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COLÉGIO ESTADUAL PEDRO CALMON

– CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO -


Port. Func. 8572, D. O. 14/15/06/1986 - Código 3662
Rua Gen. Bráulio Guimarães, nº 53–Jardim Armação–Salvador– BA-CEP 41750-000
Endereço Eletrônico: pedrocalmon@hotmail.com - Tel.: (71) 3231-9786

Aluno: ..................................................................... Turno: Noturno Turma:......... Data:......../........./........


Disciplina: Legislação e Normas I e II Professor: Geneci Braz Fev/2020

NORMAS REGULAMENTADORAS 1
1. O QUE SÃO AS NRS?
As NRs (Normas Regulamentadoras) são normas elaboradas pelo Ministério do Trabalho2. Foram criadas e
devem ser observadas a fim de promover saúde e segurança do trabalho na empresa.

2. As NRs SE APLICAM A QUAIS ENTIDADES?


As NRs, relativas á segurança e saúde ocupacional, são de observância obrigatória para toda empresa ou
instituição que admire empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e isso também
inclui empresas privadas e públicas,órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como também os
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário,de acordo com a NR 1.

3. COMO SURGEM AS NR’s?


Em 1919 foi criada a Lei n° 3.724 de 15/01/19, primeira lei brasileira sobre acidentes de trabalho. A primeira lei
no Brasil sobre prevenção era a que tratava da proteção do trabalho aos menores. É curioso pensar, como um
país que não tinha leis nem para o trabalho dos adultos começa essa preocupação com os menores.
As Normas Regulamentadoras foram criadas a partir da Lei n° 6.514 de 1977. A lei alterou o Capítulo V, Título
II, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), trazendo um novo texto relativo à Segurança e Medicina do
Trabalho. As NRs foram criadas e aprovadas pela Portaria n° 3.214, em 08 de junho de 1978.
As NRs foram criadas para dar um formato final nas leis de Segurança do Trabalho. Foram feitas em capítulos
para facilitar, normatizar e unificar as normas de seguranças brasileira. Elas têm força de lei, pois como vimos,
foram criadas pela lei n° 6.514 de 1977.
As NRs são alteradas sempre que os formadores da Comissão Tripartite julgam necessário. Mesmo sendo
alteradas por portarias, continuam fazendo parte da Portaria 3.214/78. As normas detalham a CLT, nos
ajudando a cumpri-la.

4. QUEM ELABORA AS NORMAS REGULAMENTADORAS (NRs)


As Normas Regulamentadoras foram elaboradas e são modificadas por uma comissão tripartite composta por
representantes do governo, empregadores e dos empregados.
As NRs só podem ser elaboradas e modificadas por meio de portarias expedidas pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), e isso acontece sempre que o mesmo ou a Comissão Tripartite sente que algo precisa ser
modificado, melhorado ou excluído. São criadas a partir das seguintes necessidades:
 Demandas da sociedade.
 Bancadas de empregadores e trabalhadores.
 Órgãos governamentais.
 Necessidades apontadas pela inspeção do trabalho.

1
Atualizado em 02.2020.
2
A Medida Provisória 870/2019 extingue Ministério do Trabalho passando suas atribuições para o Ministério da Economia e
outros.
 Compromissos internacionais.
 Estatísticas de acidentes e doenças.

5. PROCESSOS DE CRIAÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS (NRs)


Veja a seguir as etapas do processo de criação das NRs:
 Definição de prioridades: Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP).
 Formulação de texto técnico básico: Grupo de trabalho (GT) ou Grupo de Estudos Tripartite (GET).
 Consulta pública: Publicação no Diário Oficial da União (DOU) pela Secretaria de Inspeção do
Trabalho (SIT).
 Discussão tripartite: Grupo Tripartite de Trabalho (GTT).
 Análise final: Feita pela CTPP, seguida de revisão pela SIT.
 Publicação: SIT
 Acompanhamento da implementação: Comissão Nacional Temática Tripartite (CNTT).

6. PRINCIPAIS ENTIDADES QUE PARTICIPAM DA ELABORAÇÃO E REVISÃO DAS NRs


 Ministério da Economia
 Fundacentro.
 Ministério da Saúde.
 Ministério da Previdência Social.
 Marinha do Brasil.
 Ministério dos Transportes.
 Ministério das Minas e Energia.
 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
 Departamento Nacional e Produção Mineral.
 Agências Reguladoras (ANVISA, ANP, ANEEL).
 Outros.

7. O CUMPRIMENTO DAS NRs ELIMINA A OBRIGATORIEDADE DE OBSERVAÇÃO DE OUTRAS


NORMAS?
Segundo a NR 1 (BRASIL,1978a), Item 1.1.1.:
A observância das Normas Regulamentadoras não desobriga as empresas do
cumprimento de outras disposições que, com relação á matéria, sejam incluídas em
códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios, e outras,
oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.

8 . QUAIS SÃO AS NRs MAIS IMPORTANTES?


Todas são importantes. O ramo de atividade da empresa é que define qual é a NR mais importante para ela.
Se a empresa é um hospital a NR mais importante para ela é a NR 32 Segurança e Saúde no Trabalho em
Estabelecimentos de Saúde. Algumas NRs são muito específicas, como é o caso da NR 22 que é Segurança e
Saúde Ocupacional na Mineração. Cada NR tem sua importância e algumas são complementadas por outras.

9 .QUAIS NRs ESTÃO EM VIGOR ATUALMENTE?


De um total de 37, atualmente estão em vigor 35 NRs, a 27 foi revogada pela Portaria n° 262, em 29/05/2008 A
NR 02 (Inspeção Prévia) foi revogada pela Portaria SEPRT N.º 915, de 30 de julho de 2019 31/07/19.
Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Muitas NRs estão em revisão.

10. COMO SABER QUAIS NORMAS REGULAMENTADORAS ESTÃO ATUALIZADAS?


Para saber quais normas estão atualizadas devemos acompanhar o site do Ministério da Economia/Secretaria
Especial de Previdência e Trabalho. No site as normas sempre estão atualizadas3. Outra forma de conferir
acesse o site do Diário Oficial da União <http://www.in.gov.br/>.

11. RESUMO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS


Esse resumo visa apenas dar uma idéia bem superficial do que cada uma delas representa.
NR 1-Disposições Gerais (Última modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019)
Determina que as normas regulamentadoras, relativas á segurança e medicina do trabalho, obrigatoriamente,
deverão ser cumpridas por todas as empresas privadas e públicas, desde que possuam empregados regidos
de acordo com a CLT.
Determina, também, que a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) é o órgão competente para
coordenar, orientar, controlar e supervisionar todas as atividades relacionadas á Segurança do Trabalho.
Dá competência ás Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTEs), determina as
responsabilidades do empregador e a responsabilidade dos empregados com relação ás ações de Segurança
e Saúde no Trabalho.

NR 2- Inspeção Prévia - REVOGADA


Determina que todo estabelecimento novo deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão regional do
Ministério do Trabalho e Emprego, que emitirá o Certificado de Aprovação de Instalações (CAI), por meio de
modelo pré-estabelecido no próprio site do MTE.

NB 3- Embargo ou Interdição (Última modificação: Portaria SEPRT 1069, de 23/09/2019).


A SRTE poderá interditar/embargar o estabelecimento, as máquinas, setor de serviços se os mesmos
demonstrarem grave e iminente risco para o trabalhador, mediante laudo técnico, e/ou exigir providências a
serem adotadas para a regularização das irregularidades.
Em caso de interdição ou embargo em um determinado setor, maquinário ou na empresa toda, os empregados
receberão os salários como se estivessem trabalhando.

NR 4-Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. (Última


modificação: Portaria MTPS 510, de 29/04/2016).
A implantação do SESMT depende da gradação do risco da atividade principal da empresa (Classificação
Nacional de Atividades Econômicas - CNAE) e do número total de empregados do estabelecimento.
Dependendo desses elementos o SESMT deverá ser composto por Engenheiro de Segurança do Trabalho,
Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, Técnico de Segurança do
Trabalho. O quantitativo dos membros do SESMT na empresa será definido mediante a quantidade de
empregados da empresa. O SESMT tem por finalidade promover ações de prevenção e correção dos riscos
encontrados para tornar o ambiente de trabalho um lugar seguro.
NR 5- Comissão Interna de Preservação de Acidentes (CIPA) (Última modificação: Portaria SEPRT 915,
de 30/07/2019)
Todas as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, instituições beneficentes, cooperativas,
clubes, desde que possuam empregados celetistas, dependendo do grau de risco da empresa e do número
mínimo de 20 empregados são obrigadas a manter a CIPA.
Este dimensionamento depende da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que remete a
outra listagem de número de empregados.

3
www.trabalho.gov.br (integra o Ministério da Economia)
Seu objetivo é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, tornando compatível o trabalho
com a preservação da saúde do trabalhador.
A CIPA é composta de um representante da empresa- Presidente (designado) e representantes dos
empregados, eleitos em escrutínio secreto, com mandato de um ano e direito a uma reeleição e mais um ano
de estabilidade.
Mesmo quando a empresa não precisar ter membros eleitos de acordo com o dimensionamento previsto, ela
deverá ter um membro designado pelo empregador. Esse membro responderá pelas ações da CIPA na
empresa.

NR 6- Equipamentos de Proteção Individual (Alterada pela Portaria No. 877/2018)


As empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados equipamentos de proteção individual, destinados
a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
O EPI deve ser entregue gratuitamente, e a entrega deverá ser registrada.
Todo equipamento deve ter o CA (Certificado de Aprovação) do Ministério do Trabalho e Emprego e a empresa
que importa EPIs também deverá ser registrada junto ao Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho,
existindo para esse fim todo um processo administrativo.

NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (Última modificação: Portaria MTb 1031, de
06/12/2018)
Regulamenta detalhes de elaboração e administrativos do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional). Essa norma estabelece, dentre outras coisas, a obrigatoriedade de exames médicos obrigatórios
para as empresas. São eles:
 Exame admissional.
 Exame periódico.
 Retorno ao trabalho.
 Mudança de função.
 Demissional.
 Exames complementares, dependendo do grau de risco da empresa, e agentes agressores presentes
no ambiente de trabalho, a critério do médico do trabalho e dependendo dos quadros na própria NR 7,
bem como, na NR 15 ( Insalubridade), existirão exames específicos para cada risco de trabalho.

NR 8- Edificações (Última modificação: Portaria SIT 222, de 06/05/2011).


Define os parâmetros para as edificações, observando a proteção contra a chuva, insolação excessiva ou falta
de insolação, enfim, busca estabelecer condições do conforto nos locais de trabalho. É importante também no
que tange o assunto, observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

NR 9- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (Última modificação: Portarias SEPRT n.º 1.358 e
1.359, de 09 de dezembro de 2019).
Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implantação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA) a todas as empresas que admitam trabalhadores como empregados.
O PPRA objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador, através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou que venham a existir no ambiente de
trabalho, tendo em vista a proteção ao meio ambiente e até dos recursos naturais.
O PPRA é um programa dinâmico e se for levado a sério desde a elaboração até a execução das medidas
preventivas, pode contribuir de forma bem significativa para a organização das ações de prevenção de
acidentes e doenças do trabalho dentro de cada empresa.
NR 10- Instalações e Serviços de Eletricidade (Última modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019)
Visa estabelecer condições mínimas para garantir a segurança para trabalhadores em instalações elétricas, em
suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação. Cobrir em
nível preventivo usuários e terceiros.

NR 11- Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais (Última modificação: Portaria


MTPS 505, de 29/04/2016)
Estabelece medidas de prevenção relacionadas com operação de elevadores, guindastes, transportadores
industriais e máquinas transportadoras. Trata da padronização dos procedimentos operacionais, buscando
garantir a segurança de todos os envolvidos na atividade.

NR 12- Máquinas e Equipamentos (Última modificação: Portaria SEPRT 916, de 30/07/2019)


Determina, dentre outras coisas, as instalações e áreas de trabalho, distâncias mínimas entre as máquinas. Os
equipamentos; dispositivos de acionamento, partida e parada das máquinas e equipamentos.
Em seus anexos os equipamentos são mostrados de forma detalhada, buscando a padronização das medidas
de prevenção a serem adotadas, a fim de um trabalho mais seguro em todas as operações com o maquinário.

NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão (Última modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019)


Estabelece os procedimentos de segurança que devem ser observados nas atividades referentes ao projeto de
construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e
vasos de pressão. Norma que exige treinamento específico para os seus operadores, contendo várias
classificações e categorias nas especialidades, devido, principalmente, ao seu elevado grau de risco.

NR 14- Fornos (Última modificação: Portaria SSMT 12, de 06/06/1983)


Define os parâmetros a serem observados para a instalação de fornos, cuidados com gases, chamas, líquidos.
É importante observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

NR 15- Atividades e Operações Insalubres (Última modificação: Portaria SEPRT n.º 1.359, de 09 de
dezembro de 2019)
Com base na NR 15, o termo insalubridade é usado para definir o trabalho em um ambiente hostil á saúde.
Tem direito ao adicional de insalubridade devido o trabalhador que exerce suas atividades em condições
insalubres nos termos da NR 15. O Artigo 189 da CLT (BRASIL, 1943) também estabelece que:
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
nocivos á saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos.

Os agentes causadores de insalubridade estão contidos nos anexos da NR 15, alguns exemplos de agentes
insalubres são ruído contínuo ou permanente; ruído de impacto; tolerância para exposição ao calor; radiações
ionizantes; agentes químicos e poeiras minerais.Na Insalubridade é importante que antes de pagar o adicional
o empregador o documente em um Laudo de Insalubridade. Este elaborado por Médico do Trabalho ou
Engenheiro de Segurança do Trabalho. Definições:
Insalubre: Ambiente não saudável. Ambiente insalubre, agressivo a saúde humana e a integridade física.
Periculoso: Que causa ou representa perigo. Lugar que causa risco de morte.

NR 16- Atividades e Operações Perigosas (Última modificação: Portaria SEPRT n.º 1.357, de 09 de
dezembro de 2019).
A NR 16 normatiza um adicional de 30% sobre o salário para o trabalho que exerce sua atividade em situação
perigosa. A atividade é considerada perigosa quanto tem potencial para causar dano imediato ao trabalhador,
exemplo: atividades ligadas a explosivo, inflamáveis e energia elétrica.
Vale ressaltar que a atividade para ser considerada perigosa tem que estar listada na NR 16 do Ministério do
Trabalho e Emprego.

NR 17- Ergonomia (Alterada pela Portaria No. 876/2018)


Esta norma estabelece os parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho ás características
psicofisiológicas do homem. Máquinas, ambiente, comunicações dos elementos do sistema, informações,
processamento, tomada de decisões, organização, tudo isso gera consequências no trabalhador, e devem ser
avaliados, e se necessário, reorganizado.
Observe que a LER (Lesão por Esforços Repetitivos), e a denominada DORT (Distúrbio Osteomuscular
Relacionado ao Trabalho), constituem o principal grupo de problemas á saúde, reconhecidos pela sua relação
laboral. O termo DORT é muito mais abrangente que o termo LER, constante hoje das relações de doenças
profissionais da Previdência.

NR 18- Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (Última modificação:


Portaria MTb n.º 261, de 18 de abril de 2018).
Destina a regulamentar o elenco de providências a serem executadas, em função do cronograma de uma obra,
levando em conta os riscos de acidentes, doenças do trabalho e suas respectivas medidas de segurança.
É sem dúvidas uma das legislações mais completa de todas as 35 que vigoram atualmente.

NR 19 – Explosivos (Última modificação: Portaria SEPRT n.º 1.360, de 09 de dezembro de 2019)


Determina parâmetros para o depósito, manuseio e armazenagem de explosivos. Objetivando regulamentar
medidas de segurança para esse trabalho que é de alto risco.

NR 20- Segurança e Saúde no trabalho com Inflamáveis e Combustíveis (Última modificação: Portaria
SEPRT n.º 1.360, de 09 de dezembro de 2019).
Define os parâmetros para as atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e
manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.

NR 21- Trabalho a céu aberto (Última modificação: Portaria GM 2037, de 15/12/1999)


Define o tipo de proteção que deve ser fornecida pela empresa aos trabalhadores que trabalham sem abrigo
contra intempéries (insolação, condições sanitárias, água etc.).

NR 22- Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração (Última modificação: Portaria MTb 1085, de
18/12/2018) .
Estabelece normas para a segurança dos trabalhadores da indústria da mineração, objetivando a busca
permanente por um ambiente de trabalho seguro.
A mineração tem normas bem específicas. Alguns itens que são exclusivos da mineração PGR (Programação
de Gerenciamento de Risco), CIPAMIN ( Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração).

NR 23- Proteção contra Incêndios (Última modificação: Portaria SIT 221, de 06/05/2011).
Toda empresa deve possuir proteção contra incêndio, saídas para retirada de pessoal em serviços e/ou
público, pessoal treinado e equipamentos. Em 2011 essa norma foi alterada e já não tem muito a oferecer. A
maioria das questões relacionadas á incêndios devem ser resolvidas, observando as legislações estaduais do
Corpo de Bombeiros e na falta desses as NBRs.
NR 24- Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais do Trabalho (Última modificação: Portaria 1.066,
de 23/09/2019 do Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho)
Todo estabelecimento deve atender as denominações desta norma. Ela busca adequar banheiros, vestiários,
refeitórios, alojamento e outras questões, trazendo conforto ao trabalhador.
Cabe a CIPA e/ou ao SESMT (onde houver), observar e discutir com o empregador as melhores formas para o
cumprimento desta norma. É importante observar também, nas Convenções Coletivas de Trabalho do sindicato
da sua categoria se existe algum item sobre o assunto.

NR 25- Resíduos Industriais (Última modificação: Portaria SIT 253, de 04/08/2011)


Trata da eliminação dos resíduos gasosos, sólidos, líquidos de alta toxidade, periculosidade, risco biológico,
radioativo, relativos ao trabalho. Busca evitar acidentes como o que aconteceu no caso césio em Goiás. No
caso de eliminação de resíduos é importante consultar as normas estaduais e municipais relacionadas.

NR 26- Sinalização de Segurança (Última modificação: Portaria MTE 704, de 28/05/2015).


Determina as cores a serem observadas na segurança do trabalho como forma de prevenção, evitando a
distração, confusão e fadiga do trabalhador, bem como cuidados especiais quanto aos produtos e locais
perigosos. Qualquer dúvida sobre o tema deve ser esclarecida com as normas estaduais e NBRs.

NR 27- Registro Profissional do Técnico de Segurança


Revogada pela Portaria GM n° 262, 29/05/2008.

NR 28- Fiscalização e penalidades (Última modificação: Portarias SEPRT n.ºs 1.358, 1.359 e 1.360, de 09
de dezembro de 2019)
Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização trabalhista de segurança e medicina do
trabalho. Tanto a concessão de prazos para as empresas corrigirem as irregularidades técnicas, como
também, no que concerne ao procedimento de autuação por infração das Normas Regulamentadoras de
Segurança e Medicina do trabalho, e valores de multas.

NR 29- Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário (Última modificação:


Portaria MTE 1080, de 16/07/2014).
Tem por objetivo regulamentar a prevenção contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros
socorros a acidentados e alcançar asa melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores
portuários. As disposições contidas nessa NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações tanto a
bordo como em terra, assim como os demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e
instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado.

NR 30- Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário (Última modificação: Portaria MTE 1186, de
20/12/2018).
Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no transporte de mercadorias ou de
passageiros, na navegação marítima de longo curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço de
reboque em alto-mar, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e
embarcações de apoio marítimo e portuário.
A observância desta NR não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições legais com relação
ao tema e outras oriundas de convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho.

NR 31- Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal a


aquicultura (Alterada pela Portaria No. 1.086/2018)
Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar
compatível o planejamento e o desenvolvimento de quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura,
exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.

NR 32- Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde (Última modificação: Portaria SEPRT 915,
de 30/07/2019).
Tem por finalidade estabelecer diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção á segurança e
a saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e
assistência á saúde em geral. Norma bem específica para regulamentar inclusive os programas de prevenção
que tem traços bem particulares nessa atividade.

NR 33- Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados (Última modificação: Portaria SEPRT
915, de 30/07/2019)
Tem por objetivo estabelecer requisitos mínimos para a identificação de espaços confinados e o controle dos
riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem
direta ou indiretamente nesses espaços.
Entende-se por espaço confinado qualquer área não projetada para ocupação humana, que tenha meios
limitados de entrada e saída, cuja ventilação seja insuficiente para remover os contaminantes, que possa existir
enriquecimento ou insuficiência de oxigênio exigido para uma respiração natural.

NR 34- Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção e reparação naval (Última
modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019).
Estabelece requisitos mínimos e as medidas de proteção e segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho
na indústria de construção e reparação naval. Engloba assuntos como APR, DDS, PT, EPI, EPC, dentre outros.

NR 35- Trabalho em Altura (Última modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019).


Esta norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo
o planejamento, a organização, execução, treinamento de funcionários, de forma a garantir a segurança e a
saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.

NR 36- Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados


(Alterada pela Portaria No. 1.087/2018)
O objetivo da Norma Regulamentadora 36 é estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e
monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de
carnes e derivados destinados ao consumo humano.
A NR 36 visa estabelecimento de formas e procedimentos de trabalho de forma a garantir permanentemente a
segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho. Sem causar prejuízo da observância do normatizado
nas demais Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego.

NR 37- Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo (Última modificação: Portaria SEPRT n.º 1.412,
de 17 de dezembro de 2019).
Estabelece os requisitos mínimos de segurança, saúde e condições de vivência no trabalho a bordo de
plataformas de petróleo em operação nas Águas Jurisdicionais Brasileiras – AJB.

12. A IMPORTÂNCIA DAS NRS


As Normas Regulamentadoras (NRs) são por vezes a única direção do empregado e do setor de segurança da
empresa. Vamos abordar agora a sua importância.
13. FACILIDADE DE ACESSO
Hoje em dia a informação está em toda parte, e a tecnologia tornou possível potencializar a comunicação a
graus nuca antes visto. A facilidade com que a informação é exposta também impressionada. Hoje as notícias
viajam em tempo real. E as Normas Regulamentadoras não ficaram para trás. Antes quando surgia uma
alteração nas NRs demorava-se meses até chegar de fato ao conhecimento da empresa. Hoje acontece em
tempo real. As normas são alteradas e em poucas horas estão disponíveis no site do Ministério do Trabalho.
Qualquer pessoa pode acessar as NRs gratuitamente pela Internet, elas fornecem direção de trabalho para
todos os interessados. Acesse as NRs atualizadas pelo endereço www.trabalho.gov.br

14. DIREÇÃO PARA O EMPREGADOR


As Normas Regulamentadoras são acessíveis para todos. Os empregadores precisam saber pelo menos o
básico relacionado á empresa. Precisam saber o que podem e o que não podem fazer. Onde instalar uma
máquina, se a porta deve abrir para dentro ou para fora, como disponibilizara os EPIs, quais leis precisam
seguir, quais se aplicam e quais não se aplicam ao ramo de atividade.
Devido ao grande volume de normas que as empresas são obrigadas a seguir, algumas delas contratam
profissionais do SESMT ou consultorias para auxiliá-las mesmo sem obrigação de contratação, sim, pois toda
empresa regida pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é obrigada a cumprir as medidas de segurança
descritas na CLT e refinadas nas NRs. O interessante é que mesmo sabendo o que é certo e o que é errado,
algumas preferem não investir em segurança e correr risco de ser multado e o pior, ter acidentes e perdas de
vidas na empresa durante o processo de trabalho. Exatamente por isso, atualmente, grandes, médias e
pequenas empresas estão pagando altos valores em indenizações. Algumas até fecham as portas devido aos
altos valores de indenizações em caso de acidente.
O empregador sabe que segurança do trabalho é investimento. São pessoas antenadas que seguem os
parâmetros mínimos descritos nas normas. Tornando o ambiente de trabalho seguro e harmonioso. Diminuem
acidentes, afatamentos, indenizações, perdas materiais e aumentam os lucros e a motivação dos funcionários.
Os funcionários sabem quando as normas estão sendo cumpridas. Sabem quando o ambiente está seguro e
retribuem a atenção que recebem com trabalho. O resultado quase sempre é mais produção. Ou seja,
produção com qualidade e quantidade.

15. DIREÇÃO PARA O SESMT DA EMPRESA


Os profissionais de Segurança do Trabalho devem conhecer as NBRs, as normas estaduais do Corpo de
Bombeiros e principalmente as Normas Regulamentadoras (NRs).
As NRs são a direção do SESMT. Normalmente o Técnico de Segurança do Trabalho e o Engenheiro de
Segurança do Trabalho são os que mais conhecem de NRs.
O Técnico e o Engenheiro de Segurança do Trabalho precisam estar ligados nas normas que tenham a ver
com o segmento da empresa. Exemplo: Se o segmento é Mineradora eles têm que conhecer a NR 22 e suas
atualizações. Algumas NRs são muito gerais como a NR 4, ela se aplica a quase todas as empresas. Outras
são bem específicas como é o caso da NR 22 mencionada acima.

16. DIREÇÃO PARA O AUDITOR DO MTE


Todo bom auditor do Ministério do Trabalho conhece bem as NRs. Elas são a direção principal do trabalho
deles. Até as multas relacionadas com as inconformidades encontradas no ambiente de trabalho são
calculadas de acordo com as NRs. É claro que isso se aplica somente ás infrações relacionadas com
Segurança e Saúde no Trabalho.

17. COMISSÃO TRIPARTITE PARITÁRIA PERMANENTE


A Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP) foi criada pela Portaria n° 11 de 17 de maio de 2002 do
Ministério do Trabalho.
A CTPP é o grupo formado por representantes dos empregadores, dos trabalhadores e do governo. A
formação de grupos tripartite é uma recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A OIT acredita que o ambiente tripartite é o local mais adequado para formular ações de interesse de assuntos
da sociedade e de ações voltadas ao bem-estar no trabalho e Segurança do Trabalho.
O ambiente tripartite favorece discussões de forma democrática, dessa forma, os representantes que são os
mais interessados participam igualmente, tomando decisões em conjunto. A idéia é que através da negociação
do grupo cada parte influencie um pouco a favor do todo. Assim todas as partes têm igualdade de
responsabilidade no sucesso ou fracasso da empreitada.
A Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP) como já dissemos acima, é o órgão responsável por
formular os textos para a criação e elaboração das Normas Regulamentadoras (NRs).

18. AS NORMAS DE SEGURANÇA SÃO IMPORTANTES PARA OS TRABALHADORES


As Normas Regulamentadoras são por vezes a única chance que o trabalhador tem de obter melhores
condições no ambiente de trabalho. Elas ditam passo a passo um caminho para que as empresas produzam
sem comprometer a integridade física e saúde dos seus funcionários.
Algumas empresas só inventam se forem obrigadas. Algumas vezes somente a existência das normas não
resolve o problema. Nesse tipo de empresa é preciso que o auditor do Ministério do Trabalho vá até ela para
que a mesma tome atitudes, trazendo a tona ás mudanças necessárias. É importante que o trabalhador busque
conhecer pelo menos o básico das normas das normas de segurança referentes a sua empresa. É curioso,
mas o trabalhador normalmente só procura saber sobre normas que lhe regem algum tipo de benefício
financeiro. Só buscam saber sobre pagamento de insalubridade, periculosidade e sobre direitos referentes á
garantia de emprego (estabilidade) quando o caso tem relação com a CIPA.
Outro parceiro importante dos empregados é o sindicato da categoria.
Em alguns estados existem sindicatos que brigam bastante pela segurança e bem-estar da sua categoria,
sendo até mesmo temido ou odiado por uma parcela dos empregadores.

19. AS NORMAS DE SEGURANÇA SÃO IMPORTANTES PARA O GOVERNO


Os custos com os acidentes de trabalho afetam diretamente os cofres do INSS que é um dos órgãos do
governo. O governo tem repassado uma parte do prejuízo com os acidentes de trabalho para as empresas,
porém o prejuízo é bilionário!
Boa parte do saldo negativo do INSS vem dos acidentes de trabalho. E o interessante é que mesmo assim a
fiscalização por parte dos órgãos governamentais é deficiente e como algumas empresas investem por
obrigação a coisa se complica.

Texto obtido de:


WALDHELM NETO. Nestor. Segurança do Trabalho. Os primeiros passos. Santa Cruz do Rio Pardo. São
Paulo.1ª. ed. Ed. Viena, 2014.

Atualizado a partir das novas alterações legais 2018/2019/2020 (Fevereiro/2020).

CONSEQÜÊNCIAS DO DESCUMPRIMENTO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS


1. PARA O EMPREGADOR
 Responsabilidade administrativa
 Multas aplicadas pelo MTE (Ministério do Trabalho);
 Embargo da obra ou interdição do estabelecimento, máquinas ou equipamentos.
 Responsabilidade Trabalhista
o Pagamento de adicionais de insalubridade e periculosidade;
o Estabilidade provisória para acidentado;
o Ação civil pública;
o Assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
 Responsabilidade Previdenciária
Ação Regressiva Acidentária (Art. 120 da Lei n. 8.213/91 - Lei de Benefícios da Previdência Social)
Responsabilidade Civil
o Em caso de lesão corporal, os reflexos do acidente do trabalho/doença ocupacional na área cível são
(art. 949 Código Civil):
 Despesas com o tratamento médico;
 Lucros cessantes até a alta médica;
 Danos estéticos;
 Pensão vitalícia, em caso de morte do trabalhador, em decorrência do exercício do trabalho: danos
emergentes; danos morais e pensão mensal.
 Responsabilidade Tributária
o Aumento da alíquota do SAT/FAP (Seguro de Acidente do Trabalho / Fator Acidentário de Prevenção).
 Responsabilidade Criminal
o Infração penal: Descumprimento das normas de segurança sem que haja qualquer resultado lesivo ou
risco ao trabalhador (Art. 19, §2º da Lei 8.213/91);
o Crime de perigo: Descumprimento das normas de segurança no trabalho que ocasione risco ou perigo
de vida ou à saúde do trabalhador (Art. 132, Código Penal);
o Lesão corporal: Descumprimento das normas de segurança no trabalho do qual resulte dano físico ou
lesão corporal ao trabalhador (Art. 129, §6º, Código Penal);
o Homicídio: Descumprimento das normas de segurança no trabalho que cause a morte do trabalhador.
(Art. 121, Código Penal).

2. PARA O EMPREGADO
A penalidade aplicada ao empregado está prevista no art. 158 da CLT:
Art. 158, parágrafo único da CLT: Parágrafo único – Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:
I) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior;
II) ao uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) fornecidos pela empresa.
A punição depende da empresa, da recorrência e do grau de periculosidade da ação, podendo varias de uma
simples advertência a, até mesmo, uma demissão por justa causa. Por isso é tão importante que todos
redobrem a atenção quando estamos falando de saúde e segurança do trabalho. Afinal, o que está em risco é
a integridade e a vida do trabalhador.

Fonte:
OCUPACIONAL Conseqüências do descumprimento das Normas Regulamentadoras. 19.11.2018
https://www.ocupacional.com.br/ocupacional/consequencias-do-descumprimento-das-normas-
regulamentadoras/. Acesso: 29.04.2019

TERMOS:
Embargo e interdição são termos usados para aplicação das mesmas medidas de penalidades:
Interdição se aplica a estabelecimentos, setor de serviço, máquina ou equipamento.
Embargos são aplicados às Obras (Sendo obra todo e qualquer serviço de engenharia de construção,
montagem, instalação, manutenção ou reforma). (NR 3).

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