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Faculdade de Motricidade Humana

Universidade de Lisboa

Avaliação da Força Máxima,


Rápida e Reativa

Treino e Avaliação das Qualidades Físicas


2022

Docentes: Professor Doutor Pedro Mil-Homens


Discente: António Pato nº 23618
Bárbara Viana nº 25611
Francisco Diogo nº 22963
Maria Matos nº25568
Rúben Elias nº 25469
Tiago Marques nº 25497

Mestrado em Treino Desportivo


2021/2022
Índice

Introdução....................................................................................................................................1

Recolha e tratamento de dados.....................................................................................................2

Força Máxima..........................................................................................................................2

Testes Isoinerciais................................................................................................................2

Testes Isométricos................................................................................................................3

Força Rápida............................................................................................................................3

Isoinercial.............................................................................................................................3

Isométricos...........................................................................................................................3

Força Reativa...........................................................................................................................4

Técnicas de execução...............................................................................................................4

Amostra....................................................................................................................................5

Resultados e Interpretação............................................................................................................6

Força Máxima..........................................................................................................................6

Testes Isoinerciais................................................................................................................6

Testes Isométricos..............................................................................................................10

Força Rápida..........................................................................................................................12

Testes Isoinerciais..............................................................................................................12

Testes Isométricos..............................................................................................................16

Força Reativa.........................................................................................................................19

Conclusão...................................................................................................................................22

Referências bibliográficas..........................................................................................................23

0
Índice de Figuras
Figura 1 - Determinação direta 1RM Supino................................................................................6
Figura 2 - Coeficientes de Predição..............................................................................................6
Figura 3 - Equação de LeSuer......................................................................................................7
Figura 4 - Relação Carga-Velocidade...........................................................................................7
Figura 5 - Determinação direta 1RM Agachamento.....................................................................8
Figura 6 - Coeficientes de Predição..............................................................................................8
Figura 7 - Equação de LeSuer......................................................................................................8
Figura 8 - Gráfico Relação Carga-Velocidade..............................................................................9
Figura 9 - Curva Força-Tempo teste isométrico de Leg Press....................................................10
Figura 10 -Curva Força-Tempo teste isométrico de Supino.......................................................10
Figura 11 - Curva Força-Tempo teste isométrico de MTP.........................................................11
Figura 12 - Curva Velocidade - Carga no supino.......................................................................12
Figura 13 - Curva Potência - Carga no supino............................................................................12
Figura 14 - Curva Velocidade – Carga - Potência......................................................................13
Figura 15 - Gráfico Força-Velocidade-Potência.........................................................................13
Figura 16 - Predição da Pmax com a Equação de Sayers e Harman...........................................14
Figura 17 - Gráfico Velocidade-Carga no Agachamento............................................................14
Figura 18 - Gráfico Potência- Carga no Agachamento...............................................................14
Figura 19 - Gráfico Velocidade-Carga-Potência no Agachamento.............................................15
Figura 20 - Gráfico Força-Velocidade-Potência no Agachamento.............................................15
Figura 21 - Gráfico TPF em teste isométrico de Leg Press........................................................16
Figura 22 - Gráfico TPF em teste isométrico de Supino.............................................................17
Figura 23 - Gráfico TPF em teste isométrico de Mid-Thigh Pull...............................................18
Figura 24- Cálculo Índice de Força Dinâmica............................................................................18
Figura 25 - Resultados Countermovement Jump........................................................................19
Figura 26 - Resultados Squat Jump............................................................................................19
Figura 27 - Índice de Força Reativa Modificado e Altura de salto através do tempo de voo......19
Figura 28 – Resultados Força Reativa........................................................................................20
Figura 29 - Resultados Drop Jump.............................................................................................20
Figura 30 - Rácio de Utilização Excêntrica................................................................................21

1
Introdução
Este relatório surge no âmbito da unidade curricular de Treino e Avaliação das Qualidades
Físicas do Mestrado em Treino Desportivo da Faculdade de Motricidade Humana da
Universidade de Lisboa, com o intuito de proporcionar aos alunos experiência prática no âmbito
da metodologia de avaliação e prescrição de treino de força.

Em termos gerais, podemos assumir a distinção entre três tipos de força: força máxima,
força rápida e força de resistência (Mil-Homens, P., Correia, P., Mendonça, G.,2015). Sendo
que as duas últimas sofrem uma forte influência da primeira. A força máxima refere-se à
máxima quantidade de força que o sistema neuromuscular de um determinado sujeito é capaz de
produzir (Mil-Homens, P., Correia, P., Mendonça, G.,2015). A força rápida diz respeito à
máxima força que o sistema neuromuscular é capaz de produzir num período de tempo reduzido
(Mil-Homens, P., Correia, P., Mendonça, G.,2015). Já a força resistência diz respeito à máxima
força que o sistema neuromuscular de um individuo é capaz de produzir durante um período
prolongado de tempo (Mil-Homens, P., Correia, P., Mendonça, G.,2015).

Neste relatório, as situações experimentais realizaram-se com o intuito de recolher apenas


os dados relativos à força máxima e força rápida, sendo que esta última engloba uma outra
componente da força: a força reativa, que utiliza o Ciclo Muscular Alongamento-Encurtamento
(CMAE).

Desta forma, após as várias recolhas iremos analisar, interpretar e sugerir algumas
indicações para a prescrição do treino específicas para a melhoria das diferentes formas de
manifestação da força do nosso indivíduo.

1
Recolha e tratamento de dados
Força Máxima

Testes Isoinerciais
Os testes isoinerciais caraterizaram-se por utilizarem resistências externas de massa
constante. Estes testes são úteis também para determinar a carga inicial de treino além da força
máxima. As principais vantagens destes teste são a fácil aplicação, equipamentos acessíveis
(pesos livres) e têm uma validade ecológica relativamente aos gestos específicos do desporto.
Contudo, tem a desvantagem de necessitar de um grande domínio técnico durante a sua
realização.

Posto isto, existem dois métodos de forma a calcular 1RM, os métodos diretos ou
indiretos.

Determinação Direta
Dentro dos testes isoinerciais, o método de determinação direta é o mais utilizado dado
que se consegue retirar dados sobre as técnicas de execução e para a prescrição de treino de
forma direta. Este teste é realizado através de várias séries de repetições com cargas crescentes,
de forma a determinar o valor de uma repetição máxima (1RM), sendo que os exercícios mais
utilizados para os membros inferiores e superiores são, respetivamente, o agachamento e o
supino.

Determinação Indireta
Outra estratégia utilizada para os testes isoinerciais passa pela utilização de métodos
indiretos de determinação de 1RM. Neste caso, só é possível recorrer a estes métodos de
determinação de 1RM devido ao facto de existir uma relação entre a carga, em Kg, e o número
de repetições que o indivíduo consegue realizar. O número de repetições de um exercício é
inversamente proporcional à carga (Mil-Homens, P., Correia, P., Mendonça, G.,2017). Existem,
então, dois métodos de determinação indireta de 1RM, que serão descritos nos tópicos
seguintes:

Teste de predição de 1RM


Este teste procura determinar, indiretamente, o valor de 1RM a partir do número
repetições realizadas com uma carga submáxima, sendo que o procedimento comumente
utilizado consiste em selecionar uma carga submáxima que permita ao indivíduo realizar entre 1
e 10 repetições. Ao número de repetições é atribuído um determinado coeficiente que, quando
multiplicado pela carga realizada, resulta num valor predito de 1RM.

2
Equações de predição de 1RM
Ao longo dos anos foram desenvolvidos estudos com o propósito de determinar uma
relação entre a percentagem da carga com o número de repetições efetuados. Estes
concentraram-se em contruir equações de predição de 1RM, sendo que são valores
sobrestimados do valor real de 1RM. Apesar das várias tentativas realizadas, estas equações
subestimam ou sobrestimam o valor de 1-RM, o que leva a concluir que, para uma avaliação de
força máxima, será sempre mais requisitado a utilização de métodos diretos de determinação.

Testes Isométricos
A avaliação da força máxima realizada através de testes isométricos pressupõe a
realização de contrações voluntárias máximas, sendo que a utilização de dinamómetros permite
obter curvas de força-tempo, sendo este considerado um método direto de avaliação da força.
Os exercícios mais utilizados para esta avaliação centram-se, normalmente em exercícios
multiarticulares de grandes grupos musculares.
Sendo assim, para os membros inferiores são utilizados para avaliação o exercício de
Leg Press, o agachamento e o mid-thigh-pull. Para os membros superiores é utilizado o supino e
possíveis variantes (bilateral ou unilateral), podendo esta ser utilizada com a colocação do
banco sobre uma plataforma de forças, servindo de dinamómetro.
Quanto aos procedimentos metodológicos associados aos testes em causa, estes devem
começar pela realização de uma mobilização geral (excluindo alongamentos estáticos) tentando
realizar entre 2 e 3 contrações voluntárias máximas; em seguida, deve ser escolhido o melhor
ângulo articular possível, tendo em conta a relação força-comprimento e o braço de momento;
posteriormente são feitos os registos das contrações voluntárias máximas efetuadas pelo sujeito,
selecionando-se o registo da melhor execução e, por último, redigindo-se um relatório-tipo, com
todas as variáveis acima referidas.

Força Rápida

Isoinercial
Relativamente à Força Rápida podemos considerar três componentes fundamentais: a
Taxa de Produção de Força (TPF), a Potência Muscular e a Força Reativa. Para a determinação
da Força rápida podemos realizar testes isoinerciais, com e sem resistências externas, onde
podemos obter as curvas força-velocidade e potência-carga. Para a determinação da potência
muscular podemos utilizar as equações de predição da potência de Sayers (1999) e Harman
(1991), o Método Samozino (2008) e através da curva força-velocidade.

Isométricos
Uma das vantagens da obtenção da curva força-tempo é a capacidade de se poder
avaliar a força máxima isométrica e o seu declive, fornecendo assim a taxa de produção de

3
força, que é o parâmetro que melhor reflete a capacidade do sistema neuromuscular para
produzir força.

O Índice de força dinâmica reflete a capacidade do atleta transferir grande parte da sua
força máxima para um movimento dinâmico, podendo ser calculado através da expressão: IFD
= Pico de força dinâmica / Força isométrica máxima.

Força Reativa

A avaliação da força reativa permite quantificar e relacionar as características de


produção de força em CMAE, que estão presentes na maioria dos gestos desportivo (ex. corrida,
saltos, mudanças de direção, etc.).

Para esta avaliação são utilizados instrumentos, tais como plataformas de forças e
tapetes de contacto, que avaliam aspetos de performance em diferentes tipos de saltos, tais
como o tempo de contacto com o solo e o tempo de voo.

O índice de força reativa é um instrumento de controlo de treino, aplicado no teste de


drop jump, que permite analisar a evolução do treino e a qualidade do CMAE de curta duração,
expressando-se pela seguinte equação: IFR = (Altura do salto (m)) / (tempo de contacto (s)).

O rácio de utilização excêntrica é um método de avaliação da qualidade da ação


excêntrica do CMAE e o grau de potenciação que pode adicionar ao movimento puramente
concêntrico. Este rácio pode ser expresso pela seguinte equação: RUE= (altura do salto CMJ) /
(altura do salto no SJ) ou RUE= (altura do salto no DJ) / (altura do salto no SJ).

Técnicas de execução

Técnica Supino
Para a realização deste protocolo é necessária a utilização da barra olímpica e o
específico suporte, como também os respetivos pesos livres e um banco de supino. A correta
execução do movimento consiste na seguinte posição inicial: o indivíduo deve deitar-se no
banco em decúbito dorsal apoiando toda zona desde a cabeça até à coxa, sendo que os membros
inferiores ficam fletidos cerca de 90º com os apoios no solo. A barra olímpica deve ser segurada
com as palmas das mãos voltadas para a frente (pega pronada) ligeiramente mais afastadas da
linha dos ombros. O movimento deve ser iniciado com os cotovelos em total extensão e com as
costas em total contacto com o banco durante toda a ação. As flexões dos cotovelos devem
alcançar o ângulo dos 90º.

4
Técnica Agachamento
Relativamente a este protocolo, é necessário uma barra olímpica, pesos livres e o
respetivo suporte específico (rack). Segundo Mil-Homens, P., Correia, P., Mendonça, G.
(2017), para uma correta execução do movimento, o avaliado deve suportar a barra na parte
superior das costas (em cima dos deltoides posteriores) com pega pronada e com as mãos
separadas a uma distância maior que a largura dos ombros. Na fase excêntrica, deve ocorrer
uma flexão inicial da bacia, seguida da flexão dos joelhos, até cerca de 90º entre a coxa e a
perna. Posto isto, o participante deverá realizar as extensões articulares e retomar à posição
inicial.

Técnica Squat Jump


Este teste inicia-se com o atleta na posição bípede com um ângulo articular entre a coxa
e perna a 90º, as mãos na zona da crista-ilíaca e o tronco ereto. De seguida, o atleta realiza uma
rápida extensão dos joelhos e uma plantar-flexão, saltando o mais alto possível. É importante
excluir a realização de qualquer contramovimento, uma vez que o Squat Jump é uma ação
puramente concêntrica.

Técnica Countermovement Jump

Este movimento serve para avaliar a capacidade do atleta utilizar CMAE de longa
duração. O movimento inicia-se na posição bípede com os ângulos intersegmentares entre a
coxa e perna a realizar 180º. Posteriormente, o atleta reduz rapidamente esse angulo até aos 90º
graus, a partir daí realiza o movimento de extensão dos membros inferior e consequente
impulsão vertical.

Técnica Drop Jump


O drop jump é um salto em profundidade que, por sua vez, avalia o CMAE de curta
duração, com um tempo de contacto do solo menor que 200-250ms. O movimento inicia-se
após uma queda controlada de uma plataforma elevada e posterior realização de um salto
vertical, após um curto contacto com o solo.

Amostra

A nossa amostra nas avaliações de força trata-se de um sujeito não treinado, com
inexperiência no treino e avaliação da força. É um individuo estudante universitário, do sexo
masculino, com 21 anos. O indivíduo possui uma massa corporal de 87.3kg e uma altura de
1.85m.

5
Resultados e Interpretação
Força Máxima

Testes Isoinerciais

Supino

Determinação Direta

Figura 1 - Determinação direta 1RM Supino

Resultado: 0.6 < 1RM/MC (0.69) < 0.8 – Fraco

Predição 1RM

Coeficientes de Predição

Figura 2 - Coeficientes de Predição

Resultado: 1RM predito supino – 60kg

6
Equações de Predição

Figura 3 - Equação de LeSuer

Resultado: 1RM predito supino – 60,8kg

Relação Carga-Velocidade

Figura 4 - Relação Carga-Velocidade

Resultado:

 Rácio 1RM/MC – 0.71;


 1RM predito supino – 62,30 kg

Orientação para treino:


Uma vez que 0.6 < 1RM/MC (0.69; 0.71) < 0.8, o nosso individuo encontra-se no nível
Fraco, por isso:

 Objetivo: Aumento Força Máxima


 Mecanismo: Hipertrofia Muscular
 Estímulo: Intensidades submáximas (6-12RM, 65-85%1RM) ; Volume elevados ( 5
séries); Intervalos reduzidos (60-90 seg); Velocidade de contração (moderada);
Sessões semanais (2/3 sessões); Duração mesociclo (10-12 semanas)

7
Agachamento
Determinação Direta

Figura 5 - Determinação direta 1RM Agachamento

Resultado: 1RM/MC (1.03) < 1.4

Predição 1RM

Coeficientes de Predição

Figura 6 - Coeficientes de Predição

Resultado: 1RM predito agachamento – 90kg

Equações de Predição

Figura 7 - Equação de LeSuer

8
Resultado: 1RM predito agachamento – 91,2kg

Relação Carga-Velocidade

Figura 8 - Gráfico Relação Carga-Velocidade

Resultado:

 Rácio 1RM/MC – 1.15


 1RM predito agachamento – 100,45 kg

Orientação para treino:


Uma vez que 1.4 > 1RM/MC (1.03;1.15), o nosso individuo encontra-se no nível Fraco,
por isso:

 Objetivo: Aumento Força Máxima


 Mecanismo: Hipertrofia Muscular
 Estímulo: Intensidades submáximas (6-12RM, 65-85%1RM) ; Volume elevados ( 5
séries); Intervalos reduzidos (60-90 seg); Velocidade de contração (moderada); 9
Sessões semanais (2/3 sessões); Duração mesociclo (10-12 semanas)
3.

3.1.1

Testes Isométricos

Leg Press

Figura 9 - Curva Força-Tempo teste isométrico de Leg Press

10
Resultado:

 Força Máxima (N): 2600


 Tempo até Fmax (s): 2.56

Supino

Figura 10 -Curva Força-Tempo teste isométrico de Supino

Resultado:

 Força Máxima (N): 609


 Tempo até Fmax (s): 0.99

Mid-Thigh Pull

11

Figura 11 - Curva Força-Tempo teste isométrico de MTP


Resultado:

 Força Máxima (N): 1666


 Tempo até Fmax (s): 1.93

Orientação para treino:


As avaliações isométricas não permitem orientar o processo de treino (por exemplo,
na definição de intensidades, %1RM), no entanto é possível observar o tipo alterações que
os métodos de treino hipertróficos induzem no sistema neuromuscular, que pode ser
observado através da curva força-tempo.

Com a introdução dos métodos hipertróficos espera-se uma melhoria dos níveis de
força máxima, não registando alterações muito significativas na Taxa de Produção de Força.

12
Força Rápida

Testes Isoinerciais
Supino

Curva Velocidade - Carga

Figura 12 - Curva Velocidade - Carga no supino

Curva Potência - Carga

13
Curva
Velocidade –
Carga -
Figura 13 - Curva Potência - Carga no supino Potência

Resultado:
Potência máxima: 318.9W
Carga Ótima: 30kg
Orientação para treino:
A carga ótima para um valor de potência mais elevado (318.9W) foi cerca de 30kg,
sendo assim para o nosso sujeito a carga de 30kg é a que otimiza a relação força velocidade,
visto que é a que tem um valor de potência mais elevada.

Após o nosso sujeito possuir um rácio 1RM/MC no supino de 1, podemos otimizar a


força rápida (TPF e Potência).

Figura 14 - Curva Velocidade – Carga - Potência

Curva Força - Velocidade – Potência

14
Figura 15 - Gráfico Força-Velocidade-Potência
Fmax (Predição): 689Kg
Vmax (Predição): 1.97m/s
Potmax (Predição): 339W
Orientação para treino:
A avaliação da curva força-velocidade-potência permite-nos observar o tipo alterações
que os métodos de treino da potência muscular induzem no sistema neuromuscular, que pode
ser observado através da curva força-velocidade.

Um aumento da força máxima, através dos mecanismos de treino hipertróficos, é possível


verificar um deslocamento da curva força velocidade, na zona da força, mas igualmente um
aumento da curva da potência.

 Unidades de treino com cargas mais elevadas (melhorar força máxima e TPF)
 Unidades de treino com cargas menores, que permitam que o movimento seja realizado
a altas velocidades.
 Dinâmica da carga: Intensidade (3-6 reps, <60%); Séries (3-5); Intervalo de repouso (2-
3minutos) ; Velocidade de execução (explosiva); Sessões semanais (2-3); Duração
mesociclos (4-8 semanas).

Após o nosso sujeito possuir um rácio 1RM/MC no supino de 1, podemos otimizar a força
rápida (TPF e Potência).

Agachamento

Predição da Potência com equações

Figura 16 - Predição da Pmax com a Equação de Sayers e Harman

15
Curva Velocidade - Carga

Curva Potência -

Figura 17 - Gráfico Velocidade-Carga no Agachamento


Carga

Resultado:
Potência máxima: 1471.8W
Carga Ótima: 14kg
Figura 18 - Gráfico Potência- Carga no Agachamento
Orientação para treino:
A carga ótima para um valor de potência mais elevado (1471.8W) foi cerca de 30kg,
sendo assim para o nosso sujeito a carga de 14kg é a que otimiza a relação força velocidade,
visto que é a que tem um valor de potência mais elevada.

Após o nosso sujeito possuir um rácio 1RM/MC no agachamento de 1.5-2, podemos


otimizar a força rápida (TPF e Potência).

Curva Velocidade – Carga - Potência

16
Figura 19 - Gráfico Velocidade-Carga-Potência no Agachamento
Curva Força - Velocidade – Potência

Figura 20 - Gráfico Força-Velocidade-Potência no Agachamento

Resultado:
Fmax (Predição): 1983Kg
Vmax (Predição): 3.50m/s
Potmax (Predição): 1736W
Orientação para treino:
Aplica-se as mesmas orientações dadas para o exercício de supino.
Após o nosso sujeito possuir um rácio 1RM/MC no agachamento de 1.5-2, podemos
otimizar a força rápida (TPF e Potência).

3.1

3.2

3.2.1

Testes Isométricos

Leg Press

17
Resultado: Figura 21 - Gráfico TPF em teste isométrico de Leg Press

 TPF Máxima (N/ms): 10.74


 0-50ms: 5.29
 0-100ms: 7.38
 0-150ms: 6.53
 0-200ms: 6.16

Orientação para treino:

Para o nosso indivíduo a avaliação da TPF nos intervalos definidos, não possui valores
de referência visto que não tem especificidade de modalidade. Caso o nosso indivíduo estivesse
associado a uma modalidade, por exemplo, atletismo em que o tempo para produzir força é
reduzido (cerca 80-100ms), esse seria o intervalo a considerar para otimizar a TPF.

Supino

Figura 22 - Gráfico TPF em teste isométrico de Supino

Resultado:
18
 TPF Máxima (N/ms): 4.02
 0-50ms: 0.42
 0-100ms: 0.60
19
Mid-Thigh Pull

Resultado: Figura 23 - Gráfico TPF em teste isométrico de Mid-Thigh Pull

 TPF Máxima (N/ms): 7.89


 0-50ms: 2.72
 0-100ms: 4.62
 0-150ms: 4.50
 0-200ms: 5.15

Orientação para treino:

Para o nosso indivíduo a avaliação da TPF nos intervalos definidos, não possui valores
de referência visto que não tem especificidade de modalidade. Caso o nosso indivíduo estivesse
associado a uma modalidade, por exemplo, atletismo em que o tempo para produzir força é
reduzido (cerca 80-100ms), esse seria o intervalo a considerar para otimizar a TPF

Índice de Força Dinâmica

IMTP

Figura 24- Cálculo Índice de Força Dinâmica

Resultado: IFD: 0.59 < 0.75

20
Orientação para treino:

O nosso indivíduo é capaz de transferir grande parte da sua força máxima para o
movimento dinâmico (<0.75), porém o rácio 1RM/MC, como já mencionamos, é
inadequado e sendo assim o foco do treino deverá incidir no aumento da força máxima.

Força Reativa

Squat Jump Countermovement Jump

Figura 26 - Resultados Squat Jump Figura 25 - Resultados Countermovement Jump

Método 2 (CMJ):

Através da obtenção
Figura 27 - Índice de Força Reativa Modificado e Altura de salto através do tempo de voo

do tempo de voo no programa Acqknowledge e consequente cálculo no excel.

21
Resultado:

 SJ: 25.83 cm
 CMJ: 28.62 cm

Orientação para treino:

Segundo valores de literatura, SJ inferiores a 40cm são demasiado insuficientes, pelo


que se aconselha o desenvolvimento da força máxima, melhorando assim todas as formas de
manifestação de força.

Para avaliarmos o valor de CMJ e a força reativa é necessário recorrer ao Rácio de


Utilização Excêntrica, como está abaixo mencionado

Drop Jump

Resultado:

 DJ (48cm): (27.25cm)
 Tempo de contacto com o solo: 272
 IFR: 1.00
Figura 28 - Resultados Drop Jump
Orientação para treino:

A altura de salto que melhor otimizou a relação altura e tempo de contacto com o
solo, foi a de 48cm, como podemos ver nos gráficos e tabelas.

No entanto
Figura 30 - Rácio todas
de Utilização as repetições
Excêntrica tiveram tempos de contacto demasiado longos, na
consideração deste tipo de avaliação (<200ms). O tempo de contacto com o solo é um
indicador de qualidade do CMAE e sendo assim, consideramos que o individuo não tem esta
componente da força otimizada.
22
O índice força reativa representa o quociente entre a altura de salto e o tempo de
Figura 29 – Resultados Força Reativa
contacto (como já referido foi demasiado longo). O IFR também foi assim baixo dado a
baixa altura de salto e o longo tempo de contacto.
Rácio Utilização Excêntrica:
Curta Duração : Altura Salto DJ/ SJ
Longa Duração : Altura Salto CMJ/
SJ
Resultado:

 EUR (longa duração): 1.11 – Não está otimizado Força Reativa


 EUR (curta duração): 1.05 – Não está otimizado Força Reativa

Orientação para treino:

Os valores de Força Reativa, quer para longa duração, quer para curta duração, são
inferiores aos recomendados (1.15), sendo assim, isto significa que a Força Reativa do
indivíduo, está pouco otimizada, tendo, portanto, condições de ser treinada e melhorada.

Dinâmica da carga: Volume (40-80 contactos com o solo por sessão); Intensidade (considerar
contactos com o solo, velocidade, o peso do individuo e a altura de salto) Intervalos de repouso
(+/- 5 minutos); Sessões de treino (cerca de 2).

Conclusão
Através da avaliação das diferentes formas de manifestação da força (máxima, rápida e
reativa) e das conclusões que retiramos de cada teste, podemos compreender que o nosso sujeito
tem elevados défices de força, sobretudo ao nível da força máxima. Assim o objetivo inicial
passa por introduzir um treino adequado de força máxima, de forma a aproximarmos os valores
e rácios do nosso atleta aos valores de referência. Posteriormente, após conseguirmos essas
melhorias, podemos direcionar objetivos para TPF e Potência. No entanto, algum trabalho
inicial pode ser prescrito de força reativa, sem que este seja o foco principal, combinando assim
as diferentes formas de manifestação da força, mas não deixando de priorizar a força máxima.
Os valores obtidos não são de todo surpreendentes dado o facto do individuo ser inexperiente e
ter falta de treino. Nos primeiros tempos de treino o sujeito vai melhorar a sua técnica e
sobretudo as adaptações neuromusculares.

Como limitações indicamos alguns falhas na execução dos protocolos, nomeadamente


no que diz respeito aos intervalos de repouso, devido à falta de tempo para a aplicação das
avaliações. O facto da recolha e análise de anos serem realizadas por vários elementos do grupo
poderá provocar alguns erros inter-observador. A falta de experiência e conhecimento
aprofundado dos protocolos, por parte dos alunos, poderá influenciar a fiabilidade dos dados,
considerados como erros intra-observador. A falta de experiência do individuo, tanto a nível do
treino, como de avaliação poderá também influenciar os dados recolhidos.

Deixamos com sugestão prática para o futuro, a aplicação dos testes em dois momentos:
um momento inicial, no qual os alunos iriam conhecer os protocolos, procedimentos e
instrumentos de forma mais aprofundada e numa segunda fase seria feita a avaliação objetiva.
Futuramente poderíamos também utilizar outras estratégias de avaliação, tais como o método

23
Samozino, que não foi passível de realizar devido a condicionante do tempo para as aulas
práticas.

Concluindo, a possibilidade de poder experimentar os vários protocolos de avaliação


das diferentes formas de manifestação da força e a respetiva reflexão e análise, revelou-se uma
verdadeira experiência de aprendizagem e desenvolvimento para o treino e avaliação das
qualidades físicas.

24
Referências bibliográficas
Mil-Homens, P., Correia, P., Mendonça, G. (2015). Treino da Força – Volume 1. Princípios
Biológicos e Métodos de Treino. Edições FMH, Cruz Quebrada

Mil-Homens, P., Correia, P., Mendonça, G. (2017). Treino da Força – Volume 2. Avaliações,
Planeamento e Aplicações. Edições FMH, Cruz Quebrada.

25

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