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Logun Edé (lógunèdè) é o orixá da riqueza e da fartura, filho de Oxum e Oxóssi, deus da guerra e da água.

Descrição
Logun Edé (lógunèdè) é o orixá da riqueza e da fartura, filho de Oxum e
Oxóssi, deus da guerra e da água. É, sem dúvida, um dos mais bonitos orixás do Candomblé,
já que a beleza é uma das principais características dos seus pais.

Rei de Ilexá,caçador habilidoso e príncipe soberbo, Logun Edé reúne


os domínios de Oxóssi e Oxum e quase tudo que se sabe a seu
respeito gira em torno de sua paternidade.

Apesar de sua história, é preciso esclarecer que Logun Edé não muda de sexo a cada seis
meses, ele é um orixá do sexo masculino. Sua dualidade se dá em nível comportamental, já
que em determinadas ocasiões pode ser doce e benevolente como
Oxum e em outras, sério e solitário como Oxóssi. Logun Edé é um
orixá de contradições; nele os opostos se alternam, é o deus da surpresa e do inesperado.

Na Nigéria, a cidade de Logun Edé chama-se Ilexa e é uma das mais ricas e prósperas da África,
anualmente fazem encontros com vários festivais vindo pessoas de toda as partes da África.

Na África negra, dizem que Logun Edé seria na verdade Ólògún Ode – o guerreiro caçador – o maior
entre todos os caçadores, pai de todos eles, inclusive de Oxóssi. E se observarmos a cantiga de Oxóssi,
veremos que expressão Omo ode, ou seja, filho do caçador, é constante, podendo inferir certa lógica nas
histórias contadas pelos africanos, como também sua ligação com Ogun.

Oxum Yéyé Ipondá e Odé Erinlé Ibò, respectivamente, as qualidades de Oxum e Oxóssi que se
consideram os pais de Logun Edé.

A história revela que Oxóssi, feliz pelo filho vindouro, declarou a Oxum o seu amor e pediu a ela posse do
menino:

– Oxum, por amor a você, quero que Logun Edé fique comigo, vou ensiná-lo a caçar. Comigo ele
aprenderá os segredos da floresta.

Mas Oxum também amava Logun Edé e por maior que fosse seu amor por Oxóssi ela não poderia
separar-se de seu filho então declarou:

– Logun Edé viverá seis meses com sua mãe e seis meses com o seu pai, comerá do peixe e da caça. Ele
será Oxóssi e será Oxum, mas sem deixar de ser ele mesmo, Logun Edé: um príncipe na floresta e um
grande caçador!

Características dos filhos de Logun Edé

Os filhos de Logun Edé possuem as características de Oxum, ou seja, narcisismo, vaidade, gosto pelo
luxo, sensualidade, beleza, charme, elegância. Tem também características em comum com Oxóssi, ou
seja, beleza, vaidade, cautela, objetividade e segurança.
No entanto, há características de Logun Edé que não pertencem nem a Oxum nem a Oxóssi. Na verdade,
ele reúne o arquétipo de ambos, mas de forma superficial. A superficialidade é a marca dos filhos de
Logun Edé, porque eles, ao contrário dos filhos de Oxóssi e de Oxum não têm certeza do que são nem do
que querem. As qualidades de Oxum e de Oxóssi amenizam-se em Logun Edé, mas, em compensação, os
defeitos são exacerbados. Dessa forma, os filhos de Logun Edé são extremamente soberbos arrogantes e
prepotentes.

Mas algo não se pode negar: os filhos de Logun Edé são bonitos e possuem olho-de-gato, algo que atrai e
repele ao mesmo tempo. São mandões, os donos da verdade, os mais belos, cujo ego não cabe em si.
Melhor não lhes fazer elogios em sua presença, a não ser que queira ver sua imensa cauda de pavão
abrindo-se em leque. Quando têm consciência de que conseguem controlar os seus defeitos, os filhos de
Logun Edé tornam-se pessoas muito agradáveis.

Os filhos de Logun Odé não andam! Pairam sobre o ar!

Logun Edé pertence ao panteão dos caçadores, é único, não tem qualidade ou culto diferenciado, por
isso só pode existir um iniciado numa casa de candomblé.

Dia da semana: Quinta-feira e sábado.


Saudação: Olorikim Logun.
Cores: Amarelo e verde.
Símbolos: Cavalo marinho e a margem dos rios.
Onde recebe oferendas: Em rios.
Principais oferendas: Axoxó.
Elemento: Água e terra.
Algumas ervas: Oriri, carqueja.
Animais: Peixe.
Comida: Axoxô (milho de galinha cozido com côco).
Domínio: Cachoeiras, matas, florestas, rios.
Particularidade: Rege a adolescência.

Conexão e Alimentação
Axoxó:

Para o axoxó, necessita-se de 400 gramas de camarão, 04 cebolas grandes, 06 ovos, 01 quilo de feijão
fradinho, 01 quilo de milho vermelho, 01 coco, 500 mililitros de azeite de dendê e sal a gosto.

Primeiramente, em recipientes diferentes, é preciso: cozer o feijão; cozer o milho; cozer os ovos; refogar
o camarão com cebola e sal no azeite. Feito isto, é necessário acrescentar o feijão à mistura refogada e
adicionar, aos poucos, mais azeite para que os ingredientes se misturem bem. Depois de pronta, essa
mistura deve ser colocada no lado esquerdo de um alguidar, enquanto o lado direito deve ser
preenchido com o milho vermelho cozido e frio. Por fim, devem-se pôr os ovos – descascados e com a
parte pontuda para baixo – em cima do feijão e do camarão, enquanto o coco deve ser posto, de
maneira uniforme, sobre o milho.
Omolukun:

Já para o Omolukun, são fundamentais os seguintes ingredientes: 500 gramas de feijão fradinho, 500
gramas de milho, 04 ovos, 01 cebola, azeite de oliva e lascas de coco.

Antes de tudo, é preciso cozer, com água, o feijão, a cebola picada e o azeite. Feito isto, tem que se fazer
um purê com o feijão e colocá-lo no lado esquerdo de um alguidar; o lado direito, por sua vez, deve ser
preenchido com o milho – o qual deve ser cozido antes de disposto no recipiente. Por fim, devem ser
postos os 04 ovos – devidamente cozidos e descascados – sobre o feijão, de maneira que a parte mais
afunilada fique voltada para baixo; em cima do milho, as lascas de coco devem ser colocadas
uniformemente.

É importante ressaltar as quizilas de Logun Edé, para que estas não sejam oferecidas ao Orixá; as
principais são: bode, cabrito, galo, manga e mel.

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