Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FOLHA DE APROVAÇÃO
Data de aprovação:
_______________________________________________________________
Professor Doutor Sérgio Torres Teixeira
_______________________________________________________________
Membro
_______________________________________________________________
Membro
_______________________________________________________________
Membro
4
Dedicatória
Agradecimentos
RESUMO:
ABSTRACT:
It analyses the cohesion between processual law and the Brazilian Civil Special
Judgeships microssystem, according 1988 Federal Constitution principles. It
studies the Law nº 10.259/01 – Federal Special Judgeships, about the procedural
law of small causes against Union, comparing them with the system established
to the States Special Judgeships and the ordinary law that is in use to the same
causes against States and municipality. It emphasizes, by comprehension of
processual constitutional law directions, that by the Law nº. 10.259/01 was started
a differential treatment to litigants, in affront of fundamental rights of equality
and justice access, and accentuates, as form for a just solution of the antinomy,
the need of legislation to increase access to Civil States Special Judgeships,
admitting of States, Federal District and municipality, theirs autarchies,
foundations e public companies be actioned there.
Keywords: Civil States Special Judgeships, Public Treasure, Justice access.
9
SUMÁRIO
Introdução..............................................................................................................11
Capítulo IV. A insuficiência dos critérios para solução da antinomia entre as leis
n° 9.099/95 e n° 10.259/01
4.1. A antinomia no procedimento para as causas cíveis de menor
complexidade contra entes públicos ............................................................. 102
4.2. Critérios gerais para a solução de antinomias – Revisitando os
ensinamentos de Norberto Bobbio ............................................................... 107
4.3. Antinomias entre normas de natureza processual............................... 114
4.4. Solução da antinomia entre as Leis n° 9.099/95 e n° 10.259/01 –
Insuficiência dos critérios ............................................................................. 118
4.5. O Projeto de Lei n° 3.763, de 2000 ....................................................... 122
INTRODUÇÃO
Causas instituídos pela Lei n°. 7.244/84, como resultado do amplo movimento
social.
com maior benefício processual para estas últimas, em detrimento das primeiras.
13
Justiça.
antinomias, busca-se avaliar qual dentre eles afigura-se como o mais adequado
CAPÍTULO I
MARCO TEÓRICO:
transcrição é oportuna:
“Para que se possa falar de uma ordem, é necessário que os entes que
a constituem não estejam somente em relacionamento com o todo,
mas também num relacionamento de coerência entre si. Quando nos
perguntamos se um ordenamento jurídico constitui um sistema, nos
perguntamos se as normas que o compõem estão num relacionamento
1
de coerência entre si, e em que condições é possível essa relação”.
Roma antiga, uma legislação ordenada, no entanto, somente no século XIX surgiu
1
BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. Brasília: Editora Universidade de Brasília,
1990. p. 71.
16
assevera que:
2
ATALIBA, Geraldo. Sistema constitucional tributário brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1966, p. 4. apud BULOS, Uadi Lâmmego. Constituição Federal Anotada. Obra eletrônica
disponível em: <www.saraivajur.com.br>. Acesso em 11.08.2004.
3
Op.cit.
4
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil – Volume I. São Paulo:
Malheiros, 2004. p. 171.
17
porque não podem coexistir nele normas incompatíveis. Significa dizer que as
essas normas.
pode-se exprimir dizendo, em coro com Bobbio, que “o direito não tolera
“1) entre uma norma que ordena fazer algo e uma norma que proíbe
fazê-lo (contrariedade);
2) entre uma norma que ordena fazer e uma que permite não fazer
(contraditoriedade);
3) entre uma norma que proíbe fazer e uma que permite fazer
(contraditoriedade).” 6
5
PERASSI, T. Introduzione alle scienze giuridiche, 1953, p. 32, apud BOBBIO, Norberto. Teoria
do Ordenamento Jurídico. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1990. p. 75.
6
Op. cit., p. 85.
18
não ser literalmente expressa não significa que ela não exista. Ao contrário, ela
seus resultados.
ordenado.
pluralidade de normas coerentes entre si, exige que possua também uma
tempo, perdem sua atualidade e são substituídas por outras. Tércio Sampaio
de novas normas deve obedecer limites que “autorizam a identificar o que está
momentos, até mesmo a lei maior do ordenamento, ocorre com maior freqüência
7
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito. 4ª Edição. São Paulo:
Editora Atlas, 2003, p. 178.
20
ordenamento.
pode afrontar.
8
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 18a. ed. São Paulo: Malheiros,
2000, p.49
9
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 2ª ed.
Coimbra: Ed. Almedina, 1998. p. 611.
21
supra).
não apenas como sistema unitário e estático, quando visto como um todo
uma qualidade intrínseca, isto é, normas não são válidas em si: dependem do
contexto”12.
10
Cf. FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito. 4ª Edição. São Paulo:
Editora Atlas, 2003, p. 190.
11
Op.cit. pp. 181-203.
12
Idem. p.175.
22
leciona que:
direitos.
devem ser observadas por todas as pessoas e poderes, inclusive pelo Poder
13
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 2ª ed.
Coimbra: Editora Almedina, 1998, p. 1026.
23
Maior.
e suprema do Estado.
14
ZAVASCKI, Teori Albino. Antecipação da Tutela – São Paulo - Saraiva, 1997, pág. 58.
15
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 14ª ed., São Paulo:
Malheiros Editores, 2002, p.807.
24
como duas espécies de normas, o que vem a exigir uma investigação profunda
colocada em relação aos princípios dos quais decorre, ainda que estes princípios
16
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito. 4ª Edição. São Paulo:
Editora Atlas, 2003, p. 248.
17
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 18a. Ed. São Paulo: Malheiros,
2000, p. 95.
25
ali implícito.
18
RAO, Vicente. O direito e a vida dos direitos. 5ª Edição. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 1999, p. 277.
26
forma que a produção de atos legislativos não a contrariem nem a ofendam, sob
(ver item 1.2 supra), segundo o qual as normas de grau inferior somente terão
19
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 14ª ed., São Paulo:
Malheiros Editores, 2002, p.807.
27
20
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 18a. Ed. São Paulo: Malheiros,
2000, p. 182 .
29
Sem eles a pessoa humana não se realiza, não convive dignamente, nem sequer
têm amparo legal sólido para ver realizados, no plano concreto, seus direitos
mais recentemente, sua maior proteção, não mais de forma teórica ou ilusória,
mas de forma concreta e efetiva. Tais direitos têm sido incorporados nos
segunda geração dizem respeito aos direitos sociais, culturais e econômicos, bem
comunicação.
30
constitucional.
21
STF, Pleno, MS 22164/SP, relator Ministro Celso de Mello, Diário da Justiça 1, de 17-11-1995,
p. 39206.
22
SARLET, Ingo Wolfgang et alii. Dos princípios constitucionais. Considerações em torno das
normas principiológicas da Constituição. São Paulo: Malheiros Editores, 2003, p. 198.
31
para proteger esses direitos. Por último, uma das funções dos direitos
meios processuais para esta finalidade, criando espaço para evitar até mesmo
23
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 2ª ed.
Coimbra: Ed. Almedina, 1998. p. 375.
32
fundamentais na Constituição.
desses direitos.
33
estatal.
24
JUNIOR, Nelson Nery. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. 5ª ed., São Paulo:
Revista dos Tribunais, 1999, p.20.
34
tempestiva.
considerado meio, não só para chegar ao fim próximo, que é o julgamento, como
da justiça e da pacificação social, o processo não pode, nos dias atuais, ser
constitucional.
25
JÚNIOR, João Mendes. A Nova Fase da Doutrina e das Leis do Processo Brasileiro, in Revista
da Faculdade de Direito de São Paulo, 1899, p. 120, apud José Frederico Marques, Ensaio sobre
a Jurisdição Voluntária, São Paulo, Saraiva, 1959, p. 23, apud OLIVEIRA, Carlos Alberto Álvaro
de. O processo Civil na perspectiva dos direitos fundamentais. Disponível em:
<http://www.mundojuridico.adv.br/html/artigos/documentos/texto275.htm>. Acesso em 29 de julho
de 2004.
35
26
ALVIM, Arruda. Manual de Direito Processual Civil, v. 1 – Parte Geral. 6ª Edição. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais,1997, p. 129.
36
processual visam tornar eficaz uma norma de direito material fora do processo.
27
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo et alii. Teoria Geral do Processo. 16ª edição. São Paulo:
Malheiros Editores, 2000, p. 89.
28
Idem.
37
colaborar.
CAPÍTULO II
de conflitos.
29
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil – Volume I. São Paulo:
Malheiros, 2004. p. 281.
40
que tem passado e anda passa, resta ainda a preocupação dos juristas com
cidadãos.
41
sucessão dos filhos gerados por inseminação artificial, clonagens de seres vivos,
dentre outros.
30
CAPPELLETTI, Mauro. GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris
Editor: 1988, p. 91.
42
vigor impõe diversos obstáculos à acessibilidade das pessoas comuns que têm
população.
31
CAPPELLETTI, Mauro. GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris
Editor: 1988, p. 94.
44
32
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil – Volume I. São Paulo:
Malheiros, 2004. p. 113.
45
criação e instalação em todo o país, o que motivou, após esse marco inicial,
dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, que foi criado a partindo da própria
33
BRASIL, Constituição da República Federativa. Art. 98.
46
muito mais do que uma simples mudança de rito. Dentre os vários meios
34
CAPPELLETTI, Mauro. GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris
Editor: 1988, p. 94.
47
que tal medida deveria efetivar-se não apenas na Justiça Estadual, mas
Federais.
preceitos deu-se pelo fato de que a redação anterior previu apenas a criação
35
BRASIL, Constituição da República Federativa. Art. 98.
48
que são regidas pela legislação processual especial. Frise-se ainda que apesar
individuais postos sob a sua apreciação, distinta da sentença impositiva, que por
vezes soluciona o conflito jurídico mas não encerra a lide sociológica. Tal prática,
improcedência.
reparo das lesões, a cargo do Poder Judiciário. Tais demandas são geradas
seja por responsabilidade civil objetiva, seja por direitos pecuniários de seus
lesiva pelos agentes estatais. Tal zelo, embora seja compreensível, excede a
do Administrador Público.
51
Processo Civil que estabelecem critério próprio para cálculo dos honorários
Capital do Estado para as causas que a União for autora, ré ou interveniente (art.
99), prazos processuais diferenciados para contestar e para recorrer (arts. 188 e
277), ciência dos atos processuais mediante vista dos autos e não por
publicação pela imprensa oficial (art. 236, Parágrafo único) o reexame necessário
quando a Fazenda Pública for exeqüente (art. 578, § 1º, CPC), proibição de
(art. 928, parágrafo único), bem como a execução diferenciada (art. 730).
inciso II) dispensa de preparo recursal (art. 39, da supracitada lei), a exigência
sentença.
presidente do tribunal uma ordem para que o Poder Público pague as quantias
paga os seus credores quando quer e do modo como for melhor aos seus
interesses.
mesmo exíguo prazo em que cobra suas dívidas. Apesar de dispor de prazo
muito mais alargado para tanto, sua omissão não acarreta sanção alguma.
questão, eis que não mais reputa como justa, nos dias atuais, a diferenciação
que:
36
FEDERIGHI, Wanderley José. A execução contra a Fazenda Pública. São Paulo: Editora
Saraiva, 1996, p. 3.
54
própria das execuções em geral, torna para o administrado ainda mais penoso o
pequeno valor, que muito pouco chegam ao Judiciário, uma vez que não há
sentido em litigar sem mecanismos que permitam a efetivação dos direitos. Tal
acesso à justiça.
55
Realizada com as devidas cautelas, por ser benéfica ao ente público, inclusive
para mitigar o valor da condenação, nas hipóteses em que esta for praticamente
condenação em honorários.
56
já vinha sendo flexibilizada desde a Lei 8.213 de 1991, que regulava, em seu
define como sendo dívidas de pequeno valor, até que se dê a publicação oficial
das respectivas leis pelos entes da Federação, aquelas que sejam igual ou
Federal e, de trinta salários mínimos, para a Fazenda dos Municípios, para efeito
Constituição Federal.
a nova sistemática não facilitou, por si só, o acesso à justiça pelos cidadãos
justiça.
37
BRASIL, Diário da Câmara dos Deputados nº 00358, que circulou em 02 de fevereiro de 2001.
38
Extraído do site: www.camara.gov.br, em 11 de dezembro de 2003.
60
de até sessenta salários mínimos, bem como para executar suas sentenças.
Nessa parte, tem-se grande diferença em relação à Lei n. 9.099/95, já que o novo
diploma não exige que a pessoa física seja capaz e insere as empresas de
para atuar nas causas judiciais. Não há prazo diferenciado para a prática de
porque sem essa determinação cairia por terra a disposição de conferir celeridade
litigar contra a Fazenda Pública Federal. Em seu art. 17, a referida lei
considerava de menor potencial os delitos com pena máxima até 1 ano, enquanto
ser aplicado à Justiça Estadual, por força do princípio da isonomia. Após muitas
de que uma infração de menor potencial ofensivo perca essa qualidade pela só
CAPÍTULO III
linhas mestras gerais para o procedimento oral e sumaríssimo previsto no art. 98,
salários mínimos.
todos preocupa.”39
39
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Teoria e prática dos Juizados Especiais Cíveis. 5ª Edição. São
Paulo: Editora Saraiva,2003, p. 5.
65
Assis leciona:
de todos os níveis – não podem ser partes nas demandas ajuizadas perante os
Juizados Especiais.
40
ASSIS, Araken. Execução Civil nos Juizados Especiais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1996,
p. 19.
66
federais, evitasse que tais empresas fossem demandadas em sede dos juizados
especiais cíveis estaduais. A vedação específica é explicada pelo fato de que tais
Federal.
Ricardo Cunha Chimenti, ao afirmar que “até que seja alterada a Lei n° 9.099/95,
da União.
41
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Teoria e prática dos Juizados Especiais Cíveis. 5ª Edição. São
Paulo: Editora Saraiva,2003, p. 95.
67
pelo qual tramitam as ações contra a Fazenda Pública (item 2.6 supra).
ofício para evitar dano de difícil reparação (art. 4°); os representantes, judiciais ou
não, das pessoas jurídicas de direito público federal ficam autorizados pela
célere (art. 12, § 1°); implantação do ofício requisitório (art. 16); o pagamento em
ofício (art. 17); quantias no valor de até 60 (sessenta) salários mínimos deverão
42
MIRANDA, Maydano Fernandes de. Alguns comentários sobre o novo paradigma processual
instituído pelas Leis n°s 9.099/95 e 10.259/01. Jus Navigandi, Teresina, a. 6, n. 58, ago. 2002.
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=3072>. Acesso em: 22 jul. 2004.
68
vencedores.
43
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil – Volume I. São Paulo:
Malheiros, 2004. p. 476.
69
44
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 18a. Ed. São Paulo: Malheiros,
2000, p. 103.
71
isonômico.”45
constitucional das pessoas jurídicas que lhe são integrantes, todas autônomas.
pessoas constitucionais.
45
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 19a. Ed. São Paulo:
Malheiros, 2003, p. 127.
72
Municípios. Significa sim, e tão somente, que essas atribuições, embora diversas,
46
BORGES, Souto Maior. Eficácia e Hierarquia da Lei Complementar. In: Revista de Direito
Público, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1973, nº 25, p.94, apud REIS, Fernando
Antônio Fagundes. Apontamentos sobre a proposta do subteto estadual. Disponível em:
<http://www.sindimp.com.br>. Acesso em 27.07.2004.
73
evidencia-se à medida que cada qual atua no âmbito da competência que lhe
está definida na Constituição Federal. Contudo, ela vai mais além, eis que
competência atribuída pela Carta Magna deverá estar em igual sintonia com o
federativo.
nesta parte da igualdade jurídica entre os entes federados, para uma correta
Federação.
47
Idem.
74
diferenciado.
alguma.
isonomia.
para os Estados, Distrito Federal e Municípios. Como se verá adiante, nos itens
dispositivos que lhe são próprios, por que dirigidos à Justiça Federal.
organização judiciária.
serve como pano de fundo para o exercício da jurisdição, daí a sua ligação à
dinâmica do processo.
78
modo a impedir que os juizes das unidades federadas possam decidir sobre
oportunamente destaca que “constitui erro, cometido às vezes até pela lei ou
como justiça comum, em oposição à Justiça Federal – como se esta fosse uma
Justiça especial.”49
48
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil – Volume I. São Paulo:
Malheiros, 2004. p. 357.
49
Op. cit. P. 464.
79
50
ALVIM, Arruda. Manual de Direito Processual Civil, v. 1 – Parte Geral. 6ª Edição. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 1997, p. 308.
80
funcionamento.
(Estadual e Federal).
pessoa (União), que a nosso ver não serve como critério diferenciador
federal
10.259/01 ser uma lei federal endereçada unicamente à União, diferente da Lei
específico a um único ente público, agindo a União, neste caso, com a mesma
legislativa.
inciso I.
normas gerais, das quais não podem se afastar as unidades federadas quando
Estados quando estes editam suas leis locais. Sendo assim, a Lei n° 10.259/01,
por ter conteúdo equiparável ao das leis locais de procedimentos dos Estados, há
nacional.
distinção entre lei federal e lei nacional. Não há vasta produção científica na
"Qualifica-se lei federal a lei criada por iniciativa da União. Ela disciplina
51
BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada. São Paulo: Saraiva, 2ª ed.,2001, p. 858.
84
Por sua vez, a lei federal “stricto sensu”, pode ser assim
específicos pelos entes federativos (leis federais “stricto sensu”, leis distritais
e leis estaduais) não pode, neste ponto, ser com ela incompatível ou
52
VELLOSO, Carlos Mário da Silva. Temas de Direito Público. Belo Horizonte: Del Rey, 1994, p.
375.
86
e de procedimento
processo.
as normas gerais.
2°) o princípio segundo o qual todos são iguais perante a lei, pelo que as
normas procedimentais não podem gerar direitos diferentes, v.g., no
Acre e em Santa Catarina” 53
E acrescenta:
leis - Lei n° 9.099/95, de caráter nacional e Lei n° 10.259/01, lei federal “stricto
único ente público, agindo a União, neste caso, com a mesma qualidade com que
por isso há de estar submetida à lei processual geral, que tem conteúdo de
interesse nacional.
exigidas. E assim deve ser porque o sistema jurídico tem sua unidade baseada
53
ALVIM, Arruda. Manual de Direito Processual Civil, v. 1 – Parte Geral. 6ª Edição. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais,1997, p. 124.
54
Idem, p. 125.
88
sistema jurídico em que estão inseridas, cuidando para que não se crie
aos Estados a criação dos Juizados Especiais, por outro estabeleceu critérios e
princípios maiores aos quais essa criação, para ser harmônica com o sistema
55
Ibidem, p. 113.
89
impõe-se não praticar condutas discriminatórias, sob pena de recair sobre ele
impõe-se a limitação na sua função de editar normas, onde não poderá, sob
cometer inconstitucionalidade.
91
considerada inconstitucional.
que lhes sejam iguais, como o dispositivo que trata de forma desigual a entes que
situações iguais que estejam sendo tratadas de forma desigual sob o ponto de
significar que autor e réu não poderão ter tratamento desigual. Não apenas isto,
porém mais ainda: implica em que todos os autores sejam igualmente tratados
56
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 18a. Ed. São Paulo: Malheiros,
2000, p. 222.
92
trabalho:
potencial ofensivo.
57
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Teoria e prática dos Juizados Especiais Cíveis. 5ª Edição. São
Paulo: Editora Saraiva,2003, p. 336.
93
demandas de pequeno valor econômico. Alem disso, o rito especial previsto para
Especiais Federais.
94
execução da sentença será mais célere, mediante simples ofício expedido pelo
com o pagamento das custas processuais. Terá que custear advogado para a
direito fundamental de igualdade dos litigantes – aqui não a igualdade entre autor
e réu – mas entre os autores, notadamente aqueles que litigam contra entes
almejada. Não se diga que o procedimento sumário atende com presteza a tais
demandas, porquanto ainda assim exigem alto custo das partes com as
respectivos.
96
tem-se que a simples competência em razão da pessoa (União) não serve como
à justiça para um e mais dificuldades para outro, pelo simples fato de litigar
já visto no item 3.6 supra, a Lei n° 10.259/01 foi muito além do que deveria, ao
justiça).
97
justificado. Veja-se, por exemplo, o caso das obrigações definidas em lei como de
100, § 5° da Constituição Federal, a lei poderá fixar valores distintos para essas
58
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade. 3ª ed., São
Paulo: Malheiros Editores, 2003, p. 37.
59
Idem, p. 42.
98
financeiras, desde que seja observado o teto máximo acima definido. Para a
mínimos.
isonomia, uma vez que compatíveis com a ordem constitucional e por ela
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”, a Lei Maior não quer
apenas reafirmar o direito de acesso aos tribunais (sic. Poder Judiciário), mas
adequado”.
prestações normativas por parte do Estado afirma que “podem incluir tanto
que:
60
SARLET, Ingo W. A eficacia dos direitos fundamentais, p.194-195, apud MARINONI, Luiz
Guilherme. Técnica processual e proteção dos direitos. São Paulo: Revista dos Tribunais. P.186
100
que se propõe.
instituído.
61
CANOTILHO, J. J. Gomes. Ob. cit., p.456.
101
62
MARINONI, Luiz Guilherme. Técnica Processual e Tutela dos Direitos. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais – 2004. pp. 197-198.
102
justiça.
63
Op.cit. pp. 197-198.
103
CAPÍTULO IV
norma tida por incompatível, mas também a própria função da ciência jurídica.
contraria a mesma Lei Maior que autorizou sua elaboração. A sutileza da ofensa
pode passar imperceptível a um olhar superficial, mas nem por isso deixa de
(ordinário ou sumário).
105
tanto entre os entes públicos, quanto entre os jurisdicionados que contra eles
litigam.
vista que causa dificuldades à justa e igual aplicação dos direitos fundamentais
artigos 3°, § 2º e 8°, admitindo que os entes públicos, nas três esferas de
de pequeno valor, às quais ficaria vinculado o teto máximo para aferição das
Fazenda Pública.
108
Constituição.
109
jurídico.
incompatibilidades, bem como lançar mão dos critérios possíveis para sua
solução.
podem ser distintas em três tipos diferentes, conforme a maior ou menor extensão
64
BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. Brasília: Editora Universidade de Brasília,
1990. p. 81
110
antinomia pode-se chamar, total-total: em nenhum caso uma das duas normas
pode ser aplicada sem entrar em conflito com a outra. Um caso de antinomia
comum, e pode chamar-se parcial-parcial: cada uma das normas tem um campo
não existe.
validade igual ao da outra, porém mais restrito, ou, em outras palavras, se o seu
total por parte da primeira norma com respeito à segunda, e somente parcial por
primeira norma não pode ser em nenhum caso aplicada sem entrar em conflito
com a segunda; a segunda tem uma esfera de aplicação em que não entra em
antinomias. Para isso, Bobbio ainda identifica três regras fundamentais para a
diferenciação.
pessoas que pertencem à mesma categoria. A lei especial subtrai, então, uma
e uma lei especial, é aquela que corresponde ao tipo total-parcial. Isso significa
que quando se aplica o critério da lex specialis não acontece a eliminação total de
uma das duas normas incompatíveis mas somente daquela parte da lei geral que
Bobbio afirma ainda que pode haver até mesmo conflito entre os
critério de especialidade, prevalece a lei especial. Para esse problema não existe
uma regra geral consolidada. A solução dependerá também, neste caso, como no
da falta dos critérios, do intérprete, o qual aplicará ora um ora outro critério
segundo as circunstâncias.
admitido que uma lei especial possa derrogar os princípios constitucionais, que
critério, não elencado especificamente como quarto critério, mas como critério
o de qual dos dois sujeitos da relação jurídica é mais justo proteger, isto é, qual
dos dois interesses em conflito é justo fazer prevalecer, mas nessa decisão a
da norma não têm a mesma legitimidade daquelas deduzidas dos três critérios
conflito no qual não se possa aplicar nenhum dos três critérios, a solução do
pelos juristas por uma longa e consolidada tradição e não se limitando a aplicar
uma só regra.
operação feita pelo juiz ou pelo jurista chama-se interpretação ab-rogante. Mas o
jurista não tem o poder normativo e portanto não tem nem poder ab-rogativo;
Igualmente o juiz tem o poder de não aplicar a norma que considerar incompatível
pode verificar-se, como vimos, somente quando a oposição entre as duas normas
falar de interpretação ab-rogante, mas nesse caso trata-se, de uma dupla ab-
rogação.
115
que a norma jurídica tenha um sentido. O jurista e o juiz tendem, tanto quanto
da interpretação jurídica que o sistema deve ser obtido com a menor desordem,
ou, em outras palavras, que a exigência do sistema não deve acarretar prejuízo
que manda ao aplicador da lei atender “aos fins sociais a que ela se dirige e às
devem ser interpretados com a maior liberalidade possível, visto que as leis
referidos princípios.
hipóteses.
n.º. 9.099/95.
Federal ou Municípios.
118
atender os fins sociais da lei e as exigências do bem comum, sendo uma dessas
constituição”, destacada pelo grande jurista Paulo Bonavides, que assim leciona:
65
BONAVIDADES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 4ª. Ed. São Paulo: Malheiros, 1993.
119
jurídico.
66
MORAIS, Alexandre de. Direito Constitucional, 5ª. Ed. São Paulo: Atlas, 1999.
120
permitindo aos juízes deixar de aplicar lei que considerem incompatível com a
infraconstitucional.
difusa, contudo, limitado aos casos concretos. Disso decorre que a adoção de
constitucional.
“Por outro lado, é necessário acrescentar logo que essas regras não
servem para resolver todos os casos possíveis de antinomia.
Daqui deriva a necessidade de introduzir uma nova distinção no âmbito
das antinomias próprias, isto é, a distinção entre as antinomias solúveis
e as antinomias insolúveis. As razões pelas quais nem todas as
antinomias são solúveis são duas:
1) há casos de antinomias nos quais não se pode aplicar nenhuma das
regras pensadas para a solução das antinomias;
2) há casos em que se podem aplicar ao mesmo tempo duas ou mais
regras em conflito entre si.
Chamamos as antinomias solúveis de aparentes; chamamos as
insolúveis de reais. Diremos, portanto, que as antinomias reais são
aquelas em que o intérprete é abandonado a si mesmo ou pela falta de
um critério ou por conflito entre os critérios dados“.67
67
BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. Brasília: Editora Universidade de Brasília,
1990. p. 92
122
eficácia “erga omnes” somente será possível pela via da ação direta de
Mas não havendo a propositura da ação pelos órgãos legitimados, tal órgão não
age de ofício. Todavia, há três anos foi promulgada a Lei n° 10.259/01, sem
revestida de validade e eficácia, a ser aplicada de forma geral por todos os órgãos
do Poder Judiciário.
assinalados na doutrina de Bobbio (item 4.3 supra) é o meio por excelência para
“Art. 8°. Não poderão ser partes, no processo instituído por esta lei, o
incapaz, o preso, a massa falida e o insolvente civil”.
68
Extraído do site: www.camara.gov.br
69
BRASIL, Diário da Câmara dos Deputados nº 00358, que circulou em 02 de fevereiro de 2001.
70
Extraído do site: www.camara.gov.br
126
3.763 para alteração da Lei n° 9.099/95 foi encaminhado ainda no ano de 2000,
ou seja, bem antes do Projeto de Lei que resultou na Lei n° 10.259/01, que veio a
encaminhado em 2001.
primeiro projeto (alteração da Lei n° 9.099/95) ainda não foi levado à votação,
denota a avidez com que se buscou estender o sistema dos Juizados Especiais
à Justiça Federal, com certo atropelo, pois caso o primeiro projeto (n. 3.763)
caso seja votado com o atual conteúdo, não deixará de ser objeto de novas e
por cada ente federativo no âmbito de sua competência legislativa; Não alterou o
Fazenda Pública”.
127
CONCLUSÃO
129
Conclusão
processual.
Municípios.
“que o exagero com que às vezes alguns desses mecanismos são manipulados
não conduza a uma retração e retrocesso em relação aos progressos que eles
significam.”71
71
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil – Volume I. São Paulo:
Malheiros, 2004. p. 113.
132
BIBLIOGRAFIA
1) Obras Jurídicas:
ALVIM, Arruda. Manual de Direito Processual Civil, v. 1 – Parte Geral. 6ª Edição. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais,1997.
ASSIS, Araken. Execução Civil nos Juizados Especiais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1996.
CAPPELLETTI, Mauro. GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris
Editor: 1988.
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 19a. Ed. São Paulo:
Malheiros, 2003.
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Teoria e prática dos Juizados Especiais Cíveis. 5ª Edição. São Paulo:
Editora Saraiva,2003.
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo et alii. Teoria Geral do Processo. 16ª edição. São Paulo:
Malheiros Editores, 2000.
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil – Volume I. São Paulo:
Malheiros, 2004.
FEDERIGHI, Wanderley José. A execução contra a Fazenda Pública. São Paulo: Editora Saraiva,
1996.
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito. 4ª Edição. São Paulo:
Editora Atlas, 2003.
JUNIOR, Nelson Nery. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. 5ª ed., São Paulo:
Revista dos Tribunais, 1999.
MARINONI, Luiz Guilherme. Técnica Processual e Tutela dos Direitos. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais – 2004.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade. 3ª ed., São
Paulo: Malheiros Editores, 2003.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 14ª ed., São Paulo:
Malheiros Editores, 2002.
133
PERASSI, T. Introduzione alle scienze giuridiche, 1953, p. 32. Apud BOBBIO, Norberto. Teoria
do Ordenamento Jurídico. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1990.
RAO, Vicente. O direito e a vida dos direitos. 5ª Edição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
1999, p. 277.
SARLET, Ingo Wolfgang et alii. Dos princípios constitucionais. Considerações em torno das
normas principiológicas da Constituição. São Paulo: Malheiros Editores, 2003, p. 198
________. A eficácia dos direitos fundamentais, p.194-195, apud MARINONI, Luiz Guilherme.
Técnica processual e proteção dos direitos. São Paulo: Revista dos Tribunais. P.186
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 18a. ed. São Paulo: Malheiros,
2000.
VELLOSO, Carlos Mário da Silva. Temas de Direito Público. Belo Horizonte: Del Rey, 1994.
ZAVASCKI, Teori Albino. Antecipação da Tutela – São Paulo - Saraiva, 1997, pág. 58.
2) Artigos:
JÚNIOR, João Mendes. A Nova Fase da Doutrina e das Leis do Processo Brasileiro, in Revista da
Faculdade de Direito de São Paulo, 1899, p. 120, apud José Frederico Marques, Ensaio sobre a
Jurisdição Voluntária, São Paulo, Saraiva, 1959.
JÚNIOR, João Mendes. A Nova Fase da Doutrina e das Leis do Processo Brasileiro, in Revista da
Faculdade de Direito de São Paulo, 1899, p. 120, apud MARQUES, José Frederico. Ensaio sobre
a Jurisdição Voluntária, São Paulo, Saraiva, 1959, apud OLIVEIRA, Carlos Alberto Álvaro de. O
processo Civil na perspectiva dos direitos fundamentais. Disponível em:
<http://www.mundojuridico.adv.br/html/artigos/documentos/texto275.htm>. Acesso em 29 de julho
de 2004.
MIRANDA, Maydano Fernandes de. Alguns comentários sobre o novo paradigma processual
instituído pelas Leis n°s 9.099/95 e 10.259/01. Jus Navigandi, Teresina, a. 6, n. 58, ago. 2002.
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=3072>. Acesso em: 22 jul. 2004.
BORGES, Souto Maior. Eficácia e Hierarquia da Lei Complementar. In: Revista de Direito Público,
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1973, nº 25, p.94, apud REIS, Fernando Antônio
Fagundes. Apontamentos sobre a proposta do subteto estadual. Disponível em:
<http://www.sindimp.com.br>. Acesso em 27.07.2004.
4) Legislação:
5) Periódicos:
BRASIL, Diário da Câmara dos Deputados nº 00358, que circulou em 02 de fevereiro de 2001.
Extraído do site: www.camara.gov.br, em 11 de dezembro de 2003.
134