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AULA 8
CONTINUAÇÃO - QUESTIONAMENTO ELABORATIVO
QUESTIONAMENTO ELABORATIVO
1. Em caso de lesão corporal culposa, praticada na direção de veículo automotor, qual será a
modalidade de ação penal?
Isso dependerá do caso concreto a ser analisado. O art. 291 do CTB estabelece, primeiramente, que, no
caso de lesão corporal culposa (art. 303 do CTB), serão aplicadas disposições relacionadas aos arts.74, 76 e 88 da
Lei 9099/95, sendo cabível a composição civil, transação penal e representação (em ação penal pública condicio-
nada à representação) – o mesmo ocorre no caso de lesão corporal culposa prevista no CP. No entanto, o art. 291
do CTB também dispõe acerca de exceções, é caso da pessoa que atropelou alguém e provocou lesão corporal
culposa, estando em velocidade excessiva (acima de 50 km/h), ou participando de racha, ou sob efeito de álcool ou
substâncias psicoativas. Nestas circunstâncias, não poderá ser aplicada a Lei 9.099/95. Assim sendo, nestes casos,
a ação penal será pública incondicionada.
2. É possível o concurso de crimes entre homicídio (art. 302 do CTB) e o crime de embriaguez ao
volante (art. 306 do CTB)?
Não, pois, atualmente, aquele que mata alguém na direção de veículo automotor, estando sob efeito de
álcool ou substâncias psicoativas, responde pela modalidade mais grave do art. 302 do CTB. Ou seja, afasta-se o
concurso de crimes.
3. Qual é a modalidade de ação penal em caso de lesão corporal leve com violência doméstica?
Em regra, em caso de lesão corporal leve com violência, a ação penal será pública condicionada à re-
presentação. O art.88 da Lei 9.99/95 dispõe que a lesão corporal leve depende de representação do ofendido. No
entanto, se a vítima for mulher, ação penal pública passa a ser incondicionada.
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agente, para realizar a subtração, impossibilita a resistência da vítima, também haverá crime de roubo. Desta ma-
neira, não sendo empregados estes meios, será hipótese de crime de furto.
3. CRIME DE ROUBO
A partir de agora, veremos de forma mais aprofundada o crime de roubo, o qual pode ser próprio, con-
forme o caput do art. 157 do CP, e impróprio, §1º do art. 157 do CP. Veja:
Roubo
Desta maneira, a diferença entre roubo próprio e roubo impróprio se dá da seguinte forma:
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No roubo próprio, portanto, é o caso do agente que primeiro emprega a violência, grave ameaça ou
meio que impossibilite a resistência da vítima para depois alcançar a subtração. Já no roubo impróprio, o agente
primeiro subtrai a coisa pretendida e depois usa violência ou grave ameaça. É uma hipótese muito parecida com
o crime de furto, mas que se caracteriza como roubo (impróprio) em decorrência da conduta se finalizar com a
violência ou grave ameaça.
É um exemplo de roubo impróprio o caso da pessoa que entra na casa da vítima sem ser vista para
subtrair uma joia, mas no momento de sua saída e já com a joia em mãos, a vítima aparece, fazendo com que o
agente a ameace com uma faca, por exemplo, para que consiga sair daquele local com a joia (É como se fosse uma
hipótese de furto que não deu certo).
ATENÇÃO: A majorante do emprego de arma prevista no inciso I deste artigo foi revogada pela Lei
13.654/18, passando a caracterizar nova hipótese de aumento de pena no parágrafo 2º A. No entanto, na nova
majorante, exigi-se que a arma seja de fogo. Com isso, nesse ponto, a alteração foi benéfica e deve retroagir para
alcançar aqueles que tiveram a pena do roubo majorada pelo emprego de outra modalidade de arma. Vejamos:
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Art. 157, CP:
Imagine que o agente queira praticar um roubo em uma casa onde moram duas pessoas. Como a casa
tinha uma porta que impedia o fácil acesso, o agente resolveu utilizar explosivos para arrombá-la. Empregou a
violência contra os moradores e subtraiu as coisas que na casa estavam. Desta forma, a partir da vigência da Lei
13.654/18, esta hipótese é de crime de roubo, devendo ser aplicada a majorante prevista no inciso II do §2º do art.
157 do CP.
Ainda sobre o §2º do art. 157 do CP, deve-se ter cuidado com o inciso V que estabelece como majorante
“se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade”. Nesta hipótese, o agente mantém a vítima
em seu poder com a finalidade garantir o roubo. Exemplo: o agente que, para roubar o carro, leva a vítima de
maneira que o alarme não seja acionado, liberando-a 30 minutos depois do roubo.
ATENÇÃO: A privação da liberdade da vítima pode impactar também em outros crimes. Como é o caso
do agente que leva a vítima para um cativeiro no intuito de pedir resgate à família. Nesta hipótese, tem-se o crime
de extorsão mediante sequestro (art. 159 do CP). O crime de extorsão mediante sequestro se consuma quando o
agente priva a vítima de liberdade no intuito de obter vantagem para si, não sendo necessário a obtenção da van-
tagem de fato para a configuração do crime.
Na extorsão quem vai praticar o crime precisa da vítima, pois o agente só obtém a vantagem alme-
jada, se a vítima praticar alguma conduta. Já no roubo, a conduta da vítima pode até existir, mas não é imprescin-
dível como na extorsão.
Em relação ao inciso V do §2º do art. 157 do CP, deve-se compreender a sua diferença para o §3º do
art. 158 do CP, conhecido como sequestro relâmpago. No sequestro relâmpago o agente também precisa da
vítima para obter a vantagem. É o caso do agente que sequestra a vítima, ainda que momentaneamente, para que
ela faça o saque do montante desejado por ele. Ou seja, aqui, a vítima foi constrangida e teve privação da sua
liberdade momentaneamente para que o agente obtivesse a vantagem.
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A Lei 13.654/18 também incluiu no art. 157 do CP a majorante do o inciso VI que estabelece que pena
será aumenta de 2/3: “se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego”.
Outras qualificadoras estão dispostas no art. 157, as quais não se confundem com majorantes. Veja:
Se o roubo for seguido de morte, tem-se o chamado latrocínio. CUIDADO: Desde que a morte tenha
relação com o crime patrimonial. O crime de latrocínio se consuma com a morte, ainda que o agente não tenha
levado a coisa subtraída. O §3º, então, teve nova redação dada pela Lei 13.654/18, tendo aumentado em 3 anos a
pena máxima do roubo seguido de lesão.
4. CRIME DE RECEPTAÇÃO
Outra espécie de crime patrimonial é o crime de receptação, o qual possui modalidades principais: a
própria e imprópria; a qualificada e a culposa. Este crime está previsto no art. 180 do CP. Veja:
Receptação
A partir da leitura deste artigo, percebe-se que há disposição de diferentes verbos. A primeira parte do
caput deste artigo estabelece a receptação própria: “adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito
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próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime”, enquanto a segunda parte, sobre receptação imprópria:
“ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte”.
Receptação qualificada
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o
valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio
criminoso:
Receptação de animal
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou ven-
der, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de pro-
dução, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de
crime: (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
Talvez o maior desafio no entendimento do crime de receptação esteja em diferenciar “ocultar (...) coisa
que sabe ser produto de crime” do art. 349 do CP, que dispõe sobre o favorecimento real, quando o agente torna
seguro o proveito do crime para alguém. Quando o agente presta um favor ao autor do crime, tem-se o favoreci-
mento real. No caso da receptação, o agente (autor do crime) deseja tomar proveito para ele ou para outra pessoa
alheia (ao crime praticado). Logo, se a pessoa recebe uma ligação do autor do crime (após o crime ter sido praticado)
e decide ocultar um carro subtraído em sua garagem, porque quer ajudar o amigo que realizou a subtração. Neste
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caso, haverá favorecimento real. Já se a intenção é adquirir o veículo posteriormente, ou guardar o veículo porque
um outro amigo quer adquirir, haverá receptação.
ATENÇÃO: Se o agente recebe uma ligação de seu amigo e este diz que deseja praticar o crime de
roubo de um carro, por exemplo, mas que não tem onde guardar veículo. Nesta hipótese, caso o agente diga que
após o roubo, o carro pode ser guardado na garagem dele, haverá, nesta hipótese, concurso de pessoas. Desta
maneira, ambos responderão pelo crime de roubo. Mas para haver concurso, é importante que essa divisão de
tarefas tenha sido antes da realização do crime antecedente.
Os crimes patrimoniais possuem algumas imunidades, as quais estão previstas em dois artigos: art. 181
e o art.182 do CP. Deve também ser estudado o art. 183 do CP, haja vista que este dispõe sobre as exceções dos
artigos anteriores.
A primeira imunidade está disposta no art. 181 do CP. Diz que esta imunidade é absolutória. Trata-se
de uma escusa absolutória. Já a segunda, a imunidade do art. 182 do CP, é relativa e tão somente transmuda a
ação penal. Desta maneira, verifica-se que são imunidades de naturezas diferentes.
Entende-se por escusa absolutória quando a punibilidade de um crime não chega a nascer no caso
concreto. Exemplo: Quando o filho, sem violência ou grave ameaça, subtrai do pai uma grande quantia em dinheiro
da sua carteira sem que ele sabe. Nesta hipótese, tem-se o crime de furto, porém não há punibilidade, em razão da
escusa absolutória. Ou seja, o filho não será punido por ter praticado furto contra seu próprio pai.
ATENÇÃO: Nem sempre o uso da expressão “é isento de pena” significa o instituto da escusa absolu-
tória, pois há momentos que esta expressão é utilizada para associar à excludente de culpabilidade, por exemplo.
No caso do art. 181, conforme já foi mencionado, tem-se a disposição de uma imunidade associada à
escusa absolutória. De acordo com este artigo, é possível que, ao invés do filho biológico, o filho adotivo pratique
esta conduta do exemplo, a de furto contra seu pai adotivo sem o emprego de violência ou grave ameaça, e ainda
assim não seja punido pelo crime.
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Art. 182, CP: Somente se procede mediante representa-
ção, se o crime previsto neste título é cometido em pre-
juízo:
O art. 182 do CP, ao mencionar a palavra representação, estabeleceu que a ação penal pública será a
condicionada à representação. Salienta-se que, tradicionalmente, nos casos de crimes patrimoniais, as ações pe-
nais serão as públicas incondicionadas. Exemplo: Se João e Marcos são irmãos, e João praticar o crime de furto
contra Marcos, caberá a este, seu irmão, decidir se irá representar na ação penal ou não, pois o Ministério Público
precisa desta representação para prosseguir com a ação penal. Então, a representação será uma condição de
procedibilidade da ação penal pública. Por isso que a imunidade do art. 182 do CP é relativa, pois há somente a
transmudação da ação penal, ficando a cargo da vítima decidir sobre a representação.
Outro artigo muito importante a ser estudado é o 183 do CP. Veja:
O art. 183 do CP dispõe sobre as exceções aos artigos anteriores. Assim sendo, nas hipóteses mencio-
nadas nestes incisos não poderão ser aplicadas nenhuma das imunidades. Então, se pai a ser furtado pelo filho for
idoso (pessoa maior de 60 anos de idade), não poderá ser aplicada a imunidade ao crime praticado pelo filho,
devendo este, portanto, responder pelo furto.
ATENÇÃO: Não será admita a imunidade do art. 181 do CP, caso a subtração seja realizada mediante
violência ou grave ameaça pelo filho ao pai, independentemente de sua idade. Desta maneira, o filho responde pelo
crime de roubo.
SÚMULAS STJ:
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Súmula 582, STJ
Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave
ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa rou-
bada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
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Aplica-se ao crime de estelionato, em que figure como vítima entidade autárquica da previdência social,
a qualificadora do § 3º, do art. 171 do código penal.
SÚMULAS STF:
Súmula 610, STF
Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de
bens da vítima.
Veja a partir de agora uma outra espécie de crimes que também estão dispostos na Parte Especial do
Código Penal. São eles os crimes contra a dignidade sexual. Esta parte do CP abrange os crimes contra liber-
dade sexual, os crimes sexuais contra vulnerável, as disposições gerais, o lenocínio, o ultraje público ao
pudor e outras disposições gerais.
No intuito de estabelecer um estudo dirigido para prova, veja os pontos de maior importância:
a) Modalidades de estupro;
b) Distinção entre estupro e violação sexual mediante fraude;
c) Estupro de vulnerável e experiência sexual anterior da vítima;
d) Estupro de vulnerável e erro de tipo;
e) Tráfico de pessoas;
f) Ação penal.
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1. MODALIDADES DE ESTUPRO
O crime de estupro está previsto no art. 213 do CP e, assim como outros crimes já estudados até aqui,
possui modalidades. Veja como está disposto seu dispositivo:
Estupro
Estupro de vulnerável
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No entanto, pessoa vulnerável não é só aquela menor de 14 anos. É sobre o que dispõe o §1º do art.
217-A:
Estupro de vulnerável
Desta maneira, outras hipóteses de vulnerável são estabelecidas neste artigo: “alguém que, por enfer-
midade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato” ou aquela pessoa que “por
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”. É exemplo desta última hipótese a pessoa que esteja em
coma, esta pessoa não necessariamente é menor de 14 anos de idade nem portadora de enfermidade ou deficiência
mental. Outro exemplo: pessoa que esteja em coma alcóolico.
ATENÇÃO: No caso de estupro seguido de morte, previsto no §2º do art. 213 do CP, esta morte não
pode se dar a título de dolo, no estupro seguido de morte, a morte ocorre a título de culpa. Exemplo: o agente, no
momento do estupro, coloca um travesseiro no rosto da vítima para abafar os gritos e, posteriormente, em razão da
asfixia, a vítima vem a óbito. No entanto, se o sujeito estupra a vítima e depois decide matá-la para que ela não
conte para alguém, não será hipótese de estupro seguido de morte, mas sim um concurso de crimes: estupro
e homicídio.
E se o agente não tem ciência, por exemplo, de que a vítima é menor de 14 anos?
Neste caso, é possível a aplicação do art. 20 do CP. O erro de tipo exclui o dolo, embora permita a
punição por culpa. No entanto, estupro não tem modalidade culposa.
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ATENÇÃO AO SEGUINTE EXEMPLO: Imagine que Mário empregue grave ameaça para praticar ato
libidinoso com Joana. No entanto, Mario acreditava que Joana era maior de 18 anos de idade. Joana, na verdade,
tinha 13 anos de idade. Neste exemplo, houve o erro de tipo, o que exclui o dolo, conforme o art. 20 do CP, porém
exclui o dolo do art. 217-A. Como Mário empregou grave ameaça para praticar ato libidinoso, significa dizer que ele
tinha dolo de constranger alguém (Joana) a praticar tal ato. Pergunta-se: Qual é o dolo de Mário? O dolo de Mário
é o de praticar estupro (art. 213 do CP). O que será excluído pelo art. 20 é o dolo de estupro de vulnerável.
O segundo ponto importante a ser compreendido é a distinção entre estupro (art. 213 do CP) e viola-
ção sexual mediante fraude (art. 215 do CP). Veja a disposição do art. 215 do CP:
A diferença entre os referidos crimes é o meio empregado. No crime de estupro, o meio empregado é a
violência ou grave ameaça, enquanto na violação sexual mediante fraude o meio utilizado é a fraude ou outro
meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Um exemplo de violação sexual medi-
ante fraude é quando o agente engana a vítima se passando por outra pessoa (irmão gêmeo, por exemplo).
Então, qual é o critério que diferencia a violação sexual mediante fraude do crime de estupro (art.
213 CP)?
O meio empregado para a prática do ato libidinoso. Caso o agente empregue a fraude, o crime será do
art. 215. Caso o agente empregue violência ou grave ameaça, o crime será do art. 213. Cabe destacar que se a
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vítima for vulnerável e o agente tiver conhecimento disso, não importa o meio empregado, pois o crime será
sempre o do art. 217-A (estupro de vulnerável).
ATENÇÃO: Já no crime de assédio sexual (art. 216-A do CP), não há emprego de violência ou de grave
ameaça. No máximo, em havendo ameaça, ela não será grave. Exemplo: Ameaçar de não dar a promoção que é
devida.
Assédio sexual
A prática de ato libidinoso com menor de 18 anos e maior de 14 anos configura crime?
Somente se o menor de 18 anos e maior de 14 estiver em situação de prostituição ou exploração
sexual. Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de
vulnerável. Veja sobre o que dispõe o art. 218-B do CP:
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Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
Este artigo, inclusive, tornou-se considerado crime hediondo desde 2014 a partir da alteração feita pela
Lei 12.978.
4. TRÁFICO DE PESSOAS
Art. 149-A, CP: Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou
acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com
a finalidade de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se: (Incluído pela Lei nº 13.344,
de 2016)
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I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções
ou a pretexto de exercê-las; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com
deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabi-
tação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superio-
ridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou (Incluído
pela Lei nº 13.344, de 2016)
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. (Incluído
pela Lei nº 13.344, de 2016)
Cabe ressaltar que a Lei 13.344 entrou em vigor no dia 21 de novembro de 2016.
5. AÇÃO PENAL
Por fim, o outro ponto que merece destaque é a ação penal. Veja sobre o que dispunha o art. 225 do CP
antes da alteração realizada em 2018:
Ação penal
Conforme visto, o art. 225 do CP dispunha sobre a ação penal nos casos dos crimes contra a liberdade
sexual (Capítulo I) e os crimes sexuais contra vulnerável (Capítulo II). Atente-se que o parágrafo único estabelecia
a ação penal pública incondicionada para os casos em que a vítima fosse menor de 18 anos de idade ou pessoa
vulnerável.
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Ação penal
Essa lei entrou em vigor no dia 24 de setembro de 2018 e incluiu alguns novos crimes contra a dignidade
sexual. No entanto, somente podem ser aplicados às condutas praticadas a partir da sua entrada em vigor:
Importunação sexual
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso
com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime
mais grave.
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável,
de cena de sexo ou de pornografia
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à
venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de co-
municação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou
outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável
ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima,
cena de sexo, nudez ou pornografia:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime
mais grave.
Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime
é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com
a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação.
Exclusão de ilicitude
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no ca-
put deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou aca-
dêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressal-
vada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos
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Também foi incluído o parágrafo 5o no artigo 217:
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo apli-
cam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter man-
tido relações sexuais anteriormente ao crime.”
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