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O nome, abreviado geralmente para Exército Vermelho, faz referência à cor vermelha, símbolo do
socialismo, e ao sangue derramado pela classe operária em sua luta contra o capitalismo. Apesar de o
Exército Vermelho ter sido transformado oficialmente no Exército Soviético em 1946, o termo Exército
Vermelho é de uso comum no Ocidente para se referir a todas as Forças Armadas da União Soviética ao
longo de sua história. Cresceu muito na década de 1940, tornando-se um dos maiores e mais poderosos
exércitos da história militar.
O Exército Vermelho é amplamente creditado como sendo a força decisiva na vitória dos Aliados da
Segunda Guerra Mundial, por haver derrotado cerca de 80% das forças armadas do Eixo, a Wehrmacht e
Waffen-SS, na Frente Oriental.[1][2]
Índice
Criação
Guerra civil
A Grande Guerra Patriótica
A Guerra Fria
Ver também
Referências
Criação
O Exército Vermelho foi criado em 28 de janeiro de 1918. No início, foi integrado por voluntários
camponeses e operários comunistas. O comando foi formado com oficiais do antigo exército imperial do
Czar que haviam decidido permanecer em seus postos depois da Revolução de Outubro, em 1917. Ao se
intensificar a guerra civil russa desatada por antigos oficiais aliados aos kulaks (grandes latifundiários),
Lenin recorreu ao recrutamento obrigatório. No transcurso da guerra interna, o Exército Vermelho
chegou a contar com um efetivo de 5 milhões de homens, que enfrentaram o Exército Branco organizado
pelos comandantes contrarrevolucionários Lavr Kornilov e Anton Denikin, entre outros.
A organização do Exército Vermelho esteve a cargo de Leon Trótski, que antes da revolução havia tido
sob seu comando o comitê militar revolucionário que comandou o ataque à sede do governo provisório.
Os bolcheviques (comunistas) tinham considerável influência no exército do Czar. A Primeira Guerra
Mundial debilitou a moral dos soldados, com o número de deserções
aumentando a cada dia durante o conflito. Os comunistas tentaram com
bastante êxito criar uma moral revolucionária no lugar da moral patriótica
em declínio. Os soldados eram uma peça chave de seu projeto
sublevatório.
Guerra civil
De 1918 a 1922, foi travada a Guerra Civil Russa, entre as
tropas dos revolucionários (vermelhos) e as dos reacionários
(brancos). Nesse conflito, nasceu o Exército Vermelho como
a força organizada dos revolucionários bolcheviques.
Os brancos capitularam em 1920, mas a guerra continuou contra os chamados "verdes", bandos de
cossacos e camponeses que assolaram alguns distritos russos, e contra a intervenção de polacos e
japoneses. O conflito com os polacos terminou em 1921 e os japoneses se retiraram em 1922 (ver:
Intervenção na Sibéria ).
Terminada a guerra civil, o exército não evoluiu até a década de 1930, quando começou a se desenvolver
a etapa motorizada. Os expurgos de Stálin (Grande Expurgo) privaram o Exército Vermelho de alguns de
seus mais competentes comandantes, justamente às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Mais de
30.000 oficiais foram destituídos, e muitos deles foram presos, enviados para gulags ou fuzilados.
A Grande Guerra Patriótica
Durante a Segunda Guerra Mundial, chamada oficialmente
de "Grande Guerra Patriótica" na Rússia, a indústria bélica
desenvolveu-se enormemente. Stalin colocou a indústria a
serviço da produção de aço, metalurgia e outros bens de
produção para a indústria pesada. O Exército Vermelho foi
dotado de novos canhões, baterias antiaéreos, diferentes
tipos de carros de combate, um canhão antitanque e aviões
muito eficientes: os Mig, o Yakovlev e o Il 2. Um lança-
mísseis chamado familiarmente de Katyusha, ou "o órgão de Soldados soviéticos durante a guerra.
Em retrocesso durante quase todo o conflito, o exército reverteu o jogo com heroísmo na defesa de
Estalinegrado (hoje Volgogrado) e na batalha de Moscou. Em seguida, fez retroceder os alemães até
Berlim, depois da batalha de Kursk (Rússia, 1943), a maior batalha terrestre da História até hoje: mais de
2 milhões de soldados participaram dela. O Exército Vermelho foi o primeiro a entrar na capital alemã e
os seus soldados hastearam a bandeira da União Soviética sobre o edifício do Reichstag (parlamento
alemão), marcando simbólica e definitivamente a vitória aliada sobre o nazismo.
A Guerra Fria
Depois da Segunda Guerra Mundial, o Exército Vermelho foi o eixo do Pacto de Varsóvia, a organização
militar de defesa mútua integrada pelos países do Bloco Socialista no Leste Europeu. O armamento
nuclear soviético aumentou proporcionalmente ao dos americanos. Sob mandado do Pacto, o Exército
Vermelho interveio na Hungria (1956) e na antiga Checoslováquia (1968) para sufocar levantes contra as
autoridades comunistas locais.
A última guerra da qual o Exército Vermelho participou foi a do
Afeganistão, entre 1980 e 1989, em apoio ao governo
democrático do país, que havia solicitado ajuda para combater a
insurreição armada de extremistas islâmicos. Os extremistas
(entre eles Osama bin Laden), com apoio direto da CIA (Estados
Unidos) e da China, acabaram prolongando e vencendo o
conflito, apesar da diferença exorbitante entre as baixas no
exército soviético, cerca de 20 mil, e dos rebeldes afegãos, com
Blindados do Exército Vermelho
mais de 1 milhão de mortos, de acordo com as estimativas. O
durante uma parada militar em 1983.
Exército Vermelho retirou-se do Afeganistão em 1989.
Depois de derrubado o regime soviético, em 1991, o Exército Vermelho foi desmantelado. No entanto, o
atual Exército da Federação Russa ainda utiliza muitos dos símbolos e organização do Exército Vermelho
da União Soviética.
Ver também
Crimes de guerra soviéticos
Exército Azul
Exército Negro
Exército Verde
História da Rússia
História militar da União Soviética
Regimento chinês do Exército Vermelho
Referências
1. Norman Davies (em inglês): "Since 75%-80% of all German losses were inflicted on the
eastern front it follows that the efforts of the western allies accounted for only 20%-25%".
Tradução: "Uma vez que 75%-80% de todas as baixas alemãs se deram na frente oriental,
segue-se que o esforço dos aliados ocidentais consistiu apenas em 20%-25% do total".
Fonte: Sunday Times, 5 de novembro de 2006.
2. Paul-Marie de La Gorce (2004). «Conclusão». 1939-1945 Uma Guerra Desconhecida.
Lisboa: Editorial Caminho. p. 530. ISBN 972-21-1648-7. Depósito legal 215992/04 Citação:
"Chegou então a viragem de Dezembro de 1942 [1941 no original, clara gralha]. Em alguns
dias, no princípio desses mês, a guerra mudou de sentido e de dimensão. A partir desse
momento, estava adquirido que a Rússia não seria abatida. Golpes formidáveis poderiam
ainda ser desferidos contra ela, mas seria forçoso, de qualquer maneira, que a Alemanha
consagrasse a isso o essencial das suas forças - nunca foi menos de dois terços - e ela
arriscava-se já a pesadas derrotas."
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