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RESUMO:
O presente trabalho tem por objetivo apresentar e analisar a importância da aprendizagem
de LIBRAS como segunda língua para ouvintes de um modo geral, não somente focando
em familiares próximos da pessoa surda, a fim de que a comunicação desse indivíduo surdo
aconteça em todos os âmbitos de interação social. Para isso, é proposto que o aprendizado
da Língua de Sinais seja inserido não somente como componente curricular nas instituições
educacionais, mas também faça parte da comunicação interpessoal cotidiana de forma mais
abrangente. A metodologia adotada foi o estudo e análise de pesquisa qualitativa por meio
de questionários direcionados a dois principais grupos, os ouvintes de forma ampla e
aleatória, e a profissionais da área de educação que atuam no ensino de LIBRAS. Com os
resultados obtidos e em comparação com o referencial teórico apresentado, observou-se
que os entrevistados estão em consonância com o enfoque do trabalho, que é a tomada de
consciência sobre a relevância da aprendizagem de LIBRAS para promover a inclusão
social da comunidade surda e tornar a sua comunicação mais eficiente e significativa.
ABSTRACT:
This paper aims to present and analyze the importance of LIBRAS learning as a second
language to listeners in general, not only focusing on family members of the deaf person, so
that the communication of these individuals may occur in all dimensions of social interaction.
To do so it is proposed that the learning of the Brazilian Sign Language should be inserted
not only as a curricular component in educational institutions, but also may become part of
daily basis interpersonal communication in a comprehensive way. The methodology adopted
was the study and analysis of qualitative research through questionnaire directed to two main
groups, the listeners in a broad and random way and to professionals in the field of education
who work with LIBRAS. It was observed with the results, and in comparison, with the
theoretical framework presented, that the interviewees are aligned to the focus of this
research, which is the awareness of the relevance of LIBRAS learning to enhance the social
inclusion of deaf communities and to raise their communication to a broader and more
significant sphere.
1 INTRODUÇÃO
A comunidade surda sofre com essa indiferença no que diz respeito ao direito à
comunicação. Mesmo tendo LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) como língua oficial
dessa comunidade, a realidade é diferente da que seria ideal para podermos falar
em igualdade de comunicação.
Desse modo, ela não pode ser considerada um recurso como o sistema Braille, pois
ela tem toda uma estrutura e normatização.
Ser a LIBRAS bem difundida é também resultado de outras duas legislações: a Lei
de Inclusão ou Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15) e a Lei de
Acessibilidade (Lei 10.098/20).
Falar sobre o ensino efetivo de LIBRAS é mais que uma mera tentativa de abrandar
os muros da comunicação entres dois mundos que coexistem num mesmo espaço,
porém não interagem plenamente, pois esbarram numa realidade excludente onde
somente pessoas surdas dominam a Língua de Sinais. Para isso, precisa-se entrar
visão de que uma pessoa surda seja deficiente e não com apenas condições
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Quando se trata de pessoa surda, Oliver Sacks (1990, p. 10) escreveu em seu livro
Vendo Vozes “Somos notavelmente ignorantes a respeito da surdez […] muito mais
ignorantes do que um homem instruído teria sido em 1886 ou 1786. Ignorantes e
indiferentes.” E isso também se aplica quando nos referimos a LIBRAS, e tal fato se
dá por algumas razões. A primeira e mais importante delas é a falta de informação.
No Brasil atualmente pouco se ouve falar sobre a Língua de Sinais, mesmo ela
sendo a segunda língua oficial do Brasil, ela caminha à margem da sociedade,
assim como o sujeito surdo em muitos os sentidos.
A história do surdo no Brasil começa a ter visibilidade a partir do ano de 1885, com o
então Imperador D. Pedro II, que com o auxílio do professor Hernert Huet fundou o
Imperial Instituto para Surdos-Mudos no ano de 1887 na cidade do Rio de Janeiro,
onde era utilizado o Método Combinado, e mesmo aceitando surdos de todo país, só
eram admitidas pessoas do sexo masculino. No ano de 1957 o Imperial Instituto
passou a se chamar Instituto Nacional de Educação para Surdos (INES), e foi nesse
instituto que começou a ser criada no Brasil a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
Por volta de 1987, também no Rio de Janeiro foi criada a Federação Nacional de
Educação e Integração dos Surdos (FENEIS), uma unidade filantrópica sem fins
lucrativos.
Em 1911, o Brasil deu muitos passos para trás quando foi proibida legalmente a
Língua de Sinais, e o oralismo foi adotado pelo INES. A Língua de Sinais é
novamente liberada no Brasil em meados de 1991, onde pela primeira vez é
reconhecida por lei. Entretanto, somente em 2001 que sai a promulgação da lei que
reconhece a LIBRAS como segunda língua oficial do país. Assegurada a ela, então,
o direito de ser ensinada não somente a surdos como também a ouvintes, uma vez
que passa a ser reconhecida como Língua.
Em consonância com o que acredita Lima (2006, p.68), LIBRAS é uma Língua viso-
espacial, isto é, os sinais feitos com as mãos no espaço corporal com o intuito de
serem vistos. Assim como toda língua ela possui parâmetros e características
próprias, deste modo, se ela não for de fato aprendida efetivamente alguns detalhes
como entonação e metáforas, não são entendidos pelo interlocutor.
Todavia faz-se um paralelo ressaltando que, assim como é proposto que haja essa
Educação integral do surdo para melhor incluí-lo no meio social, igualmente é
imperiosa a reflexão sobre a inclusão do ouvinte no convívio do surdo, por meio da
aprendizagem de LIBRAS como sua segunda língua.
Falar sobre LIBRAS também é trazer toda a bagagem dessa forma de comunicação
que os surdos carregam dentro de sua história de luta. Quando falamos dessa
trajetória também falamos sobre uma cultura da comunidade surda, algo que não se
pode deixar de observar como algo intrínseco deles. E quando falamos de uma
cultura que está em constante negociação de significados com culturas outras,
dentro de uma mesma sociedade, estamos falando de multiculturalidade.
Segundo Batista e Canen (2012, p.25) a diferença entre surdos e ouvintes não está
somente na capacidade auditiva, e o entendimento dessa particularidade é de suma
importância, porém há as outras habilidades psicoculturais que os surdos
desenvolvem que também compõem a sua identidade. E é assim que a surdez toma
uma outra proporção, deixa de ser vista como deficiência para ser tratada como
diferença. Nesse sentido, o surdo se difere do ouvinte não unicamente porque não
ouve, mas nas suas condições e em seu processo de aprendizagem, pois possuem
habilidades psicossociais próprias. Todavia isso faz refletir que essa incapacidade
auditiva é sim uma diferença individual que possibilita a identificação do surdo. Que
o surdo é um indivíduo que tem uma maneira específica de comunicação.
A Língua Brasileira de Sinais tem todas as características, modelagem e
complexidade, como de qualquer língua que se queira aprender. O que a faz ser
dispensável e muitas vezes esquecida é a pouca ou nenhuma credibilidade que é
dada a ela, uma vez que grande parcela das pessoas acredita que seja destinada
somente à pessoa surda, e que dificilmente um ouvinte conheceria um surdo. E se
por acaso o fizesse, bastaria utilizar qualquer outro recurso escrito ou até mesmo a
mímica para ter uma comunicação breve e pouco eficiente. A reflexão proposta
nesse trabalho é justamente esta, não haveria necessidade de um diálogo adaptado
ao se ter contato com os surdos, se a LIBRAS fosse ensinada de maneira natural
nas escolas como tantas outras disciplinas curriculares.
Atualmente, mesmo com todos os avanços obtidos com relação ao direito do uso de
LIBRAS pelo surdo, pela obrigatoriedade de intérpretes e às outras conquistas
alcançadas, ainda esbarramos na unilateralidade da comunicação, quando só uma
das partes faz o domínio de um tipo de linguagem.
Nesse sentido, como nos ensina Briega (2019, p.19) se o surdo não consegue ter
uma adequada interação com o que está sendo transmitido através do uso de
LIBRAS, a sua construção de conhecimento dos conceitos científicos fica
comprometida, pois a mediação do professor não se faz suficiente. Desse modo, há
uma quebra nas conexões entre os saberes espontâneos que nascem da
convivência entre professor/aluno e também com os alunos entre si no convívio
escolar e fora dele.
Porém, não é assim que LIBRAS é vista no Brasil. Segundo Gesser (2009), todas as
vezes que se fala de LIBRAS nos deparamos com o desconhecimento até mesmo a
banalidade, pois desde a década de 1960, quando foi conferido à língua de sinais o
status linguístico, e mesmo 40 anos depois ainda precisamos reafirmar a sua
legitimidade.
No que diz respeito à surdez, a cultura surda é vista com uma forte conexão com
LIBRAS, chegando até a crer que essa língua seja a matéria-prima para a
construção da identidade surda. Nas pautas, preconizam, por exemplo, os meios
pelos quais os surdos dispõem para se colocar, expressar, agir e se posicionar no
mundo, “como a sensibilidade à vibração ou o uso da iluminação para chamar a
atenção, as ressignificações das formas de som e gestos, as produções literárias,
artísticas, e assim por diante.” (GESSER, 2012, p. 95)
Também de acordo com Gesser (2012), muitas pessoas ainda têm a crença de que
a Língua de Sinais é uma simulação da linguagem oral em forma de gestos, como
se fosse um “português sinalizado”. E isso contribui para o aumento do preconceito
com a língua. Contudo, o conhecimento de LIBRAS faz com que essas crenças se
dissipem, pois ela se revela tão rica e expressiva como toda língua convencional,
inclusive com capacidade de se expressar em qualquer situação.
Na visão de Fabiana Schmitt Corrêa (2019), existem alguns mitos que permeiam a
Linguagem de Sinais, como por exemplo de que ela seria mera gesticulação e não
uma linguagem em si.
E Schmitt (2019, p.13) ainda completa expondo que o que diferencia a linguagem
oral da sinalizada são as modalidades, uma vez que a oral se enquadra na
modalidade oral-auditiva e LIBRAS no viso espacial. É preciso entender que essa
especificidade da Linguagem de Sinais permite que ela apresente uma rica
expressividade distinta, pois ao mesmo tempo se utiliza de elementos e estruturas
próprias dessa língua, como as relações estabelecidas pelo movimento no espaço
corporal, bem como se apropria de recursos linguísticos próprios da linguagem
falada.
Assim, vale lembrar que a linguagem define uma comunidade, e com LIBRAS não é
diferente. A Linguagem de Sinais é o que dá identidade ao surdo. (PEREIRA, CHOI,
VIEIRA, GASPAR, NAKASATO, 2011). Para que essa língua seja de fato efetiva, ela
também deve ser difundida e ensinada como segunda língua para os ouvintes,
possibilitando, assim, uma comunicação plena a todos.
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Foram entrevistadas seis pessoas com idade entre trinta e cinquenta anos, as quais
foram divididas em dois grupos diferentes: dois profissionais da área da educação,
como professores e intérpretes que tiveram e têm algum contato com pessoas
surdas, assim como aquelas que trabalham de forma direta com elas, e quatro
ouvintes sem nenhuma ligação profissional ou convívio mais próximo com essa
comunidade. Para o grupo dos profissionais, daremos o nome de Profissional 1 e de
Profissional 2, e para o grupo dos ouvintes, daremos o nome de Ouvinte 1, Ouvinte
2, Ouvinte 3 e por fim, Ouvinte 4.
De início foi feita uma pergunta para ambos os grupos com a intenção de buscar um
pensamento crítico sobre a realidade tratada na pesquisa com relação à importância
do aprendizado de LIBRAS para ouvintes de modo geral.
A primeira pergunta específica para o grupo foi sobre qual seria o conhecimento
mínimo em LIBRAS que um professor deveria ter, quando em sua classe há um
aluno surdo. O Profissional 1 respondeu que o docente necessita ter um
conhecimento para permitir ao menos o essencial sem precisar de um intérprete.
Isso porque o uso de um intérprete, mesmo sendo um direito do surdo, de certo
modo terceiriza a comunicação.
Essas duas opiniões reforçam algumas teorias que acreditam que o ensino de
LIBRAS, como é feito hoje em dia, não é satisfatório, uma vez que ele é parcial,
unilateral, impactando diretamente na qualidade da comunicação e dos processos
cognitivos do sujeito surdo.
Foi perguntado por último, se os entrevistados pensam que LIBRAS deveria ser
incluída como disciplina obrigatória nos currículos e em qual modalidade de ensino.
A Profissional 1 disse que seria interessante que LIBRAS fosse ministrada ao menos
em um semestre nos cursos de licenciatura. Já a Profissional 2 foi um pouco mais
além, reforçando que quanto mais cedo se começa, mais efetiva, consistente e
natural se torna a aprendizagem.
Em seguida, foram feitas perguntas específicas para os ouvintes que pudessem ter
alguma experiência com pessoas surdas ou como lidariam com essa comunidade.
Quando perguntados sobre o que eles entendem sobre a realidade da pessoa surda:
Os Ouvintes 1 e 3 responderam:
Que a percepção do mundo deve ser bem peculiar e alterada. Não consigo
imaginar um mundo sem sons, ou com pouca nitidez em sua composição;
por ser músico, este tipo de situação, gera até um certo tipo de pânico.
Perceber o mundo sonoro através de outros sentidos, deve ser uma
experiência bem complicada, trabalhosa é possível de ser masterizada,
somente com o tempo. A comunicação deve ser algo bem complicado,
posto o fato de que nosso país não preza por uma inclusão. (OUVINTE 1)
“Infelizmente quando encontramos uma pessoa surda não sabemos como nos
comunicar!!! A realidade é triste para ambas as partes, pois assim como para nós é
difícil nos expressarmos e comunicarmos para eles também é difícil nos estender!!!”
(OUVINTE 4). A falta de conhecimento de uma parte pela outra e os estranhamentos
inerentes a esse fato, somados à desvalorização do aprendizado de uma Língua
necessária para uma sociedade que divide as mesmas leis e direitos, faz com que
essa mesma comunidade seja menos equilibrada e democrática.
O Ouvinte 2 diz que usaria somente a escrita, por não saber qualquer sinal em
LIBRAS. Em contrapartida o Ouvinte 3 já destaca que usaria o básico da linguagem
de sinais e aplicativos de celular como HandTalk® que auxilia na comunicação
rápida traduzindo várias palavras. E o Ouvinte 4 destaca: “É bem difícil!!! Por mais
que tenha estudado em uma matéria na faculdade, ainda não aprendi como me
comunicar perfeitamente, aí a gente vai improvisando!!! Mas todos deveriam
aprender!!!!”.
Apesar dos desafios que o sistema educacional enfrenta com a educação dos
surdos, os professores em formação precisam adquirir e aprofundar conhecimentos
diversos ao longo de sua trajetória acadêmica sobre a constituição do sujeito surdo e
suas especificidades para melhor atender esses alunos especiais. O Ministério da
Educação cria programas de formação continuada do professor que incluem o direito
à diversidade, de modo a tornar o ensino mais inclusivo. Porém, na prática, a forma
como implementam os cursos ainda é muito rasa e sem muito enfoque, deixando o
professor perdido e tendo de ter sempre mais ajuda. Algo que poderia ser mais bem
resolvido se essas cartilhas e toda a beleza teórica dos conhecimentos específicos
fossem incluídas, não somente nos cursos superiores, mas desde a educação
básica.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
ela ainda é utilizada quase que exclusivamente pela comunidade surda, como se os
difundida e defendida.
Portanto fica uma reflexão importante no sentido de que essa língua possa ser
comunidade surda e de pessoas que estão de alguma forma ligadas a ela, mas
também uma conscientização de toda a sociedade para que a inclusão dos surdos
evolutivos pelos quais todas as línguas passam. Entretanto, ela é geralmente tida
como uma língua restrita à comunidade surda. Assim, há muito o que se construir e
acolhedora para os surdos, inclusiva, que fale também LIBRAS. Por isso, assim
PEREIRA, Maria Cristina da Cunha, CHOI, Daniel, VIEIRA, Maria Inês, GASPAR,
Priscilla, NAKASATO, Ricardo. Libras: Conhecimento além dos sinais. São Paulo. 1ª
Ed. Editora Pearson Universidades. 2011. 144p.
SACKS, Oliver. Vendo Vozes: uma jornada pelo mundo dos surdos. Rio de Janeiro.
Imago, 1ªEd. 2010.
SANTOS, Nathalia Lacerda Jacinto dos, SILVA, Thiago Santos Da. Trabalhando
com o gênero conto em sala de aula: da leitura à produção. Universidade Federal do
Pampa, Santana do Livramento, p. 2-3, Novembro 2017.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. Sãp Paulo: Cultrix, 2004.
COMISSÃO EXAMINADORA
Aos 13 dias do mês de dezembro de 2021, reuniu-se pela web a Banca Examinadora composta pelos professores que
assinam esta ATA, para avaliar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Licenciatura em Letras/EAD intitulado
APRENDIZAGEM DE LIBRAS COMO SEGUNDA LÍNGUA PARA OUVINTES de autoria dos alunos
Camila Ramos de Oliveira Queiroz e Lucas Miranda Torres.
A presidente da banca examinadora, professora Jacimara Ribeiro Merizio Cardozo, após dar a conhecer aos presentes o
teor das Normas Regulamentares da apresentação do TCC, passou a palavra para os estudantes, para a apresentação de
seu trabalho. Seguiu-se a arguição pelos examinadores, com a respectiva defesa dos estudantes. Logo após, os
examinadores se reuniram, sem a presença dos estudantes e do público, para julgamento e expedição do resultado.
Todos os membros da banca emitiram pareceres por escrito para entregar ao orientador que encaminhará os estudantes.
Finalizada a análise da Banca Examinadora, o TCC dos alunos foi considerado:
O resultado foi comunicado publicamente aos estudantes pela Presidente da banca. Nada mais havendo a tratar, a
sessão foi encerrada e foi lavrada a presente ATA, que será assinada por todos os membros participantes da
banca avaliadora.
OBSERVAÇÃO: - Em todos os casos pendentes, o orientador acompanhará a reescrita do trabalho e só postará nota
após emitir um relatório (anexo à ATA), certificando que o trabalho atendeu a todas as mudanças solicitadas nos
pareceres dos membros da banca. A ATA e o Relatório serão encaminhados à Secretaria do Curso de Letras.Vitória, ES,
13 de dezembro de 2021.