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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

CURSO DE PSICOLOGIA

Alirio Leandro
Ester da Rocha Schell Seberino
Rosecléia
Thalita
Victória

MAUS-TRATOS NA INFÂNCIA

CRICIÚMA
2019
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

CURSO DE PSICOLOGIA

MAUS-TRATOS NA INFÂNCIA

Seminário Integrado elaborado a partir de pesquisa


bibliográfica sobre Maus-tratos na infância, das disciplinas:
Psicologia do Desenvolvimento Infantil,
Neuroanatomofisiologia e Estágio Básico II, do curso de
Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense.
Professores orientadores: Eduardo Pacheco Rico, Fernanda
de Souza Fernandes e Cristina Adriana Rodrigues Kern.

CRICIÚMA
2019
INTRODUÇÃO

A Constituição Brasileira no artigo 227 assegura a proteção integral à criança e ao


adolescente: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança a ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão”. A criança e o adolescente têm os mesmos direitos
que um pessoa adulta e, além disso, têm alguns direitos especiais, por estarem em
desenvolvimento físico, psicológico, moral e social.

Objetivamos neste trabalho contribuir com reflexões acerca de questões ligadas aos
maus-tratos infantis. Para tanto, a reflexão apresenta o seguinte itinerário: história de normas de
proteção à criança e adolescente; conceituação do que são e os tipos de maus-tratos na infância;
as consequências neurológicas (impacto na estrutura e funcionamento cerebral), psicológicas,
sociais no desenvolvimento da criança; diagnóstico da realidade social da criança e do
adolescente do Estado de Santa Catarina; e as políticas públicas vigentes em vista da prevenção
e do combate aos maus-tratos na infância.

Os maus-tratos contra as crianças são uma das formas de violência mais grave, tanto
pelo número de vítimas que faz, como pelas sequelas negativas que deixa (causando graves
prejuízos em seu desenvolvimento, com repercussões de longo prazo). É essencial entender suas
ramificações para preveni-lo, detectá-lo e, em última análise, eliminá-lo em todas as suas formas.
MAUS-TRATOS NA INFÂNCIA

1 HISTÓRIA DE NORMAS DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E ADOLESCENTE

Historicamente, antes de 1870, as crianças eram vistas como adultos e a infância não
existia; trabalho infantil não era visto como exploração, mas como dever à sociedade e a Deus;
além disso, eram julgadas como adultos nos crimes que cometiam.
O infanticídio, até o século IX, não era crime, já que as crianças ilegítimas ou portadoras
de alguma deficiência eram jogadas de precipícios.
No século XIX, a criança começa a ter direito à educação e, somente em 1924, foi
realizada a 1ª Declaração dos Direitos da Criança.
Em 1950, foi instalado o primeiro escritório do UNICEF no Brasil, em João Pessoa, na
Paraíba. O primeiro projeto realizado no Brasil destinou-se às iniciativas de proteção à saúde da
criança e da gestante em alguns estados do nordeste do país.
Em 1964, criou-se a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor, através da Lei 4.513
de 1/12/64.
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, concretizou-se no artigo 227,
garantias às crianças e adolescentes os direitos fundamentais de sobrevivência, desenvolvimento
pessoal, social, integridade física, psicológica e moral, além de protegê-los de forma especial, ou
seja, através de dispositivos legais diferenciados, contra negligência, maus tratos, violência,
exploração, crueldade e opressão.
Então em 13/07/1990, foi criada a Lei nº 8.069, conhecida como Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA), que vigora em nosso País até hoje.
Ressaltamos, que o artigo 17 da Lei n. 8.069/1990, define como respeito, a
“inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente (...)”. E, na
sequência, o art. 18 estabelece que é um dever de todos cuidar da dignidade de crianças e
adolescentes, “pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante,
vexatório ou constrangedor”.
Assim, a simples violação de qualquer um dos direitos fundamentais elencados no ECA
e da Constituição Federal, configura desrespeito e é um crime, que deve ser punido o infrator
com todo o rigor que a lei impõe.
Em 1993, foi criada Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), n. 8.742/93, que
consagra uma nova abordagem para políticas de proteção integral para infância e juventude.
2 CONCEITUAÇÃO

Podemos considerar como maus-tratos todo comportamento que atinge a criança, que
está fora das normas de conduta e acarreta um risco substancial de danos físicos e emocionais.
São quatro os tipos de maus-tratos genericamente reconhecidos: violência física,
violência sexual, violência emocional/psicológica e negligência.
As causas dos maus-tratos à criança são variadas e não bem compreendidas.
A violência física muitas vezes é utilizada como instrumento pedagógico, sendo
qualquer ação que machuque ou agrida intencionalmente uma criança, por meio da força física,
arma ou objeto, provocando ou não danos e lesões internas ou externas no corpo. As formas
específicas incluem sacudir, derrubar, bater, espancar, queimar (p. ex., escaldar ou tocar com
cigarros). As causas mais comuns de abuso são as graves lesões cranianas em lactentes. Em
crianças pequenas, lesão abdominal também é comum.
Já a violência sexual trata-se de uma falta de fronteira entre as gerações, onde predomina
o abuso de poder do mais forte e a cultura de coisificação da criança e do adolescente. Formas
de abuso sexual incluem coito, com penetração oral, anal ou vaginal, assédio com contato genital
sem coito e formas que não envolvem contato físico com o agressor, incluindo exposição dos
genitais pelo agressor, exibição de material sexual explícito a uma criança e forçar a criança a
participar na produção de material sexual.
A violência emocional/psicológica refere-se à depreciação, a ameaças e à rejeição do
adulto sobre a criança, desenvolvendo nesta um comportamento destrutivo ou autodestrutivo
devido à desvalorização que sofre, ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à saúde
psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal.
A negligência fruto do despreparo para maternagem e paternagem e o referencial de
falta de cuidados básicos na infância, como: deixar vacinas em atraso, não levar ao médico, não
fazer os tratamentos necessários, perder documentos importantes da criança (ex: certidão de
nascimento, cartão da criança), a criança não estar matriculada ou não ir à escola, aparência
descuidada e suja, falta de supervisão dos responsáveis - crianças pequenas sozinhas em casa ou
constantemente fora de casa, em festas populares, em casa de vizinhos, nas ruas, em abandono;
acidentes domésticos previsíveis: quedas da cama, berço, janelas, escadas, banheiras; asfixias
por objetos pequenos, brinquedos, travesseiros, fios de telefone, saco plástico, pedaços grandes
de alimentos, cordão de chupeta e outros; intoxicações por medicamentos, material de limpeza,
veneno de rato, cosméticos, bebida alcoólica, dentre outros; queimaduras no forno quente,
tomada, ferro de passar, velas, fósforos, panelas, líquidos quentes, álcool e exposição excessiva
ao sol; atropelamentos e afogamentos em piscinas, lagos, praias, banheiras, baldes e vasos
sanitários).
Portanto, observa-se que o adulto – mais forte contra o mais fraco, a criança – é o ponto
fundamental nessa relação de violência. Somam-se a isso outras causas, como baixa escolaridade,
uso de drogas, alcoolismo e famílias desestruturadas emocionalmente. Enfim, trata-se de um
fenômeno multifatorial.

3 PROCESSO DE ESCULTURA DO CÉREBRO

A ocorrência crônica do estresse durante a infância, período de intensas modificações


cerebrais, pode danificar permanentemente a estrutura e o funcionamento cerebral, sendo que a
maioria dos neurônios é formada no final do segundo trimestre gestacional.
O excesso de sinapses aumenta o repertório de comportamentos que a criança e o
adolescentes passarão adotar, ou seja, quanto mais sinapses, maiores as chances do sistema
nervoso funcionar de acordo com as exigências do meio ambiente. Por isso, essa condição se
presta à aquisição de novas informações e habilidades sociais.
A partir de um certo estágio do desenvolvimento, as conexões excessivas ou redundantes
são eliminadas (podadas, esculpidas) para aumentar o desempenho das habilidades adquiridas,
reduzir demandas metabólicas e a necessidade excessiva de sono.
Isso compromete em algum nível a plasticidade do sistema nervoso central. Como o
cérebro é geneticamente programado para se desenvolver dessa maneira, é profundamente
moldado pelos efeitos das primeiras experiências. A partir disso, consequências de experiências
deletérias ou inadequadas podem ser duradouras ou mesmo irreversíveis.

3.1 DESENVOLVIMENTO CEREBRAL MEDIANTE O ESTRESSE

3.1.1 MODELO DA CASCATA: Baseado em cinco premissas

A exposição precoce a eventos estressantes ativa sistemas de respostas ao estresse e altera


a organização molecular para modificar sua sensibilidade, afetando também a mielinização,
morfológica neuronal, neurogênese e a sinaptogênese.
As regiões do cérebro diferem em sensibilidade ao efeito do estresse, entre as áreas
afetadas é possível citar o desenvolvimento atenuado do hemisfério esquerdo, a redução da
integração entre os hemisférios cerebrais, o aumento da irritabilidade elétrica dentro dos circuitos
do sistema límbico (relacionado à emoção), assim como a diminuição da atividade funcional do
vermis cerebelar. Há consequências neuropsiquiátricas e vulnerabilidade, que levam ao aumento
do risco de desenvolver transtorno dissociativo, assim como também risco ao uso nocivo de
substâncias psicoativas.

3.2 DESENVOLVIMENTO CEREBRAL MEDIANTE O ESTRESSE

3.2.1 MODELO DA CASCATA

PRIMEIRO ESTÁGIO: ATIVAÇÃO DOS SISTEMAS DE RESPOSTA AO ESTRESSE

No primeiro estágio ocorre a ativação dos sistemas de resposta ao estresse, onde ocorre o
aumento dos níveis de cortisol, da liberação de noradrenalina, reações autonômicas e aumento
da tensão e atenção. A separação materna prolongada, assim negligência ou maus tratos ativam
intensamente os sistemas de resposta ao estresse.
Há a redução de receptores GABA, que é o principal neurotransmissor inibitório no
sistema nervoso central, localizado na região da amigdala e lócus coeruleus. Implica também na
inibição da secreção de noradrenalina. e aumenta do estímulo à liberação de cortisona, levando
a sensação de medo e ansiedade,

SEGUNDO ESTÁGIO: REPERCUSSÕES DA ATIVAÇÃO DOS SISTEMAS DE


RESPOSTA AO ESTRESSE SOBRE O DESENVOLVIMENTO CEREBRAL

Devido a essa ativação uma série de consequências ocorrem no cérebro, entre elas é possível citar
a redução do peso cerebral, interferência na mielinização, redução do número de dendritos em
neurônios de várias regiões do cérebro e atraso na maturação de potenciais auditivo, visual e
somatosensorial-evocados

3.3 SISTEMA LÍMBICO

O sistema límbico é o responsável basicamente por controlar as emoções e as funções de


aprendizado e da memória, localizado nas estruturas do cérebro tem formato de um anel cortical
de cor acinzentada, possui várias estruturas, cada uma com suas funções. Duas regiões límbicas
imprescindíveis são o hipocampo e a amígdala, localizados abaixo do córtex, no lobo temporal.
O hipocampo pode ser considerado o principal local de armazenamento temporário da memória,
principalmente a memória a longo prazo, enquanto a amígdala está ligada à criação do conteúdo
emocional da memória, como sentimentos relacionados ao medo e a reações agressivas.
Como componentes do sistema límbico, a amígdala e hipocampo são responsáveis pela
modulação das reações emocionais e controle dos comportamentos, além de interferir no limiar
convulsivo.
Algumas áreas, quando impactadas pelo estresse podem sofrer consequências
prejudiciais, como é caso corpo caloso, responsável pela comunicação e integração dos dois
hemisférios cerebrais, que quando estressado gera distúrbios de aprendizagem para algumas
tarefas. O vermis cerebelar, relacionado a modulação da irritabilidade límbica e do limiar
convulsivo, com capacidade de estimular o sistema de recompensa, sob estresse causa a
potencialização dos efeitos produzidos pela amígdala e hipocampo. Já o neocórtex, responsável
pelas funções psíquicas superiores, têm uma maturação precoce, o que naturalmente ocorreria no
final da adolescência.

Para investigar a relação entre abuso precoce e disfunção do sistema límbico, Martin
idealizou, uma lista de perguntas para medir a frequência com que os pacientes apresentavam
sintomas parecidos aos da ELT. Em 1993, Martin e seus parceiros tiveram respostas de 253
adultos. Pouco mais da metade relatou ter sido vítima de abusos físicos ou sexuais ou ambos,
quando criança. Comparados com pacientes que não relataram maus tratos, a média de pontos da
checagem foi 38% maior em vítimas de abuso físico (mas não sexual) e 49% mais elevada em
vítimas de abuso sexual (mas não físico). Os indivíduos que admitiram tanto abusos físicos
quanto sexuais tiveram pontuação 113% maior do que os que não relataram nenhum tipo de
abuso. Maus tratos sofridos antes dos 18 anos tiveram mais impacto do que os ocorridos em idade
posterior, e homens e mulheres foram afetados de modo semelhante.
Em 1994, a equipe do McLean procurou apurar se o abuso físico, sexual ou psicológico
estava associado a anormalidades das ondas cerebrais em eletroencefalogramas (EEGs), que
possibilitavam uma medida mais direta da irritabilidade
límbica do que a checagem. Em busca de uma ligação, foi
revisado as fichas de 115 admissões consecutivas num Vermis Cerebelar
hospital psiquiátrico para crianças e adolescentes. E foi
encontrado anormalidades significativas de ondas cerebrais em 54% dos pacientes com histórico
de trauma precoce, mas em apenas 27% dos pacientes que não tinham sofrido abusos. Foi
observado também anomalias nos EEGs de 72% daqueles que haviam documentado histórias de
abusos físicos e sexuais sérios. As irregularidades apareceram nas regiões frontal e temporal do
cérebro e, surpreendentemente, envolviam especificamente o hemisfério esquerdo ao invés dos
dois lados, como seria de se esperar.

3.3.1 Redução no hipocampo e na amigdala

Em um estudo feito por J. Douglas Bremner Murray B. Stein, foi constatado


anormalidades no tamanho do hipocampo e da amigdala, compararam as escanerização por
ressonância magnética feitas em 17 adultos submetidos a abusos físicos ou sexuais na infância,
todos eles portadores de distúrbio de estresse pós traumático. Com as imagens de 17 pessoas
saudáveis, que correspondiam aos doentes em idade, sexo, raça e outras características (anos de
escolarização, abuso de álcool, se canhotos ou destros). Os hipocampos esquerdos das vítimas
de abuso com distúrbio de estresse pós-traumático eram, em média, 12% menores que os do
grupo de controle, mas os hipocampos direitos tinham tamanho normal.
Também foi encontrado anormalidades nos hipocampos esquerdos de 21 mulheres
adultas que tinham sofrido abusos sexuais na infância e apresentavam o chamado distúrbio de
personalidade múltipla, uma condição que alguns pesquisadores acreditam ser comum em
mulheres vítimas de abusos. Segundo a uma verificação, nessas mulheres, o hipocampo esquerdo
era significativamente reduzido, mas o tamanho do direito era relativamente normal. Uma
pesquisa feita em 2001, por Martin Driessen, do Gilead Hospital, em Bielefeld, Alemanha, e seus
colegas, relataram uma redução de 16% no tamanho do hipocampo e de 8% no tamanho da
amígdala em mulheres adultas com personalidade limítrofe e um histórico de maus tratos na
infância.
Apesar de não encontrarem na pesquisa a redução do hipocampo de forma visível nos
jovens, houve uma redução média perceptível de 9,8% no tamanho da amígdala esquerda, que se
correlacionava com sentimentos de depressão, irritabilidade ou hostilidade. A hipótese mais
provável é que a diferença no tamanho do hipocampo entre as pesquisas se deva a uma influência
muito gradual do estresse sobre essa área.
De acordo com estudos feitos com animais por Bruce S. McEwen e Robert M. Sapolsky,
as consequências do estresse constante agindo sobre o organismo teriam relação com a
vulnerabilidade do hipocampo por ele se desenvolver de forma lenta, e continuar produzindo
neurônios ainda após o nascimento, bem como por ter uma maior quantidade de receptores de
cortisol do que quase todas as outras áreas do cérebro, o que acarreta consequências até para os
maiores neurônios, que podem ser mortos ou ter seus formatos modificados, além de suprimir a
produção de novas dessas células.
A liberação do estresse –sob níveis “normais” - se dá da seguinte forma: o hipotálamo
secreta um fator de liberação, o CRH (corticotropin releasing hormone), que estimula a
pituitária/hipófise anterior na liberação de ACTH (adrenocortical). O ACTH age sobre o córtex
adrenal liberando o cortisol, também conhecido como hormônio do estresse. Esse, por sua vez,
age inibindo o ACTH e o CRH. Porém, quando há um funcionamento anormal desse sistema e
os níveis de cortisol são intensos, o resultado é um dano neurológico irreversível.
Ademais, experiências com ratos foram feitas por Christian Caldji e Michael J. Meaney.
Os resultados mostraram que há uma alteração na estrutura de receptores gaba na amígdala. Esses
receptores reagem ao ácido gama-aminobutírico (gaba), o principal neurotransmissor inibidor do
cérebro. A redução da função desse neurotransmissor resulta em atividade elétrica excessiva e
pode ser um fator para gerar ataques.
Portanto, é irrefutável que existem consequências neurológicas oriundas do abuso.
Dentre elas, pode-se listar anormalidades no sistema límbico –controlado pelo hipotálamo e
relacionado às suprarrenais-, e ainda alterações na atuação dos dois hemisférios cerebrais. A
partir do uso de um eletroencefalograma puderam analisar o grau de inter-relação entre os
neurônios do córtex que processam e modificam sinais elétricos cerebrais. Foi notório o
desenvolvimento mais contido do hemisfério esquerdo nos indivíduos que sofreram maus tratos,
possuindo o hemisfério direito predominante –ao contrário do grupo de controle, ainda que todos
de ambos os grupos fossem destros.
Logo, pode haver uma falha ou comprometimento maior na comunicação com pessoas
que possuem um histórico de abuso ou negligencia, uma vez que o hemisfério
esquerdo, que se encontra reduzido, é especializado na percepção e expressão da
linguagem, enquanto o direito se é encarregado de captar informações espaciais e do
processamento e expressão de emoções –particularmente emoções negativas.
Foi medida, então, a atividade hemisférica em adultos durante a lembrança de uma
memória neutra e uma perturbadora precoce, perceberam que as vítimas de abuso pareceram usar
predominantemente os hemisférios esquerdos ao pensar em memórias neutras e os direitos ao
retomarem memórias ruins; ao passo que os indivíduos do grupo de controle utilizaram ambos
os hemisférios de forma integrada e em grau compatível para realizar os dois exercícios. Portanto,
questionou-se o que estaria relacionado a essa integralidade entre os hemisférios que é
prejudicada sob estresse precoce.
O corpo caloso é o principal caminho para a troca de informações entre os dois
hemisférios. Logo, encontraram também uma diminuição nesse. Os pesquisadores notaram,
também, que o fator mais poderoso sobre a estrutura se diferencia entre sujeitos do sexo
masculino e feminino. Nos garotos, o abandono trazia muito mais efeitos que qualquer outro
maltrato, enquanto que para as meninas, a mesma consequência surgia para o abuso sexual.
Não só isso, como o abuso na infância pode gerar uma atividade anormal no vermis
cerebelar, que está correlacionado ao grau de irritabilidade límbica (o fluxo sanguíneo no vermis
cerebelar foi marcadamente menor em vítimas de trauma, o que sugere um dano funcional, ou
seja, o vermis não podia se ativar o suficiente para controlar certos níveis de irritabilidade)
A menor integração entre os dois hemisférios cerebrais resultante da diminuição do
corpo caloso pode predispor os pacientes a deslocarem-se abruptamente de estados dominados
de um hemisfério, para estados dominados pelo outro hemisfério. Essa polarização pode resultar
numa visão ora muito positiva, ora muito negativa de um mesmo acontecimento/pessoa/entre
outros. Esse abismo entre as percepções e memórias é uma condição do distúrbio de
personalidade limítrofe. Além do mais, atividades de EEG anormais no lobo temporal também
são frequentemente observadas em pessoas com comportamento auto-destrutivo e forte
propensão para o suicídio.
Entretanto, uma boa forma de prevenir as crianças desses efeitos irreversíveis é por meio
de uma alimentação adequada, bem como uma não exposição a episódios de estresse precoce
intensos. Assim, o cérebro consegue se desenvolver de uma maneira mais estável nos âmbitos
emocional, social, empática e hemisféricamente.

4 IMPACTOS DOS MAUS TRATOS NO DESENVOLVIMENTO HUMANO


O desenvolvimento infantil (base para o desenvolvimento na adolescência e vida adulta)
é fomentado de forma integral. Na ocorrência de maus tratos os aspectos principalmente
impactados são o físico, social, emocional e cognitivo. Ainda assim, há a comprovação de que
esse impacto não depende apenas da situação do mau trato em si, mas também de todo o aspecto
biopsicossocial que a criança possui.

4.1 Impactos traumáticos: físicos e psicológicos


Pode-se fazer uma distinção entre as consequências de forma que se caracterizem entre
curto, médio e longo prazo. Sendo que as de curto prazo são mais visíveis, especialmente
considerando a violência física. O que propicia um maior registro de casos, em função da atenção
medica e registro de notificações. Com relação ao abuso sexual, é preciso salientar que a maioria
dos casos ocorre sem que haja sinais físicos ou sinais que geram consequências físicas imediatas.
Traumas de natureza de negligência são mais difíceis de serem identificados, por serem mais
complexos de serem caracterizados.
As consequências emocionais tendem a aparecer a médio e longo prazo. Sendo bastante
vasta as consequências dos maus tratos é difícil um diagnóstico preciso. Aparecem distúrbios
psicossomáticos, nas mais variadas manifestações, como sintomas gastrointestinais, dores
abdominais, entre outros. Assim como também questões psicoemocionais, ansiedade e
depressão, por exemplo, assim como a possibilidade de desencadeamento dos outros transtornos
psiquiátricos.

4.2 Psicossocial

Conforme citado anteriormente, a intensidade e variedade das consequências dos mau


tratos dependem de uma serie de fatores, pode ser citado entre eles: De que forma a violência
ocorreu, a duração e incidência da violência, o grau de envolvimento entre a vítima e o agressor,
a idade em que ocorreu a violência, nível de desenvolvimento, assim como a rede de suporte que
a criança possui em seu meio. Estudos apontam que crianças vitimas de maus tratos possuem
uma menor auto-estima que crianças não sujeitas a essa condição. É apresentado também uma
maior dificuldade de relacionamento das vitimas para com outras crianças, assim como também
adultos. Se tornam crianças isoladas, com níveis negativismo, assim como também é abordado
o autoconceito que a criança possui de si, auto-estima e desempenho escolar.
Não é incomum crianças vitimas de maus tratos mostrarem tendências a se encaminhar
para o mesmo tipo de ambiento no qual ocorreu a violência, se tornando assim reprodutores da
violência a qual foi exposta. Apresentam também, doenças neurológicas e psiquiátricas oriundas
do trauma. Essas crianças referiam ter menos amigos que as demais, assim como baixa
perspectiva de futuro e por sentirem-se menos aceitas por seus colegas apresentam um menor
autopercepção de competência.

4.3 Subgrupos de consequências


Além da categoria apresentada acima, podem ser colocadas também subdivisões de
quatro tipos, sendo estas as reações corporais, nas quais podem estar presentes baixa estatura,
atraso do crescimento, inapetência, insônia e dificuldades de dormir devido a pesadelos,
cefaleias, convulsões e tremores, hiperatividade, problemas gastrointestinais, problemas
imunológicos e reações alérgicas, problemas de fala e de audição; reações emocionais, vindas
com choque com amnésia, medo intenso, dissociações (tanto de afeto quanto de realidade), raiva
e irritabilidade, assim como culpa; reações cognitivas se dão com dificuldades de concentração,
perdas de memória e confusão mental, distorções da realidade e imaginárias (flashbacks), assim
como possível dislexia.

4.4 Condições associadas


Por ser manifestar de inúmeras formas, as consequências dos maus tratos infantis podem
acarretar numa série de condições psiquiátricas, associadas a forma com que a criança passou
por tais experiências. Pode-se citar depressão, ansiedade, pensamentos suicidas ou transtorno de
estresse pós-traumático (TEPT).
Com relação a padrões comportamentais pode expressar-se através da agressão,
impulsividade, delinquência, hiperatividade ou abuso de substâncias. Uma condição psiquiátrica
fortemente associada ao tema é o distúrbio de personalidade limítrofe, também conhecido
Borderline.
Dentro dessa condição o indivíduo passa a enxergar a realidade de forma extremamente
ambivalente, em termos de tudo ou nada. Ora colocados terceiros num pedestal, para depois
retira-los, algo feito com base em uma percepção própria. Aqueles que sofrem desse distúrbio
tem tendência a cólera e episódios transitórios de paranoia ou psicose.
Nos seus relacionamentos estão ligações instáveis e intensas, marcadas por essa
ambivalência. Devido a tais questões apresentam impulsos autodestrutivos ou suicidas, como
uma tentativa de fuga desses extremismos.

5 DIAGNÓSTICO DA REALIDADE SOCIAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


DO ESTADO DE SANTA CARTARINA

O Conselho Estadual da Criança e do Adolescente do Estado de Santa Catarina


(CEDCA/SC), é um órgão responsável pela formulação, controle e avaliação de políticas
públicas referentes à infância e adolescência, que busca desenvolver ações para efetivar os
direitos humanos fundamentais para a população infanto-juvenil catarinense.
Então idealizaram um projeto de diagnóstico, que foi construído a partir de dados
referentes aos registros ocorridos no período compreendido entre 01/01/2016 a 31/12/2016,
dados estes obtidos de toda a rede de atendimento à criança e ao adolescente do Estado de Santa
Catarina.
Este projeto foi concluído no ano de 2018, onde o CEDCA/SC, elaborou em parceria
com Painel Pesquisas e Consultoria, um diagnóstico da realidade social da criança e do
adolescente do Estado de Santa Catarina, realizando um levantamento dos dados acerca das ações
de atenção voltadas à crianças e adolescentes desenvolvidas pelas diferentes políticas sociais em
âmbito estadual.
O presente trabalho, realizou o registro dos dados/diagnóstico em 06 volumes, onde
cada um trata de um tema especifico, aqui utilizamos o volume 03, com o tema Direito à liberdade
ao respeito e à dignidade.
Os dados foram coletados, através das bases de dados obtidas de diversas fontes
estaduais ou federais, como Secretaria de Estado da Assistência, Trabalho e Habitação (SSP/SC),
Tribunal de Justiça (TJSC), Ministério Público (MPSC), Secretaria de Segurança Pública
(SST/SC), programas do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) p0revistos no Sistema
Único de Assistência Social (SUAS), Conselho Tutelar (CT) e Unidades de Acolhimento (UA),
Censo Demográfico do IBGE de 2010 com o propósito de viabilizar futuras comparações
censitárias a partir de 2020.
Ressaltamos, que o presente Diagnóstico evidencia alguns riscos no próprio ambiente
doméstico que tornam crianças e adolescentes a eles vulneráveis, confirmando a pertinência da
interferência externa para protegê-los, com destaque para primeira infância, incumbindo à Rede
de Proteção e a todos os atores sociais.
A nossa região é reconhecida como Associação AMREC, que abrange os seguintes
municípios: Balneário Rincão, Cocal do Sul, Criciúma, Forquilhinha, Içara, Lauro Muller, Morro
da Fumaça, Nova Veneza, Orleans, Siderópolis, Treviso, Urussanga.
No presente documento, foi apresentado algumas tabelas onde destacou as taxas de
notificações de violência física, violência emocional/psicológica e violência sexual, analisando
as 21 associações dos Municípios, então vamos apresentar os índices no âmbito Estadual e
destacando os índices da nossa região AMREC, vejamos:

5.1 Taxa de notificação de violência física


No Estado de Santa Catarina estes são os índices:

Das 21 Associações dos Municípios, em 13 regiões a taxa de notificação de violência


física é superior à média estadual de 4,2 destacando-se as regiões da AMMOC, AMURES,
AMURC e AMAI, como regiões que merecem a maior atenção dos órgãos Estaduais e
Municipais responsáveis pelos cuidados as crianças e adolescentes.

5.2 Taxa de notificação de violência emocional/psicológica:

No Estado de Santa Catarina estes são os índices:


Em relação à violência psicológica observa-se na tabela que as regiões da AMMOC,
AMAI e MURES continuam na posição com os indicadores mais altos no Estado, acrescido da
região da AMEOSC do extremo oeste. Neste indicador são 12 regiões com taxa de notificações
de violência psicológica, superioi à média estadual que aparece com 5,2.

5.3 Taxa de notificação de violência sexual:

No Estado de Santa Catarina estes são os índices:


Na taxa de violência sexual as regiões da AMAUC, GRANFPLOIS e AMESC
apresentam as mesmas taxas do Estado (2,3) e outras 10 regiões possuem taxas superiores à
média estadual, destas a AMVALI, AMMOC, AMAI e AMESOSC se destacam com as taxas
mais altas. Chamamos a atenção para 03 regiões: AMMOC, AMMAI e AMEOSC, que já
apareceram na mesma condição nos indicadores de violência física e psicológica.
Em análise aos dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Santa Catarina,
através do total de boletins de ocorrência analisados, foram registrados 30.503, sendo 56,5%
referentes ao sexo feminino e 73,6% na faixa etária de 12 a 17 anos.

Nestes boletins de ocorrência foram classificados nas seguintes categorias: violência


doméstica; crimes de ordem familiar; crimes contra a vida; abandono de incapaz; violência
sexual; violência física; violência psicológica; desaparecimento e outros.
A partir do conhecimento do perfil das vítimas, é possível a análise dos fatos
comunicados por tipos de violência, a começar pela violência psicológica, no qual foram
registrados 8.746 boletins de ocorrência (28,7% do total), tendo como núcleo principal a ameaça,
que representou isoladamente 69,7% das ocorrências, sendo ao todo 20.278 fatos analisados. De
forma mais acentuada nesse tipo de violência, o sexo feminino corresponde a 61,0% das vítimas,
sobressaindo a faixa etária de 12 a 17 anos, com 84,2% dos casos, vejamos:

Com relação a violência física, os dados representam 23,3% das ocorrências registradas
na SSP/SC e a lesão corporal se destaca com 82,9% dos boletins de ocorrências.
A respeito dos crimes contra a vida que representam 1,7% do total de boletins de
ocorrência registrados pela SSP/SC, tem-se três fatos que, juntos, representam quase 70% dos
registros. São eles: 27,1% de tentativa de homicídio; 21,3% de homicídio; e 20,3% de homicídio
em acidente de trânsito. Sendo que nesse tipo de crime, as principais vítimas são crianças e
adolescentes do sexo masculino (69,3%), vejamos:
No tocante à violência sexual, o sexo feminino representa 85,1% dos casos, sendo o
estupro de vulnerável o fato mais comunicado, com 80,5% das ocorrências. A violência sexual
no total de registros representou 12,6% dos casos, vejamos:
Do total de 295 dos Conselhos Tutelares do Estado de Santa Catarina, somente 70%
destes, responderam as pesquisas ou SIPIA, assim, tiveram 9.115 notificações de violação do
direito à liberdade, ao respeito e à dignidade, representando 19,7% do total. Desse total, a
violência psicológica representou 36,6% das notificações (4.256), a violência física 26,1%
(3.034) e a sexual 22,0% (2.554), vejamos:
Os dados de notificação de violência fornecidos pela Secretaria de Estado da Segurança
Pública apontam para uma predominância da violência psicológica – 28,7% (e, dentro dessa
categoria, a ameaça, como a mais frequente). A violência física aparece em segundo lugar, com
23,3% dos casos, tendo na lesão corporal o seu maior índice. Em terceiro lugar, aparece a
violência sexual, em que mais de 80% dos casos são computados como estupro de vulnerável.
No caso do SIPIA-CT, as notificações seguem a mesma ordem: 36,6% para violência
psicológica, 26,1% para violência física e 22% para violência sexual.

6 POLÍTICAS PÚBLICAS

Devido a intensidade e os altos índices de crianças vítimas de violências, inspirou a


edição recente de leis que estabelecem mais mecanismos de proteção, a exemplo da Lei Federal
n. 13.185/2015, que institui o Programa de Combate Sistêmico ao Bullying, e da Lei Federal n.
13.431/2017, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vitima
ou testemunha de violência e dá outras providencias em relação ao ECA.
Em 2017, foram registradas quase 80 mil denúncias de violência infantil ao Disque 100, o
principal meio para comunicar violações de direitos humanos no país. Destas, 51% são de
violência psicológica, 36% de violência física e 13% de violência sexual. A maioria das
denúncias envolve crianças entre 4 e 7 anos, e em 45% dos casos a violência ocorre na casa da
própria vítima.
Santa Catarina não está diferente do cenário nacional. Segundo a Secretaria de Segurança
e órgãos de proteção à criança, o estado é o quinto com mais casos de violência infantil. Para
conscientizar e informar a população sobre a importância de denunciar situações violentas, o
Ministério Público de Santa Catarina e o Fórum Catarinense pelo Fim da Violência e da
Exploração Sexual Infanto juvenil lançam uma campanha interinstitucional.

6.1 CAMPANHAS DE PREVENÇÃO


A campanha “Laço azul” foi iniciada em 1989, em Virgía, EUA, quando uma avó
amarrou uma fita azul de antena de seu carro parar movimentar um questionamento, ela explicou
que o neto havia sido espancado até a morte pela mãe e namorado. Azul significa a cor das lesões,
servindo, portanto, como um lembrete para a luta na proteção das crianças contra os maus-tratos.
A campanha nacional para prevenção dos maus-tratos na infância ocorre em no mês de
abril, com a sugestiva frase “Apenas o coração pode bater”, assim como “Serei o que me deres
... que seja amor.”

CONCLUSÃO

Infelizmente, em nosso país, a violência tornou-se uma temática central da saúde pública
devido a sua magnitude e repercussões no comprometimento da saúde e qualidade de vida das
pessoas. Com relação à criança, a violência é uma comum e grave violação de direitos, por negar-
lhes a liberdade, a dignidade, o respeito e a oportunidade de crescer e se desenvolver em
condições saudáveis.
Como apresentado no presente trabalho, há diversos estudos mostrando os prejuízos que
a violência (praticados contra as crianças) acarretam no desenvolvimento humano, onde
potencializa os problemas de comportamento, estes no meio social, déficits ou interação da
criança com os pares e adultos de sua convivência.
Assim, para que possamos mudar esta realidade, é fundamental a recorrência de maus-
tratos seja rompida, o que pode ser realizado através de programas de intervenção realizados com
os pais, com a escola e com as crianças. A escola, o ambiente escolar, é não somente, um
importante local para detecção dos casos de maus-tratos, como também muito adequado para a
implementação de programas de intervenção.
Acreditamos, também, enquanto a nossa sociedade não passar a pregar o amor, a
empatia, o respeito, nada mudará.

REFERÊNCIAS

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Brasil. Disponível em: http://fundacaotelefonica.org.br/promenino/trabalhoinfantil/noticia/uma-
breve-historia-dos-direitos-da-crianca-e-do-adolescente-no-brasil/ acessado no dia 20/11/2019.
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PAPALIA, Daine E.; OLDS, Sally W.; FELDMAN, Ruth D. Desenvolvimento Humano. Porto
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TEICHER, M.H. Feridas que não cicatrizam: A neurobiologia do abuso infantil. Scientific
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Reichenheim, Michael E., Hasselmann, Maria Helena, & Moraes, Claudia Leite. (1999).
Conseqüências da violência familiar na saúde da criança e do adolescente: contribuições
para a elaboração de propostas de ação. Ciência & Saúde Coletiva, 4(1), 109-121.
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DUARTE, M. F. A; O Impacto dos maus-tratos na vida das crianças e dos jovens em
situação de acolhimento: Estudo comparativo. Porto: Universidade Fernando Pessoa.
Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/6952/1/DM_Mariana%20Duarte.pdf
Acessado no dia 22/11/2019.
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social de Santa Catarina. Diagnóstico da realidade
social da criança e do adolescente do Estado de Santa Catarina. Vol. 03. 1-96 p. 1ª. Edição.
Florianópolis, 2018. Disponível em:
http://www.sds.sc.gov.br/index.php/conselhos/cedca/diagnostico-da-realidade-social-da-crianca-e-
do-adolescente-do-estado-de-santa-catarina/3447-caderno-3-direito-a-liberdade-ao-respeito-e-a-
dignidade/file acessado no dia 20/11/2019.
NUNES, Fábio Luiz et al . Eventos traumáticos na infância, impulsividade e transtorno da
personalidade borderline. Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro , v. 11, n. 2, p. 68-76, dez. 2015
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