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IMPLANTAÇÃO DA TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS EM UMA EMPRESA DA INDÚSTRIA SIDERÚRGICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL


ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E TRANSPORTES

IMPLANTAÇÃO DA TROCA RÁPIDA DE


FERRAMENTAS EM UMA EMPRESA DA
INDÚSTRIA SIDERÚRGICA

JULIANA DE ROSE DE SOUZA


Orientador: Prof. Dr. José Luis Duarte Ribeiro

Porto Alegre, 2007


Juliana de Rose de Souza 1
IMPLANTAÇÃO DA TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS EM UMA EMPRESA DA INDÚSTRIA SIDERÚRGICA

INTRODUÇÃO

Aumento da concorrência exige que as empresas


se tornem mais competitivas, atendendo
rapidamente às exigências da demanda.

Sistema Toyota de Produção e Troca


Rápida de Ferramentas (TRF) destacam-se
na busca da qualidade, produtividade,
flexibilidade e redução de custo.

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IMPLANTAÇÃO DA TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS EM UMA EMPRESA DA INDÚSTRIA SIDERÚRGICA

INTRODUÇÃO
OBJETIVOS

Objetivos Gerais
Flexibilizar a produção e aumentar a
utilização do laminador de uma siderúrgica
de aços especiais.

Objetivo Específico
Implantação da TRF no laminador para
viabilizar o aumento do número de
câmbios e a redução do tamanho dos lotes
de fabricação.

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INTRODUÇÃO
JUSTIFICATIVA

SITUAÇÃO ATUAL DA
INDÚSTRIA SIDERÚRGICA

- Baixa flexibilidade
NOVA REALIDADE

x
- Produção sob encomenda
- Mercado extremamente
competitivo

- Produção em grandes lotes


- Elevado nível de estoques
Necessidade de
- Grande lead time
adaptação
- Longos prazos de entrega

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INTRODUÇÃO
DELIMITAÇÕES

- O trabalho não contempla a totalidade dos modelos de


implantação de TRF

- Implantação da TRF em apenas duas frentes do


laminador

- Não serão apresentadas as implicações da TRF nas


questões de redução do lead-time e do nível de estoques

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REFERENCIAL TEÓRICO
TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS (TRF)

- Desenvolvida por Shingo em 19 anos de estudos dos


aspectos teóricos e práticos da melhoria de setup

- Tipos de operação de setup: Setup Interno X Setup Externo

- Resultados da implantação da TRF


 redução do lead time e do lote de fabricação
 diminuição do nível de estoques
 melhor utilização da capacidade produtiva
 resposta rápida às flutuações da demanda

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REFERENCIAL TEÓRICO
MODELO DE TRF PROPOSTO POR SHINGO (1996, 2000)

Estágio Preliminar Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Distinção das Racionalizando


Setup interno e Conversão do
operações em todos os aspectos
externo não se setup interno em
setup interno e da operação de
distinguem externo
externo setup

ESTÁGIOS
CONCEITUAIS

Setup Externo
Setup Interno

Estágios conceituais e técnicas práticas da TRF


Fonte: Shingo (2000, p. 98)

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REFERENCIAL TEÓRICO
MODELO DE TRF PROPOSTO POR GHINATO, GUIMARÃES E LEITE (2005)

Metodologia desenvolvida especialmente para indústrias de base


Treinamento
Teórico/Prático

Construção/Revisão do
Planejamento – A3

Frente Melhorias Frente Programação e


(SMED SYSTEM) Balanceamento

Follow Up Follow Up
Indicadores/Plano de Acompanhamento periódico
Melhorias dos câmbios/Intervenções

Auditoria do Sistema

Modelo de TRF proposto por Ghinato, Guimarães e Leite (2005)


Fonte: Ghinato, Guimarães e Leite (2005, p. 453)

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DESCRIÇÃO DO CENÁRIO
APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

- Produção de aços longos especiais: aços de construção


mecânica, aços ferramenta e aços inoxidáveis

- Sua produção atende principalmente a indústria


automobilística

- Capacidade produtiva é de cerca de 500 mil toneladas de


aço laminado por ano

- Conta com aproximadamente 1.300 funcionários


operando 24h

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DESCRIÇÃO DO CENÁRIO
FLUXO DE PRODUÇÃO
TRANSF. MECÂNICA

Usina semi-integrada Tratamento térmico -


Acabamento
DEPÓSITO

de produção de aço
DEPÓSITO

LAMINAÇÃO
Laminador L1 – L2 TRANSF. MECÂNICA
Tratamento térmico - DEPÓSITO
Acabamento

ACIARIA DEPÓSITO

FEA – Forno Panela -


Lingotamento
Sucata

DEPÓSITO
FORJARIA
Prensa - Martelo TRANSF. MECÂNICA
Tratamento térmico - DEPÓSITO
Acabamento
LEGENDA
Sucata Barra Laminada
Tarugo Fio Máquina
Lingote Barra Forjada

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DESCRIÇÃO DO CENÁRIO
LAMINAÇÃO 2

Duas frentes de atuação no laminador 2


 trem intermediário
 bloco acabador 1

LAMINAÇÃO 2
Fio-máquina 5,50 – 20,00 mm
Gaiola Mesa
desbastadora Bloco acabador 2 giratória
Forno Caminho de rolos

Bobinadeira

Fio-máquina 20,00 – 30,00 mm


H2 H3 V4 H5 V6 H7 V8 H9 V10
Bloco acabador 1

Leito de resfriamento

T1 T2
Trem intermediário Barras

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Abordagem de pesquisa
Estudo de caso no laminador de uma indústria
siderúrgica de aços especiais

Método de trabalho
Implantação da Troca Rápida de Ferramentas
segundo uma adaptação da metodologia
desenvolvido por Ghinato, Guimarães e Leite (2005)

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO DA TRF

1. Definição do time de projeto

2. Definição da meta, dos objetivos e dos indicadores

3. Treinamento do time de projeto

4. Construção e revisão do planejamento

5. Implementação das atividades de kaizen

6. Avaliação dos resultados e ajuste de ações

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RESULTADOS
1. DEFINIÇÃO DO TIME DE PROJETO

- Equipe de Operação

- Equipe de Câmbio

- Equipe de Apoio

- Consultoria

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RESULTADOS
2. DEFINIÇÃO DA META, DOS OBJETIVOS E DOS INDICADORES

Reduzir em 39,5% o tempo médio de câmbio no laminador,


passando de 21,5 minutos para 13 minutos em 12 meses

Indicadores:
- Tempo médio de câmbio
- Percentual de interrupção por câmbio
- Utilização do laminador
- Quantidade de câmbios
- Tamanho do lote médio
- Eficiência dos câmbios

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RESULTADOS
3. TREINAMENTO DO TIME DE PROJETO

Workshop de Capacitação do Time de Projeto – 20 horas


 Análise da filmagem de um câmbio do trem intermediário

Distância percorrida
836 m
pelos 2 operadores
Trem intermediário Atividades levantadas 277
Tempo: 50’24”
Melhorias propostas 67

Workshop de Nivelamento de Conceitos – 8 horas


 Análise da filmagem de um câmbio do bloco acabador 1

Atividades levantadas 11
Bloco Acabador 1
Tempo: 10’38” Melhorias propostas 11

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RESULTADOS
4. CONSTRUÇÃO E REVISÃO DO PLANEJAMENTO

1 Informações Básicas
2 Necessidades do Negócio
- Elaboração do documento A3, 3 Estado Atual P
4 Estado Futuro
seguindo as etapas do PDCA 5 Melhorias
6 Capacitação D
7 Plano de Ação
8 Reuniões de Trabalho
9 Observações de câmbio C A
- Padronização do câmbio 10 Análise de Eficiência

 Definição do conceito de tempo de setup


 Identificação de 45 tipos de câmbio
 Lista de atividades para cada tipo de câmbio
 Check-list das atividades do setup externo
 Reuniões de abertura e fechamento do câmbio

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RESULTADOS
4. CONSTRUÇÃO E REVISÃO DO PLANEJAMENTO

Freqüência de Porcentagem do Acumulado do


TIPO DE CÂMBIO
ocorrência tempo parado tempo parado
AA 35,0% 21,3% 21,3%
CC 14,3% 14,8% 36,2%
D3 6,8% 8,1% 44,3%
A2 7,5% 7,4% 51,7%
A1 5,3% 7,0% 58,7%
G1 4,2% 5,9% 64,6%
A0 5,2% 5,1% 69,7%
Outros 21,6% 30,3% 100,0%

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RESULTADOS
5. IMPLEMENTAÇÃO DAS ATIVIDADES DE KAIZEN

- Frente Melhorias 181 ações de melhorias propostas


- Frente Programação e 91% das ações foram concluídas
Balanceamento

Frente Melhorias
ANTES DA MELHORIA DEPOIS DA MELHORIA ANTES DA MELHORIA DEPOIS DA MELHORIA
Dificuldade de retirada da Melhora na fixação e rapidez Medida da altura era realizada Medida realizada com
refrigeração superior das gaiolas na retirada visualmente marcação padrão

Tempo antes: 00:01:00 Tempo depois: 00:00:05 Tempo antes: 00:00:44 Tempo depois: 00:00:15%
% Redução: 95% Redução: 66%

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RESULTADOS
5. IMPLEMENTAÇÃO DAS ATIVIDADES DE KAIZEN

- Frente Melhorias 181 ações de melhorias propostas


- Frente Programação e 91% das ações foram concluídas
Balanceamento

Frente Programação e Balanceamento

- Gráfico de balanceamento do câmbio


- Gráfico de caminho crítico
- Alteração do seqüenciamento da produção Balanceamento Câmbio
08:38
07:35
07:05

- Eliminação do ajuste em algumas bitolas


07:12

05:46

Tempo
04:19
03:00 03:00
02:53

01:26

00:00
Oper. 1 Oper. 2 Oper. 3 Oper. 4 Oper. Cabine Oper. K
Operadores

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RESULTADOS
6. AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS E AJUSTE DAS AÇÕES

- Observações de câmbio
 Identificação de novas oportunidades de melhorias

- Reuniões de follow-up
 Acompanhamento dos indicadores do projeto

- Avaliação da eficiência e abrangência das ações

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RESULTADOS
RESULTADOS DO PROJETO
Média
Média
His tórico
Histórico Tempo
Tempo Médio
Médio de
de Câmbio
Câmbio
Meta
Meta
Real
Real
28
28

23,97
23,97 23,97
23,97 24,00
24,00
23,14
23,14 23,10


23,1
23,1 23,10
23 21,92 21,46 22,05
21,92 22,05

 49,3% de redução do
23 21,43
21,5 21,43 20,84
21,5 20,84
21,46 21,3
21,3

18
18

tempo médio de câmbio


15,90
15,90

13,34
13,34
13 11,98
11,98
13 11,40
11,40
10,9
10,9
9,33
9,33

88

2007
2006
Nov

Dez

Mar
Fev

Mar

Média 2006

Média 2007
Abr

Fev
Mai

Ago

Set

Out
2005
2004

Jan

Jun

Jan
Jul

Nov

Dez

Mar
Mar

Abr

Fev
Fev

Mai

Ago

Set

Out
2004

2005

Jul
Jan

Jun

Jan
Média

Média
 Flexibilidade do processo:
 23,5% de aumento da quantidade de câmbios
 34,7% de redução do lote médio

 Utilização:
 24,4% de aumento da eficiência dos câmbios
 48,1% de redução do percentual de interrupção por câmbio

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IMPLANTAÇÃO DA TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS EM UMA EMPRESA DA INDÚSTRIA SIDERÚRGICA

CONCLUSÕES

- Flexibilização do processo
- Padronização das atividades
- Envolvimento de todos
- Capacitação da equipe nos conceitos fundamentas da TRF
- Melhores condições de trabalho
- Retorno financeiro em menos de um mês

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CONCLUSÕES
SUJESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

- Influência da manutenção preventiva na Troca


Rápida de Ferramentas

- Motivação e satisfação da equipe de TRF nas


diferentes fases de implantação da metodologia
e, principalmente, antes dos primeiros
resultados aparecerem

- Projeto de equipamentos focados na Troca


Rápida de Ferramentas

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REFERÊNCIAS

GHINATO, Paulo; GUIMARÃES, Igor Kendji; LEITE, João Pereira. Uma abordagem mais ampla
da TRF aplicada às indústrias de base: Além dos 4 princípios de Shingo. XXV Encontro Nacional
de Engenharia de Produção. Porto Alegre, 2005.

SHINGO, Shigeo. O Sistema Toyota de Produção: do ponto de vista da engenharia de produção.


2ª Edição. Porto Alegre: Bookman, 1996.

SHINGO, Shigeo. Sistema de Troca Rápida de Ferramenta: uma revolução nos sistemas
produtivos. Porto Alegre: Bookman, 2000.

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OBRIGADA

JULIANA DE ROSE DE SOUZA


Orientador: Prof. Dr. José Luis Duarte Ribeiro

Porto Alegre, junho de 2007

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