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Educação a Distância
Recife
V614c
Viana André Paes.
Cadeia de Suprimentos: Curso Técnico em Administração: Educação a distância / André Paes
Viana, Luana de Oliveira Alves, Lucinea Maria de Lima Freire Lacerda. – Recife: Escola Técnica
Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa, 2019.
81 p.: il.
Conclusão ............................................................................................................................................. 76
Referências ........................................................................................................................................... 80
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Competência 01
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Competência 01
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Competência 01
urbanização. Já na segunda fase ocorre a substituição do vapor pela eletricidade, do uso dos
derivados de petróleo, substituição do ferro pelo aço, evolução dos meios de comunicação e
transportes e expansão da industrialização. O setor mais representativo dessa época foi o
automobilístico, pois introduziu novas técnicas de produção que foram adotadas por outras
empresas.
Essas novas técnicas ficaram conhecidas como Fordismo, pois seu criador se chamava
Henry Ford. De acordo com o fordismo, a produção deve ser em escala – em grandes quantidades –
a fim de reduzir os custos, diminuir os preços e aumentar os lucros com a venda de mais produtos.
Ao mesmo tempo, Ford percebeu que a produção em escala deveria ser direcionada para o consumo
em massa, isto é, era necessário ampliar o mercado consumidor. Para implementar o modelo fordista
de “produção em massa e consumo em massa”, os produtos passariam a seguir uma padronização.
Por exemplo, a Ford passou a fabricar o mesmo modelo de carro durante vários anos.
Tempos depois, por volta da metade do século XX, o modelo fordista parecia ter esgotado
a sua capacidade de oferecer novos produtos. Isso fez com que a indústria ampliasse os seus
horizontes com uma variedade muito maior, ou seja, produtos mais personalizados, por exemplo. Foi
quando a Ford passou a fabricar diferentes tipos de modelos de carros.
Curiosidade:
Você sabia que dizem que o insight para o processo de produção em massa,
através de esteiras mecânicas aplicadas por Henry Ford no processo de produção
dos veículos surgiu quando da visita dele a um abatedouro de bovinos? Nesses
frigoríficos, os animais eram suspensos de cabeça para baixo por uma corrente
que corria presa à uma calha, passando de um funcionário para o outro.
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Competência 01
Antes de seguir adiante, que tal conferir o Fórum da competência? Vamos lá?
Estávamos falando de como os transportes foram evoluindo e isso aconteceu por conta
do desenvolvimento tecnológico. Já imaginou você ter que caminhar até o pólo do EAD? Graças à
tecnologia existem carros, ônibus e moto para você chegar até o pólo.
Mas, o que é Tecnologia, mesmo?
De acordo com o dicionário Houaiss (2019)3 podemos definir tecnologia como: teoria
geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou
mais ofícios ou domínios da atividade humana.
Para situar você um pouco na história do desenvolvimento das tecnologias queremos
convidá-lo para uma pequena viagem no tempo. Vamos?
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Troca de mercadoria no sentido de escambo, troca do valor monetário por um bem.
2
Saiba mais sobre a história da aviação em: <https://www.portalbrasil.net/aviacao_historia.htm>. Acesso em: setembro,
2019.
3
Disponível em: <https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-3/html/index.php#0>.Acesso em: agosto, 2019.
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Competência 01
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Disponível em: <https://www.sohistoria.com.br/biografias/graham/>. Acesso em: agosto, 2019.
5
Disponível em:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:First_Bell_telephone_1875.png >
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Competência 01
Curiosidade: você sabia que a primeira ligação telefônica, via cabo, na qual foi
possível ouvir nitidamente a voz de Graham Bell, aconteceu a 10 metros de
distância de uma sala à outra. Acredita?
Agora que assimilamos o telefone como uma tecnologia que encurtou distâncias, esta
foi, e ainda é uma tecnologia que muito contribui para com o desenvolvimento dos processos da
cadeia de suprimentos.
Continuando nossa viagem no tempo, nossa parada agora acontece no ano de 1843. Veja
a figura 3, um aparelho muito similar ao aparelho telefônico: o fax.
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Competência 01
O primeiro computador eletromecânico foi construído por Konrad Zuse, um alemão, que
chegou a oferecer a máquina ao governo alemão em 1936, no entanto, o governo estava ocupado
demais com a Segunda Guerra Mundial e não aceitou a oferta e o projeto ficou parado. Foi netsa
época da guerra que surgiu os computadores atuais, só que nos EUA, eles foram mais rápidos. A
Marinha dos Estados Unidos, em conjunto com a Universidade de Harvard, desenvolveu o
computador Harvard Mark I, que ocupava 120m³, imagina o tamanho desse computador? Grande
não acha? Mas com o tempo ele foi aperfeiçoado até chegar nos tamanhos atuais. A tecnologia é
incrível, concorda?
Os primeiros computadores demoravam para calcular números, imagina digitar textos
imensos como estes que você faz ao realizar os trabalhos do seu curso técnico em EAD.
Como está o seu entendimento até aqui?
Próxima parada é o ano de 1950, com breve recorte da atividade daquele que foi
considerado pioneiro por iniciar e implantar um sistema de comunicação, via dados. Estamos falando
de J.C.R. Licklider, do Instituto de Tecnologia do Massachussetts - MIT que foi recrutado pelo exército
dos Estados Unidos da América (EUA), depois de teorizar sobre uma rede galáctica de computadores
em que era possível acessar qualquer dado. Surge assim a internet.
E para instigar você a ampliar o seu conhecimento sobre a história da, “grande rede”, a
internet, vamos apresentar de forma cronológica o desenvolvimento desta, a partir de 1969. Vamos
lá!
• 1969 - Primeira conexão entre a Universidade da Califórnia e o Stanford Institute, a
quase 650 quilômetros.
• 1971 - Já são 15 pontos na rede. Parte disso possível por causa do Network Control
Protocol.
• 1972 - É feita a primeira demonstração pública em um evento de computação. Neste
ano é inventado o e-mail.
• 1975 - Neste ano uma agência de defesa dos Estados Unidos assume o controle do
projeto. A rede ainda não tem um pensamento comercial, só militar e científico.
• 1984 - A rede é separada em duas. Parte para comunicação e troca de arquivos
militares, a MILNET, e parte civil e científica ainda chamada de ARPANET.
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Competência 01
Vamos pensar que você queira comprar uma camisa original, de uma banda
musical de muito sucesso, e de origem Japonesa. E que você queira comprar
direto da loja de produtos daquela banda (lozalizada no Japão), mas sem você
sair daqui do Brasil. Você então, por meio do acesso ao site da banda, realiza o
pedido, escolhe onde quer recebê-lo, e dentro de alguns dias, você receberá o
produto no endereço escolhido. Tudo isso sem você precisar se deslocar da sua
cidade para ir até o Japão! Isso não é fantástico?
E qual o propósito mesmo de tratarmos destas ferramentas, que têm como
premissa “encurtar distâncias”?
É aí que chegamos ao ponto principal, e que desemboca em mais um tópico
importantíssimo referente a cadeia de suprimentos. A Globalização. Vamos em
frente!
1.3 Globalização
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Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/mercado/129569-historia-origem-da-internet-video.htm> Acesso, setembro 2019.
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Competência 01
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Competência 01
atividades de exportação, no caso das vendas para países estrangeiros. Mas e no caso de vender para
dentro do próprio país?
Fácil de responder! Entenda que no caso de vender para dentro do próprio país, as
empresas podem fazer parcerias com distribuidores de outros Estados. Percebe como a globalização
facilitou tudo isso?
Se a empresa necessita de matéria-prima de outro Estado ela estabelece um acordo com
o fornecedor para que seja feita a entrega.
Voltando ao exemplo da camisa japonesa. qual é mesmo o caminho percorrido por ela, a
partir do momento em que você a comprou lá no Japão, para chegar até você?
É aqui que apresentamos mais uma palavra: Logística.
E o que isso significa?
Vamos descobrir a seguir.
Mas porque eu preciso entender de logística se estamos querendo explicar sobre a cadeia
de suprimentos?
Porque a logística é uma área importante, e que já existia antes do surgimento da cadeia
de suprimentos, ou seja, o conceito de cadeia de suprimentos surgiu como uma evolução natural do
conceito de Logística.
Lembra dos grandes impérios da Grécia e Roma que estudamos em história? A logística
foi responsável pelo sucesso e fracasso de muitos desses impérios. Naquela época existia um grupo
de militares, que eram os responsáveis por garantir recursos e suprimentos para a guerra. Assim o
conceito de logística se insere nesta movimentação de bens, e mais na frente vamos explorá-lo com
maior clareza.
Um dos grandes personagens da história dessa época é Alexandre, O Grande. Existem até
filmes sobre ele e você provavelmente já ouviu falar. Como imperador, ele tinha uma visão
estratégica, determinação e disciplina, e assim criou o mais móvel e rápido exército da época. Ele
trouxe inspiração para vários outros personagens da história mundial e para a evolução do conceito
logístico nas organizações ao redor do mundo.
Contudo, por muito tempo, especialmente no Brasil a área de logística tinha uma
importância secundária nas organizações, e para muitas delas, a logística era considerada como o
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Competência 01
setor responsável pela expedição de produtos ou o setor que contratava serviços de transportes.
Mas, após o fim da Segunda Guerra Mundial, as organizações notaram que era muito grande a
importância de se ter um departamento para cuidar da logística, pois a demanda crescia em um ritmo
acelerado, e os consumidores tornavam se cada vez mais exigentes. A partir dos anos 50 e 60, as
empresas começaram a se preocupar com a satisfação do cliente. Foi então que surgiu o conceito de
logística empresarial, motivado por uma nova atitude do consumidor.
Mas o que é mesmo a logística?
A logística é a área que trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem
que facilitam o planejamento, a operação e o controle de todo o fluxo de mercadorias e informação,
e vai desde a fonte fornecedora até o consumidor (o cliente).
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Competência 01
é realmente interessante concorda? Percebe que nesta história todos os pontos principais do sistema
de logística são apresentados? Vamos resumir eles aqui:
1. O cliente: perceba que tudo começou e terminou no cliente.
2. Área comercial: o vendedor que atendeu à solicitação do cliente, o setor de
marketing que treinou pessoas e por meio das ferramentas de marketing criou um
produto que despertasse interesse no consumidor, o setor de informática que criou
o sistema de controle da distribuição física, e possibiliou informar dia e hora de
entregar da mercadoria.
3. A fábrica: ao receber a confirmação do pedido comunica ao setor de produção, rede
de suprimentos e setor de distribuição física.
4. A administração: gerencia tudo, desde o momento de compra dos produtos ou
matérias primas, recebimento do pedido de compras dos clientes, contas a pagar e a
receber etc.
5. O mercado: o que incluíra o novo consumidor e seu celular nas estatísticas de vendas.
6. O fornecedor: aquele que fornece o celular a loja revendedora, que por meio do
computador recebeu o pedido e providenciou ao cliente.
7. A transportadora: a que verificou o roteiro de entrega na região que você como
cliente deseja receber seu celular.
8. O cliente: novamente aparece, pois tudo começa e termina aqui. Você pode se tornar
um cliente fiel a marca, se suas expectativas forem atingidas e assim induzir outros a
comprar os produtos, além disso você pode solicitar a garantia da marca, no caso do
seu celular apresentar algum defeito.
Para ficar mais claro o foi dito sobre a logística, e você verificar onde estão todos os atores
principais desse processo, veja a figura 4.
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Competência 01
Pela figura 4, podemos dizer que a logística trata da criação de valor - valor para os
clientes e fornecedores da empresa, e valor para todos aqueles que têm interesses diretos no êxito
da empresa (BALLOU, 2010).
Lembra do exemplo da camisa da banda musical do Japão, que falamos logo no começo
desta competência?
Antes de chegar até você, a camisa pode ter passado pelos mais diferentes lugares, tipos
de transportes, tecnologias da comunicação e sistemas de gerenciamento que lhe permitiram, por
exemplo, ir a um show aqui no Brasil com a camisa original da banda de sucesso lá do Japão.
Isso é valor para o cliente! Entende?
Dentro da logística, ainda é importante você saber que ela deve ser vista por meio de duas
grandes atividades que são denominadas de: primárias e de apoio.
As atividades primárias identificam aquelas que são de importância fundamental para
obtenção dos objetivos logísticos de custo e nível de serviço que o mercado exige.
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Competência 01
Já as atividades de apoio são aquelas, que dão suporte ao desempenho das atividades
primárias. Para que seja possível ter sucesso na empresa, busca-se atender plenamente os clientes.
As atividades de apoio são: armazenagem; manuseio de materiais; embalagem; suprimentos,
planejamento e sistema de informação (POZO, 2007).
1. Armazenagem: atividade que envolve a gestão dos espaços necessários para manter
os materiais estocados. Envolve fatores como localização, dimensionamento da área,
arranjo físico, equipamentos de movimentação etc.
2. Manuseio de materiais: está associado com a armazenagem e manutenção de
estoques. Envolve a movimentação dos materiais no local de estocagem, que pode
ser tanto estoque de matéria prima como de produtos acabados. Lembra dos
supermercados grandes que possuem aquelas pessoas andando com carrinhos
movimentando os produtos? É disso que estamos falando.
3. Embalagem: os produtos por serem bastante movimentados devem ter embalagens
adequadas para não ser danificados, evitando assim desperdícios.
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Competência 01
Em primeiro lugar você precisa compreender que sem cadeias de suprimentos eficientes,
o mundo praticamente para. Mas por quê? Elas são responsáveis, entre outras coisas, por colocar
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Competência 01
comida na sua mesa, providenciar a cama em que você dorme, o carro em que você anda, a roupa
que você veste e, provavelmente, até o chão em que você pisa. Entender seu funcionamento e como
gerenciá-la da melhor maneira possível, é de extrema importância.
Independente do tamanho da organização, sempre existirá uma cadeia de suprimentos.
Ela pode ser simples, compreendendo seu negócio, seus clientes e seus fornecedores. E pode ser mais
complexa, aglutinando fornecedores de fornecedores, representantes, provedores de serviços
terceirizados e intermediários em geral, por exemplo.
Como já falamos, a cadeia de suprimento é uma rede de organizações envolvidas nos
diferentes processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços destinados
ao consumidor final. Esses processos envolvem fornecedores-clientes e ligam empresas desde a
fonte inicial de matéria prima até o ponto de consumo do produto acabado. Em outras palavras,
abrange todos os esforços envolvidos na produção e liberação de um produto final, desde o,
(primeiro) fornecedor do fornecedor até o último cliente do cliente.
Achou difícil?
Vamos pensar na McDonald’s. Uma rede de produtos alimentícios, que precisa de
agilidade e estoques no nível ideal (nem em excesso, para não ter prejuízos com desperdícios, nem
escassos, para não comprometer a composição dos produtos de seu portfólio). Nesse sentido, o papel
do Prestador de Serviços Logísticos, conhecido pela sigla PSL, é fundamental. É ele quem vai
intermediar os processos e ligar a necessidade das unidades da rede, que ficam por exemplo em
Recife, com os fornecedores que podem supri-las. Assim, a estrutura da cadeia logística do
McDonalds's se organiza basicamente desta maneira: primeiro temos os agropecuários e indústrias
que fabricam carne, vegetais, etc, depois temos os fornecedores que entregam os produtos ao PSL,
que é responsável por distribuir entre os restaurantes os produtos para que você, que é o último
cliente, poder consumir aquele hambúrguer, sorvete, batata frita, etc. Ficou fácil agora, concorda?
Veja que você é o último cliente, o restaurante que você comprou é cliente do PSL, e assim por diante.
É importante você saber que vários autores da área utilizam a expressão Rede de
Suprimentos (Supply Network), ao invés de Cadeia de Suprimentos (Supply Chain), isso porque a
lógica de rede remete-nos a uma estrutura mais complexa em que raramente existe uma linearidade
na execução dos processos e/ou atividades e o contato com o cliente final não tende a ser exclusivo
do elo final da rede, até porque é difícil definir qual é o último elo da rede.
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Competência 01
O grande desafio das organizações consiste em operar de forma eficiente e eficaz, com
vistas a garantir a continuidade de suas operações, obrigando-as constantemente a buscar vantagens
competitivas. Assim, o gerenciamento da cadeia de suprimentos visa responder a questão de como
agregar mais valor e, ao mesmo tempo, reduzir os custos, garantindo aumento da lucratividade nas
operações da organização. Mas a logística também não visa a mesma coisa? Qual então a diferença
entre logística e cadeia de suprimentos?
Bem, enquanto a logística concentra-se nas operações da própria empresa, a cadeia de
suprimentos olha desde o início (o primeiro fornecedor) até os elos finais da corrente de fornecedores
e clientes. E com uma visão mais ampla e panorâmica do que a visão logística. Além da preocupação
de todas as empresas com o que ocorre ao longo de toda a sua cadeia, é necessário um intenso grau
de colaboração entre empresas ao longo da cadeia de suprimentos para que se atinja maior eficiência.
A logística, como vimos anteriormente, trata da movimentação e da armazenagem de
produtos e, para tais operações, utiliza modais de transporte, sistemas de informações, recursos
humanos e outras ferramentas para executar suas atividades. Desse modo, a logística é apenas uma
parcela envolvida com as atividades existentes em uma cadeia de suprimentos. Já as atividades da
cadeia de suprimentos estão ligadas à estratégia da empresa e são divididas em várias operações que
veremos a seguir.
As operações na cadeia de suprimentos, segundo Bertaglia (2003) , podem ser
classificadas em: planejamento, compras, produção e distribuição. Vamos juntos descobrir cada uma
das operações!
1. Planejamento: o objetivo é propiciar uma visão clara do processo como um todo,
avaliando perspectiva estratégicas de demanda e abastecimento. Essa visão
determinará de que forma as decisões tomadas isoladamente podem afetar os
diferentes processos ou seus componentes. Para atingir a integração do
planejamento, as empresas necessitam concentrar os seus esforços em algumas
atividades que afetarão seu desempenho, tais como: desenvolvimento de canais,
planejamento de estoque, produção e distribuição, envolvendo transporte etc.
Nesse caso, o conhecimento do mercado, recursos internos, a disponibilidade de
recursos externos e as atividades de integração são fatores que influenciam na
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Competência 01
elaboração dos planos. É importante também que esteja alinhado com o plano de
negócios da empresa.
2. Compras: é o processo de aquisição de materiais, componentes, acessórios e
serviços, incluindo também a seleção de fornecedores, contratos de negociação,
monitoração contínua de pedidos a fim de evitar atrasos. É muito mais que comprar
e monitorar, é estratégico que envolve custo, qualidade e rapidez nas respostas.
Assim é necessário que o profissional dessa área tenha entendimento global de
negócios e tecnologia.
3. Produção: o processo fundamental é converter um conjunto de matérias em um
produto acabado ou semiacabado. A estratégia adotada aqui afeta significativamente
toda a cadeia de suprimentos, por isso deve estar sempre alinhada com as demais
operações.
4. Distribuição: está relacionada a movimentação de material de um ponto de produção
ou armazenagem até o cliente. Inclui várias atividades: gestão e controle de estoque.
manuseio de materiais ou produtos acabados, transporte, armazenagem,
administração de pedidos etc.
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Competência 02
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Competência 02
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Competência 02
Com todas estas atribuições já deu para notar a real importância deste setor para a Cadeia
de Suprimentos, não é mesmo?
Mas, vamos em frente!
Veja na figura 5, um exemplo de fluxo de compras na Cadeia de Suprimentos:
7
Assunto que você pode conferir no e-Book de Tecnologia da Informação do Curso Técnico em Administração.
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Competência 02
Assim como toda a organização, para que a atuação da área de compras seja realizada de
maneira mais efetiva, se faz necessário que ela trabalhe de forma estratégica, pois vimos que dela
são exigidas muitas atribuições.
Neste momento, você pode estar se perguntando: - Mas como elaborar uma estratégia
de compras eficaz?
O processo de compras realmente é complexo e diversificado, e é exatamente por este
motivo que é preciso pensar estrategicamente para que os objetivos do setor e da empresa possam
ser alcançados. Utilizamos aqui autores que são importantes para essa discussão, como Bowersox et
al (2014), que para eles existem três importantes passos para pensar estrategicamente nas compras:
• Primeiro, devemos tomar as decisões pertinentes a quais produtos e serviços
devem ser produzidos ou realizados internamente e qual devem ser adquiridos de
fornecedores externos (terceirizados);
• Segundo, pensando nessa situação de compras, temos que traçar alternativas
estratégicas para lidar com esse processo;
• Terceiro, também devemos determinar abordagens para criar um portifólio de
estratégia de compras.
A partir destes passos os autores acreditam ser possível fomentar um bom cenário de
estratégias das compras.
Vamos detalhar um pouco mais esses passos?
E aí, comprar ou fazer? Eis a questão!
Pensar sobre estes fatores requer uma decisão precisa e bem estruturada. É necessário,
como dito anteriormente que a empresa analise quais produtos e serviços devem ser internamente
executados ou, quando necessários, adquiridos de fornecedores externos. Esta decisão é classificada
como suprimento interno versus terceirização, também conhecida em inglês como make or buy.
Observe adiante, o exercício adaptado a partir do livro de Martins e Alt (2006, p.96). Sobre
o caso da Empresa Meshmax8.
8
Empresa fictícia elaborada pelos autores, 2019.
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Competência 02
Vamos a um exemplo!
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Competência 02
Dessa forma, a melhor opção verificada para o gestor da limpeza urbana é a utilização dos
recursos próprios. Ou seja, terceirizar o serviço as vezes não será a melhor opção. Um fator
importante para ser pensado sobre este processo é ter ciência que a decisão pela terceirização,
implica na empresa abrir mão do controle para um fornecedor.
Não ficou claro? Veja, esse “abrir mão do controle”, significa que a empresa deverá
assumir os riscos, sobretudo, caso deseje terceirizar sua atividade fim. Em regra, o processo de
terceirização deve ser utilizado como vantagem na realização de atividades menos importantes, pois
como foi anteriormente abordado os recursos financeiros que seriam investidos na execução de
determinadas atividades, poderão ser melhor empregados nas atividades internas. Todo processo de
decisão sobre “comprar ou fazer” deve ser bem pensado e calculado.
Na oportunidade, que tal você dar uma lida no material complementar antes de continuar
a leitura do e-Book?
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Competência 02
De forma geral, toda empresa possui o setor ou a pessoa (profissional) responsável pela
realização das compras. Bowersox et al. (2014, p.90) identifica quatro abordagens estratégicas para
compras, são elas:
• Compras pelo usuário;
• Consolidação de volume;
• Integração Operacional dos Fornecedores;
• Gerenciamento de Valor.
Para que você compreenda de forma mais rápida a estratégia de compras pelo usuário,
veja esse exemplo:
Patrícia trabalha na Meshmax, aquela empresa que trabalha produzindo filtros para
máquinas de refrigerantes. Pois bem, na empresa, Patrícia é responsável pelos serviços gerais e todos
os meses ela precisa fazer um check-list de todos os itens que estão chegando ao fim para que possa
fazer a reposição (sacos de lixos, desinfetantes, vassouras, álcool, sabão em pó, sabonete líquido,
papel toalha, lustra móveis etc.). Na Meshmax existe um setor responsável pela compra dos
suprimentos para a fabricação dos filtros, porém quando as compras são referentes aos materiais de
escritório ou mesmo aos materiais de serviços gerais, essa atividade passa a ser do responsável pelo
setor que solicitou o material e dessa forma não sobrecarrega o setor de compras. Na estratégia de
compra pelo usuário, os próprios funcionários podem determinar suas necessidades de compras.
Já que estamos aqui falando sobre estratégias de compras, o que seria a estratégia de
consolidação de volume? Vamos supor a seguinte situação:
A empresa Meshmax, no início de suas atividades na década de 1980, tinha como prática
a aquisição dos seus materiais através de diversos fornecedores. Esta era a realidade da empresa à
época. Os proprietários observavam vantagens significativas nesta conduta, pois recebiam cotações
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Competência 02
de diferentes empresas fornecedoras e acreditavam que manter diversas fontes impediria o processo
de dependência de fornecedor. No entanto, esta já é considerada uma visão ultrapassada no processo
de compras. Atualmente, consolidar volume, quer dizer trabalhar com um número reduzido de
fornecedores.
Mas qual vantagem estratégica em reduzir o número de fornecedores?
Veja, bem! Consolidar as compras em poucos fornecedores, aumenta a capacidade de
negociação da empresa junto ao fornecedor, assim, também é vantajoso para o fornecedor, pois este
tem garantido o seu volume de vendas.
É importante ter em mente que apesar das vantagens apresentadas, manter um único
fornecedor é um risco para empresa. É por esse motivo que certificar fornecedores, poderá minimizar
futuros contratempos.
A Meshmax, compreendendo estes novos conceitos sobre consolidação de volume,
entendeu que não se tratava de manter uma única fonte de suprimento. Ela percebeu que era
necessário utilizar uma quantidade menor de fornecedores quando comparado a períodos
anteriores. Um fator importante e que já temos ciência é que o pessoal da Meshmax já compreende
bem e aplica a estratégia da consolidação de volume. Mas precisamos conversar sobre a estratégia
utilizada que é chamada de integração operacional dos fornecedores. O nome já deixa claro sobre o
que se trata, mas caso você ainda não tenha percebido, vamos ao exemplo para clarear as ideias.
O gestor de compras da Meshmax resolveu integrar seu principal fornecedor ao seu
sistema operacional interno.
Mas, como assim?
Ele abriu as informações internas das vendas para o fornecedor?
Isso mesmo! Vamos a explicação?!
Primeiro, para que essa prática de integração ocorra, é importante que exista confiança,
parceria e contratos que a regule. Um dos principais propósitos da integração operacional dos
fornecedores é o de permitir que o fornecedor tenha acesso direto às informações de compra e
venda, assim o fornecedor fica ciente sobre quais são os produtos mais vendidos.
Com base nestas informações, o fornecedor poderá se posicionar de forma mais eficaz,
pois à medida que acompanha as informações no sistema de vendas consegue realizar um
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Competência 02
planejamento mais adequado e o comprador, no caso aqui a Meshmax, receberá seus suprimentos
sempre dentro do prazo.
O que pode-se destacar, deste modelo estratégico de compras, é a melhoria no processo
de comunicação, pois a integração operacional, tende a melhorar o fluxo das informações, reduz o
tempo do pedido e elimina erros de comunicação.
Percebeu agora que ambos os lados são beneficiados?
Para que você possa compreender um pouco melhor sobre cliente-fornecedor, sugiro
acessar o material disponível através do link de QR-Code disponível a seguir.
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Competência 02
do projeto pode reduzir custos. Dessa forma, quanto maior o nível de envolvimento do fornecedor
com o projeto, maiores são as possibilidades de a empresa lucrar com o conhecimento e as
competências desse fornecedor.
Para tornar mais clara essa relação entre empresa versus fornecedor, veja a situação a
seguir (adaptado: BOWERSOX, et al., 2014, p.92):
O engenheiro de projetos da Meshmax estava completando o esquema de montagem dos
novos filtros que seriam testados em uma das máquinas de refrigerantes quando, durante o processo,
o engenheiro do fornecedor (que já havia sido designado apesar de a produção ainda não ter iniciado)
perguntou se a terceira camada do filtro poderia ser alterada em cerca de 1,3mm. O engenheiro de
projetos da Meshmax, depois de alguma consideração, respondeu que isso poderia ser feito sem
qualquer impacto no produto final; e ficou curioso para saber por que o fornecedor havia solicitado
a alteração. A resposta foi que, ao reduzir a terceira camada do filtro, ele poderia utilizar as
ferramentas e moldes já existentes para fabricar o novo filtro numa espessura um pouco mais fina.
Com o projeto original, seria necessário um enorme investimento de capital para comprar as novas
ferramentas para fabricação. Quando analisados os custos, notou-se uma redução de
aproximadamente 25% a 30% no custo da fabricação do filtro.
Ficou claro para você o quanto foi importante a intervenção do engenheiro do
fornecedor? Ambas empresas obtiveram vantagens. A Meshmax que vai pagar um pouco menos pela
fabricação do novo modelo de filtro e a empresa fornecedora que irá utilizar equipamentos já
disponíveis o que otimizará a fabricação e o tempo de entrega.
Todo esse processo de estratégias de negociação, foram vistos, nestes exemplos, no setor
de compras, mas o processo de negociação é importante e deve envolver outros setores da empresa
(marketing, financeiro, contabilidade, comercial, entre outros), assim através da cooperação de todos
a empresa alcançará seus objetivos de maneira mais eficaz.
Por fim, chegamos à etapa sobre portfólio de estratégias de compra. No caso, portfólio
será entendido como etapas que a empresa utilizará para selecionar melhor seus fornecedores, ou
seja, ela formará um portfólio de fornecedores excelentes.
Adiante conversaremos um pouco mais!
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Competência 02
Precisamos reforçar o entendimento de que o processo de compra não é igual para todas
as situações, pois cada insumo é diferente e requer uma perspectiva distinta. Muitas organizações,
de maneira equivocada, demandam a mesma energia para os procedimentos de compras. Uma coisa
é a aquisição de uma pequena quantidade de itens, outra é a realização de uma compra estratégica.
O ideal é que seja despendido tempo e recurso de maneira proporcional para cada tipo de compra.
Uma estratégia que deve ser adotada para obter êxito é a chamada análise de gasto, esta
ferramenta possibilita que os gestores identifiquem quanto está sendo gasto em cada tipo de produto
ou serviço.
Vamos ao exemplo?
Uma análise de gastos na empresa Meshmax constatou que os equipamentos de proteção
individual (EPI) descartáveis, utilizados pelos 20 operários da produção, (propé, touca, máscara e
luvas), eram provenientes de 8 fornecedores. Através da análise de gastos é possível determinar uma
estratégia de compra mais adequada para cada um dos produtos necessários para a empresa.
É dessa forma que se vai construindo um portfólio estratégico de compras!
Bowersox et al. (2014, p.95), identifica quatro abordagens para determinar a compra de
rotina, compras de gargalo, compras de alavancagem e compras críticas, como estratégias
adequadas de compras.
Vejamos, nos tópicos adiante cada uma delas.
De modo geral, a compra de rotina oferece baixa percentagem do gasto total da empresa.
O não fornecimento, não compromete as atividades fins e geram apenas alguns incômodos. Podemos
imaginar a falta de material de escritório, falta de sacos de lixo, de papel higiênico, de sabonete
líquido. Estes itens são de fácil aquisição utilizando-se, por exemplo, o “cartão de compras”, um tipo
de cartão de crédito coorporativo para que os usuários comprem justamente estes itens rotineiros.
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Competência 02
Aqui temos como itens os commodities para os quais existem muitas fontes de
fornecimento.
Não sabe ou não está lembrando o que são os commodities?
Agora que você já acessou a matéria sobre commodities, ficou mais fácil de entender o
motivo pelo qual existem muitas fontes de fornecimento, não é mesmo?
Pois bem, as compras para alavancagem envolvem pouco risco de fornecimento, no
entanto, o gasto nesses produtos é relativamente alto. Nestas situações é significativo que o gestor
de compras trabalhe na estratégia de consolidação de volume.
Recomendo que você volte um pouco a leitura para recordar sobre o que tratamos sobre
este assunto no item 2.1.2.
36
Competência 02
Compras críticas se- referem justamente àqueles itens e serviços estratégicos para a
empresa. São aqueles que geram um alto impacto e uma falha pontual no fornecimento pode gerar
danos catastróficos.
Neste sentido, dado a sua importância e ao risco envolvido, há uma forte tendência em
concentrar as compras em fornecedores específicos. Aqui, então, faz-se necessário estabelecer as
estratégias de integração operacional do fornecedor e lembrar do gerenciamento de valor.
Vamos agora entender o que acontece com os insumos após a etapa de compras. Este
processo é chamado de armazenagem, vamos conhecer ele a seguir.
37
Competência 02
38
Competência 02
Antes de avançarmos nos estudos sobre armazenagem, acredito ser relevante distinguirmos
esses três termos: armazenagem, estoque e centro de distribuição.
Você sabe a diferença entre eles?
Apesar da semelhança, cada um tem um objetivo distinto.
Vamos conhecer?
• Armazenamento – ação de reter, armazenar, guardar um determinado bem.
• Estoque – quantidade de mercadoria, quantidade de produtos armazenados para fins
específicos.
• Centro de Distribuição – além de armazenar produtos, atende também a pedidos.
Agora que já sabemos sobre o armazenamento, vamos estudar um pouco mais sobre
algumas especificidades deste importante componente dentro da cadeia de suprimentos?
Que o processo de armazenagem é importante, isso sabemos. Mas, quais os benefícios
econômicos ele pode trazer?
39
Competência 02
Aqui temos a situação de produtos que são fabricados o ano inteiro, mas que são vendidos
em grande volume, em determinadas épocas do ano, a exemplo de produtos escolares, enfeites de
natal, etc. E, temos também produtos que tem sua produção apenas em determinadas épocas do
ano, é o caso de produtos agrícolas, que dependem da safra para sua produção. O armazenamento
40
Competência 02
eficiente em ambos os casos, precisa atender as restrições impostas tanto pelos produtores de
insumos como pelos consumidores.
41
Competência 02
Pois é! A empresa poderá optar, inclusive, por uma combinação entre parte da sua
produção em depósito próprio ou alugado e parte em depósitos terceirizados. A decisão ficará a
critério da gestão sempre com o objetivo de redução no custo total.
42
Competência 03
43
Competência 03
44
Competência 03
• Transporte
• Recebimento
9
Compreender agentes como profissionais e/ou empresas envolvidas no processo de transporte, armazenamento, expedição, movimentação da
mercadoria.
45
Competência 03
Mas para que os envios cheguem em conformidade aos destinos, o Gerente de Expedição
precisa optar pelo melhor modal ou modais! Ao que importa dizer, em relação aos modais de
transporte, nota-se que estes correspondem às formas usadas para que os produtos e as mercadorias
sejam levadas do endereço em que são fabricadas até o seu destinatário final.
Logo, se faz necessário um breve recorte sobre transporte - O transporte é uma área
operacional da logística, que movimenta e posiciona geograficamente os estoques. Pozo (2007),
autor de referência na área de logística, diz que: “o transporte é essencial na organização, para levar
de alguma forma, até o consumidor final, as suas matérias-primas ou produtos acabados” ou serviços.
Os modais utilizados são: rodoviário, ferroviário, hidroviário, dutoviário e aeroviário”.
46
Competência 03
47
Competência 03
Sabendo quando e qual o melhor modal a ser utilizado para o transporte de seu
produto, ainda em estágio de matéria-prima ou já industrializado, uma empresa pode
aumentar sua margem de lucros diminuindo os custos de distribuição, os gastos com
produtos avariados e logística reversa (MARTINS, 2006, p.406).
48
Competência 03
não é o suficiente para superar o modal Geralmente, é utilizado para todos os tipos de
rodoviário. encomendas, desde que em grande volume.
Esse tipo de transporte é frequentemente Isso ocorre porque os pedidos são
utilizado para o envio de cargas de alto valor acondicionados em contêineres e depois
agregado, tais como equipamentos eletrônicos, acomodados no navio. Apenas a lentidão dos
que exigem maior segurança até a sua chegada navios e o risco de naufrágios afetam essa
ao destino. Outra área que utiliza esse tipo de operação.
transporte são os produtos perecíveis, como:
flores; alimentos; e medicamentos.
O custo elevado é um dos principais
empecilhos para o crescimento dessa
modalidade, que, muitas vezes, não é
compensado pela eficiência e maior segurança.
Do que foi apresentado sobre os modais no quadro 2, você conseguiu perceber que a
decisão por determinado modal também se dá pelo tipo de carga que será transportada? No que
tange ao que foi apresentado até agora, a afirmação é até óbvia, não é mesmo?
Curiosidade
Você sabia que a Intermodalidade, nas ferrovias,apesar de o transporte de
minério e carvão representar aproximadamente 80% do volume total, as
ferrovias têm procurado diversificar as cargas transportadas. A movimentação de
contêineres, por exemplo, tem revelado uma expansão bastante positiva. Desde
1997, a movimentação de contêineres cresceu quase 142 vezes. Em 2018, foram
mais de 492 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés)
transportados por ferrovias. Ver artigo completo em: ANTF .
Fonte: Associação Nacional dos Transportes Ferroviários, 2019.
Em síntese, podemos afirmar que quanto mais perecível for a carga a ser movimentada,
maior a necessidade do curto prazo (rapidez entre o despacho e a entrega), o que por vezes, onera
os custos referentes à logística e impacta na lucratividade da empresa. Isso são os impactos da
49
Competência 03
decisão pelo modal ou sistema de modal, quando esta não é assertiva, ou há ocorrências que
impedem o trânsito do item ao destino, no tempo previsto para entrega.
Somada às variáveis já mencionadas, que devem está no “radar de decisão” do gerente
de cargas, compete lembrar que ainda há necessidade de transporte com acondicionamento
específico, para o tipo de carga a ser movimentada. Este é o caso, por exemplo, das flores naturais.
Para este tipo de artigo é imprescindível que se mantenha a qualidade do que precisa ser entregue,
desde a sua origem, e mais uma vez, ao destino final, em perfeito estado para distribuição,
comercialização e/ou consumo. E por vezes, há situações na quais, o profissional responsável pela
expedição da carga precisa decidir por um sistema de transporte multimodal, entende?
Assim, do que foi apresentado até agora sobre: expedição, funções relacionadas a
expedição e modal, por certo você já é capaz de fazer uma síntese em ao menos cinco linhas do que
aprendeu até aqui, não é mesmo?
Vamos experimentar?
Então, como você se saiu?
Acredito que bem!
50
Competência 03
E após esse pequeno exercício de memorização, que tal trocar uma ideia com os colegas
para se apropriar do conhecimento adquirido e voltar ao e-Book de Cadeia de Suprimentos onde na
sequência vamos tratar de distribuição sob a óptica da expedição?
3.1 Distribuição
Ainda, o mesmo autor, Martins (2006, p.405), diz que o processo de distribuição já tem
início na fábrica do fornecedor e encerra com a entrega ao cliente final. E como os produtos estão
em constante movimento da fábrica ao consumidor final, importa destacar duas etapas do
movimento desses produtos. Que são:
• Movimento: modal de transporte
• Quem faz a movimentação: o operador de transportes
O mesmo Martins (2006, 406), ainda afirma que “a movimentação física dos bens, para a
maioria dos negócios representa um custo significativo”. O que impacta na competitividade, com
destaque para: Confiabilidade e Controlabilidade. No que tange a confiabilidade, esta trata da entrega
51
Competência 03
no prazo correto, com a embalagem correta, sem danos causados pelo transporte e erros no
faturamento. Já em relação a controlabilidade é indispensável a capacidade de rastreamento e ação.
Destaca-se ainda, que algumas empresas optam por possuir seus próprios meios de
distribuição, o que por vezes exige grande investimento inicial. Este é o exemplo de uma fábrica que
atua no segmento de descartáveis. A fábrica está localizada em São Ludgero - RS e a distribuição da
produção era realizada por frota rodoviária de carretas própria, com tecnologia de sistema de
monitoramento desenvolvido pela própria empresa. Ao menos era assim, que funcionava lá pelos
anos “2000 e idos…” Já àquela época, o custo de uma frota própria era oneroso - porém este também
era um grande diferencial competitivo, para o cliente receber o que era esperado, dentro do prazo
esperado e com a otimização dos recursos, por conta das carretas também servirem de transporte
para outras fábricas do grupo em outros Estados do País.
Em contrapartida, o custo oneroso em ter um sistema próprio de frota faz com que outras
empresas contratem os serviços de terceiros. Tipo de serviço, para o qual há no mercado empresas
especializadas, desde a entrega de pequenos volumes (pacotes) a grandes frotas. Conforme
observado na competência 2. O que nos remete a entender mais sobre denominações usuais na
expedição a partir do item a ser movimentado, observe o subtópico seguinte.
TIPO DESCRIÇÃO
- é o tráfego de porta-a-porta, de cargas
TRANSPORTE DE CARGA GERAL completas ou fracionadas, embaladas ou não,
que, por sua natureza e característica, utiliza
52
Competência 03
53
Competência 03
• Conhecimento de transporte
O conhecimento é um documento que acompanha a mercadoria durante todo o trajeto
da origem ao destino final. Nele estão contidas as informações referentes à origem da mercadoria,
da transportadora responsável pelo despacho e dados de destino. Além da data de saída e número
da nota fiscal que “amarra” a informação do conhecimento a mercadoria em trânsito. Atualmente, o
Governo Brasileiro instituiu o CTe - Conhecimento de Transporte Eletrônico. Você sabe o que é o CTe?
54
Competência 03
Pela legislação vigente no ano de dois mil e dezenove, este substitui os documentos
utilizados pelos modais para cobertura de suas respectivas prestações de serviços. Que são:
I. Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8;
II. Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9;
III. Conhecimento Aéreo, modelo 10;
IV. Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11;
V. Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 27;
VI. Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7, quando utilizada em transporte
de cargas.
Os documentos que não foram substituídos pelo CT-e devem continuar a serem emitidos
de acordo com a legislação em vigor (considerada a de 2019 - ano de publicação deste e-Book).
Adiante, na figura 9 é abordado sobre conhecimento de Transporte Eletrônico.
Fonte: Conhecimento de Transporte Eletrônico
55
Competência 03
Em síntese a figura 9 retrata as partes que se deve ater mais atenção no momento do
preenchimento de um CTe.
Logo, do que foi versado até aqui, podemos compreender que o conhecimento pode ser
comparado a uma passagem de embarque da mercadoria, para o transporte que ela precisa “pegar”
para chegar ao destino, não é mesmo?
Para ampliar este entendimento vamos recorrer ao termo: Proper Shipping Name. Para o
processo logístico dentro da cadeia de suprimentos significa: discriminação de mercadorias. Que tem
o propósito de descrever produtos específicos em todos os documentos e notificações de expedição,
56
Competência 03
aplicável a produtos (ver mais em: Dicionário de Logística). Ao que por certo, a figura 10, sintetiza um
pouco a importância do CTe para a movimentação da carga.
Após a emissão dos documentos, a expedição precisa contar com os espaços necessários
à movimentação dos mais diferentes volumes: Containers, pallets, caixas e/ou cargas das mais
variadas. Perceba então que a “interface” entre a expedição e os modais com a finalidade de facilitar
o carregamento e descarregamento de mercadorias recebe o nome de doca. Ou seja, a doca é o
portão de entrada / saída de volumes. Ela é também uma área de passagem que facilita o acesso para
a realização dos serviços. No caso de centros comerciais como os shoppings, por exemplo, por onde
você acha que saí todo o lixo gerado diariamente nas praças de alimentação deste tipo de
estabelecimento? Pelas docas destinadas a esta finalidade.
Logo a seguir temos a figura 11, que ilustra um espaço de armazenagem e expedição de
transporte rodoviário.
57
Competência 03
Na figura 11, tem-se uma doca de acesso direto ao armazém. O piso elevado facilita a
transferência da carga, que pode ser organizada em pallets, para o transporte rodoviário - caminhão.
E ainda, sobre as ações que envolvem a expedição, movimentação, armazenagem, distribuição,
transporte da carga, destinação, etc. é preciso atentar para o DOCK TO DOCK ou DTD. Você sabe o
que é isso?
58
Competência 03
Aqui, cabe voltar um pouco ao início desta competência. Lembra que mencionamos sobre
as atribuições do gerente de expedição, uma delas é garantir a qualidade do produto desde a origem
ao destino final (de novo)? Que um fator determinante para uma decisão mais assertiva é o tipo de
modal escolhido, conforme os bens / produto / mercadoria a ser movimentado? E ainda
referenciamos que no Brasil os tipos de produtos que mais fazem uso dos modais são as commodities
(café, milho, soja…)?
Então, todo esse resgate foi para chamar sua atenção, de que para este tipo de carga
(commodities) há a preconcepção de que estes são itens que atendem aos requisitos de qualidade.
Consequentemente, em relação à movimentação, há um fator complicador. A data limite de
expedição.
Data limite de expedição - Data após a qual um produto não pode ser expedido
para o cliente.
A data limite de expedição é uma informação mais que relevante para o gerente de
expedição. Por ela é possível realizar a alocação de mercadorias em cargas unificadas ou distintas.
Decidir pelo melhor tipo de modal ou sistema de modal que transportará a carga, em tempo hábil até
o endereço de destino. Aqui cabe também atentar que o conhecimento da data limite colabora para
com as ferramentas de gestão do tipo Just in Time (que será abordada na competência 4), de modo
que o insumo e/ou peça esteja disponível ao cliente (montadora / repositor) em tempo hábil ao seu
uso, sem onerar os custos para a empresa, por ter que manter, por exemplo, algum item em estoque
sem previsão de uso.
59
Competência 03
Compete agora afirmar que a expedição é, portanto, auxiliada por os mais diferentes tipos
de sistema. E dentro da cadeia de suprimentos conta com os chamados Supply Chain Management (SCM):
60
Competência 04
É importante que você entenda primeiro como surgiu essa história do JIT. Lembra das
grandes guerras mundiais? Depois desse período de pós guerras, as potências ocidentais,
principalmente Estados Unidos (EUA) tinha interesse de restabelecer o Japão como potência
industrial, já que ele estava no oriente e poderia ajudar a conter o avanço dos comunistas, que era a
grande preocupação. O Japão é transformado nesse momento na base avançada capitalista do
extremo oriente.
Dentro dessa reconstrução do Japão, muitas técnicas, como o controle estatístico de
processo foi trazido dos EUA, principalmente por meio de W.E. Deming, americano, aquele
responsável pelo ciclo PDCA (planejar, executar, verificar e agir), você já deve ter ouvido falar dele
em algumas das disciplinas desse curso, se não, certamente ainda irá ler sobre.
Os japoneses não ficaram esperando apenas que os EUA importassem suas técnicas, eles
começaram a melhorar o que era trazido, a exemplo de TaiichiOhno, um japonês, formado em
Engenharia Mecânica que na época era diretor da Toyota (aquela empresa de carros, lembra?). Por
volta da década de 1950, a empresa estava à beira da falência e, por isso, não poderia fazer novos
investimentos em equipamentos e novas invenções. Nesse momento iniciou uma longa colaboração
entre Ohno, ShigeoShingo, consultor de qualidade da Toyota, e Deming (aquele do PDCA), para criar
um sistema de estratégia de manufatura que fizesse a empresa obter lucro e sustentabilidade para
atingir o crescimento. Em 1956, Ohno foi visitar os EUA e observou que os supermercados
recolocavam mercadorias nas prateleiras a partir do momento em que elas eram vendidas. Ele trouxe
a ideia para implantar nas fábricas da Toyota.
61
Competência 04
E na fábrica da Toyota, a ideia trazida por OHNO, permitiu uma operação nivelada entre
os postos de operação, onde o posto precedente repõe apenas as peças certas na quantidade certa
e no momento certo, ou seja, no instante que o posto sucessivo as consumiu, assim como acontecia
nos supermercados, isso prevenia a formação de estoques (OHNO, 1996).
Assim o JIT nascia, um método de gerenciamento da manufatura desenvolvido pelos
japoneses em 1970, que se baseia no conceito de ‘puxar’, ou seja, produzir contra uma demanda. Um
autor de referência sobre esses estudos, Bertaglia (2003), explica melhor com a seguinte frase: “ Não
me dê esse material até que eu precise dele, e quando eu o solicitar, me dê imediatamente, e as
minhas exigências com respeito à qualidade e ao custo devem ser plenamente satisfeitas”. A
preocupação então era satisfazer a demanda do consumidor. Assim, muitas empresas seguiram o
exemplo da Toyota e nos anos seguintes o conceito do JIT ganhou muitos adeptos. Vale aqui
relembrar que o sistema Toyota surgiu depois do Fordismo, aquele que falamos na primeira
competência. Observe a figura 12, ela nos traz um exemplo de fábrica automobilística, neste caso o
da Toyota.
62
Competência 04
O autor Ballou (2006), explica que o JIT é uma filosofia de planejamento em que todo o
canal de suprimentos é sincronizado para reagir às necessidades das operações dos clientes. Para ser
mais claro ainda, um outro autor importante sobre o tema, Pozo (2007), afirma que o JIT é como uma
filosofia de produção voltada para eliminação de desperdícios no processo total de fabricação das
compras à distribuição. Alinhando esses dois conceitos, podemos dizer que o objetivo do JIT, envolve
a coordenação das atividades de modo que os materiais e produtos adquiridos estejam no local de
produção ou montagem exatamente no momento em que são necessários para o processo de
transformação.
O JIT, se aplicado de maneira correta, reduz ou elimina a maior parte dos desperdícios
que ocorrem nas compras, produção, distribuição e atividades de apoio à produção. Entenda
desperdícios como qualquer quantidade maior do que o mínimo necessário de equipamento,
materiais, componentes e tempo de trabalho absolutamente essencial à operação.
Lembre-se sempre da palavra desperdício quando pensar em JIT, assim fica fácil lembrar
do conceito. Mas essa eliminação é mesmo eficiente? Sim!
Os resultados a longo prazo da eliminação de desperdícios são tão eficientes em termos
de custos e qualidade com atuação direta sobre o consumidor que se tornam uma “arma
estratégica".
ANOTA AÍ!
Como o JIT propicia um sistema de produção mais eficiente e com menos
desperdícios, as empresas ficam menos dependentes da atuação do marketing
para conseguir diferenciar seus produtos e aumentar sua participação no
mercado (POZO, 2007).
Vale destacar que o JIT também não proporciona às empresas apenas uma substancial
melhoria na qualidade dos produtos que elas produzem, mas também permitem reduzir o tempo de
resposta do mercado. O que isso quer dizer? Simples de explicar. Vamos lá! Os produtos novos ou
modificados por sugestões dos consumidores podem ser colocados no mercado na metade do tempo
considerados normal. Ou seja, os produtos chegam mais rápido até você, que é um potencial cliente!
Ótimo isso, concorda?
Nosso velho conhecido Ballou (2006) aponta algumas características principais do JIT que
são importantes para você compreender, observe a figura 13.
63
Competência 04
Produção/compra e
transporte de mercadorias
Relações privilegiadas com Informação compartilhada
em pequenas quantidades
poucos fornecedores e entre compradores e
são frequentes e se
transportadores; fornecedores;
traduzem em níveis
mínimos de estoques;
Agora que entendemos o que é o JIT, podemos então compreender melhor como ele
pode ser usado dentro da gestão da cadeia de suprimentos. Para isso vamos começar entendendo os
objetivos do JIT.
64
Competência 04
ANOTA AI!
Dois tipos de manutenção nas máquinas podem ser feitas: preventiva e
preditiva. A manutenção preventiva como o nome fala previne o risco de
quebras, já a manutenção preditiva, utiliza ferramentas para monitorar o
desgaste físico, o grau de esforço, a temperatura e outros atributos dos
equipamentos.
10
Empresa fictícia criada pelos autores para este e-Book.
11
Empresa fictícia criada pelos autores para este e-Book.
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16 Empresa fictícia criada pelos autores para este e-Book.
12
Empresa fictícia criada pelos autores para este e-Book.
Competência 04
desnecessária dos produtos dentro da fábrica, zero parada de máquinas, todo o processo de
produção acontece de forma rápida e todo o fluxo na cadeia de suprimentos, que começa lá no
fornecedor Alcoolite por exemplo, vai sendo gerenciado de forma que o cliente final, como você por
exemplo, receba seu cosmético de forma mais rápida e com qualidade. Percebeu como o JIT ajuda na
cadeia de suprimentos?
Você percebeu que todos esses objetivos visam a eliminação de desperdícios, seja de
tempo ou recursos? Isso faz parte da filosofia do JIT, que vamos explicar melhor no subtópico
seguinte.
Para entender mais como funciona o JIT em uma fábrica assista ao vídeo no
link: https://www.youtube.com/watch?time_continue=29&v=UBgS6k8G5sQ
Dica importante
O JIT não é resultado de uma técnica específica, requer um olhar de toda a
organização e deverá ser implantado respeitando-se as características
operacionais e organizacionais de cada empresa.
Agora vamos detalhar cada uma das razões da filosofia JIT a seguir.
66
Competência 04
67
Competência 04
Vai funcionar em minha empresa? Essa é a primeira pergunta dos altos executivos da
Charme e cheiro que se interessam pelo JIT. O que podemos responder para essas pessoas é o que
sistema JIT pode funcionar em qualquer ambiente produtivo, seja qual for o ramo produtivo. Ele pode
até mesmo funcionar igualmente bem em empresas cuja atividade não envolva produção.
As implicações do JIT são inúmeras, é necessário lidar com fornecedores que tenham
níveis altos e consistentes de qualidade, visto que seus componentes irão diretamente para o produto
final. É necessário um desempenho logístico absolutamente confiável que elimine, ou pelo menos
reduza a necessidade de estoques de materiais de reserva (BOWERSON, et al., 2014).
Agora vamos entender sobre o envolvimento dos funcionários, no tópico seguinte.
A filosofia JIT visa fornecer diretrizes que incluem todos os funcionários e todos os
processos na organização. Uma cultura organizacional adequada tem sido vista como um importante
fator para apoiar esses objetivos, com a ênfase no envolvimento dos funcionários. Este enfoque
também tem sido chamado de sistema “de respeito pelos homens”, que incentiva a resolução de
problemas por equipes, rotação de cargos (um funcionário passar por vários cargos dentro da
empresa) e multi-habilidades. A intenção é encorajar a responsabilidade pessoal e o engajamento no
trabalho (SENAI, 2015)
É importante destacar que esse envolvimento deve ser contínuo e a administração
superior, como os diretores, gerentes também devem estar envolvidos. Isto significa uma mudança
no relacionamento entre os administradores e outros gerentes, nos critérios de seleção e
substituição, nos critérios de avaliação do trabalho, do relatório de grupo e da comunicação geral. As
metas devem ser revistas, dando-se ênfase às atividades de melhoramento, que ganharam, status
em relação às prioridades dado às atividades de controle.
A participação dos operários por meio dos círculos de qualidade conduz a solução de
problemas e melhorias nos processos, constituindo um meio de motivação e compromisso com o
processo de aprimoramento contínuo, que será explorado a seguir.
68
Competência 04
Os objetivos do JIT como já vimos normalmente são expressos como ideais, como por
exemplo, quando se fala que os produtos devem estar no lugar certo, na hora certa com qualidade
perfeita sem desperdícios. Mas sabemos que isso nem sempre é possível, assim o JIT tenta se
aproximar ao longo do tempo. Nesse caso o aprimoramento contínuo é uma parte muito importante
para o JIT. A palavra japonesa para aprimoramento contínuo é kaizen, parte chave da filosofia do JIT.
A ideia é fazer mudanças sempre que necessário visando uma melhoria.
Embora você deve estar aí pensando que a direção da empresa é quem deve assumir
essas mudanças, na verdade a responsabilidade dos aperfeiçoamentos é das categorias mais baixas
da organização. Esta filosofia postula o trabalho de equipe. Essas equipes são responsáveis pelas
operações individuais que realizam, pela correta coordenação das operações e pelo
aperfeiçoamento. Lembra quando falamos antes no envolvimento dos funcionários que a intenção é
fornecer responsabilidades para os funcionários? Pois aqui no aprimoramento acontece também.
A filosofia do Just in Time prevê metas amplas e ambiciosas, porém não são alcançadas
da noite para o dia, mas em um movimento contínuo de aperfeiçoamento, o Kaizen:, que se traduz
em: zero defeito, tempo de preparação zero, estoque zero, quebra zero, lead time zero, e lote
unitário.
Para que todas essas mudanças ocorram, a empresa deve formar seus trabalhadores na
aquisição de ferramentas necessárias como: trabalho em equipe; brainstorming (ambiente propício
à geração de ideias e soluções inovadoras); identificação de problemas, diagramas de causa/efeitos
e análise de processos.
69
Competência 04
70
Competência 04
Contudo muitas pessoas acreditam que o fundamento lógico para eliminar estes estoques
está no fato que eles custam dinheiro. SIM! De fato, a manutenção dos estoques pode custar até 30%
do seu valor.
A verdadeira razão para o JIT recomendar a redução ou eliminação de estoques, é que
eles são inerentemente maléficos. Eles são prejudiciais para o processo de produção porque sempre
escondem problemas. Isto é, eles protegem os problemas das pessoas que querem resolvê-los. Além
de encobrir os problemas ele dá aos produtores meios de conviver com eles, e assim não precisam
resolvê-los, quando na verdade precisam resolver.
É importante que você entenda que a implantação de um sistema Just in Time tem fortes
impactos sobre outros elos da cadeia de suprimento, e não somente a área responsável por cuidar
dos estoques. É necessário haver uma alta confiabilidade nos processos para que a redução dos
estoques não signifique maiores níveis de ruptura e faltas de produto.
Vamos exemplificar para ficar mais fácil você entender, vamos retomar ao case da
empresa Charme e cheiro. Ela mantém uma parceria há muito tempo com a Plastique, fornecedora
de embalagem. Uma vez que o volume diariamente produzido é muito alto, a fábrica mantém altos
estoques das embalagens no seu depósito, afinal, a falta de embalagens seria um problema crítico
para o processo produtivo. Mas manter esse estoque alto custa caro e demanda muito espaço que
poderia ser utilizado para outros fins. Além disso, sabe-se que os anos de parceria com o principal
71
Competência 04
72
Competência 04
críticos, e é necessário que ele tenha controle disso. Normalmente as clínicas costumam ter acordos
de parcerias com fornecedores, o que facilita e agiliza o processo em casos de emergências.
Veja como ficou mais fácil entender com os exemplos? Agora você pode estar aí pensando
“então o JIT tem muitas vantagens, e todas as empresas deveriam adotá-lo!”. Mas infelizmente não
é bem assim, todas elas não precisam adotar, tudo vai depender da necessidade de cada empresa.
Além disso, existem desvantagens na adoção do sistema JIT. Vamos falar um pouco sobre as
vantagens e desvantagens nos próximos tópicos.
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Competência 04
74
Competência 04
• Perda da autonomia: devido à rigidez das regras e a existência de padrões que regem
os ciclos e fluxos do JIT, as pessoas perdem autonomia (individualmente ou em
grupo). As pessoas sentem a pressão para que sigam as regras estabelecidas.
Entendeu que o JIT embora pareça ser vantajoso, possui algumas limitações? Cada
organização deve verificar se tem a capacidade para implementar de forma eficaz e eficiente para
gerar bons resultados.
Esperamos que tenha ficado tudo esclarecido para você, nosso objetivo maior é fazer com
que esse material o ajude a se tornar um profissional mais capacitado.
75
Conclusão
Resumo da disciplina
Você recorda o que aprendeu até aqui?
Vamos tentar resumir tudo aqui para que fique o mais claro possível.
Em primeiro lugar você precisa compreender que o gerenciamento da cadeia de
suprimentos engloba o planejamento e a gestão de todas as atividades envolvidas em identificar
fornecedores, comprar, fabricar e gerenciar as atividades logísticas. Inclui também a coordenação e
a colaboração entre os parceiros do canal, que podem ser fornecedores, intermediários, provedores
de serviços e clientes. Então posso dizer que a logística e a cadeia de suprimentos são áreas distintas?
Sim! Enquanto a logística concentra-se nas operações da própria empresa, as atividades da cadeia de
suprimentos envolve o gerenciamento dos produtos até quando eles alcançam o mercado, desde o
primeiro fornecedor até chegar ao cliente final, ela, a Cadeia de Suprimentos possui uma visão mais
ampla e panorâmica do que a visão logística, pois está ligada à estratégia da empresa. Assim, pode-
se dizer que a logística inclui:
• transporte de entrada;
• armazenagem;
• transporte de saída;
• execução;
• logística reversa.
76
Na competência 2, tratamos sobre os processos de fornecimento e dentro deste processo
destacamos as atividades de compras e de armazenagem. Na cadeia de suprimentos a área de
compras assume um papel fundamental para organização, pois é a partir da aquisição de matérias-
primas ou de serviços que as operações da organização irão se desenvolver. Vimos também, que
devemos tomar as decisões pertinentes a quais produtos e serviços devem ser produzidos ou
realizados internamente e qual devem ser adquiridos de fornecedores externos (terceirizados). Este
setor precisa pensar sempre estrategicamente traçando alternativas para lidar com os processos.
Quanto a armazenagem, vimos um pouco sobre seus processos, como também a diferença entre
armazenagem, estoque e centro de distribuição. Um ponto importante que tratamos nesta
competência e que merece destaque foi sobre os benefícios e sobre a classificação quanto à
propriedade do armazenamento.
Na competência 03 aprendemos sobre os processos de expedição. Por essa competência
foi possível saber:
• O que é expedição
• Significados de expedição dentro da logística
• Denominação e atribuições dos profissionais, agente de cargas e gerente de
expedição responsáveis por a tomada de decisão referente a expedição
• Compreender que a expedição é mais que um local de parada/passagem/entrega de
produtos
• Um ponto de destaque na competência 03 foi nos apropriarmos do conhecimento de
que a expedição é mais que o simples despacho de um item ao destino. É o
planejamento de uma ação que considera inúmeras variáveis, que envolvem:
1. O transporte, que pode ser modal ou intermodal;
2. O recebimento;
3. A armazenagem e
4. A Distribuição.
77
através de sistemas auxiliados por documentos eletrônicos e físicos que permitem mapear o
percurso, o estado e acondicionamento do que está sendo transportado, até o destino final.
Foi possível também aprender que a principal missão da expedição é garantir a
qualidade do que será recebido. Com o propósito de atender, a contento, todas as etapas e
expectativas dos stackholders envolvidos no processo do envio/recebimento do item para consumo
e/ou prestação do serviço.
Chegamos ao encerramento do e-Book, na competência 4.Onde aprendemos muito mais
coisas sobre a Cadeia de Suprimentos. Vamos tentar criar um rápido resumo de tudo que foi
aprendido nesta competência.
Primeiro começamos a falar sobre as origens do Just in Time, e depois conceituamos para
que ficasse claro como é esse processo. Juntos fomos descobrindo que o Just in Time pode ser
aplicado em qualquer tipo de empresa, que conforme suas necessidades atenda as razões da filosofia
que são três: eliminação de desperdício, envolvimento dos funcionários de produção, e
melhoramento contínuo.
Entendido a filosofia do JIT, vimos os elementos que são necessários para implementar o
JIT, sejam quais: a) classificação dos itens de estoque, b) custo do item, c) demanda, d) distribuição
ABC, acordos com fornecedores, política de estoques, pedido mínimo e indicadores de desempenho.
Além disso, observamos que o JIT possui vantagens e desvantagens. A maior das vantagens é a
redução de custos de produção, outras vantagens podem ser citadas como:
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Dentre as desvantagens podemos citar:
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Referências
BERTAGLIA, Paulo R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003.
BOWERSOX, Donald J., David J. Closs, M. Bixby Cooper. Gestão Logística da Cadeia de Suprimentos -
4ª Ed. 2014.
MARTINS. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 2° Ed, editora Saraiva, São Paulo,
2006.
OHNO, T. O Sistema Toyota de Produção: além da produção em larga escala. Bookman: Porto Alegre,
1996.
SENAI. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Planejamento dos processos produtivos têxteis.
São Paulo: SENAI-SP Editora, 2015.
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Minicurrículo do Professor
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