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TCCAnaliseCustoBeneficioPB PDF
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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
João Pessoa - PB
Dezembro de 2011
GUILHERME URQUISA LEITE
COMISSÃO EXAMINADORA
__________________________________________ ____________________
__________________________________________ ____________________
__________________________________________ ____________________
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço, antes de tudo, a Deus, que na sua infinita bondade me fez capaz de discernir, entre
tantos caminhos, o que me levaria à honradez, à integridade, ao cidadão que hoje sou.
Aos meus pais, que me carregaram enquanto aprendia a caminhar com os meus próprios
passos e continuam me guiando, apoiando as minhas escolhas e aplaudindo as minhas
conquistas.
A Juliane França, por estar comigo nos momentos mais difíceis e pelo incondicional apoio na
realização deste trabalho.
A Maria do Socorro França, pelo grande auxílio na reta final deste trabalho.
Aos meus amigos colegas de curso, em especial Romero, Nicholas e Rodolfo que entre os
momentos de estudo e “azilação” muito contribuíram para a minha formação.
Ao meu orientador, professor Fábio Lopes pelos ensinamentos, pela paciência e dedicação
com que me auxiliou na conclusão deste trabalho.
A todos os professores do curso de Engenharia Civil da UFPB, pela amizade e dedicação com
que nos passam conhecimento.
Ao meu chefe José Roberto Ferreira Chaves, pelos ensinamentos, pelas dicas profissionais e
compreensão com o qual trata seus estagiários.
iv
“Nossa maior fraqueza está em desistir. A
maneira mais segura de ter sucesso é
sempre tentar mais uma vez.”
Thomas Edison
v
RESUMO
vi
ABSTRACT
Factors such as the growth of cities have led to trigger processes such as slope
instability. Among the various ways to stabilize a slope, barring structures show to be an
efficient measure to control this process and are extensively used in contention of natural
slopes, cut or embankments, and in creating of basements of buildings. There are several
kinds of barring structures, however the performance of each one is a unique enterprise, and
therefore the choice of performing must promote an effective, economical solution. This work
aims at developing a comparative budgetary analysis of some methods of barring structures
more likely, thus presenting economic proposals regarding the implementation of this type of
structures. Some pre-sizing have been made, in which two situations are considered, one in
which the slope had a total height of 3 meters and another in which the slope had a total
height of 6 meters and characteristics of the soil were kept in both cases. So the budgetary
analysis was performed and it was found that the walls of mortared stone obtained results
more economical, while taking up too much space and the most expensive are cable-stayed
curtains. But in a real situation more factors must be considerate.
vii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................12
2. OBJETIVOS......................................................................................15
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................16
3.2 Escorregamentos.................................................................................19
3.2.2 Os rastejos.................................................................................20
3.2.3 As corridas................................................................................20
4. METODOLOGIA............................................................................47
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................50
6. CONCLUSÕES................................................................................63
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................64
ix
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
x
Figura 22 - Construção em solo grampeado com equipamentos mecânicos. Fonte: Zirlis,
1999, citado em Lima(2007). _____________________________________________ 43
Figura 23 - Construção em solo grampeado com equipamentos manuais. Fonte: Zirlis, 1999,
citado em Lima (2007). __________________________________________________ 43
Figura 24 - Detalhes de uma “terra armada” (seção). Fomte : IPT. ________________ 44
Figura 25 - Detalhes de uma “terra armada” (perspectiva). Fonte: IPT. ____________ 45
Figura 26 - Exemplo de utilização de solo reforçado com geotêxtil e detalhes construtivos.
Fonte: IPT.____________________________________________________________ 46
Figura 27 - Perfil representativo do muro de pedra argamassada. _________________ 50
Figura 28 - Perfil representativo do muro de Gabião (H=3m). ___________________ 51
Figura 29 - Perfil representativo do muro de Gabião (H=6m). ___________________ 52
Figura 30 - Perfil representativo do muro de concreto armado (H = 3m). __________ 53
Figura 31 - Perfil representativo do muro de concreto armado (H = 6m). __________ 54
Figura 32 - Perfil representativo da Cortina Atirantada. _______________________ 55
Figura 33 - Perfis representativos do Solo Grampeado._________________________ 56
Figura 34 - Perfil representativo da Terra Armada ( H = 3m).____________________ 57
Figura 35 - Perfil representativo da Terra Armada ( H = 6m). ___________________ 58
Figura 36 - Perfis representativos do Solo Reforçado com geossintéticos. __________ 59
Figura 37 - Custo por Obra para um talude de 3m. ____________________________ 60
Figura 38 - Custo por Obra para um talude de 6m. ____________________________ 60
xi
12
1. INTRODUÇÃO
região montante do talude. As tensões de tração que vêm a ocorrer podem provocar o
aparecimento de trincas, às quais podem preencher-se de água, fato esse associado a inúmeros
casos de escorregamentos.
Também importantes são as obras de contenção em rodovias, uma vez que os órgãos
rodoviários têm convivido com um número muito grande de passivos ambientais relacionados
aos processos de movimentação de terra. Sabe-se que importantes rodovias brasileiras
apresentam muitos taludes afetados por escorregamentos de diferentes portes. Considerando a
influência das rodovias no desenvolvimento de um país e, no Brasil em particular, os custos
diretos para as recuperações somando-se aos custos indiretos, como as interdições das pistas e
os congestionamentos que promovem deterioração de cargas e atraso nas entregas, têm sido
extremamente elevados.
Diante dessa realidade, estudos relacionados à instabilidade de taludes e suas formas
de contenção tem se mostrado de extrema importância para o entendimento, e
conseqüentemente, para contribuir com a minimização e prevenção desses fenômenos.
Existem vários métodos de se conter um talude, daí, a importância de se avaliar o tipo
de contenção adequada a cada situação, pois cada obra é um empreendimento singular. Dessa
forma, seu plano de execução deve ser modelado a atender as especificidades e necessidades
visando sempre uma solução eficaz e econômica.
contenção consideradas, bem com a descrição dos parâmetros utilizados para o pré-
dimensionamento das estruturas e para a elaboração dos orçamentos.
No capítulo 5 são apresentados os resultados dos pré-dimensionamentos e dos
orçamentos, também é feita a comparação custo-benefício entre as obras de contenção
consideradas.
Por fim, no capítulo 6 são apresentadas as conclusões do trabalho.
15
2. OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é fazer uma comparação entre alguns tipos de obras de
contenção, levando em consideração os custos e os benefícios gerados, bem como o espaço
ocupado e o tempo de construção. Para enfim apresentar a proposta mais econômica, porém
viável a determinada situação, servindo como base teórica para uma possível escolha entre
esses tipos de obra.
16
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Quadro 1: Classificação dos desastres naturais do CRED (Centre for Research on the Epidemiology of
Disasters) + MunichRe (Munich Reinsurance company). Fonte: Modificado de Kobiyama (2011).
A figura 1 representa a ocorrência de desastres naturais no mundo. Nela percebe-se o
aumento considerável do número de eventos, o que ocorreu devido à ocupação humana em
áreas impróprias ou que ofereceram algum risco. Alguns cientistas também relacionam esse
aumento às mudanças climáticas com tendência para o aquecimento global, isto leva a um
aumento de extremos climáticos. Nesta situação, os eventos de temporais, de chuvas intensas,
de tornados ou de estiagens severas, entre outros, podem tornar-se mais frequentes,
aumentando a possibilidade de ocorrência de desastres naturais (Tominaga et al, 2009).
17
Figura 2 - Distribuição dos tipos de desastres naturais no mundo, período 1900-2006 (Marcelino, 2007).
Legenda: IN - inundação, ES - escorregamento, TE - tempestades (furacões, tornados e vendavais), SE -
secas, TX - temperatura extrema, IF - incêndios florestais; TR - terremoto; VU vulcanismo; RE - ressaca.
Segundo Alcántara-Ayala (2002), a ocorrência de desastres naturais está ligada não
somente à susceptibilidade de ocorrência dos mesmos, devido às características
geoambientais, mas também à vulnerabilidade do sistema social sob impacto, isto é, o sistema
econômico-social-politico-cultural. Normalmente os países em desenvolvimento não possuem
boa infra-estrutura, sofrendo muito mais com os desastres do que os países desenvolvidos,
principalmente quando se compara o número de vítimas.
18
Figura 3 - Distribuição anual do número de mortes por escorregamentos no Brasil no período de 1988 a
2009. Fonte: Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT).
3.2 ESCORREGAMENTOS
& Galvão (2006), pode-se mesmo dizer que, numa escala de tempo geológica (milhares de
anos), é certo que algum deslizamento vai ocorrer em todas as encostas. No entanto, a
remoção da vegetação original e a ocupação urbana tendem a tornar mais frágil o equilíbrio
naturalmente precário, fazendo com que os deslizamentos passem a ocorrer em escala humana
de tempo (dezenas de anos ou mesmo anualmente).
Em uma classificação feita por Augusto Filho (1994) destacam-se quatro tipos de
movimentos básicos, são eles:
3.2.3 AS CORRIDAS
Figura 4. Esquema de escorregamento planar ou translacional de solos. Fonte: Acervo IG. Citado em
Tominaga et al, (2009).
ESCORREGAMENTOS ROTACIONAIS
Figura 5. Esquema de escorregamento rotacional. Fonte: Lopes (2006). Citado em Tominaga et al, (2009).
23
ESCORREGAMENTOS EM CUNHA
“Os registros mais antigos de obras de contenção apontam para muros de alvenaria de
argila contendo aterros na região sul da Mesopotâmia (Iraque) construídos por sumerianos
entre 3.200 e 2.800 a.C. Obras construídas seguindo preceitos de engenharia moderna
começaram a surgir apenas no inicio do século XVIII, fruto de trabalhos de engenheiros
franceses.
De fato, a engenharia moderna de obras de contenção iniciou-se com o trabalho de
Coulomb publicado em 1776, sobre regras de máximos e mínimos aplicadas a estrutura de
arrimo, o que causou enorme impacto na concepção destas estruturas. O desenvolvimento
desta ciência, naquela época, fora motivado pela expansão colonizadora européia, iniciada no
século XVI, que requereu a construção de diversas estruturas de defesa e fortificações
militares, em locais e terrenos os mais variados possíveis, em quase todos os continentes da
Terra.
Foram esses tipos de estrutura as primeiras obras introduzidas no Brasil no século
XVIII (fortes costeiros) e que tiveram seu uso expandido para obras portuárias e contenções
urbanas no século XIX, na Bahia e no Rio de Janeiro, com a vinda da Corte Portuguesa. A
difusão deste tipo de estrutura no Brasil só iria ocorrer no século XIX, com a expansão das
obras ferroviárias particulares (Imperial Estrada de Ferro de Petrópolis, 1854) e estatais
(Companhia Estrada de Ferro Dom Pedro II, 1864).” (ABMS/ABEF, 1997 apud MEDEIROS,
2005).
Uma definição postulada por Barros (2005) foi que estruturas de contenção ou de
arrimo são obras civis construídas com a finalidade de prover estabilidade contra a ruptura de
maciços de terra ou rocha. São estruturas que fornecem suporte a estes maciços e evitam o
escorregamento causado pelo seu peso próprio ou por carregamentos externos. Exemplos
típicos de estruturas de contenção são os muros de arrimo, as cortinas de estacas prancha e as
paredes diafragma. Embora a geometria, o processo construtivo e os materiais utilizados nas
estruturas citadas sejam muito diferentes entre si, todas elas são construídas para conter a
possível ruptura do maciço, suportando as pressões laterais exercidas por ele.
Para Medeiros (2005) a contenção é feita pela introdução de uma estrutura ou de
elementos estruturais compostos, que apresentam rigidez distinta daquela do terreno que
conterá.
As obras de contenção do terreno não são aplicadas somente nas encostas naturais,
estão cada vez mais presentes nos projetos de engenharia devido à crescente ocupação das
27
áreas urbanas, realizadas para aproveitar melhor os espaços, inclusive em obras civis como a
construção de subsolos de edifícios ou contenção na escavação de valas (Medeiros, 2005).
Carvalho (1991) classifica essas obras de contenção como:
Muros de Arrimo;
São estruturas corridas de contenção de parede vertical ou quase vertical, apoiadas em
uma fundação rasa ou profunda. Podem ser construídos em alvenaria (tijolos ou pedras) ou em
concreto (simples ou armado), ou ainda, de elementos especiais (Carvalho, 1991).
O sistema estrutural constitui-se por paramento e fundação e, eventualmente, por
elementos de reforço do maciço. Os paramentos podem ser de concreto armado, concreto
ciclópico, pedra argamassada, crib-wall, gabião, solo-cimento compactado, solo-cimento
ensacado, enrocamento, alvenaria armada etc. Além desses elementos, normalmente
compõem o muro de arrimo elementos drenantes e filtrantes como filtros de areia ou brita,
drenos profundos, barbacãs, drenos subhorizontais e canaletas. Os muros de arrimo podem ser
de vários tipos: gravidade, quando opõem aos empuxos horizontais pelo peso próprio
(construídos de alvenaria, concreto, gabiões ou pneus), de flexão, que utilizam parte do peso
do maciço como elemento estabilizante (podem ou não ter contrafortes) (DER/SP, 2006).
Semelhante ao muro de pedra seca, sendo que os vazios são preenchidos com
argamassa de cimento e areia e podem ser utilizados blocos de dimensões variadas. Esse
arranjo com pedras de dimensões variadas, bem como seu rejuntamento, confere maior
rigidez no muro, possibilitando seu uso em contenções de taludes com alturas de até 3 metros,
29
pode-se realizar a drenagem na face posterior (tardoz) do muro através de uma manta de
material geossintético (tipo geotêxtil). Neste caso, a água é recolhida através de tubos de
drenagem adequadamente posicionados (Carvalho, 1991).
armado. Deve ser provido de filtro na interface entre o crib-wall e o aterro para evitar a fuga
de materiais, por exemplo, com uso de mantas geotêxteis (Carvalho, 1991).
A figura 11 ilustra a configuração desse tipo de contenção.
Os muros de gabiões são constituídos por gaiolas metálicas construídas com fios de
aço galvanizado em malha hexagonal com dupla torção preenchidas com pedras arrumadas
manualmente e costuradas umas as outras por arame, formando muros de gravidade de
diversos formatos.
São utilizados como proteção superficial de encostas, proteção de margens de rios e
riachos, são também utilizados com muros de contenção, até alturas de alguns metros.
As dimensões usuais dos gabiões são: comprimento de 2m e seção transversal
quadrada com 1m de aresta. No caso de muros de grande altura, gabiões mais baixos (altura =
0,5m), que apresentam maior rigidez e resistência, devem ser posicionados nas camadas
inferiores, onde as tensões de compressão são mais significativas. Para muros muito longos,
gabiões com comprimento de até 4m podem ser utilizados para agilizar a construção.
A rede metálica que compõe os gabiões apresenta resistência mecânica elevada. No
caso da ruptura de um dos arames, a dupla torção dos elementos preserva a forma e a
flexibilidade da malha, absorvendo as deformações excessivas. O arame dos gabiões é
protegido por uma galvanização dupla e, em alguns casos, por revestimento com uma camada
de PVC. Esta proteção é eficiente contra a ação das intempéries e de águas e solos agressivos.
As principais características dos muros de gabiões são a flexibilidade, que permite que
a estrutura se acomode a recalques diferenciais e a permeabilidade. Deve-se utilizar geotêxtil
ou areia grossa como elemento de transição entre os gabiões e o material de corte ou aterro
(Barros, 2005; Carvalho, 1991).
São encontrados de três formas:
Gabião tipo caixa: Estrutura metálica em forma de paralelepípedo, utilizada
para compor o corpo da contenção (Barros, 2005);
Gabião tipo saco: Estrutura metálica em forma de cilindro, geralmente
empregada como apoio para estruturas de contenção (Barros, 2005);
Gabião tipo manta: é uma estrutura metálica, em forma de paralelepípedo, de
grande área e pequena espessura, São estruturas flexíveis adequadas para a
construção de obras complementares tais como plataformas de deformação
para proteger a base dos muros, canaletas de drenagem, revestimento de
taludes além de sua função principal, que é atuar como revestimento flexível de
margens e fundo de cursos d‟água.
33
Um perfil genérico para o muro de gabião, bem como os tipos de gabião estão
representados na Figura 12.
Muros de Flexão são estruturas mais esbeltas com seção transversal em forma de “L”
ou “T” invertido que resistem aos empuxos por flexão. Geralmente estão associados à
execução de aterros ou reaterros, uma vez que, para sua estabilidade contam com o peso
próprio e com o peso de uma porção de solo adjacente apoiada sobre a sua base, que funciona
como parte integrante da estrutura de arrimo.
Em geral, são construídos em concreto armado. A laje de base costuma ter largura
entre 50 e 70% da altura do muro. A face trabalha à flexão e pode ou não, empregar vigas de
enrijecimento.
37
Figura 17. Muros de concreto armado tipo flexão (com contrafortes). Fonte: IPT.
Essa técnica vem sendo utilizada há cerca de quatro décadas. Trata-se de uma
estabilização temporária ou permanente de taludes naturais ou de aumento da segurança em
escavações de maciços cujas condições adjacentes às mesmas são susceptíveis às
instabilidades. Consiste na inserção de barras de aço ou de fibras sintéticas (com resistência a
tração equivalente a do aço) no subsolo, aliado ao revestimento com tela metálica.
O comportamento mecânico do solo grampeado está baseado na idéia que o solo atrás
do talude possa ser subdividido em duas zonas: a primeira, mais próxima da superfície do
talude, denominada de zona ativa, limitada pela superfície potencial de ruptura, e a segunda,
passiva, onde os grampos ou chumbadores deverão ser fixados.
Os chumbadores (grampos) são barras de aço fixados com calda de cimento ou resina,
com objetivo de conter blocos isolados ou fixar obras de concreto armado sem o uso de
protensão (Carvalho, 1991), representado na figura 21.
Dois fatores determinam o comprimento total dos grampos: o primeiro, a profundidade
da cunha de deslizamento crítica que deverá ser transpassada pelos chumbadores e segundo, o
comprimento necessário para que os grampos transmitam suas tensões ao solo por adesão
lateral (comprimento ancorado).
O processo de estabilização nos taludes é realizado respectivamente, na escavação,
perfurações do solo, inserção dos grampos e revestimento da face do talude. Este processo
pode ser executado por equipamentos mecânicos ou manuais (Silva, 2006; Franco, 2010),
conforme está registrado nas figuras 22 e 23, respectivamente.
Figura 21. Detalhes de grampos mais comuns: (a) barra de aço com diâmetro igual ou maior a 20mm; (b)
barra de aço com diâmetro inferior. Fonte: Solos e Rochas. São Paulo, 16, (4): 291-304. Dez. 1993.
43
Figura 22. Construção em solo grampeado com equipamentos mecânicos. Fonte: Zirlis, 1999, citado em
Lima (2007).
Figura 23. Construção em solo grampeado com equipamentos manuais. Fonte: Zirlis, 1999, citado em
Lima (2007).
44
É um maciço formado por uma composição básica de dois materiais: solo e mantas
geotêxteis.
Este maciço funciona basicamente como uma estrutura de contenção convencional,
podendo-se inclusive realizar as verificações usuais de estabilidade do conjunto, ou seja,
resistência ao deslizamento na base, equilíbrio ao tombamento, verificação da capacidade de
carga da fundação e segurança a ruptura geral.
Internamente, cabe às mantas geotêxteis, além do confinamento do solo junto á face
externa, resistir aos esforços de tração desenvolvidos no maciço. A proteção externa (face do
talude) do geotêxtil é de fundamental importância, para que o mesmo não se deteriore com a
radiação solar, conforme pode ser observado na figura 26.
As vantagens na utilização deste tipo de obra são: baixo custo, rapidez e facilidade na
execução (Carvalho, 1991).
46
Figura 26. Exemplo de utilização de solo reforçado com geotêxtil e detalhes construtivos.
Fonte: IPT.
47
4. METODOLOGIA
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O primeiro caso (para H=3m) consiste em uma solução bastante simples e econômica,
tendo um custo de R$ 763,63/m.
Já o segundo (para H=6m), apesar de ser uma alternativa relativamente barata (R$
2.329,80/m), nem sempre é uma opção viável, pois demanda uma área muito ampla. Também
é necessário um estudo mais detalhado da argamassa e pedra utilizada, pois os esforços
gerados pelo empuxo de terra e pelo próprio peso do muro podem ser maiores do que a
capacidade do material, o que pode causar o declínio da estrutura.
O muro de pedra argamassada é indicado principalmente em taludes rodoviários,
sejam eles de corte ou aterro, e em contenção de encostas naturais, de preferência fora das
áreas urbanizadas.
Apesar de ser uma estrutura cara, ela pode ser aplicada em qualquer situação
geométrica, tipo de solo ou condição hidrológica, garantindo segurança e versatilidade.
'
A terra armada é uma solução bastante eficaz podendo ser utilizada em taludes de até
20 metros, é comum a sua utilização em aterro. A sua configuração é bastante flexível devido
aos encaixes da “pele”, admitindo por isso, recalques diferenciais. Outra vantagem está na
rapidez de construção.
O reaterro deve ser feito com um material com boas características de atrito interno
para então, garantir uma boa interação com as armaduras.
A armadura é fixa na “pele” dando suporte à estrutura e resistindo aos esforços devido
à força de atrito na interação com o solo. Ao longo do seu comprimento gera uma zona no
maciço que funciona como muro de gravidade.
Os custos calculados foram R$ 1.372,72/m para o muro de H=3m enquanto que para o
de H=6m tais custos foram de R$ 3.033,18/m.
As figuras 34 e 35 representam os perfis dimensionados para este tipo de obra de
contenção.
Por fim, os resultados obtidos a partir dos orçamentos foram plotados em forma de
gráficos, sendo que os resultados para o talude de H=3m estão apresentados na figura 37, e os
do talude de H=6m estão na figura 38.
60
6000
4000
2021,55
2000 1106,75 1092,82 966,44 1379,72
763,63
0
Tipos de Obras de Contenção
0,00
Tipos de Obras de Contenção
Rapidez de execução:
Este critério é muito importante e pode ser crucial para a escolha da obra, como por
exemplo, em casos de contenção de barreiras antes da época de chuvas. É um critério que se
observa em contenções do tipo solo reforçado com geossintéticos, terra armada ou muro de
gabião.
Demanda de áreas:
Talvez este seja o critério mais importante e que pode inviabilizar a utilização de
muitos tipos de obras, principalmente os muros de gravidade. Este critério é dispensável nos
casos de solo grampeado, cortinas atirantadas, muros de concreto armado e terra armada.
Necessidade de escavações:
Tal critério associado ao anterior pode inviabilizar a maioria dos tipos de obra,
quando, por exemplo, há a presença de construções no topo do talude, o que impossibilita
escavações. É dispensável nos casos de solo grampeado e cortina atirantada.
Capacidade drenante:
Esse critério é importante, quando se deseja uma contenção em locais de interação
com água, por exemplo, na margem de rios. Tal critério é observado principalmente no muro
de gabião.
Suscetibilidade a vandalismos:
Esse critério deve ser considerado em áreas urbanas, e devem ser tomadas medidas de
proteção. É um critério importante principalmente nos muros de gabião.
Todos esses fatores são importantes para a escolha da contenção adequada, devendo
todos serem considerados e avaliados a fim de garantir o objetivo desejado através da solução
mais econômica.
63
6. CONCLUSÃO
Pode-se concluir então que para as duas situações consideradas, o muro de pedra
argamassada apresentou-se como a opção mais econômica. Em contrapartida, a cortina
atirantada e muro de concreto armado apresentaram-se como as soluções mais caras.
Embora os custos relativos a alguns tipos de obra sejam determinantes para a escolha
da contenção a utilizar, outros critérios também são relevantes, e podem inviabilizar alguns
desses tipos. Atentando para a rapidez de execução, demanda de áreas e necessidade de
escavações, os principais desses fatores. Ou seja, em algumas ocasiões o custo da obra não
será determinante na escolha, sendo assim, em uma situação hipotética onde há a necessidade
de preservação de áreas, cortinas atirantadas podem ser mais adequadas do que o muro de
pedra argamassada, por exemplo.
Os benefícios que uma obra de contenção tem em relação à outra devem ser
considerados de acordo com esses critérios, dessa forma, irão depender do que se deseja
conseguir com a construção.
É importante lembrar que esses custos são referentes a cada metro corrido de
construção, portanto, as diferenças desses valores tendem a ser muito maiores, quando
multiplicados pelo comprimento de uma determinada obra. Sendo assim, quanto maior uma
obra, maior será a economia no caso da escolha correta ou o prejuízo no caso da escolha
errada.
Em suma, a escolha correta pelo tipo de contenção é de grande importância, sobretudo
na execução de obras sob licitação onde se considera, principalmente, a segurança e a
economia. Assim, antes de qualquer projeto de contenção de taludes, devem ser elaborados
estudos de viabilidade e de custos a fim de se desenvolver critérios para a escolha mais
adequada à situação.
64
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APÊNDICE – PLANILHAS ORÇAMENTÁRIAS
Unidade: Muro de Pedra Argamassada H = 3m