas outras disciplinas curriculares.

Atualmente, mesmo com todos os avanços obtidos com relação ao direito do uso de
LIBRAS pelo surdo, pela obrigatoriedade de intérpretes e às outras conquistas
alcançadas, ainda esbarramos na unilateralidade da comunicação, quando só uma
das partes faz o domínio de um tipo de linguagem.

Na realidade da escola, mesmo que o aluno surdo tenha um intérprete e consiga


progredir em seus estudos, parte da sua construção de conhecimento é limitada.
Diversos pesquisadores e estudiosos da área já apontaram a importância da
interação para a construção do conhecimento. E atualmente, para além das
habilidades e competências acadêmicas adquiridas, é preciso também adquirir
competências e habilidades socioemocionais, cada vez mais necessárias no mundo
em que vivemos.

Nesse sentido, como nos ensina Briega (2019, p.19) se o surdo não consegue ter
uma adequada interação com o que está sendo transmitido através do uso de
LIBRAS, a sua construção de conhecimento dos conceitos científicos fica
comprometida, pois a mediação do professor não se faz suficiente. Desse modo, há
uma quebra nas conexões entre os saberes espontâneos que nascem da
convivência entre professor/aluno e também com os alunos entre si no convívio
escolar e fora dele.

Como dito anteriormente, comunicar-se é inato ao ser humano, e a comunicação


através de linguagem oral e escrita é uma das características que nos difere dos
outros animais. Ao estudarmos a Língua Portuguesa e todas as suas
particularidades, métodos e regras, estamos aprimorando essa capacidade
comunicativa, ampliando as possibilidades.

Assim como a Língua Portuguesa, LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) também é


uma língua e como tal carrega consigo características próprias e é utilizada
principalmente pela comunidade surda.

A língua de sinais, como já vimos, tem uma gramática própria e se


apresenta estruturada em todos os níveis, como as línguas orais:
fonológico, morfológico, sintático e semântico. Além disso, podemos
encontrar nela outras características: a produtividade/criatividade, a
flexibilidade, a descontinuidade e a arbitrariedade. (GESSER, 2009, p. 363)

Porém, não é assim que LIBRAS é vista no Brasil. Segundo Gesser (2009), todas as
vezes que se fala de LIBRAS nos deparamos com o desconhecimento até mesmo a
banalidade, pois desde a década de 1960, quando foi conferido à língua de sinais o
status linguístico, e mesmo 40 anos depois ainda precisamos reafirmar a sua
legitimidade.

A capacidade de se comunicar é tão importante que não sendo possível, limita o


indivíduo, tira dele o direito de se expressar.

E ser deficiente na linguagem, para um ser humano, é uma das


calamidades mais terríveis, porque é apenas por meio da língua que
entramos plenamente em nosso estado e cultura humanos, que nos
comunicamos livremente com nossos semelhantes, adquirimos e
compartilhamos informações. Se não pudermos fazer isso, ficaremos
incapacitados e isolados, de um modo bizarro — sejam quais forem nossos
desejos, esforços e capacidades inatas. E, de fato, podemos ser tão pouco
capazes de realizar nossas capacidades intelectuais (OLIVER, 2010, p. 19)

Portanto, a aquisição da LIBRAS se faz muito tardiamente e é restrita às pessoas


surdas. E essa conduta é prejudicial acompanhando o que diz Oliver Skacs (2010), o
surdo sempre foi visto como deficiente, incapaz, e isso se deve à sua incapacidade
de comunicação que por sua vez é acarretada pela aquisição tardia da Linguagem
de Sinais, pois seus pais, familiares e amigos próximos de convivência não
aprenderem a linguagem. Portanto, não há comunicação dentro de casa e ressalta a
importância de a criança surda ser posta em contato com a Linguagem de Sinais o
quanto antes.
A Língua de Sinais faz parte da cultura surda, mas precisa ser difundida para todos
os ouvintes para que não se isole uma comunidade.

No que diz respeito à surdez, a cultura surda é vista com uma forte conexão com
LIBRAS, chegando até a crer que essa língua seja a matéria-prima para a
construção da identidade surda. Nas pautas, preconizam, por exemplo, os meios
pelos quais os surdos dispõem para se colocar, expressar, agir e se posicionar no
mundo, “como a sensibilidade à vibração ou o uso da iluminação para chamar a
atenção, as ressignificações das formas de som e gestos, as produções literárias,
artísticas, e assim por diante.” (GESSER, 2012, p. 95)

Também de acordo com Gesser (2012), muitas pessoas ainda têm a crença de que
a Língua de Sinais é uma simulação da linguagem oral em forma de gestos, como
se fosse um “português sinalizado”. E isso contribui para o aumento do preconceito
com a língua. Contudo, o conhecimento de LIBRAS faz com que essas crenças se
dissipem, pois ela se revela tão rica e expressiva como toda língua convencional,
inclusive com capacidade de se expressar em qualquer situação.

Na visão de Fabiana Schmitt Corrêa (2019), existem alguns mitos que permeiam a
Linguagem de Sinais, como por exemplo de que ela seria mera gesticulação e não
uma linguagem em si.

E Schmitt (2019, p.13) ainda completa expondo que o que diferencia a linguagem
oral da sinalizada são as modalidades, uma vez que a oral se enquadra na
modalidade oral-auditiva e LIBRAS no viso espacial. É preciso entender que essa
especificidade da Linguagem de Sinais permite que ela apresente uma rica
expressividade distinta, pois ao mesmo tempo se utiliza de elementos e estruturas
próprias dessa língua, como as relações estabelecidas pelo movimento no espaço
corporal, bem como se apropria de recursos linguísticos próprios da linguagem
falada.

A maior parte do preconceito que envolve a LIBRAS vem de alguns


sugestionamentos que se formaram durante anos e que prejudicam a propagação
da Língua de Sinais e sua aceitação como segunda língua.
Como já referido, as línguas de sinais são línguas naturais e, portanto,
expressam desejos e necessidades das comunidades que as usam, bem
como refletem seus aspectos culturais. Uma vez que não existe comunidade
nem cultura universais, não é correto dizer que as línguas de sinais são
universais (PEREIRA, CHOI, VIEIRA, GASPAR, NAKASATO, 2011, p. 17)

Assim, vale lembrar que a linguagem define uma comunidade, e com LIBRAS não é
diferente. A Linguagem de Sinais é o que dá identidade ao surdo. (PEREIRA, CHOI,
VIEIRA, GASPAR, NAKASATO, 2011). Para que essa língua seja de fato efetiva, ela
também deve ser difundida e ensinada como segunda língua para os ouvintes,
possibilitando, assim, uma comunicação plena a todos.

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Para a elaboração e aprofundamento no assunto abordado do referido trabalho, foi


utilizado o método de pesquisa qualitativo que “Preocupa-se em conhecer a
realidade segundo a perspectiva dos sujeitos participantes da pesquisa, sem medir
ou utilizar elementos estatísticos para análise dos dados.” (ZANELLA, 2007, p. 99)

Segundo SILVA (2014) na pesquisa qualitativa, a natureza das respostas dos


sujeitos participantes é o eixo principal da análise dos dados. Sendo elas em formato
de entrevistas, estudo de caso, opiniões de especialistas, grupos focais e pesquisa
empírica. As vantagens é poder obter opiniões e entender melhor os detalhes sobre
determinados assuntos ou um problema, ajudando a concretização das hipóteses.

Na abordagem qualitativa, esperamos que os sujeitos participantes do


estudo colaborem com suas reflexões, dúvidas, sugestões, apontando
dificuldades, facilidades, desafios, perspectivas, acervos, experiências, de
modo que suas percepções e experiências contribuam para o conhecimento
do tema, sua natureza, problemática, possibilidades de abordagem, análise
e interpretação, estudos já realizados, resultados e dificuldades encontrados
por outros pesquisadores. (SILVA, 2014, p.31)

Foram entrevistadas seis pessoas com idade entre trinta e cinquenta anos, as quais
foram divididas em dois grupos diferentes: dois profissionais da área da educação,
como professores e intérpretes que tiveram e têm algum contato com pessoas
surdas, assim como aquelas que trabalham de forma direta com elas, e quatro
ouvintes sem nenhuma ligação profissional ou convívio mais próximo com essa
comunidade. Para o grupo dos profissionais, daremos o nome de Profissional 1 e de
Profissional 2, e para o grupo dos ouvintes, daremos o nome de Ouvinte 1, Ouvinte
2, Ouvinte 3 e por fim, Ouvinte 4.

A ferramenta utilizada para a coleta dos dados foi um questionário online,


FormsApp®, da empresa Surveyheart®, que é uma plataforma tanto para celulares,
quanto para computadores, de criação e controle de formulários. Foram feitas três
perguntas, uma para todos e outras duas perguntas específicas para cada grupo.
Foram feitas perguntas abertas e as respostas foram por escrito, preservando a
individualidade e liberdade dos respondentes. Como defendem Moreira e Caleffe
(2006, p.73), o método de pesquisa qualitativa “explora as características dos
indivíduos e cenários que não podem ser facilmente descritos numericamente”.

4. REFLEXÕES A PARTIR DOS RESULTADOS DA PESQUISA

De início foi feita uma pergunta para ambos os grupos com a intenção de buscar um
pensamento crítico sobre a realidade tratada na pesquisa com relação à importância
do aprendizado de LIBRAS para ouvintes de modo geral.

O grupo dos profissionais foi o primeiro a responder essa questão. Tanto o


Profissional 1 quanto o Profissional 2 pensam que é muito importante o aprendizado
de LIBRAS, pois faz com que haja, de fato, uma imersão dos ouvintes na
comunidade surda, entendendo a sua realidade, sensibilizando e promovendo a
inclusão.

O grupo dos ouvintes também respondeu:

Acho necessário para promover uma inclusão e possibilitar a comunicação


de maneira sucinta com quem dela necessita. A linguagem é simples, sua
disseminação é necessária. A falta de expressividade pode tirar tudo,
atrapalhar na moldagem do caráter, desenvolver traumas e agravar ainda
mais a falta de inclusão que deficientes já sofrem. É um parâmetro mínimo
que promove uma melhoria significativa para a vida de quem necessita.
Nossa sociedade trata o diferente, como fosse responsável por prover os
meios para se enquadrar, para receber aceitação, quando na verdade,  é
uma questão que envolve a todos. Responsabilidade coletiva, que
aprendemos a negligenciar ao longo da vida. Logo, a inclusão de libras
como uma segunda língua é um começo mais do que necessário.
(OUVINTE 1)
Tratando-se de inclusão, é dito por Gesser (2012, p. 90) que é preciso de laços
sociais, já que nem todos os ouvintes não se importam com o aprendizado de
LIBRAS, mas, mesmo assim, na base do aprendizado que são as escolas, elas não
possuem uma estrutura que atinja as necessidades dos surdos com relação à língua
e comunicação. “Interessante! Assim como outras línguas, a LIBRAS também
deveria ser ensinada nas escolas.” (OUVINTE 2), “Acredito que é de extrema
importância aprendermos a língua de sinais, especialmente os educadores, para que
os deficientes auditivos sejam verdadeiramente incluídos nas atividades sociais.”
(OUVINTE 3) “Penso que deveria ser uma forma de aprendizagem fácil e que
deveria ser inserido nas escolas como uma matéria, assim como o português e a
matemática!” (OUVINTE 4).

As perguntas específicas feitas aos profissionais da área deram enfoque ao âmbito


educacional, convidando o entrevistado a refletir sobre a condição da pessoa surda
no meio escolar.

A primeira pergunta específica para o grupo foi sobre qual seria o conhecimento
mínimo em LIBRAS que um professor deveria ter, quando em sua classe há um
aluno surdo. O Profissional 1 respondeu que o docente necessita ter um
conhecimento para permitir ao menos o essencial sem precisar de um intérprete.
Isso porque o uso de um intérprete, mesmo sendo um direito do surdo, de certo
modo terceiriza a comunicação.

Deveria toda a unidade acadêmica de conhecimento em LIBRAS. O


professor tendo um aluno surdo, deveria ter conhecimento básico da
LIBRAS, para poder incluir o seu aluno na sua totalidade ao conhecer a
língua do seu aluno, demonstrar um ato de respeito, e ressignificar toda a
vivência em sala de aula. Cria laços afetivos, facilitando a comunicação e a
troca de experiência e aprendizagem. (PROFISSIONAL 2)

Essas duas opiniões reforçam algumas teorias que acreditam que o ensino de
LIBRAS, como é feito hoje em dia, não é satisfatório, uma vez que ele é parcial,
unilateral, impactando diretamente na qualidade da comunicação e dos processos
cognitivos do sujeito surdo.

Nesse sentido, notam-se problemas provocados pela artificialidade da


linguagem na escola, especialmente no ensino de crianças surdas, pois a
Libras deve anteceder o ensino da língua oral majoritária (a língua
portuguesa). É nesse sentido que o empobrecimento dos seus círculos
coletivos acarreta complicações para o desenvolvimento das funções
psíquicas, uma vez que elas são promovidas pela linguagem, num
movimento entre o externo e o interno. (BRIEGA, 2019, p.16)

Foi perguntado por último, se os entrevistados pensam que LIBRAS deveria ser
incluída como disciplina obrigatória nos currículos e em qual modalidade de ensino. 
A Profissional 1 disse que seria interessante que LIBRAS fosse ministrada ao menos
em um semestre nos cursos de licenciatura. Já a Profissional 2 foi um pouco mais
além, reforçando que quanto mais cedo se começa, mais efetiva, consistente e
natural se torna a aprendizagem.

Desde do pré, as crianças absorvem muito rápido e demonstram que não


existe barreiras para receber o outro, e derruba barreiras atitudinais, todos
que estão presentes no chão da escola, atores principais no processo da
inclusão. (PROFISSIONAL 2)

Em seguida, foram feitas perguntas específicas para os ouvintes que pudessem ter
alguma experiência com pessoas surdas ou como lidariam com essa comunidade.

Quando perguntados sobre o que eles entendem sobre a realidade da pessoa surda:
Os Ouvintes 1 e 3 responderam:

Que a percepção do mundo deve ser bem peculiar e alterada. Não consigo
imaginar um mundo sem sons, ou com pouca nitidez em sua composição;
por ser músico, este tipo de situação, gera até um certo tipo de pânico.
Perceber o mundo sonoro através de outros sentidos, deve ser uma
experiência bem complicada, trabalhosa é possível de ser masterizada,
somente com o tempo. A comunicação deve ser algo bem complicado,
posto o fato de que nosso país não preza por uma inclusão. (OUVINTE 1)

Em consonância com a resposta anterior, a Ouvinte 3 expressa a sua opinião:


“Penso que a surdez não impossibilita a vida da pessoa, mas a estrutura social e
física  dos locais é o que atrapalha por não estarem devidamente preparados para
receber esses indivíduos.”

Já os Ouvintes 2 e 4 se posicionaram: “Não tenho amigos ou familiares com surdez,


mas imagino que seja uma realidade difícil, ainda mais em nosso país onde não há
muitos profissionais que saibam a linguagem em libras. ” (OUVINTE 2). Aqui o foco
está na deficiência do ensino de LIBRAS no país, sendo de extrema importância e
necessidade a formação inicial e continuada de mais profissionais com o
conhecimento dessa linguagem.

“Infelizmente quando encontramos uma pessoa surda não sabemos como nos
comunicar!!! A realidade é triste para ambas as partes, pois assim como para nós é
difícil nos expressarmos e comunicarmos para eles também é difícil nos estender!!!”
(OUVINTE 4). A falta de conhecimento de uma parte pela outra e os estranhamentos
inerentes a esse fato, somados à desvalorização do aprendizado de uma Língua
necessária para uma sociedade que divide as mesmas leis e direitos, faz com que
essa mesma comunidade seja menos equilibrada e democrática.

Por último, foi perguntado a eles quais seriam os mecanismos/ferramentas de


comunicação que eles utilizam com a pessoa surda e por que o fazem.

Gestual e escrito. Não consigo imaginar mecanismos melhores,


principalmente no improviso. Outras tecnologias e possibilidades não são
acessíveis a todos ou constantemente presentes até mesmo aos que têm
acesso. (OUVINTE 1)

O Ouvinte 2 diz que usaria somente a escrita, por não saber qualquer sinal em
LIBRAS. Em contrapartida o Ouvinte 3 já destaca que usaria o básico da linguagem
de sinais e aplicativos de celular como HandTalk® que auxilia na comunicação
rápida traduzindo várias palavras. E o Ouvinte 4 destaca: “É bem difícil!!! Por mais
que tenha estudado em uma matéria na faculdade, ainda não aprendi como me
comunicar perfeitamente, aí a gente vai improvisando!!! Mas todos deveriam
aprender!!!!”.

Observando e analisando as respostas dos entrevistados e embasado no referencial


teórico aqui estudado, serão feitas a seguir algumas considerações e reflexões
sobre o que foi escrito para endossar as questões aqui discutidas.

Na sua totalidade os entrevistados apoiam e reconhecem a importância da


Linguagem de Sinais ser adquirida não somente por surdos, mas por ouvintes em
geral como sua segunda língua. Isso porque entendem a relevância de se haver
uma comunicação total, ampla e equânime, e isso não pode acontecer se os dois
lados seguem caminhos diferentes. O surdo aprende LIBRAS e o ouvinte só se
comunica através da oralidade, e todas as vezes que as duas realidades se
encontrarem o processo comunicativo passa a ser feito por meio do improviso. E
assim sendo, não há como garantir que haja inclusão do surdo em nenhuma esfera
da sociedade, inclusive na escola. Apesar de haver algumas pequenas divergências
sobre em qual modalidade de ensino a Linguagem de Sinais seria inserida como
disciplina curricular, é de pensamento unânime que a sua inserção é necessária e
urgente. A inclusão do surdo no ambiente escolar fica por conta tão somente da Sala
de Atendimento Educacional Especializado e dos intérpretes.

Apesar dos desafios que o sistema educacional enfrenta com a educação dos
surdos, os professores em formação precisam adquirir e aprofundar conhecimentos
diversos ao longo de sua trajetória acadêmica sobre a constituição do sujeito surdo e
suas especificidades para melhor atender esses alunos especiais. O Ministério da
Educação cria programas de formação continuada do professor que incluem o direito
à diversidade, de modo a tornar o ensino mais inclusivo. Porém, na prática, a forma
como implementam os cursos ainda é muito rasa e sem muito enfoque, deixando o
professor perdido e tendo de ter sempre mais ajuda. Algo que poderia ser mais bem
resolvido se essas cartilhas e toda a beleza teórica dos conhecimentos específicos
fossem incluídas, não somente nos cursos superiores, mas desde a educação
básica.

Mesmo garantida legalmente, inúmeras ainda têm sido as dificuldades para


a concretização da inclusão escolar, como falta de estrutura física e
tecnológica das escolas, a ausência de recursos pedagógicos adaptados, a
precariedade do sistema de apoio especializado dentro das escolas
regulares, insuficiência na capacitação de professores, além da baixa
qualidade de ensino de muitos dos sistemas escolares públicos […] Vale
ressaltar, contudo, que muitas das dificuldades em relação à inclusão
educacional podem ser associadas não à dificuldade em trabalhar com uma
condição de deficiência, mas às dificuldades de um sistema educacional,
que persistem há décadas, sistema este que necessita transformar-se para
superar os métodos tradicionais e adaptar-se à nova realidade social
vivenciada. (CARVALHO; SALERNO; ARAÚJO, 2015, p. 40).

Nenhuma medida ou lei é mais eficiente que a conscientização de uma sociedade a


respeito de uma necessidade. E o surdo necessita desse olhar de inclusão por parte
dos ouvintes. É preciso que se faça o caminho inverso da inclusão, em que o todo
queira se incluir na parte e não somente o contrário. É preciso entender o surdo e a
comunidade em que ele se insere, bem como a sua linguagem, o seu modo de
comunicar, e assim, aprender LIBRAS se tornará algo natural considerando o seu
significado de importância.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista todas as questões apresentadas nesse trabalho e ao longo de toda


a formação acadêmica que permitiu formar análises consistentes, conclui-se que,
com base no percurso histórico da comunidade surda e da Língua de Sinais no
Brasil, a luta por uma comunicação equitativa e bilateral antecede a existência de
leis que regulamentam esse direito.

Mesmo LIBRAS, sendo considerada como meio legal de comunicação e expressão,

ela ainda é utilizada quase que exclusivamente pela comunidade surda, como se os

sujeitos surdos estivessem limitados a comunicar-se somente entre si. Entre os

ouvintes, além de ser pouco conhecida e estudada, a LIBRAS é negligenciada até

mesmo no âmbito acadêmico, onde deveria ser amplamente e efetivamente

difundida e defendida.

No percurso dessa pesquisa, observou-se principalmente entre os ouvintes o pouco

ou nenhum conhecimento sobre a Língua de Sinais. Porém todos os entrevistados,

tanto os ouvintes como os profissionais da área, entram em consonância em um

ponto crucial do presente trabalho, que é reconhecer a importância do aprendizado

de LIBRAS como segunda língua para os ouvintes.

Portanto fica uma reflexão importante no sentido de que essa língua possa ser

propagada e respeitada como tal. É preciso que haja a mobilização não só da

comunidade surda e de pessoas que estão de alguma forma ligadas a ela, mas

também uma conscientização de toda a sociedade para que a inclusão dos surdos

em todos as esferas sociais ocorra de maneira legítima e sustentável.


Em suma, sendo LIBRAS uma língua, passou e vem passando pelos processos

evolutivos pelos quais todas as línguas passam. Entretanto, ela é geralmente tida

como uma língua restrita à comunidade surda. Assim, há muito o que se construir e

lutar para uma melhoria no processo de construção de uma sociedade mais

democrática, em que os ouvintes estejam plenamente conscientes de seu papel

protagonista em prol de uma comunicação sem rachaduras.

A ideia é trabalhar a valorização e ensino de LIBRAS objetivando uma sociedade

acolhedora para os surdos, inclusiva, que fale também LIBRAS. Por isso, assim

como a Língua Portuguesa é considerada segunda língua para os surdos, como é

tratado na Educação Bilíngue, a LIBRAS também deveria ser considerada segunda

língua para os ouvintes.


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legal de comunicação versus língua oficial: um debate sobre leis. In: Línguas e
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BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Diário Oficial
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BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de Julho de 2015. INSTITUI A LEI BRASILEIRA DE


INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 07 de Julho de 2015. Página 2.

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CARVALHO, Camila Lopes de; SALERNO, Marina Brasiliano; ARAÚJO, Paulo


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Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/educacao/lingua-brasileira-de-
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VITORIANO, Anderson Francisco; SOUZA, Rita de Cássia Santos. Educação


Bilíngue: O desdobramento das práticas pedagógicas com alunos surdos. Aracajú.
Editora Criação, 2020.
FOLHA DE APROVAÇÃO

Camila Ramos de Oliveira Queiroz e Lucas Miranda Torres

APRENDIZAGEM DE LIBRAS COMO SEGUNDA LÍNGUA PARA OUVINTES

Trabalho de Conclusão de Curso, no


formato de ARTIGO, apresentado à
Coordenadoria do Curso Superior de
Licenciatura em Letras-Português, na
modalidade EAD – do Instituto Federal
do ES – IFES -Campus Vitória – ES,
como requisito parcial para obtenção
do título de Licenciado em Letras-
Português.

Aprovado em 13 de Dezembro 2021

COMISSÃO EXAMINADORA

Ma. Verônica Rangel Barreto

Dr. Joaquim César Cunha dos Santos

Dra. Eliana Cristina Bär

Observação: As assinaturas da Comissão Examinadora estão na ATA FINAL,


anexada ao ARTIGO, abaixo desta Folha de Aprovação. No Curso de Letras
EAD, partir de 2020.1 (Covid), o orientador assina por todos os membros da
banca.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CAMPUS VITÓRIA
Avenida Vitória, 1729 – Bairro Jucutuquara – 29040-780 – Vitória – ES

LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS - EAD

ATA DE APRESENTAÇÃO E ARGUIÇÃO ORAL DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - FINAL

Aos 13 dias do mês de dezembro de 2021, reuniu-se pela web a Banca Examinadora composta pelos professores que
assinam esta ATA, para avaliar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Licenciatura em Letras/EAD intitulado
APRENDIZAGEM DE LIBRAS COMO SEGUNDA LÍNGUA PARA OUVINTES de autoria dos alunos
Camila Ramos de Oliveira Queiroz e Lucas Miranda Torres.

A presidente da banca examinadora, professora Jacimara Ribeiro Merizio Cardozo, após dar a conhecer aos presentes o
teor das Normas Regulamentares da apresentação do TCC, passou a palavra para os estudantes, para a apresentação de
seu trabalho. Seguiu-se a arguição pelos examinadores, com a respectiva defesa dos estudantes. Logo após, os
examinadores se reuniram, sem a presença dos estudantes e do público, para julgamento e expedição do resultado.
Todos os membros da banca emitiram pareceres por escrito para entregar ao orientador que encaminhará os estudantes.
Finalizada a análise da Banca Examinadora, o TCC dos alunos foi considerado:

( x ) APROVADO¹ - 80 a 100 pontos - NOTA: 80

O resultado foi comunicado publicamente aos estudantes pela Presidente da banca. Nada mais havendo a tratar, a
sessão foi encerrada e foi lavrada a presente ATA, que será assinada por todos os membros participantes da
banca avaliadora.

Titulação e nome completo dos membros da banca:

Professor (a) orientador (a) Ma. Verônica Rangel Barreto

Professor (a) Convidado Dr. Joaquim César Cunha dos Santos

Professor (a) Convidada Dra. Eliana Cristina Bär

Professor (a) Convidada Ma. Jacimara Ribeiro Merizio Cardozo

OBSERVAÇÃO: - Em todos os casos pendentes, o orientador acompanhará a reescrita do trabalho e só postará nota
após emitir um relatório (anexo à ATA), certificando que o trabalho atendeu a todas as mudanças solicitadas nos
pareceres dos membros da banca. A ATA e o Relatório serão encaminhados à Secretaria do Curso de Letras.Vitória, ES,
13 de dezembro de 2021.

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