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Mestra em Estado e Sociedade pela Universidade Federal do Sul da Bahia – UFSB. Atua como Professora
e Tradutora e Intérprete de Libras. Tem experiência no ensino Superior, Ensino Médio regular e EJA e
Fundamental II nas áreas de Artes, Educação de Surdos, Letras, Libras e Literatura. E-mail:
angelaleoli@hotmail.com.
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A língua brasileira de sinais na modalidade padrão recebeu o termo de LIBRAS em 1993 por ocasião de
uma assembleia realizada pelos membros da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos –
FENEIS – e tem sido usada para se referir a língua de sinais usada pelos surdos brasileiros (GESSER, 2009,
p. 36).
Línguas de Sinais Francesa por ocasião da chegada do
francês Ernest Huet ao Brasil em 1855 e não da Língua
Portuguesa ou da Língua Gestual Portuguesa como talvez
concluiríamos (GESSER, 2009, p. 37).
Como as demais línguas humanas, a língua de
sinais possui classes distintas de palavras e criação de
novos termos de acordo com o dinamismo social e
histórico, tendo como diferença que as línguas de sinais se Figura 2: Fonte: https://bit.ly/3pRLQmW.
desenvolvem por meio espaço-visual, cuja transmissão se
dá por meio de produções manuais percebidas pelos olhos,
fundamental o espaço das sinalizações para o
estabelecimento das relações sintáticas e linguísticas.
Na Libras, como em todas as línguas naturais, é
IMPOSSÍVEL pensar em uma unidade a ponto de fazer
com que todos os surdos brasileiros sinalizem da mesma
Figura 3: Fonte: https://bit.ly/3pUUTDS.
forma. As variações podem ter diversos fatores
Variações de sinais para representar a
determinantes, como idade, gênero, classe social, raça, palavra PAI em Libras.
educação e situação geográfica. Segundo Gesser (2009, p. 40)
“a língua de sinais, ao passar literalmente de ‘mão em mão’, adquire novos ‘sotaques’,
empresta e incorpora novos sinais, mescla-se com outras línguas em contato, adquire
novas roupagens”. O que significa dizer que não há sinais mais certos que outros, antigos
ou novos, antes, são variantes lexicais, próprios de uma língua viva e amplamente usada
por usuários nativos e não-nativos.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei 10.436, de 24 de abril de 2002. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10436.htm. Acesso em 02 de fevereiro de
2018.
GESSER, A. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da língua de sinais.
São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
PEREIRA, Maria Cristina da Cunha (org.). Libras: conhecimento além dos sinais. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2011.
QUADROS, Ronice Muller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de sinais brasileira:
estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
SILVA, Simone Gonçalves de Lima da. Variação sociolinguística: estudo de caso na língua
brasileira de sinais. Revista Línguas & Letras: Unioeste, 2014. Vol. 15. N. 31.