Você está na página 1de 56

1

Sumário

10 assuntos mais cobrados em concursos de Fisioterapia .................................................................................. 5

1 – FISIOTERAPIA ORTOPÉDICA = TESTES ESPECIAIS ....................................................................................... 6

Testes Especiais De MMII ....................................................................................................................................... 6

QUADRIL .............................................................................................................................................................................6

JOELHO ..............................................................................................................................................................................8

TORNOZELO E PÉ .............................................................................................................................................................. 12

Testes Especiais Da Coluna Vertebral .................................................................................................................. 13

PERMEABILIDADE DA ARTÉRIA VERTEBRAL .......................................................................................................................... 13

CERVICAL .......................................................................................................................................................................... 15

TORÁCICA......................................................................................................................................................................... 18

LOMBAR............................................................................................................................................................................ 19

TESTES ESPECIAIS DE MMSS ................................................................................................................................. 21

OMBRO ............................................................................................................................................................................ 22

COTOVELO, PUNHO E MÃO ............................................................................................................................................. 28

2 – FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL = AVALIAÇÃO DO TÔNUS MUSCULAR E SUAS ALTERAÇÕES ............ 31

Exame neurológico do tônus muscular ................................................................................................................ 31

Alterações Do Tônus – Escala De Aschworth Modificada .................................................................................... 32

Tabela de tônus .................................................................................................................................................... 33

3 – FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA = AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIAS = ALTERAÇÕES DE RITMOS RESPIRATÓRIOS


................................................................................................................................................................... 34

Ritmos Respiratórios ............................................................................................................................................ 34

Alterações dos Ritmos Respiratórios .................................................................................................................... 35

4 – FISIOTERAPIA CARDIOVASCULAR = REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR = FASES DE REABILITAÇÃO E


EXTRATIFICAÇÃO DE RISCO......................................................................................................................... 37

5 – RECURSOS TERAPÊUTICOS = CINESIOTERAPIA = PONTOS PRINCIPAIS SOBRE FORTALECIMENTO


MUSCULAR (EXERCÍCIO RESISTIDO) .............................................................................................................. 38

2
Determinantes e correlações que afetam a geração de tensão pelo músculo esquelético ..................................................... 38

Adaptações Fisiológicas ao Exercício Resistido.................................................................................................................... 39

Tipos de Contração Muscular ............................................................................................................................................. 40

6 - LEGISLAÇÃO = CÓDIGO DE ÉTICA (DICAS RÁPIDAS) .............................................................................. 41

Código de Ética Profissional ................................................................................................................................. 41

7 – MATÉRIAS BÁSICAS = ANATOMIA = PLANOS E EIXOS ANATÔMICOS ................................................... 42

Planos e Eixos Anatômicos .................................................................................................................................. 43

8 – FISIOTERAPIA PEDIÁTRICA = DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR (DNPM) ATÍPICO ..................... 44

Desenvolvimento Neuropsicomotor Atípico ......................................................................................................... 44

Desenvolvimento Motor Típico e Atípico.............................................................................................................. 45

9 – FISIOTERAPIA GERIÁTRICA = TESTES E ESCALAS DE AVALIAÇÃO ........................................................... 48

Escalas de Equilíbrio ............................................................................................................................................ 48

Escala de Berg ...................................................................................................................................................... 49

10 – FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA MULHER = INCONTINÊNCIA URINÁRIA .................................................... 50

Incontinência Urinária .......................................................................................................................................... 50

Tipos de Incontinência Urinária ............................................................................................................................ 50

Tratamento Fisioterapêutico da Incontinência Urinária (Reeducação Perineal) .................................................... 52

Contrações Voluntárias ou Exercícios de Kegel.................................................................................................... 53

Eletroestimulação ................................................................................................................................................. 53

Biofeedback .......................................................................................................................................................... 54

Cones Vaginais .................................................................................................................................................... 55

3
APRESENTAÇÃO
Olá, Coruja, tudo joia?

Sou a professora Mara Ribeiro do curso de Fisioterapia do Estratégia Concursos.

Para você que se prepara para concursos públicos na área de Fisioterapia, preparei um material muito bacana
e bem completo sobre os 10 assuntos mais cobrados em Concursos de Fisioterapia.

A ideia é que você possa, com este conteúdo, conhecer os tópicos que mais aparecem nas provas, e saber
um pouco mais sobre os pontos principais de cada um deles

Por que esse conteúdo é importante para a sua aprovação?

Pois sabendo os pontos mais cobrados nas provas, você pode direcionar os seus estudos e aprofundar nos
temas que realmente tem maior probabilidade de aparecer na sua próxima prova.

Então, aproveite bem esse material!!! Tenho certeza de que aparecerá uma ou mais questões desse assunto
na próxima prova que você prestar.

Abraço,

Prof. Mara Ribeiro

E-mail: mara.ribeiro01@gmail.com

Instagram: @profa.mara / @prof.gislaineholler

Telegram: https://t.me/profmararibeiro

YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCIZKxVCvvyp5-aEU9_UcdyQ

4
10 ASSUNTOS MAIS COBRADOS EM CONCURSOS DE
FISIOTERAPIA
Os assuntos que mais apareceram em provas de Fisioterapia em 2022 foram:

1º. Fisioterapia Traumato-Ortopédica – correspondeu a 20% das questões em concursos de


Fisioterapia em 2022, dentro dessa área, o assunto mais frequente foi: Testes Especiais.

2º. Fisioterapia Neurofuncional – com 16% de todas as questões de concursos, e o tema mais comum
dentre essas questões foi: Avaliação Neurofuncional.

3º. Fisioterapia Respiratória – 14% das questões forem desse tema, e as mais comuns diziam respeito
a: Avaliação do Sistema Respiratório.

4º. Fisioterapia Cardiovascular – representou 10% das questões de concurso, sendo que o tema mais
frequente dentro dessa área foi: Reabilitação Cardiovascular.

5º. Recursos Terapêuticos – também com 10% do total de questões, teve como tema mais frequente
cobrado nas provas: Fortalecimento Muscular (Cinesioterapia).

6º. Legislação – representou 5% de todas as questões de concurso e dentro dessa temática


Legislação, o assunto que mais apareceu foi: Código de Ética.

7º. Matérias Básicas – entende-se por matérias básicas a parte inicial da formação do fisioterapeuta,
como os conteúdos de anatomia, fisiologia, cinesiologia, dentre outros. 5% das questões de concurso em
2022 foram essa temática e o assunto mais cobrado foi: Anatomia (Planos Anatômicos).

8º. Fisioterapia Pediátrica – 5% das questões foram desse tema. E o conteúdo específico que
apresentou o maior número de questões foi: Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM)

9º. Fisioterapia Geriátrica – também com cerca de 5% das questões, o tema que mais apareceu em
provas, na área de geriatria foi: Testes e Escalas de Avaliação.

10º. Fisioterapia na Saúde da Mulher – 5% das questões foram de Fisioterapia na Saúde da mulher
e o assunto mais cobrado: Incontinência Urinária.

Os outros 5% corresponderam aos demais temas, que não foram elencados aqui, por estarem
bastante dispersos.

Na sequência, vamos rever, de maneira resumida, os principais assuntos que apareceram nas provas!

5
1 – FISIOTERAPIA ORTOPÉDICA = TESTES
ESPECIAIS
Os testes especiais fazem parte da Avaliação Fisioterapêutica, eles avaliam estruturas ou funções específicas
e são muito frequentes em provas de concurso.

Veremos de maneira resumida e esquemática aqueles testes que mais aparecem nos concursos.

Testes Especiais De MMII

QUADRIL

rigidez do trato iliotibial e músculo tensor


OBER
da fáscia lata

ELY flexibilidade do reto femoral


QUADRIL

flexibilidade do complexo do iliopsoas e


THOMAS músculo reto femoral.

triagem para disfunção da articulação


PATRICK OU FABRE sacroilíaca, lombar ou do quadril ou
espasmo do iliopsoas.

indica fraqueza do músculo glúteo médio e


TRENDELEMBURG glúteo mínimo (algumas literaturas).

6
 3 dos testes de quadril são voltados a avaliar flexibilidade:

1 – Flexibilidade do reto femoral – ELY

2 – Flexibilidade do reto femural e do iliopasoas – THOMAS

3 – Flexibilidade do Trato Iliotibial – OBER

 1 teste para a ARTICULAÇÃO SACRO-ILÍACA – PATRICK ou FABER

 1 teste para verificar fraqueza muscular de GLUTEO MÉDIO: TRENDELEMBURG.

Tabela com os testes

NOME DESCRIÇÃO O QUE AVALIA OBERVAÇÃO

Paciente em prono e o joelho


flexionado. Se o reto femoral
estiver tenso, a pelve roda Flexibilidade de
ELY
anteriormente no início da ADM Reto Femoral
de flexão do joelho e o quadril
flexiona

Paciente em Supino, abraça um


das pernas junto ao tórax, caso
Flexibilidade de
haja encurtamento ocorrerá
THOMAS Reto Femoral e
flexão do quadril (iliopsoas)
Iliopsoas
e/ou flexão do joelho (reto
femoral)
Paciente em decúbito lateral,
com o quadril flexionado e
abduzido e joelho flexionado.
Flexibilidade o
Trato Iliotibial e
OBER Resultado: o teste é positivo
Tensor da Fáscia
quando a perna não consegue
Lata
abaixar.

7
Paciente em supino, o avaliador
coloca o pé do membro testado
no topo do joelho da perna
oposta. O avaliador abaixa
lentamente a perna testada em
abdução, na direção da maca.
Triagem de
Resultado positivo: dor e/ou disfunção
perda de movimento quando Sacroilíaca,
PATRICK comparado com o outro lado. lombar ou do
OU FABER
quadril ou
Dor anterior na virilha: artrite patologia do
do quadril e patologia do iliopsoas.
iliopsoas.

Dor no quadril posteriormente:


patologia sacroilíaca.

Paciente em pé com apoio


unipodal por cerca de 30
segundos e o avaliador observa
se a pelve continua nivelada.

Resultado positivo: pelve Fraqueza de


TRENDELEM
pende em direção ao membro GLÚTEO MÉDIO
BURG
não apoiado. Pode indicar e Glúteo Mínimo
paralisia do nervo glúteo
superior, hérnia de disco
lombar, fraqueza do glúteo
médio e degeneração
avançada do quadril.

JOELHO

8
No joelho os principais testes se dividem por estrutura, portanto

1 – PATELA: ÂNGULO Q

2 – MENISCO: APLEY, PAIR, MCMURRAY

3 – LCA: GAVETA ANTERIOR, LACHMAN, PIVO-SHIFT

4 – LCP: GAVETA POSTERIOR E GODFREY

Tabela dos testes

ESTRUTU
RA
TESTE DESCRIÇÃO O QUE AVALIA OBSERVAÇÃO

9
Podemos considerar a mensuração do
Ângulo Q como um teste, pois temos
que traçar linhas para formar um
ângulo e interpretá-lo a fim de avaliar
o alinhamento da articulação
femoropatelar. As duas linhas que Alinhamento
PATELA ÂNGULO Q desenhamos são: Patelar
- da espinha ilíaca ântero-superior
(EIAS) ao centro da patela;

- HOMENS: média de 13 graus

- MULHERES: média de 18
graus
Paciente em decúbito ventral com o
joelho flexionado a 90º. A coxa do A dor nessa
paciente é estabilizada pelo joelho do manobra indica
APLEY
avaliador. Este aplica rotação interna lesão do
e externa com compressão na parte menisco
inferior da perna.

O paciente é colocado sentado com as


pernas cruzadas, forçando o varismo
do joelho, diminuindo o espaço da
Ruptura do
PAYR interlinha medial, pinçando o menisco
medial. Resultado positivo: dor. Para Menisco Medial
lembrar desse teste é só associá-lo
com a “posição de índio”.
MENISC
O
Paciente em decúbito dorsal, o
avaliador flexiona ao máximo o
quadril e o joelho e realiza uma
rotação externa da perna segurando
o retropé do paciente para exercer
uma força axial, enquanto exerce um
estresse em varo para comprimir o
Lesão no Corno
MCMURRAY menisco medial. A seguir o joelho é Posterior do
passivamente estendido. Menisco Medial

Resultado positivo: o paciente se


queixa de dor localizada na interlinha
articular medial e o examinador sente
um estalido no local.
Paciente em decúbito dorsal, com os
joelhos dobrados a cerca de 90º. O
avaliador se senta em ambos os pés
GAVETA
LCA
ANTERIOR
do paciente e coloca suas mãos em Lesão de LCA
torno da tíbia superior da perna a
examinar. Os polegares de ambas as
mãos devem ficar na tuberosidade da

10
tíbia. A partir desta posição o
avaliador puxa a tíbia para si.

Resultado positivo: translação


anterior excessiva e uma sensação de
fim de movimento mole, que é
indicativo de que o movimento é
parado não pelo LCA, mas sim por
estruturas secundárias.
Paciente em decúbito dorsal, o
avaliador coloca o joelho do paciente
a cerca de 20-30º de flexão e a
perna deve ser rodada externamente.
O avaliador deve colocar uma mão
atrás da tíbia e outra na coxa do
paciente. É importante que o polegar
do examinador esteja na
LACHMAN tuberosidade tibial. Puxando Lesão de LCA
anteriormente a tíbia, um LCA intacto
deve impedir o movimento de
translação para a frente da tíbia
sobre o fémur.

Resultado positivo: translação


anterior da tíbia associada com um fim
de movimento mole.
Paciente em Supino. O examinador
deve levantar a perna testada com o
joelho totalmente estendido, colocar a
palma de uma das mãos por trás da
cabeça da tíbia e usar a outra mão
para agarrar a tíbia, enquanto palpa
a linha articular medial. Enquanto
PIVÔ-SHIFT mantém uma força em valgo e rotação Lesão de LCA
interna da tíbia durante o teste,
lentamente flexionar o joelho do
paciente. Um teste positivo ocorre
quando o prato tibial lateral começa
a subluxar anteriormente e volta para
a posição neutra quando flexiona o
joelho até cerca de 30 graus.
Paciente em decúbito dorsal, com o
GAVETA joelho flexionado a 90º. O avaliador
POSTERIOR tenta um deslocamento posterior da Lesão de LCP
tíbia no fêmur.

Paciente em decúbito dorsal, com o


joelho flexionado a 90º. O avaliador
LCP avalia o contorno das tuberosidades
das tíbias.
GODFREY Lesão de LCP
Resultado: quando há ruptura
(parcial) do ligamento cruzado
posterior, a tuberosidade tibial do
lado envolvido está menos visível do
que a do lado não envolvido.

11
TORNOZELO E PÉ

O principal teste é o teste de THOMPSON que avalia o tendão do TRÍCEPS SURAL.

TESTE DESCRIÇÃO O QUE TESTA? OBSERVAÇÃO


Paciente em decúbito
ventral, com os pés sobre
a borda da maca. Com o
paciente relaxado, o
avaliador aperta
levemente o músculo da Integridade do
THOMPSON panturrilha e observa se Tendão do Tríceps
há flexão plantar. Sural

Resultado: ausência de
flexão plantar indica
ruptura total do tendão do
calcâneo.

12
Testes Especiais Da Coluna Vertebral

PERMEABILIDADE DA ARTÉRIA VERTEBRAL

avalia a permeabilidade da artéria


ADSON subclávia
ARTÉRIA VERTEBRAL

avalia a insuficiência da artéria


MAIGNE vértebro-basilar

Os testes de Adson e Maigne avaliam a permeabilidade do sistema vértebro – basilar.

O Adson terá característica de verificar situações mais periféricas (pulso braquial), já o de Maigne
avaliará reações mais centrai (encefálicas)

Tabela dos testes

TESTE DESCRIÇÃO O QUE TESTA? OBSERVAÇÃO

13
Paciente sentado, com os pés
livres. O avaliador palpa o
pulso radial do paciente. Em
seguida, abduz, estende e
roda externamente o braço
do paciente. Após o paciente
prende a respiração e roda a
cabeça em direção ao braço
Permeabilidade da
ADSON que está sendo examinado.
Artéria Subclávia
Resultado: se houver
compressão da artéria
subclávia, o pulso radial irá
diminuir de amplitude,
podendo até não ser mais
percebido (Síndrome do
Desfiladeiro Cervical). Teste positivo:

- Pulso radial diminui de amplitude –


compressão da artéria subclávia.

- Pulso radial abolido: Síndrome do


Desfiladeiro Cervical.

14
Deve ser realizado com o
paciente sentado, instrui-lo
para estender e rodar a

+
cabeça e manter essa posição
durante 15 a 40 segundos. Insuficiência do
MAIGNE Testar bilateralmente. Sistema Vértebro-
Basilar
Resultado positivo: sensação
de vertigem, nistagmo,
náusea, vômito, alterações
visuais ou até mesmo síncope.

Na coluna vertebral teremos mais testes, aa parti de agira vamos dividir por região: cervical, torácica
e lombar.

CERVICAL

SPURLING (compressão
foraminal) teste provocativo para radiculopatia cervical.

a resposta é positiva quando há redução dos


Distração cervical sintomas no pescoço ou no membro
COLUNA VERTEBRAL
CERVICAL

detecta lesões que ocupem o espaço do canal


VALSALVA cervical, como tumores e hérnia de disco.

avalia a presença de sintomas radiculares


Sinal de Bakody (especialmente raízes nervosas C4 e C5)

avalia a integridade do ligamento


Sharp-Purser transverso/instabilidade da coluna cervical
superior

15
Na coluna cervical podemos dividir os testes da seguinte forma:

1 – Testes provocativos (aumentam os sintomas): SPURLING, VALSALVA, BAKODY.

2 – Teste de alívio (diminui os sintomas): DISTRAÇÃO CERVIC AL.

3 – Teste de Estabilidade Ligamentar: SHARP-PURSER

Tabela dos testes

TESTE DESCRIÇÃO O QUE TESTA? OBSERVAÇÃO

Paciente roda a cabeça para o lado


envolvido e o lado não envolvido.
Após inclina a cabeça lateralmente
para um lado. Em seguida, o
avaliador aplica com cuidado uma
pressão para baixo sobre a cabeça.
Alguns autores falam para fazer com
a cabeça em posição neutra.

Resultado positivo: dor irradiada


para o membro ipsilateral, para o Compressão
SPURLING
lado de movimento de rotação. Pode Foraminal
ser: estenose, espondilose cervical,
osteófitos ou hérnia de disco. Testar
dos dois lados!

Temos uma variação desse teste, em


que é realizada a rotação da cabeça
e após aplicada uma pressão para
baixo sobre a cabeça (figura). Esse
teste é chamado de teste de
compressão de Jackson.

16
Solicita-se que o paciente realize a
Manobra de Valsalva. Compressão
VALSALVA
intratectal
Positivo: aumento dos sintomas

O terapeuta realiza uma tração


cervical cokm o paciente sentado.
DISTRAÇAÃ Compressão de
O raízes nervosas
A resposta é positiva quando há (foraminal)
CERVCIAL
redução dos sintomas no pescoço ou
no membro.

Paciente sentado ou em decúbito


dorsal. O paciente eleva o braço em
abdução, até que a mão repouse no
topo da cabeça.
Sintomas radiculares
Resultado: se aliviar os sintomas, há (especialmente
BAKODY
suspeita de um problema de raízes nervosas C4 e
compressão extradural cervical, como C5).
compressão de raiz nervosa. Se os
sintomas aumentarem, provável
aumento de pressão no triângulo
interescaleno.

Paciente sentado realiza ligeira


flexão cervical. O examinador coloca
uma mão na testa, enquanto a outra
mão é colocada sobre o processo Integridade do
espinhoso de C2 (ambos os braços ligamento
devem ficar paralelos ao chão). A transverso/
SHARP- força é aplicada posteriormente pela Instabilidade da
PURSER mão na testa, enquanto a mão sobre coluna cervical
o processo espinhoso de C2 apenas se superior.
estabiliza.

Resultado positivo: ouvir ou sentir


uma pancada. Presume-se translação
excessiva do atlas.
17
TORÁCICA

Na coluna torácica teremos testes para Escoliose (ADAMS), para verificar integridade neurológica
(BEEVOR) e para disfunção pleural ou intercostal (SCHELPMAN)

TESTE DE ADAMS
TORÁCICA

TESTE DE BEEVOR

TESTE DE SCHEPELMANN

Tabela dos testes

TESTE DESCRIÇÃO O QUE TESTA? OBSERVAÇÃO

18
Escoliose /
Paciente deve se abaixar para Gibosidade
frente, mantendo os pés juntos e os
joelhos retos. Os membros superiores
devem estar pendentes, com as mãos
aproximadamente ao nível dos
joelhos. A criança será avaliada pela
ADAMS cabeça e/ou pelas costas. Deve-se
observar o alinhamento da coluna
vertebral e procurar por qualquer
assimetria no tronco, seja ao nível do
tórax ou da cintura. A coluna
vertebral deverá estar retilínea e não
haver assimetrias no tronco.

Solicita-se ao paciente, em decúbito


dorsal com ambos os joelhos fletidos e
os braços cruzados sobre o tórax, que
eleve as costas da mesa de exame.
Em condições normais, durante essa
BEEVOR Lesão Medular T10
manobra, a cicatriz umbilical não se
move. Nos casos de fraqueza
muscular, o examinador observa o
movimento da cicatriz umbilical para
o lado sadio
Paciente sentado ou em pé.
Terapeuta solicita a inclinação lateral
do tronco.
Disfunção pleural /
Resultado: Dor no lado da
SCHEPELM intercostal
inclinação, indica neurite intercostal.
ANN
Dor no lado oposto a inclinação,
indica inflamação pleural ou
distensão intercostal.

LOMBAR
Já na coluna lombar, temos testes que podem ser divididos da seguinte forma:

1 – DOR: Laségue

2 – MOBILIDADE: Schober e Slump

3 – FORÇA: Milgran

19
avalia a dor lombar associada à ciatalgia, seja compressiva
LASEGUE
ou inflamatória.

ÍNDICE DE SHOBER avalia limitações no grau de flexão da coluna lombar.


LOMBAR

avalia a mobilidade das estruturas sensíveis à dor no canal


vertebral, e desde então tem sido utilizado como um
SLUMP TESTE
instrumento de avaliação neurodinâmica dos membros
inferiores.

avalia a força dos músculos abdominais e irritabilidade


MILGRAN
intratecal.

Tabela dos testes

TESTE DESCRIÇÃO O QUE TESTA? OBSERVAÇÃO

Paciente em decúbito dorsal, o


membro com o joelho em extensão é
elevado passivamente. Dor lombar
LASÉGUE associada à
ciatalgia, seja
Resultado positivo: dor lombar a
compressiva ou
partir dos 30º de elevação.
inflamatória

Paciente em pé. Duas marcas são


feitas verticalmente a partir do bordo
superior do sacro, separadas pela
distância de 10 cm. O paciente é
instruído a inclinar-se para frente, sem
SHOBER Mobilidade Lombar
flexionar os joelhos. A distância entre
as duas marcas, que inicialmente era
de 10 cm, alonga-se para 15 ou 16
cm (Índice de Schober de 10/15 ou
10/16).

20
Resultado: defeito de flexão se essa
distância estiver encurtada (menor
que 14 cm).
Esse teste tem algumas etapas,
resumidamente: paciente sentado,
com as mãos no dorso. O paciente
flexione ativamente a coluna torácica
e lombar e, logo após, realize
Mobilidade das
também flexão cervical. O
estruturas sensíveis à
fisioterapeuta exerce pressão na
dor no canal
cervical do paciente, para que esta
vertebral, e desde
seja acentuada. Então o paciente
então tem sido
realiza flexão de quadril com o
utilizado como um
SLUMP joelho entendido, realizando flexão
instrumento de
dorsal do tornozelo. A flexão da
avaliação
cervical é lentamente liberada. Os
neurodinâmica dos
sintomas devem ser colhidos a cada
membros inferiores
etapa e deve ser também realizado
para o outro membro. A ADM e as
respostas dolorosas devem ser
avaliadas em todas as etapas.

Paciente com as pernas totalmente


estendidas, o paciente em supino,
deve erguer ativamente ambos os
pés cerca de 5 cm da maca e manter
Força dos músculos
essa posição durante pelo menos 10
abdominais e
MILGRAN a 30 segundos.
irritabilidade
Resultado: Incapaz de realizar o
intratecal
teste: fraqueza dos músculos
abdominais. Indicativo de patologias
compressivas.

TESTES ESPECIAIS DE MMSS


Nos membros superiores a dificuldade e complexidade dos testes será um pouco maior. Isto porque,
temos um grande número de testes e muitos deles aparecem em provas de concurso.

21
OMBRO
Começaremos pela articulação do ombro, e já verificamos a grande quantidade de testes. Vamos
organizar da seguinte forma:

1 – TESTES DE IMPACTO SUBACROMIAL / RUPTURA NO MANGUITO ROTADOR.

• Teste de Neer
• Teste de Hawkins-Kennedy
• Teste de Yocum
• Teste da queda do braço (Codman)
• Teste de Patte (infraespinhal)
• Teste de Gerber (subescapular)
• Teste de Jobe (supraespinhal)

2 – TESTES DO LABRUM E DO BÍCEPS BRAQUIAL

- Teste de Yergason (bíceps braquial)

- Teste de Speed (bíceps braquial e lábio glenoidal superior)

- Teste de O’Brien (ruptura do lábio glenoidal)

3 – TESTE DE INTABILIDADE ANTERIOR DO OMBRO

- Teste de Apreensão
- Teste de Rockwood

22
Ruptura do lábio Speed (lábio superior e tendão do bíceps)
glenoidal
O’BRIEN

Teste de Neer
MEMBROS SUPERIORES

Testes de impacto
subacromial Teste de Hawkins-Kennedy

Teste de Yocum

Apreensão
Instabilidade
anterior do Ombro
Rockwood

Yergason Avalia o tendão do bíceps braquial (porção longa). Sinal de Hueter.

Tendinite degenerativa de um dos tendões do manguito rotador,


Apley (coçar) usualmente tendão do supraespinhal.

Tabela dos testes de impacto subacromial / manguito rotador

TESTE DESCRIÇÃO O QUE TESTA? OBSERVAÇÃO

Paciente sentado ou em pé Enquanto


a rotação escapular é impedida por
uma das mãos do avaliador, o braço
do paciente é passivamente forçado
na elevação em um ângulo entre Avalia a
flexão e abdução pela outra mão. compressão das
Uma forte pressão é aplicada com a estruturas do ombro
NEER
articulação glenoumeral na posição entre o tubérculo
neutra, em rotação interna e rotação maior do úmero e o
externa (alguns autores dizem que é acrômio (bursa
realizada apenas rotação interna). subacromial e
supraespinhal)

23
Paciente apoiar o ombro oposto com
a mão pela frente; passivamente o
Examinador vai elevando o cotovelo
(atrito entre escápula e arco córaco-
acromial).
O teste é positivo quando o paciente
YOCUM Impacto subacromial
sente dor com o movimento. Sugere
síndrome de impacto com lesão do
manguito rotador, da bursa
subacromial ou do tendão da cabeça
longa do bíceps.

O braço do paciente é flexionado


passivamente até 90º no plano da
escápula. O cotovelo é estabilizado e
o braço é forçado em rotação interna. Síndrome do
HAWKINS- Resultado positivo: dor no ombro, impacto subacromial
KENNEDY sugestivo de bursite e/ou tendinite do
supraespinhal.

Paciente sentado ou em pé. Seu


braço é apoiado em 90º de
PATE abdução no plano escapular, com o
cotovelo flexionado em 90º, então, Tendão do Infra-
(SINAL DO ele faz uma rotação externa de espinhoso e
TROMPETIS antebraço contra a resistência do Redondo menor
TA) avaliador. Resultado positivo quando
incapaz de rodar externamente.

Paciente com o braço rodado


internamente de modo que a
superfície posterior da mão repouse
sobre a coluna lombar. Levantar
GERBER OU Tendão do
ativamente a mão das costas e
LIFT-OFF Subescapular
exercer força de resistência sugere
integridade do subescapular.
Positivo: sugere inflamação e/ou
ruptura do tendão subescapular.
O braço do paciente é posicionado no
plano escapular – rotação interna e
cerca de 90º de flexão de ombro e o
avaliador aplica uma resistência em
Ruptura do Tendão
JOBE direção ao solo. Positivo quando
do Supraespinhal
houver dor, fraqueza ou insuficiência
do supraespinhal secundário a uma
ruptura ou associada a impacto.

24
O avaliador eleva passivamente o
braço a 90º de abdução. É solicitado
ao paciente a abaixar o braço com a
QUEDA DO
palma para baixo. Se a qualquer Ruptura do Tendão
BRAÇO
ponto na descida seu braço cair, do Supraespinhal
(CODMAN)
indica ruptura do manguito rotador,
geralmente o supraespinhal.

Com o paciente sentado, é solicitado


ao paciente para colocar a mão atrás
TESTE DE da cabeça e tocar no ângulo superior Degeneração do
COÇAR DE da escápula oposta. Em seguida, Tendão do
APLEY colocar a mão atrás das costas e tocar Supraespinhal
o ângulo inferior da escápula oposta.

ATENÇÃO !!!

TESTE DE IMPACTO: NEER, YOCUM, HAWKINS-KENNEDY

TENDÃO DO SUBESCAPULAR: GERBER OU LIFT-OFF

TENDÃO DO INFRA-ESPINHOSO / REDONDO MENOR: PATE (SINAL DO TROMPETISTA)

TENDÃO DO SUPRA-ESPINHAL: JOBE, CODMAN, APLEY

25
Tabela de labrum / bíceps braquial

TESTE DESCRIÇÃO O QUE TESTA? OBSERVAÇÃO


Pacinete com braço aduzido em 10º
na frente do tórax, com o ombro
flexionado a 90º e com rotação
interna completa. O avaliador coloca
resistência descendente no braço
distal. Na segunda parte do teste, é
repetido da mesma forma, porém o
braço é posicionado em rotação
externa máxima.

Resultado positivo: ruptura do lábio


O’BRIEN
glenoidal se houver dor “dentro” do
Ruptura do Labrum
ombro com flexão do ombro resistida
que é aliviada com a rotação externa
do ombro. Se a dor estiver localizada
na articulação acromioclavicular na
primeira posição do teste e diminuída
ou eliminada da segunda posição, a
disfunção é na articulação
acromioclavicular

O braço do paciente é posicionado


em flexão do ombro, rotação externa
total, extensão total do cotovelo e
supinação total do antebraço. A
resistência manual contra a elevação
Ruptura do Labrum
do ombro e flexão de cotovelo é feita
Superior / Tendão
SPEED pelo avaliador. Esse teste tenciona o
do Bíceps braquial
tendão do bíceps no sulco bicipital.
(cabeça longa)
Resultado positivo: dor localizada no
sulco bicipital ou dor profunda
“dentro” do ombro – tendinite do
bíceps braquial.

Braço do paciente em 90º de flexão


de cotovelo. Ele supina o seu
antebraço e roda externamente seu
braço contra a resistência manual
aplicada pelo avaliador. Tendão do Bíceps
Resultado positivo: dor na região do Braquial (cabeça
YERGASO sulco bicipital. Em caso de ruptura da longa)
N cabeça longa do bíceps pode ser
visualizado o sinal de Hueter ou
Popeye.

26
Tabela de teste de instabilidade anterior

TESTE DESCRIÇÃO O QUE TESTA? OBSERVAÇÃO

Paciente em supino e o braço em 90º


de abdução e rotação externa total.
O avaliador segura seu punho com
uma das mãos e estabiliza o cotovelo
com a outra, aplicando uma forte
APRRENSÃ pressão em rotação externa.
Resultado positivo para instabilidade Avalia a
O
instabilidade
anterior: apreensão. Na presença de
dor sem a apreensão, pode indicar de anterior do ombro
outras patologias, além da
instabilidade, como o impacto
posterior do manguito rotador.

Paciente sentado, com o avaliador


atrás dele de pé. Rodar
externamente o ombro com o braço
na posição neutra. Repetir o teste com
Avalia a
ROCKWO o braço a 45º, 90º e 120º. Esse teste
instabilidade
OD testa a integridade do ligamento
anterior do ombro
glenoumeral anterior, cápsula
anterior, tendões do manguito rotador
e o labrum glenóide.

27
COTOVELO, PUNHO E MÃO

Principais testes:

TESTE DE FINKELSTEIN avalia a Síndrome de DeQuervain.

Teste de Phalen
Compressão do nervo
COTOVELO, PUNHO E MÃO

MEDIANO
Teste de Tinel

Teste de Cozen
Epicondiloalgia lateral
do cotovelo
Teste de Mill

Teste de Allen determina a permeabilidade dos vasos que suprem a mão.

Teste de compressão
Avalia se há compressão do nervo ulnar
no canal de Guyon

28
Podemos organizar os testes de cotovelo punho e mão por doenças / sintomas:

1 – DE QUERVAIN: FLINKSTEIN

2 – SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO: PHALEN, PHALEN INVERTIDO e TINEL

3 – EPICONDILITE LATERAL: COZEN e MILL

4 – COMPRESSÃO DO NERVO ULNAR: CANAL DE GAUYON

5 – PERMEABILIDADE DA MÃO: ALLEN

Tabela de teste

TESTE DESCRIÇÃO O QUE TESTA? OBSERVAÇÃO

O avaliador segura o polegar do


paciente, estabiliza o antebraço com
uma das mãos e desvia o punho para
FINKELSTEI a porção ulnar com a outra. Resultado
N positivo: dor distal ao processo
DE QUERVAIN
estiloide do radio.

29
Paciente sentado com os punhos e os
cotovelos flexionados (figura).
Resultado positivo se o paciente sentir SÍNDROME DO
PHALEN
formigamento ou dormência dentro TÚNEL DO CARPO
de 45 segundos.

Paciente sentado com extensão do


punho e dos dedos (posição de
PHALEN oração) mantida por 1 minuto. SÍNDROME DO
INVERTIDO Resultado positivo igual ao do Teste TÚNEL DO CARPO
Phalen tradicional.

A área sobre o nervo mediano é


suavemente batida na superfície
palmar do punho.
SÍNDROME DO
TINEL Resultado positivo se produzir
TÚNEL DO CAORPO
formigamento na distribuição
mediana.

O avaliador estabiliza o cotovelo do


paciente com uma das mãos e este é
solicitado a pronar o antebraço e
estender e desviar radialmente o
COZEN punho contra a resistência manual do Epicondilite Lateral
avaliador.
Resultado positivo para dor na
região do epicôndilo lateral.

30
O avaliador palpa o epicôndilo
lateral do paciente com uma das
mãos, enquanto prona o antebraço do
paciente, flexiona por completo o
MILL Epicondilite Lateral
punho e estende o cotovelo.
Resultado positivo para dor na
região do epicôndilo lateral.

O avaliador comprime as artérias


radial e ulnar no punho e solicita ao
paciente para fechar e abrir a mão 3
a 4 vezes. O paciente então abre a Permeabilidade dos
ALLEN mão e a mantém aberta, enquanto o vasos que suprem a
avaliador libera a pressão nas mão
artérias. Os dedos e a palma devem
voltar a coloração rosada normal.

2 – FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL = AVALIAÇÃO


DO TÔNUS MUSCULAR E SUAS ALTERAÇÕES

Exame neurológico do tônus muscular

Tônus muscular

O tônus muscular é o estado de tensão permanente dos músculos. Este estado de tensão depende de
vários fatores, sendo alguns de ordens físicas e outros nervosos.

Tônus de Repouso ou Residual - Os fatores físicos proporcionam a elasticidade própria do tecido


muscular e as condições anatômicas eutróficas ou atróficas que podem modificar a consistência das fibras.

Tônus Postural e de Ação – dependem essencialmente de mecanismos reflexos, sendo o reflexo


miotático a base do fenômeno tonígeno.

Durante a execução de movimentos normais e para que eles possam ocorrer entram em jogo: o tônus
de ação em determinados grupos musculares (agonistas do movimento), o tônus postural em outros (músculos
antigravitacionais), além da diminuição do tônus naqueles grupos musculares que poderiam dificultar os
movimentos (músculos antagonistas do movimento).

Mecanismo do Tônus

O reflexo miotático é a base do fenômeno tonígeno. O arco reflexo miotático apresenta uma via
aferente que conduz o estímulo até o corno dorsal da medula; da medula que é o centro integrador entre o
estímulo aferente e eferente e a via eferente que tem início no corno ventral da medula e estende-se até o
músculo.

31
O estímulo adequado para a obtenção do reflexo é o estiramento muscular e, dependendo do modo
de pesquisa, pode-se obter dois tipos de resposta: fásico ou tônico. A contração reflexa fásica caracteriza-se
por ser brusca, clônica, de caráter cinético, isto é, capaz de provocar deslocamento do segmento
correspondente, são os reflexos profundos (patelar, aquileu, bicipital). A contração reflexa tônica é
prolongada, intensa e tem caráter predominantemente estático. Estes reflexos sustentam as atividades
posturais e participam da regulação dos movimentos.

Sobre o arco reflexo miotático atuam centros supra segmentares que podem agir como facilitadores
ou inibidores da contração reflexa e cujas lesões determinam respectivamente, hipotonia ou hipertonia muscular
por liberação de centros inferiores.

Do desequilíbrio entre os dois sistemas resultam hipotonias e hipertonias.

O sistema supressor é constituído pelas áreas supressoras corticais (área 4S, área 6), por alguns núcleos
da base (paleoestriado e substância negra), pelo cerebelo (paleocerebelo) e pela formação bulboreticular
inibidora.

O sistema facilitador é constituído pelo neostriado (putâmen-caudado), pelo núcleo vestibular lateral,
pelo neocerebelo, pela formação reticular do diencéfalo, mesencéfalo, ponte e pela formação bulboreticular
facilitadora.

Do desequilíbrio entre os dois sistemas resultam hipotonias e hipertonias. A lesão das estruturas
inibidoras faz predominar a ação das facilitadoras sobre o arco reflexo miotático gerando um estado de
hipertonia, ao passo que surgirão hipotonias sempre que se fizer sentir o predomínio das estruturas inibidoras.
Ainda serão observadas hipotonias toda vez que o arco reflexo miotático for interrompido, como ocorre nas
lesões do sistema nervoso periférico.

Avaliação do Tônus

O tônus muscular pode ser avaliado através da inspeção, palpação, percussão, movimentação passiva
e balanço passivo das articulações.

O melhor meio de avaliar o tônus muscular é através da movimentação passiva dos seguimentos, pois
fornece duas informações importantes: a extensibilidade e a passividade.

Nas hipotonias, a amplitude de movimento (ADM) é exagerada (hiperextensibilidade) e a resistência


oposta ao movimento é nula ou mínima (hiperpassividade). Nas hipertonias, a ADM é menor que o normal, e a
resistência oposta à realização do movimento é maior.

As hipertonias podem ainda ser classificadas pela Escala de Aschworth Modificada, que se propõe a
padronizar a resistência imposta ao movimento.

Alterações Do Tônus – Escala De Aschworth Modificada

0 Tônus muscular normal


1 Leve aumento do tônus muscular,
manifestado por tensão momentânea ou por
mínima resistência no final da amplitude do
movimento, quando a região afetada é
movida em extensão ou flexão.

32
1+ Leve aumento do tônus muscular, manifestado
por tensão abrupta, seguido de resistência
mínima em menos da metade da amplitude do
movimento restante.
2 Aumento mais marcante do tônus muscular
durante a maior parte da amplitude do
movimento, mas a região afetada é movida
facilmente.
3 Considerável aumento do tônus muscular. O
movimento passivo é difícil.
4 Parte rígida em flexão ou extensão.

Hipotonia – lesões nervosas periféricas, doenças cerebelares, fase de choque cerebral e


medular.

Hipertonia Elástica (Espasticidade) – Lesão do MTN superior (córtex e medula) – sinal de


do canivete. Os músculos antigravitacionais são afetados.

Hipertonia Plástica (Rigidez) – Lesão dos núcleos da base (Parkinson) – sinal da roda
denteada e do cano de chumbo. Os músculos como um todo são afetados, com leve
predomínio flexor.

Tabela de tônus

TIPO DE
ALTERAÇÃO DO LOCAL DE LESÃO SINAIS CARACTERÍSTICA SINÔNIMO
TÔNUS

- Aumento de
tônus nos
HIPERTONIA músculos
MTN SUPERIOR Sinal do Canivete antigravitacionais Espasticidade
ELÁSTICA
- Velocidade
dependente

- Sinal do Cano de - Aumento de


Chumbo tônus de todos os
HIPERTONIA
PARKINSON (NB) músculos Rigidez
PLÁSTICA - Sinal da Roda (agonistas e
Denteada antagonistas)

33
- Leve predomínio
flexor

Diminuição da
resistência ao
HIPOTONIA MTN INFERIOR x Flacidez
movimento
passivo.

3 – FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA = AVALIAÇÃO


RESPIRATÓRIAS = ALTERAÇÕES DE RITMOS
RESPIRATÓRIOS

Ritmos Respiratórios
A Respiração Fisiológica consiste na realização de inspirações e expirações ritmadas e harmônicas. De
forma que mantemos uma frequência respiratória regular e promovemos a ventilação pulmonar. No entanto,
alguns distúrbios que acometem o sistema respiratório podem acabar por alterar as características fisiológicas
da respiração e promover a instalação de um ritmo respiratório que foge do padrão normal.

Respiração: movimentos inspiratórios e expiratórios

Fonte: https://anatomiafacil.com.br/

34
Para que possamos entender tais modificações, inicialmente devemos lembrar da Frequência Respiratória:

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: Em um adulto saudável, em repouso, a FR considerada normal é de 10 a 20


incursões/respirações por minuto (rpm).

Ela pode ser verificada por meio da observação direta ou com o auxílio da palpação, em um intervalo não
inferior a 60 segundos. Seus extremos são chamados de bradipneia (FR< 10) e taquipneia (FR > 20).

Fonte: https://www.jornaldepneumologia.com.br/detalhe_artigo.asp?id=2937

Alterações dos Ritmos Respiratórios

TAQUIPNEIA/BRADIPNEIA

A taquipneia, consiste na aceleração do ritmo respiratório (FR > 20). Diferentes situações podem desencadear
esta condição, inclusive acidose metabólica, patologias restritivas do tórax, atelectasias, Síndrome do
Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), distúrbios da ventilação mecânica com o paciente (auto-PEEP), acúmulo
de secreção traqueal, obstrução das vias aéreas artificiais, barotrauma, dor e hipoxemia.

Já a bradipneia está relacionada à depressão do sistema nervoso central (SNC), muitas vezes induzida por
drogas e traumas.

35
RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES

É um ritmo respiratório por um período com incursões que aumentam progressivamente de amplitude até o seu
máximo, seguidas de diminuição do seu ritmo até a apneia.

Nessa última fase, observam-se diminuição do tônus do paciente, pupilas mióticas e resposta mínima a estímulos
externos. Está relacionada a lesões cerebrais difusas ou nos hemisférios.

RESPIRAÇÃO ATÁXICA OU DE BIOT

É determinada por uma constante irregularidade, com inspirações profundas esporádicas. É causada por lesões
cerebrais difusas, depressão do centro respiratório, lesão medular e compressão do bulbo.

HIPERPNEIA

É caracterizada por respirações profundas e rápidas, causadas principalmente por acidose metabólica, coma,
infarto agudo do miocárdio, lesão de ponte e ansiedade.

APNEIA

Na apneia ocorre a interrupção da respiração, é observada em disfunções do SNC, fadiga muscular, obstrução
de vias aéreas ou distúrbio da condução neural.

As apneias de origem obstrutiva apresentam mobilidade da caixa torácica, mas não há fluxo de ar. Já nas
de origem central, indicação absoluta de entubação traqueal, náo se observa fluxo de ar nem movimentação
da caixa torácica.

DISPNEIA SUSPIROSA

A dispneia suspirosa consiste na presença de inspirações profundas, esporádicas, em meio a um ritmo


respiratório normal. Ela se manifesta, em geral, em indivíduos com distúrbios psicológicos ou, de maneira mais
corriqueira, devido a um eventual quadro emocional ou de mudança de humor mais agudo.

RITMO DE CANTANI

O ritmo de Cantani é caracterizado pelo aumento da amplitude dos movimentos respiratórios, de modo regular
e secundário à presença de acidose metabólica. Tal ritmo pode ser evidenciado, por exemplo, em casos de
cetoacidose diabética e de insuficiência renal. No entanto, vale lembrar que, à medida que ocorre o
agravamento da acidose metabólica, pode haver o surgimento do ritmo de Kussmaul, traduzido pela
alternância sequencial de apneias inspiratórias e expiratórias (como descrito a seguir).

RESPIRAÇÃO DE KUSSMAUL

A respiração de Kussmaul é composta por quatro fases. A primeira, é caracterizada por inspirações ruidosas,
a segunda por apneia em inspiração, a terceira por expiração ruidosa e, finalmente, a quarta, apneia em
expiração. Dentre as suas possíveis causas, a principal é a vigência de acidose, com destaque para a acidose
diabética, complicação possível da Diabetes Melitus, principalmente do tipo I (DM1).

36
Imagem – Ritmos Respiratórios:

Fonte: https://aia1317.fandom.com/pt-br/wiki/Dispneia

4 – FISIOTERAPIA CARDIOVASCULAR =
REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR = FASES DE
REABILITAÇÃO E EXTRATIFICAÇÃO DE RISCO

Fases de Reabilitação Cardiovascular:

Fase 2
Fase 3 Fase 4
Fase 1 Ambulatorial
Ambulatorial Ambulatorial
Intra-hospitalar Alta hospitalar até 3
3 – 6 meses Tempo prolongado
meses

37
5 – RECURSOS TERAPÊUTICOS = CINESIOTERAPIA =
PONTOS PRINCIPAIS SOBRE FORTALECIMENTO
MUSCULAR (EXERCÍCIO RESISTIDO)
Exercício Resistido é qualquer forma de exercício ativo na qual uma contração muscular dinâmica ou
estática é resistida por uma força externa aplicada de modo manual ou mecânico. Essa categoria de exercício,
terá como objetivo principal melhorar o desempenho muscular.

Determinantes e correlações que afetam a geração de tensão pelo músculo


esquelético

Os principais determinantes e correlações estão colocados na tabela abaixo:

38
Fonte: KISNER, Carolyn; LA, Colby. Exercícios Terapêuticos Fundamentos e Técnicas. 6a edição. 2015.

Adaptações Fisiológicas ao Exercício Resistido

As principais adaptações são apresentadas na Tabela abaixo

39
Fonte: KISNER, Carolyn; LA, Colby. Exercícios Terapêuticos Fundamentos e Técnicas. 6a edição. 2015.

Tipos de Contração Muscular

40
6 - LEGISLAÇÃO = CÓDIGO DE ÉTICA (DICAS
RÁPIDAS)

Código de Ética Profissional

O Código de Ética Profissional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, estabelecido pela resolução nº


10 do Conselho Federal deFisioterapia e Terapia Ocupacional refere-se, em alguns de seus artigos, ao objeto
de trabalho do fisioterapeuta:
“o fisioterapeuta presta assistência ao homem, participando da promoção, tratamento e recuperação de sua
saúde, utilizar todos os conhecimentos técnicos e científicos a seu alcance para prevenir ou minorar o
sofrimento do serhumano e evitar o seu extermínio e ainda o fisioterapeuta participa de programas
de assistência à comunidade em âmbitonacional e internacional”.
Foi um marco para a fisioterapia e veio ampliar o campo de atuação e estabelecer as funções que são
privativas do fisioterapeuta:o planejamento, a programação, a ordenação, a coordenação, aexecução e a
supervisão de métodos e técnicas fisioterapêuticas que abranjam os níveis de prevenção primária,
secundária e terciária.
A Resolução prossegue frisando a avaliação, reavaliação e determinação das condições de alta do
cliente, além da direção dos serviços e locais destinados a atividades fisioterapêuticas, bem como a
responsabilidade técnica pelo desempenho destas atividades, a divulgação de métodos, a prescrição,
ministração e supervisão da terapia prestada.
A autonomia dada ao fisioterapeuta ainda objetiva preservar, manter, desenvolver ou restaurar a
integridade de órgão, sistema ou função do corpo humano, por meio de ação, isolada ou concomitante,de
agente termo, crio, hidro, aero, foto, sonido e eletroterapêuticos, com o emprego ou não de aparelho, de
exercício respiratório, cardiovascular, de educação ou reeducação neuromuscular, de regeneração muscular,
de relaxamento muscular, de locomoção, de regeneração osteoarticular, de correção de vício postural, de
adaptação ao uso de órtese ou prótese e de adaptação de meios e materiais disponíveis, pessoais ou
ambientais, para o desempenho físico do cliente, dentre outras (COFFITO-8/78).

O referido código de ética veta qualquer tipo de prescrição medicamentosa ou prática de ato
cirúrgico e a indicação ou contribuição em tratamento desnecessário proibido por lei que seja atentório à
moral ou à saúde do cliente praticado sem o consentimentodo cliente, ou de seu representante legal ou
responsável, quando se tratar de menor ou incapaz. Lembrando que ao infrator são aplicadas as penas
disciplinares previstas no art. 17 da Lei 6.316/75

Atenção pessoal !!!! Apesar de não estar contida como um dosmarcos da fisioterapia, vou trazer pra
vocês agora o Decreto de Lei n°90.640, de 19 de dezembro de 1984, o qual inclui categoria funcionalno Grupo
“Outras Atividades de Nível Superior” a que se refere a Lei nº 5.645, de 10 de dezembro de 1970. Foi criado
a Categoria Funcional de Fisioterapeuta. Então, através dessa lei houve a identidade profissional do
fisioterapeuta reconhecida no Serviço Público Federal, e mais, essa Lei dá o direito de avaliar, orientar,
prescrever ecoordenar a Fisioterapia na saúde pública em geral.
O que geralmente as bancas cobram dessa lei é referente à carga horária semanal do Fisioterapeuta:

41
Art 5º - Os integrantes da Categoria Funcional de Fisioterapeuta ficarão sujeitos à prestação mínima de 40
(quarenta) horassemanais de trabalho.

Isto foi alterado na Lei no 8.856, de 1º de março de 1994, que fixa a Jornada de Trabalho dos
Profissionais Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional em 30 (trinta) horas semanais:

Art. 1º Os profissionais Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional ficarão sujeitos à prestação máxima de 30


horas semanais de trabalho.

Nesse decreto o Fisioterapeuta e o Terapeuta Ocupacional foram classificados na Categoria


Funcional de Técnico em Reabilitação. Não esquecendo que naquela época, existia Auxiliar de Fisioterapia e
auxiliar de Praxiterapia, que também foram inclusos junto com o Fisioterapeuta e o Terapeuta Ocupacional
nessa CategoriaFuncional de Técnico em Reabilitação.

Legislação Descrição
Regulamentou as profissões de
Decreto-Lei 938/69
Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Lei 6.316/75 Criou o COFFITO e os CREFITOs.

Inclui Categoria Funcional de Fisioterapeuta


Decreto 9.640/84 no Grupo – Outras Atividades de Nível
Superior.

Jornada de trabalho de 30 horas


Lei 8.856/94
semanais.

Resolução 10 COFITTO Estabelece o código de ética

7 – MATÉRIAS BÁSICAS = ANATOMIA = PLANOS E


EIXOS ANATÔMICOS

42
Planos e Eixos Anatômicos

Os planos de secção cortam/dividem o corpo em partes. O eixo deve ser perpendicular ao


plano de secção.

O movimento de qualquer articulação ocorre dentro de um plano imaginário. Cada plano se


projeta em torno de um eixo que lhe é perpendicular.

O eixo é o ponto central no qual uma articulação gira.

O movimento humano se baseia em três planos que se movem em torno de três eixos. Para
melhor compreendermos os movimentos, cada um dos planos e dos eixos é descrito a partir
da Posição Anatômica.

MOVIMENTO PLANO EIXO

Flexão / Extensão Sagital Horizontal

43
Abdução / Adução Frontal Sagital

Rotações Transversal Longitudinal

8 – FISIOTERAPIA PEDIÁTRICA =
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR (DNPM)
ATÍPICO

Desenvolvimento Neuropsicomotor Atípico

 Atraso global do desenvolvimento


 Está relacionado com desvios no desenvolvimento neuropsicomotor esperado ou estimado
para determinada faixa etária.
 O Atraso Global do Desenvolvimento Psicomotor pode ser definido como um atraso
significativo em vários domínios do desenvolvimento, nomeadamente ao nível da
motricidade fina/grosseira, da linguagem, da cognição, das competências pessoais e sociais,
das atividades da vida diária.
 Então são crianças que não adquirem as competências psicomotoras consideradas normais
para o grupo etário.
 Consideramos a designação de atraso global de desenvolvimento psicomotor (AGDPM)
como a condição em que uma criança, na faixa etária dos 0 aos 5 anos, não possui as
competências esperadas para a idade, ou estas surgem mais tardiamente ou de forma
desorganizada em, pelo menos, duas áreas.

Etiologia

 As principais causas do atraso psicomotor podem ser divididas em dois grandes eixos: origem ambiental
e origem genética.
 Causas ambientais : desnutrição, distúrbios motores (Encefalopatia hipóxico isquêmica; Microcefalia
secundária à radiação ionizante, Toxoplasmose congênita, outros).
 Os fatores de risco para AGDPM entre outros, problemas de âmbito perinatal (prematuridade, baixo
peso, anóxia neonatal grave e moderada), ambiental (intoxicação pelo chumbo, drogas de abuso ou
medicamentosas durante o período gestacional, mal nutrição materna, patologia do foro genético

44
(trissomia 21, X- Frágil, síndrome de Angelman, Pradder-Willi, entre outros), traumatismos
cranioencefálicos (TCE), malformações congénitas, patologia congénita ou adquirida do SNC,
(meningites, meningoencefalites, traumatismos cranioencefálicos), fatores epigenéticos.

Sinais e Sintomas

• Rigidez muscular.
• Espasmo muscular.
• Atraso na fala.
• Dificuldade de deglutição.
• Movimentos muito rígidos (como se a criança estivesse engessada).

Tratamento

O tratamento ainda é baseado em reabilitação.

Desenvolvimento Motor Típico e Atípico


A função do SNC em relação à motricidade é proporcionar a habilidade do movimento, as atividades
especializadas, e manter simultaneamente a postura e o equilíbrio. Para se executar isto com elegância, fluidez
e uma base de sustentação em relação às variações do centro de gravidade são necessários diferentes
mecanismos de controle motor. Estes mecanismos são acionados para que se tenha mobilidade, estabilidade
(equilíbrio estático), mobilidade controlada (transferência de peso e dissociações) e habilidade. Tais elementos
do controle motor são dependentes do tônus postural normal, da variedade de interação entre as forças
musculares opostas com ação de inervação recíproca e da variedade de padrões de posturas e movimentos
que são a herança comum do homem (neuromaturacional, genética e ambiental).

A evolução fisiológica neuromaturacional do SNC, em relação às estruturas do controle motor, provoca


o desenvolvimento e capacita para a ocorrência dos atos motores. Este desenvolvimento motor, entre outros
fatores, também estimula a evolução do SNC e adapta as destrezas adquirida de acordo com a demanda do
meio ambiente.

Quando há lesão no SNC, como na Paralisia Cerebral, por exemplo, há falha ou interrupção em um
sistema neuromaturacional em pleno desenvolvimento. O resultado disto é a ocorrência de padrões motores
atípicos em competição com os padrões típicos. Quando os primeiros prevalecem, as alterações do
comportamento motor observável tendem a ser limitantes e prejudicam o desenvolvimento global da criança.

Embora o termo atípico seja utilizado para designar os padrões inadequados e compensatórios que se
observa em crianças com alterações neurológicas, deve-se lembrar que estes são resultado de um SNC que
tenta se adaptar a uma situação inesperada.

45
Na Tabela abaixo podem ser observadas diferenças entre o DNSP motor típico e atípico.

Tabela -características do desenvolvimento motor típico e atípico. Fonte: Tudella, E. e Formiga, CKMR. Fisioterapia neuropediátrica: abordagem biopsicossocial.

Ao observar-se uma criança típica no primeiro trimestre do seu desenvolvimento verifica-se que ela tem
intensa atividade reflexa, apresenta posturas assimétricas, desenvolve a flexão em supino, melhora a extensão
em prono, e possui algum controle cefálico pela reação labiríntica de retificação. Há harmonia nos seus
movimentos, e os planos coronal e transverso ainda não estão presentes. No desenvolvimento, atípico,
principalmente, no quadros mais leves, o primeiro trimestre se assemelha ao da criança típica.

O segundo trimestre é um período importante para a detecção de riscos de lesão no SNC ou atraso no
desenvolvimento. Neste período ocorrem aquisições motoras, reações posturais, transferência de peso e
rotações de tronco. A criança com Paralisia Cerebral, por exemplo, terá dificuldades de ultrapassar este
período. É comum que seu desenvolvimento fique estagnado no primeiro trimestre do desenvolvimento típico,
onde realiza movimentos apenas no plano sagital, devido a sua grande instabilidade postural.

A extensão do déficit funcional da criança com lesão encefálica depende da época, da localização e do
grau da lesão. De maneira geral, ocorre atraso ou interrupção do DNPM, com mecanismos de reações posturais
insuficientes. Os reflexos primitivos e patológicos exacerbados podem estar presentes, com maior frequência
dos reflexos tônicos. Com relação ao tônus postural, a criança com lesão encefálica grave apresenta hipotonia
axial (principalmente tronco) e espasticidade ou espasmos intermitentes (discinesia) em regiões apendiculares
(membros). Assim, o tipo de alterações do tônus não é uniforme em todos os segmentos corporais. Na criança
neuropata não ocorrem os diferentes graus de inervação recíproca, e em lugar da variedade de
movimentação ocorrem os padrões anormais de coordenação devido à liberação dos padrões reflexos
anormais.

46
São outras alterações encontradas na criança com lesão encefálica:

- Deficiência no mecanismo de controle postural normal, com alterações nas reações posturais que são a base
estável para a realização dos movimentos contra a gravidade.

- Pouca possibilidade de movimento por falta de base postural que está relacionada com o déficit nas reações
posturais de equilíbrio, proteção e retificação que são fundamentais ao movimento humano. As reações de
retificação alinham o olhar, a cabeça sobre o tronco e o tronco sobre os membros durante os movimentos. As
reações de equilíbrio causam os ajustes adaptativos corporais durante o deslocamento do eixo da gravidade,
e as reações de proteção atuam quando as reações de equilíbrio falham, para proteger o corpo de quedas.

- Dificuldade na transferência lateral de peso.

- Dificuldade de realizar movimentos nos eixos coronal e transverso.

- Instabilidade postural.

- Permanência dos reflexos primitivos

- Permanência dos reflexos tônicos, como o RTCA que impede o alinhamento dos membros superiores, dificulta
as atividades em linha média e causa assimetrias em tronco e membros.

- O RTCS produz aumento da hipertonia extensora em membros superiores e flexora em membros inferiores
com extensão da cabeça, causa flexão dos membros superiores e extensão dos membros inferiores com a
flexão da cabeça. O RTCS também surge quando a criança se senta em W e mantém a cabeça e os membros
superiores em extensão. Ressalta-se que este último padrão deve ser evitado ao máximo, por não ser funcional
e principalmente pelo risco de Subluxação coxofemoral.

- O RTL é um reflexo desencadeado pelos órgão otolíticos do labirinto durante as mudanças de posição da
cabeça no espaço. A flexão da cabeça, que comumente ocorre em prono, leva a um padrão de flexão
corporal total; e a extensão, que ocorre com a posição supina, causa padrão de extensão total. Este reflexo
é sempre associado à hipertonia espástica e aos espasmos intermitentes, e ocorre bastante entre os espásticos
quadriplégicos. O RTL causa grande dificuldade nas transferências de postura, pois qualquer movimento da
cabeça desencadeia um padrão corporal global.

- A criança pode ter hipotonia proximal e busca padrões compensatórios de fixações para que consiga algum
tipo de movimento e sustentação contra a gravidade. Esta repetição dos movimentos inadequado, com falta
de seletividade, e fixações, gera aprendizado inadequado de padrões não funcionais de movimentos,
encurtamentos e deformidades.

- A criança ainda pode sentir dor, ser difícil de manusear por familiares e ter prejuízos funcionais.

47
9 – FISIOTERAPIA GERIÁTRICA = TESTES E
ESCALAS DE AVALIAÇÃO
As principais escalas e testes relacionados a Fisioterapia Geriátrica, que aparecem em provas de
Concursos estão resumidas nas Tabelas abaixo:

Escalas de Equilíbrio

ESCALA / TESTE PRINCIPAL VARIÁVEL AVALIADA


Apoio Tandem Equilíbrio Estático
Timed Up and Go (TUG) Equilíbrio Dinâmico e Risco de Queda
Escala de Berg Equilíbrio Estático e Dinâmico
Teste de Romberg Equilíbrio Estático
Falls Efficacy Scale International (FES-I). Medo de Queda
Marcha Tandem Equilíbrio Dinâmico
Performance Oriented Mobility Assessment Marcha e Equilíbrio
(POMA).
Índice de Marcha Dinâmica
Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Qualidade de Vida
Health Survey (SF-36).

TESTE VARIÁVEL AVALIADA


Teste Muscular Manual Força Muscular
Índice de Katz Atividades de Vida Diária (AVDs)
Índice de Barthel Atividades de Vida Diária (AVDs)
Escala de Lawton Atividades Instrumentais de Vida Diária
Escala de Ashworth modificada Tônus Muscular
Teste de Romberg Equilíbrio Estático
Escala de Borg Sensação Subjetiva de Fadiga
Dinamometria Força Muscular
OASIS Ansiedade

48
Levantar da Cadeira Cronometrado Independência Funcional / Fraqueza de
MMII
Escala de Berg Equilíbrio Estático e Dinâmico
Klein-Bell Atividades de Vida Diária (AVDs)

Escala de Berg

A Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) foi originalmente criada para avaliar o equilíbrio postural de
indivíduos idosos com histórico recente de queda, considerando a influência ambiental. Ela avalia o
desempenho do equilíbrio funcional com base em 14 itens comuns à vida diária, baseados na manutenção e
mudança de posições corporais, sendo eles: a habilidade do indivíduo de sentar-se, ficar em pé, alcançar,
girar em volta de si mesmo, olhar por cima de seus ombros, ficar em apoio unipodal e transpor degraus.

A maioria das interpretações dos testes apresentados na literatura é baseada em evidências obtidas
em indivíduos idosos (BERG et al., 1989; WHITNEY; WRISLEY; FURMAN, 2003). De acordo com essa
população, temos as seguintes interpretações:

- Pontuação <45 indica potencial risco de quedas em indivíduos

idosos;

- Pontuação <40 está associada a quase 100% do risco de quedas;

- Pontuações de 41 a 56 indicam baixo risco de quedas;

49
- Pontuações de 21 a 40 o risco é moderado;

- Pontuações abaixo de 20 o risco é alto.

Teste com o objetivo de monitorar o status funcional referente ao equilíbrio de pacientes idosos.

Tem utilização segura, simples, e reaplicável.

São catorze tarefas relacionadas com AVD e AIVD que necessitam de equilíbrio para serem realizadas.

10 – FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA MULHER =


INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Incontinência Urinária

“ Perda involuntária de urina pela uretra e que acarreta problemas sociais à paciente”.

Tipos de Incontinência Urinária

Incontinência urinária transitória

Caracterizada pela perda involuntária de urina, precipitada por insulto psicológico, medicamentoso ou
orgânico, que cessa ou melhora após o controle do fator desencadeante.

Principais Causas

 Constipação intestinal - fecaloma


 Medicamentos
 Distúrbios psicológicos
 Dificuldade de locomoção
 Ingestão de líquidos em excesso
 Gestação
 ITU
 Incontinência urinária de esforço

50
Incontinência Urinária de Esforço (IUE)

É o tipo mais comuns de perda de urina. A causa mais frequente é a hipermobilidade uretral pela
fraqueza dos MAP’s ou à procedimentos cirúrgicos.

A deficiência esfincteriana intrínseca é frequentemente observada e está geralmente associada à


denervação, radioterapia prévia, diminuição estrogênica e a procedimentos cirúrgicos.

A instabilidade uretral, que consiste no relaxamento esfincteriano na ausência de contração vesical,


é uma causa rara de incontinência urinária de esforço e de difícil diagnóstico.

Na fase de enchimento, as forças constritivas da uretra podem diminuir subitamente e permitir que
a urina entre no terço proximal dela, desencadeando urgência seguida ou não de perda, sem contração da
bexiga. Ocorre pelo déficit estrutural e anatômico, (falência dos mecanismos de suporte), o que determina
hipermobilidade do colo vesical e da uretra, durante o esforço.

Pacientes do sexo masculino raramente apresentam IUE. Quando ocorre, a principal causa é o
funcionamento inadequado do mecanismo esfincteriano decorrente de radioterapia prévia ou de
procedimentos cirúrgicos.

O tratamento da incontinência urinária de esforço depende da causa base, das condições clínicas do
paciente e da expectativa em relação aos resultados. Existem 3 formas de abordagem terapêutica:

 Tratamento farmacológico;
 Tratamento conservador comportamental e fisioterapêutico;
 Tratamento cirúrgico

Incontinência Urinária de Urgência (Urge – incontinência)

Bexiga hiperativa: sintomas clínicos de polaciúria, urgência miccional, noctúria e urge-incontinência


baseado na história clínica independente do resultado urodinâmico.

Outros termos relacionados à urge-incontinência necessita da confirmação urodinâmica de presença


de contrações vesicais involuntárias. Contrações vesicais involuntárias são os principais fatores
determinantes de urge-incontinência.

Bexiga instável: demonstração objetiva de contrações involuntárias vesicais espontâneas ou em resposta a


estímulos provocativos no enchimento e armazenamento, durante a cistometria.

51
Instabilidade detrusora: contrações involuntárias na avaliação urodinâmica sem doença neurológica
associada. Na presença de fator neurológico desencadeante, usamos o termo hiperreflexia do músculo
detrusor.

Incontinência por transbordamento

Ocorre quando a bexiga não se esvazia por período prolongado, tornando-se tão cheia, levando ao
transbordamento.

Ocorrer à diminuição da sensibilidade da bexiga, à fraqueza do detrusor ou obstrução na uretra.

A principal causa de IT é o aumento da próstata com obstrução da uretra. Mais comum no homem.

Fraqueza do detrusor e menor sensibilidade pode ocorrer em ambos os gêneros, mais comum em
DM, etilistas e problemas que levem à diminuição da função neuronal.

TIPO DE IU CARACTERÍSTICA SINTOMA


IU de Esforço (Estresse) Perda de urina por aumento da Perda de urina ao realizar
pressão abdominal na ausência atividades como tossir, correr,
de contração do detrusor espirrar, subir degraus.
IU de Urgência Hiperatividade do detrusor Vontade iminente de urinar
IU por Hiperfluxo Hipoatividade do detrusor Perda de urina por
(Transbordamento) transbordamento (bexiga muito
cheia)

Tratamento Fisioterapêutico da Incontinência Urinária (Reeducação


Perineal)

O termo Reeducação Perineal reúne diferentes técnicas Fisioterápicas utilizadas com a finalidade essencial
de melhorar o controle e a qualidade da musculatura do Assoalho Pélvico.

52
A aplicação dessas técnicas assume um papel preventivo e terapêutico, sendo indicado em alguns casos de
I.U., prolapsos de órgãos da esfera anorretal ou distúrbios do assoalho pélvico que envolvam o sistema de
sustentação.

Contrações Voluntárias ou Exercícios de Kegel

Kegel foi o primeiro a propor um método de avaliação e um programa de tratamento visando


reeducação do assoalho pélvico e o aumento do tônus através de contrações voluntárias dos músculos
perineais várias vezes ao dia.

Tem o objetivo de melhorar a força muscular e a do AP, aumentando assim a força de fechamento da
uretra sob certas condições, como o súbito acréscimo de pressão abdominal.

Não possui contraindicação.

VANTAGENS

Os exercícios pélvicos aumentam o recrutamento motor, melhoram o tônus da musculatura perineal


dando melhor controle muscular durante o stress e contribuem por aumentar a pressão intra uretral normal
dos tecidos

Pode ser feito em qualquer local, totalmente inofensivo

DESVANTAGENS

 Alterações na estrutura anatômica da região;


 Paciente com déficit de cognição
 Paciente com déficit de propriocepção da região perineal.

Eletroestimulação

Visa essencialmente promover o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico sem que


necessariamente haja a participação ativa da paciente. Ela é capaz de gerar potenciais de ação que se
propagam ao longo da fibra muscular, causando uma despolarização seguida de uma repolarização.

• Propicia a contração passiva dos músculos perineais.


• É mais funcionante na IUU do que a IUE, pois ela inibe a atividade do detrusor.
• Também apresenta importância na conscientização da contração dos músculos do períneo, para fins
de identificação.

53
Indicações:

 Conscientização corporal
 Fraqueza do AP
 Disfunção do AO
 Pós cirúrgico tardio

REAÇÕES

Para minimizar as reações eletroquímicas da mucosa, pulsos alternados bifásicos e simétrico são os
mais utilizadas por apresentarem um potencial de fadiga menor, à uma frequência de 35 a 100Hz; eletrodos
de alta densidade, podem ser usados, diminuindo assim, o risco de lesionar os tecidos e corroer os eletrodos.

ELETRODOS

A aplicação pode ser de dois tipos:

1. SUPERFÍCIE (TRANSCUTÂNEA) – tibial posterior e paravertebral


2. INTRACAVITÁRIOS – vaginal ou anal

ELETROTERAPIA INTRACAVITÁRIA

- CORRENTE UTILIZADA: alternada, bifásica, simétrica, equilibrada, retangular

- PARÂMETROS UTILIZADOS

IUE: 30 a 50 Hz, T: 250 a 500 s, t: 20 min.

BH: 5 a 10 Hz, T: 250 a 500 s, t: 30 min (transcutâneo) e 20 min (intracavitário)

ELETROTERAPIA DO NERVO TIBIAL POSTERIOR

O nervo tibial posterior é um nervo misto que se projeta na mesma região sacral da micção.

Provavelmente nesta área é onde ocorra o efeito de neuromodução terapêutica.

Biofeedback

As técnicas de biofeedback consistem na utilização de aparelhos que permitem informar à paciente por
meio de sinais visuais ou sonoros qual grupo ou grupos musculares estão sendo utilizados.

• Ajuda na motivação da paciente, pois fornece intensidade da contração e sinais auditivos/visuais


quando a musculatura está sendo contraída de forma correta.
• Pode ser associado aos exercícios de Kegel, o que reforça a atividade do centro cortical da
continência, possibilitando a antecipação da contração do esfíncter periuretral em situações de
aumento de pressão intra-abdominal.
54
OBJETIVOS

Ajudar a paciente a desenvolver maior consciência sensorial e controle voluntário de seus padrões de
esvaziamento; treinar os músculos esquelético para contrair e relaxar o esfíncter uretral; maior controle
sobre seus processos fisiológicos, que estão associados com a cognição.

Ajudar a paciente a aumentar sua autorregulação fisiológica nos ambientes usuais

Mais detalhadamente, tem como objetivo:

 Melhorar a percepção da contração correta do AP


 Fortalecer e avaliar a força dos músculos do AP.

Características do Biofeedback

A contração muscular do assoalho pélvico é monitorada por eletromiografia que mede a energia dada
pelos nervos durante uma contração muscular, traduzido por um sinal gráfico visível ou audível, facilitando
desse modo a consciência e desenvolvimento mais rápido da autorregulação.

PERINEÔMETRO

É um aparelho de miofeedback que consiste em um dispositivo pneumático que quando introduzido


na vagina registra num manômetro, a pressão exercida pela musculatura do assoalho pélvico e o período
durante o qual ela pode manter a contração

Cones Vaginais

As tentativas de achar um meio de aplicar resistência manual à musculatura do assoalho pélvico levou
a criação e comercialização dos cones vaginais.

Eles consistem em uma série de 5 a 9 cilindros pequenos, de peso variável feitos de chumbo e recoberto de
plástico, são do tamanho de um tampão com um cordão de nylon ligado a ponta mais afilada.

• KISNER afirma que para aumentar força de um músculos, a contração precisa ser resistida;

• Cones de mesma forma e tamanho variando de 20 e 100g;


• Aumento progressivo da carga;
• Utilizado durante exercícios cinesioterápicos e caminhadas;
• Fortalece e promove a propriocepção

MODO DE AÇÃO

Agem forçando para baixo os músculos do assoalho pélvico e isso faz com que a musculatura ao redor
se contraia de forma a retê-lo, aumentando a percepção da mulher em relação a essa região e aumentando
também a capacidade de contrair a musculatura perineal voluntariamente.

55
INDICAÇÕES

 Fraqueza do AP
 Após parto
 Déficit de propriocepção do AP e pélvica
 Falta de Coordenação de contração do AP nas AVDs
 Prevenção de fraqueza do AP
 Pós cirúrgico tardio

56

Você também pode gostar