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Controle Biológico

- Fenômeno natural → regulação de plantas e animais por meio de inimigos naturais;


- Predadores, parasitóides e patógenos → Agentes de mortalidade biótica;
- Todas espécies de plantas e animais → inimigos naturais;
- Atualmente considerado componente - Manejo Integrado de Pragas (MIP)
- Alicerce de programas modernos de controle de pragas juntamente:
• Nível de Controle (NC);
• Amostragem;
• Taxonomia;
→ Inimigos naturais mantêm populações de pragas em equilíbrio;
Vantagens
- Protege a biodiversidade, agindo no ecossistema;
- Especificidade → não causa desequilíbrio;
- Não deixa resíduos → alimentos, água, solo;
- Não afeta polinizadores → aumenta lucro do produtor;
Desvantagens
- Especificidade → culturas com muitas pragas;
- Exige conhecimento de tecnologia → as vezes de difícil implementação;

Histórico
- Conhecimento dos inimigos naturais remonta século III;
- Chineses → formigas predadoras contra pragas de citros;
- Europa:
• Século XVII (1602) → emergência Hymenoptera – Lepidoptera;
• Século XVIII → Joaninhas e aves insetívoras – agentes de controle;
→ transferência dos agentes para localidades afetadas;
• Século XIX → Importância Ichneumonidae → parasitóides;
→ Descrição de centenas de espécies;
→ Inseto fitófago → complexo de predadores e parasitóides;
• 1830 → Fungos - bactérias e protozoários – causa de mortalidade;
• 1870 → Primeira tentativa de controle → patógenos;
• 1873 → Transferência internacional de predador → controle;
→ Ácaro dos EUA – França → filoxera das vinhas;
• 1888 → Introdução na Califórnia da Joaninha → Austrália;
→ Joaninha Rodolia cardinalis → pulgão-branco-dos-citros;
→ Controle completado → 2 anos;
→ Marco na área de controle biológico;
• Século XX → Vírus – agentes de controle;
→ Grandes avanços no controle biológico;
→ Difundido mundialmente;
→ Controle biológico de ervas daninhas → insetos e patógenos;
• Brasil → 1921 Hymen. EUA → Cochonilha-branca-do-pessegueiro;
→ Maior impacto controle da Broca-da-cana em São Paulo;
→ Introdução e liberação de Cotesia flavipes (Hymenoptera);
→ Infestação que era de 8 a 10% → 2%;
→ Resultou economia de 80 milhões de dólares/ano;

Procedimentos básicos de controle biológico


- No Manejo Integrado de Pragas → procedimentos de controle biológico:
• Introdução → Controle biológico clássico;
• Conservação → Controle biológico natural;
• Multiplicação → Controle biológico aplicado;

Tipos de controle biológico


1. Controle biológico clássico
- Início utilizava-se apenas esse tipo de controle biológico;
- Importação e colonização inimigos naturais → controle pragas exóticas;
- Liberações dos agentes biológicos → inoculativas;
- Medida de controle de longo prazo → culturas semiperenes e/ou perenes;
- Década 50 → inseticidas orgânicos sintéticos - ↓ tipo de controle;
* Controle biológico neo-clássico
- Introdução de parasitóides e predadores de outras regiões;
- Controle de pragas nativas;
- Considerado perigoso e não recomendado;
2. Controle biológico natural
- Controle pragas → inimigos naturais - naturalmente agrossistema;
- Controle realizado → sem favorecimento ou com favorecimento;
- Favorecimento → técnicas manejo - proteger ou aumentar populações;
• Aplicação de inseticidas → realmente necessário e época correta;
• Utilizar inseticidas seletivos → sub-dosagem;
• Aplicação em reboleiras e/ou ruas alternadas;
• Formar e/ou povoar bosques nas proximidades;
• Diversificar espécies vegetais cultivadas ;
- Tipo de controle biológico muito importante no MIP
Responsável pelo nível de equilíbrio das pragas agroecossistemas
- Recomendado culturas em geral → culturas grande número de pragas;

3. Controle biológico aplicado ou artificial


- Criação em massa de parasitóides e predadores em laboratório;
- Liberação de grandes quantidades em campo;
- Rápida redução da população de pragas → nível equilíbrio (NE);
- Liberações → Inoculativa – pequeno número de ind. em vários pontos;
→ Inundativa – grande número de ind. – efeito imediato sobre pragas;
- Vespas parasitóides (Hymenoptera); Patógenos -fungos, bactérias e vírus
- Desenvolvimento de dietas artificiais para insetos;
- Necessário criar parasitóide ou predador + hospedeiro;
→ Hospedeiro – hospedeiro natural ou hospedeiros alternativos;
- China → Trichogramma em larga escala e em dieta artificial;
- Firmas comercializam inimigos naturais → EUA e Europa;
Vantagens
- Tipo de controle biológico mais aceito → ação rápida semelhante inseticidas
- Pressões mundiais – evitar produtos químicos agressivos meio ambiente;

Definições dos Inimigos Naturais


Predadores
- Organismos de vida livre → se alimentam de outros organismos - presas;
- Tanto fase adulta como imatura atacam presas → morre;
- Geralmente pouco específicos → polífagos ou oligófagos;
- Principais predadores:
• Diptera → Syrphidae, Cecidomyidae, Asilidae;
• Hymenoptera → Vespidae, Formicidae, Sphecidae;
• Coleoptera → Coccinelidae (joaninhas), Carabidae, Staphylinidae;
• Neuroptera → Chrysophidae;
• Hemiptera-Heteroptera → Anthocoridae, Reduviidae, Pentatomidae;
• Dermaptera, Odonata, Ácaros, Aranhas e vertebrados;

Parasitóides
- Organismos período da vida se desenvolvem em outros organismos;
- Estágio imaturo parasitário → obrigatoriamente matam o hospedeiro;
- Adultos → vida livre;
- Parasitóides → ovos, larvas ou ninfas, pupas e adultos;
- Principais parasitóides:
• Hymenoptera → Braconidae, Trichogrammatidae, Ichneumonidae, Scelionidae, Pteromalidae,
Chalcididae e Bethylidae;
• Diptera → Tachinidae, Sarcophagidae;
• Neuroptera, Coleoptera, Strepsiptera; Lepidoptera;
Categorias de parasitoidismo
1) Com relação ao posicionamento no hospedeiro
- Ectoparasitóides → Desenvolvem-se fora do corpo do hospedeiro;
- Endoparasitóides → Desenvolvem-se dentro do corpo do hospedeiro;

2) Com relação ao número de tolerância dos parasitóides


- Solitários → Uma única larva desenvolve no hospedeiro;
- Gregários → Várias larvas se desenvolvem no hospedeiro;

3) Com relação a forma de exploração dos hospedeiros


- Parasitóides primários → Se desenvolve hospedeiro não parasitado;
- Multiparasitoidismo → Mais de uma espécie em um hospedeiro;
- Superparasitoidismo → Várias indivíduos mesma espécie – hospedeiro;
- Hiperparasitoidismo → Se desenvolve dentro de outros parasitóides;

4) Formas de exploração do hospedeiro


- Coinobiontes → Não afeta crescimento e desenvolvimento hospedeiro;
→ Parasitóides ovo-larva e larva-pupa;
- Idiobiontes → Matam hospedeiros antes da emergência do adulto;
→ Larvas se desenvolvem em hospedeiros mortos ou paralisados;
→ Parasitóides de ovos, larvas, pupas e adultos;

Patógenos
- Controle biológico realizado microrganismos – vírus, bactérias, fungos;
- Utilização racional de microrganismos entomopatogênicos;
Manutenção das populações das pragas em níveis de equilíbrio;
- Tipo de controle biológico → parte conjunto de medidas de controle;
- Podem ser empregados → qualquer programa de MIP e associado a praticamente todos os métodos de
controle;

1. Fungos
- Contaminam insetos penetrando pelo tegumento, via oral e anal;
- Produzem micotoxinas; patologias na hemocele; bloqueio mecânico do aparelho digestivo; Perda do
apetite → morte;
Vantagens
- Seletividade; - Persistência no meio;
- Baixa toxicidade; - Baixo impacto no meio;
Desvantagens
- Dependência do meio → umidade, temperatura, luz;
- Dificuldade na produção e armazenamento; - Efeito não imediato;

2. Bactérias
- Várias espécies atacam insetos → Bacillus thuringiensis e variedades;
- Produz esporos e cristais protéicos → ingeridos pelos insetos;
- Esporos produzem toxinas → perda de apetite e morte;
Vantagens
- Especificidade; - Alta patogenicidade;
- Não contaminação do meio; - Difícil resistência;
Desvantagens
- Dependência do meio → evitar radiação solar;
- Poucos produtos comerciais no mercado;
- Cuidados armazenamento e transporte; - Perder atividade;
3. Vírus
- Ocorrem naturalmente infectando insetos de importância agrícola;
- Promissores como inseticidas biológicos;
- Ingestão → liberação de vírions → infestação generalizada;
- Perda de apetite, redução da mobilidade → morte;
Vantagens
- Especificidade; - Uso das técnicas de aplicação inseticidas;
- Não contaminação do meio; - Persistência e multiplicação no meio;
Desvantagens
- Restrita a determinadas pragas;
- Poucos produtos comerciais no mercado;

4. Protozoários
- Várias espécies importantes no controle natural de insetos;
- Contaminação oral;
- Agentes de difícil manipulação e formulação;

5. Nematóides
- Várias espécies atuam no controle natural de importantes pragas;
- Cigarrinha-das-pastagens, Broca-da-cana-de-açúcar, Broca-da-bananeira
- Algumas espécies já são utilizadas para controle biológico;
- Controle da vespa-da-madeira Sirex Noctilio em Pinus;

6. Rickéttsias e Mollicutes
- Microrganismos normalmente associados aos insetos;
- Promovem danos nas glândulas salivares, aparelho reprodutor e sistema nervoso;
- Pouco estudados → avaliar potencial controle biológico;

Manejo utilizando-se controle microbiano:


1. Introdução inoculativa ou colonização;
- Introdução dos entomopatógenos → agentes naturais de controle;
- Pequena quantidade de insetos contaminados ou pulverizações pragas;
- Patógeno pode levar longo tempo para se estabelecer;
2. Produto microbiano;
- Aplicados na forma de produto microbiano → proteção imediata cultura;
- Concentrações elevadas;
- Eficientes independentemente da densidade populacional da praga
3. Conservação e proteção;
- Manipulação do ambiente utilizando certos cultivares, espaçamentos, tratos culturais, sistemas de cultivo e
defensivos seletivos;
- Visando conservação dos entomopatógenos;
4. Plantas transgênicas;
- Plantas recebem genes bacterianos → expressam toxinas contra insetos;
- Toxinas Bacillus thuringiensis → plantas transgênicas;
- Controle de lagartas e alguns besouros (Coleoptera);

Métodos Genéticos de Controle

- Técnicas de controle baseadas na modificação genética de organismos;


- Visando controle de populações de insetos praga;
- Manipulação genética → Populações própria espécie praga;
→ Outros componentes do sistema: plantas e inimigos naturais;

Controle Autocida

- Técnicas utilizam organismos - espécie praga modificada geneticamente → reduzir população de sua
própria espécie;
- Objetivo principal → reduzir potencial reprodutivo das pragas;
- Duas técnicas principais:

1. Técnica do inseto estéril


• Técnica mais difundida no controle autocida;
• Criação massal de pragas e sua esterilização → radiações γ ou x ou substâncias químicas;
• Liberação contínua e inundativa de machos estéreis no campo;
• Competir com insetos férteis no acasalamento com fêmeas;
• Grau de controle → relação macho estéril x macho fértil;
Machos férteis naturais Machos estéreis % de controle
1.000 1.000 50
1.000 3.000 75
1.000 9.000 90
1.000 99.000 99
• Constituição genética insetos não é afetada → reprodução reduzida;
redução – extinção das populações de pragas;
• Produzir ovos inférteis → não deixando descendentes;
• EUA → Bicheira Cochliomyia hominivorax (Diptera, Calliphoridae)
→ Praga importância veterinária – praticamente erradicada;
• Mundo → Moscas-das-frutas (Diptera, Tephritidae);
→ Praga importância agrícola - bons resultados;

2. Manipulação genética das pragas


• Esterilização híbrida, mutações condicionais letais, esterilidade de translocação, incompatibilidade
cromossômica, etc;
• Manipular a composição do “pool” gênico de uma praga → reduzir os níveis populacionais;
• Alterando processos genéticos normais → manipulação gametas:
→ Diminuindo fecundidade, longevidade ou tornando-os estéreis;
• Melhoramentos genéticos → inimigos naturais;
• Apesar potencial e conhecimento de vários processos genéticos → técnica ainda não utilizada na
prática;

Esterilização → Ato de tornar inseto incapaz de produzir descendentes;

Procedimentos de esterilização
- Pode ser realizada física ou quimicamente;
- Físicas → radiações ionizantes;
- Químicas → produtos esterilizantes;
- Considerada vantajosa → produto pode ser aplicado condições naturais;
- Não utilizado na prática → carcinogênicos, mutagênicos, teratogênicos;
- Agem de vários modos:
• Impedindo formação de óvulos e espermatozóides;
• Matando células reprodutoras depois de serem produzidas;
• Danificando material genético das cel. reprodutoras e impedindo o desenvolvimento da progênie;

Quimioesterilizantes
- Atualmente conhecidos – 300 compostos de ação esterilizante;
- Pode ser utilizado em erradicação → capacidade de 100% de controle;
- Todos bastante tóxicos e perigosos;
- Possui efeito retardado e só se manifesta a partir da segunda geração;

Radiação Ionizante
- Emprego de insetos estéreis → controle e erradicação de pragas;
- Constitui um processo muito recente;
- Conhecido desde 1916 → raios x no besouro-do-fumo → ovos inférteis
- Esterilização:
• Infecundidade das fêmeas;
• Aspermia ou inativação nos machos;
• Incapacidade de acasalar;
• Mutação letal dominante células reprodutivas – machos ou fêmeas;
→ condição mais viável utilizada em controle;
- Insetos submetidos a radiação ionizante → combinações de situações;
• Machos transmitem mutações letais dominantes no inicio do acasalamento e no final ficam com
aspermia;
- Esterilização → tipos de radiação comumente empregado:
• Radiação em forma de energia → raios x e raios γ;
→ maior poder de penetração;
• Radiação em forma de partículas → raios α, raios β, nêutrons acelerados e elétrons acelerados;
- Raios γ são os mais utilizados, seguidos pelos elétrons acelerados;
- Isótopos como fonte de radiação γ → Cobalto (60Co) e Césio (137Cs);
- Radiações podem ser empregadas de 2 maneiras no controle:
• Esterilização total e Técnica do inseto estéril;

Esterilização total
- Aplicação direta dos raios sobre a população dos insetos;
- Por um tempo preestabelecido → permitir esterilização total;
- Utilizado para pragas de produtos armazenados;
Técnica de inseto estéril (TIE)
- Liberação de machos e fêmeas esterilizados no agroecossistema;
- Permite competição com indivíduos da população natural;
- Quantidade de insetos estéreis → grande suficiente competição vantajosa
- Visando diminuição ou erradicação da espécie do agroecossistema;
- Podem ser necessárias inúmeras liberações subseqüentes;
- Técnica → diminuir os acasalamentos férteis, reduzindo população de insetos a cada geração;
Limitações
1. Bastante complexa → estudos sobre comportamento da praga visada;
2. Dependente de técnicas de criação massal de insetos;
3. Controle de qualidade dos insetos liberados → competitivos;
Sucesso
1. Esterilização não pode afetar comportamento macho → atividade sexual
2. Dependente de técnica econômica e simples para criação massal insetos;
3. Insetos estéreis liberados → boa capacidade de dispersão;
4. Praga a ser liberada deve estar com baixa densidade populacional;
→ Recomendado liberações 9x maiores população natural;
→ Quanto menor densidade populacional, mais econômico o processo;
→ Controle químico → visando diminuir a população praga antes de inicia a TIE;
5. População estéril não pode produzir danos → processo não viável;
→ Fêmeas de moscas-das-frutas → danos em frutas;
6. TIE visa erradicação → empregado quando atua sobre todo ecossistema
→ Áreas geográficas definidas pelo clima – limitante a praga;
→ Brasil em desvantagem devido sua enorme extensão territorial;
7. Fiscalização permanente → evitar reinfestação na área erradicada;
→ Mosca-da-bicheira → faixa de segurança 160 km → 320km;
8. Estudo completo → taxonomia, biologia e ecologia da praga;
→ Desconhecimentos dados com ciclo – comprometer controle;
9. Planejamento econômico→ considerando possíveis reinfestações;
→ EUA – erradicação mosca-da-bicheira → US$ 12.000.000;
→ Lucros obtidos ausência da mosca → US$ 275.000.000;
10. Assegurar continuidade do programa durante várias gerações praga;
→ Qualquer interrupção pode anular todo trabalho desenvolvido
Organismos transgênicos

- Técnica mais recente de controle de pragas;


- Se baseia nas técnicas de DNA recombinante e engenharia genética;
- Introduzir organismos genes de outros - vegetais, animais ou bacterianos;
- Aumentar funções já existentes ou criar novas características;
- Principal uso no controle de pragas → conferir resistência as plantas;
- Plantas com novos genes → conferir resistência contra insetos;
- Toxinas Bacillus thuringiensis → expressam toxinas contra insetos;
- Inibidores de enzimas digestivas extraídos de sementes do feijão;
- Uso potencial → modificação de entomopatógenos;
- Incrementar virulência e potência de toxinas → vírus, fungos e bactérias;
- Desenvolvimento de inseticidas microbianos mais potentes e eficientes;
- Modificar inimigos naturais → genes conferem resistência a inseticidas;

Controle de Pragas na Agricultura Alternativa

- Estratégias de manejo de pragas empregadas no sistema de agricultura alternativa;


- Agricultura orgânica; natural; biodinâmica; permacultura e etc.
- França (1967) – Teoria da Trofobiose:
• “Todo processo vital está na dependência da satisfação das necessidades dos organismos vivos,
sejam eles animais ou vegetais”
• “A planta ou o órgão vegetal será atacado somente quando seu estado bioquímico, determinado
pela natureza e pelo teor de substâncias nutritivas solúveis, corresponder as exigências tróficas da
praga ou do patógeno em questão”
- Grande número de insetos e ácaros depende de substâncias solúveis;
→ Aminoácidos livres e açúcares redutores;
- Pulgões, cochonilhas, cigarrinhas, cigarras, tripes vários insetos fitófagos;
- Não são capazes de quebrar proteínas em aminoácidos;
- Dependentes de aminoácidos livres → seiva plantas ou suco celular;
- Adubos minerais solúveis → nitrogenados e agrotóxicos sintéticos;
- Absorvidos pelas plantas → interferem na fisiologia e ↓ proteossíntese;
- Acarretando acumulo de aminoácidos livres e açúcares redutores
→ prontamente utilizáveis por pragas e agentes fitopatogênicos;
→ capazes de crescer e se multiplicar numa planta já prejudicada;

Cultura alternativa
- Controle de pragas se baseia no equilíbrio nutricional (químico e fisiológico) das plantas;
- Buscando > resistência planta pela estabilidade energética e metabólica

Princípios
- Não a monocultura → Diminui populações de inimigos naturais das pragas;
→ Favorecem populações de espécies fitófagas especialistas;
- Diversificação do agroecossistema:
→ Consórcio: ↑ diversidade biológica e alimentar a entomofauna benéfica
→ Cultivo em faixas: plantio de faixas de outra cultura que sirva de atrativo para inimigos naturais;

Principais medidas de contenção de pragas e doenças


Métodos culturais
1. Manejo de matéria orgânica
- Melhora das condições físicas do solo e fornecimento complementar nutrientes para espécies que
alimentem diretamente da matéria orgânica
2. Consórcio e manutenção de plantas invasoras
- ↑ diversidade hospedeira dos agroecossistemas;
3. Uso de cobertura morta
- Controla algumas pragas e repelem outras;
- Torna planta mais resistente ao ataque de pragas;
4. Rotação de cultura
- Promove quebra do ciclo das pragas;
- Melhora condições físicas e químicas do solo;
- Aumenta microflora e fauna do solo;

Métodos comportamental, físico e mecânico


1. Comportamental
- Uso de feromônios, atraentes e repelentes;
- Modificar comportamento da praga → reduzir sua população e danos;
2. Físico
- Medidas → drenagem, inundação e temperatura no controle no pragas;
3. Mecânico
- Eliminação direta de pragas → catação manual, batidas, barreiras, etc;

Uso de compostos orgânicos


- Apresentam efeitos nutricionais, fungiostático, bacteriostático, inseticida, nematicida e repelente; Mais
comum → a base de esterco bovino;
- Receita: 50 kg de esterco de gado e 100 l de água → adicionar nutrientes

Caldas
- Mistura de substâncias inorgânicas;
- Visando controle de pragas, doenças e aumento da resistência das plantas
- Resistência → restabelecimento do equilíbrio trófico;
- Calda Viçosa → Fungicida, inseticida e acaricida;
- Sulfato de cobre, de zinco, de magnésio, uréia, ácido bórico e cal hidratada;

Extratos de plantas
1. Fumo → Pulgões, ácaros e cochonilhas;
- Nicotiana → poderoso alcalóide de ação inseticida;
- Preparação → talos e nervuras grossas das folhas;
2. Piretro → mosquitos e moscas
- Não é tóxica ao ser humano → resíduos tóxicos sobre alimentos;
- Empregado pó de pireto ou seu extrato;
3. Timbó-rotenona → pulgões, lagartas, tripes e ácaros;
- Cipós → gênero Serjana;
- Substâncias tóxicas aos insetos → inseticidas;
4. Tomate → pulgões
- Extrato das folhas eficiência no controle de pulgões;

Fórmulas caseiras
1. A base de óleos animais → percevejos e vaquinhas
- Óleo de peixe (2,8 kg) + KOH (500g) + água (1,25 l)
2. A base de óleo vegetal → cochonilhas
- Óleo vegetal (2 l) + sabão de óleo de peixe (1kg) + água (100 l)
3. A base de óleo mineral → cochonilhas
- Querosene (5-7 l) + sabão de cinza (1kg) + água (100 l)
4. A base de produtos inorgânicos
a. Ácido bórico (10 g) + açúcar moído (90g) → baratas
b. Bórax (308 g) + água (20 l) → formigas, ovos e larvas moscas;

Métodos de Controle Químico

- Controle realizado – substâncias químicas → pragas a morte;

Histórico
- Egípcios (3.500 anos) → enxofre – desinfetar habitações dos reis;
- Século XIX → Principais produtos de combates as pragas:
• Sais minerais – de metil-mercúrio, de arsênico, etc;
• Produtos derivados de plantas – nicotiana, rotenoma, etc;
• Óleos – minerais e derivados de plantas;
- Século XX → Desenvolvimento dos produtos sintéticos;
→ Produtos mais utilizados nos agroecossistemas até hoje;

Agrotóxicos
- Todos os produtos utilizados para combater as pragas da agricultura;
- Produtos → segundo os organismos que controlam:
→ Inseticidas, acaricidas, fungicidas, nematicidas, herbicidas, etc;

Inseticidas
- Compostos químicos que aplicados direta ou indiretamente sobre insetos, em doses adequadas, provocam
sua morte;
- Poder tóxico inseticida → dose mínima necessária para matar um inseto;
- Dose mínima mortal é variável segundo:
→ tipo de produto, espécie de inseto, reações fisiológicas dos insetos;
- Inseticidas - toxicidade variável → ao ser humano, animais e plantas;
- Necessidade de estabelecer normas quanto a seu uso → resultar:
• Aumento de produção;
• Controle das pragas;
• Conseqüências pequenas a outros organismos e ao meio ambiente;

Formulações
- Permite que o produto seja utilizado de forma conveniente;
- Transformar um produto técnico numa forma (produto) utilizável;

Substâncias inertes
- Substâncias de baixo custo, neutras e servem para diluir inseticida puro;
- Funciona como veículo do inseticida → empregado na forma de pó;
- Amianto, apatita, areia, argila calcinada, talco, enxofre, diluentes vegetais (polpas, farinhas e resíduos
vegetais) e etc;

Observações:
- Inerte não neutro → degradar o inseticida – fracasso no controle;
- Inerte bom para formulação pó seco ↔ não ser bom para pó molhável;
- Inerte higroscópico → bom para pó molhável e ruim pó seco;

Formulações:
1. Pó seco → Sigla comercial: P;
- Pó para polvilhamento plantas, animais, solo ou sementes;
- Contém 1 a 10% princípio ativo - empregado conforme vem de fábrica;
- Não deve ser concentrado → tóxico e perigoso – aplicador;

2. Pó molhável → Sigla comercial: PM;


- Inseticida recebe agente molhante – elevado grau de absorção → permitir que na mistura com água forme
suspensões estáveis;
- Inerte → grande capacidade de absorção;
- Produto aplicado em suspensão aquosa → veículo - água;
- Água ajuda na adesão do produto na folha → sólido pequenas dimensões
- Formulação - menor problema de decomposição catalítica → pó seco;
por estar em concentrações mais elevadas;
3. Pó solúvel → Sigla comercial: PS;
- Formulação de ingredientes ativos sólidos, solúveis em água sob a forma moída ou de pequenos cristais →
dissolvidos em água;
- Formulação ideal - mistura é perfeita → Poucos produtos solúveis água;
- Cartap, metomil e triclorflon;

4. Granulados → Sigla comercial: G;


- Formulados na forma de pequenos grânulos;
- Empregados comumente para controle pragas do solo ou;
- Pragas sugadoras parte aérea - absorvidos raiz → brotos, folhas, frutos;
- Preparados máquinas especiais e secos em estufa;
• Isca formicida → contra formigas cortadeiras;
→ baixa concentração – iscas bagaço de laranja e farinha mandioca;
• Inseticida de solo → concentração máxima de 10%;
→ Terbufós, aldicarb, carbofuran e benfuracarb;
• Tratamento de plantas →controle de pragas na parte aérea;
→ Pragas da cana-de-açúcar e milho;
- Vantagens → facilidade de aplicação e segurança ao usuário;

5. Concentrados emulsionáveis, emulsão concentrada ou emulsões e dispersões aquosas → Siglas


comerciais: CE e EC ou E;
- Formulação líquida mais antiga;
- Inseticida dissolvido em determinados solventes → concentrações elevadas;
- Adicionados a substâncias emulsificantes → emulsões de aspecto leitoso;
- Concentração de 5 a 100% ingrediente ativo, aplicação exige → água;
- Líquidos são mais eficientes que sólidos → melhor aderência as folhas;
- São menos lavados pela chuva → penetram nos tecidos das plantas;

6. Soluções concentradas → Existem dois tipos:


• Para diluição em água ou óleo;
- Diversos inseticidas são soluções para diluição em água;
- Inseticidas para diluição em óleo geralmente são herbicidas;
• Soluções em ultrabaixo volume (UBV);
- Não devem receber diluição em campo;
- Produto oleoso e exige aparelhamento especial para aplicação;
- Aplicação mais eficiente → via aérea;
- Economia na mão-de-obra → 8 litros/ha;
- Poucos inseticidas autorizados → riscos de toxicidade;
7. Aerosóis → Inseticidas embalados em recipientes resistentes a pressão;
- Solventes altamente voláteis → deixam inseticida em suspensão ar;

8. Gasosos → Comércio – encontrados forma líquida ou sólida;


- Gás na forma líquida ou sólida → gaseifica em contato com o ar;
- Ação fumigante, contato com ar, restringe uso para ambientes fechados;
- Algumas pragas do solo → certa profundidade, perto do local da praga;

9. Pastas → Formulação de ingrediente ativo sob forma pastosa;


- Utilizado sem diluição sobre as partes vegetais;
- Encontrada em bisnagas;
- Fosfina em pasta → controle de coleobrocas;

10. Microencapsulada
- Formulação em que partículas do inseticida são envolvidas por parede porosa e fina composta por
polímeros → revestimento - microcápsula;
- Microcápsula permite liberação + lenta produto e ↑ segurança aplicador

Observações
- Formulações pós molháveis, pós solúveis, concentradas emulsionáveis, dispersões aquosas, suspensões
líquidas, soluções concentradas e microencapsuladas → aplicadas em pulverizações;
- Operação requer água distribuição do inseticida em determinada área;

Espalhantes adesivos
- Substâncias adesivas → maximizar eficiência dos inseticidas;
- Capacidade de fixação dos inseticidas → ligada natureza do substrato;
- Couve, repolho, ervilha – ricas ceras → dificulta a fixação dos inseticidas;
- Cafeeiro – pequena quantidade de cera → também dificulta fixação dos inseticidas;
- Plantas de fácil molhabilidade → desprotegidas após chuva pesada;
- Espalhantes adesivos → auxiliam fixação do inseticida na planta;
→ protege por período + prolongado, inclusive chuvas intensas;
- Adicionados às soluções aquosas ou suspensões → pulverizações;
- Diminuem a tensão superficial das gotículas → > espalhamento e adesão
Classificação dos inseticidas segundo a fonte de obtenção
1. Naturais
a) Inorgânicos
- Sais de metil-mercúrio (iodo, nitrato, fosfato);
- Sais de arsênico (arseniato de Pb, Ca, Na);
- Sais fluorados (criolita);
b) Orgânicos
- Botânicos (piretro, nicotina, rotenona);
- Biopraguicidas produzidos por microrganismos (avermectinas)
- Óleos vegetais (derivados de plantas);
- Óleos minerais (derivados de petróleo);

2. Sintéticos
- Organonoclorados; - Fumigantes (brometo de metila)
- Organofosforados; - Reguladores de crescimento;
- Carbamatos; - Inibidores de crescimento;
- Piretróides; - Neonicotinóides

Organoclorados
- Compostos caracterizados pela presença de C, H, Cl, as vezes O;
- Possuem várias uniões C-Cl;
- DDT, BHC, Lindano → formados por anéis de benzeno;
- Compostos lipofílicos, pouco solúveis em água e altamente estáveis;
- Pouco degradáveis seja por processos físico-químicos (fotólise, hidrólise) ou processos biológicos
(biodegradação) → bio-acumuláveis;
- Se acumulam no ambiente → demoram décadas para degradar;
- Brasil → uso proibido na agricultura;
- Convenção de Estocolmo → banir produto em todo mundo;
- Possui vários mecanismos de ação → Afetar o sistema nervoso;

Organofosforados
- Ésteres derivados do ácido fosfórico (H3PO4);
- Compostos moderada lipofilicidade e moderada solubilidade em água;
- Pouco persistentes no ambiente → 1 a 12 semanas;
- Facilmente hidrolizáveis e meio alcalino e são biodegradáveis;
- Altamente tóxicos para mamíferos;
- Ação: Inibidores irreversíveis de acetilcolisterase;
- Parathion (proibido), malation, pirimifosmetilo, etc;

Carbamatos
- Compostos derivados do ácido carbâmico (NH2COOH) ou ac. n-metilcarbâmico (CH3NHCOOH);
- Lipofilicidade e solubilidade em água variáveis → depende do composto
- Pouco estáveis e biodegradáveis → pouco persistentes;
- Propriedades inseticidas, acaricidas, nematicidas e fungicidas;
- Ação: Inibidores reversíveis de acetilcolinesterase;
- Menos tóxicos para mamíferos;

Piretróides
- Compostos derivados de piretro natural;
- Muito solúveis em lipídios e pouco solúveis em água;
- Hidrolizáveis por ácidos ou bases e também são biodegradáveis;
- Pouca toxicidade para mamíferos, muito tóxicos organismos aquáticos;
- Ação: Afetam sistema nervoso;
- Permetrina, cipermetrina, deltametrina, esbiotrina;

Inibidores do crescimento (inibidores síntese de quitina)


- Compostos classificados quimicamente → benzofenilureas ou acilureas;
- Ação: Inibem enzimas proteases encarregadas de metabolizar proteínas inibidoras da enzima quitina sintetase;
- Inibe o processo de síntese de quitina necessária formação exoesqueleto;
- Exoesqueleto fraco e permeável → imobilização, desidratação e morte;
- Baixa toxicidade para mamíferos;
- Diflubenzuron e teflubenzuron;

Reguladores de crescimento
- Substâncias químicas análogas ao hormônio juvenil;
- Mais efetivos quando o hormônio juvenil está em baixa concentração;
- Ação: desenvolvimento anormal com aparecimento de indivíduos com características intermediárias → larvas-
adultos ou pupas-larvas;
- Aparecimentos de estágios imaturos a mais ou malformações letais;
- Diminuição da fertilidade e/ou fecundidade nos adultos;
- Fenoxycarb e Methoprene;

Avermectinas
- Compostos produzidos pelo fungo Streptomyces avermectilis;
- Atividade inseticida, helmíntica e acaricida;
- Intensamente estudados → potencial biopraguicida;
- Ação: afeta sistema nervoso;

Classificação dos inseticidas conforme a ação


1. Não sistêmicos
- Não são absorvidos pela planta e tem ação dependente da aplicação direta sobre insetos-praga ou planta;

2. Sistêmicos
- Aplicados nas folhas, ramos, raízes, solos e são absorvidos pela planta;
- Absorvidos e conduzidos junto com seiva para várias partes planta;
- Atuam sobre insetos sugadores, algumas vezes mastigadores;
- Mais eficientes → modo de ação sistêmica;
- Podem atuar por contato → pulverizados - insetos ou folhas da planta;
- Vários processos de aplicação:
→ Sementes, bulbos e tubérculos – tratados com produto em pó;
Germinarem – contém inseticida circulando na seiva;
→ Aplicar ao redor das sementes no solo → raízes atingem inseticida;

Vantagens dos inseticidas sistêmicos:


• Menor desequilíbrio biológico;
• Ação quase exclusiva sobre insetos sugadores;
• Menor perda em decorrência das lavagens de chuvas ou irrigações;
• Sem necessidade de cobertura perfeita do inseticida sobre a planta;

Desvantagens dos inseticidas sistêmicos:


• Ação quase exclusiva sobre insetos sugadores;
• Não atuam em plantas de grande porte;
• Não funcionam em plantas no período de repouso;
• Bastante tóxicos ao homem → principalmente ação de contato;

Emprego dos inseticidas sistêmicos


1. Pulverizações
- Sobre a parte aérea da planta → ação sistêmica – sugadores ou ácaros;
→ atuando por contato ou ingestão – alguns mastigadores;
- Absorção pelas folhas pode durar 3 a 4 semanas – dependendo inseticida;

2. Regas no solo
- Casos esporádicos - pequena quantidade plantas deve receber tratamento
- Elevada quantidade de inseticida → efeitos são pouco satisfatórios;

3. Pincelamento do caule
- Inseticida pincelado na forma concentrada sobre caule das plantas;
- Maioria dos sistêmicos na forma líquida pode atuar por esse processo;
- Dosagens variam de acordo com diâmetro do caule;

4. Tratamento de sementes
- Recomendado para sementes de hortaliças e algodão;
- Sementes lisas → solução com espalhantes adesivos;
- Semeadura feita logo após tratamento;

5. Granulado no solo
- Inseticida aplicado nas covas ou sulco de plantio a certa profundidade;
- Germinando sementes entram em contato com inseticida → raízes;
- Raízes → absorvem e incorporam inseticida na seiva;
- Emprego batatinha, citros, feijão, tomate, melancia e outros;
- Dose 10-30 kg de produto por hectares a 5, 10 ou 15 % ingrediente ativo;
- Pode ser empregado ao redor de plantas já formadas ou em formação;
- Alguns centímetros de profundidade → controle sugadores de raízes;

6. Granulado nas folhas


- Algumas plantas podem receber granulado nas axilas das folhas;
- Capacidade de retenção água - solubilização do inseticida → absorvido;
- Atua cochonilhas situadas nas invaginações das folhas e raízes;
- Inseticida atua lentamente a medida que é absorvido pelos tecidos;
- Ação máxima conseguida de 3 a 4 dias;

Manejo Integrado de Pragas (MIP)

- Sistema controle → utiliza todas as técnicas disponíveis - modo compatível;


→ populações de pragas abaixo do NDE;

Histórico
- Desenvolvimento dos produtos químicos sintéticos;
- Aplicação sistemática → produtos químicos culturas importância agrícola;
- Aplicação baseada:
• Calendários
• Poder residual dos produtos;
Problemas:
• Qual/quais pragas estavam presentes?;
• Praga visada tinha atingido nível que pudesse causar prejuízos?;
• Aplicações → mesmo sem praga estar presente cultura;
- Aplicações desordenadas criaram série de problemas graves:
• Resistência de pragas a diversos pesticidas;
• Aparecimento de pragas consideradas secundárias;
• Ressurgência de pragas;
• Efeitos adversos sobre ecossistema;
• Efeitos prejudiciais ao ser humano → aplicação ou resíduos;
- 1940-1960 → Idade negra do controle de pragas;
- 1970 → Surgiu novo conceito de controle de pragas;
→ minimização de todos problemas – uso indiscriminado produtos químicos;
- Controle Integrado → Manejo Integrado de Pragas (MIP);
- Precursores → conhecimento biologia dos insetos e práticas culturais;
- Controle biológico + controle químico → forma complementar;
- Resposta da comunidade científica ao uso incorreto dos produtos químicos;
Manejo Integrado de Pragas (MIP)
- Controle de insetos com bases ecológicas e que envolve qualquer tipo de problema que limite a produção
agrícola decorrente da competição interespecífica → insetos, patógenos, nematóides, ervas daninhas, etc;

- Novo conceito → muito amplo – somatório conhecimentos várias áreas


Entomologia, fisiologia, matemática, economia, fitotecnia, etc;
- Estrutura objetiva → emprego de novos métodos de controle;
- Levando em consideração:
• Efeitos negativos de cada método controle → sociedade e/ou ambiente;
• Utiliza ao máximo agentes naturais do meio → físico e biológico;
• Manipular agentes naturais → características ecológicas e econômicas das culturas e das pragas;
- Termos objetivos MIP → técnicas visam manter pragas abaixo do NDE;

Observação
- MIP → não é caracterizado pelo uso de vários métodos de controle;
→ relação do método(s) dentro de preceitos ecológicos, econômicos e sociais – constituem a base do
manejo de pragas;

Componentes para implementação do MIP


1. Avaliação da população de pragas
• Reconhecimento das pragas mais importantes (pragas-chave);
• Identificação taxonômica;
• Bionomia – biologia, hábitos, hospedeiros, inimigos naturais, etc;
• Amostragem → verificação densidades populacionais;
2. Avaliação dos inimigos naturais
• Mortalidade natural agroecossistema;
• Reconhecimento dos inimigos + importantes → taxononomia;
• Técnicas de criação de inimigos → liberação em campo;
• Técnicas de produção de patógenos;
• Amostragem → verificação densidades populacionais;

3. Avaliação dos fatores climáticos


• Determinar aumento ou diminuição das populações de pragas e inimigos naturais;
• Determinar eficiência dos métodos de controle;

4. Determinação dos níveis de NDE e de NC


• Prejuízos causados pela praga;
• Custo do controle;
• Preço da produção;

5. Estágio fenológico das plantas


• Avaliação do grau de suscetibilidade da cultura em cada estágio;

6. Avaliação dos métodos mais adequados para incorporar num programa de manejo
• Técnicas adequadas ao combate a praga;
• Compatíveis entre si;

Determinação dos níveis de NE, NDE e NC


- Praga → densidades populacionais + danos causados as plantas;
- Injúria → não afeta a produção → pragas indiretas;
- Danos → causados em produtos comercializados → afeta produção;

1. Nível de equilíbrio (NE)


- População de insetos → densidade média constante ao longo do tempo
- Equilíbrio com ambiente;

2. Nível de Dano Econômico (NDE)


- Densidade populacional da praga que causa prejuízo a cultura = ao custo de adoção de medidas de controle;
- Menor densidade populacional capaz de causar perdas econômicas;
- Pragas → curto espaço de tempo capaz de reproduzir e atingir níveis populacionais que causam danos a
cultura;
- Controle → densidade populacional causa + perdas – custos controle;
Ct = custo de controle por unidade de produção
V = valor da produção por unidade de produção

IMPORTANTE
O NDE não será o mesmo para diferentes espécies de insetos numa mesma cultura ou para uma
determinada espécie em culturas diferentes;

- Maioria dos casos → medidas para evitar que a praga cause danos;
3. Nível de Controle (NC) ou ação
- Densidade populacional em que medidas controle são adotadas para impedir que a população atinja o NDE;

Pragas podem ser classificadas:


a) Pragas não econômicas
- Densidade populacional raramente ultrapassa o NDE;

b) Pragas ocasionais
- Densidade populacional ultrapassa o NDE em ocasiões especiais;
- Condições climáticas atípicas ou uso inadequado de pesticidas;

c) Pragas perenes
- Densidade populacional atinge o NDE com freqüência;

d) Pragas severas
- Densidade populacional está sempre acima do NDE caso medidas de controle não sejam adotadas;
Amostragem populações de pragas e inimigos naturais
- Verificar densidades populacionais nos agroecossistemas;
- Decidir se uma praga deve ou não ser controlada;
- Estabelecer → metodologia de avaliação populacional, plano de amostragem e tipo de
caminhamento adotado na amostragem;
- Dependente dos seguintes componentes:
a) Pessoal → Conhecimento do entomólogo sobre cultura, pragas e inimigos naturais e
das técnicas para efetuar a amostragem;
b) Mecânico → Aparelhos utilizados para amostragem → armadilhas;
c) Econômico → Custos amostragem e vantagem ou não da sua execução;
d) Estatístico → Componente que dá a precisão da amostragem;
- Necessário estabelecer plano da amostragem:
• Tamanho da amostra: número de amostra por unidade de área;
• Unidade da amostra: no de observações a serem feitas por amostra;

• Tipo de caminhamento: maneira deslocar para realizar levantamento


→ Varia de acordo com cada cultura e tipo de amostragem;

• Tipo de amostragem: maneiras de conduzir uma amostragem;


→ Convencional, seqüencial, biológica e sensoriamento remoto;

Tipos de amostragem
1. Amostragem convencional
- Baseada número fixo de amostras a serem colhidas por unidade de área;
- Fichas com número fixo de amostras → calculada a % de infestação
comparado com NC já conhecidos;
2. Amostragem seqüencial
- Amostragem em que o número de amostras é variável;
- Amostragem padrão → número de amostras é fixo;
- Não se preocupa em estimar parâmetros populacionais;
- Hipótese previamente testada sobre parâmetros - definir diferentes classes sobre resultados acumulados das
unidades amostrais examinadas
- Sempre leva a 3 conclusões:
• Aceitar a hipótese de não controlar a praga;
• Aceitar a hipótese de controlar a praga;
• Continuar amostrando → tomar hipóteses anteriores;
Vantagens em relação amostragem convencional:
• Considerável economia de tempo e trabalho → média 30%;
• Plano de amostragem seja bem feito e preciso;
- Coluna da esquerda – limite inferior → indica controlar;
- Coluna da direita – limite superior → indica não controlar;
Preenchimento
- Fruto infestado → nota 0 (soma-se 0) → Considerado infestado – fruto com 30 ou mais ácaros/cm2;
- Fruto não infestado → nota 1 (soma-se 1);
- Número repetido corresponde plantas com ácaros;
- Tomada de decisão → valor acumulado a partir 10ª amostra;
• Valor menor do que o da esquerda → controlar;
• Valor maior ou igual ao da direita → não controlar;
• Valor intermediário → continuar amostrando;

3. Amostragem biológica
a) Dieta artificial
- Baseado em parâmetros biológicos para determinar a época de ataque de uma praga para seu controle;
- Controle pragas depende mais do momento certo de aplicação do que do próprio inseticida utilizado;
- Determinar o início do ataque da praga → eficiência do controle;
- Bicho-furão → controle antes que penetre no fruto;

b) Feromônios
- Respostas comportamentais → atração indivíduos da mesma espécie;
- Várias armadilhas de feromônio para monitoramento de pragas;
- Monitoramento → 1 armadilha para cada talhão – 10 a 20 ha;
- Controle ou coleta massal → armadilha a cada 30 m;

c) Iscas
- Utilização de atrativos para levantamento de insetos;
- Iscas coloridas → diferentes cores atrativas para várias pragas;
→ fitas adesivas, óleo mineral, água+detergente, etc;
- Cultura isca → plantas atrativas a praga;

4. Sensoriamento remoto
- Técnica baseada na agricultura de precisão utilizando satélites sensores;
- Pode-se reconhecer presença de determinada praga a distância;
→ por meio de sensores detectam energia radiante desse objeto e transformam numa forma nominal de
interpretação visual;
- Resolução pode variar de 5 a 30 m → dependente do satélite;
- Facilita levantamento em grandes áreas e altas infestações de 1 praga;
Seleção e implementação das diferentes táticas de controle
- Plena utilização MIP → grande conhecimento da cultura visada;
→ características bioecológicas das pragas relacionadas;
→ integração de diferentes áreas de atuação;
- Adoção do MIP → mundo - lenta e baseada em apenas 1 item do MIP;
→ Aplicação de inseticidas no momento certo baseado em estudos;
→ Direcionado apenas pragas – não interferindo patógenos;
- MIP ainda demanda muitos recursos humanos e econômicos → ideal;
- Problema → transferência da tecnologia para campo;
- Resistência do agricultor e empresário diante de duas opções:
• Continuar com método tradicional de aplicação de inseticidas;
- Tecnologia mais simples e menor responsabilidade nas decisões;
- Ao mesmo tempo → maior risco ecológico, ambiental e social;
• Passar a utilizar o MIP;
- Exige mais técnica, observações mais detalhadas e conhecimentos que operam nos agroecossistemas;
- Paises subdesenvolvidos essa transferência é dificultada:
• Baixo nível cultural do agricultor → normalmente analfabeto;
• Problema de tradição → não substitui o vem sendo feito a gerações;
- Implantação desse tipo de programa:
• Bom serviço de extensão → levar esses programas comunidades;
→ credibilidade nas novas alternativas;
• Demonstração da relação custo/beneficio aplicação da nova técnica

Considerações finais sobre MIP


- Conjunto de medidas que visa manter pragas abaixo do NDE;
→ critérios econômicos, ecológicos e sociais;
- Multidisciplinar → entomólogos, fitotecnistas, fisiologistas, ecólogos, especialistas em nutrição de plantas,
patologistas, geneticistas, etc;
- Desenvolve conscientização da necessidade de conhecer:
• Pragas e inimigos naturais;
• Nível de controle das pragas → aplicação no momento certo;
- Redução do uso de inseticidas é conseqüência da utilização do MIP;
→ produtos químicos ainda são necessários para muitas culturas;
- Integração de métodos alternativos + produtos químicos → harmoniosamente
→ incentivo produtos químicos de baixo impacto ao meio ambiente;
- No Brasil → MIP restrito ao controle biológico ou simplesmente orientação para levantamentos (amostragens)
de pragas;

Pragas de Culturas

Cana-de-Açúcar Saccharum spp.

Broca-da-cana-de-açúcar -Diatraea saccharalis (Lepidoptera, Crambidae)


- Principal praga da cana → originária da América central e sul;
- Mariposa com asas anteriores amarelo-palha, posteriores esbranquiçadas;
- Ovos → Face dorsal da folha (5 a 50) – semelhante a escama de peixe;
- Lagartas → Inicialmente se alimenta das folhas, posteriormente abre galerias no colmo;
- Ciclo de 53 a 60 dias; Estágio larval 40 dias;
Prejuízos → Abertura de galerias – morte das gemas;
→ Galerias transversais – queda da planta pelo vento;
→ Enraizamento aéreo e brotações laterais;
Controle → Cultural – plantio de variedades resistentes ou tolerantes;
→ Biológico – parasitóides e predadores;
→ Químico – aplicações de inseticidas;
Broca-gigante – Castnia licus (Lepidoptera, Castniidae)
- Adultos → mariposas de 35 mm comprimento e 90 mm envergadura;
- Coloração escura, com manchas brancas porção apical e faixa transversal branca nas asas anteriores,
posteriores 7 manchas vermelhas;
- Hábitos diurnos → postura de 50 a 100 ovos em touceiras velhas;
- Lagartas grandes → 80 mm comprimento e 12 mm de largura;
- Brancas com pintas pardas no pronoto → 2 a 10 meses período larval;
Prejuízos → Prejuízos da ordem de 20 a 60%;
→ Afetam produção de cana, açúcar e álcool;
Controle → Não existe método de controle eficiente;
→ Utilizado - catação manual de larvas e pupas;

Lagarta-elasmo - Elasmopalpus lignosellus (Lepidoptera, Pyralidae)


- Mariposa acinzentada → 15 a 25 mm de envergadura;
- Lagartas verde-azulada, cabeça marrom-escura → 15 mm;
- Inicialmente alimentam folhas - penetram no colmo construindo galerias;
Prejuízos → Ataca cana recém brotadas → replantio;
→ Sintoma “coração morto” - secamento folha central e desprendimento
Controle → Não existe método de controle eficiente;
→ Manutenção do solo úmido contribui para diminuir prejuízos;
Cigarrinhas – Mahanarva fimbriolata e M. posticata (Hemiptera, Cercopidae)
- M. fimbriolata → Mais comum em São Paulo – novembro - abril;
- Macho → 13 mm comprimento e fêmea → 14 mm comprimento;
- Vermelho com asas pretas nas margens e faixas longitudinais pretas;
- Ninfas → raízes (espuma branca); adultos → parte aérea da planta;
- M. posticata → machos – 12 mm e fêmeas – 14 mm de comprimento;
- Marrom-avermelhado e escutelo, pronoto e cabeça marrom-esverdeado;
- Ninfas → bainha das folhas (espuma branca); adultos → parte aérea;
Prejuízos → Sucção da seiva – “queima” das folhas → pontas enroladas;
→ Colmos definham → ficam aspecto de palmeira;
→ Perda de açúcar → até 17%;
Controle → Biológico – Diptera-Syphidae e fungo-verde;
→ Químico – aplicação inseticidas específicos;

Percevejo-castanho – Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae (Hemiptera,


Cydnidae)
- Adultos e imaturos hábitos subterrâneos → sugam raízes;
- Adultos marrom-claro a preto e ninfas brancas;
Prejuízos → Infestação intensa - definhamento, amarelecimento e secamento;
Controle → preventivo;

Pão-de-galinha - Euetheola humilis e Stenocrates spp. (Coleoptera, Scarabaeidae)


- Besouros de cor marrom-escuro;
- Larvas atacam toletes e raízes da cana e matéria orgânica;
- Brancas e recurvadas – 50 mm; Período larval de 12 a 20 meses;
Prejuízos → Larvas danificam toletes, pefurando-os em todos os sentidos;
→ Adultos – também fazem orifícios nos toletes;
Controle → Cultural – Rotação de culturas e aragem;
→ Biológico – Diptera, Sarcophagidae e Nematóides;
→ Químico – Fiopronil e/ou endosulfan → visando larvas;
Cupim – Heterotermes tenuis, Syntermes spp., Procornitermes spp. e Cornitermes spp.
(Isoptera, Termitidae)
- Principal espécie Heterotermes tenuis → mandíbulas longas;
- Insetos sociais subterrâneos → ninhos 10 cm altura por 6 cm diâmetro;
- Atacam plantações nas proximidades de seus ninhos;
Prejuízos → Atacam toletes danificando as gemas;
→ Influem na germinação da cana → grande número de falhas – replantio;
Controle → Utilização de iscas específicas → Termitrap;
→Químico – Fipronil 800 WG ou endosulfan 350 CE;

Curuquerê-dos-capinzais - Mocis latipes (Lepidoptera, Noctuidae)


- Mariposa pardo-acinzentada → 42 mm de envergadura;
- Lagartas amareladas com estrias longitudinais castanho-escuras;
- Locomovem como lagartas mede-palmo → 40 mm;
Prejuízos → Infestação intensa – destruir totalmente a folhagem;
→ Alguns casos a cultura inteira é destruída;
Controle → Aplicação inseticida microbiano – Bacillus thuringiensis;
Lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda (Lepidoptera, Noctuidae)
- Mariposa pequena, pardo-escura → 35 mm;
- Lagartas de coloração cinza-escuro a marrom → 50 mm; Período larval – 12 a 30 dias;
- Canibais → apenas uma larva desenvolvida por folha;
Prejuízos → Infestação intensa – destruir totalmente a folhagem;
Controle → Biológico → Predador – Doru luteipes (tesourinha);
→ Parasitóides - Trichogramma (ovos) e Chelonus insularis (lagartas);
→ Químico → Inseticidas fosforados, carbamatos, piretróides;

Crucíferas
Couve, couve-flor, brócolis

Pulgões – Brevicoryne brassicae e Myzus persicae (Hemiptera, Aphididae)


- B. brassicae →Verdes com cabeça e tórax pretos, abdômen manchado;
- Formam colônias na face superior das folhas;
- M. persicae → Verdes com cabeça e tórax e antena pretos – alados;
- Partenogenéticos → Partenogênese telítoca – cerca de 80 indivíduos;
- Formam colônias na face inferior das folhas;
Prejuízos → Engruvinhamento folhas → prejudicando desenvolvimento;
Controle → Químico → pulverizações de fosforados ou carbamatos;
→ Piridafention, metomil, cartap ou pirimicarb – 7 dias antes colheita;

Curuquerê-da-couve – Ascia orseis (Lepidoptera, Pieridae)


- Borboleta → branco-amarelada com bordos marrom-escuros – 50 mm;
- Ovos face inferior das folhas → lavas alimentam das folhas;
- Lagartas – cinza-esverdeadas, cabeça escura → 30 a 35 mm;
Prejuízos → Altamente prejudicial às crucíferas;
→ Devoram praticamente toda folhagem → destruindo a plantação;
Controle → Mecânico – Catação manual dos ovos e larvas nas folhas;
→ Químico – Pulverizações produtos de baixo poder residual;
→ Microbiano – com Bacillus thurigiensis;

Traça-das-crucíferas – Plutella xylostella (Lepidoptera, Plutellidae)


- Mariposa parda → Macho - margem posterior da asa anterior branca e na posição de repouso forma uma
mancha branca alongada e característica;
- Larvas após eclosão penetram interior das folhas alimentam parênquima;
- Após 3 dias abandonam a galeria se alimentam da epiderme face inferior;
- Larvas – verde-claras com cabeça parda → 8 a 10 mm;
Prejuízos → Alimentam das folhas inutilizando-as para consumo;
Controle → Pulverizações com reguladores de crescimento ou abamectin;

Lagarta-rosca – Agrotis ipsilon (Lepidoptera, Noctuidae)


- Mariposas pequenas, asas anteriores marrons com manchas pretas e posteriores semitransparentes;
- Lagartas pardo-acinzentadas, hábitos noturnos → 45 mm;
Prejuízos → Cortam plantas novas próximo ao solo reduzindo no/área;
Controle → Biológico – Micro Hymenoptera e Diptera → parasitóides;
→ Químico – Plantas iscas → melaço + inseticida;
Lagarta-mede-palmo - Trichoplusia ni (Lepidoptera, Geometridae)
- Mariposa parda com asa anterior mancha branco-prateada → 25 mm;
- Lagartas verdes, se deslocam “medindo palmo” → 30 mm;
Prejuízos → Atacam folhas, produzindo orifícios e inutilizando-as;
Controle → Mecânico – Catação manual dos ovos e larvas nas folhas;
→ Químico – Pulverizações produtos de baixo poder residual;
→ Microbiano com Bacillus thurigiensis;

Broca-da-couve – Hellula phidilealis (Lepidoptera, Crambidae)


- Mariposa pardacenta e asas com faixas brancas e série de pontos negros
- Lagartas de coloração verde-clara com faixas marrons horizontais;
Prejuízos → Broqueiam as hastes e provocam secamento;
Controle → Cultural – destruição das plantas atacadas;
→ Químico – aplicação de inseticidas com ação de profundidade
Cucurbitáceas
Melancia, Melão, Pepino, Abóbora, etc

Mosca-branca – Bemisia tabaci (Hemiptera, Aleyrodidae)


- Insetos pequenos com asas com pulverulência branca → 1 mm;
- Adultos, ninfas e ovos → face inferior das folhas;
Prejuízos → Sugam seiva das folhas → atraso de desenvolvimento e favorecendo
aparecimento de fumagina;
→ Em abóboras → prateamento das folhas;
Controle → Pulverização com inseticidas;

Tripes – Thrips palmi (Thysanoptera, Thripidae)


- Adultos amarelados, pequenos com asas franjadas → 1mm;
- Ninfas amarelas e ápteras → face inferior da planta junto com adultos;
- Raspadores e sugadores de seiva → manchas amareladas;
Prejuízos → Sugam folhas provocando manchas e deformações;
Controle → Químico – Pulverizações imidacloprid ou neonicotinóide;

Broca-das-curcubitáceas – Diaphania nitidalis e D. hyalinata (Lepidoptera, Crambidae)


- D. nitidalis → Mariposa marrom-violácea, asas com área central amarelada e semitransparente e bordos
marrom-violáceos;
- Lagartas esverdeadas – alimentam qualquer parte vegetal → frutos;
- D. hyalinata → Mariposa marrom-violácea, asas com área central semitransparente e branca e bordos com
faixa escura mais retilínea;
Prejuízos → São pragas em muitos casos limitantes para cultura;
→ Atacam folhas, brotos, ramos e principalmente frutos;
→ Brotos atacados secam e ramos ficam com as folhas secas;
→ Frutos abrem galerias e destroem a polpa – apodrecimento;
Controle → Cultural – plantio intercalar de abobrinha italiana que funciona como planta-isca sobre o qual é
aplicado inseticida;
→ Químico – Inseticidas fosforados, carbamatos, piretróides;
Mosca-das-frutas – Anastrepha grandis (Diptera, Tephritidae)
- Moscas amareladas com mancha em forma de V incompleto na asa;
- Ovos colocados nos frutos e larvas se alimentam da polpa;
- Larvas brancas com cabeça afilada → 12 mm;
Prejuízos → Larvas destroem os frutos → apodrecimento;
Controle → Químico – pulverizações com piretróides → frutos verdes;
– Aplicação de iscas tóxicas contra os adultos;

Percevejo - Leptoglossus gonagra (Hemiptera, Coreidae)


- Inseto marrom-escuro, com expansões laterais nas tíbias posteriores;
- Listras alaranjadas na cabeça e linha transversal amarela no pronoto;
- Adultos e ninfas atacam diversas plantas;
Prejuízos → Atacam ramos e frutos mais novos → depauperados;
→ Sugarem – introduzem substâncias tóxicas prejudicando a cultura;
Controle → Pulverização com inseticidas fosforados ou piretróides;

Vaquinhas – Diabrotica speciosa e Epilachna cacica (Coleoptera, Chrysomelidae)


- D. speciosa → Besouro verde de cabeça castanha com 3 manchas élitro;
- Larvas branco leitosas → 10 mm;
- E. cacica → Besouros marrons com faixa preta contornando os élitros;
- Larvas com corpo revestido de espinhos pretos e longos;
Prejuízos → Perfuram folhas prejudicando desenvolvimento da planta;
Controle → Pulverização com inseticidas fosforados ou piretróides;
Broca-da-haste-do-chuchu – Adetus analis (Coleoptera, Cerambycidae)
- Besouros marrom-acinzentados e mancha preta arredondada com um halo branco no élitro e com antenas
longas → 10 mm;
Prejuízos → Larvas broqueiam hastes e caules – secamento da planta;
Controle → Eliminação de plantas atacadas e aplicação de fosforados;

Seringueira Hevea brasiliensis

Mandarová – Erinnyis ello (Lepidoptera, Sphingidae)


- Mariposas de grande porte → 90 mm de envergadura;
- Ovos colocados isoladamente em cada folha;
- Lagartas → verde, marrom a preta – 10 cm de comprimento;
- Ciclo → 26 a 30 dias; Estágio larval → 15 dias;
- Ocorrência irregular → Altas infestações em certos anos;
- Norte - junho a setembro → planta emite novas folhas – grandes danos;
Prejuízos → Devora toda folhagem, deixando apenas ramos desfolhados;
Controle → Biológico: Parasitóides de ovos – Trichogramma spp;
→ Parasitóides de lagartas – Belsovia spp e Oxysarcodexia spp;
→ Patógeno Baculovirus – contra lagartas pequenas;
Químico: Pulverizações – fosforados, carbamatos, piretróides ou reguladores de crescimento;
Híbridos – Possuem capacidade de brotação ano todo e acabam diminuindo os danos;
Lagarta Pararama – Premolis semirufa (Lepidoptera, Arctiidae)
- Mariposas amarelas, base asa avermelhada e área semitransparente ápice;
- Lagartas escuras com manchas esbranquiçadas, ventre avermelhado;
- Recobertas por densa pilosidade, com áreas cerdas + longas → 40 mm;
- Alimentam-se das folhas durante noite → durante dia se escondem;
- Ocorrem principalmente na época chuvosa;
Prejuízos → Formam grandes colônias nas folhas;
→ Depauperamento das plantas e atraso no desenvolvimento;
Controle → Controle biológico natural na região bastante eficiente;
→ Biológico: Hymenoptera → Chalcididae e Braconidae;

Mosca-branca – Aleurodicus cocois (Hemiptera, Aleyrodidae)


- Insetos pequenos com asas com pulverulência branca → 2 mm;
- Ninfas achatadas e elípticas, vivem presas as folhas → 1mm;
- Adultos, ninfas e ovos → vivem na face inferior das folhas;
Prejuízos → Formam grandes colônias nas folhas acarretando;
→ Depauperamento das plantas e atraso no desenvolvimento;
→ Podem provocar desenvolvimento da fumagina – fungo preto
Controle → Aplicação de inseticidas sistêmicos – dimetoato, fosfamidon;

Cochonilha-do-Coqueiro – Aspidiotus destructor (Hemiptera, Diaspididae)


- Fêmeas → circular, achatada, amarelo-parda, semitransparente → 1 mm;
- Mobilidade limitada → propagação por contato das folhas;
- Machos → forma oval, mais escuro e mais raros que fêmeas - alados;
Prejuízos → Formam grandes colônias nas folhas acarretando;
→ Deformações e atraso desenvolvimento das plantas;
Controle → Químico: Pulverizações óleos emulsionáveis;
→ Altas populações – fosforados sistêmicos ou não;
Percevejo-de-renda – Leptopharsa heveae (Hemiptera, Tingidae)
- Insetos pequenos de asas ornamentadas → rendadas;
- Formam colônias na face inferior das folhas durante todo o ano;
- Postura endofítica, em folhas novas → ciclo de vida dura 48 dias;
- Picos populacionais → outubro a novembro;
Prejuízos → Sucção de seiva → secamento e queda das folhas;
→ Redução do diâmetro do caule e altura da planta;
→ Prejudica “sangria” das plantas → ↓ produção 30%;
Controle → Químico → monocrotofós, endosulfan e diafenturon;
→ Períodos úmidos → fungo Sporothrix insectorum;

Ácaro da Seringueira – Calacarus heveae (Acari, Eriophyidae)


- Ácaro branco de aspecto vermiforme;
- Face superior folhas → perda do brilho foliar e pó fino esbranquiçado;
- Ocorrência de fevereiro junho;
Prejuízos → Desfolha precoce seringais meses alta produtividade látex;
→ Pode acarretar na paralisação das atividades de “sangria”;
Controle → Aplicação de óxido de fembutatina – compatível com a presença natural do fungo Hirsutella
thompsonii;

Cacaueiro Theobroma cacao L.

Tripes – Selenothrips rubrocinctus (Thysanoptera, Thripidae)


- Inseto preto ou marrom-escuro → 1,5 mm;
- Ninfas amareladas com dois primeiros segmentos abdominais vermelhos;
- Ovos colocados sob epiderme da folha coberta por secreção – escura;
- Três picos populacionais – março-maio, setembro e outubro;
Prejuízos → Ataque intenso → “queima” da folha – desfolhamento total;
→ Reinfestação após brotação → depauperamento da planta;
→ “emponteiramento” da copa do cacaueiro;
→ Causa ferrugem nos frutos novos – dificultando identificação
→ Inicio do desenvolvimento → murcham e secam;
Controle → Pulverizações com inseticidas – Endosulfan, malation, etc;
→ Aplicações início da frutificação após aparecimento da ferrugem;

Pulgão – Toxoptera aurantii (Hemiptera, Aphididae)


- Insetos de coloração verde-escura, fêmea alada → 1 a 1,5 mm;
- Fêmeas ápteras maiores do que fêmeas aladas;
- Localizam-se na parte inferior das folhas;
Prejuízos → Sugam seiva preferencialmente de folhas novas e brotações;
→ Ataques → planta crescimento afetado;
Controle → Pulverizações com inseticidas – Endosulfan, malation;

Cochonilha – Planococcus citri (Hemiptera, Coccidae)


- Fêmea com corpo recoberto por secreção branca e pulverulenta;
- Formando 17 apêndices de cada lado e 2 posteriores → 5 mm;
- Atacam brotações e frutos para sugar seiva;
Prejuízos → Frutos – fendilhamento da casca pelas picadas;
→ Prejudicar as sementes;
Controle → Químico – diazinon, dimetoato, etion, paration metílico;
Percevejo-do-cacaueiro – Monalonion schaefferi e M. annulipes (Hemiptera, Miridae)
- Praga mais importante na Bahia e grande importância na região Norte;
- M. shaefferi → Macho cabeça preta no vértice e clara na parte inferior, pronoto marrom-avermelhado, asas
avermelhadas e pretas, abdômen vermelho;
- Fêmea coloração semelhante ao dos machos → 10 mm, macho → 8 mm;
- M. annulipes → Amarelado, com cabeça e protórax vermelho → 8mm;
- Encontrada Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia e São Paulo;
- Jovens e adultos sugam seiva nas hastes e folhas novas da planta;
Prejuízos → Picada injetam toxinas → áreas necróticas;
→ Ramos tem crescimento paralisado;
→ Desfolhamento da planta – folhas novas e brotos secam;
→ Frutos novos formação da “bexiga” → com queda;
→ Frutos desenvolvimento – deformação e má formação sementes;
Controle → Pulverizações com inseticidas – Endosulfan, malation;
→ Duas aplicações nas épocas de brotação;

Vaquinhas – Taimbezinhia theobromae e Percolaspis ornata (Coleoptera, Chrysomelidae)


- T. theobromae → besouro de coloração preta → 3 mm;
- P. ornata → besouro marrom-avermelhado com élitro verde → 5 mm;
- Espécie predominante nas plantações;
- Maiores populações nos meses de lançamento das folhas novas;
Prejuízos → Atacam folhas novas → orifícios em toda folha;
→ Atacar ponteiros – retardando crescimento da planta;
Controle → Químico – Duas aplicações de triclorfon, deltametrina, malation ou endosulfan na época de
lançamento das folhas;

Lagarta-do-compasso – Hemeroblemma mexicana (Lepidoptera, Noctuidae)


- Mariposa marrom-escura com asa anterior faixa branca longitudinal e asa posterior com faixa branca e dois
pontos escuros na margem → 55 mm;
- Lagartas amarelo-escuras → acinzentadas com cabeça e pernas avermelhadas → 60 mm;
- Hábitos crepusculares e noturnos → escondendo nas folhas durante dia;
Prejuízos → Alimentam-se de folhas e brotos novos das plantas;
→ Perfuram frutos novos e danificam os mais desenvolvidos;
→ Destruir frutos ou torná-los defeituosos com sementes pequenas;
Controle → Químico – Aplicações de carbaril e triclorfon;

Gorgulhos – Heilipodus clavipes, Lasiopus cilipes, Lordops aurosa e Naupactus bondari


(Coleoptera, Curculionidae)
- Besouros pequenos com prolongamento cefálico – rostro;
- Adultos atacam as plantas de cacau e larvas vivem no solo;
- H. clavipes → Marrom-escuro a preto, faixa transversal branca no élitro;
- L. cilipes → Preta com protórax e pernas marrom-escuro → 20 mm;
- L. aurosa → Verde-azulada brilhante, protórax e élitro pretos com manchas verde-azuladas e verde-
amareladas formando desenhos - 15 mm;
- N. bondari → Verde, pouco brilhante e pontuado de preto, com linha azulada no élitro no sentido longitudinal
→ 10 mm;
Prejuízos → Grandes orifícios no limbo foliar → danificando folhas;
→ Atacam brotações prejudicando o desenvolvimento da planta
Controle → Químico – Duas aplicações de triclorfon, deltametrina, malation ou endosulfan na época de
lançamento das folhas;

Formiga-de-enxerto – Azteca paraensis bondari (Hymenoptera, Formicidae)


- Constrói ninhos esféricos ao redor dos ramos;
- Levam sementes para os ninhos → germinam, folhas e hastes – proteção;
- Epífitas (erva-de-passarinho) → formiga-de-enxerto;
Prejuízos → Danificam brotos, folhas novas e casca dos frutos - ninhos;
→ Ninhos grandes concorrem cacaueiro por espaço e luz;
→ Protegem insetos sugadores → alimentar excreções;
Controle → Destruição dos ninhos com aplicação de piretróides;
Formiga-pixixica – Wasmannia auropunctata (Hym., Formicidae)
- Formigas pequenas, marrom-claras →3 a 5 mm;
- Ninhos na serrapilheira e colonizam o cacaueiro;
Prejuízos → Vivem sobre frutos → associados as cochonilhas;
→ Atacam operadores na época da colheita;
Controle → Controle indireto → eliminação das cochonilhas;

Manhoso – Steirastoma brevis (Coleoptera, Cerambycidae)


- Besouro cinza com pontuações pretas pelo corpo → 20 mm;
- Grande importância nos pólos cacaueiros da Amazônia;
Prejuízos → Larvas abrem galerias em espiral e penetram no lenho;
→ Causam morte dos ramos e cacaueiros jovens → 2 anos;
Controle → Cultural → eliminação de ramos atacados;
→ armadilhas para adultos;
→ Químico → Aplicação de fosfinas em pasta – larvas;
→ Pulverizar endosulfan – adultos;

Broca-dos-frutos – Conotrachelus humeropictus (Coleoptera, Curculionidae)


- Besouros marrons com pequeno rostro → 10 mm;
- Fêmeas depositam ovos nos frutos → larvas penetram na polpa;
Prejuízos → Larvas danificam frutos internamente;
→ Orifícios para saída → fungos patogênicos – apodrecimento;
Controle → Cultural → podas após colheita principal;
→ Uso de iscas atrativas com frutas para adultos;
Abacateiro Persea americana Mill.

Cochonilhas – Protopulvinaria longivalvata (Hemiptera, Coccidae) e Aspidiotus destructor


(Hemiptera, Diaspididae)
- P. longivalvata → Achatado, vermelho acastanhado → 3 mm;
- Vivem na parte inferior da folhas → grandes colônias;
- A. destructor → Fêmeas circular, achatada, amarelo-parda → 1 mm;
- Mobilidade limitada → propagação por contato das folhas;
- Machos → forma oval, mais escuro e mais raros que fêmeas - alados;
Prejuízos →Atacam folhas e segunda espécie também ataca frutos;
→ Grandes colônias atraso no desenvolvimento das plantas;
Controle → Pulverizações óleo mineral ou vegetal emulsionável a 1% com fosforados sistêmicos ou não;

Lagarta-das-folhas – Pterourus scamander (Lepidoptera, Papilionidae)

- Borboletas pretas, asa anterior faixa amarela, asa posterior com mancha
amarela acompanhando borda e com pontuações vermelhas → 80 mm;
- Lagartas branco-pardacentas → verdes com duas faixas no abdômen;
Prejuízos → Grandes infestações → prejudicar sensivelmente a planta;
Controle → Químico → Pulverizações com inseticidas;

Lagarta-do-fruto – Stenoma catenifer (Lepidoptera, Oecophoridae)


- Mariposas branco-esverdeadas, 2 manchas pretas no tórax → 15 mm;
- Lagartas atacam polpa e sementes do abacate;
Prejuízos → Destroem a polpa dos frutos pequenos;
→ Atingem as sementes → fruto cai;
Controle → Mecânico → catação manual e destruição dos frutos atacados
→ Químico → Pulverização com triclorfon, malation, carbaril;
→ Antes da penetração da lagarta no fruto;
→ Biológico → Trichogramma (Hymenop, Trichogrammatidae)
Coleobrocas – Apate terebrans (Coleoptera, Bostrichidae)
- Besouros pretos de élitro pontuados e truncados posteriormente – 25mm;
- Larvas esbranquiçadas, do tipo escarabeiforme;
- Larvas e adultos vivem no interior de galerias feitas nos troncos e ramos;
Prejuízos → Abrem galerias nos ramos e tronco → parte atacada seca;
Controle → Mecânico → destruição das partes atacadas;
→ Químico → Fosfina em pasta nos orifícios das brocas;

Besouro-de-limeira – Sternocolaspsis quatuordecimcostata (Coleoptera, Chrysomelidae)


- Besouro verde-azulado brilhante, com carenas longitudinais no élitro;
- Antenas negro-azuladas, com 11 segmentos → ♂ - 7mm e ♀ - 10 mm;
- Ovos → solo; Larvas vivem no solo → adultos atacam parte aérea;
Prejuízos → Atacam folhas → destruindo total ou parcialmente;
Controle → Químico → Pulverizações com inseticidas;

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