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A corda de 81 nós

Meus Irmãos de todos os vossos graus e qualidades.

Um dicionário de maçonaria define a corda de 81 nós como sendo o objecto que


simboliza a União e a fraternidade que deve existir entre todos os maços da face da
terra.

Como todos os símbolos a sua origem é ancestral e no particular deste símbolo, já na


antiga Grécia os cabelos das mulheres eram usados para fazerem as cordas utilizadas
na defesa das cidades.

Foram contudo os agrimensores egípcios que começaram a usar cordas com nós para
delimitarem os terrenos a serem edificados. Os nós demarcavam a localização exacta
das construções. O “nó” marcava a localização das travas, colunas ou encaixes – os
pontos de sustentação da obra.

Na idade média começou a ser ainda utilizada como método de medição e, em


particular, para demonstrar as dimensões e proporções a cúpula que se desejava
construir através da sombra provocada pela luz.

Aproximando-nos do seu significado actual, os antigos pedreiros utilizavam-na para


isolar o seu local de trabalho. Utilizando estacas, às quais eram presos anéis em ferro
que por eram ligados, através de elos, havendo uma abertura apenas na entrada do
local.

Na maçonaria operativa, a corda era desenhada no chão com giz ou carvão. Fazia
parte dum painel alegórico representativo dos instrumentos utilizados pelos pedreiros
livres.

Agora nas reuniões maçónicas é pedido ao guarda interno que verifique se o templo
está a coberto da indiscrição dos profanos. Só de seguida se iniciam os trabalhos. A
corda, saiu do chão e elevou-se aos tectos dos templos, seguindo a elevação
espiritual da maçonaria especulativa. A corda saiu do chão e os maçons passaram a
trabalhar num plano superior.

Esta corda oferece protecção através da irradiação das energias pela emanação
fluídica que abriga e sustenta a egrégora formada durante os trabalhos. A energia
negativa, pesada, é absorvida à entrada do tempo pelas borlas separadas e devolvida,
depois de transformada, mais leve e subtil, a cada um, à saída.

A estrutura dos nós (mais correctamente laços, também designados por laços do
amor), reproduz um 8 deitado, símbolo do infinito e da perpetuação da espécie. O laço
consiste num anel que é penetrado pela corda, mostrando que o amor actua na
continuidade da vida.

O 8 deitado lembra ainda cada um de nós que é preciso ter cuidado para não o puxar
e transforma-lo em lago que significaria a interrupção, o estrangulamento da
fraternidade.

O nó central deverá estar por cima do trono de Salomão. A corda estende-se depois
para cada um dos lados, Sul e Norte, ambos com 40 nós. Em ambos os lados da
porta, termina em duas borlas.
As borlas representam, de um lado, a Justiça e a equidade. Do outro, a Prudência e a
moderação. Esta abertura da corda, em torno da porta, significa que a maçonaria está
não só aberta à entrada de novos membros, como à entrada de novas ideias que
possam contribuir para a evolução do ser humano.

O nó central representa o número um. A unidade indivisível, O Grande Arquitecto do


Universo. Princípio e fundamento do Universo.

O número 81 é o quadrado do 9, que por sua vez é o quadrado do 3 – número perfeito


e de elevado valor místico. 3 eram os filhos de Noé; 3 os varões que apareceram a
Abraão; 3 os dias de jejum dos Judeus desterrados; 3 as negações de Pedro; 3 as
divindades; 3 as virtudes teolegais (fé, esperança e amor); 3 as luzes da loja
maçónica.

Por outro lado, a verdade é representada pelo número 18. O número 81 também é
uma representação oculta da verdade – duma verdade que não é fácil de descobrir,
que exige muito estudo.

Se somarmos o 8 ao 1, sendo o 1 o GADU e o 8 o infinito, temos 1+8 = 9 – o número


perfeito, o número espiritual.

O número 40 é o número que simboliza a penitência, a expectativa. 40 foram os dias


que durou o dilúvio; 40 os dias que Moisés passou no Monte Horeb no Sinai; 40 dias
durou o jejum de Jesus na sua preparação para a morte; 40 dias esteve Jesus na terra
depois da ressurreição; 40 anos peregrinaram os israelitas pelo deserto até chegarem
a Canaã; 40 dias dura a Quaresma; 40 eram os dias que certos doentes ficavam
afastados dos demais.

A Oriente do Porto, 3 de Dezembro de 6012

Manuel D’ Arriaga

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