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Gavlam e Balder

A ordem da Grande Mãe designou alguns de seus jovens clérigos a sair em uma peregrinação.
Foi um total de cinco jovens, todos recém-nominados clérigos. Para proteger o grupo, foi
designado um paladino mais experiente. Gavlam era muito jovem ainda, na casa dos quinze
anos, mas já se mostrava um excelente clérigo em suas habilidades de cura e coragem. Balder,
apesar de não ter muita idade, na época ainda tinha seus 25 anos, já era muito experiente em
combates e um exímio mestre nas armas de haste.

Balder foi escolhido por sua ordem, já que era um dos melhores e não estava em nenhuma
missão naquele momento. A ordem de Bahamut foi escolhida pela sua semelhança com
Ilmater no quesito da vida e no quesito da proteção por ser o deus da guerra. A viagem seguia
tranquila, já a alguns dias de caminhada. Balder seguia em seu cavalo, pois fazia o papel de
batedor em algumas ocasiões, indo à frente do grupo e vistoriando o caminho pelo qual
seguiriam e também para carregar os suprimentos.

Num dado momento da caminhada, quando já era por volta da metade do dia, o sol estava
ameno e a visão se estendia ao alcance do horizonte. Balder, que já era experiente, orientou a
todos a ficarem juntos, pois passariam por um estreito de rochedos bem altos. Uma área
propícia a emboscadas, pois só havia uma passagem.

Balder foi à frente da companhia para averiguar a entrada da passagem, quando avistou uma
pessoa correndo para leste. Balder cavalgou até ele e pode identificar que era um bandido.
Rapidamente Balder sacou sua foice e sem descer de seu cavalo a girou no ar, fazendo um
circulo completo numa diagonal perfeita e decapitou o bandido que tentava fugir. Balder
pensou que o perigo era somente aquele, já que ele estava sozinho e não avistou nenhum sinal
de outra movimentação nos arredores.

Retornando ao grupo, Balder contou o ocorrido e disse para seguirem adiante. Quando
estavam já dentro do estreito, seguindo num passo mais lento e cauteloso, Balder avistou um
grupo de mais cinco bandidos correndo em sua direção. Era tarde e arriscado voltar pelo
estreito e expor sua retaguarda. Então ele mandou que todos os clérigos se escondessem
entre os rochedos e desmontou de seu cavalo, deixando com eles, para que se fosse
necessário, pelo menos um deles pudesse fugir e contar o ocorrido na ordem de Ilmater.

Logo após dar as ordens, Balder não ficou esperando a aproximação dos seus inimigos e correu
em direção a eles com sua foice em riste. Dos seus inimigos, um era o mais rápido entre eles
na corrida e chegou a Balder mais rápido que os demais. Ele portava uma espada fina e no
momento do encontro, ele tentou desferir um ataque mirando o pescoço de Balder. Balder
bloqueou com a parte do meio da haste de sua foice e o tilintar do aço batendo contra o aço
foi ouvido por todo o estreito. Balder rapidamente desviou a lamina do atacante com a haste,
fazendo-a passar por cima de sua cabeça e num meio giro se virou para o seu oponente, que
agora já estava acompanhado do resto do seu bando. Balder se viu cercado por cinco
adversários, cada um esperando uma brecha para atacar, quando uma luz radiante desceu
sobre um de seus oponentes. Era branca como a luz do sol, mas queimava como o fogo e
Balder viu um dos bandidos urrar de dor.
Quando Balder se virou, viu o garoto Gavlam parado e recitando magias poucos metros atrás
dele, quando gritou:

- Eu mandei que todos se escondessem! O que está fazendo aqui garoto?! – Quando ouviu a
resposta em tom sereno, mas firme:

- Desculpe-me sir, mas não vou abandonar um companheiro que luta pela minha vida e pela
vida de meus companheiros. Já sou oficialmente um clérigo e vou lutar como um!

Balder deu um sorriso com o canto da boca admirando a coragem do garoto e retrucou:

- Tente não morrer garoto. Se, apenas um de vocês, morrer minha missão terá falhado e eu
não costumo falhar!

- Não se preocupe, eu sei me virar!

Os bandidos não deram muita atenção e Balder aproveitou a brecha aberta por seu oponente
que urrava de dor e rapidamente pulou sobre ele, levantando sua foice com as duas mãos
enquanto desferia um feroz ataque de cima para baixo na cabeça dele. Assim, o primeiro deles
caía morto, com a cabeça praticamente dividida em duas. Nesse momento, Gavlam já lançava
mais uma chama sobre outro alvo, quando um dos bandidos correu até ele, cometendo o pior
erro de sua vida, pois deu as costas para Balder, ainda estando sob o alcance de sua arma, e foi
quando Balder girou da esquerda para a direita, segurando sua foice pela ponta da haste,
acertando o bandido na altura das costelas, cravando sua foice em seu tronco e abrindo sua
lateral esquerda num ferimento fatal. Nesse momento um terceiro bandido que já avançava
na direção de Balder sofreu com uma segunda onda de chama divina descendo sobre ele.
Aquele bandido mais rápido, que aparentava ser o líder do bando, atacou Balder rapidamente
enquanto ele ainda recolhia sua foice do ataque anterior, acertando-o na altura do ombro
esquerdo, mas sua lamina não penetrou muito por causa de sua armadura. Porém agora eles
estavam muito próximos e Balder não conseguiria usar sua lamina. Nesse momento ele
começou a ouvir algumas palavras sagradas proferidas por Gavlam e seu ferimento
instantaneamente se fechou. O que deixou o líder do bando inimigo assustado, já que estava
ao alcance dos braços fortes de Balder. Enquanto Balder sorria olhando a cara de medo do seu
oponente, uma nova chama descia sobre aquele bandido que já gritava de dor e ele então caiu
morto. Balder usou o braço que antes estava ferido para segurar a mão em que o líder do
bando segurava a espada e com a outra ele rapidamente desferiu um poderoso golpe em sua
face, deixando-o estonteado pela força e pela manopla de aço de Balder. Enquanto
cambaleava, Balder puxou sua foice até a altura da lamina e sem piedade a cravou no peito do
seu adversário como se fosse um machado, fazendo a lamina atravessar seu corpo. O último
tentou fugir, mas nesse momento Balder girou sua foice duas vezes acima da cabeça, e a
arremessou contra seu oponente fujão. A lamina viajou poucos metros rodopiando num
sentido diagonal e acertou seu adversário o abrindo da parte do trapézio direito até a metade
do seu tronco.

Terminado o combate, Balder agradeceu seu novo amigo e agora irmãos de batalha e voltaram
ao grupo, que continuava no mesmo lugar. Eles seguiram com a peregrinação, mas agora
Gavlam e Balder haviam criado certo vínculo por lutarem juntos.
Ao retornarem da peregrinação, já na ordem de Ilmater, Balder disse que precisava seguir
viagem, pois entraria agora em uma missão própria, se afastando um pouco das missões dadas
pela ordem. Ele seguiria caminho para tentar descobrir quem eram os responsáveis pelo
assassinado de sua mãe, no ataque ao reino de Evorin. Gavlam decidiu seguir com Balder, pois
seu pai havia sido assassinado de uma forma similar e talvez encontrasse informações a
respeito daquele clérigo negro. Além de que poderiam sempre trocar informações sobre o que
o outro sabia a respeito de algumas ordens malignas e etc...

Hoje, já se passaram dois anos desde que tudo isso ocorreu e ainda viajamos junto. Sempre
cumprindo os dogmas de nossos deuses e juramentos de cidade em cidade. Paramos numa
taverna aqui e outra ali, fazemos algumas “limpezas” para conseguir algumas moedas e
continuamos buscando descobrir os responsáveis pelas mortes de nossos pais.

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