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Índice

1. Introdução........................................................................................................................2
2. Contrato Administrativo..................................................................................................3
2.1 Classificação dos contratos administrativos................................................................3
3. Concessão de serviços públicos.......................................................................................6
4. A resolução do contrato administrativo por iniciativa do contraente público.................6
4.1 A Resolução Sancionatória..........................................................................................6
4.2 Resolução por razões de interesse público...................................................................7
4.3 A Resolução por alteração anormal e imprevisível das circunstâncias.......................8
5. Conclusão........................................................................................................................9
6. Bibliografia....................................................................................................................10
1. Introdução
No âmbito da cadeira de Princípios Fundamentais de Direito, na realização do nosso
trabalho de pesquisa, em prol do Contrato Administrativo.

A administração atua por via da autoridade e toma decisões unilaterais, ou seja, pratica
actos administrativos. Muitas vezes actua em colaboração com os particulares, usando o
contrato. E, em vez de definir unilateralmente a sua vontade, chega a acordo com aqueles
para constituir, modificar ou extinguir relações jurídicas administrativas.

Só é contrato administrativo o contrato com regime jurídico traçado pelo Direito


Administrativo. Preocupámo-nos em trazer a dicotomia entre o contrato Administrativo
Típico e Atípico.

Relativamente a estrutura de trabalho, o mesmo será composto da seguinte maneira:


introdução que engloba a delimitação do tema, classificação dos contratos administrativos,
A resolução do contrato administrativo por iniciativa do contraente público, conclusão e
bibliografia.
2. Contrato Administrativo

O contrato administrativo é uma forma de atuação que tem vindo a adquirir uma
importância crescente. Posto isto, é fulcral proceder à definição do mesmo, para uma
melhor compreensão do tema.
Desta forma, o contrato administrativo é, como já referido, um modo de exercício da
função administrativa, cujo regime jurídico é traçado pelo Direito Administrativo, o
Contrato administrativo é o acordo de vontades pelo qual é constituída, modificada ou
extinta uma relação jurídica administrativa.

2.1 Classificação dos contratos administrativos

Existem várias classificações, entre elas:

 Contratos entre a Administração e particulares, entre entidades públicas e só entre


particulares;
 Contratos de colaboração e de atribuição;
 Contratos de subordinação e de cooperação;
 Contratos primários e secundários;
 Contratos típicos e atípicos;

Passando a uma breve explicação sobre cada um deles.

 Contratos entre a Administração e particulares, entre entidades públicas e só


entre particulares

Esta classificação está relacionada com o critério dos sujeitos. Os contratos administrativos
mais comuns são celebrados entre a Administração e os particulares, sendo que de um lado
temos o contraente público e do outro contraente particular. Diga-se, a título de exemplo
deste tipo de contratos, as empreitadas de obras públicas, concessões de obras públicas,
concessões de servições públicos, contratos de aquisição de bens móveis e de serviços,
entre outros.

Para além dos supracitados, temos ainda os contratos entre entidades públicas e só entre
particulares. Começando pelos primeiros. São aqueles cujos sujeitos são apenas pessoas
coletivas públicas ou entidades que, apesar da sua forma jurídica privada, fazem parte da
Administração Pública. Como exemplo, temos os contratos celebrados entre o Estado e um
município ou entre o Estado e uma empresa pública. No que se refere aos segundos,
podemos dizer que são os contratos celebrados entre um contraente público, enquanto
entidade privada no exercício de funções materialmente administrativas, e os particulares.
Como exemplo destes, temos o contrato de subconcessão ou de trespasse de uma
concessão.

 Contratos de colaboração e de atribuição

Esta classificação está relacionada com o critério do fim. Os contratos de colaboração são
aqueles pelos quais uma das partes, se obriga a proporcionar à outra uma colaboração
temporária no desempenho de atribuições administrativas, mediante remuneração, sendo
que a prestação fundamental cabe ao contraente da pessoa coletiva.

Os contratos de atribuição são aqueles que têm a função de atribuir uma certa vantagem ao
contraente da Administração, sendo que nestes, a prestação essencial pertence à
administração e a prestação do administrado é apenas uma condição da vantagem recebida.
Exemplos: contrato de urbanização, contratos atributivos de subsídios, entre outros.

 Contratos de subordinação e de cooperação

Esta classificação atende ao critério da posição relativa dos contraentes no equilíbrio


contratual.

Os contratos de subordinação, são aqueles em que o contraente público pode dirigir o modo
de execução das prestações, assim como fiscaliza-las, modifica-las, aplicar sanções e
resolver unilateralmente o contrato. Este é o tipo de contrato típico entre contraentes
públicos e particulares.
No entanto, há casos em que se verifica uma relação de igualdade entre as partes que
cooperam no mesmo plano. Estes são os contratos de cooperação que tanto podem ser
contratos entre entidades públicas como contratos entre entidades privadas ou de apoio da
Administração ao setor privado.

 Contratos primários e secundários

São contratos primários os que regulam, de forma direta, as situações da vida. Diga-se, a
título de exemplo, as concessões, empreitadas e fornecimentos.

São contratos secundários os que incidem sobre contratos administrativos anteriores,


modificando-os ou extinguindo-os, tendo como exemplo a rescisão por mútuo acordo ou
revogação, subconcessão ou subempreitada.

 Contratos típicos e atípicos

Os contratos típicos são os contratos administrativos que se encontram definidos e


caracterizados por lei. É o caso da empreitada de obras públicas ou da concessão de obras
públicas.

Os contratos atípicos são os contratos administrativos que, ao contrário do anteriores, não


são definidos nem caracterizados pela lei. São contratos atípicos os contratos de fomento,
de subsídio e aqueles que a lei denomina como administrativos, sem, todavia, redigir o seu
regime jurídico.

 Contratos administrativos com objeto passível de ato administrativo e com


objeto passível de contrato de direito privado

Esta classificação incide sobre a dualidade, um tanto curiosa, do objeto dos contratos
administrativo. Ao passo que uns contratos têm por objeto uma situação jurídica que
poderia igualmente ser regulada por ato administrativo (exemplo: a concessão de obras
públicas ou de serviços públicos), outros têm por objeto situações jurídicas que poderiam
ser reguladas por contratos de direito privado (exemplo: a empreitada, o arrendamento,
empréstimo, entre outros).
3. Concessão de serviços públicos

Os serviços públicos são organizações humanas que se encontram no seio de pessoas


coletivas públicas, e que existem para desempenhar as suas atribuições, sob direção dos
respetivos órgãos. Existe, portanto, uma relação recíproca entre os serviços e os órgãos, na
medida em que os primeiros auxiliam a atuação dos órgãos, e os órgãos dirigem a atuação
dos serviços. Os serviços são assim uma parte vital da pessoa coletiva. os órgãos, através do
seu titular, têm o poder de tomar decisões, e para as fazer executar (e manifestar a sua
vontade) são precisas estas organizações que prosseguem as atribuições da pessoa coletiva
que integram.

Um dos traços característicos pertencentes aos serviços públicos e fácil de identificar após a
leitura do seu conceito é a falta de personalidade jurídica. Estas organizações encontram-se
dentro da pessoa coletiva, são um elemento que a integra e prosseguem as suas atribuições
de forma a manifestar a vontade dos seus titulares. São, nas palavras do Professor Doutor
Diogo Freitas do Amaral, "células que compõem internamente as pessoas coletivas
públicas".

4. A resolução do contrato administrativo por iniciativa do


contraente público

Existem três modalidades de resolução do contrato administrativo pelo contraente público,


a saber: a resolução sancionatória, a resolução por razões de interesse público e a resolução
por alteração anormal e imprevisível das circunstâncias.

4.1 A Resolução Sancionatória


A resolução sancionatória ou resolução-sanção visa sancionar o contraente privado pelo seu
comportamento desadequado à boa execução do contrato. É um dos poderes de
conformação da relação contratual por parte da Administração Pública. José Pedro
Fernandes define rescisão em sentido restrito como “Penalidade que a Administração
Pública pode aplicar ao contraente particular quando este não cumpre satisfatoriamente as
cláusulas do contrato administrativo a que se obrigou, e que consiste em dar o contrato por
findo sem pagamento de qualquer indemnização ao contraente privado”. Os fundamentos
para a resolução-sanção são:
 o incumprimento definitivo do contrato por facto imputável ao cocontratante;
 o incumprimento por parte do cocontratante, de ordens, diretivas ou instruções
transmitidas no exercício do poder de direção sobre matéria relativa à execução das
prestações contratuais;
 a oposição reiterada do cocontratante ao exercício de poderes de fiscalização do
contraente público;
 a cessão da posição contratual ou subcontratação realizadas com inobservância dos
termos e limites previstos na lei ou no contrato, desde que a exigência pelo
cocontratante da manutenção das obrigações assumidas pelo contraente público
contrarie o princípio da boa fé;
 se o valor acumulado das sanções contratuais com natureza pecuniária exceder o
limite
 o incumprimento pelo cocontratante de decisões judiciais ou arbitrais respeitantes
ao contrato;
 a não renovação do valor da caução pelo cocontratante;
 o cocontratante se apresente à insolvência ou esta seja declarada pelo tribunal.

4.2 Resolução por razões de interesse público


As razões de interesse público tanto podem traduzir-se na nova ponderação das
circunstâncias existentes como em novas necessidades que, entretanto, tenham surgido.
Apesar do exercício deste tipo de resolução ser discricionário, a verdade é que ter-se-á
sempre que observar o princípio da proporcionalidade, no sentido em que se a modificação
do contrato for necessária para o equilíbrio do interesse público, não deverá o ente público
resolvê-lo. Para além disso, a causa que origina a resolução, o interesse público, terá de ser
real e atual. O princípio que prevalece, nesta sede, é o da prevalência do interesse público.
A questão mais importante neste tipo de resolução traduz-se na definição do que se
enquadrará em “razões de interesse público”. Perguntar-se-á: os contratos economicamente
ruinosos celebrados pela Administração poderão ser resolvidos com fundamento no
interesse público de salvaguarda dos cofres públicos? A resposta a esta questão parece ser
negativa. O contraente público não pode resolver o contrato com fundamento em
desvantagens económicas para si.

4.3 A Resolução por alteração anormal e imprevisível das circunstâncias


O contraente público tem direito à resolução com fundamento na alteração anormal e
imprevisível das circunstâncias se ocorrer uma situação que torne inexigível a manutenção
do contrato, ou porque se viola a boa fé contratual ou porque essa alteração não estava
prevista nos riscos próprios do contrato.
Esta forma de resolução do contrato administrativo, determina que quando esta forma
resolução seja imputável a decisão do contraente público adotada fora do exercício dos seus
poderes de conformação da relação contratual, o cocontratante tem direito ao pagamento de
justa indemnização.
5. Conclusão
Após o término do trabalho, concluímos que: o contrato administrativo é, como já referido,
um modo de exercício da função administrativa, cujo regime jurídico é traçado pelo Direito
Administrativo, o Contrato administrativo é o acordo de vontades pelo qual é constituída,
modificada ou extinta uma relação jurídica administrativa.
São três as modalidades de resolução do contrato administrativo por parte do contraente
público: a resolução sancionatória, por razões de interesse público e por alteração anormal e
imprevisível das circunstâncias. Estas elencam os fundamentos gerais de resolução do
contrato administrativo. No entanto, cada contrato administrativo em especial tem causas
próprias de resolução, para além das gerais. A resolução sancionatória traduz-se numa
penalidade aplicada ao contraente privado porquanto o mesmo desrespeitou as cláusulas
contratuais a que se obrigou.
6. Bibliografia
FREITAS DO AMARAL, Diogo. Curso de Direito Administrativo Volume II, 3a ed,
Almedina, 2016.
PEDRO FERNANDES, JOSÉ. Dicionário Jurídico da Administração Pública, vol. III,
Lisboa, 1990, p. 239
PINTO, C. D. (2012). O Facto do Príncipe e os Contratos Adminsitrativos. Coimbra:
Almedina.

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