Você está na página 1de 44

5.1 A NOVA LEGISLAÇÃO DE MANANCIAIS: LEI 9.

866/97

 Com a promulgação da Lei 9.866/97, chamada de Lei Geral de


Mananciais, fica facultado que, em todos os mananciais de interesse regional
do Estado de São Paulo podem-se criar, através de Leis Específicas, Áreas de
Proteção e Recuperação de Mananciais – APRM
 APRM é a delimitação geográfica de uma ou mais sub-bacias hidrográficas dos
mananciais de interesse regional para abastecimento público. Essa APRM deve
estar inserida em uma das Bacias Hidrográficas, previstas pela lei 7.663/91
 São objetivos centrais da Lei 9.866/97:
- preservar e recuperar os mananciais de interesse regional para o
abastecimento público das populações atuais e futuras, assegurados,
desde que compatíveis, os demais usos múltiplos
- compatibilizar a preservação dos mananciais com o uso do solo e o
desenvolvimento socioeconômico
- promover uma gestão participativa e descentralizada
- integrar as políticas públicas nas áreas de mananciais

INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO DA LEI 9.866/97

 ÁREAS DE INTERVENÇÃO: territórios delimitados dentro de uma sub-bacia para


o estabelecimento de regras dinâmicas direcionadas à proteção, recuperação e
desenvolvimento sustentável dos mananciais. As Áreas de Intervenção podem
ser de três tipos:
Áreas de Restrição à Ocupação
Áreas de Ocupação Dirigida
Áreas de Recuperação Ambiental

 LEIS ESPECÍFICAS: em cada APRM haverá normas específicas direcionadas ao


uso e ocupação do solo e parâmetros ambientais

 PDPA – Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental: políticas públicas e


programas ambientais

 SUPORTE FINANCEIRO: recursos do FEHIDRO e compensações ambientais

 CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL: licenciamento, fiscalização e


monitoramento

 SISTEMA GERENCIAL DE INFORMAÇÕES – SGI: Banco de Dados e


georreferenciamento

 PENALIDADES: multas e infrações

 SISTEMA DE GESTÃO: sub-comitês de bacia hidrográfica

42
SISTEMA DE GESTÃO DA LEI 9.866/97

 A gestão das APRMs fica vinculada ao Sistema Integrado de


Gerenciamento de Recursos Hídricos (Lei 7.663/91) que é gerido, de forma
articulada, com os Sistemas de Meio Ambiente (Lei 9.509/97) e de
Desenvolvimento Regional (Lei 760/94)
 Na prática, o sistema de gestão de mananciais atrela-se ao sistema de gestão de
bacias hidrográficas do Estado de São Paulo
 O sistema de gestão de mananciais conta com:

1. Orgão Colegiado: Comitê de Bacia Hidrográfica com composição tripartite:


Estado, municípios e sociedade civil.

Atribuições do Órgão Colegiado:


- aprovar o Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental – PDPA;
- propor a criação das Áreas de Intervenção e respectivas diretrizes e
normas ambientais e urbanísticas;
- recomendar diretrizes para as políticas públicas setoriais, bem como para
ações, planos e projetos;
- propor critérios para aplicação de recursos financeiros.

2. Órgão Técnico: Agência de Bacia, como uma fundação de direito privado e de


interesse público, assegurada, no seu Conselho Deliberativo, a participação
paritária do Estado, dos municípios e da sociedade civil. A Lei estadual 10.020/98
regulamenta a criação das Agências de Bacia no Estado de São Paulo. As
primeiras já criadas foram as Agências das Bacias do Piracicaba e do Alto Tietê.

Atribuições do Órgão Técnico:


- dar suporte técnico ao Órgão Colegiado;
- elaborar o Relatório de Qualidade Ambiental da APRM;
- elaborar o PDPA e a proposta de criação das Áreas de Intervenção e
respectivas normas ambientais e urbanísticas;
- implantar e operacionalizar o Sistema de Informações Gerenciais;
- promover assistência e capacitação técnica aos agentes do sistema.

3. Órgãos da Administração Pública: todos os órgãos da administração pública


estadual e municipal responsáveis pelo licenciamento, fiscalização,
monitoramento e implantação dos programas e ações setoriais.

43
PLANO DE DESENVOLVIMENTO E PROTEÇÃO AMBIENTAL – PDPA

 O instrumento de planejamento estratégico das áreas de mananciais é o PDPA,


concebido como o mais importante e eficaz meio de coordenar os investimentos
e ações setoriais no contexto da APRM

 PDPA será instituído por lei estadual a cada 4 anos, inserido dentro do Plano de
Bacias Hidrográficas e do Plano Estadual de Recursos Hídricos, conforme
previsto pela Lei 7.663/91
.
O PDPA deve conter os seguintes elementos:
 diretrizes para as políticas setoriais de habitação, transportes,
saneamento ambiental, infra-estrutura e manejo de recursos naturais
 diretrizes de indução à implantação de usos compatíveis: programas
especiais de fomento na área turística, de lazer, de agricultura, de eventos e
negócios, etc.
 metas ambientais: padrões de qualidade da água, de recuperação de
minerações, de índices de recomposição vegetal, etc.
 programas, projetos e ações de recuperação ambiental, remoção de
favelas, reurbanização de áreas degradadas, programas habitacionais de
interesse social
 programas integrados: de monitoramento e qualidade ambiental, de
educação ambiental, de controle e fiscalização, de investimentos anual e
plurianual
 propostas de reenquadramento das Áreas de Intervenção e atualização
de diretrizes e normas ambientais das leis específicas

44
45
46
Sistema de Planejamento e Gestão / Mecanismos e Instrumentos

Instrumentos Instrumentos Instrumentos de Instrumentos


Normativos Programáticos Controle Financeiros
LEI PDPA-PLANO DE FISCALIZAÇÃO COMPENSAÇÃO
ESPECÍFICA DESENVOLVIMENTO
MONITORAMENTO FINANCEIRA
PROTEÇÃO APLICAÇÃO DE LINHAS DE
AMBIENTAL PENALIDADES FINANCIAMENTO,
ETC.

APRM

ÁREAS DE PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DE


MANANCIAIS
ÁREAS DE INTERVENÇÃO:
Compartimentos ambientais e territoriais (criados nas
APRMs pela Lei Especifica), sobre os quais serão
aplicados os instrumentos normativos, progmáticos,
de controle e financeiros de planejamento e gestão:
• Áreas de Restrição Ocupação
• Áreas de Ocupação Dirigida
• Áreas de Recuperação Ambiental

Órgão Colegiado Órgão Técnico Órgãos da Adm. Pública

SIGRH – Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos


Hídricos
Fonte da figura: Valentina Denizo -1999

47
5.2 ESTUDO DE CASO: A LEI ESPECÍFICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO
GUARAPIRANGA – LEI 12.233/06

HISTÓRICO DA BACIA DO GUARAPIRANGA

 Ocupação humana crescente, desde os anos 70, em função da


existência do pólo industrial de Santo Amaro e dos eixos viários existentes, a
despeito da vigência da Lei de Proteção aos Mananciais que inibia a
ocupação do território da bacia
 1991 – Governo do Estado com financiamento do Banco Mundial
iniciam o Programa de Saneamento Ambiental da Bacia do Guarapiranga,
para reverter o alto grau de contaminação e poluição do reservatório
 Durante o período 1992/2000 foi desenvolvimento o Programa,
aplicando-se US$ 300 milhões em obras de saneamento básico e projetos
complementares de recuperação urbana e ambiental da bacia
 Um dos projetos complementares foi o desafio de se estabelecer novos
mecanismos de planejamento e gestão, que dessem conta de reverter as
condições socioambientais na região do Guarapiranga

CARACTERÍSTICAS DA BACIA

 Área: 613 km2


 População estimada: 645 mil hab.
 Municípios: São Paulo, Embu, Itapecerica da Serra, Embu-Guaçu,
Cotia, São Lourenço da Serra e Juquitiba
 Reservatório Guarapiranga: 2º maior manancial destinado ao
abastecimento da RMSP, com 13 m3/seg. Atende a 3 milhões de habitantes
(São Paulo, 95% e Taboão da Serra, 5%)

LEI ESPECÍFICA DA APRM – GUARAPIRANGA

HISTÓRICO

 Após a aprovação da nova lei de mananciais (Lei 9.866/97),


começaram-se a estruturar os 5 Sub-Comitês de Bacia Hidrográfica da região
do Alto Tietê, com o propósito, entre outros, de discutir as diretrizes da nova
Lei Específica para cada sub-bacia
 Em agosto de 1999, um Grupo de Trabalho constituído pelo Sub-
Comitê Cotia-Guarapiranga, no âmbito de uma Câmara Técnica de
Planejamento e Gestão, discutiu e aprovou uma proposta de Minuta de Lei.
 A Minuta da lei Específica foi aprovada no CONSEMA em 2003 e o
Projeto de Lei foi encaminhado pelo governador Alckmin em 2004 à
Assembléia e somente foi promulgado em janeiro de 2006: lei 12.233/06.

INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DA LEI ESPECÍFICA

 PDPA – Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental


 Meta de Qualidade da Água do Reservatório (carga meta: fósforo total
para o ano de 2015)

48
 Áreas de Intervenção
 Normas de implantação de infra-estrutura
 Leis Municipais de parcelamento, uso e ocupação do solo
 Sistema de Monitoramento da Qualidade Ambiental
 Sistema Gerencial de Informações
 Modelo de Correlação Uso do Solo e Qualidade da Água – MQUAL
 A Compensação Ambiental
 Licenciamento e Fiscalização
 Suporte Financeiro

PROPOSTA DE ÁREAS DE INTERVENÇÃO ADOTADA

 ÁREAS DE RESTRIÇÃO À OCUPAÇÃO

 ÁREAS DE OCUPAÇÃO DIRIGIDA


 SUC: subárea de urbanização consolidada
 SUCt: subárea de urbanização controlada
 SEC: subárea especial corredor
 SOD: subárea de ocupação diferenciada
 SER: subárea envoltória da represa
 SBD: subárea de baixa densidade
São definidos para cada bacia:
- coeficiente de aproveitamento máximo
- índice de impermeabilização máximo
- lote mínimo

 ÁREAS DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL


 ARA 1: áreas objeto de Programa de Recuperação de Interesse
Social – PRIS (assentamentos habitacionais)
 ARA 2: áreas objeto de Projeto de Recuperação Ambiental em
Mananciais – PRAM (proprietários responsáveis pelo dano
ambiental)

49
AULA 6 PLANEJAMENTO AMBIENTAL REGIONAL: O Macrozonea-
mento Ecológico-Econômico

6.1 O ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO COMO INSTRUMENTO DE


PLANEJAMENTO AMBIENTAL

LEGISLAÇÃO
 Lei 6.938/81 – PNMA
 Decreto 4.297/02 – Estabelece critérios para o ZEE- Brasil

CONCEITOS

 ZONEAMENTO: é a ato ou efeito de dividir em território por zonas, segundo


objetivos e critérios pré-determinados

 ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMCIO – ZEE: é um mapeamento não


prescritivo das limitações ecológicas, dos recursos naturais, dos vetores
socioeconômicos e do uso do solo, a partir do qual se podem derivar alternativas
de ação para orientar o poder público na gestão do território (Schubart: 2000)

HISTÓRICO

 ZEE é um instrumento estratégico de planejamento territorial nacional, utilizado


inicialmente na região da Amazônia Legal

 Programa de ZEE da Amazônia Legal foi aplicado desde a década de 80 em


projetos nacionais voltados para os ecossistemas da floresta amazônica e do
cerrado

 ZEE esteve até 1999 à cargo da SAE – Secretaria de Assuntos estratégicos da


Presidência da República e a sua metodologia sofreu importantes avanços a
partir de 1997 (Becker e Egler). Atualmente está sob coordenação do Ministério
do Meio Ambiente

 ZEE: primeiros estudos em Rondônia (1988) e Mato Grosso, além de sua


aplicação no Gerenciamento Costeiro, através da CIRM – Comissão
Interministerial para os Recursos do Mar em 1987 na área piloto em Sepetiba, no
Rio de Janeiro

50
METODOLOGIA DO ZEE

Etapas do Zoneamento Ecológico-Econômico

“Filtros”

PODER POLÍTICO PARTICIPAÇÃO


SOCIAL
T O T
E R E
Unidades de G R
R Conservação, Código
LEGISLAÇÃO ATUAL A R
R Florestal
Florestal, Terras
N I
Indígenas, etc. Z
I I T
T POTENCIALIDADES E Z O
Ó SOCIOECONÔMICAS A R
R ZONAS E Ç I
ECOLÓGICO- Ã A
I
VULNERABILIDADE ECONÔMICAS O L
O NATURAL

Fonte: Schubart: 2000

CRITÉRIOS UTLIZADOS PARA DELIMITAÇÃO DAS ZEEs

1. Critérios Naturais: analisa-se a vulnerabilidade natural (INPE 1996): substrato


geológico, relevo, solos, vegetação, clima, etc, informações obtidas pela análise
de imagens de satélite (Landsat), aplicando-se o método de Tricart (1977)

2. Critérios Socioeconômicos: analisa-se a potencialidade socioeconômica das


unidades territoriais, a partir de quatro fatores: (Becker e Egler: 1997)
 potencial natural: disponibilidade de recursos naturais

51
 potencial humano: qualidade de vida
 potencial produtivo: dinâmica dos setores rurais e urbano-industriais
 potencial institucional: nível de organização social

A Carta Síntese da classificação das zonas resulta em três grupos e sub-grupos:

1. Áreas Produtivas
1.1 Consolidação do desenvolvimento humano
1.2 Expansão do potencial produtivo

2. Áreas Críticas
2.1 Conservação
2.2 Recuperação

3. Áreas Institucionais
3.1 Preservação Permanente
3.2 Uso Restrito e Controlado
3.3 Interesse Estratégico

Gráfico da Classificação das Áreas

Produtivas Críticas

P
o CONSOLIDAÇÃO RECUPERAÇÃO
t
e
n
c
i EXPANSÃO CONSERVAÇÃO
a
l

Vulnerabilidade

52
6.2 EXPERIÊNCIAS DE ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO NO
ESTADO DE SÃO PAULO

6.2.1 MACROZONEAMENTO DO MOGI-PARDO

HISTÓRICO

 Leis 5.599/87 e 5.560/87, apresentadas por deputados representantes da região


(dep. Trigo), tinham como objetivo disciplinar as atividades industriais na bacia
dos rios Pardo e Mogi-Guaçu

 Lei 7.641 de 19/12/1991: trata da política industrial e do desenvolvimento


socioeconômico regional e estabelece a necessidade de elaborar um
Macrozoneamento que contenha diretrizes para o desenvolvimento futuro da
região

PROCESSO DE PLANEJAMENTO

 As bacias dos rios Mogi-Pardo e Médio-Grande estão localizadas na porção


oeste do Estado, com 35.000 km2, abrangendo 113 municípios ( 93 no Estado de
São Paulo e 20 em Minas Gerais, e gerando um PIB anual superior ao PIB da
Argentina

 Em 1993, foi criado um Grupo de Trabalho com técnicos das três Secretarias de
Estado: Meio Ambiente, Agricultura e Planejamento

 Entre 1993 e 1995, a Secretaria do Meio Ambiente produziu um amplo


diagnóstico, contendo a definição de Unidades de Planejamento e Gestão,
correspondentes aos compartimentos ecológicos econômicos

 Foram criadas 9 Unidades em função de critérios e sub-bacias hidrográficas,


fluxos de comércio e serviços, uso do solo e da água, homogeneidade do meio
biótico, entre outros fatores (Oliveira: 1998)

 Em 1996, esse Macrozoneamento foi amplamente discutido regionalmente,


incorporando as aspirações das comunidades e dos agentes públicos e privados

 Principais aspectos do Macrozoneamento:

 Zoneamento Proposto: Área de Proteção Máxima nas áreas de afloramento do


aquífero Guarany; e Área de Restrição e Controle para 2 outros compartimentos
com restrições de atividades e usos

53
 Plano de Manejo das Atividades Minerárias
 Proteção da Biodiversidade: criação de uma nova APA
 Proteção dos Recursos Hídricos
 Gestão: proposta de Comissão Regional para Implementação do Zoneamento

6.2.2 ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DO PONTAL DO


PARANAPANEMA

HISTÓRICO

 1997 – Aprovação do Projeto “Macrozoneamento do Pontal do Paranapanema”


pela CCZEE da SAE – Secretaria de Assuntos Estratégicos
 1999 – Entrega do Projeto e início das discussões regionais

METODOLOGIA

 Levantamento das questões socioambientais indicadas como prioritárias pelos


órgãos e entidades civis da Região com base em cartas temáticas
 Privilegiaram-se parcerias com projetos em andamento: Estado, Universidades,
ONGs e setor produtivo

CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO

 UGRHI-22 (Bacia Hidrográfica) com área de 11.838 km2


 Abrangência: 26 municípios
 População (1996): 509.726 hab.
 UCs = Parque Estadual do Morro do Diabo (Dec. 25.342/86)
Grande Reserva do Pontal (Dec. 13.075/42)

PRINCIPAIS TEMÁTICAS DO MACROZONEAMENTO

 Questão Fundiária: terras devolutas X assentamentos


 Vegetação Remanescente: política de proteção de fragmentos e corredores
 Unidades de Conservação: Planos de Manejo e Gestão
 Assentamentos: em 1998 havia 2.281 famílias assentadas em 57.320 ha
 Erosão: 70% das terras são consideradas de alta fragilidade
 Resíduos Sólidos: maioria dos municípios tem “lixões”
 Hidrelétricas: Capivara, Taquaruçu, Rosana e Porto Primavera
 Dinâmica Econômica: 1% VA do estado; comércio 36%; indústria 28%; serviços
28%
 Oportunidades: turismo e piscicultura; hidrovias Paraguai-Paraná e Tietê-
Paraná – pólos turísticos, indústrias de insumos agrícolas, etc.

54
 Órgãos Regionais: CODESPAR (1991); Fundo de Desenvolvimento Econômico
e Social (1991); Comitê de Bacias CBH-PP (1996)

AULA 7 GERENCIAMENTO COSTEIRO NO BRASIL: LEI 7.861/88 E O


ZONEAMENTO MINERÁRIO

HISTÓRICO

 Lei Fed. 7.661/88 – institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro -


GERCO
 Metodologia do Zoneamento Costeiro foi proposta pela CIRM – Comissão
Interministerial para os Recursos do Mar – estudos da UERJ em 1987
 Estudos integram o Programa Nacional do GERCO: RS, SC, SP, RJ, BA, RN
 Plano Nacional do GERCO – 1990 explicita o Zoneamento Ecológico Econômico
(ZEE) como o principal instrumento de planejamento e gerenciamento
 1991 – IBAMA – entidade coordenadora do GERCO
 1993 – Coordenação: Ministério do Meio Ambiente
 1995 – Configuração da Metodologia para o Macrozoneamento Costeiro do Brasil
 Constituição Estadual de 1989, Artigo 196, considera a zona costeira como área
especialmente protegida
 1998 – Lei 10.019/98 – institui no Estado de São Paulo o Plano Estadual de
Gerenciamento Costeiro
 Dec. Fed. 5.300/04 – regulamenta a lei 7.661/88
 Dec. Est. 49.215/04 – dispõe sobre o ZEE do setor do Litoral Norte

CONCEITOS

 ZONA COSTEIRA: é o espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra,


incluindo os recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima e outra
terrestre, que serão definidas pelo Plano (Lei 7.661/88)

 GERENCIAMENTO COSTEIRO: o conjunto de atividades e procedimentos que,


através de instrumentos específicos, permite a gestão de recursos naturais da
Zona Costeira, de forma integrada e participativa, visando à melhoria da
qualidade de vida das populações locais, fixas e flutuantes, objetivando o
desenvolvimento sustentado da região

 ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO – ZEE: o instrumento básico de


planejamento que estabelece, após discussão pública de suas recomendações
técnicas, inclusive a nível municipal, as normas de usos e ocupação do solo e de
manejo dos recursos naturais em zonas específicas, definidas a partir das
análises de suas características ecológicas e socioeconômicas

55
 PLANO DE AÇÃO E GESTÃO: o conjunto de projeto setoriais integrados e
compatibilizados com as diretrizes estabelecidas no zoneamento ecológico-
econômico, elaborado por Grupo de Coordenação composto pelo Estado,
Município e sociedade civil organizada

 SISTEMA DE GESTÃO: participação paritária , na proporção de 1/3 de


representantes do Estado, 1/3 dos municípios e 1/3 da sociedade civil
organizada, através da constituição de Grupo de Coordenação Estadual e de 4
Grupos Setoriais de Coordenação
INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO PLANO ESTADUAL DE GERENCIAMENTO
COSTEIRO

1. Zoneamento Ecológico-Econômico
2. Sistema de Informações
3. Planos de Ação e Gestão
4. Monitoramento e Controle
5. Sistema de Gestão

SETORES DA ZONA COSTEIRA NO ESTADO DE SÃO PAULO

I – Litoral Norte (Dec. Est. 49.215/04)


II – Baixada Santista
III – Complexo Estuarino Lagunar de Iguape Cananéia (Litoral Sul)
IV – Vale do Ribeira

TIPOLOGIA DAS ZONAS

Z-1 : zona que mantém os ecossistemas primitivos e pleno equilíbrio ambiental,


ocorrendo uma diversificada composição de espécies e uma organização funcional
capazes de manter, de forma sustentada, uma comunidade de organismos
balanceada, integrada e adaptada, podendo ocorrer atividades humanas de baixos
efeitos impactantes

Z-2 : zona que apresenta alterações na organização funcional dos ecossistemas


primitivos, mas é capacitada para manter em equilíbrio uma comunidade de
organismos em graus variados de diversidade, mesmo com a ocorrência de
atividades humanas intermitentes ou de baixos impactos. Em áreas terrestres, essa
zona pode apresentar assentamentos humanos dispersos e pouco populosos, com
pouca integração entre si

Z-3 : zona que apresenta os ecossistemas primitivos parcialmente modificados, com


dificuldades de regeneração natural, pela exploração, supressão ou substituição de
algum de seus componentes, em razão da ocorrência de áreas de assentamentos
humanos com maior integração entre si

Z-4 : zona que apresenta os ecossistemas primitivos significativamente modificados


pela supressão de componentes, descaracterização dos substratos terrestres e
marinhos, alteração das drenagens ou da hidrodinâmica, bem como, pela
ocorrência, em áreas terrestres, de assentamentos rurais ou periurbanos

56
descontínuos interligados, necessitando de intervenções para sua regeneração
parcial

Z-5 : zona que apresenta a maior parte dos componentes dos ecossistemas
primitivos degradada, ou suprimida e a organização funcional eliminada

7.1 O MACROZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DO GERENCIAMEN-


TO COSTEIRO: Lei 10.019/98

7.1.1 HISTÓRICO DA BAIXADA SANTISTA

 1997 – Realizados os levantamentos básicos pela SMA/CPLA para o


Zoneamento Ambiental: cartas de cobertura vegetal, de vulnerabilidade e risco
geológico e de uso do solo, consultando as prefeituras locais
 Maio de 1998 – criado o Grupo de Trabalho (Res. SMA 43/98) com 27 membros,
representando o governo do Estado, os municípios e setores da sociedade civil
para elaborar o ZEE da Baixada Santista
 Agosto/98 a Julho/00 - foram realizadas mais de 60 reuniões regionais,
discussões públicas, com texto preliminar aprovado pelo Grupo de Trabalho
 Desde Março/03 até Setembro/06 – está em curso o texto final do ZEE – Baixada
Santista

CARATERÍSTICAS DA BAIXADA SANTISTA

 Desde 1992 os prefeitos da Região criaram uma instância colegiada regional


(COREME) para tratar de problemas comuns: ex: depósitos de lixo, provisão de
água, transportes, etc.
 Lei Complementar 815/96 cria a Região Metropolitana da Baixada Santista,
integrada por 9 municípios: Bertioga, Guarujá, Cubatão, Santos, São Vicente,
Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe
 Constituição do CONDESB – Conselho de Desenvolvimento e AGEM – Agência
Metropolitana da Baixada Santista
 População total: 1,5 milhões de habitantes
 Ecossistemas: Mata Atlântica (Ombrófila Densa), restingas em extinção,
manguezais ameaçados, costões rochosos, praias, estuários e mar
 Principais atividades: Porto de Santos; Pólo industrial de Cubatão, atividades
turísticas de orla, comércio e prestação de serviços;

DIRETRIZES DO ZEE

 ZEE propõe diretrizes para três faixas: terrestre, de transição e de marinha


 Direcionar a expansão urbana e as atividades industriais aos terrenos estáveis e
ocupar os espaços providos de saneamento e infra-estrutura
 Recuperar ambientalmente as áreas de risco, promovendo desocupações

57
 Garantir a manutenção da qualidade dos recursos naturais ainda existentes
 Incentivar as atividades de turismo intensivo e lazer
 Modernizar e recuperar a área portuária
 Fortalecer o transporte ferroviário e inter-regional
 Garantir a balneabilidade das praias
 Recuperar pedreiras e areeiras
 Proteger a orla marítima com equipamentos compatíveis
 Ordenar a utilização dos espaços marinhos: marinas, piers
 Conservar os sistemas fluviais, estuarinos, baías, ilhas costeiras, etc.
 Apoiar e incentivar o transporte marinho, o lazer e o turismo náutico

METODOLOGIA DO ZEE

 Metas para cada uma das 5 Zonas (terrestres e marinhas) previstas na Lei
10.019/98
 Metas: % de conservação da cobertura vegetal e qualidade dos corpos d’água
 Enquadramento: condições específicas fisiográficas, de uso e de ocupação dos
compartimentos ambientais
 Descrição dos usos e atividades permitidas e das condições de manejo dos
recursos naturais
 Estabelecimento de instrumentos de compensação ambiental
 Compatibilização com os Planos Diretores Municipais

CONFLITOS REGIONAIS DO ZEE

 Ocupação de Áreas de Preservação Ambiental


- Morros
- Manguezais
- Praias e Costões Rochosos

 Ocupação dos Remanescentes de Restinga


- Expansão Imobiliária (loteamentos)

 Expansão Portuária e Contaminação Ambiental do Estuário

 Expansão Industrial e Poluição

 Uso Turístico dos Estuários e do Mar

58
7.2 PLANEJAMENTO E GESTÃO DE ÁREAS DE MINERAÇÃO DE
AREIA: O Caso do Vale do Rio Paraíba do Sul
HISTÓRICO

 Anos 70 – Estudos regionais sobre o Vale do Rio Paraíba do Sul – SEP/CAR


 1982 – Dec. Fed. 87.561/82 dispõe sobre a recuperação e proteção ambiental da
bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul
 1987 – I Painel sobre regulamentação da extração de areia – DAEE
 1995 – Resolução SMA 32/95, cria Grupo Técnico para estabelecer diretrizes
para o licenciamento, fiscalização e zoneamento ambiental minerário
 1996 – Instituto Geológico realiza estudo sobre “Potencialidade de Areia na
Várzea, no trecho São José dos Campos - Pindamonhangaba”
 1997 – CPLA elabora o Mapa de Uso do Solo e promove discussões regionais
 1998 – Audiência Pública e CONSEMA aprova o Zoneamento Ambiental
Minerário

ZONEAMENTO AMBIENTAL MINERÁRIO

 Objetivo: definir áreas e normas para a mineração de areia, considerando a


proteção da várzea do rio Paraíba, caracterizada como um importante
ecossistema, fundamental para a vida aquática, para a fauna silvestre e para a
manutenção da qualidade de vida das pessoas que vivem na região

 ZONAS:

Zona de Mineração – ZM
Áreas de desenvolvimento da extração de areai, segundo critérios de
recuperação/ reabilitação

Zona de Recuperação – ZR
Áreas de recuperação de cavas desativadas

Zona de Proteção – ZP

59
Áreas de preservação do ecossistema da várzea., meandros do rio e
remanescentes de vegetação

Zona de Conservação da Várzea – ZCV


Áreas da planície aluvionar que devem ser estrategicamente preservadas

 GESTÃO: Comissão Especial do CONSEMA (órgãos de controle e planejamento


do Estado; prefeituras; ONGs, mineradores e sociedade civil); e gestões junto ao
CODIVAP (Conselho Regional do Vale do Paraíba)

AULA 8 PLANEJAMENTO AMBIENTAL REGIONAL: Escala


Metropolitana e os Planos de Desenvolvimento
Sustentável

8.1 O PLANEJAMENTO DAS REGIÕES METROPOLITANAS: Quadro legal no


Brasil e no Estado de São Paulo

BASE LEGAL

 Constituição Federal de 1988, Artigo 25 , § 3º : estabelece competência estadual


para instituição de Regiões Metropolitanas, Aglomerações Urbanas e
Microrregiões
 Constituição Estadual de 1989, Capítulo II – Organização Regional, define os
conceitos das Unidades Regionais
 Lei estadual Complementar 760/94: dispõe sobre o Sistema de Organização
Regional do Estado de São Paulo

HISTÓRICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

 Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, criada pela Lei Fed. Complementar
nº 14 de 1973, com os seguintes órgãos de gestão: a Lei Est. 94/74 criou a
EMPLASA, o CODEGRAN – Conselho Deliberativo da Grande São Paulo
( Estado + municípios com 5 membros), e o CONSULTI – Conselho Consultivo
Metropolitano de Desenvolvimento da Grande São Paulo (municípios); o Dec.
10.951/77 criou o FUMEFI – Fundo Metropolitano de Financiamento e
Investimentos. Com exceção do Fundo, os órgãos metropolitanos estão inativos
há mais de 15 anos
 Outras 9 Regiões Metropolitanas no Brasil: Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba,
Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém
 Pós Constituição de 88: RM da Baixada Santista Lei Est. Compl. 815/96
RM de Campinas – Lei Est. Compl. 870/00
No Brasil; total de 27 RMs

CONCEITOS (LEI EST. 760/94)

60
 REGIÃO METROPOLITANA: agrupamento de municípios limítrofes, com
destacada expressão nacional, a exigir planejamento integrado e ação conjunta
com união permanente de esforços para a execução das funções públicas de
interesse comum, dos entes públicos nela atuantes, que apresente,
cumulativamente: elevada densidade demográfica; significativa conurbação;
funções urbanas e regionais com alto grau de diversidade; e, especialização e
integração socioeconômica

 AGLOMERAÇÃO URBANA: agrupamento de municípios limítrofes, a exigir


planejamento integrado e a recomendar ação coordenada dos entes públicos
nele atuantes, orientada para o exercício das funções públicas de interesse
comum, que apresente, cumulativamente: relações de integração funcional de
natureza econômico-social; e, urbanização contínua entre municípios ou
manifesta tendência nesse sentido
 MICRORREGIÃO: agrupamento de municípios limítrofes a exigir planejamento
integrado para o seu desenvolvimento e integração regional, que apresente
cumulativamente: características de integração funcional de natureza físico-
territorial, econômico-social e administrativa

 ÁREAS DE INTERESSE COMUM: planejamento e uso do solo; transporte e


sistema viário; habitação; saneamento básico; meio ambiente; desenvolvimento
econômico; e, atendimento social

 CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL: em cada unidade regional


haverá um Conselho de Desenvolvimento, de caráter normativo e deliberativo,
composto por um representante de cada município e por representantes do
Estado nos campos funcionais de interesse comum, designados por um período
de 24 meses

 AUTARQUIA METROPOLITANA (AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO):


somente nas Regiões Metropolitanas o Conselho de Desenvolvimento integrará
entidade com personalidade jurídico de direito público, com autonomia
administrativa e financeira, criada por lei, para integrar a organização, o
planejamento e a execução das funções públicas de interesse comum

8.2 PLANOS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

INTRODUÇÃO

 Os Planos Regionais elaborados para o estado de São Paulo, estiveram em


grande medida, atrelados às ações de planejamento estratégico físico-territorial
de alçada das Secretarias de Estado voltadas para o Planejamento e Economia
durante as décadas de 70 e 80

 Tais Planos tiveram pouca ou quase nenhum resultado prático, pois não
atrelavam os recursos do orçamento estadual a uma distribuição regionalizada,
tampouco logravam integrar a ação setorial dos agentes públicos e privados

61
 Os Planos mais conhecidos foram, entre outros:
. Na região do Vale do Paraíba, fomentado pelo então CODIVAP “Macro-
Eixo Rio-São Paulo” (1978)
. Planos Regionais das Regiões Administrativas (Litoral, Bauru,
Campinas, em 1979)
. Na região do Pontal do Paranapanema “Plano Regional do Pontal do
Paranapanema” (1987)
. Na região do Ribeira, fomentado pelo CODESVAR “Plano de
Desenvolvimento Regional do Vale do Ribeira” (1988)
. Plano Metropolitano da Grande São Paulo (1993-2010), realizado pela
EMPLASA

 Somente mais recentemente, após a Constituição de 1988 e com a


regionalização e descentralização de algumas políticas públicas (saúde,
educação, recursos hídricos, atendimento social), é que se tem adotado uma
nova postura de planejamento regional, voltada à efetiva participação dos
agentes do Estado, das prefeituras, das Universidades e das comunidades locais
na formulação de soluções para as políticas regionais de desenvolvimento
sustentável

 Dois exemplos de aplicação dessa nova filosofia estão tentando ser


implementados no Estado de São Paulo, além dos futuros Planos Regionais das
Regiões Metropolitanas (São Paulo, Baixada Santista e Campinas, esses 2
últimos já em fase de elaboração pelas Agências Regionais):

8.2.1 PLANO REGIONAL ESTRATÉGICO DO GRANDE ABC

HISTÓRICO

 Consórcio Intermunicipal do Grande ABC: instância regional criada em 1990


pelos sete municípios da Região, representada pelos seus respectivos prefeitos,
com o objetivo de articular ações e recursos para problemas de interesse
comum. A motivação inicial do Consórcio foi a de resolver o problema da
destinação e tratamento dos resíduos sólidos regionais. O Consórcio tem um
papel fundamental nas decisões político-administrativas da região atualmente

 Movimento “Vote no Grande ABC”: movimento político criado em 1994 para


fomentar maior representatividade da Região, na defesa de seus interesses,
junto à Assembléia Estadual e ao Congresso Nacional: hoje são sete deputados
estaduais e quatro federais oriundos da Região

 Fórum da Cidadania do Grande ABC: criado em 1995, como conseqüência do


movimento político, este Fórum articula hoje 102 entidades representativas dos
mais diferentes setores da sociedades civil, empresários, sindicatos de
trabalhadores, entidades de classe e ONGs

 Câmara Regional do Grande ABC: instância regional criada em março de 1997,


que congrega os poderes públicos municipal (Consórcio Intermunicipal) e

62
estadual (Secretarias de Estado), a sociedade civil (Fórum da Cidadania) e
parlamentares da região. Seu objetivo central é a construção de Acordos que
podem ser viabilizados pelo consenso entre as partes

 Agência de Desenvolvimento Econômico: é uma ONG mista, criada em julho


de 1997, tendo como associados os agentes que assumem o seu custeio. No
caso, ela é hoje patrocinada pelo Consórcio Intermunicipal, CIESP, Associações
Comerciais, Sindicatos, SEBRAE, etc. O objetivo da Agência é dar o suporte
institucional aos trabalhos coordenados pela Câmara do Grande ABC

 Sub-Comitê de Bacia Hidrográfica Billings-Tamamduateí: é a instância


regional do Sistema Estadual de Recursos Hídricos, instalada em 1998, para
planejar as ações e deliberar sobre a aplicação dos recursos do FEHIDRO,
consoante as diretrizes do Plano de Bacias Hidrográficas do Alto Tietê e do
Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental – PDPA da bacia da Billings
para a área de proteção e recuperação de mananciais
CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO

 Municípios: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá,
Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra
 População: 2,2 milhões habitantes
 Participação da atividade industrial: 23% da RMSP; 14% do Estado e 7% do país
 Renda per capita = US$ 8.043 / ano
 Área de Mananciais: 56% do território da região
 Desde a década de 50 é considerada a região mais industrializada do país

PLANEJAMENTO REGIONAL ESTRATÉGICO

 Conclusão do Diagnóstico Regional: “apesar ter sido o principal eixo de


desenvolvimento econômico do país das últimas 4 décadas, a Região apresenta-
se hoje como mera periferia da Grande São Paulo quanto à qualidade de vida de
sua população, indicadores sociais, urbanismo, política e cultura”
 A Proposta dos Eixos Estruturantes com base num Cenário Futuro, surgiu após
longa discussão e contribuição de todos os parceiros da Câmara do ABC
 Eixo 1 – Educação e Tecnologia (Pólo Tecnológico/ Ensino Profissionalizante e
Educação Básica)
 Eixo 2 – Sustentabilidade das Áreas de Mananciais (Uso e Proteção / Projeto
Billings / Legislação)
 Eixo 3 – Acessibilidade e Infra-Estrutura (Água,/ Energia / Resíduos / Drenagem /
Tráfego)
 Eixo 4 – Diversificação e Fortalecimento das Cadeias Produtivas (Indústria
Petroquímica e de Transformação / Ind. Moveleira / Turismo Regional)
 Eixo 5 – Ambiente Urbano de Qualidade (Requalificação Urbana / Projeto Eixo
Tamanduatehy, Habitação Social)
 Eixo 6 – Identidade Regional e Estruturas Institucionais
 Eixo 7 – Inclusão Social (Geração de Trabalho e Renda / Criança Prioridade 1 /
Deficiente / Idoso / Mulher / Morador de Rua / Saúde Pública / Habitação /
Segurança)

63
8.2.2 PLANO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO NA ÁREA DE
INFLUÊNCIA DA RODOVIA FERNÃO DIAS – Projeto "Entre Serras e
Águas”

HISTÓRICO

 1961 – Início da Rodovia Fernão Dias ligando São Paulo a Belo Horizonte
 Décadas de 60 e 70 : crescimento econômico e expansão urbana
 1990 – Estudos para ampliação da Rodovia
 1993 – EIA – RIMA : (exigência 23 da Deliberação CONSEMA 013/93) indica a
aplicação de recursos da compensação ambiental da obra (Decreto Fed.
95.733/88) para as UCs e para mitigar os impactos no uso do solo dos
municípios
 1994 – Início das obras (1º trecho entregue em 1999)
 1997 – SMA/CPLA inicia o “Plano Entre Serras e Águas” convênio DER
 1999 – Instalação do Fórum de Desenvolvimento Sustentável pelo Decreto
Estadual 44.274/99

CARACTERÍSTICAS E OBJETIVO DO PLANO

 Plano visa estabelecer diretrizes para o desenvolvimento da região, dentro dos


princípios de sustentabilidade firmados na Agenda 21
 Municípios abrangidos: Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista,
Guarulhos, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista, Pedra Bela, Pinhalzinho,
Piracaia, São Paulo, Tuiuti e Vargem
 Principais atributos ambientais da Região: reservatórios do Sistema Cantareira;
Jaguari e Jacareí, Cachoeira e Atibainha e seus cursos d’água formadores, que
fornecem água para 8 milhões de pessoas na RMSP; as serras e a vegetação de
mata atlântica como patrimônio ambiental da Reserva da Biosfera; patrimônio
histórico e cultural

METODOLOGIA DO PLANO E PRINCIPAIS RESULTADOS

64
 Elaborar um Plano de Desenvolvimento Sustentável a partir da articulação dos
agentes locais, visando identificar as melhores oportunidades econômicas e
socioambientais
 Elaboração das Agendas 21 Locais pelos municípios e em parceria com o
CEPAM, visando alterar ou elaborar os Planos Diretores Municipais em sintonia
com as diretrizes regionais
 Parceria com o SEBRAE para o “Diagnóstico Socioeconômico e Potencialidades
dos Municípios”
 Parcerias com a CETESB e SMA/CPRN para elaborar Plano Diretor de Resíduos
Sólidos, Plano de Monitoramento e Qualidade Ambiental e cursos de capacitação
sobre fiscalização e controle ambiental
 Capacitação dos técnicos das prefeituras locais e das ONGs
 Instauração do Fórum de Desenvolvimento Sustentável em 1999, com a
participação ativa das 11 prefeituras, câmaras municipais, associações e
entidades de classe, Universidades, ONGs ambientalistas e associações
comunitárias
 Instalação do Núcleo Regional de Educação Ambiental em 1999
AULA 9 PLANEJAMENTO AMBIENTAL REGIONAL: Escala Local

9.1 O PAPEL DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL: NOVOS ENFOQUES NO


MANEJO DO SOLO URBANO

HISTÓRICO E BASE LEGAL

 Planejamento Urbano no Brasil: da República até os anos 30, o


Plano Diretor (PD) está voltado ao desenho da cidade, traçados das ruas,
com preocupação estética; de 1930 a 1960, preocupa-se com a distribuição
espacial das moradias burguesas e dos bairros periféricos; anos 60 aos 80,
visa o planejamento econômico e territorial integrado (os PDDIs- Planos
Diretores de Desenvolvimento Integrado)

 Constituição de 1988: Art. 182 consagra o Plano Diretor como “o


instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana” para todo município com mais de 20 mil habitantes, e define a
função social da propriedade

 Legislação Federal:
 Lei 6.766/79 – Lei Lehmann (parcelamento do solo urbano)
 Lei 9.785/99 – altera a Lei Lehmann em alguns dispositivos
 Lei 10.257/01 - Estatuto da Cidade, estabelece diretrizes gerais
da Política Urbana
 Medida Provisória nº 2.220/01, dispõe sobre a concessão
especial de uso

65
9.1.1 A LEI DO ESTATUTO DA CIDADE : LEI Nº 10.257 DE 2001

a) INSTRUMENTOS DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL

 Os instrumentos de planejamento municipal podem ser constituídos da


combinação dos seguintes tipos de planos:
. Agenda 21 Local, definida após longo processo de discussões com todos os
segmentos da sociedade local, definindo metas e plano de ação global de longo
prazo
. Plano de Desenvolvimento Municipal, ou Plano de Governo: cada prefeito define
suas prioridades para a gestão diante da realidade local
. Planos Regionais Setoriais e Especiais: também sujeitos às imposições de cada
realidade. Ex: Planos de Educação, de Saúde ou de Desenvolvimento Econômico
Regional
. Planos Diretores: e demais Planos Urbanísticos (parciais, especiais ou setoriais)
exigidos para cada realidade. Ex: leis de uso do solo, Planos de Bairro, Zonas
Especiais, Operações Urbanas etc.
. Plano Plurianual: define, em consonância com o Plano de Governo e Plano
Diretor, as metas da Administração do Governo
. Lei de Diretrizes Orçamentarias: orienta a elaboração do Orçamento Anual
integrando os diferentes Planos
. Orçamento Anual

 A experiência mais recente de elaboração e implementação dos Planos Diretores


no Brasil tem mostrado que a eficácia dos mesmos guarda proporção direta com
alguns princípios:
. novos métodos de planejamento, à exemplo do Macrozoneamento (escala de
análise do município identificando conflitos e potencialidades de desenvolvimento
socioeconômico e ambiental, através do estabelecimento de grandes zonas de
adensamento ou preservação em função da capacidade da infra-estrutura instalada
e das condições de suporte do meio físico), e do Coeficiente de Aproveitamento
Básico (índice potencial de construção em relação à área do terreno)
. implantação de um processo permanente de planejamento, baseado em
instâncias descentralizadas e democráticas de consulta e participação popular
. regras claras e concisas contendo objetivos, metas e diretrizes gerais,
compreensíveis por todos os agentes envolvidos na cidade
. demonstração da viabilidade e exeqüibilidade das metas, diretrizes e ações
propostas em termos financeiros, técnicos e administrativos
. Plano Diretor: de acordo com cada realidade, pode-se restringir aos aspectos
mais gerais de diretrizes físico-ambientais e socioeconômicas e delegar aos Planos
Urbanísticos específicos os aspectos de ordenação urbanística físico-territorial

b) INSTRUMENTOS DE INDUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO URBANO

 Parcelamento, Edificação Ou Utilização Compulsórios: IPTU Progressivo e


desapropriação com pagamentos em títulos
 Solo Criado Ou Outorga Onerosa: é o direito de construir acima do coeficiente
de aproveitamento estipulado pelo zoneamento

66
 Transferência De Potencial Construtivo: é a transferência do potencial de
construção de um imóvel para outro em função de algum interesse público de
preservação
 Operações Urbanas Consorciadas: intervenções urbanísticas promovidas pela
parceria entre poder público e iniciativa privada, em determinadas áreas da
cidade, aprovadas por lei municipal, onde ocorrerá revisão de índices
urbanísticos e de categorias de uso previstas no zoneamento
 Consórcio Imobiliário: associação feita entre o proprietário de imóvel e a
prefeitura para um plano de urbanização
Operações Interligadas: experiência em 1986 em S. Paulo, que atrela a
modificação de índices urbanísticos coma construção de moradias
populares para as áreas ocupadas por favelas
Direito De Preempção: preferência do poder público municipal na aquisição
de terreno ou edifício urbano que esteja a venda por particulares

c) INSTRUMENTOS DE FINANCIAMENTO

 Institutos Tributários e Financeiros: IPTU, Taxas e tarifas diferenciadas,


contribuição de melhorias
 Regulação Urbanística: Valorização e contrapartidas
d) INSTRUMENTOS DE CONTROLE URBANÍSTICO E DE REGULARIZAÇÃO
FUNDIÁRIA

 Usucapião Especial: aquisição do domínio, de áreas até 250 m2, usadas para
fins habitacionais, por mais de cinco anos, sem oposição. Pode ser individual ou
coletiva
 Concessão De Uso Especial De Áreas Públicas: direito de uso de imóvel
público em área urbana, de até 250 m2, ocupado por indivíduo ou família, para
fins de moradia, por mais de cinco anos, até a data de 30/06/2001
 Zonas De Urbanização Especial: são categorias de zoneamento voltadas para
urbanização prioritária ou urbanização restrita, utilizadas mais recentemente. No
primeiro caso, temos as ZEIS – zonas especiais de interesse social, que são
utilizadas para promover a recuperação e induzir o uso prioritário para habitação
de interesse social. No segundo caso, temos os distritos industriais, os núcleos
de recreio, os núcleos de cidades novas (barragens)

e) INTRUMENTOS DE DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO URBANA

 Conselhos: CNDU, Concidades, Conselhos Regionais e Municipais


 Audiências E Consultas Públicas
 Gestão Participativa: LDO e Orçamento
 Iniciativa Popular de Projeto de Lei

9.2 O EXEMPLO DO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DO


MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: LEI 13.430/02

67
SITUAÇÃO E CENÁRIO PARA 20101

O município de São Paulo em 2002:


 10,5 milhões de habitantes
 600 mil pessoas morando em cortiços
 aumento da população favelada: 1,3 milhões habitantes
 9 mil moradores de rua
 média de 2 horas diárias gastas em transporte coletivo
 atraso na implantação do Metrô: 53km dos 140 km projetados
 escassez de vias estruturais
 118 km médios de congestionamento (tarde)
 5 milhões de veículos (3,5 milhões circulando diariamente)
 apenas 4,6 m2 de áreas verdes por habitante
 perda de qualidade de vida no Centro da cidade
 taxa de desemprego variando de 15 a 20%
 aumento da violência: 5 mil óbitos por homicídios por ano
 fatores positivos: oportunidades econômicas; potencial de qualificação de mão
de obra; aumento de instituições de ensino superior e pesquisa; maior centro
universitário do país; principal centro médico da América do Sul; principal
conjunto de aeroportos; crescente pólo de cultura, turismo, negócios, feiras
internacionais; editoração gráfica; moda; ativo setor da construção civil; etc.

Cenário proposto pelo Plano Diretor Estratégico para 2010


 cidade desconcentrada e poder descentralizado
 espaços públicos mais seguros e de qualidade
 centro principal requalificado com muitos moradores e atividades econômicas
 novos centros e eixos de atividades diversificadas
 comércio e serviços, públicos e privados, distribuídos com homogeneidade pela
cidade
 favelas urbanizadas e com moradias regularizadas
 transporte integrado com bilhete único
 extensão de metrô para mais de 100 km
 grande extensão de áreas verdes interligadas por vias arborizadas e parques
lineares
 paisagem urbana de qualidade e beleza
 incentivos para nova fase de industrialização (unidades menores)
 forte integração de centros de pesquisa e setores econômicos
 diversificação e expansão do setor de serviços: comunicação, editoria, turismo,
moda, informática e produção cultural
 qualificação da construção civil
 adolescentes com oportunidades de estudo, trabalho, cultura e lazer
 diminuição radical da violência

DIRETRIZES POLÍTICAS E AÇÕES ESTRATÉGICAS SETORIAIS

 O Plano Diretor estabelece diretrizes para cada setor de atividade pública, a


fim de orientar as políticas setoriais até 2010
 Inclui também as Ações Estratégicas até 2004
1
Texto adaptado de panfleto preliminar distribuído por SEMPLA para o debate do Plano Diretor “A
Cidade que Propomos” -2001

68
 O Plano Diretor será revisto a cada 10 anos
 Setores: educação; saúde; transporte; meio ambiente; habitação; cultura;
promoção social; segurança pública; esportes; abastecimento; infra-estrutura e
serviços de utilidade pública

 Conceito de POLÌTICA URBANA:


É objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e o
uso socialmente justo e ecologicamente equilibrado e diversificado de seu
território de forma a assegurar o bem-estar equânime de seus habitantes,
mediante:
1. recuperação da valorização imobiliária/ação do poder público
2. racionalização da infra-estrutura instalada
3. regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas
4. redução dos deslocamentos internos (acessibilidade)
5. incorporação da iniciativa privada no financiamento da urbanização
6. preservação, proteção e recuperação do meio ambiente e da paisagem

 Capítulo III – da POLÍTICA AMBIENTAL


São 23 artigos (do Artigo 54 ao 75) sobre: áreas verdes; recursos hídricos;
saneamento; drenagem; resíduos sólidos; energia e iluminação

PLANO FÍSICO-AMBIENTAL

 Ocupação do território em 4 elementos que constituem a estrutura


permanente do tecido da cidade:
• SISTEMA VIÁRIO PRINCIPAL
Constituído pelas vias importantes para a interligação entre os vários bairros do
município, outros municípios da Região Metropolitana e o restante do estado e
País
• REDE AMBIENTAL
Constituída pelos parques e reservas interligados por caminhos verdes,
formados por parques lineares em fundos de vales e vias arborizadas
• SISTEMA DE CENTRALIDADES
Constituído pelo centro principal, centros de bairro, novos pólos e eixos de
atividades diversificadas
• SISTEMA DE TRANSPORTES
Constituído pelas linhas de metrô, trens e pelas vias destinadas exclusivamente
à circulação de ônibus

MACROZONEAMENTO

 Território do município fica dividido em 2 Macrozonas complementares:


1. Macrozona de Proteção Ambiental
- Macroárea de Proteção Integral
- Macroárea de Uso Sustentável
- Macroárea de Conservação e Recuperação
2. Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana
- Macroárea de Reestruturação e Requalificação Urbana
- Macroárea de Urbanização Consolidada

69
- Macroárea de Urbanização em Consolidação
- Macroárea de Urbanização e Qualificação

O Zoneamento conta das seguintes zonas de uso:


1. Aplicáveis na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana:
ZER - Zona Exclusivamente Residencial
ZIR - Zona Industrial em Reestruturação
ZM - Zona Mista

2. Aplicáveis a qualquer Macrozona


Zonas Especiais
- ZEPAM – Zona de Preservação Ambiental
- ZEPEC – Zona de Preservação Cultural
- ZEPAG – Zona de Produção Agrícola e Extração Mineral
- ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social

3. ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social


ZEIS-1 : favelas urbanização e regularização/HIS
ZEIS-2 : glebas/terrenos desocupados periferia/HIS
ZEIS-3 : terrenos edificados/cortiços/HIS
ZEIS-4 : glebas/terrenos desocupados em mananciais/HIS
 Operações Urbanas: têm o objetivo de organizar e revitalizar certas áreas da
cidade concentrando investimentos, criando espaços públicos, gerando eixos e
pólos de centralidade e atração da vida urbana. Cada Operação terá suas regras
definidas em lei específica própria.
 Já existem as seguintes Operações: Centro; Água Branca; Faria Lima e Água
Espraiada.
 Foram propostas pelo Plano Diretor: Diagonal Sul; Diagonal Norte; Carandiru-
Vila Maria; Rio Verde-Jacú; Vila Leopoldina; Vila Sônia; Celso Garcia; Santo
Amaro e Tiquatira

SISTEMA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

 O Sistema e o Processo Municipal de Planejamento Urbano será composto


por: órgãos públicos; Planos Municipais, Regionais, e Planos de Bairros; Sistema
Municipal de Informação; e a participação popular.
 A administração do município foi dividida em 31 Sub-Prefeituras: Estão em
andamento os Planos Regionais das Sub-Prefeituras

70
AULA 10 PARTICIPAÇÃO E GESTÃO DO MEIO AMBIENTE:
Exemplos de Sistemas de Gestão Federal, Regional e
Local

HISTÓRICO

Transformações importantes na dinâmica da sociedade brasileira (1970/92):


 Movimento ecológico cresceu associado à estagnação econômica brasileira
(década de 80)
 Aumento do impacto dos problemas ambientais sobre a opinião pública (década
de 80)
 Passagem de um ambientalismo confinado na década de 70 para multi-setorial
(décadas de 80/90): movimentos sociais, ONGs, Universidades, mídia, etc.
 Décadas de 70/80 (esfera nacional) para década de 90 ( esfera global)
 Criação de entidades representativas do setor de controle e fiscalização, à
exemplo da Cetesb (1973), da ABES (Associação Brasileira de Engenharia
Sanitária), etc.

Movimento Ambientalista
 Final dos anos 70 – Movimento contra as usinas nucleares – Angra
 Início dos anos 80 – Movimento das vítimas da poluição em Cubatão (Fábio
Feldmann e a Oikos – ONG ambientalista)
 1981 – Lei 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente
 Exemplo do crescimento das ONGs, em 1980 havia 40 grupos ambientalistas e
em 1985 já eram 400 em todo Brasil

71
 1986 – Resolução CONAMA 001/86 sobre EIA-RIMA
 Final dos anos 80 – surge a SOS – Mata Atlântica
 Década de 90 – Reflexos da Constituição de 1988 – Capítulo sobre Meio
Ambiente e Legislação complementar nas esferas federal e estadual

10.1 PRINCIPAIS INSTÂNCIAS DE GESTÃO PARTICIPATIVA

SISTEMA DE GESTÃO FEDERAL

 CONAMA, Conselho Nacional de Meio Ambiente, criado com a lei 6.938/81,


permitiu a participação dos governos dos Estados (representando regiões),
associações patronais e de trabalhadores, entidades de classe e representantes
de ONGs ambientalistas. A importância do CONAMA, nesses últimos 20 anos foi
de caráter normativo e deliberativo sobre questões essenciais tais como:
Resolução 001/86 sobre EIA-RIMA; Resolução 018/86 criando o PROCONVE;
Resolução 020/96 sobre o enquadramento dos corpos d’água; Resolução 237/97
sobre licenciamento ambiental, etc. A participação da sociedade civil ocorreu
através da pressão de parlamentares e representantes do movimento
ambientalista organizado. A lei 7.804/89, cria o órgão superior do SISNAMA, o
Conselho Superior de Meio Ambiente – CSMA, presidido pelo Presidente da
República e composto por todos os ministros de Estado e contando com 5
representantes de entidades ambientalistas

SISTEMA DE GESTÃO ESTADUAL

 CONSEMA, Conselho Estadual de Meio Ambiente, criado em 1983 pelo decreto


estadual 20.903/83, permitiu a participação da sociedade civil (entidades de
classe, universidades, ONGs ambientalistas e demais entidades civis) nas
decisões sobre a política ambiental e o licenciamento de atividades geradoras de
impacto ambiental (EIA-RIMAs) no Estado de São Paulo. Em 1987, novo decreto
26.942/87 veio a regulamentar o CONSEMA passando-o à esfera de
competência da Secretaria Estadual de Meio Ambiente criada em 1986

 A base legal do Sistema Estadual é a lei 9.509/97, que todavia aguarda um


decreto regulamentador de seus dispositivos

 As ONGs ambientalistas criaram um Fórum de Entidades Ambientalistas, e hoje


mais de 240 delas estão cadastradas na Secretaria do Meio Ambiente - SMA, e
podem ser escolhidas para representar o setor no CONSEMA por mandato de 2
anos. O papel das entidades ambientalista no CONSEMA foi essencial na
história das lutas do movimento ambientalista em São Paulo

 Além desse Fórum foi criado, no âmbito da SMA, em 1995 o PROAONG –


Programa Estadual de Apoio às ONGs, que tem 218 entidades associadas, as
quais têm recebido vários programas de capacitação e treinamento

72
 A composição do CONSEMA é paritária com 36 membros, sendo 50%
representantes de órgãos da administração pública e 50% da sociedade civil, e
funciona com o Plenário, Câmaras Técnicas Temáticas.

SISTEMAS SETORIAIS E REGIONAIS DE GESTÃO AMBIENTAL

Passamos a apresentar, em seguida, as principais instâncias de participação da


sociedade civil na gestão ambiental do estado de São Paulo, segundo a ordem
dos assuntos tratados nesse Módulo.

 COMITÊ ESTADUAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA –


RBMA, criado em 1996, com caráter consultivo, contando com a participação dos
órgãos estaduais e municipais, ONGs (ambientalistas e sociais), comunidade
científica, moradores locais e empresários conservacionistas

 CONSELHOS GESTORES DOS PARQUES ESTADUAIS: são Conselhos


criados para fazer a gestão dos Planos de Manejo dos Parques Estaduais, agora
obrigatórios após a lei 9.9985/00 do SNUC. Em 1987 foram realizados pelo
Instituto Florestal 13 Planos de Manejo de Parques, dos quais, uma parte já está
em fase de implementação da estrutura de gestão. O Conselho Gestor é
essencial para que se promovam as ações previstas no Plano de Manejo, uma
vez que a estrutura de fiscalização do governo do Estado é sempre insuficiente
face às dimensões territoriais e às pressões que as UCs sofrem das áreas do
entorno. A composição do Conselho de Gestão varia de acordo com as
especificidades da região, mas segue uma regra básica: seu caráter é consultivo
e é coordenado pelo gestor da UC; participam representantes das órgão do
Estado, prefeituras interessadas, Universidades, pesquisadores e população
residente no entorno (comunidades tradicionais ou moradores)

 COLEGIADOS GESTORES DAS APAs : no Estado de São Paulo já foram


criados 3 Colegiados Gestores; na APA do Carmo em 1996; na APA da Várzea
do Tietê em 1998 e na APA Jundiaí-Cabreúva. Os Colegiados Gestores das
APAs são órgãos de caráter consultivo, que têm composição tripartite: 1/3
represntantes do governo do Estado; 1/3 dos municípios envolvidos e 1/3 da
sociedade civil organizada (setor empresarial da indústria, comércio, agricultura,
imobiliário, lazer e turismo; associações civis, profissionais, de ensino e técnico-
científicas; sindicato dos trabalhadores; e, organizações ligadas à defesa do meio
ambiente)

 COMISSÕES REGIONAIS: No caso do Macrozoneamento do Mogi-Pardo foi


proposta a instalação de uma Comissão Regional para a implementação das
ações previstas no Decreto de Regulamentação, representativa dos diferentes
setores, com a participação dos órgãos públicos estaduais e municipais,
universidades e institutos de pesquisa, representantes dos Comitês de Bacia, os
Núcleos Regionais de Educação Ambiental e entidades organizadas da
sociedade civil

73
 CONSELHOS REGIONAIS: Nos casos do Plano de Mineração do Vale do
Paraíba do Sul e do Zoneamento Ambiental do Vale do Paranapanema, propôs-
se criar câmaras técnicas junto aos conselhos regionais (CODIVAP e
CODESPAR respectivamente), para articular a participação dos municípios,
câmaras municipais, e demais órgãos e entidades da sociedade civil. No caso do
Plano de Mineração conta-se ainda com uma Comissão Especial do CONSEMA
(com participação de empresários do setor e representantes de ONGs, entre
outros), para monitoramento da implantação das medidas previstas no Plano

 GRUPOS SETORIAIS DE COORDENAÇÃO DO GERENCIAMENTO


COSTEIRO: Está prevista a instalação de 4 Grupos Setoriais do GERCO e um
Grupo de Coordenação Estadual, compostos com representação tripartite: 1/3
órgão da administração do Estado, 1/3 representantes dos municípios e 1/3 da
sociedade civil organizada (setor empresarial da indústria, comércio e serviços;
representante dos trabalhadores; instituições de pesquisa universitária; e
representantes de ONGs de moradores, profissionais liberais e defesa do meio
ambiente natural ou urbano)

 CONSELHOS METROPOLITANOS: Na Baixada Santista, foi criado em 1996 o


Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista – CONDESB, consultivo e
deliberativo, com composição paritária Estado e Municípios, sem participação
popular. A Câmara Técnica de Meio Ambiente tem um papel importante na
definição de políticas e análise de projetos na região. Em função da reivindicação
dos movimentos populares e de defesa do meio ambiente esse órgão tende, no
futuro, a incorporar a participação da sociedade civil nas suas decisões. Na RM
de Campinas foi criada a Agencamp – Agencia de Desenvolvimento de
Campinas.

 FÓRUNS DE DESENVOLVIMENTO E DE CIDADANIA: Experiências recentes,


têm criado instâncias regionais de participação e articulação para o
desenvolvimento sustentado. O exemplo mais interessante foi o Fórum de
Desenvolvimento Sustentável criado pelo decreto estadual 44.274/99, onde 11
municípios da região da Fernão Dias integram-se para promover alternativas de
desenvolvimento sustentável da região. Outro exemplo foi a criação em 1995 do
Fórum da Cidadania da Região do Grande ABC que congrega mais de cem
entidades da sociedade civil, empresários, sindicatos, entidades de classe e
ONGs

 COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA: O Sistema de Gerenciamento de


Recursos Hídricos é composto por duas instâncias consultivas e deliberativas:
CRH – Conselho Estadual de Recursos Hídricos, criado em 1987, e os CBHs –
Comitês de Bacia Hidrográfica, criados a partir da lei 7.663/91 e efetivamente
implantados em 1997. O CRH tem representantes dos órgãos do Estado, dos
municípios, das Universidades e institutos de ensino e pesquisa, do Ministério
Público e da sociedade civil organizada. Os CBHs têm representação paritária
entre Estado, municípios e sociedade civil (usuários das águas; Universidades e
afins; e, associações, entidades de classe e ONGs)

 SUB-COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA DO ALTO TIETÊ: criados à época


da promulgação da nova lei de mananciais 9.866/97, os 5 sub-comitês da Região

74
Metropolitana, formados da mesma forma que os CBHs, têm como finalidade
principal elaborar, implantar e gerenciar a nova legislação de proteção aos
mananciais da RMSP. Nos sub-comitês o papel da sociedade civil é
determinante, e ela deverá promover uma representação mais ampla e
abrangente dos diferentes interesses que representa, à medida em que está
próxima dos problemas e dos interesses locais

 FÓRUNS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DA AGENDA 21: são instâncias de


participação criadas desde a assunção, pelo Brasil, da Agenda 21, na Eco-92.
Vários estados e municípios têm adotado a criação de Fóruns para a elaboração
e implementação das Agendas 21 Locais. O espectro de participação da
sociedade civil é o mais amplo possível, não havendo, via de regra, limitações ou
imposições à participação deste ou daquele setor da sociedade

SISTEMA DE GESTÃO MUNICIPAL

 Os municípios paulistas encontram-se em processo crescente de implantação de


organismos e legislações municipais voltados à política e à gestão ambiental (Ex:
Secretarias Municipais, Diretorias ou Assessorias de Meio Ambiente, leis
municipais e códigos ambientais, etc.)

 Do mesmo modo, multiplicam-se os CONDEMAS, Conselhos de Meio Ambiente


Municipais, a maioria ainda de caráter consultivo. Alguns municípios,
principalmente da Região Metropolitana têm adotado CONDEMAS deliberativos,
como é o caso de São Paulo, Embú, Diadema , entre outros, os quais serão
obrigatórios para as disposições da Resolução CONAMA 237/97.
- Pesquisa realizada pela Secretaria do Meio Ambiente em 1997 junto a 450
municípios paulistas, demonstra que:
- 24% têm CONDEMAS, donde 90% deles contam com a participação de
instituições da sociedade civil. A maioria concentra-se nas cidades com mais
de 100 mil habitantes. Sabe-se, entretanto, que esses Condemas não têm
efetiva participação popular, sendo muito atrelados ao poder executivo
- 40% têm alguma estrutura específica voltada à gestão ambiental (secretarias,
departamentos, assessorias), principalmente nas cidades com mais de 10 mil
habitantes
- 6% têm uma secretaria municipal específica de meio ambiente.

DIRETRIZES PARA A GESTÃO AMBIENTAL LOCAL

 Estimular o processo de discussão, elaboração e adoção de Agendas 21


Locais como precursoras da elaboração dos Planos Diretores Municipais

 Fortalecer o processo de elaboração ou revisão dos Planos Diretores, com a


instauração prévia de Conselhos Municipais de Planejamento e
Desenvolvimento Sustentável, de caráter consultivo e deliberativo, com ampla
participação dos setores representativos da sociedade civil

75
 Adotar, na confecção dos Planos Diretores, técnicas de Macrozoneamento e
Zoneamento Ambiental aplicados ao território municipal, integrando-os aos
Zoneamentos Regionais/Estaduais existentes

 Promover a utilização dos novos instrumentos da legislação urbanística em


prol dos objetivos estratégicos do desenvolvimento sustentável e da justiça
social, dando-se prioridade à proteção e recuperação das áreas de mananciais,
dos fragmentos florestais, das matas ciliares e de áreas especiais, à proteção da
qualidade do ar, à prevenção ao ruído, ao contingenciamento de distritos
industriais, etc. Destacam-se os instrumentos econômicos aplicados à gestão
urbano-ambiental e os mecanismos de compensação ambiental aplicados à
gestão do uso do solo

 Descentralizar a gestão ambiental, com o impulso da nova legislação federal


(Resolução CONAMA 237/97), de maneira paulatina e concomitante com a
capacitação e fortalecimento institucional dos municípios e dos agentes sociais

 Estruturar o Sistema Municipal de Planejamento e Desenvolvimento


Sustentável, instituindo uma legislação específica (Código Ambiental,
Conselhos, Convênios com Estado e União, etc.) e constituindo órgãos
municipais responsáveis pelo planejamento, licenciamento e fiscalização do meio
ambiente, integrados às demais políticas públicas do município

 Incrementar a participação dos municípios nos órgãos regionais, Comitês


de Bacia, Consórcios Intermunicipais, Conselhos Metropolitanos, Fóruns de
Cidadania, Colegiados Gestores de Ucs, entre outros, atrelando as diretrizes de
intervenções desses órgãos àquelas de competência do planejamento do uso e
ocupação do solo municipal

 Buscar parcerias para o Desenvolvimento Sustentável, especialmente para as


atividades de fiscalização, controle e educação ambiental

76
ANEXO I – LEGISLAÇÃO CITADA

FEDERAL

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
 Art. 21 inciso XIX
 Art. 25 § 3º
 Art. 225 § 1º incisos I, II, III e VII

LEIS COMPLEMENTARES
 Nº 14/73 – Criação da Região Metropolitana de São Paulo

LEIS FEDERAIS ORDINÁRIAS


 4.771/65 – Novo Código Florestal
 5.318/67 – Política Nacional de Saneamento
 6.766/79 – Lei Lehmann – Parcelamento do Solo Urbano
 6.902/81 – Lei das APAs
 6.938/81 – Política Nacional de Meio Ambiente
 7.661/88 – Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro
 7.802/89 – Lei dos Agrotóxicos
 7.804/89 – Cria o Conselho Superior de Meio Ambiente
 8.078/90 – Proteção ao Consumidor

77
 9.433/97 – Política Nacional de Recursos Hídricos
 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais
 9.785/99 – Altera a lei Lehmann – Parcelamento do Solo Urbano
 9.984/00 – Cria a ANA - Agência Nacional de Águas
 9.985/00 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
 10.257/01 – Estatuto da Cidade - Diretrizes da Política Urbana
 10.650/03 – Acesso público aos dados do SISNAMA
 11.428/06 – Bioma da Mata Atlântica
 11.445/07 – Lei do Saneamento Básico

PROJETOS DE LEI
 PL nº 449/07 – Lei de parcelamento do solo urbano
 PL nº 7047/06 - Política Nacional de Resíduos Sólidos
 PL nº 6424/05 – Revisão do Código Florestal

DECRETOS
 24.643/37 – Código das Águas
 87.561/82 – Recuperação e proteção da bacia do Rio Paraíba do Sul
 95.733/88 – Compensação ambiental de obras de grande porte
 03.179/99 – Regulamenta a lei 9.605/98 de Crimes Ambientais
 750/93 – Decreto-Lei da Mata Atlântica
 04.297/02 – Regulamenta a lei 6.938/81, critérios para o ZEE-Brasil
 04.340/02 – Regulamenta a lei 9.985/00 – SNUC
 05.300/04 – Regulamenta a lei 7.661/81 - GERCO

MEDIDA PROVISÓRIA
 2.220/01 - Concessão de uso especial e cria o CNDU

RESOLUÇÕES
 CONAMA 001/86 – Estudos de Impacto Ambiental – EIA – RIMA
 CONAMA 018/86 – Criação do PROCONVE – Programa de Controle da Poluição
Veicular
 CONAMA 09/87 – Audiências Públicas
 CONAMA 020/86 – Classes de enquadramento dos corpos d’água
 CONAMA 05/88 – Licenciamento de obras de sistemas de limpeza urbana
 CONAMA 05/93 – Gerenciamento de serviços de saúde
 CONAMA 237/97 – Licenciamento Ambiental
 CONAMA 257/99 – Descarte e gerenciamento de pilhas e baterias usadas
 CONAMA 258/99 – Coleta e destinação de pneus
 CONAMA 307/02 – Resíduos da Construção Civil
 CONAMA 319/02 – Postos de Combustível
 CONAMA 335/03 - Licenciamento de Cemitérios
 CONAMA 357/05 – Enquadramento de Corpos d’Água
 CONAMA 358/05 - Resíduos de Serviços de Saúde
 CONAMA 369/06 – Supressão de Vegetação em APPs

78
ESTADUAL

CONSTITUIÇÃO ESTADUAL
 Art. 182
 Art. 196
 Art. 205

LEIS COMPLEMENTARES
 760/94 – Organização Regional do Estado de S. Paulo
 815/96 – cria a Região Metropolitana da Baixada Santista
 870/00 – cria a Região Metropolitana de Campinas

LEIS ORDINÁRIAS
 898/75 - Lei de Proteção aos Mananciais
 997/76 - Controle da poluição e licenciamento - Cetesb
 1.172/76 – Lei de Proteção aos Mananciais
 7.868/76 – Cria o Parque Ecológico do Tietê
 4.023/84 – APA de Jundiaí
 4.055/84 – APA de Cajamar
 4.095/84 – APA Cabreúva
 4.100/84 – APA Silveiras
 4.105/84 – APA Campos do Jordão
 5.280/86 – APA Bairro da Usina
 5.536/87 – APA Ibitinga
 5.560/87 – Lei industrial da região do Mogi Pardo
 5.598/87 – APA Várzea do rio Tietê
 5.599/87 – Lei industrial da região do Mogi Pardo
 5.745/87 – APA Haras São Bernardo
 6.409/89 – APA Fazenda do Carmo
 7.438/91 – APA Piracicaba
 7.641/91 – Macrozoneamento do Mogi Pardo
 7.663/91 – Política Estadual de Recursos Hídricos
 7.750/91 – Política Estadual de Saneamento
 8.284/93 – APA Mata Iguatemi
 9.034/94 – I Plano Estadual de Recursos Hídricos
 9.509/97 – Sistema Estadual de Meio Ambiente – SEAQUA
 9.866/97 – Nova Política de Proteção aos Mananciais de Interesse Regional
 10.019/98 – Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro
 10.020/98 – Fundação Agência de Bacia
 10.100/98 – APA Itupararanga
 10.111/98 – APA Cantareira
 12.810/08 – Mosaico das Unidades de Conservação do Jacupiranga

DECRETOS

79
 13.075/42 – Cria a Grande Reserva do Pontal
 20.903/83 – Criação do CONSEMA
 20.959/83 – APA da Várzea do Tietê
 20.960/83 – APA Corumbataí – Botucatu – Tejupá
 22.717/84 – APA Serra do Mar
 25.341/86 – Regulamenta os Parques Estaduais no ESP
 25.342/86 – Parque Estadual do Morro do Diabo
 26.853/87 – APA PIracicaba e Juqueri Mirim
 26.881/87 – APA Ilha Comprida
 26.942/87 – Regulamenta o Consema
 30.817/89 – Regulamenta APA Ilha Comprida
 37.300/93 – Regulamenta o FEHIDRO
 36.787/93 - Regulamenta o Conselho Estadual de Recursos Hídricos
 37.536/93 – cria o Parque Xixová-Japuí
 37.619/93 – Regulamenta a APA da Várzea do Tietê
 37.678/93 – Regulamenta a APA do Carmo
 42.837/98 – Regulamenta APA da Várzea do Tietê
 43.284/98 – Regulamenta a APA Jundiaí-Cabreúva
 43.285/98 – APA Sapucaí-Mirim
 43.505/98 – Convênio para licenciamento ambiental com municípios
 44.274/99 – Fórum de Desenvolvimento Sustentável Entre Serras e Águas
 49.215/04 – ZEE do setor do Litoral Norte

DELIBERAÇÕES CONSEMA
 013/93 – EIA Rima da Fernão Dias

RESOLUÇÕES SMA
 32/95 – Diretrizes para o licenciamento e zoneamento minerário no Vale do
Paraíba

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL - São Paulo


 10.340/02 – Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo

ANEXO II – BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AFONSO, Cíntia Maria


“Uso e Ocupação do Solo na Zona Costeira do ESP: uma análise ambiental”
ANNABLUME – FAPESP – SP – 1999
ALMEIDA, Josimar Ribeiro et ali
“Gestão Ambiental: planejamento, avaliação, implantação, operação e
verificação”
Thex Ed. – RJ – 2000
ALMEIDA, Josimar Ribeiro et ali
“Planejamento Ambiental: caminho para participação popular e gestão ambiental
para nosso futuro comum”
Thex Ed. - RJ – 1999
ALMEIDA, Liane Makowski de Oliveira
“Política Municipal de Meio Ambiente: projeto de pesquisa”

80
PROCAM – USP – 1997
BARBIERI, José Carlos
"Desenvolvimento e Meio Ambiente: as estratégias de mudanças da Agenda 21"
Editora Vozes - Petróplis - 2001
BRAGA, Benedito et al.
"Introdução à Engenharia Ambiental"
Prentice Hall - SP - 2002
BRASIL. Estatuto da Cidade (2001)
"Estatuto da Cidade: guia para implementação pelos municípios e cidadãos"
Câmara dos Deputados - CEF - Instituto Pólis - Brasília - 2001
CASCINO, Fábio
“Educação Ambiental: princípios, história e formação de professores”
Ed. SENAC – SP – 1999
COSTA, José Pedro de Oliveira (org)
“A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no ESP”
CETESB – SP - 1977
EIGENHEER, Emílio M. (org)
"Coleta Seletiva de Lixo"
Fólio - Experiências Brasileiras nº 2 - Rio de Janeiro - 1998
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Não Matarás: a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e sua aplicação no ESP”
Terra Virgem Ed. – SP – 1998
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
"Área de Proteção Ambiental – APA da Várzea do Rio Tietê”
Série Documentos – GESP – CPLA – 1998
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Zoneamento Ambiental Minerário do vale do rio Paraíba”
GESP/ CPLA / IG / DAIA – SP – junho 1998
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Conhecer para Conservar: as Unidades de Conservação do ESP”
GESP/ IF/PROBIO – SP – 1999
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro”
Folder com 20 pg.
GESP / CPLA – SP – 1998
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Zoneamento Ecológico-Econômico do Pontal do Paranapanema”
GESP / CPLA – SP – 1999
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Projeto Entre Serras e Águas”
Caderno de Subsídios nº1 – Estudos Preliminares
GESP / CPLA / SP – 1998
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Plano de Desenvolvimento Sustentável para a área de influência da duplicação
da Rodovia Fernão Dias”
GESP / CPLA – SP - fevereiro/ 1988
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Recursos Hídricos: história, gestão e planejamento”
GESP / CPLA – SP 1995
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente

81
“Uma Nova Política de Mananciais: a lei 9.866/97”
GESP / CPLA – SP 1998
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“A Água no olhar da História”
GESP / CPLA – SP - 1999
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Gestão das águas: 6 anos de percurso”
GESP / CPLA – SP – 1997
ESTADO DE SÃO PAULO ( SRH) – Secretaria de Recursos Hídricos
“ PDPA – Guarapiranga: subsídios”
CBEC / JNS – SP 1999
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Agenda 21 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente”
Série Documentos ambientais – versão completa
GESP / SMA – SP – 1997
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Ambientalismo no Brasil: passado, presente e futuro” – organizado por
Capobianco, João Paulo
SMA / ISA / SP – 1997
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Consema: mais cinco anos de atividades 1993-1997”
organizado por Seara Filho, Germano
SMA / SP – 1998
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“PROAONG: atividades 95-97”
SMA – SP – 1998
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Aspectos Ambientais Urbanos dos Municípios do ESP: Pesquisa”
SMA / CPLA – SP – 1998
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
“Gestão CPLA 1995-98” – 3 Volumes
SMA / CPLA – SP – dezembro 1998
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
"Operação Rodízio 96: no caminho certo"
SMA / Cetesb - SP - 1997
ESTADO DE SÃO PAULO ( SMA) – Secretaria do Meio Ambiente
"Por um Transporte Sustentável: documento para discussão"
SMA / Cestesb - SP - 1997
FRANCO, Maria da Assunção Ribeiro
“Planejamento Ambiental para a cidade sustentável”
Annablume/FAPESP – SP – 2000
FURRIELA, Rachel Biderman
“Direito Ambiental brasileiro e Direito Ambiental Internacional – Normas,
Instituições, Competências” Apostila Curso de Extensão Universitária –
IPSUS/SENAC – São Paulo – mimeo – 2000
GOUVEIA, Yara Maria Gomide
“Política Nacional de Meio Ambiente” – Apostila do Curso de Especialização por
Tutoria a Distância – Módulo 7 – ABEAS / UFPB – João Pessoa - Paraíba – 2000
GUTBELERT, Jutta
"Cubatão: desenvolvimento, exclusão social e degradação ambiental"

82
EDUSP/FAPESP - São Paulo - 1996
JACOBI, Pedro
“ Cidade e Meio Ambiente: percepções e práticas em São Paulo”
Annablume – SP – 1999
JACOBI, Pedro
“ Políticas Sociais e Ampliação da Cidadania”
Ed. FGV – SP - 2001
LANNA, Antonio E.
“A inserção da Gestão das Águas na Gestão Ambiental”
in “Interfaces da Gestão de Recursos Hídricos”
MMA – SRH – BID - março 2000
LEAL, Márcia Souza
“Gestão Ambiental de Recursos Hídricos: princípios e aplicações”
CPRM – RJ – 1998
MACRUZ, João Carlos; MACRUZ, José Carlos; MOREIRA, Mariana
"O Estatuto da Cidade e seus instrumentos urbanísticos"
LTr - São Paulo – 2002
MAGALHÃES, Juraci P.
“A Evolução do Direito Ambiental no Brasil” – Ed. Oliveira Mendes – 1998
MEDAUAR, Odete
“Coletânea de Legislação de Direito Ambiental” – Revista dos Tribunais – última
edição 2007
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA
Agenda 21 Nacional - 2002
www.mma.gov.br
MORAES, Antonio Carlos R.
“Os impactos da Política Urbana sobre a Zona Costeira”
MMA – Brasília – 1995
MUNICÍPIO DE SANTOS
“Agenda 21”
Folheto – PMSP – 1998
MUÑOZ, Héctor (org)
"Interfaces da Gestão de Recursos Hídricos: desafios da Lei das Águas de 1997"
Secretaria de Recursos Hídricos - Brasília - 2000

NEDER, Ricardo Toledo


"Crise Socioambiental: Estado & Sociedade Civil no Brasil de 1982 a 1998"
Annablume/FAPESP - São Paulo - 2002
NEVES, Flávia
“Parque Xixová-Japuí: Bairro Japuí”
TGI – FAUSANTOS – 1995
OLIVEIRA, Eduardo Mazollenis
“A mão (in)visível do Planejamento: experiência sobre mobilização social e meio
ambiente no interior de São Paulo”
in “Planejamento e Participação” – Assis, Neusa (org)
GESP / CPLA – SP – 1999
PHILIPPI JR., Arlindo (org)
“Municípios e Meio Ambiente: perspectivas para a municipalização da gestão
ambiental no Brasil”
ANAMMA – SP - 1999

83
PMSP – PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
“Agenda 21 Local: compromisso do município de São Paulo”
SVMA – SP – 1996
RODRIGUES, Patrícia Castilho
“Direito Ambiental: Introdução e Conceituação” – Apostila SENAC - 45 pg. -
– Centro de Educação Ambiental – São Paulo – 2003
ROLNIK, Raquel
“Políticas Públicas para o manejo do uso do solo”
Escola de Governo - Santo André – mimeo – 1999
SANTOS, Rosely Ferreira dos
“Planejamento Ambiental: teoria e prática” –
Editora Oficina de Textos – São Paulo - 2004
SCHUBART, Herbert
“O Zoneamento Ecológico-Econômico e a Gestão dos Recursos Hídricos”
in “Interfaces da Gestão de Recursos Hídricos”
MMA – SRH – BID – Brasília – março/2000
SENA, Lucia Bastos Ribeiro de
“Evolução da Legislação Ambiental no Brasil”
Texto mimeo curso da Faculdade SENAC de Educação Ambiental – SP - 1998
SENA, Lucia Bastos Ribeiro de
“Direito, Direito Administrativo, Direito Ambiental e Direito das Águas” - Apostila
do Curso de Especialização por Tutoria a Distância – Módulo 2 – ABEAS / UFPB
– João Pessoa - Paraíba – 2000
SENA, Lucia Bastos Ribeiro de
“Direito – Conceitos Básicos – O Direito Ambiental” – Apostila nº 1 do Curso de
Extensão Universitária Direito Ambiental – INEAA – FMU – SP - s/data
THAME, Antonio Carlos (org)
“A cobrança pelo uso da água”
IQUAL – SP – 2000
TRANI, Eduardo
“Direito Urbanístico, Gestão de Recursos Hídricos e a Proteção aos Mananciais”
- Apostila - 320 pg.
ABEAS / Univ. Fed. Paraíba – João Pessoa – 1999

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR - AULAS SOBRE MEIO AMBIENTE E


SOCIEDADE

BENJAMIN, Antônio Herman V. Introdução ao direito ambiental brasileiro.Revista de


Direito Ambiental. São Paulo 4 :.48-82. Abril-Junho , 1999.

CAMARGO, Aspásia, CAPOBIANCO, João Paulo Ribeiro e OLIVEIRA, José


Antônio Puppim de (Organizadores) . Meio Ambiente Brasil: avanços e obstáculos
pós-RIO-92. São Paulo: Estação Liberdade:Instituto Socioambiental: Rio de
Janeiro:Fundação Getúlio Vargas, 2002.

CAPOBIANCO, João Paulo e SVIRSKY , Enrique. Ambientalismo no


Brasil:Passado,Presente e Futuro .São Paulo: SMA/ISA. 1997.

84
COIMBRA , José de A A. O outro lado do meio ambiente. Campinas, Ed. Millennium,
2002.

COSTA,Sérgio; ALONSO, Ângela e TOMIOKA,Sérgio. Modernização Negociada -


Expansão e Riscos Ambientais no Brasil. Brasília:IBAMA, 2001.

DOMINGUES, José MaurícioT. eorias Sociológicas no Século XX. Rio de


Janeiro:Civilização Brasileira, 2001

FERREIRA, Leila da Costa e VIOLA, Eduardo (organizadores) . (In)certezas de


Sustentabilidade na Globalização. Campinas, SP: Editora UNICAMP, 1996.

HOGAN, Daniel J. e VIEIRA, Paulo F. (orgs.). Dilemas socioambientais e


desenvolvimento sustentável.Campinas: Editora UNICAMP [Coleção Momento],
1992.

NALINI J.R. Ética e Meio Ambiente. Campinas. Ed. Millennium, 2001

PENA, C.G. O estado do Planeta. Rio de Janeiro, Ed. Record, 1999

SIMON, C & DEFRIES, R.S. Uma Terra, um futuro. SP, Makron Books, 1992.

VEIGA, José Eli; Meio Ambiente e Desenvolvimento. Ed. SENAC, 2006

85

Você também pode gostar