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PESQUISA
Apostila – UT Metodologia de Pesquisa
Profª Drª Annerose Barros
Delineamentos de pesquisa:
Primários Secundários
revisão
observacionais experimentais diretrizes
sistemática
Delineamentos observacionais
TRANSVERSAL
CASO CONTROLE
COORTE
− São selecionadas pessoas (uma amostra) com características comuns;
− É realizado um acompanhamento, ao longo de um período, para observarmos
o que acontece a elas – manifestação do desfecho.
− Grupo classificado segundo a exposição: S ou N → 2 grupos com e sem
desfecho.
− Gera medidas de incidência, comparando expostos x não expostos.
ESTUDO DE CASO
Delineamentos experimentais
ENSAIO CLÍNICO
− É uma coorte que o pesquisador define a exposição, diferente da ocorrência
natural.
− A exposição é chamada de tratamento.
− Geralmente se compara um grupo tratado a um de controles.
− Alto custo
− São estudos demorados, normalmente de longa duração
− Perdas no seguimento levam a viés na avaliação da terapia
ENSAIO CLÍNICO NÃO-CONTROLADO
− Não há um grupo controle para comparação
− O pesquisador avalia o efeito da intervenção em um grupo
Revisão sistemática
Incidência
− Refere-se ao número de casos novos (do desfecho) em um grupo em risco
durante um período específico de tempo (de observação).
− Remete a ideia de intensidade com que uma doença acontece, em uma
população, e mede a frequência ou probabilidade de ocorrência de novos
casos da doença.
− Alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer!
− Casos novos ou incidentes = não doentes no início do período de
observação.
Mortalidade
− A mortalidade representa todas as pessoas que morreram, em determinado
intervalo de tempo, independentemente de estarem ou não doentes (com o
desfecho).
− É o risco que qualquer pessoa na população tem de morrer em decorrência
de uma determinada doença.
Mortalidade Morbidade
nº mortes nº doentes
Morbidade
− Representa a taxa de portadores de determinada doença em relação à
população total estudada.
− A morbidade mostra o comportamento das doenças e dos agravos à saúde
na população.
Pode ser apresentada como taxa: nº de doentes por 1000 ou 100000
habitantes.
Medidas de associação:
Servem para indicar a força da associação entre um fator e um desfecho.
Quantificam a influência que um fator tem sobre um resultado.
FATOR - pode ser uma exposição, um fator de risco ou de proteção, e o
resultado é a ocorrência de uma doença, condição ou qualquer outro
tipo de desfecho em estudo. Ele será identificado/calculado posteriormente
pela estatística.
− Risco absoluto
− Risco relativo
− Razão de chances
Risco absoluto
− Número de casos absolutos atribuíveis à exposição.
− Expressará quanto à frequência da doença no grupo de expostos excede o
grupo de não expostos.
Interpretação dos resultados:
− Valores = 0 – ausência de associação;
− Poucos expostos adoecem – forte associação negativa;
− Muitos expostos adoecem – forte associação positiva.
Risco relativo
− Ele compara a probabilidade de ocorrência do desfecho entre os expostos
com a probabilidade de ocorrência nos não expostos.
− Ele expressa o quanto uma exposição está associada a um desfecho
(doença).
− Esta medida responderá a pergunta: Quantas vezes maior é o risco das
pessoas expostas quando comparado ao risco das pessoas não expostas?
− Ele é mais indicado para utilização em estudos de seguimento (coorte).
Seu valor é encontrado pela razão entre a incidência dos expostos pela
incidência dos não expostos. Para o cálculo destes valores, utiliza-se a tabela de
contingência 2x2:
Interpretação do valor do Risco Relativo:
− RR >1: indica risco aumentado de desfecho entre os expostos. A
exposição pode ser considerada um fator de risco.
− RR = 1: indica que não há associação da exposição com o desfecho.
O risco é igual entre expostos e não expostos.
− RR <1: indica associação negativa, expostos apresentam menor
incidência. A exposição pode ser considerada um fator de proteção.
BIOESTATÍSTICA
Conceitos básicos:
População:
− Conjunto de indivíduos que apresenta uma ou mais características em
comum. Depende do objetivo do estudo.
Amostra:
− Subconjunto da população usado para se obter informação acerca
do todo. Esta amostra será determinada em um período e/ou local
específico.
* uma amostra é definida, pois – na maior parte das vezes – não é possível estudar
toda a população objetivo do estudo, sendo assim seleciona-se uma amostra
representativa desta população, para posteriormente extrapolar os resultados para
toda a população. Independente disto, para que o resultado da pesquisa tenha
validade, a amostra precisa ser representativa àquela população, é por isso que se
calcula tamanho amostra (n).
Variável:
− Toda característica que pode ser avaliada ou mensurada em um
conjunto de indivíduos e que apresenta variações. Exemplo: sexo, peso,
altura, idade, creatinina, nº filhos.
Dado:
− Valor resultante de uma variável. Exemplo: feminino; 78,9kg; 1,58m; 27ª;
1,1mg/dL; 2.
Poder do estudo:
− Da mesma forma deve se definir o poder do estudo β (que deve ser, no
mínimo, de 80%), ele está diretamente relacionado ao tamanho da amostra
(quanto > o poder desejado, > deve ser o tamanho da amostra). É a
probabilidade de detectar uma diferença (ou um efeito) que realmente existe.
média
Interpretação do IC:
− IC muito amplo:
− Indica menor segurança na estimativa do efeito clínico da intervenção -
não tem confiança, pouca precisão - (amostra pequena);
− IC muito estreito:
− Indica probabilidade de que aquela seja a real magnitude do efeito,
precisão maior do estudo - (amostra grande).
* Dica prática:
IC não inclui o 1 = resultado significativo
(2,09; [IC 95% = 1,08 – 4,05]; P = 0,029)
IC inclui o 1 = resultado não significativo
(2,15; [IC 95% = 0,75 – 4,30]; P = 0,125)
O 1 estar, ou não, dentro do intervalo de confiança, define a significância
estatística.
ANOVA
− Análise de variância (ANOVA), ela compara mais de 2 médias (3
grupos/médias ou mais). A ANOVA realizada em apenas dois grupos leva a
resultados idênticos ao de um teste t.
− Após encontrar um resultado por ANOVA significativo, é interessante
localizar onde estão as diferenças → faze-se então o TESTE POST-HOC,
que indicará qual grupo é diferente.
− ANOVA informa se tem diferença, e o teste post-hoc é quem diz onde está
a diferença, qual grupo ou variável que é diferente.
Qui-quadrado (2)
− Utilizado para comparações entre duas ou mais variáveis categóricas
(sexo, classe social, raça, etc).
− Ou, no caso de transformarmos dados contínuos em categorias:
− Ex.: o IMC de um grupo de pacientes foi coletado como uma
informação contínua. Para análise estatística, transformaram-se os
valores em 4 categorias (desnutrido, eutrófico, sobrepeso e obeso) =
utilizar análise por teste de 2.
Teste Exato de Fisher: ele substitui o 2 quando os valores esperados
nas categorias são inferiores a 5; ou, se o n total de indivíduos é < 25. De um
modo geral ele é usado para amostras pequenas, com dados categóricos.
Correlação
− A correlação refere-se ao relacionamento linear entre duas variáveis
contínuas. Ela examina a associação entre duas variáveis contínuas.
− A partir deste teste teremos o coeficiente de correlação (r). De acordo
com os dados obtidos, poderá ser aplicado um tipo de teste de
correlação, como explicado esquematicamente abaixo:
Direção da associação:
A variável independente é considerada no eixo horizontal x. A dependente é
considerada no eixo vertical y. Quanto mais forte a correlação, mais próximos da
reta estarão os pontos; quanto mais fraca, mais dispersos eles estarão.
− Correlação positiva:
− Se as variáveis crescem no mesmo sentido, isto é, se quando X cresce
Y em média também cresce. A reta resultante desta correlação é
ascendente.
− Correlação negativa:
− Se as variáveis X e Y variam em sentidos contrários, isto é, se quando
X cresce, Y em média decresce. A reta resultante desta correlação é
descendente.
− AND:
− Recupera apenas os registros que possuem ambos os termos de
pesquisa. Por exemplo: food AND obesity.
− OR:
− Recupera o 1º e 2º assunto. Usado para termos compostos
(escreva os termos entre “ ”). Por exemplo: “Distance education” OR
“distance learning”.
− NOT:
− Recupera os registros que contenha o 1º termo, excluindo o 2º
termo. Por exemplo: Pregnant women NOT diet.
Ao realizar a busca de artigos em bases de dados, você poderá e deverá
aplicar filtros de pesquisa. Estes são de grande valia na busca mais criteriosa e
precisa de materiais de acordo com seu objetivo. Cada base de dados possui uma
dinâmica para aplicação dos filtros, porém todas são bastante semelhantes. No
exemplo/modelo abaixo você verá a aplicação de filtros na base de dados
Pubmed, e de forma semelhante poderá aplicar as demais bases consultadas.
Termo de pesquisa escolhido = dengue (em inglês)
Artigo original:
− Metodologia
Usa como base uma técnica, dosagem, etc.
− Resultados
Todos os resultados obtidos naquele estudo.
− Conclusão
A conclusão final do autor sobre seus resultados.
Artigo de revisão:
− Basicamente sua conclusão!
− Um quadro de sumarização de resultados (metanálises).
O uso de dados destas seções do artigo permite a citação deste autor como
referência. A citação de informações contidas na introdução, por exemplo, não
podem ser referenciadas por este autor, neste caso deve-se buscar a publicação
original para leitura.
De forma geral apenas as informações produzidas pela pesquisa apresentada
no artigo em questão, produzidas pelos autores destes, podem ser referenciadas
utilizando o nome dos mesmos.
ATENÇÃO à forma de citação, pois pode se configurar plágio, no caso de o
crédito não ser dado ao real autor da informação original.
Para que se possa avaliar a relevância do artigo encontrado e se ele
realmente deve ser utilizado no trabalho de conclusão, pode-se aplicar um checklist
de leitura cientifica. Neste são feitas algumas perguntas, em cada seção do artigo,
para que se avalie a relevância da informação dentro do objetivo buscado.
Resumo / Abstract:
− O tema do artigo é relevante, vale apena saber sobre ele?
− Qual é a proposta do estudo?
− Qual o principal desfecho ou resultado do estudo? É de utilidade na
minha prática, ou no meu objetivo de pesquisa?
− Posso aplicar os resultados deste estudo como, onde?
Metodologia:
− Foi utilizado um delineamento apropriado para o atingimento dos
objetivos?
− Os critérios de inclusão e exclusão estão claramente descritos e são
coerentes?
− Foram usadas mensurações padronizadas? São
confiáveis/reproduzíveis? Estão descritas?
− Os métodos para análise estatística foram descritos? São apropriados
para o tratamento dos dados disponíveis?
Resultados:
− Os achados relatados no estudo respondem a questão de pesquisa?
− Os valores são descritos claramente para que o leitor possa julgar a
magnitude das diferenças destes resultados?
− Os fatores de confusão e possíveis vieses recebem a devida
importância?
− Os gráficos e tabelas (incluindo as legendas) são claros e de fácil
leitura e entendimento?
Discussão e Conclusão:
− As questões da pesquisa foram adequada e amplamente discutidas?
− As conclusões são compatíveis com os objetivos do estudo?
− As conclusões foram discutidas no contexto de outras pesquisas
relevantes (internacionais e nacionais)?
− As possíveis falhas ou limitações do estudo foram abordadas?