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Terapia Medicamentosa – Maria Raimuda Colins

1. Mesalazina (Mesacol)

1.1. Apresentação da medicação

A mesalazina apresenta-se nas formas: de comprimido revestido ( com 500 –


800 mg do fármaco ativo que varia de acordo com cada instituição); enema
(1000 mg); sachê com grânulos de ação prolongada (1000 – 2000 mg);
supositório (1000 mg).

1.2. Vias de administração

Como o seu efeito é tópico, a mesalazina pode ser administrada tanto


em forma de comprimido, pela via oral, quanto como enema, pela via retal
(enema em frasco-aplicador de 100 mL contendo 1 g de mesalazina). Após
aberto a medicação deve ser aplicada em 30 a 40 segundos e o conteúdo do
enema deve ser mantido no intestino por 5 a 10 minutos ou até a sensação de
defecar, caso ocorra, passar

1.3. Indicação clínica


A mesalazina é indicada como anti-inflamatório de ação local no tratamento de
doenças inflamatórias intestinais na fase aguda e na prevenção ou redução das
recidivas destas enfermidades, tais como retocolite ulcerativa inespecífica e
doença de Crohn.

O enema é indicado para o tratamento de doenças inflamatórias intestinais


crônicas localizadas nas porções finais do cólon e reto (proctossigmoidite
ulcerativa). o supositório indicado para o tratamento das inflamações do reto
(proctite ulcerativa)

1.4. Farmacocinética e Farmacodinâmica

 Propriedades farmacocinéticas

O revestimento dos comprimidos evita a sua degradação no trato digestivo


superior permitindo a liberação da mesalazina apenas no íleo e no cólon, onde
o pH é maior que 7. A maior parte aproximadamente 75 % da dose
administrada via oral de mesalazina não é absorvida, sendo eliminada com as
fezes de forma inalterada, estando disponível para exercer uma atividade
antiinflamatória local . A ligação da mesalazina às proteínas plasmáticas é de
43% e da acetilmesalazina é de 78%. A mesalazina é metabolizada tanto pelo
fígado quanto pela mucosa intestinal no derivado inativo ácido N acetil-
5aminosalicílico (Ac-5-ASA). A eliminação fecal ocorre na forma de mesalazina
e Ac-5-ASA, e a eliminação da fração absorvida ocorre predominantemente
através dos rins na forma do metabólito Ac-5-ASA. Parte da droga também é
excretada pela bile. A meia-vida de eliminação da mesalazina é de
aproximadamente 1 hora, e da acetilmesalazina de poucas horas. Após a
administração repetida dos comprimidos durante 7 dias, pela manhã e à noite,
as quantidades da mesalazina absorvida, eliminada de forma inalterada e como
o metabólito Nacetilado são 21,2 e 20,9%, respectivamente, no estado de
equilíbrio

 Propriedades Farmacodinâmicas

O uso da mesalazina (ácido 5-aminossalicílico) no tratamento da doença


inflamatória intestinal (retocolite ulcerativa inespecífica - RCUI e Doença de
Crohn), resulta das pesquisas sobre o mecanismo de ação da sulfassalazina. A
sulfassalazina é clivada, por ação das bactérias da flora intestinal, gerando
sulfapiridina e mesalazina. De acordo com os dados recentes, a atividade
terapêutica é atribuída à mesalazina (único metabólito biologicamente ativo),
enquanto que a maior parte dos efeitos adversos, ao contrário, são causados
pela sulfapiridina. A mesalazina parece exercer efeito anti-inflamatório tópico
direto no tecido conectivo patologicamente alterado. Pacientes que não
toleraram a terapia com sulfassalazina têm sido tratados com êxito com a
mesalazina. O mecanismo de ação da mesalazina ainda não está totalmente
elucidado. A mesalazina inibe a migração de leucócitos polimorfonucleares e a
lipoxigenase das células, com as concentrações alcançadas no intestino grosso
durante o tratamento. A produção dos leucotrienos próinflamatórios (LTB4 e 5-
HETE) pelos macrófagos da parede intestinal também é inibida. Além disso, a
mesalazina inibe, em condições experimentais, a cicloxigenase e, desta forma,
a liberação da tromboxana B2 e da prostaglandina E2, mas o significado clínico
deste efeito não é claro. A mesalazina inibe a formação do fator de agregação
plaquetária (PAF), tendo, ainda, atividade antioxidante, o que diminui a
formação de produtos contendo oxigênio reativo, favorecendo a captação de
radicais livres. Adicionalmente, a mesalazina inibe a secreção de água e de
cloreto e aumenta a reabsorção de sódio no intestino experimentalmente.

1.5. Interações Medicamentosas

Demonstrou-se, por diversos estudos, que a terapia combinada de Pentasa®


com azatioprina,6- mercaptopurina ou tioguanina (substâncias
medicamentosas) mostra maior frequência de mielossupressão (diminuição da
produção de células sanguíneas), portanto parece que existe uma interação.
No entanto, o mecanismo que leva a interação não está completamente
estabelecido. Recomenda-se o monitoramento regular, através de exames de
sangue, para verificar a quantidade de glóbulos brancos sanguíneos e o regime
de uso das tiopurinas deve ser ajustado de forma adequada. Há uma fraca
evidência de que a mesalazina possa reduzir o efeito anticoagulante da
varfarina.

1.6. Reações adversas

As reações adversas ocorrem em uma pequena proporção de pacientes


que, previamente, não toleraram a sulfassalazina, tais como náuseas, diarreia,
vômitos, dor abdominal, cefaleia e flutuações do humor. Têm sido relatadas
reações de hipersensibilidade, como exantema alérgico, febre,
broncoespasmo, lúpus eritematoso, rashes e artralgia. Estes efeitos ocorrem
independentemente da dose administrada. Pode haver aumento dos níveis de
meta-hemoglobina. Mesalazina pode estar associado com a exacerbação dos
sintomas da colite nos pacientes que tiveram previamente problemas com a
sulfassalazina. Foram relatados casos de pancreatite, miocardite, pericardite,
nefrite intersticial, síndrome nefrótica e insuficiência renal com o tratamento por
via oral; geralmente estes sintomas regridem com a suspensão do tratamento.
Há raros relatos de reações alérgicas pulmonares, pneumonia eosinofílica,
hepatite e discrasias sanguíneas, tais como leucopenia, neutropenia,
trombocitopenia e anemia aplástica.

1.7. Cuidados de enfermagem

Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e


umidade. observar o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de
validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico
para saber se poderá utilizá-lo. Administrar a medicação conforme a
prescrição; explicar para o paciente sobre os possíveis efeitos adversos.
Manter o ambiente confortável (cefaleia) e monitorar resposta dolorosa
(abdome), a ingesta hídrica além das eliminações intestinais.

2. Metronidazol

2.1. Apresentação da medicação:

Metronidazol 5 mg (cada frasco de 100 mL de solução a 0,5% contém 500 mg


metronidazol) Excipientes: ácido cítrico monohidratado, cloreto de sódio,
fosfato de sódio heptaidratado, água para injetáveis.

2.2. Vias de administração:

Intravenosa

2.3. Indicação clínica:

O metronidazol está indicado na profilaxia e tratamento das infecções


causadas por bactérias anaeróbias como Bacteroides fragilis e outros
bacteróides, Fusobacterium sp; Clostridium sp; Eubacterium sp; e cocos
anaeróbios. Está indicado, também, na prevenção e tratamento das infecções
pós-cirúrgicas, nas quais os anaeróbios tenham sido identificados ou
suspeitados. O metronidazol injetável deve ser administrado em pacientes para
os quais a via oral está contraindicada ou não são possíveis.

2.4. Farmacocinética:

A absorção máxima ocorre ao final da infusão. Distribuição Após uma única


infusão intravenosa de 500 mg de metronidazol em 20 minutos, o pico sérico
médio é de 18 µg/mL. Após infusões repetidas a cada 8 horas, o pico sérico
médio é de 18 µg/mL. Após infusões repetidas a cada 12 horas, o pico sérico
médio é de 13 µg/mL. A meia-vida plasmática é de 8 a 10 horas. A ligação às
proteínas plasmáticas é baixa: menor que 10%. A distribuição é rápida e a
concentração tecidual é alta nos seguintes tecidos: pulmões, rins, fígado,
vesícula biliar, pele, LCR, saliva, líquido seminal, secreções vaginais. O
metronidazol atravessa a barreira placentária e é excretado no leite.
Biotransformação O metronidazol é metabolizado em 2 metabólitos
conjugados, que apresentam uma atividade antimicrobiana de 10 a 30%.
Excreção As concentrações hepática e biliar são altas, enquanto a
concentração no cólon é baixa. A excreção é principalmente urinária (40 a 70%
de metronidazol não metabolizado, considerando para 20% do total), causando
uma coloração marrom ou avermelhada na urina. A eliminação fecal é baixa.
Em pacientes com insuficiência renal, a meia-vida de eliminação é idêntica, não
havendo necessidade de ajuste posológico. Em caso de hemodiálise, o
metronidazol é rapidamente eliminado e a meia-vida de eliminação é reduzida
a 2 horas e 30 minutos.

2.5. Interações Medicamentosas:

Álcool: bebidas alcoólicas e medicamentos contendo álcool não devem ser


ingeridos durante o tratamento com metronidazol e, no mínimo, 1 dia após o
mesmo, devido à possibilidade de reação do tipo dissulfiram (efeito antabuse),
com aparecimento de rubor, vômito e taquicardia

2.6. Reações adversas:

Distúrbios gastrintestinais: dor epigástrica, náusea, vômito, diarreia,


mucosite oral, alterações no paladar, incluindo gosto metálico, anorexia, casos
reversíveis de pancreatite, descoloração da língua/ sensação de língua áspera
(devido ao crescimento de fungos, por exemplo).

Distúrbios do sistema imunológico: angioedema, choque anafilático.

Distúrbios do sistema nervoso: neuropatia sensorial periférica, cefaleia,


convulsões, vertigem, síndrome cerebelar subaguda (por exemplo ataxia,
disartria, alteração da marcha, nistagmo e tremor) e relatos de encefalopatia
(por exemplo confusão). Essas reações podem ser resolvidos com a
descontinuação do medicamento, meningite asséptica.

Distúrbios psiquiátricos: alterações psicóticas incluindo confusão e


alucinações, humor depressivo.
Distúrbios visuais: alterações visuais transitórias como diplopia e miopia,
visão borrada, diminuição da acuidade visual e alteração da visualização das
cores; neuropatia óptica /neurite.

Distúrbios no sangue e no sistema linfático: foram relatados casos de


agranulocitose, neutropenia, trombocitopenia. Distúrbios hepatobiliares: - foram
relatados casos de aumento das enzimas hepáticas (AST, ALT, fosfatase
alcalina), hepatite colestática ou mista e lesão hepatocelular, algumas vezes
com icterícia. - foram relatados casos de falência hepática necessitando de
transplante hepático em pacientes tratados com metronidazol em associação
com outras drogas antibióticas.

Distúrbios na pele e tecido cutâneo: rash, prurido, rubor, urticária, erupções


pustulosas, síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica.
Distúrbios gerais: febre.

2.7. Cuidados de enfermagem

Orientar a paciente quanto os possíveis efeitos (adversos e os esperados).


Avaliar a escala da dor (SN), monitorar a ingesta hídrica, eliminações
intestinais, alimentação. Enfatizar a importância da higiene oral 3x/dia e
orientar sobre o uso do sal e bicaebonato na pasta de dente pra minimizar o
gosto metálico. Realizar pesagem e avaliar o IMC; manter ambiente confortável
e seguro. O metronidazol deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15
e 30ºC), ao abrigo da luz. Prazo de validade do metronidazol solução injetável:
24 meses a partir da data de fabricação. Quando aberto, a medicação deve ser
usada imediatamente

3. Ringer Lactato de Sódio

3.1. Apresentação da Medicação

Apresentações: Bolsas de PVC em Sistema Fechado nos volumes de 250, 500


mL, 1L e Frascos de Polietileno em Sistema Fechado nos volumes de 250, 500
mL e 1L.

3.2. Vias de Administração


Intravenosa

3.3. Indicação Clínica

Reidratação e restabelecimento do equilíbrio hidroeletrolítico, quando há perda


de líquidos e de íons cloreto, sódio, potássio e cálcio. Profilaxia e tratamento da
acidose metabólica

3.4. Farmacocinética

A solução de Ringer com Lactato é composta de cloreto de sódio, cloreto de


cálcio, cloreto de potássio e lactato de sódio, diluídos em água para injeção.
Exceto pela presença de lactato e pela ausência de bicarbonato, a composição
dessa solução aproxima-se estreitamente daquela dos líquidos extracelulares.
A função do lactato é proporcionar ligeiro aumento do teor alcalino, o que
ocorre após a sua metabolização a bicarbonato. Em pessoas com atividade
oxidativa celular normal é necessário um período de 1 - 2 horas após o início
da infusão para que este efeito seja satisfatório. Desse modo, a solução Ringer
com Lactato está destinada à reposição de líquido e eletrólitos em situações
em que essas perdas se fazem presentes, como também a proporcionar o
aumento ligeiro do teor alcalino em líquidos extracelulares, agindo nos casos
em que há um desvio do equilíbrio ácido-básico no sentido da acidose. Nas
situações em que são necessários grandes volumes de solução fisiológica, é
vantajosa administração da solução de Ringer com Lactato com relação a
outras soluções de reposição, a fim de evitar uma possível acidose. O sódio
atua no controle da distribuição de água, no balanço hídrico e na pressão
osmótica dos fluidos corporais, e associado ao cloreto e bicarbonato atua na
regulação do equilíbrio ácido-base. O potássio é crítico na regulação da
condução nervosa e contração muscular, particularmente no coração. O cloreto
segue o metabolismo do sódio e alterações na sua concentração provocam
mudanças no balanço ácido-base do corpo. O cálcio é essencial no mecanismo
de coagulação sanguínea, na função cardíaca normal e na regulação da
irritabilidade neuromuscular. O excesso de sódio, potássio e cálcio é excretado
principalmente pelos rins.
3.5. Interações Medicamentosas:

Em pacientes portadores de doenças cardíacas, particularmente em uso de


digitálicos ou na presença de doenças renais, deve-se ter cuidado na
administração de Ringer com Lactato devido à presença de potássio. Por
conter sódio, é necessária cautela na administração em pacientes em uso de
corticosteróides e corticotropínicos. Soluções contendo íons de cálcio não
devem ser administradas simultaneamente no mesmo local da infusão
sangüínea da solução de Ringer com Lactato, devido ao risco de coagulação. A
solução de Ringer com Lactato não deve ser adicionada de medicamentos os
quais possibilitem a formação de sais de cálcio precipitados, tais como:
soluções contendo carbonato, oxalato e fosfato.

3.6. Reações Adversas:

As reações adversas podem ocorrer devido à solução ou à técnica de


administração e incluem resposta febril, infecção no ponto de injeção, trombose
venosa ou flebite irradiando-se a partir do ponto de injeção, extravasamento e
hipervolemia. Por conter íons lactato deve ser administrado com cautela, pois
infusão excessiva pode provocar alcalose metabólica. Hipernatremia, por ser
associada a edema e exacerbação da insuficiência cardíaca congestiva, devido
à retenção de água, resultando em aumento do volume do fluido extracelular. A
solução de Ringer com Lactato em doses elevadas pode causar sintomas de
desconforto tais como: náusea, vômito, dor abdominal e diarréia, cefaléia,
sonolência e arritmias. A infusão de grandes volumes da solução de Ringer
com Lactato pode causar hipervolemia, resultando em diluições eletrolíticas do
plasma, hiperidratação, indução da acidose metabólica e edemas pulmonares.

3.7. Cuidados de Enfermagem

Informar o paciente sobre os possíveis efeitos da medicação (adversos e


esperados), observar o acesso e velocidade de infusão da medicação;
monitorar e enfatizar sobre a importância da ingesta hídrica, realizar a escala
da dor (SN); manter ambiente confortável e seguro (SN). A exposição de
produtos farmacêuticos ao calor deve ser evitada. O produto deve ser
armazenado em temperatura ambiente, entre 15ºC e 30º C, protegido da luz e
umidade. O prazo de validade é de 24 meses após a data de fabricação

4. Dimeticona (Simeticona)

4.1. Apresentação do Fármaco

Gotas - cada mL contém mg de dimeticona. Excipientes: metilparabeno,


propilparabeno, sacarina, ciclamato, essência e corante.

4.2. Vias de Administração

Via Oral

4.3. Indicação clínica:

A simeticona é indicada para pacientes com excesso de gases no aparelho


digestivo. O acúmulo de gases no estômago e no intestino chama-se
flatulência, que causa desconforto abdominal, aumento do volume abdominal,
dor ou cólicas no abdômen. A eliminação dos gases alivia estes sintomas. A
simeticona também pode ser usada como medicação auxiliar no preparo dos
pacientes em exames médicos, tais como endoscopia digestiva (exame do
interior do esôfago, estômago e intestino) e/ ou colonoscopia (exame do interior
do intestino grosso).

4.4. Farmacocinética:

A simeticona atua localmente, o que significa que ela não é absorvida. Desta
forma, estudos de farmacocinética são inviáveis com o fármaco, cujo
mecanismo de ação foi demonstrado in vitro em alguns estudos. O tempo de
início para a ação clínica da simeticona é estimado em aproximadamente 10
minutos para síndromes dispeptivas e em 20 a 30 minutos para os sintomas
pós-operatórios e uso para realização de exames endoscópicos de trato
intestinal.
4.5. Interações Medicamentosas:

Não são conhecidas interações deste medicamento com outros medicamentos


ou alimentos.

4.6. Reações adversas:

A simeticona não é absorvida pelo organismo. Ela atua somente dentro do


aparelho digestivo, e é totalmente eliminada nas fezes, sem alterações.
Portanto, reações indesejáveis são menos prováveis de ocorrer: - Eczema de
contato; - Em casos raros: reações imediatas como urticária.

4.7. Cuidados de enfermagem

Informar ao paciente quanto a reposta medicamentosa, A simeticona deve ser


conservada em temperatura ambiente (entre 15°C e 30ºC). Proteger da luz e
umidade.
5. Bromoprida

5.1. Apresentação do Fármaco

Cada ampola com 2mL contém 10mg de bromoprida. Cada mL da solução


injetável contém 5mg de bromoprida. Excipientes: Cloreto de sódio, ácido
clorídrico e água para injetáveis. Obs.: Pode ser utilizado hidróxido de sódio
e/ou ácido clorídrico durante a fabricação para ajustar o pH.

5.2. Vias de Administração

Intravenosa

5.3. Indicação clínica:

Bromoprida está indicada para: - Distúrbios da motilidade gastrintestinal;


Refluxo gastroesofágico; Náuseas e vômitos de origem central e periférica
(cirurgias, metabólicas, infecciosas e problemas secundários ao uso de
medicamentos). Bromoprida é utilizada também para facilitar os
procedimentos radiológicos do trato gastrintestinal.

5.4. Farmacocinética:

O pico sérico da bromoprida ocorre em 30 minutos pós administração


(injetável, via intramuscular). A bromoprida apresenta baixa ligação às
proteínas plasmáticas (cerca de 40%) e é metabolizada no fígado. Cerca de
10% a 14% da dose administrada é excretada inalterada através da urina. Após
administração de dose única por via intravenosa (I.V.), observou-se clearance
sistêmico de 900mL/min e um volume de distribuição de 215L. A bromoprida
apresenta uma meia vida de eliminação de 4 a 5 horas. A biodisponibilidade da
bromoprida é de 54% a 74% (via oral) e de 78% (injetável, via intramuscular).

5.5. Interações Medicamentosas:


Os efeitos de bromoprida na motilidade gastrintestinal são antagonizados pelos
fármacos anticolinérgicos e analgésicos narcóticos. Pode haver potencialização
dos efeitos sedativos quando se administra bromoprida junto com sedativos,
hipnóticos, narcóticos ou tranquilizantes. Portanto, evite ingerir esses produtos
durante o tratamento com bromoprida. O médico deve avaliar se o paciente
apresenta pressão alta e se está sob tratamento com inibidores da
monoaminoxidase (tipo de medicamento antidepressivo), pois neste caso, a
bromoprida deve ser usada com cuidado. A bromoprida pode diminuir a
absorção de fármacos pelo estômago (ex. digoxina) e acelerar aquelas que são
absorvidas pelo intestino delgado (ex. paracetamol, tetraciclina, levodopa,
etanol). - Medicamento-substância química, com destaque para o álcool Pode
haver potencialização dos efeitos sedativos quando se administra bromoprida
junto com álcool. Portanto, o paciente deve evitar ingerir bebidas alcoólicas
durante o tratamento com bromoprida. - Medicamento-alimento Não há dados
disponíveis até o momento sobre a interferência de alimentos na ação de
bromoprida. - Medicamento-exame laboratorial.

5.6. Reações adversas:

Reação muito comum: Inquietação, sonolência, fadiga e lassidão. Com menor


frequência pode ocorrer insônia, cefaleia, tontura, náuseas, sintomas
extrapiramidais, galactorreia, ginecomastia, erupções cutâneas, incluindo
urticária ou distúrbios intestinais. Sintomas de superdose podem incluir
sonolência, desorientação e reações extrapiramidais.

5.7. Cuidados de enfermagem

Informar sobre os efeitos da medicação (adversos e esperados), manter


ambiente confortável e seguro, realizar a escala da dor e avaliar as eliminações
intestinais. Bromoprida deve ser armazenada em sua embalagem original,
protegida da luz e umidade, devendo ser conservada em temperatura ambiente
(entre 15ºC e 30°C). O prazo de validade do medicamento é de 24 meses a
partir da data de fabricação.
6. Sulfametoxazol – trimetoprima

6.1. Apresentação do Fármaco

Sulfametoxazol+trimetoprima suspensão (5mL) 200mg + 40 mg: embalagem


contendo 01 ou 50 frascos com 100mL. É um quimioterápico (medicamento
sintetizado em laboratório para combater microrganismos ou a multiplicação
desordenada de células), com propriedades bactericidas (capaz de matar
bactérias) e duplo mecanismo de ação.

6.2. Vias de Administração

Oral

6.3. Indicação clínica:

Sulfametoxazol+trimetoprima é indicado para o tratamento de infecções


causadas por microrganismos sensíveis à associação dos medicamentos
trimetoprima e sulfametoxazol, como certas infecções respiratórias,
gastrintestinais, renais e do trato urinário, genitais (feminino e masculino), da
pele, entre outros tipos de infecções.

6.4. Farmacocinética:

As propriedades farmacocinéticas da trimetoprima (TMP) e do sulfametoxazol


(SMZ) são muito semelhantes. Absorção Após administração oral, a TMP e o
SMZ são rapidamente e completamente absorvidos na porção superior do trato
gastrointestinal. Após dose única de 160mg de TMP + 800mg de SMZ, são
obtidas concentrações plasmáticas máximas de 1,5 – 3µg/mL para TMP e 40 –
80µg/mL para SMZ, dentro de uma a quatro horas. Se a administração for
repetida a cada 12 horas, as concentrações plasmáticas no estado de
equilíbrio, atingidas em dois ou três dias, variam entre 1,3 e 2,8µg/mL para o
TMP e entre 32 e 63µg/mL para o SMZ. A absorção de TMP e SMZ é completa
conforme demonstrado pela biodisponibilidade oral absoluta chegando a 100%
para ambas as drogas. O volume de distribuição é de aproximadamente
1,6L/kg para TMP e 0,2L/kg para SMZ, enquanto a ligação às proteínas
plasmáticas atinge 37% para TMP e 66,2% para SMZ. O TMP em relação ao
SMZ penetra melhor em tecido prostático não inflamado, fluido seminal, fluido
vaginal, saliva, tecido pulmonar normal inflamado e fluido biliar; a penetração
no liquor e humor aquoso é similar para ambos componentes. Grandes
quantidades de TMP e pequenas quantidades de SMZ passam da corrente
sanguínea para os líquidos intersticiais e para outros líquidos orgânicos
extravasculares. Entretanto, em associação, as concentrações de TMP e SMZ
são superiores às concentrações inibitórias mínimas (CIM) para a maioria dos
microrganismos suscetíveis. Tanto TMP quando SMZ são excretados pelo leite
materno. Cerca de 20% da dose de TMP é metabolizado. Cerca de 80% da
dose de SMZ é metabolizada no fígado, onde seus metabólitos são inativos. Os
dois fármacos, assim como seus metabólitos, são eliminados quase
exclusivamente por via renal por meio de filtração glomerular e secreção
tubular, o que determina concentrações urinárias das substâncias ativas
consideravelmente mais altas que as concentrações no sangue.

6.5. Interações Medicamentosas:

Não há

6.6. Reações adversas:

Comum: náuseas, vômitos, ureia e creatinina sérica elevada, erupção


cutânea, eritema, prurido

Raro/ muito raro): pancitopenia (redução de todas as células do sangue),


miocardite, necrose hepática.

6.7. Cuidados de enfermagem

Informar o paciente quanto os efeitos da medicação, orientar o paciente quanto


a ingesta hídrica, eliminação vesical, realizar banho de aspersão com água fria
passar hidratante na pele. Conservar em temperatura ambiente (15 e 30°C).
Proteger da Luz. Prazo de validade O sulfametoxazol + trimetoprima possui
prazo de validade de 24 meses a partir da data de fabricação.

7. Predinisona

7.1. Apresentação da medicação

Comprimido de 40mg. Embalagem contendo 4 ou 7 comprimidos

7.2. Via de Administração

Via Oral

7.3. Indicação Clínica

Predinisolona é indicado para o tratamento de doenças endócrinas,


osteoarticulares e osteomusculares, reumáticas, do colágeno, dermatológicas,
alérgicas, oftálmicas, respiratórias, hematológicas, neoplásicas, e outras, que
respondam à terapia com corticosteroides. A terapia com corticosteroide
hormonal é complementar à terapia convencional.

Distúrbios gastrintestinais: Manutenção do paciente após um período crítico da


doença em colite ulcerativa e enterite regional.

Púrpura trombocitopênica idiopática em adultos; trombocitopenia secundária


em adultos; anemia hemolítica adquirida (auto-imune); eritroblastopenia
(anemia eritrocítica); anemia hipoplásica congênita (eritroide)

7.4. Farmacocinética

A prednisona é convertida em prednisolona no fígado. Essa reação é


catalisada pela enzima tipo 1 da desidrogenase 11-betahidroxiesteroide, que
funciona de modo redutor. Os níveis de prednisolona são mensuráveis meia
hora após a administração oral de prednisona em humanos. Os picos de
concentração plasmática são alcançados dentro de 1 a 3 horas, e a meia-vida
plasmática é de aproximadamente 3 horas. O metabolismo da prednisona em
prednisolona ocorre principalmente no fígado. Após a administração oral de
prednisona em pacientes com doença hepática aguda ou crônica, os níveis de
prednisolona no soro foram significativamente menores do que aqueles
observados em indivíduos normais. Aparentemente, o nível de corticosteroide
biologicamente efetivo é mais relacionado ao corticosteroide livre do que à
concentração de corticosteroide total no plasma. Nenhuma relação específica
foi demonstrada entre o nível de corticoide no sangue (total ou livre) e os
efeitos terapêuticos, visto que os efeitos farmacodinâmicos dos corticoides
geralmente persistem além do período dos seus níveis plasmáticos
mensuráveis. Quando a meia-vida plasmática da prednisona é de
aproximadamente 3 horas, a meia-vida biológica é de 12 a 36 horas. Com
exceção da terapia de substituição, as doses efetivas e seguras dos corticoides
foram determinadas por estudos essencialmente empíricos. A teoria de que a
supressão adrenal-pituitária-hipotalâmica pode ser minimizada se a dosagem
de corticosteroide evitar a fase noturna sensitiva fornece uma base para
administração de uma única dose matutina de prednisona em oposição a um
quarto da dose diária total a cada 6 horas. Adicionalmente, uma vez que os
efeitos da prednisona administrada oralmente pela manhã deixam de ser
evidentes após 36 horas, esse corticosteroide pode ser recomendado para
dosagens em dias alternados em pacientes que necessitam de doses de
corticosteroide de manutenção por períodos prolongados.

7.5. Interação medicamentosa

Os efeitos dos anti-inflamatórios não-esteroides ou do álcool, somados aos dos


glicocorticoides, podem resultar em aumento da incidência ou gravidade de
úlceras gastrointestinais

7.6. Reações Adversas

Alterações hidroeletrolíticas: retenção de sódio, perda de potássio, alcalose


hipocalêmica, retenção de fluidos, insuficiência cardíaca congestiva em
pacientes suscetíveis, hipertensão. Alterações osteomusculares: fraqueza
muscular, miopatia corticosteroide, perda de massa muscular; agravamento
dos sintomas de miastenia gravis; osteoporose; fraturas por compressão
vertebral; necrose asséptica da cabeça do fêmur e do úmero; fratura patológica
de ossos longos; ruptura de tendão. Alterações gastrintestinais: úlcera péptica
com possível perfuração e hemorragia; pancreatite; distensão abdominal;
esofagite ulcerativa.

7.7. Cuidados de Enfermagem

Orientar a paciente quanto as medicações, aferir SSVV, realizar teste de


edema e perfusão periférica, avaliar o nível de consciência, realizar a escala da
dor (cãibras), monitorar eliminações e ingesta hídrica. Conservar em
temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC). Proteger da luz. O prazo de validade é
de 24 meses a partir da data de fabricação.

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