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12/22/2019

UBI

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Departamento de Ciências do Desporto


(2019/2020)

Fisiologia do Exercício
Cap. Bases da fisiologia do treino desportivo

Prof. Doutor Aldo M. Costa

Conteúdos
▫ Treino e capacidade potencial e outros conceitos
gerais (e.g. sobretreino, especialização, etc)
▫ Breve aproximação aos fatores internos
constituintes da capacidade de performance
desportiva
▫ Principais adaptações fisiológicas ao treino

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O que e o treino (desportivo)?

Palavras chave?

Treino
Martin (1977):
• “processo que produz uma modificação de
estado e que visa alcançar, através do exercício
físico, um nível mais ou menos elevado de
acordo com os objectivos previstos”

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Treino
Matwejew (1972)
• Tudo o que se diz respeito à preparação física,
técnico-táctica, intelectual e moral do atleta com
a ajuda de exercício físicos, pressupondo uma
melhoria sistemática e progressiva da
capacidade de desempenho

Treino
Carl (1989, 218):
• Processo de acção complexo que exerce um
efeito sistemático e específico sobre o nível de
performance desportiva e sobre a capacidade de
performance ideal em situações de prova e
competição

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Diferentes âmbitos de treino


Nem sempre é alta competição!!!

Em função dos diferentes objectivos e níveis de


funcionamento da performance, o treino pode ser:
▫ De manutenção
▫ De reabilitação
▫ Técnico
▫ De jovens
▫ Alto nível
▫ Etc.

Diferentes objectivos de treino


Os objectivos de um treino sistematicamente programado
podem ser as capacidades motoras, as destrezas e as
atitudes mentais:

• Objectivos psicomotores
▫ Factores condicionantes do desempenho motor
(Resistência, força, velocidade e flexibilidade)
▫ Capacidades de coordenação e aptidão técnica
• Objectivos cognitivos
▫ Conhecimento técnico e táctico
▫ Conhecimento do processo de treino em si
• Objectivos psicológicos
Dificilmente o treino induz efeitos num objectivo único,
dado que existem influências indirectas entre os vários
pressupostos do rendimento

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Consegues identificar os factores mais determinantes


nestas modalidades desportivas?

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(exemplo para a natação pura desportiva)


Autores Factores
Atitude,
Cureton Constitucionais Mecânica da braçada
Condicionais Personalidade e
(1975) Força e Flexibilidade e Coordenação
Confiança
Carzola et Propulsão e
Energéticos Psicológicos
al., (1984) - Deslizamento
Biomecânicos,
Costill
- Energéticos Arrastamento e Resistência à fadiga
(1985)
Flutuabilidade
Vilas-Boas
Condicionais Coordenativos Psico-afectivos
(1987) Constitucionais
Wilke & Psíquicos, Conhec. do
- Físicos Coordenativos
Madsen (1986) desporto, orientações
Toussaint Neuro-musculares e
Antropométricos Energéticos -
(1992) técnicos
Carzola
Morfológicos Fisiológicos Biomecânicos Psicológicos
(1993)

Mobilidade articular Energéticos Neuro-musculares Psicológicos


Alves (1995)
Hohmann Coordenação motora
Antropométricos Habilidades de Força -
et al. (1998) e Técnica
Fernandes Psicológicos,
Genéticos Bioenergéticos Biomecânicos
(1999) Contextuais
Saavedra Condição física geral Antecedentes sociais
Somáticos Técnica
(2002) e específica e desportivos

Sistema anaeróbio (SPRINT):


Determinantes da performance
• ????

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Sistema anaeróbio (SPRINT):


Determinantes da performance
• Massa muscular para gerar força e potência
• Rácio relevante de fibras tipo II
• Recrutamento neuromuscular otimizado
• Tempo de reação
• Capacidade de gerar e tolerar acidose (capacidade
tampão)

Sistema anaeróbio (SPRINT):


Adaptações fisiológicas do treino

w Increased muscular strength Controlo Pós- Diferenç


treino a%
w Slightly increased ATP-PCr and glycoytic
enzymes PCr 17,07 17,94 +5,1
Creatina 10,74 14,52 +35,2
w Improved mechanical efficiency
ATP 5,07 5,97 +17,8
w Increased muscle oxidative capacity (for Glicogénio 86,28 113,90 +32,0
sprints longer than 30 s)
w Increased muscle buffering capacity
MacDougall et al.
(efeitos nas concentrações em
Wilmore et al.
repouso após 5 meses de treino
intenso em 9 homens)

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Sabias?
• A performance
anaerobia (curta
distância e/ou alta
intensidade) parece
estar mais relacionada
com o incremento da
força muscular do que
com as adaptações
metabólicas no
Sistema ATP-PCr

Sistema aeróbio
Determinantes da
performance

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Sistema
aeróbio
Determinantes da • Enzimas e potencial oxidativo
performance Metabolismo
dos músculos
• Reservas de energia e disponibilidade de
substrato
activos • Cc de mioglobina
• Tamanho e número de mitocôndrias
• Massa muscular activa
• Tipo de fibras musculares
Vo2 e
desem
• Ventilação minuto
• Relação ventilação-perfusão
penho Fluxo • Débito cardíaco
Ventilação -
• Capacidade difusora de O2 aeração exercíc sanguíneo • Pressão arterial
central • Capacidade de transporte (Hb)
• Afinidade Hb-=2 io
• Saturação arterial de O2
aeróbi
o

• Fluxo para regiões inactivas


Fluxo • Fluxo muscular activo e densidade capilar
sanguíneo
periférico • Difusão de O2
• Condutância vascular muscular
• Extracção de O2
• Afinidade Hb-O2

Sistema aeróbio (ENDURANCE):


Adaptações fisiológicas do treino

Adaptações metabólicas:
• Número e tamanho de mitocôndrias
• Maior quantidade de enzimas do sistema aeróbio (e não
necessariamente maior atividade enzimática)
• Lipólise aumentada (devido a alterações estruturas no
fluxo sanguíneo e metabólicas no eixo)
• Metabolismo dos carbohidratos reduzido (menor
utilização glicogénio muscular e da glicose plasmática)

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Sistema aeróbio (ENDURANCE):


Adaptações fisiológicas do treino

Tipo e tamanho das


fibras musculares:
• Hipertrofia das fibras
de contração lenta
• Quantidade de
Mioglobina (> 75% to 80%)

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Sistema aeróbio (ENDURANCE):


Adaptações fisiológicas do treino
Adaptações cardiovasculares:

Sistema aeróbio (ENDURANCE):


Adaptações fisiológicas do treino
Outras adaptações:
• Modificações na composição corporal
• Transferência de calor corporal
• Economia / Eficiência metabólica para a mesma taxa de
trabalho

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Continuum força - endurance


Olympic lifting
High

Strength
Strength Power lifting
High Power 
Throwing Rowing
Hypertrophy 
Football  Rugby
100m Decathalon
Bodybuilding 

400m Soccer
Endurance

Basketball
High Mile Run 10K
Capillarity 
High VO2max Swimming Marathon

Aerobic Power
High Mitochondria 10 sec 5 min > 2hrs

Treinabilidade (ou cap. potencial)


• Treinabilidade exprime a capacidade que um indivíduo
tem em se adaptar a cargas de treino sucessivas durante
um período de tempo definido – desde que traduzida em
melhoria da performance
▫ Grandeza dinâmica que depende uma série de
factores endógenos (morfologia, idade, sexo,
Porque consideramos
genética, a treinabilidade
etc.) e exógenos uma
(nutrição, grandezaetc.)
ambiente,
dinâmica???

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Variabilidade da resposta crónica ao


treino

Períodos críticos
• Apesar das divergências, entende-se por
períodos críticos ou fases sensíveis:
▫ “Períodos de desenvolvimento particularmente
favoráveis ao reforço de factores determinantes da
performance desportiva, o que significa que a
capacidade de treino neles é particularmente
elevada (Martin, 1991).

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Características Variação aprox.


  (no PHV)
Estatura ↑ 17–18%
(Pearson, Naughton & Torode, 2006)

Peso ↑ 40%
Desenvolvimento muscular ↑ 20%
Gordura corporal ↑ 50%
VO2 max (L min−1) ↑ 70%
Potência anaeróbia ↑ 50%
Cap. anaeróbia ↑ 200%
Força ↑ 150%
Destreza Variável
Agilidade ↑ 20%

Cap. potencial máxima (de treinabilidade)


• Porém, quando se pretende estimar a treinabilidade de
diferentes capacidades, convergimos rapidamente para
os limites intrínsecos do indivíduo:
▫ Limites físicos – limitações manifestadas através do
sistema orgânico e grau de maturação correspondente, no
qual, em casos normais, um indivíduo treinado poderá
atingir 90% da sua capacidade de rendimento, conservando
o restante como reserva autonómica protegida.
▫ Limites psíquicos – bloqueios de um possível
desenvolvimento para um nível superior de prestação
devido a causas inibitórias internas (falta de experiência,
apreensão), barreiras externas (exigências; coacção),
obstáculos sociais ou dificuldades criadas durante o treino
(ambiente pouco estimulante, sobre protecção).

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Cap. potencial máxima? (de desempenho)

Carga e adaptação
Estímulo

Super
Fadiga Recuperação compensação Destreino

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Carga de treino - fadiga -


adaptação - supercompensação

Mat
er
Constituintes da carga deiatreino
de T
M TD2
Conteúdo
Estes constituintes da s de
carga são Objectivo
treino
Métodos
manipulados pelo s de
de treino
treino
treinador consoante
os conteúdos de
treino, os seus Intensida Duração
objectivos e os de do Carga do
estímulo estímulo
métodos a serem
utilizados...
... Mas acima de tudo, Densidad Volume
no respeito da e do do
estímulo estímulo
individualização do Frequênc
ia do
estímulo estímulo

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Graça, 2006)

Treinabilidade vs. etapas de treino


• O treino desportivo, enquanto processo
sistemático exige a definição clara de objectivos
em diferentes etapas da preparação a longo
prazo
• Estes objectivos, quando descuidados,
conduzem a um défice no desenvolvimento da
prestação que dificilmente será compensado ao
longo do desenrolar posterior do processo de
treino (Martin, 1981, citado por Hahn, 1988).

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Treinabilidade vs. etapas de treino


• Para uma correcta periodicidade, sugere-se um modelo
genérico que operacionaliza o plano de carreira em três níveis
de incidência (Hahn, 1988).

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