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INTRODUÇÃO
2.3.3. REMODELAÇÃO
Para suas mudanças de forma, os ossos faciais não aumentam por adição
superficial generalizada, que meramente segue contornos existentes; não se
tornam maiores como um balão que cresce. A atividade de crescimento diferencial
é necessária para o contorno ósseo, e envolve simultaneamente aposição e
reabsorção em todas as superfícies internas e externas do osso inteiro, o que é
denominado remodelação. Esta é uma parte básica do processo de crescimento:
não somente promove mudanças regionais de forma, dimensões e proporções,
como também produz ajustes regionais que se adaptam ao desenvolvimento
funcional do osso e seus variados tecidos moles em crescimento.
Existem quatro tipos de remodelação em tecidos ósseos: (1) remodelação
biomecânica, envolvendo aposição contínua e remoção dos íons para a
homesostasia mineral; (2) remodelação por crescimento , a constante substituição
do osso durante a infância; (3) remodelação haversiana, o processo secundário da
reconstrução cortical, à medida que o osso secundário de reconstrução cortical, à
medida que o osso vascular principal é substituído e (4) a regeneração e
reconstrução do, durante e em seguida a patologia ou trauma. A remodelação por
crescimento durante a infância e adolescência envolve a formação de osso
altamente vascularizado, devido às altas taxas de aposição. Este osso original é
gradualmente substituído, à medida que a criança atinge a maturidade, por tipos
de ossos de crescimento mais lento que são menos vascularizados ou até mesmo
sem vascularização em algumas áreas. Desta forma, a taxa de remodelação é
intensiva durante a infância e a adolescência, e baixa consideravelmente, embora
permaneça numa extensão bem menor, durante a idade adulta.
Para sintetizar, a remodelação por crescimento é obtida pelo crescimento e
função dos tecidos moles que envolve os ossos. À medida que esses tecidos
moles crescem e exercem sua função, eles (1) dão forma ao osso; (2) recolocam
partes do osso produzindo como resultado um agressivo aumento do osso inteiro
e (3) proporcionam ajustamentos regionais para manter a união contínua dos
ossos separados, dentro de seu ambiente de tecidos moles em crescimento
(MOYERS, 1991).
3. BASE DO CRÂNIO
O crânio humano é descrito como tendo partes neural e facial, embora não
haja nenhuma marcação distinta entre os dois. A parte neural é composta da base
do crânio e da abóbada craniana (calvária). A região occipital da base do crânio é
o intermediário que promove conexão móvel com a coluna vertebral. Anterior e
superiormente a região parietal se segue, conectando lateralmente com a região
temporal. A borda anterior do neurocrânio (região frontal) é geralmente
considerada uma parte da face porque forma o esqueleto da fronte.
O esqueleto facial está situado abaixo da parte anterior da base craniana;
nele encontramos as órbitas que servem de alojamento para os globos oculares e
seus órgãos acessórios. As cavidades nasais estão situadas com a sua parte
superior entre as órbitas, enquanto a parte inferior está ladeada pelos seios
maxilares. Abaixo da região nasal vemos a região maxilar. Finalmente, a região
mandibular forma a porção mais inferior do esqueleto facial.
Do ponto de vista mecânico, o crânio é composto de duas partes: crânio e
mandíbula. Os ossos do crânio são, na sua maior parte, ossos chatos. Na região
da abóbada craniana eles têm praticamente a mesma espessura. Na base do
crânio e esqueleto facial os ossos são mais irregulares em contorno, em parte
porque contém os órgãos sensoriais e em parte por causa das influências
mecânicas. Onde são regulares, os ossos do crânio consistem de duas lâminas
compactas, as lâminas externa e interna. Estas são separadas uma da outra por
um leito fino de osso esponjoso que, no crânio, é chamado díploe. Em algumas
áreas, o díploe pode ser tão escasso, que as duas lâminas estarão fundidas de
modo a formar um osso compacto uniforme, enquanto que outros ossos conterão
uma grande quantidade de osso esponjoso. O osso esponjoso, não é
desenvolvido em alguns ossos do esqueleto facial, por exemplo, os ossos nasais e
lacrimal. Em alguns ossos da base craniana e na mandíbula o osso esponjoso é
bem desenvolvido (SICHER, 1991).
Figuras 2-a e 2-b 9 FONTE; ENLOW, D.H. Crescimento Facial 1 a edição, Editora
Santos, São Paulo, 1998).
SUPERPOSIÇÕES TOTAIS
Esta técnica foi proposta em 1959 por Elmajian, que utilizou como ponto de
registro o ponto médio localizado entre as curvaturas das duas grandes asas
esfenoidais, marcado sobre o contorno do plano do osso esfenóide e da placa
cribiforme do osso etmóide.
Estes ossos podem ser considerados estáveis (segundo VILELLA), pois a
sutura esfenoetmoidal se fecha muito cedo e não existe centro de crescimento
entre o plano do esfenóide e suas grandes asas. O plano do esfenóide e a placa
cribiforme são estruturas sagitais e, portanto, mais estáveis do que as estruturas
laterais, além de serem facilmente visualizáveis sobre a radiografia cefalométrica.
As grandes asas esfenoidais podem ser identificadas radiograficamente como
duas linhas curvas e radiopacas, estando sujeitas a um alongamento, maior ou
menor, dependendo da posição da cabeça no cefalostato. As prováveis
distorções, entretanto, serão minimizadas pela escolha do ponto médio entre as
duas imagens.
HENNEBERKE, M.; ANDERSEN, B.P. Cranial base growth for Dutch boys
And girls: A multilevel approach. Am. J. Orthod. Dentofac. Orthop.,
v. 106, n.5, p.503-512, Nov, 1994.
SICHER, H.; DU BRUL, E.L. Anatomia Oral 8a edição; Artes Médicas, São
Paulo, 1991.