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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO DE OBRAS DE CONTENÇÃO

GUILHERME URQUISA LEITE

João Pessoa - PB
Dezembro de 2011
GUILHERME URQUISA LEITE

ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO DE OBRAS DE CONTENÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado


junto ao curso de Engenharia Civil da
Universidade Federal da Paraíba como
requisito parcial à obtenção do Titulo de
Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Fábio Lopes Soares

JOÃO PESSOA, PB 2011


GUILHERME URQUISA LEITE

ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO DE OBRAS DE CONTENÇÃO

COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________________________ ____________________

Prof. Fábio Lopes Soares, DSc (UFPB) (Orientador)

__________________________________________ ____________________

Prof. Leonardo V. Soares, DSc (UFPB) (Examinador interno)

__________________________________________ ____________________

Prof. Clovis Dias, MSc (UFPB) (Examinador interno)

João Pessoa, 19 de dezembro de 2011.


ii
A todas as pessoas que
contribuíram para esta conquista.

iii
AGRADECIMENTOS

Agradeço, antes de tudo, a Deus, que na sua infinita bondade me fez capaz de discernir, entre
tantos caminhos, o que me levaria à honradez, à integridade, ao cidadão que hoje sou.

Aos meus pais, que me carregaram enquanto aprendia a caminhar com os meus próprios
passos e continuam me guiando, apoiando as minhas escolhas e aplaudindo as minhas
conquistas.

Aos meus irmãos e a toda a minha família pelo carinho.

A Juliane França, por estar comigo nos momentos mais difíceis e pelo incondicional apoio na
realização deste trabalho.

A Maria do Socorro França, pelo grande auxílio na reta final deste trabalho.

Aos meus amigos colegas de curso, em especial Romero, Nicholas e Rodolfo que entre os
momentos de estudo e “azilação” muito contribuíram para a minha formação.

Ao meu orientador, professor Fábio Lopes pelos ensinamentos, pela paciência e dedicação
com que me auxiliou na conclusão deste trabalho.

A todos os professores do curso de Engenharia Civil da UFPB, pela amizade e dedicação com
que nos passam conhecimento.

Ao meu chefe José Roberto Ferreira Chaves, pelos ensinamentos, pelas dicas profissionais e
compreensão com o qual trata seus estagiários.

A todos, muito obrigado!

iv
“Nossa maior fraqueza está em desistir. A
maneira mais segura de ter sucesso é
sempre tentar mais uma vez.”
Thomas Edison

v
RESUMO

Fatores como o crescimento das cidades tem levado a deflagração de processos de


instabilidade de taludes. Dentre as várias formas de se estabilizar um talude, as obras de
contenção mostram-se uma eficiente medida de controle desse processo e são amplamente
utilizadas em contenções de taludes naturais, de cortes ou aterro, além da necessidade de
utilização na criação de subsolos de edifícios. Existem várias obras desse tipo, entretanto a
realização de cada uma é um empreendimento singular, devendo, portanto, a escolha por uma
delas promover uma solução eficaz e econômica. Este trabalho visa à elaboração de uma
análise orçamentária comparativa de alguns métodos de contenção mais recorrentes,
apresentando assim propostas econômicas no que diz respeito à execução desse tipo de obra.
Foram feitos alguns pré-dimensionamentos, nos quais se considerou duas situações, uma na
qual o talude tinha altura total de 3 metros e outra na qual o talude tinha altura total de 6
metros sendo que as características do solo foram mantidas em ambos os casos. Então foram
realizadas as análises orçamentárias e foi constatado que os muros de pedra argamassada
obtiveram os resultados mais econômicos, apesar de ocupar muito espaço, e as cortinas
atirantadas os mais onerosos. Entretanto, em uma situação real, outros fatores também devem
ser analisados.

Palavras chave: Obras de contenção; Estabilidade de taludes; Orçamento

vi
ABSTRACT

Factors such as the growth of cities have led to trigger processes such as slope
instability. Among the various ways to stabilize a slope, barring structures show to be an
efficient measure to control this process and are extensively used in contention of natural
slopes, cut or embankments, and in creating of basements of buildings. There are several
kinds of barring structures, however the performance of each one is a unique enterprise, and
therefore the choice of performing must promote an effective, economical solution. This work
aims at developing a comparative budgetary analysis of some methods of barring structures
more likely, thus presenting economic proposals regarding the implementation of this type of
structures. Some pre-sizing have been made, in which two situations are considered, one in
which the slope had a total height of 3 meters and another in which the slope had a total
height of 6 meters and characteristics of the soil were kept in both cases. So the budgetary
analysis was performed and it was found that the walls of mortared stone obtained results
more economical, while taking up too much space and the most expensive are cable-stayed
curtains. But in a real situation more factors must be considerate.

Keywords: barring structures, stability of slopes; Budget

vii
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................12

1.1 Escopo da monografia.........................................................................13

2. OBJETIVOS......................................................................................15

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................16

3.1 Desastres naturais................................................................................16

3.2 Escorregamentos.................................................................................19

3.2.1 As quedas de blocos (FALLS)..................................................20

3.2.2 Os rastejos.................................................................................20

3.2.3 As corridas................................................................................20

3.2.4 Escorregamentos propriamente ditos........................................21

3.3 Estabilidade de Taludes......................................................................23

3.4 Obras de contenção.............................................................................26

3.5 Tipos de obras de contenção...............................................................28

3.5.1 Muros de pedra seca.................................................................28

3.5.2 Muros de pedra argamassada...................................................28

3.5.3 Muros de concreto ciclópico....................................................29

3.5.4 “Crib walls”.............................................................................30

3.5.5 Muros de gabião.......................................................................32

3.5.6 Muros de solo-cimento ensacado.............................................34

3.5.7 Muros de bolsacreto.................................................................35


viii
3.5.8 Muros de concreto armado......................................................36

3.5.9 Cortinas cravadas.....................................................................38

3.5.10 Cortinas Atirantadas..............................................................40

3.5.11 Solo grampeado.....................................................................42

3.5.12 “Terra armada”......................................................................44

3.5.13 Solo reforçado com geossintéticos (soil nailing)...................45

4. METODOLOGIA............................................................................47

4.1 Revisão da literatura...........................................................................47

4.2 Elaboração de pré-dimensionamentos................................................47

4.3 Elaboração de orçamentos..................................................................48

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................50

5.1 Muro de pedra argamassada...............................................................50

5.2 Muro de gabião..................................................................................51

5.3 Muro de concreto armado..................................................................53

5.4 Cortina atirantada...............................................................................54

5.5 Solo grampeado..................................................................................55

5.6 “Terra armada”...................................................................................57

5.7 Solo reforçado com geossintéticos.....................................................58

5.8 Análise dos resultados........................................................................59

6. CONCLUSÕES................................................................................63

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................64

ix
LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 01 - Ocorrências de desastres naturais no mundo (1950-2008). Fonte: Kobiyama


(2011). ________________________________________________________________ 16
Figura 01 - Ocorrências de desastres naturais no mundo (1950-2008). Fonte: Kobiyama
(2011). ________________________________________________________________ 17
Figura 02 - Distribuição dos tipos de desastres naturais no mundo (1900-2006). Fonte:
Marcelino (2007). _______________________________________________________ 17
Figura 03 - Distibuição anual do número de mortes por escorregamentos no Brasil no período
de 1988 a 2009. Fonte: IPT. ______________________________________________ 19
Figura 04 - Esquema de escorregamento planar ou translacional de solos. Fonte: Acervo IG.
Citado em Tominaga et al, (2009). _________________________________________ 22
Figura 05 - Esquema de escorregamento rotacional. Fonte: Lopes (2006). Citado em
Tominaga et al, (2009). __________________________________________________ 22
Figura 06 - Esquema de escorregamento em cunha. Fonte: Tominaga et al, (2009). __ 23
Figura 07- Conformação de um talude. Fonte: Manhago (2008). _________________ 24
Figura 08 - Muro tipo “gravidade” de pedra seca. Fonte: IPT.___________________ 28
Figura 09 - Muro tipo “gravidade” de pedra argamassada. Fonte: IPT. ____________ 29
Figura 10 - Muros tipo “gravidade” de concreto ciclópico. Fonte: IPT. ____________ 30
Figura 11 - Contenção com crib-walls. Fonte: IPT. ___________________________ 31
Figura 12- Contenção com gabiões. Fonte: IPT. ______________________________ 33
Figura 13 - Exemplo de aplicação de solo-cimento ensacado(perspectiva). Fonte: IPT._ 34
Figura 14 - Exemplo de aplicação de solo-cimento ensacado (seção). Fonte: IPT. ____ 35
Figura 15 - Exemplo de aplicação de bolsacreto. Fonte: DER/SP. ________________ 36
Figura 16 - Muros de concreto armado tipo flexão. Fonte: IPT. __________________ 37
Figura 17 - Muros de concreto armado tipo flexão (com contrafortes). Fonte: IPT. ___ 38
Figura 18 - Exemplo de cortina cravada. Fonte: IPT. __________________________ 39
Figura 19 - Detalhes de um tirante. Fonte: IPT. _______________________________ 40
Figura 20 - Exemplo de aplicação de uma cortina atirantada. Fonte: IPT. __________ 41
Figura 21 - Detalhes de grampos mais comuns. (a) barra de aço com diâmetro igual ou maior
a 20mm; (b) barra de aço com diâmetro inferior. Fonte: Solos e Rochas. São Paulo, 16, (4):
291-304. Dez. 1993. ____________________________________________________ 42

x
Figura 22 - Construção em solo grampeado com equipamentos mecânicos. Fonte: Zirlis,
1999, citado em Lima(2007). _____________________________________________ 43
Figura 23 - Construção em solo grampeado com equipamentos manuais. Fonte: Zirlis, 1999,
citado em Lima (2007). __________________________________________________ 43
Figura 24 - Detalhes de uma “terra armada” (seção). Fomte : IPT. ________________ 44
Figura 25 - Detalhes de uma “terra armada” (perspectiva). Fonte: IPT. ____________ 45
Figura 26 - Exemplo de utilização de solo reforçado com geotêxtil e detalhes construtivos.
Fonte: IPT.____________________________________________________________ 46
Figura 27 - Perfil representativo do muro de pedra argamassada. _________________ 50
Figura 28 - Perfil representativo do muro de Gabião (H=3m). ___________________ 51
Figura 29 - Perfil representativo do muro de Gabião (H=6m). ___________________ 52
Figura 30 - Perfil representativo do muro de concreto armado (H = 3m). __________ 53
Figura 31 - Perfil representativo do muro de concreto armado (H = 6m). __________ 54
Figura 32 - Perfil representativo da Cortina Atirantada. _______________________ 55
Figura 33 - Perfis representativos do Solo Grampeado._________________________ 56
Figura 34 - Perfil representativo da Terra Armada ( H = 3m).____________________ 57
Figura 35 - Perfil representativo da Terra Armada ( H = 6m). ___________________ 58
Figura 36 - Perfis representativos do Solo Reforçado com geossintéticos. __________ 59
Figura 37 - Custo por Obra para um talude de 3m. ____________________________ 60
Figura 38 - Custo por Obra para um talude de 6m. ____________________________ 60

xi
12

1. INTRODUÇÃO

A deflagração de instabilizações de taludes tem-se mostrado cada vez mais frequentes.


Um dos fatores que muito contribui para isso é o crescimento das cidades, na maioria das
vezes, desordenado, o que leva a construções em áreas que devido a sua topografia acidentada
já apresentam riscos de escorregamentos, ricos esses que são potencializados pela ausência de
infra-estrutura, como sistemas de disciplinamento de águas pluviais ou esgotamento sanitário.
Outro importante fator é o desflorestamento de áreas próximas, deixando os taludes
diretamente expostos aos pingos de chuva ou outros agentes externos. Também as intempéries
contribuem para esse processo de instabilização, uma vez que provocam enfraquecimento
gradual do solo causando diminuição dos seus parâmetros de resistência.
Escorregamentos são movimentos rápidos de porções de taludes naturais, de cortes ou
de aterros. Ocorrem devido ao aumento dos esforços atuantes ou a diminuição da resistência
dos materiais que o compõem, ou seja, a resistência ao cisalhamento do próprio material se
contrapõe à tendência natural do talude sofrer escorregamento devido à força gravitacional.
Os prejuízos gerados por estes escorregamentos são incalculáveis, devido ao caráter
catastrófico que causam às áreas afetadas, como a destruição de patrimônios públicos e
privados, obstrução de rodovias e até mesmo a perda de vidas humanas, podendo, dessa
forma, caracterizar-se como um desastre natural.
A fim de minimizar e prevenir a ocorrência de escorregamentos faz-se necessário o
desenvolvimento de formas para conter o talude. Uma das mais eficientes medidas de controle
desses processos é a execução de obras de contenção. Estas são estruturas que elevam as
forças de resistência oferecendo uma configuração estável ao maciço. Podem ser simples ou
muito complexas, dependendo da situação.
Nas obras civis, a contenção de taludes é necessária e da maior importância, a exemplo
das obras de escavações, principalmente naquelas localizadas em áreas limitadas, áreas
urbanas. A necessidade de realização destas contenções nesse tipo de obra está diretamente
relacionada à segurança, uma vez que as escavações são feitas geralmente no solo, um
material muito heterogêneo, cujas propriedades podem variar drasticamente, tornando-o
susceptível a desmoronamentos que põem em risco toda a obra, inclusive os equipamentos,
mas, principalmente, as vidas humanas que nela trabalham.
Há necessidade de obras de contenção, também em encostas, onde a execução de
cortes provoca alterações no estado de tensões atuantes no maciço, o que tende a instabilizar a
13

região montante do talude. As tensões de tração que vêm a ocorrer podem provocar o
aparecimento de trincas, às quais podem preencher-se de água, fato esse associado a inúmeros
casos de escorregamentos.
Também importantes são as obras de contenção em rodovias, uma vez que os órgãos
rodoviários têm convivido com um número muito grande de passivos ambientais relacionados
aos processos de movimentação de terra. Sabe-se que importantes rodovias brasileiras
apresentam muitos taludes afetados por escorregamentos de diferentes portes. Considerando a
influência das rodovias no desenvolvimento de um país e, no Brasil em particular, os custos
diretos para as recuperações somando-se aos custos indiretos, como as interdições das pistas e
os congestionamentos que promovem deterioração de cargas e atraso nas entregas, têm sido
extremamente elevados.
Diante dessa realidade, estudos relacionados à instabilidade de taludes e suas formas
de contenção tem se mostrado de extrema importância para o entendimento, e
conseqüentemente, para contribuir com a minimização e prevenção desses fenômenos.
Existem vários métodos de se conter um talude, daí, a importância de se avaliar o tipo
de contenção adequada a cada situação, pois cada obra é um empreendimento singular. Dessa
forma, seu plano de execução deve ser modelado a atender as especificidades e necessidades
visando sempre uma solução eficaz e econômica.

1.1. ESCOPO DA MONOGRAFIA

O presente estudo é dividido em 6 capítulos, sobre os quais são apresentados uma


breve descrição a seguir:
No capítulo 1 é feita a introdução ao assunto com apresentação de problemas
relacionados à instabilidade de taludes, sejam eles em casos de encostas naturais ou em obras
de engenharia, também é dado ênfase à importância das obras de contenção. Por fim é
apresentado o escopo da monografia.
O capítulo 2 consiste na descrição do objetivo do trabalho.
No capítulo 3 é feita a revisão bibliográfica, englobando conceitos de desastres
naturais, escorregamentos, obras de estabilização de taludes e obras de contenção. Também
são descritos vários tipos de obras de contenção.
O capitulo 4 representa a metodologia empregada no trabalho, caracterizando as
principais etapas para a elaboração do estudo. É feita a enumeração dos tipos de obras de
14

contenção consideradas, bem com a descrição dos parâmetros utilizados para o pré-
dimensionamento das estruturas e para a elaboração dos orçamentos.
No capítulo 5 são apresentados os resultados dos pré-dimensionamentos e dos
orçamentos, também é feita a comparação custo-benefício entre as obras de contenção
consideradas.
Por fim, no capítulo 6 são apresentadas as conclusões do trabalho.
15

2. OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é fazer uma comparação entre alguns tipos de obras de
contenção, levando em consideração os custos e os benefícios gerados, bem como o espaço
ocupado e o tempo de construção. Para enfim apresentar a proposta mais econômica, porém
viável a determinada situação, servindo como base teórica para uma possível escolha entre
esses tipos de obra.
16

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 DESASTRES NATURAIS

Desastres naturais podem ser definidos como o resultado do impacto de fenômenos


naturais extremos ou intensos sobre um sistema social, causando sérios danos e prejuízos que
excedem a capacidade da comunidade ou da sociedade atingida em conviver com o impacto
(Tobin e Montz,1997; Marcelino, 2008).
No Brasil, desastre é conceituado como: “Resultado de eventos adversos, naturais ou
provocados pelo homem, sobre um ecossistema (vulnerável), causando danos humanos,
ambientais e/ ou materiais com conseqüentes prejuízos econômicos e sociais” (Castro, 2000a:
11).
Segundo Kobiyama et al. (2006), os desastres naturais são determinados a partir da
relação entre o homem e a natureza. Ou seja, são os resultados das tentativas humanas em
dominar a natureza, que, na maioria das vezes, acaba derrotada. Além do que, a intensidade, a
magnitude e a frequência dos impactos tendem a aumentar quando não são aplicadas medidas
para a redução dos efeitos desses desastres. Assim, grande parte da história da humanidade foi
influenciada pela ocorrência de desastres naturais, principalmente os de grande magnitude.
O Quadro 1 mostra as classificações, antiga e atual, e alguns dos principais tipos de
desastres.
Classficação Antiga Classificação Atual Principais Tipos
Geológico Geofísico Terrmotos, vulcões, movimentos de massa (secos)
Meteorológico Tempestades
Hidrometeorológico Hidrológico Inundações, movimentos de massa (úmidos)
Climatológico Temperaturas extremaas, secas, incêdios
Biológico Biológico Epidemias, pragas e infestações de insetos

Quadro 1: Classificação dos desastres naturais do CRED (Centre for Research on the Epidemiology of
Disasters) + MunichRe (Munich Reinsurance company). Fonte: Modificado de Kobiyama (2011).
A figura 1 representa a ocorrência de desastres naturais no mundo. Nela percebe-se o
aumento considerável do número de eventos, o que ocorreu devido à ocupação humana em
áreas impróprias ou que ofereceram algum risco. Alguns cientistas também relacionam esse
aumento às mudanças climáticas com tendência para o aquecimento global, isto leva a um
aumento de extremos climáticos. Nesta situação, os eventos de temporais, de chuvas intensas,
de tornados ou de estiagens severas, entre outros, podem tornar-se mais frequentes,
aumentando a possibilidade de ocorrência de desastres naturais (Tominaga et al, 2009).
17

Figura 1: Ocorrências de desastres naturais no mundo no período 1950-2008.


Fonte: Kobiyama (2011).
Já a figura 2 representa a ocorrência de desastres naturais, distribuídos de acordo com
o tipo, correspondentes a cada continente.

Figura 2 - Distribuição dos tipos de desastres naturais no mundo, período 1900-2006 (Marcelino, 2007).
Legenda: IN - inundação, ES - escorregamento, TE - tempestades (furacões, tornados e vendavais), SE -
secas, TX - temperatura extrema, IF - incêndios florestais; TR - terremoto; VU vulcanismo; RE - ressaca.
Segundo Alcántara-Ayala (2002), a ocorrência de desastres naturais está ligada não
somente à susceptibilidade de ocorrência dos mesmos, devido às características
geoambientais, mas também à vulnerabilidade do sistema social sob impacto, isto é, o sistema
econômico-social-politico-cultural. Normalmente os países em desenvolvimento não possuem
boa infra-estrutura, sofrendo muito mais com os desastres do que os países desenvolvidos,
principalmente quando se compara o número de vítimas.
18

Nos países em desenvolvimento, o perigo devido a desastres naturais está aumentando,


pois o aumento da pressão populacional e o desenvolvimento econômico forçam cada vez
mais a população, em especial a de baixa renda, a mudar para as áreas de risco, as quais são
menos adequadas para agricultura e para o adensamento populacional (Vanacker et al, 2003
apud kobiyama et al, 2006). As intervenções antrópicas nestes terrenos, tais como,
desmatamentos, cortes, aterros, alterações nas drenagens, lançamento de lixo e construção de
moradias, efetuadas, na sua maioria, sem a implantação de infraestrutura adequada, aumentam
os perigos de instabilização dos mesmos. Quando há um adensamento destas áreas por
moradias precárias, os desastres associados aos escorregamentos e inundações assumem
proporções catastróficas causando grandes perdas econômicas e sociais (Fernandes et al,
2001; Carvalho e Galvão, 2006; Lopes, 2006; Tominaga, 2007).
Segundo Tominaga et al. (2009), o Brasil é um país privilegiado no âmbito de
desastres naturais de grande porte e magnitude como terremotos, erupções vulcânicas ou
fenômenos do tipo, porém é expressivo o número de ocorrências de desastres derivados da
dinâmica externa da Terra, tais como, inundações e enchentes, escorregamentos de solos e/ou
rochas e tempestades, acarretando prejuízos e perdas significativas, inclusive de vidas
humanas. Estes fenômenos ocorrem normalmente associados a eventos pluviométricos
intensos e prolongados, nos períodos chuvosos que correspondem ao verão na região sul e
sudeste e ao inverno na região nordeste.
Apesar das inundações serem os processos que produzem as maiores perdas
econômicas e os impactos mais significativos na saúde pública, são os deslizamentos que
geram o maior número de vítimas fatais. Este fato justifica a concepção e implantação de
políticas públicas municipais específicas para a gestão de risco de deslizamentos em encostas
(Carvalho & Galvão 2006; Augusto Filho, 1994) e foi crucial para a escolha do tema e
concepção desse trabalho.
A figura 3 representa um gráfico com a distribuição anual do numero de óbitos
causados por escorregamentos no Brasil no período de 1988 a 2009, onde podemos perceber o
grande número de vítimas fatais desses fenômenos no nosso país.
19

Figura 3 - Distribuição anual do número de mortes por escorregamentos no Brasil no período de 1988 a
2009. Fonte: Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT).

3.2 ESCORREGAMENTOS

Os escorregamentos, também conhecidos como deslizamentos, são processos de


movimentos de massa envolvendo materiais que recobrem as superfícies das vertentes ou
encostas, tais como solos, rochas e vegetação. Estes processos estão presentes nas regiões
montanhosas e serranas em várias partes do mundo, principalmente naquelas onde
predominam climas úmidos. A contribuição de outro meio, como água ou gelo se dá pela
redução da resistência dos materiais de vertente e/ou pela indução do comportamento plástico
e fluido dos solos. No Brasil, são mais frequentes nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste
(Tominaga et al, 2009).
Estes movimentos podem ocorrer principalmente com elevados volumes de
precipitação e/ou terremotos. Tanto chuvas intensas de curta duração quanto de longa duração
(chuvas contínuas) fornecem condições propícias para a diminuição da resistência do solo,
atuando como um dos principais agentes deflagradores de movimentos de encostas em
ambientes tropicais úmidos (Guidicini & Iwasa, 1976).
É importante lembrar que movimentos de massa são fenômenos que ocorrem
naturalmente e fazem parte da evolução geomorfológica de regiões serranas, porém a
ocupação humana em áreas desfavoráveis, sem o adequado planejamento do uso do solo e
sem a adoção de técnicas adequadas de estabilização, está disseminando a ocorrência de
acidentes associados a estes processos, que muitas vezes atingem dimensões de desastres
(Tominaga, 2007; Kobiyama et al, 2006; Bigarella et al, 1996; Casseti, 1991). Para Carvalho
20

& Galvão (2006), pode-se mesmo dizer que, numa escala de tempo geológica (milhares de
anos), é certo que algum deslizamento vai ocorrer em todas as encostas. No entanto, a
remoção da vegetação original e a ocupação urbana tendem a tornar mais frágil o equilíbrio
naturalmente precário, fazendo com que os deslizamentos passem a ocorrer em escala humana
de tempo (dezenas de anos ou mesmo anualmente).
Em uma classificação feita por Augusto Filho (1994) destacam-se quatro tipos de
movimentos básicos, são eles:

3.2.1 AS QUEDAS DE BLOCOS (FALLS)

Caracterizam-se quando rochas desprendem-se de encostas extremamente íngremes


(próximo a 90°), num movimento tipo queda livre de alta velocidade (vários m/s). Neste
fenômeno a maior preocupação é com a trajetória dos blocos, ou seja, durante a queda e o
rolamento (Augusto Filho, 1994).

3.2.2 OS RASTEJOS (CREEP)

É um fenômeno bem lento (cm/ano) e a energia destrutiva, consequentemente, é


menor que a dos demais tipos. Entretanto, podem ser facilmente identificados pela mudança
na verticalidade das árvores, postes, muros, etc. (Selby, 1993; Augusto Filho, 1994).

3.2.3 AS CORRIDAS

São movimentos muito rápidos (m/s), devido às características do material


transportado que se comportam como fluidos altamente viscosos. Apesar de serem mais raras
de ocorrer, produzem estragos maiores que os escorregamentos. O fluxo destrói tudo no seu
caminho, ou seja, no local de formação (encosta), durante o caminho (cursos d‟água e fundo
de vales) e na área de deposição (planícies). Dependendo da viscosidade e do tipo de material,
podem receber outros nomes como, fluxos de terra (earthflows), fluxos de lama (mudflows) e
fluxos de detrito (debrisflows) (Selby, 1993; Augusto Filho, 1994; Marcelino, 2003a).
21

3.2.4 ESCORREGAMENTOS PROPRIAMENTE DITOS

Os escorregamentos propriamente ditos, como os rotacionais e os translacionais, são


movimentos rápidos com velocidades médias a altas (m/h a m/s), de curta duração e de
elevado poder destrutivo, em função do material transportado encosta abaixo (rocha, solo,
detritos, árvores, etc.). Por ser um fenômeno bastante comum em todo mundo, a sociedade
busca entender a dinâmica do fenômeno (modelagem) e mapear as áreas de risco, com o
intento de evitar grandes danos e prejuízos (Guidicini & Nieble, 1993; Augusto Filho, 1994).
Em termos gerais, um escorregamento ocorre quando a relação entre a resistência ao
cisalhamento do material e a tensão de cisalhamento na superfície potencial de movimentação
decresce até atingir uma unidade, no momento do escorregamento (Guidicini & Nieble, 1984
apud Tominaga et al, 2009).
Kobiyama et al. (2006) relatam que os estados brasileiros mais afetados por
escorregamentos são: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba.
Os escorregamentos propriamente ditos podem ocorrer de três formas diferentes:
planar ou translacional, rotacional ou em cunha. Dependendo da superfície de ruptura.

 ESCORREGAMENTOS PLANARES OU TRANSLACIONAIS

São os mais freqüentes entre todos os tipos de movimentos de massa. Formam


superfícies de ruptura planar associadas às heterogeneidades dos solos e rochas que
representam descontinuidades mecânicas e/ou hidrológicas derivadas de processos
geológicos, geomorfológicos ou pedológicos. A morfologia dos escorregamentos
translacionais caracteriza-se por serem rasos, com o plano de ruptura, na maioria das vezes, a
0,5 a 5,0 m de profundidade e com maiores extensões no comprimento, conforme está
representado na figura 4. Os escorregamentos translacionais ocorrem em encostas tanto de
alta como de baixa declividade e podem atingir centenas ou até milhares de metros
(Fernandes & Amaral, 1996; Guidicini & Nieble, 1984).
Os materiais transportados pelos escorregamentos translacionais podem ser
constituídos de rocha, de solo e de solo e rocha (Tominaga et al, 2009).
22

Figura 4. Esquema de escorregamento planar ou translacional de solos. Fonte: Acervo IG. Citado em
Tominaga et al, (2009).

 ESCORREGAMENTOS ROTACIONAIS

Os escorregamentos rotacionais caracterizam-se por uma superfície de ruptura curva


ao longo da qual se dá um movimento rotacional do maciço de solo, conforme representado
na figura 5. A ocorrência destes movimentos está associada geralmente à existência de solos
espessos e homogêneos, como os decorrentes da alteração de rochas argilosas. O início do
movimento muitas vezes é provocado pela execução de cortes na base destes materiais, como
na implantação de uma estrada, ou para construção de edificações, ou ainda pela erosão
fluvial no sopé da vertente (Fernandes & Amaral, 1996).

Figura 5. Esquema de escorregamento rotacional. Fonte: Lopes (2006). Citado em Tominaga et al, (2009).
23

 ESCORREGAMENTOS EM CUNHA

Os escorregamentos em cunha têm ocorrência mais restrita às regiões que apresentam


um relevo fortemente controlado por estruturas geológicas. São associados aos maciços
rochosos pouco ou muito alterados, nos quais a existência de duas estruturas planares,
desfavoráveis à estabilidade, condiciona o deslocamento de um prisma ao longo do eixo de
intersecção destes planos, tal ocorrencia está representado na figura 6.
Ocorrem principalmente em taludes de corte ou em encostas que sofreram algum tipo
de desconfinamento, natural ou antrópico (Infanti Jr. & Fornasari Filho, 1998).

Figura 6. Esquema de escorregamento em cunha. Fonte: Tominaga et al, (2009).

3.3 ESTABILIDADE DE TALUDES

Segundo Caputo (1988), sob o nome genérico de taludes compreende-se quaisquer


superfícies inclinadas que limitam um maciço de terra, de rocha ou de terra e rocha. Podem
ser naturais, casos das encostas, ou artificiais, como os taludes de cortes e aterros.
A figura 07 ilustra um talude e a terminologia usualmente empregada, além de indicar
os elementos básicos que o compõem.
24

Figura 7. Conformação de um talude. Fonte: Manhago (2008).

A verificação da estabilidade de taludes se faz necessária devido à possibilidade da


ocorrência de escorregamentos ou movimentos de massa, induzidos pelo aumento das
solicitações (tensões cisalhantes) ou pela redução da sua resistência. No primeiro caso, o
aumento das solicitações ocorre, em geral, devido: a sobrecargas no topo (aterros,
construções, etc.), ao descarregamento na base (cortes, escavações, erosões, etc.) e a vibrações
(terremotos, máquinas, etc.). No segundo caso, os fatores mais comuns para a redução da
resistência são: intemperismo dos minerais, modificações estruturais (fissuração,
amolgamento, etc.), aumento das poropressões (Duran & Santos Jr, 2005).
Existem vários tipos de obras de estabilização de taludes disponíveis na Engenharia
nos dias de hoje. A escolha por um ou outro método depende do tipo de problema a ser
resolvido, viabilidade de execução e viabilidade financeira do projeto a ser desenvolvido.
Carvalho (1991) cita alguns métodos de estabilização de taludes. São eles:

 Reconstrução em aterro: Consiste na reconstrução total do talude tomando os


cuidados básicos necessários para um bom aproveitamento do mesmo como a
escolha da jazida de solo adequada; Tratamento prévio dos solos da jazida;
Limpeza adequada do terreno para preparo da fundação, tomando o cuidado de
remover toda a vegetação, bem como suas raízes; Estocagem do solo
superficial e do solo com matéria orgânica para futura utilização na fase final
da execução do aterro; Preparação da superfície de contato entre o terreno e o
aterro, quando inclinado, em forma de degraus; Implantação de uma drenagem
de base eficiente sempre que existirem surgências d´água ou a possibilidade de
25

infiltraçõe significativas pelo aterro; Compactação adequada do aterro com


equipamentos específicos para esse fim e em concordância com as normas;

 Retaludamento: É um processo de terraplanagem através do qual se alteram,


por cortes ou aterros, os taludes originalmente existentes em um determinado
local para se conseguir uma estabilização do mesmo. Das obras de
estabilização de taludes é a mais usada devido à sua simplicidade e eficácia.
Geralmente é associado a obras de controle de drenagem superficial e de
proteção superficial, de modo a reduzir a infiltração d´água no terreno e
disciplinar o escoamento superficial, inibindo os processos erosivos.

 Obras de drenagem: Têm por finalidade a captação e o direcionamento das


águas do escoamento superficial, assim como a retirada de parte da água de
percolação interna do maciço. Representa um dos procedimentos mais
eficientes e de mais larga utilização na estabilização de todos os tipos de
taludes, tanto nos casos em que a drenagem é utilizada como único recurso,
quanto naqueles em que ela é um recurso adicional, utilizado conjuntamente
com obras de contenção, retaludamento ou proteções diversas. São divididas
em dois grandes grupos: Superficial e profunda.

 Obras de proteção superficial: A proteção superficial desempenha um papel


extremamente importante na estabilização de taludes de corte ou aterro, pois
sua função é impedir a formação de processos erosivos e diminuir a infiltração
de água no maciço através da superfície exposta do talude. Classificam-se em
naturais ou artificiais.de acordo com o material utilizado.

 Obras de Contenção: Entende-se por obras de contenção todas aquelas


estruturas que, uma vez implantadas no talude, oferecem resistência à
movimentação deste ou à sua ruptura, ou ainda aquelas que reforçam uma parte
do maciço, de modo que esta parte possa resistir aos esforços tendentes à
instabilização do mesmo.
26

3.4 OBRAS DE CONTENÇÃO

“Os registros mais antigos de obras de contenção apontam para muros de alvenaria de
argila contendo aterros na região sul da Mesopotâmia (Iraque) construídos por sumerianos
entre 3.200 e 2.800 a.C. Obras construídas seguindo preceitos de engenharia moderna
começaram a surgir apenas no inicio do século XVIII, fruto de trabalhos de engenheiros
franceses.
De fato, a engenharia moderna de obras de contenção iniciou-se com o trabalho de
Coulomb publicado em 1776, sobre regras de máximos e mínimos aplicadas a estrutura de
arrimo, o que causou enorme impacto na concepção destas estruturas. O desenvolvimento
desta ciência, naquela época, fora motivado pela expansão colonizadora européia, iniciada no
século XVI, que requereu a construção de diversas estruturas de defesa e fortificações
militares, em locais e terrenos os mais variados possíveis, em quase todos os continentes da
Terra.
Foram esses tipos de estrutura as primeiras obras introduzidas no Brasil no século
XVIII (fortes costeiros) e que tiveram seu uso expandido para obras portuárias e contenções
urbanas no século XIX, na Bahia e no Rio de Janeiro, com a vinda da Corte Portuguesa. A
difusão deste tipo de estrutura no Brasil só iria ocorrer no século XIX, com a expansão das
obras ferroviárias particulares (Imperial Estrada de Ferro de Petrópolis, 1854) e estatais
(Companhia Estrada de Ferro Dom Pedro II, 1864).” (ABMS/ABEF, 1997 apud MEDEIROS,
2005).
Uma definição postulada por Barros (2005) foi que estruturas de contenção ou de
arrimo são obras civis construídas com a finalidade de prover estabilidade contra a ruptura de
maciços de terra ou rocha. São estruturas que fornecem suporte a estes maciços e evitam o
escorregamento causado pelo seu peso próprio ou por carregamentos externos. Exemplos
típicos de estruturas de contenção são os muros de arrimo, as cortinas de estacas prancha e as
paredes diafragma. Embora a geometria, o processo construtivo e os materiais utilizados nas
estruturas citadas sejam muito diferentes entre si, todas elas são construídas para conter a
possível ruptura do maciço, suportando as pressões laterais exercidas por ele.
Para Medeiros (2005) a contenção é feita pela introdução de uma estrutura ou de
elementos estruturais compostos, que apresentam rigidez distinta daquela do terreno que
conterá.
As obras de contenção do terreno não são aplicadas somente nas encostas naturais,
estão cada vez mais presentes nos projetos de engenharia devido à crescente ocupação das
27

áreas urbanas, realizadas para aproveitar melhor os espaços, inclusive em obras civis como a
construção de subsolos de edifícios ou contenção na escavação de valas (Medeiros, 2005).
Carvalho (1991) classifica essas obras de contenção como:

 Muros de Arrimo;
São estruturas corridas de contenção de parede vertical ou quase vertical, apoiadas em
uma fundação rasa ou profunda. Podem ser construídos em alvenaria (tijolos ou pedras) ou em
concreto (simples ou armado), ou ainda, de elementos especiais (Carvalho, 1991).
O sistema estrutural constitui-se por paramento e fundação e, eventualmente, por
elementos de reforço do maciço. Os paramentos podem ser de concreto armado, concreto
ciclópico, pedra argamassada, crib-wall, gabião, solo-cimento compactado, solo-cimento
ensacado, enrocamento, alvenaria armada etc. Além desses elementos, normalmente
compõem o muro de arrimo elementos drenantes e filtrantes como filtros de areia ou brita,
drenos profundos, barbacãs, drenos subhorizontais e canaletas. Os muros de arrimo podem ser
de vários tipos: gravidade, quando opõem aos empuxos horizontais pelo peso próprio
(construídos de alvenaria, concreto, gabiões ou pneus), de flexão, que utilizam parte do peso
do maciço como elemento estabilizante (podem ou não ter contrafortes) (DER/SP, 2006).

 Obras especiais de estabilização;


São obras que utilizam estruturas de ancoragem, como tirantes ou chumbadores, para
apresentarem uma configuração estável. Estas estruturas de ancoragem reforçam o maciço
atravessando a zona instável e fixando-se em uma zona resistente. Podem ser protendidos
(tirantes) ou não (chumbadores).

 Soluções alternativas em aterros.


Consistem na introdução de elementos de materiais mais resistentes no corpo do aterro
que, uma vez solicitados, passam a trabalhar em conjunto com o solo compactado. Os
processos mais conhecidos são o reforço pela introdução de fibras metálicas ou de geotêxteis
(Carvalho, 1991).
28

3.5 TIPOS DE OBRAS DE CONTENÇÃO

3.5.1 MUROS DE PEDRA SECA

Muro construído com pedras arrumadas manualmente, a resistência do muro resulta


unicamente do embricamento dos blocos de pedras. Este muro apresenta como vantagens a
simplicidade de construção e a dispensa de dispositivos de drenagem, pois o material do muro
é drenante. Outra vantagem é o custo reduzido, especialmente quando os blocos de pedras são
disponíveis no local. No entanto, a estabilidade interna do muro requer que os blocos tenham
dimensões aproximadamente regulares, o que causa um valor menor do atrito entre as pedras.
Muros de pedra sem argamassa devem ser recomendados unicamente para a contenção
de taludes com alturas de até 2m. A base do muro deve ter largura mínima de 0,5 a 1,0m e
deve ser apoiada em uma cota inferior à da superfície do terreno, de modo a reduzir o risco de
ruptura por deslizamento no contato muro-fundação (Carvalho, 1991). A figura 8 ilustra este
tipo de contenção.

Figura 8. Muro tipo “gravidade” de pedra seca. Fonte: IPT.

3.5.2 MUROS DE PEDRA ARGAMASSADA

Semelhante ao muro de pedra seca, sendo que os vazios são preenchidos com
argamassa de cimento e areia e podem ser utilizados blocos de dimensões variadas. Esse
arranjo com pedras de dimensões variadas, bem como seu rejuntamento, confere maior
rigidez no muro, possibilitando seu uso em contenções de taludes com alturas de até 3 metros,
29

porém elimina a sua capacidade drenante. É necessário então implementar os dispositivos


usuais de drenagem de muros impermeáveis, tais como dreno de areia ou geossintético no
tardoz e tubos barbacãs para alívio de poropressões na estrutura de contenção (Carvalho,
1991).
A figura 9 representa uma seção genérica de um muro de pedra argamassada.

Figura 9. Muro tipo “gravidade” de pedra argamassada. Fonte: IPT.

3.5.3 MUROS DE CONCRETO CICLÓPICO

São estruturas constituídas de concreto e agregados de grandes dimensões. Sua


execução consiste no preenchimento de uma fôrma com concreto e blocos de rocha de
dimensões variadas. Podem ser usados para contenção de taludes com altura superior a 3
metros. Devido à impermeabilidade deste muro, é imprescindível a execução de um sistema
adequado de drenagem.
A seção transversal é usualmente trapezoidal, com largura da base da ordem de 50%
da altura do muro, conforme a apresentada na figura 10. A especificação do muro com faces
inclinadas ou em degraus pode causar uma economia significativa de material.
Os furos de drenagem devem ser posicionados de modo a minimizar o impacto visual
devido às manchas que o fluxo de água causa na face frontal do muro. Alternativamente,
30

pode-se realizar a drenagem na face posterior (tardoz) do muro através de uma manta de
material geossintético (tipo geotêxtil). Neste caso, a água é recolhida através de tubos de
drenagem adequadamente posicionados (Carvalho, 1991).

Figura 10. Muro tipo “gravidade” de concreto ciclópico. Fonte: IPT.

3.5.4 “CRIB WALLS”

“Crib Walls” são estruturas formadas por elementos pré-moldados de concreto


armado, madeira ou aço, encaixadas entre si no local da obra, em forma de “fogueiras”
justapostas e interligadas longitudinalmente, formando uma espécie de gaiola ou caixa cujo
espaço interno é preenchido com material granular graúdo, ou de preferência com blocos de
rochas, seixos de maiores dimensões ou ainda entulhos. Este material fornece o peso da
estrutura, enquanto que as peças de concreto armado respondem pela resistência da mesma e
manutenção de sua forma geométrica. Funcionam como muros de gravidade.
Geralmente são utilizados na construção de aterros em encostas e, devido a sua forma
construtiva, são estruturas naturalmente bem drenadas e pouco sensíveis a movimentações e
recalques, razões pelas quais se adaptaram muito bem à execução de estradas pioneiras em
regiões serranas.
São implantadas em encostas bastante íngremes e em locais pouco estáveis, podem
atingir alturas de até 20 metros, considerada elevada mesmo para muros de arrimo de concreto
31

armado. Deve ser provido de filtro na interface entre o crib-wall e o aterro para evitar a fuga
de materiais, por exemplo, com uso de mantas geotêxteis (Carvalho, 1991).
A figura 11 ilustra a configuração desse tipo de contenção.

Figura 11. Contenção com crib-walls. Fonte: IPT.


32

3.5.5 MUROS DE GABIÃO

Os muros de gabiões são constituídos por gaiolas metálicas construídas com fios de
aço galvanizado em malha hexagonal com dupla torção preenchidas com pedras arrumadas
manualmente e costuradas umas as outras por arame, formando muros de gravidade de
diversos formatos.
São utilizados como proteção superficial de encostas, proteção de margens de rios e
riachos, são também utilizados com muros de contenção, até alturas de alguns metros.
As dimensões usuais dos gabiões são: comprimento de 2m e seção transversal
quadrada com 1m de aresta. No caso de muros de grande altura, gabiões mais baixos (altura =
0,5m), que apresentam maior rigidez e resistência, devem ser posicionados nas camadas
inferiores, onde as tensões de compressão são mais significativas. Para muros muito longos,
gabiões com comprimento de até 4m podem ser utilizados para agilizar a construção.
A rede metálica que compõe os gabiões apresenta resistência mecânica elevada. No
caso da ruptura de um dos arames, a dupla torção dos elementos preserva a forma e a
flexibilidade da malha, absorvendo as deformações excessivas. O arame dos gabiões é
protegido por uma galvanização dupla e, em alguns casos, por revestimento com uma camada
de PVC. Esta proteção é eficiente contra a ação das intempéries e de águas e solos agressivos.
As principais características dos muros de gabiões são a flexibilidade, que permite que
a estrutura se acomode a recalques diferenciais e a permeabilidade. Deve-se utilizar geotêxtil
ou areia grossa como elemento de transição entre os gabiões e o material de corte ou aterro
(Barros, 2005; Carvalho, 1991).
São encontrados de três formas:
 Gabião tipo caixa: Estrutura metálica em forma de paralelepípedo, utilizada
para compor o corpo da contenção (Barros, 2005);
 Gabião tipo saco: Estrutura metálica em forma de cilindro, geralmente
empregada como apoio para estruturas de contenção (Barros, 2005);
 Gabião tipo manta: é uma estrutura metálica, em forma de paralelepípedo, de
grande área e pequena espessura, São estruturas flexíveis adequadas para a
construção de obras complementares tais como plataformas de deformação
para proteger a base dos muros, canaletas de drenagem, revestimento de
taludes além de sua função principal, que é atuar como revestimento flexível de
margens e fundo de cursos d‟água.
33

Um perfil genérico para o muro de gabião, bem como os tipos de gabião estão
representados na Figura 12.

Figura 12. Contenção com gabiões. Fonte: IPT.


34

3.5.6 MUROS DE SOLO – CIMENTO ENSACADO

Os muros são constituídos por camadas formadas por sacos de aniagem ou de


geossintéticos, preenchidos por uma mistura cimento-solo da ordem de 1:10 a 1:15 (em
volume). Tal mistura é colocada em sacos, com preenchimento até cerca de dois terços do
volume útil do saco. Procede-se então o fechamento mediante costura manual. O ensacamento
do material facilita o transporte para o local da obra e torna dispensável a utilização de fôrmas
para a execução do muro.
No local de construção, os sacos de solo-cimento são arrumados em camadas
posicionadas horizontalmente e, a seguir, cada camada do material é compactada de modo a
reduzir o volume de vazios. O posicionamento dos sacos de uma camada é propositalmente
desencontrado em relação à camada imediatamente inferior, de modo a garantir um maior
intertravamento e, em consequência, uma maior densidade do muro. A compactação é em
geral realizada manualmente com soquetes.
As faces externas do muro podem receber uma proteção superficial de argamassa de
concreto magro, para prevenir contra a ação erosiva de ventos e águas superficiais.
Esta técnica tem se mostrado promissora devido ao baixo custo e pelo fato de não
requerer mão de obra ou equipamentos especializados (Carvalho, 1991).
As figuras 13 e 14 representam uma contenção em solo-cimento ensacado.

Figura 13. Exemplo de aplicação de solo-cimento ensacado (perspectiva). Fonte: IPT.


35

Figura 14. Exemplo de aplicação de solo-cimento ensacado (seção). Fonte: IPT.

3.5.7 MUROS DE BOLSACRETO

As estruturas em bolsacreto normalmente são empregadas nas situações de difícil


acesso e logística para os equipamentos.
O bolsacreto nada mais é que um saco de tecido permeável, que é preenchido com
concreto bombeado de um local mais acessível, funcionando como uma estrutura de
gravidade. Pode ser utilizado como contenção de talude junto a cursos de água, proteção e
contenção de margens, controle de erosão de solos, marítima e fluvial, minibarragens, etc.
Após os trabalhos preliminares de remoção do material rompido e escorregado, dá-se
início ao ensecamento da área a ser restaurada. Tal ensecamento deverá ser feito utilizando o
próprio bolsacreto em alturas compatíveis com a variação do nível d‟água previsto para o
período de execução da obra.
As propriedades e características do concreto bombeável, que irá preencher a bolsa,
deverão estar condizentes àquelas recomendas pelo fabricante.
Com o ensecamento da área executado, inicia-se a escavação de preparação da base de
assentamento do bolsacreto.
Os serviços prosseguem com o assentamento das camadas de bolsacreto conforme
disposto em projeto. Após cada camada, é feito o respectivo reaterro compactado.
36

Deve ser prevista a instalação de manta geotêxtil entre o tardoz da estrutura em


bolsacreto e o reaterro compactado. E deve ser executada drenagem utilizando barbacãs de 50
mm de diâmetro a cada camada de bolsacreto.
Terminada a execução da estrutura em bolsacreto executa-se o reaterro compactado até
a cota prevista para prosseguimento da reconstrução do pavimento, calçada, guardacorpo e
execução da proteção superficial do talude. O perfil da estrutura pronta é mostrado na figura
15.
Eventualmente é necessária a execução de revestimento com argamassa desempenada
na superfície do bolsacreto sujeita à variação de níveis freáticos (EMLURB, 2004).

Figura 15. Exemplo de aplicação de bolsacreto. Fonte: DER/SP.

3.5.8 MUROS DE CONCRETO ARMADO

Muros de Flexão são estruturas mais esbeltas com seção transversal em forma de “L”
ou “T” invertido que resistem aos empuxos por flexão. Geralmente estão associados à
execução de aterros ou reaterros, uma vez que, para sua estabilidade contam com o peso
próprio e com o peso de uma porção de solo adjacente apoiada sobre a sua base, que funciona
como parte integrante da estrutura de arrimo.
Em geral, são construídos em concreto armado. A laje de base costuma ter largura
entre 50 e 70% da altura do muro. A face trabalha à flexão e pode ou não, empregar vigas de
enrijecimento.
37

Para muros com alturas maiores, é conveniente a utilização de contrafortes (ou


nervuras), para aumentar a estabilidade contra o tombamento. Quando estão sobre a laje de
base interna, ou seja, sob o retroaterro, os contrafortes devem ser adequadamente armados
para resistir a esforços de tração. No caso de laje externa ao retroaterro, os contrafortes
trabalham à compressão. Esta configuração é menos usual, pois acarreta perda de espaço útil a
jusante da estrutura de contenção. Os contrafortes são em geral espaçados de cerca de 70% da
altura do muro.
Muros de flexão podem também ser ancorados na base com tirantes ou chumbadores
(rocha) para melhorar sua condição de estabilidade. Esta solução de projeto pode ser aplicada
quando na fundação do muro ocorre material competente (rocha sã ou alterada) e quando há
limitação de espaço disponível para que a base do muro apresente as dimensões necessárias
para a estabilidade.
A execução de um sistema de drenagem adequado é imprescindível, e deve ser
realizada através de barbacãs e dreno de areia (Carvalho, 1991; DER/SP, 2006).
As figuras 16 e 17 representa o perfil de um muro de concreto armado.

Figura 16. Muros de concreto armado tipo flexão. Fonte: IPT.


38

Figura 17. Muros de concreto armado tipo flexão (com contrafortes). Fonte: IPT.

3.5.9 CORTINAS CRAVADAS

Outro tipo de estrutura de contenção é aquela constituída por estacas ou perfis


cravados no terreno, trabalhando à flexão e resistindo pelo apoio da ficha (parte enterrada do
perfil). Trata-se de obras contínuas (estacas-prancha ou estacas justapostas) ou descontínuas
(nas quais estacas ou perfis metálicos são cravados a uma certa distância um do outro, sendo o
trecho entre eles preenchido por pranchões de madeira ou placas de concreto armado).
Este tipo de estrutura é muito utilizado em obras de contenção provisória, daí a
predominância do uso de perfis metálicos cravados e pranchões de madeira.
Em obras definitivas, não se usa madeira e os perfis metálicos devem ser protegidos
contra corrosão.
As alturas atingidas são modestas, de alguns poucos metros e as estruturas, devido ao
funcionamento à flexão, costumam ser bastante deformáveis (Carvalho, 1991).
A figura 18 representa uma contenção com cortinas cravadas.
39

Figura 18. Exemplo de cortina cravada. Fonte: IPT.


40

3.5.10 CORTINAS ATIRANTADAS

Consiste na execução de elementos verticais ou subverticais de concreto armado, que


funcionam como paramento e que são ancorados no substrato resistente do maciço através de
tirantes protendidos.
Os tirantes têm como objetivo ancorar massas de solo ou blocos de rocha, pelos
incrementos de força gerados pela protenção destes elementos, que transmitem os esforços a
uma zona mais resistente do maciço através de fios, barras ou cordoalhas de aço.
O paramento de concreto pode ser constituído de placas isoladas para cada tirante, de
placas englobando dois ou mais tirantes ou de cortina única, incorporando todos os tirantes. A
execução em caso de cortes é sempre feita de cima para baixo, por patamares sendo que um
patamar só é executado quando o anterior já está com as placas executadas e os tirantes
protendidos. Já no caso de aterros a seqüência é inversa com a execução dos patamares à
medida que o aterro vem sendo alteado. O uso de estruturas de contenção atirantadas exige
uma única premissa básica: a presença de horizontes suficientemente resistentes para a
ancoragem dos tirantes, a profundidades compatíveis. Este tipo de contenção pode ser usado
em qualquer situação geométrica, quaisquer materiais e condições hidrológicas (Carvalho,
1991).
A figura 19 representa um tirante, e seus elementos característicos; e a figura 20
representa uma contenção realizada em cortinas atirantadas.

Figura 19. Detalhes de um tirante. Fonte: IPT.


41

Figura 20. Exemplo de aplicação de uma cortina atirantada. Fonte: IPT.


42

3.5.11 SOLO GRAMPEADO (SOIL NAILING)

Essa técnica vem sendo utilizada há cerca de quatro décadas. Trata-se de uma
estabilização temporária ou permanente de taludes naturais ou de aumento da segurança em
escavações de maciços cujas condições adjacentes às mesmas são susceptíveis às
instabilidades. Consiste na inserção de barras de aço ou de fibras sintéticas (com resistência a
tração equivalente a do aço) no subsolo, aliado ao revestimento com tela metálica.
O comportamento mecânico do solo grampeado está baseado na idéia que o solo atrás
do talude possa ser subdividido em duas zonas: a primeira, mais próxima da superfície do
talude, denominada de zona ativa, limitada pela superfície potencial de ruptura, e a segunda,
passiva, onde os grampos ou chumbadores deverão ser fixados.
Os chumbadores (grampos) são barras de aço fixados com calda de cimento ou resina,
com objetivo de conter blocos isolados ou fixar obras de concreto armado sem o uso de
protensão (Carvalho, 1991), representado na figura 21.
Dois fatores determinam o comprimento total dos grampos: o primeiro, a profundidade
da cunha de deslizamento crítica que deverá ser transpassada pelos chumbadores e segundo, o
comprimento necessário para que os grampos transmitam suas tensões ao solo por adesão
lateral (comprimento ancorado).
O processo de estabilização nos taludes é realizado respectivamente, na escavação,
perfurações do solo, inserção dos grampos e revestimento da face do talude. Este processo
pode ser executado por equipamentos mecânicos ou manuais (Silva, 2006; Franco, 2010),
conforme está registrado nas figuras 22 e 23, respectivamente.

Figura 21. Detalhes de grampos mais comuns: (a) barra de aço com diâmetro igual ou maior a 20mm; (b)
barra de aço com diâmetro inferior. Fonte: Solos e Rochas. São Paulo, 16, (4): 291-304. Dez. 1993.
43

Figura 22. Construção em solo grampeado com equipamentos mecânicos. Fonte: Zirlis, 1999, citado em
Lima (2007).

Figura 23. Construção em solo grampeado com equipamentos manuais. Fonte: Zirlis, 1999, citado em
Lima (2007).
44

3.5.12 “TERRA ARMADA”

São constituídos pela associação de solo compactado e armaduras, completada por um


paramento externo composto de placas, denominado pele.
Os elementos de reforço são tiras metálicas, que recebem tratamento especial
anticorrosão. Estas tiras são presas a blocos de concreto que protegem a face, para que se
evite deslocamento excessivo das mesmas. Cabe lembrar aqui que estes blocos de concreto
não possuem função estrutural.
Os três componentes principais da „terra armada” são:
 O solo que envolve as armaduras e ocupa um espaço chamado “volume
armado”;
 As armaduras, elementos lineares e flexíveis que trabalham à flexão e devem
apresentar boa resistência à corrosão. São fixadas às “peles” por parafusos.
Normalmente, são feitas de aço de galvanização especial e, no caso de obras
marítimas ou obras provisórias, de alumínio ou mesmo aço de baixo teor de
carbono;
 A “pele”, que é o paramento externo, geralmente vertical. Pode ser constituído
por escamas metálicas flexíveis ou por placas rígidas de concreto armado.
A execução desse tipo de obra é feita sob supervisão e assistência da empresa que
detém a patente deste processo no Brasil, visto que é uma tecnologia patenteada
(Carvalho,1991). Tal obra está representada nas figuras 24 e 25.

Figura 24. Detalhes de uma “terra armada” (seção). Fonte: IPT.


45

Figura 25. Detalhes de uma “terra armada” (perspectiva). Fonte: IPT.

3.5.13 SOLO REFORÇADO COM GEOSSINTÉTICOS

É um maciço formado por uma composição básica de dois materiais: solo e mantas
geotêxteis.
Este maciço funciona basicamente como uma estrutura de contenção convencional,
podendo-se inclusive realizar as verificações usuais de estabilidade do conjunto, ou seja,
resistência ao deslizamento na base, equilíbrio ao tombamento, verificação da capacidade de
carga da fundação e segurança a ruptura geral.
Internamente, cabe às mantas geotêxteis, além do confinamento do solo junto á face
externa, resistir aos esforços de tração desenvolvidos no maciço. A proteção externa (face do
talude) do geotêxtil é de fundamental importância, para que o mesmo não se deteriore com a
radiação solar, conforme pode ser observado na figura 26.
As vantagens na utilização deste tipo de obra são: baixo custo, rapidez e facilidade na
execução (Carvalho, 1991).
46

Figura 26. Exemplo de utilização de solo reforçado com geotêxtil e detalhes construtivos.
Fonte: IPT.
47

4. METODOLOGIA

O presente estudo foi desenvolvido em três etapas principais: revisão da literatura,


elaboração de pré-dimensionamentos das obras de contenção e elaboração de orçamentos.

4.1 REVISÃO DA LITERATURA

Esta etapa consistiu na pesquisa de estudos relacionados ao tema, os quais foram


responsáveis pelas definições expressas neste trabalho, além de sugerirem a apresentação de
vários tipos de obras de contenção de taludes, e suas metodologias de projeto e execução. Tal
etapa também foi importante para o entendimento dos fatores condicionantes de um
escorregamento e de instabilidade de taludes.

4.2 ELABORAÇÃO DE PRÉ-DIMENSIONAMENTOS

Esta etapa consistiu na aplicação dos conceitos apresentados na revisão da literatura.


Nela foram feitos pré-dimensionamentos de alguns dos tipos de obras de contenção mais
recorrentes, principalmente na região Nordeste do Brasil.
Foram realizados os pré-dimensionamentos das seguintes estruturas:
 Muro de pedra argamassada;
 Muro de gabião;
 Muro de concreto armado;
 Cortina atirantada;
 Solo grampeado;
 Contenção em “terra armada”;
 Solo reforçado com geossintéticos.
Para efeito de comparação foi admitida uma situação ideal, onde todas essas obras
seriam possíveis de serem construídas para conter o talude em questão, dessa forma, a análise
tornou-se mais direta e baseada primordialmente no custo.
Foram consideradas duas situações, a primeira com um talude de altura total H=3
metros e a segunda com um talude de altura total H=6 metros, com exceção da cortina
atirantada a qual não foi considerada para o primeiro caso, pois não costuma ser uma solução
usual para esta altura. As características do solo foram mantidas para as duas situações.
48

Os pré-dimensionamentos foram feitos levando-se em consideração os seguintes


parâmetros relacionados ao solo:
 Solo predominantemente Arenoso;
 Peso Específico: ;
 Ângulo de Atrito Interno: ;
 Coesão: , com exceção dos casos de solo grampeado e cortina atirantada,
onde foi considerado , já que para execução é necessário uma altura
crítica de pelo menos 1 metro de bancada.
 Fator de atrito entre o solo e a contenção: ;
 Tensão admissível na fundação: ;
 E .
O nível freático foi admitido como abaixo das camadas de suporte, sendo assim, não
foram consideradas poro-pressões atuantes nesse maciço.
É importante lembrar que as dimensões para as obras de contenção adotadas neste
trabalho foram calculadas por um mero pré-dimensionamento, e que cada obra tem suas
particularidades e seus parâmetros. Sendo assim, os autores não se responsabilizam por obras
baseadas apenas nas dimensões adotadas nos exemplos a seguir.

4.3 ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS

Nesta etapa foram elaborados os orçamentos referentes às obras de contenção citadas


na etapa anterior, os mesmos levam em consideração as singularidades de execução de cada
um dos métodos apresentados.
Os orçamentos foram realizados com base nos custos presentes no SICRO2 do DNIT,
na vigência de julho de 2011, e SINAPI da Caixa Econômica Federal e IBGE, na vigência de
outubro de 2011, ambos com preços de referência para o estado da Paraíba. Também foram
utilizados composições de serviços do ORSE (Orçamento de Obras de Sergipe), e mediante
pesquisas por telefone junto a empresas fornecedoras de materiais de construção específicos
de determinado tipo de obra.
Não foram considerados nos orçamentos os serviços preliminares como alojamento,
placas de obras ou locações topográficas, bem como serviços de investigação geológico-
geotécnica, uma vez que se admitiu que esses serviços são comuns a todos os tipos de obras
não sendo, portanto, parâmetros relevantes de comparação.
49

Também não foram considerados os valores de Lucros ou Despesas Indiretas (LDI),


pelo mesmo motivo descrito acima e por representarem uma porcentagem em cima do custo
original, sendo assim, a comparação adquiriu um caráter mais direto, onde se comparou a obra
contenção em si.
Os orçamentos foram feitos para uma faixa de 1 metro. Sendo assim, a diferença entre
os custos de cada obra deve, ainda, ser multiplicado pelo comprimento total do muro.
50

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 MURO DE PEDRA ARGAMASSADA

Os pré-dimensionamentos feitos para o muro de pedra argamassada apresentaram


perfis representados nas figuras 27:

Figura 27: Perfil representativo do muro de pedra argamassada.


51

O primeiro caso (para H=3m) consiste em uma solução bastante simples e econômica,
tendo um custo de R$ 763,63/m.
Já o segundo (para H=6m), apesar de ser uma alternativa relativamente barata (R$
2.329,80/m), nem sempre é uma opção viável, pois demanda uma área muito ampla. Também
é necessário um estudo mais detalhado da argamassa e pedra utilizada, pois os esforços
gerados pelo empuxo de terra e pelo próprio peso do muro podem ser maiores do que a
capacidade do material, o que pode causar o declínio da estrutura.
O muro de pedra argamassada é indicado principalmente em taludes rodoviários,
sejam eles de corte ou aterro, e em contenção de encostas naturais, de preferência fora das
áreas urbanizadas.

5.2 MURO DE GABIÃO

O muro de gabião é uma solução semelhante ao de pedra argamassada, funcionando


como muros de gravidade. Os perfis calculados para este estão representados nas figuras 28 e
29.

Figura 28: Perfil representativo do muro de Gabião (H=3m).


52

Figura 29: Perfil representativo do muro de Gabião (H=6m).

Os resultados dos orçamentos indicaram o valor de R$ 1.106,75/m para o muro de


H=3m e de R$ 3.693,13/m para o de H=6m. Percebe-se que o consumo de material no muro
de H=6m acaba elevando muito o custo da obra tornando mais evidente a discrepância entre
os custos relacionados ao de pedra argamassada.
As grandes vantagens do gabião são a capacidade drenante, a flexibilidade, a rapidez
de construção e o baixo impacto ambiental, podendo ser empregado até mesmo, parcialmente
submerso, ou como proteção de margens.
O gabião também pode ser usado associado com outros elementos deixando de atuar
como muro de gravidade e se assemelhando mais à “terra armada”.
53

5.3 MURO DE CONCRETO ARMADO

A utilização dos muros de concreto armado parte do pressuposto de se economizar


áreas a jusante do muro, se apresentando como uma parede esbelta e vertical. Em
conseqüência disto, são incorporadas pesadas armaduras na junção de sua laje vertical com a
horizontal, a fim de resistir aos esforços de flexão gerados.
As seções dimensionadas para esse tipo de muro estão apresentadas nas figuras 30 e
31.

Figura 30: Perfil representativo do muro de concreto armado (H = 3m).

O custo do muro de concreto armado de H=3m ficou em R$ 2.160,39/m e o de H=6m


R$ 5.645,58/m representando uma solução bastante onerosa principalmente devido aos custos
com o aço e com as formas.
Cabe à avaliação da importância da área a jusante decidir a utilização ou não desse
tipo de contenção.
54

Figura 31: Perfil representativo do muro de concreto armado (H = 6m).

O muro de concreto armado é indicado principalmente em aterros e reaterros em locais


que não dispõem de muita área e sendo, portanto, inviável a utilização de alguma das soluções
anteriores.

5.4 CORTINA ATIRANTADA

Esse tipo de contenção é realizado principalmente em áreas urbanas. Os tirantes


proporcionam a ancoragem da estrutura, pois quando a nata de cimento é injetada sob pressão,
ela cria um bulbo de ancoragem o qual proporciona a prática da protenção.
Devem ser feitos ensaios para se determinar um horizonte resistente e estável o
suficiente para garantir a ancoragem dos tirantes, a uma profundidade compatível.
Caracteriza uma solução especializada com técnicas caras, por isso não costuma ser
utilizada em taludes baixos. Sua execução deve ocorrer principalmente em ocasiões onde não
55

há a possibilidade de destruição do talude e também se deseja preservar as áreas à jusante do


muro. O custo calculado para esta estrutura com H=6m foi de R$ 6.564,46/m e o perfil da
estrutura dimensionada é apresentado na figura 32:

Figura 32: Perfil representativo da Cortina Atirantada.

Apesar de ser uma estrutura cara, ela pode ser aplicada em qualquer situação
geométrica, tipo de solo ou condição hidrológica, garantindo segurança e versatilidade.

5.5 SOLO GRAMPEADO

Esta estrutura apresenta funcionamento semelhante à anterior, com a diferença da


protenção que, neste caso, não é executada. O solo grampeado é uma técnica que vem sendo
muito utilizada, principalmente devido ao baixo custo comparado ao atirantamento.
Ao longo do comprimento dos grampos origina-se uma zona denominada do maciço
“zona armada” que funciona como muro de gravidade.
A figura 33 representa os perfis dimensionados que tiveram o custo calculado de R$
966,44/m para o talude de H=3m e R$ 3.567,68/m para o talude de H=6m.
56

'

Figura 33: Perfis representativos do Solo Grampeado.

O solo grampeado deve ser utilizado em situações semelhantes às da cortina


atirantada, porém quando os esforços forem menores, em taludes de corte e aterro.
Ensaios de arrancamento de grampos devem ser realizados na obra, a fim de se obter
parâmetros de dimensionamentos como a carga de trabalho e o comprimento de ancoragem de
cada chumbador.
57

5.6 “TERRA ARMADA”

A terra armada é uma solução bastante eficaz podendo ser utilizada em taludes de até
20 metros, é comum a sua utilização em aterro. A sua configuração é bastante flexível devido
aos encaixes da “pele”, admitindo por isso, recalques diferenciais. Outra vantagem está na
rapidez de construção.
O reaterro deve ser feito com um material com boas características de atrito interno
para então, garantir uma boa interação com as armaduras.
A armadura é fixa na “pele” dando suporte à estrutura e resistindo aos esforços devido
à força de atrito na interação com o solo. Ao longo do seu comprimento gera uma zona no
maciço que funciona como muro de gravidade.
Os custos calculados foram R$ 1.372,72/m para o muro de H=3m enquanto que para o
de H=6m tais custos foram de R$ 3.033,18/m.
As figuras 34 e 35 representam os perfis dimensionados para este tipo de obra de
contenção.

Figura 34: Perfil representativo da Terra Armada ( H = 3m).


58

Figura 35: Perfil representativo da Terra Armada (H= 6m).

5.7 SOLO REFORÇADO COM GEOSSINTÉTICOS

O solo reforçado com geossintéticos é uma alternativa bastante simples de se conter


taludes. As camadas de aterro são realizadas com espessura entre 0,2 e 0,8 metros. Ao final a
porção de solo reforçada se comporta como um muro de gravidade. A face externa deve ser
recoberta de alguma forma para evitar deteriorização da geogrelha devido a exposição aos
raios UV. O orçamento constatou que o muro de H=3 m custa R$ 1.092,82/m já o de H=6m
custa R$ 2.608,49/m.
Na figura 36 são apresentados os perfis dimensionados para a situação acima.
59

Figura 36: Perfis representativos do Solo Reforçado com geossintéticos.

5.8 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Por fim, os resultados obtidos a partir dos orçamentos foram plotados em forma de
gráficos, sendo que os resultados para o talude de H=3m estão apresentados na figura 37, e os
do talude de H=6m estão na figura 38.
60

Custos por Metro Corrido de Obras de


Contenção com H = 3m
8000

6000

4000
2021,55
2000 1106,75 1092,82 966,44 1379,72
763,63
0
Tipos de Obras de Contenção

Pedra Argamassada Gabião


Concreto Armado Cortina Atirantada
Solo Reforçado com Geossintético Solo Grampeado
"Terra Armada"

Figura 37: Custo por Obra para um talude de 3m.

A partir da análise da figura 37 se percebe que as obras que apresentaram um custo


menor foram o muro de pedra argamassada e o solo grampeado, com predominância da pedra
argamassada, enquanto que a obra mais cara está representada pelo muro de concreto armado.
As demais obras apresentaram valores intermediários.

Custos por Metro Corrido de Obras de


Contenção Com H = 6m
8000,00
6564,46
5645,58
6000,00
3696,13 3877,28
4000,00 3033,18
2329,80 2608,49
2000,00

0,00
Tipos de Obras de Contenção

Pedra Argamassada Gabião


Concreto Armado Cortina Atirantada
Solo Reforçado com Geossintético Solo Grampeado
"Terra Armada"

Figura 38: Custo por Obra para um talude de 6m.


61

Pode-se perceber a partir da figura 38 que novamente o muro de pedra argamassada


foi a opção mais econômica, enquanto que a cortina atirantada representou a opção mais
onerosa.
Esse fato é explicado devido às diferenças de tecnologias aplicadas a um ou a outro.
Enquanto o muro de pedra argamassada é executado manualmente sem a necessidade de mão
de obra especializada, a cortina atirantada é executada com equipamentos sofisticados e com
alto grau de especialização.
Os gráficos mostrados representam uma boa ferramenta na escolha de um desses tipos
de obra para execução, mas vale lembrar que apesar dos gráficos mostrarem diferenças
consideráveis de preços entre um tipo de contenção e outro, em uma situação real, outros
critérios também devem ser considerados, critérios estes que podem inviabilizar algumas
dessas obras. Além disso, a gama de sistemas de contenção presente na literatura é muito
maior do que os aqui sugeridos, existindo ainda uma infinidade de métodos e materiais, ou
associação destes, que podem ser mais adequados a uma determinada situação.
Cada uma dessas obras tem aplicação para um objetivo específico. A escolha do tipo
de contenção adequado leva em consideração alguns critérios e benefícios que dependem do
local da construção bem como a disponibilidade de recursos. São eles: a rapidez de execução,
a disponibilidade de mão de obra especializada, a demanda de áreas, a necessidade de
escavações, flexibilidade e acomodação da estrutura, capacidade drenante, a suscetibilidade a
vandalismos, entre outros.
Tais critérios, bem como as obras que os apresentam serão explicados e
exemplificados a seguir:

 Rapidez de execução:
Este critério é muito importante e pode ser crucial para a escolha da obra, como por
exemplo, em casos de contenção de barreiras antes da época de chuvas. É um critério que se
observa em contenções do tipo solo reforçado com geossintéticos, terra armada ou muro de
gabião.

 Disponibilidade de mão de obra especializada:


Tal critério deve ser considerado, principalmente no desenvolvimento do projeto, pois
a falta deste pode inviabilizar ou encarecer bastante a obra. É um critério dispensável para os
muros de pedra argamassada, gabião e solo reforçado com geossintéticos.
62

 Demanda de áreas:
Talvez este seja o critério mais importante e que pode inviabilizar a utilização de
muitos tipos de obras, principalmente os muros de gravidade. Este critério é dispensável nos
casos de solo grampeado, cortinas atirantadas, muros de concreto armado e terra armada.

 Necessidade de escavações:
Tal critério associado ao anterior pode inviabilizar a maioria dos tipos de obra,
quando, por exemplo, há a presença de construções no topo do talude, o que impossibilita
escavações. É dispensável nos casos de solo grampeado e cortina atirantada.

 Flexibilidade e acomodação da estrutura:


Esse critério deve ser considerado principalmente em locais onde o solo não apresenta
boas características de suporte e pode necessitar de algum tipo de reforço, o que pode
encarecer a obra. Os tipos de contenção flexíveis e capazes de tolerar recalques diferenciais
são: os muros de gabião e a terra armada.

 Capacidade drenante:
Esse critério é importante, quando se deseja uma contenção em locais de interação
com água, por exemplo, na margem de rios. Tal critério é observado principalmente no muro
de gabião.

 Suscetibilidade a vandalismos:
Esse critério deve ser considerado em áreas urbanas, e devem ser tomadas medidas de
proteção. É um critério importante principalmente nos muros de gabião.

Todos esses fatores são importantes para a escolha da contenção adequada, devendo
todos serem considerados e avaliados a fim de garantir o objetivo desejado através da solução
mais econômica.
63

6. CONCLUSÃO

Pode-se concluir então que para as duas situações consideradas, o muro de pedra
argamassada apresentou-se como a opção mais econômica. Em contrapartida, a cortina
atirantada e muro de concreto armado apresentaram-se como as soluções mais caras.
Embora os custos relativos a alguns tipos de obra sejam determinantes para a escolha
da contenção a utilizar, outros critérios também são relevantes, e podem inviabilizar alguns
desses tipos. Atentando para a rapidez de execução, demanda de áreas e necessidade de
escavações, os principais desses fatores. Ou seja, em algumas ocasiões o custo da obra não
será determinante na escolha, sendo assim, em uma situação hipotética onde há a necessidade
de preservação de áreas, cortinas atirantadas podem ser mais adequadas do que o muro de
pedra argamassada, por exemplo.
Os benefícios que uma obra de contenção tem em relação à outra devem ser
considerados de acordo com esses critérios, dessa forma, irão depender do que se deseja
conseguir com a construção.
É importante lembrar que esses custos são referentes a cada metro corrido de
construção, portanto, as diferenças desses valores tendem a ser muito maiores, quando
multiplicados pelo comprimento de uma determinada obra. Sendo assim, quanto maior uma
obra, maior será a economia no caso da escolha correta ou o prejuízo no caso da escolha
errada.
Em suma, a escolha correta pelo tipo de contenção é de grande importância, sobretudo
na execução de obras sob licitação onde se considera, principalmente, a segurança e a
economia. Assim, antes de qualquer projeto de contenção de taludes, devem ser elaborados
estudos de viabilidade e de custos a fim de se desenvolver critérios para a escolha mais
adequada à situação.
64

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APÊNDICE – PLANILHAS ORÇAMENTÁRIAS
Unidade: Muro de Pedra Argamassada H = 3m

Orçamento Referencial po Metro Linear de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3S0110002 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 6 0,08 0,48
1.2 SICRO2 2S0100000 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 4 0,25 1,00
Sub total- Serviços Preliminares 1,48
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2S0110009 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 15 5,16 77,40
Sub total- Movimentações de Terra 77,40
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 SICRO2 1A0140701 Confecção e lançam. De concreto magro em betoneira m³ 0,17 170,61 29,00
3.2 SICRO2 2S0530100 Alvenaria de pedra argamassada m³ 3 135,03 405,09
Sub total- Estruturas e Infraestruras 434,09
4 Drenos
4.1 SICRO2 2S0399101 Dreno de PVC D=75 mm und 1,5 8,44 12,66
4.2 SICRO2 1A0189401 Lastro de brita m³ 1,2 39,66 47,59
Sub total- Drenos 60,25
5 Aterro e Reaterro
5.1 SICRO2 1A0189302 Reaterro e compactação m 10 19,04 190,40
Sub total - Aterro e Reaterro 190,40

SUB TOTAL 763,63


BDI (%) 0
TOTAL 763,63 R$
Unidade: Muro de Pedra Argamassada H=6m

Orçamento Referencial por Metro Linear de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 12 0,08 0,96
1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 8 0,25 2,00
Sub total- Serviços Preliminares 2,96
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 30 5,16 154,80
Sub total- Movimentações de Terra 154,80
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 SICRO2 1 A 01 407 01 Confecção e lançam. De concreto magro em betoneira m³ 0,32 170,61 54,60
3.2 SICRO2 2 S 05 301 00 Alvenaria de pedra argamassada m³ 12 135,03 1620,36
Sub total- Estruturas e Infraestruras 1674,96
4 Drenos
4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 2,5 8,44 21,10
4.2 SICRO2 1 A 01 894 01 Lastro de brita m³ 2,4 39,66 95,18
Sub total- Drenos 116,28
5 Aterro e Reaterro
5.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m 20 19,04 380,80
Sub total - Aterro e Reaterro 380,80

SUB TOTAL 2329,80


BDI (%) 0
TOTAL 2329,80 R$
Unidade: Muro de Gabião H = 3m

Orçamento Referencial por Metro Linear de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 6 0,08 0,48
1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 4 0,25 1,00
Sub total- Serviços Preliminares 1,48
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 15 5,16 77,40
Sub total- Movimentações de Terra 77,40
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 SICRO2 1 A 01 407 01 Confecção e lançam. De concreto magro em betoneira (Camada abaixo do muro) m³ 0,17 170,61 29,00
3.2 SICRO2 2 S 05 302 05 Muro gabião cx1,00 alt.8X10 ZN/AL D=2,7mm m³ 3,5 226,59 793,07
Sub total- Estruturas e Infraestruras 822,07
4 Drenos
4.1 SICRO2 M903 Geotêxtil não tecido agulhado RT-09 m² 4 3,85 15,40
Sub total- Drenos 15,40
5 Aterro e Reaterro
5.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m 10 19,04 190,40
Sub total - Aterro e Reaterro 190,40

SUB TOTAL 1106,75


BDI (%) 0
TOTAL 1106,75 R$
Unidade: Muro de Gabião H = 6m

Orçamento Referencial por Metro de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 12 0,08 0,96
1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 8 0,25 2,00
Sub total- Serviços Preliminares 2,96
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 30 5,16 154,80
Sub total- Movimentações de Terra 154,80
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 SICRO2 1 A 01 407 01 Confecção e lançam. De concreto magro em betoneira (camada abaixo do muro) m³ 0,42 170,61 71,66
3.2 SICRO2 2 S 05 302 05 Muro gabião cx1,00 alt.8X10 ZN/AL D=2,7mm m³ 13,5 226,59 3058,97
Sub total- Estruturas e Infraestruras 3130,62
4 Drenos
4.1 SICRO2 M903 Geotêxtil não tecido agulhado RT-09 (entre o muro e o solo) m² 7 3,85 26,95
Sub total- Drenos 26,95
5 Aterro e Reaterro
5.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m 20 19,04 380,80
Sub total - Aterro e Reaterro 380,80

SUB TOTAL 3696,13


BDI (%) 0
TOTAL 3696,13 R$
Unidade: Muro de Concreto Armado H = 3m

Orçamento Referencial por Metro Linear de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 8 0,08 0,64
1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 5 0,25 1,25
Sub total- Serviços Preliminares 1,89
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 20 5,16 103,20
Sub total- Movimentações de Terra 103,20
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 SICRO2 1 A 01 407 01 Confecção e lançam. De concreto magro em betoneira (Camada abaixo do muro) m³ 0,27 170,61 46,06
3.2 SICRO2 1 A 01 422 01 Concr estr fck=25MPa contr raz uso ger conf e lanç m³ 1,65 228,50 377,03
3.3 SICRO2 2 S 03 580 02 Fornecimento, preparo e colocação formas aço CA 50 (90 kg/m³ de conc.) Kg 148,5 5,53 821,21
3.4 SICRO2 2 S 05 302 03 Forma comum de madeira m² 9,68 33,71 326,31
Sub total- Estruturas e Infraestruras 1570,61
4 Drenos
4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 1,5 8,44 12,66
4.2 SICRO2 1 A 01 894 01 Lastro de brita (Material drenante atrás do muro) m³ 1,2 39,66 47,59
Sub total- Drenos 60,25
5 Aterro e Reaterro
5.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m 15 19,04 285,60
Sub total - Aterro e Reaterro 285,60

SUB TOTAL 2021,55


BDI (%) 0
TOTAL 2021,55 R$
Unidade: Muro Concreto Armado H = 6m

Orçamento Referencial por Metro Linear de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 16 0,08 1,28
1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 10 0,25 2,50
Sub total- Serviços Preliminares 3,78
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 40 5,16 206,40
Sub total- Movimentações de Terra 206,40
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 SICRO2 1 A 01 407 01 Confecção e lançam. De concreto magro em betoneira (Camada abaixo do muro) m³ 0,47 170,61 80,19
3.2 SICRO2 1 A 01 422 01 Concr estr fck=25MPa contr raz uso ger conf e lanç m³ 5,25 228,50 1199,63
3.3 SICRO2 2 S 03 580 02 Fornecimento, preparo e colocação formas aço CA 50 (90 kg/m³ de conc.) Kg 472,5 5,53 2612,93
3.4 SICRO2 2 S 05 302 03 Forma comum de madeira m² 18,7 33,71 630,38
Sub total- Estruturas e Infraestruras 4523,11
4 Drenos
4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 1,5 8,44 12,66
4.2 SICRO2 1 A 01 894 01 Lastro de brita (Camada atrás do muro) m³ 2,4 39,66 95,18
Sub total- Drenos 107,84
5 Contrafortes (Espaçados a cada 4,2m)
5.1 SICRO2 1 A 01 422 01 Concr estr fck=25MPa contr raz uso ger conf e lanç m³ 1,5 228,50 342,75
5.2 SICRO2 2 S 03 580 02 Fornecimento, preparo e colocação formas aço CA 50 (40 kg/m³ de conc.) Kg 60 5,53 331,80
5.3 SICRO2 2 S 05 302 03 Forma comum de madeira m² 9,05 33,71 305,08
Subtotal - Contrafortes 979,63 Por metro linear → 233,24
6 Aterro e Reaterro
6.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m 30 19,04 571,20
Sub total - Aterro e Reaterro 571,20

SUB TOTAL 5645,58


BDI (%) 0 0
TOTAL 5645,58 R$
Unidade: Cortina Atirantada H = 6m

Oraçamento Referencial por Metro Linear de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 12 0,08 0,96
1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 8 0,25 2
Sub total- Serviços Preliminares 2,96
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 10 5,16 51,6
Sub total- Movimentações de Terra 51,6
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 SICRO2 2 S 05 340 01 Execução cortina atirantada conc. Armado fck=15MPa m² 6 942,91 5657,46
3.2 SICRO2 5 S 05 900 01 Execução tirante protendido cortina atirantada m 5,125 143,64 736,155
Sub total- Estruturas e Infraestruras 6393,615
4 Drenos
4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 2,5 8,44 21,1
4.2 SICRO2 1 A 01 894 01 Lastro de brita m³ 2,4 39,66 95,184
Sub total- Drenos 116,284

SUB TOTAL 6564,46


BDI (%) 0
TOTAL 6564,46 R$
Unidade: Contenção em Solo Reforçado" H = 3m

Orçamento Referencial po Metro Linear de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3S0110002 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 8 0,08 0,64
1.2 SICRO2 2S0100000 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 5 0,25 1,25
Sub total- Serviços Preliminares 1,89
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2S0110009 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 20 5,16 103,20
Sub total- Movimentações de Terra 103,20
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 Maccaferri® Maccaferri® Fonecimento da geogrelha MacGrid® WG 120 m² 20 22,57 451,40
3.2 SICRO2 T 701 Servente (para colocação da geogrelha) h 7 5,88 41,16
3.3 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m³ 15 19,04 285,60
3.4 SICRO2 2 S 05 301 00 Alvenaria de pedra argamassada (fundação da proteção) m³ 0,16 135,03 21,60
3.5 SICRO2 1 A 00 902 01 Alvenaria de tijolos m² 3 42,57 127,71
Sub total- Estruturas e Infraestruras 927,47
4 Drenagem
4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 1,5 8,44 12,66
4.2 SICRO2 1 A 01 894 01 Lastro de brita m³ 1,2 39,66 47,59
Sub total - Aterro e Reaterro 60,25

SUB TOTAL 1092,82


BDI (%) 0,00
TOTAL 1092,82 R$
Unidade: Contenção em Solo Reforçado" H = 6m

Orçamento Referencial po Metro Linear de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3S0110002 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 16 0,08 1,28
1.2 SICRO2 2S0100000 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 10 0,25 2,50
Sub total- Serviços Preliminares 3,78
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2S0110009 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 40 5,16 206,40
Sub total- Movimentações de Terra 206,40
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 Maccaferri® Maccaferri® Fonecimento da geogrelha MacGrid® WG 120 m² 60 22,57 1354,20
3.2 SICRO2 T 701 Servente (para colocação da geogrelha) h 21 5,88 123,48
3.3 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m³ 30 19,04 571,20
3.4 SICRO2 2 S 05 301 00 Alvenaria de pedra argamassada (fundação da proteção) m³ 0,25 135,03 33,76
3.5 SICRO2 1 A 00 902 01 Alvenaria de tijolos m² 6 42,57 255,42
Sub total- Estruturas e Infraestruras 2338,06
4 Drenagem
4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 1,5 8,44 12,66
4.2 SICRO2 1 A 01 894 01 Lastro de brita m³ 1,2 39,66 47,59
Sub total - Aterro e Reaterro 60,25

SUB TOTAL 2608,49


BDI (%) 0,00
TOTAL 2608,49 R$
Unidade: Solo Grampeado H = 3m

Oraçamento Referencial por Metro Linear de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 6 0,08 0,48
1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 4 0,25 1,00
Sub total- Serviços Preliminares 1,48
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 10 5,16 51,60
Sub total- Movimentações de Terra 51,60
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 REFERNECIA Perfuração rotativa em solo m 4,2 81,56 342,55
3.2 REFERNECIA Grampo aço CA 50, diam. 20mm, incl. materiais, excluindo perf. e enchimento m 4,2 35,66 149,77
3.3 SICRO2 M814 Injeção de nata de cimento m 4,2 11,00 46,20
3.4 SICRO2 2 S 03 328 00 Conc.estr.fck=25 MPa-contr.raz.uso ger.conf.e lanç (placas de transf.) m³ 0,009 232,59 2,09
3.5 ORSE 00007155 Tela aço sold. Nerv. CA-60, Q-138, malha 10x10cm D=4,2mm + colocação m² 3 16,08 48,24
3.6 ORSE 03085 Concreto simples usinado fck=35 Mpa, bombeamento e proj. em paredes m 0,3 523,46 157,04
Sub total- Estruturas e Infraestruras 745,90
4 Drenos
4.1 SICRO2 3 S 04 590 00 Assentamento de dreno profundo m 3 51,60 154,80
4.2 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 1,5 8,44 12,66
Sub total- Drenos 167,46

SUB TOTAL 966,44


BDI (%) 0
TOTAL 966,44 R$
Unidade: Solo Grampeado H = 6m

Oraçamento Referencial por Metro Linear de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 12 0,08 0,96
1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 8 0,25 2,00
Sub total- Serviços Preliminares 2,96
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 10 5,16 51,6
Sub total- Movimentações de Terra 51,6
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 REFERENCIA Perfuração rotativa em solo m 24 81,56 1957,44
3.2 REFERENCIA Grampo aço CA 50, diam. 20mm, incl. materiais, excluindo perf. e enchimento m 24 35,66 855,84
3.3 SICRO2 M814 Injeção de nata de cimento m 24 11,00 264,00
3.4 SICRO2 2 S 03 328 00 Conc.estr.fck=25 MPa-contr.raz.uso ger.conf.e lanç (placas de transf.) m³ 0,018 232,59 4,19
3.5 ORSE 00007155 Tela aço sold. Nerv. CA-60, Q-138, malha 10x10cm D=4,2mm + colocação m² 6 16,08 96,48
3.6 ORSE 03085 Concreto simples usinado fck=35 Mpa, bombeamento e proj. em paredes m 0,6 523,46 314,08
Sub total- Estruturas e Infraestruras 3492,02
4 Drenos
4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 2,5 8,44 21,10
4.2 SICRO2 3 S 04 590 00 Assentamento de dreno profundo m 6 51,60 309,60
Sub total- Drenos 330,70

SUB TOTAL 3877,28


BDI (%) 0
TOTAL 3877,28 R$
Unidade: Contenção em "Terra Armada" H = 3m

Orçamento Referencial po Metro Linear de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3S0110002 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 8 0,08 0,64
1.2 SICRO2 2S0100000 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 5 0,25 1,25
Sub total- Serviços Preliminares 1,89
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2S0110009 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 20 5,16 103,20
Sub total- Movimentações de Terra 103,20
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 SICRO2 2 S 05 303 04 Terra armada - ECE - pé de talude 0,0<h<6,00m m³ 1 365,00 365,00
3.2 SICRO2 2 S 05 303 10 Concr. soleira e arremates de maciço terra armada m³ 0,053 204,43 10,83
3.3 SICRO2 2 S 05 303 09 Escamas de concreto armado para terra armada m³ 0,47 520,35 244,56
3.4 SICRO2 2 S 05 303 11 Montagem de maciço terra armada m² 3,15 86,20 271,53
Sub total- Estruturas e Infraestruras 891,93
4 Aterro e Reaterro
4.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m³ 15 19,04 285,60
Sub total - Aterro e Reaterro 285,60
5 Drenagem
5.1 SICRO2 2 S 04 500 03 Dreno longitudinal prof. p/corte em solo - DPS 03 m 1 48,59 48,59
5.2 SICRO2 M904 Geotextil não tecido agulhado RT-9 m² 4,5 5,78 26,01
5.3 SICRO2 M704 Areia lavada m³ 0,90 25,00 22,50
Sub total - Aterro e Reaterro 97,10

SUB TOTAL 1379,72


BDI (%) 0,00
TOTAL 1379,72 R$
Unidade: Contenção em "Terra Armada" H = 6m

Orçamento Referencial po Metro Linear de Obra


Preço
Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde Unitário Total
1 Serviços Preliminares
1.1 SICRO2 3S0110002 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 16 0,08 1,28
1.2 SICRO2 2S0100000 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 10 0,25 2,50
Sub total- Serviços Preliminares 3,78
2 Movimentações de Terra
2.1 SICRO2 2S0110009 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 20 40 800,00
Sub total- Movimentações de Terra 800,00
3 Estruturas e Infraestruturas
3.1 SICRO2 2 S 05 303 04 Terra armada - ECE - pé de talude 0,0<h<6,00m m³ 1 365,00 365,00
3.2 SICRO2 2 S 05 303 10 Concr. soleira e arremates de maciço terra armada m³ 0,14 204,43 28,62
3.3 SICRO2 2 S 05 303 09 Escamas de concreto armado para terra armada m³ 1,2 520,35 624,42
3.4 SICRO2 2 S 05 303 11 Montagem de maciço terra armada m² 6,3 86,20 543,06
Sub total- Estruturas e Infraestruras 1561,10
4 Aterro e Reaterro
4.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m³ 30 19,04 571,20
Sub total - Aterro e Reaterro 571,20
5 Drenagem
5.1 SICRO2 2 S 04 500 03 Dreno longitudinal prof. p/corte em solo - DPS 03 m 1 48,59 48,59
5.2 SICRO2 M904 Geotextil não tecido agulhado RT-9 m² 4,5 5,78 26,01
5.3 SICRO2 M704 Areia lavada m³ 0,90 25,00 22,50
Sub total - Aterro e Reaterro 97,10

SUB TOTAL 3033,18


BDI (%) 0,00
TOTAL 3033,18 R$

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