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INSTRUTORES
autor do original
KARINE RIBEIRO ASSUNÇÃO
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
Conselho editorial durval corrêa meirelles, mara alves braile, marcia mitie durante
maemura
Diagramação fabrico
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
Prefácio 7
Processo de Comunicação 64
Técnicas de Apresentação 74
4. Processo de Treinamento. 88
7
no processo de aprendizagem nas organizações, uma vez que aprender se tornou
vital para a sobrevivência das organizações que querem se manter competitivas.
É dentro deste contexto e das divisões descritas a seguir que iremos trabalhar:
No Capítulo 1 – apresentaremos a evolução da carreira e o papel dos instruto-
res de treinamento e desenvolvimento dentro da área de gestão de pessoas.
No Capítulo 2 – abordaremos o processo de ensino aprendizagem e sua con-
tribuição para a excelência na formação de instrutores.
No Capítulo 3 – entenderemos a atuação práticas dos instrutores.
No Capítulo 4 – trataremos do processo de treinamento.
No Capítulo 5 – apresentaremos as técnicas e metodologias utilizadas na
aplicação e avaliação do T&D.
OBJETIVOS
• Compreender a evolução da carreira em T&D dentro da área de Recursos Humanos no
mundo e no Brasil;
10 • capítulo 1
• Entender a importância do T&D frente às mudanças e as diferentes gerações, e quais
metodologias podem ser utilizados no desenvolvimento de carreiras;
• Notar o processo de T&D de pessoas e sua importância para a sobrevivência das organizações;
• Distinguir as diferentes atividades que o T&D pode realizar;
• Perceber a importância do instrutor e suas qualidades necessárias para atingir a eficiência.
REFLEXÃO
As mudanças que as empresas vêm enfrentando, com a globalização, tecnologia, modifica-
ções em legislações trabalhistas, fazem com que as organizações estejam sempre se de-
senvolvendo para que fiquem à frente de seus concorrentes, e uma vantagem competitiva
muito recorrente atualmente é a questão do equilíbrio dos funcionários entre o ambiente de
trabalho e a vida pessoal. Ou seja, investir nos funcionários consequentemente vai gerar um
crescimento organizacional, e o treinamento e desenvolvimento vem como uma ferramenta
utilizada para atingir esse objetivo.
Mas antes de começarmos é interessante que vocês saibam a diferença entre Treinamento,
Desenvolvimento e Educação. Então convido vocês para descobrirem, lendo este material.
Vamos lá!
CONCEITO
A palavra treinar vem do latim trahëre, cujo significado é trazer/levar a fazer algo. Treinamento
é um processo voltado a manter ou melhorar o desempenho dos empregados em seus papéis
funcionais, no curto prazo. Já o Desenvolvimento ocorre em longo prazo, destinado a desen-
volver habilidades para futuras atividades de trabalho. Educação é um processo sistemático,
planejado e controlado, a partir da experiência, e visa alterar conceitos, habilidades, atitudes e
conhecimentos nos indivíduos e grupos, bem como reforçar o aspecto organizacional.
capítulo 1 • 11
especificamente da administração de recursos humanos, que orientada aos ob-
jetivos da corporação, visa alcançar os melhores níveis de produtividade de seus
funcionários, gerenciando as necessidades de aprendizagem, o desenvolvimento
de soluções e o conhecimento na empresa. Mas nem sempre foi assim. Mattos
apud Rodrigues (2011) afirma que a área de T&D passou por 3 estágios evolutivos.
1. O empregado era visto como uma ferramenta industrial, não sendo
uma prioridade e não estando no planejamento da empresa quanto a
treinamento e desenvolvimento.
2. A capacitação do funcionário tinha como foco melhorar suas competên-
cias e habilidades, apesar de ainda ser visto somente como um recurso
produtivo. Havia maior envolvimento e integração por parte dele à or-
ganização do que na primeira fase.
3. A compreensão do ser humano como racional e emotivo vem nessa ter-
ceira fase, onde os treinamentos passam a incrementar as estratégias
na preocupação com o indivíduo.
12 • capítulo 1
pacidade de resolver problemas, empreendedoras, tomarem decisões, ou seja,
assumir riscos. Essas características estão mais presentes nas gerações Y, do
que na X e nos Baby-Boomers.
Vocês já devem ter ouvido falar das diferentes gerações: Baby Boomers, X e Y. As três
apresentam divergências em seus valores e visões, e provocaram novas reflexões acer-
ca do mundo dos negócios e em como lidar com as pessoas. Se para a empresa sua
maior força são das pessoas que a integram, e os conhecimentos que elas detêm in-
vestir na área de T&D, ajudando os seus colaboradores a desenvolver diferentes formas
de pensar e de agir, estão entre os fatores mais recorrentes de retenção de talentos
(BOOG e BOOG, 2006a). Antigamente as empresas contavam com seus profissionais
por longos anos, pois as gerações anteriores valorizavam a permanência continuada em
apenas uma empresa. Estes consideravam o trabalho, poder e poucos registros na Car-
teira de Trabalho. Tudo mudou com a chegada da geração Y esses jovens não gostam
de atividades rotineiras, são impulsivos, multitarefas e imediatistas, eles não hesitam em
trocar de emprego. O comum dessa geração é possuir diversos registros na Carteira
de Trabalho. Para essa geração o importante é sentir que a empresa está preocupada
com sua carreira, sendo o mais claro e transparente possível, dando espaço a sua parti-
cipação. As ferramentas do T&D podem possibilitar algumas soluções para os gestores
conseguirem atrair, reter e engajar talentos.
As novas perspectivas quanto ao T&D são expressas por Boog e Boog (2006b)
em dez itens, que serão discorridos a seguir:
1. Do interno para o externo: as atividades que não estão relacionados ao
core business da empresa passam a ser terceirizados;
2. Da segmentação para o mercado único: as instituições de ensino supe-
rior adotam o ‘ensino de resultados’, passando a atender a empresa,
por ser mais rentável servi-la, não atendendo a alunos individuais;
3. Do presencial para o virtual: para reduzir tempo e custo, o e-learning
passa a ser visto como alternativa aos treinamentos presenciais;
4. Do texto para a imagem: o código escrito dá lugar às modalidades midi-
áticas (cinema, televisão, internet, telefone celular);
5. Do avulso e manual para a parafernália integrada: os processos de en-
sino e aprendizagem passam a contar com Datashow, os arquivos em
formatos pdf, ao Google, entre outros;
capítulo 1 • 13
6. Do cognitivo para o afetivo: os conhecimentos técnicos dão espaço aos
traços de personalidade ou atitudes como critérios para avaliar desem-
penho, e selecionar talentos;
7. Da aula para o show: a aula e o mestre caducaram, dando espaço ao en-
tertainer, um novo instrutor ou professor capaz de utilizar piadas, piro-
tecnias e jogos de cena para manter a atenção dos alunos acesa, como se
fosse um stand-up comediante que agora diverte tanto quanto ensina.
8. Do ensino para a mediação: o professor não é mais a única fonte de in-
formação, já que ela está abundante, dispersa e volátil, advinda de inú-
meras fontes, logo o professor deve organizar e esclarecer, comparar o
conhecimento com seus alunos, passando de doador para mediador;
9. Do monolítico para granular: os eventos de aprendizagem são encurta-
dos de semanas para dias, de dias para horas, e com o mobile learning
passa a ser de horas para minutos;
10. Da aprendizagem individual para a coletiva: com o learning organiza-
tion, core-competencies, universidades corporativas, entre outros, não
apenas os indivíduos isolados aprendem e se adaptam ao contexto que
operam, mas também as organizações (BOOG e BOOG, p. 40-42, 2006b).
CONEXÃO
Core business: para saber mais acesse o site <http://www.administradores.com.br/informe-
se/artigos/core-business/52540/.>
14 • capítulo 1
1.1.1 Educação aDistância e Universidade Corporativa
capítulo 1 • 15
Assim, podemos definir a Educação Corporativa, como:
De acordo com Meister (1999 apud BOOG e BOOG 2006, p. 59) a Universida-
de Corporativa se pauta na gestão por competências uma vez que pressupões a
aprendizagem de competências estratégicas vinculadas aos objetivos empresa-
riais de uma determinada organização que garanta a sua sobrevivência. Ainda
este autor apresenta princípios que devem estar presentes no momento de im-
plantação das UC que são:
• Criar situações de aprendizagem que desenvolva o capital intelectual para
que contribuam de forma efetiva para o alcance de objetivos críticos;
• Atentar para a UC como um processo, cujo diagrama se pauta na cida-
dania, contexto e competências. Para que possa desenvolver a cidadania
individual e corporativa. De forma que seja capaz de transmitir a várias
gerações a essência da cultura organizacional que se deseja manter;
• Envolver os líderes no processo, para que criem conectividade tanto com
o público interno quanto com o externo, e que estes promovam parcerias
duradouras;
• Pensar a UC como um modelo autossustentável, que seja capaz de se avaliar
investimentos e resultados, gerando valores financeiros que garantam a sua
existência também em novos mercados;
• Trazer o modelo para uma realidade virtual, que possibilite capacitar as
pessoas de diferentes locais e horários.
Assim, podemos concluir que a UC veio para ficar e se consolidar como uma
modalidade que possibilita uma aprendizagem coletiva, que vai além da individu-
al, portanto contribui diretamente para a gestão do conhecimento da organização
de uma forma global. Contudo dentro desta perspectiva os desafios são muitos
para os profissionais, empresários, governo e sindicatos envolvidos no processo.
16 • capítulo 1
No próximo item trataremos a respeito da Carreira em T&D frente às mudanças
ocorridas no setor devido às exigências dos novos perfis dos profissionais, trazendo
um pouco mais desse subsistema frente à estrutura do setor.
capítulo 1 • 17
Bohlander et al. (2005) apresenta uma figura destacando o papel do RH no
Desenvolvimento de Carreira, adaptada a seguir:
18 • capítulo 1
senvolvimento pessoal as empresas visam orientar individualmente seus
funcionários. Alguns exemplos: a General Motors possui o uma seção no
seu guia de desenvolvimento de carreira, denominado “O que você quer
que seu futuro seja?”, onde o funcionário realiza uma avaliação pessoal; a
General Electric desenvolveu também um conjunto de manuais, a fim de
explorar as questões de vida que afetam as decisões de carreira.
capítulo 1 • 19
fazem auto avaliações para aumentar a consciência das próprias atitudes e
valores de carreira, não focando nas habilidades e comportamentos asso-
ciados apenas a um cargo específico. São incentivados também a estender
seus pontos de vista, de modo a ampliar as oportunidades no mercado.
A busca pelo coaching deve se dar quando os colaboradores não são tão pro-
dutivos quanto deveriam, e isso pode estar relacionado à: falta de projeto profis-
sional, quando há falta de interesse pelo gestor, o network é limitado e restrito,
ou quando a carreira é gerenciada apenas pela empresa. A utilização do coaching
poderá ser eficaz no esclarecimento sobre a carreira, propondo que sua partici-
pação em equipes de trabalho poderá demonstrar todo seu potencial e ter seu
reconhecimento por isso, e, além disso, haverá a contribuição para todos os en-
volvidos da equipe, não sendo um ganho particular (BOOG e BOOG, 2006b).
O Treinamento e o Desenvolvimento têm o poder de fomentar o crescimen-
to das Organizações, através do crescimento das pessoas que a integram. E, ao
lado dos demais subsistemas componentes da estrutura da área de Recursos
Humanos, Treinamento e Desenvolvimento garantem equipes capazes, possi-
bilitando um crescimento ordenado e sistematizado das Organizações. Portan-
to, a partir do momento que os líderes passam a acreditar que o treinamento
trará resultados na perpetuidade e lucratividade da empresa, é a hora de estru-
turar um plano para alcançar as metas traçadas.
20 • capítulo 1
O plano começa a partir de fundamentos básicos: primeiro o treinamento
deve tornar a pessoa competente, e em segundo competência é a soma dos co-
nhecimentos, habilidades e atitudes (CHAs), que a próxima figura ilustra três
aspectos que se complementam para julgar o colaborador.
Competência
Saber Querer
Saber
Fazer Fazer
capítulo 1 • 21
• Melhorar o relacionamento interpessoal;
• Preparar as pessoas e a organização no que diz respeito à substituição e a
movimentação de pessoas; dentre outros.
Logo, cada vez mais o T&D se faz presente no dia a dia das pessoas, já que o
objetivo é um aprendizado constante da cadeia produtiva ao redor das empre-
sas. As mudanças são intensas e frequentes.
A área é considerada um dos pilares da gestão de pessoas, pois um treina-
mento bem aplicado proporciona autoestima elevada, aumenta a crença em
investimentos e de que a empresa vai prosperar. Assim, o funcionário aplica
o aprendizado não só no trabalho, mas também à sua vida, se tornando uma
pessoa motivada e gerando resultados positivos (RODRIGUES, 2011).
22 • capítulo 1
Até a década de 80 as atividades desenvolvidas eram voltadas para aumen-
tar a produtividade, então os profissionais envolvidos focavam nos estudos dos
tempos e movimentos com foco mais no cargo, portanto operacional.
Para cumprir as atividades de T&D, as empresas desenvolveram um concei-
to-padrão, cuja estrutura organizacional incluía (BOOG e BOOG, 2006b):
A atuação do profissional em T&D envolve toda pessoa que dirige outros indi-
víduos de maneira direta ou indireta, com objetivo de treinar, orientar, motivar,
sendo as possibilidades de responsabilidade por essas funções: a área de RH,
capítulo 1 • 23
agentes externos, como os líderes ou a própria área de T&D. Em qualquer uma
tem de haver a identificação e satisfação das demandas, continuidade e controle
das ações realizadas e a avaliação dos resultados (ADMINISTRADORES, 2010).
Boog e Boog (2006b) ampliam o estudo e citam ainda o papel da liderança,
uma vez que eles funcionam como gestores de linha e a área de T&D como staff,
que também deve permear o desenvolvimento sobre três aspectos questiona-
dores a fim de atingirem a eficácia:
1. Tarefa: qual é o desafio específico imposto pela atividade em si e quais
são os fatores associados;
2. Indivíduo: quais são as características dos indivíduos que podem con-
tribuir ou dificultar a consecução dos objetivos;
3. Equipe: qual é o grau de comprometimento em relação às metas esta-
belecidas, bem como o grau de confiabilidade entre os pares (BOOG e
BOOG, 2006, p. 227).
24 • capítulo 1
As ações devem estar vinculadas à estratégia organizacional e aos objetivos
esperados pela empresa. A promoção de eventos que estimulem o senso de
equipe, o compartilhamento e a interação entre os setores e as pessoas, tam-
bém fazem parte do incentivo que o T&D deve fornecer ao quadro funcional
para agirem dentro de um senso comum.
capítulo 1 • 25
currículo acadêmico, ou seja, uma experiência e vivência na graduação impecá-
vel. O mais importante a ser destacado aqui são as relações interpessoais que
esses profissionais devem apresentar, pois estarão lidando com pessoas a todo
o momento. Mais do que qualquer formação ou diploma, eles devem se preo-
cupar em como seu conhecimento poderá contribuir para o aprimoramento e
aperfeiçoamento das pessoas.
A partir de pesquisas em anúncios de emprego para a área foi observado que
o interesse e busca por estes profissionais têm aumentado e que a experiência
tem sido um pré-requisito até mais importante do que a formação acadêmica,
o que se justifica uma vez que a carreira na área de T&D só se consolidou nas
últimas duas décadas. O que acarretou em salários mais atrativos desde os ana-
listas (em torno de R$ 2.000,00) gestores (R$ 4.000,00 mensais) e diretores e
superintendentes (por volta de R$ 15.000,00).
Em geral as empresas diante deste cenário têm buscado ajuda de consulto-
rias especializadas para recrutar e selecionar estes profissionais.
Boog e Boog (2006a) destacam que o conhecimento é primordial, sendo a
base para o sucesso em diversas situações cotidianas. Os autores afirmam tam-
bém que é comum:
26 • capítulo 1
1.2.2 O Papel e as Competências do Analista de T&D
capítulo 1 • 27
Etapa 3: Perfil de competências exigidas pela organização aos profissionais
da área de Treinamento de Pessoal. As competências ou expertise exigidas
desse profissional são: competência técnica; dominar/conhecer as novas
tecnologias disponíveis no mercado de T&D; dominar/conhecer conceitos
fundamentais da área; ser persistente e paciente; ter visão crítica e analítica;
ser um negociador hábil; visão sistêmica; saber administrar conflitos; ser
ético; possuir empatia.
Etapa 4: O que as empresas esperam delas mesmas e dos seus RHs e, no li-
mite, esperam que a área de treinamento de pessoal possa ajudar/prosperar?
28 • capítulo 1
O instrutor deve apresentar algumas características ou qualidades pessoais
para alcançar sua eficiência. Suas aptidões, valores e atitudes determinarão seu
estilo de ensino.
Após analisar as pessoas, as tarefas e a empresa, o quadro das necessidades
de treinamento fica mais completo. Assim, podem-se elencar os resultados de-
sejados, através dos objetivos instrucionais. Estes descrevem as habilidades ou
conhecimentos a serem adquiridos e/ou as atitudes que devem ser modifica-
das. Uma formulação com clareza será capaz de fornecer uma base segura para
decidir quais materiais e métodos serão utilizados, e como o treinamento será
avaliado quanto a sua eficiência ou não (BOHLANDER et al., 2005).
Benefícios como menor rotatividade, aumento da produtividade, diminui-
ção dos custos de recrutamento e treinamento, são alguns dos acréscimos às
empresas que os instrutores são capazes de atingir se forem eficientes.
.
ATIVIDADE
1. Com relação aos conceitos de treinamento, desenvolvimento e educação
considerem as afirmativas abaixo.
capítulo 1 • 29
REFLEXÃO
No capítulo 1 apresentamos um breve histórico de evolução da área de T&D, contextualizando as
transformações no ambiente corporativo, provocadas pelas mudanças no mercado e as influên-
cias nos processos organizacionais. Assim esperamos que o aluno possa entender a importância
do subsistema de Treinamento e Desenvolvimento dentro da estrutura da área de Recursos Hu-
manos e principalmente as possibilidades de carreira que estão presentes neste contexto.
Além disso, espera-se que o acadêmico possa ser capaz de refletir sobre as razões pelas
quais as empresas treinam seus colaboradores, sendo a principal, a competência para ca-
pacitar indivíduos para o exercício de novas habilidades ou melhorar as antigas. A empresa
treina também com o intuito de aumentar a produtividade.
Outras razões também podem ser descritos a seguir (LACOMBE, 2005):
• ao ser admitido, o colaborador não conhece as particularidades da organização, pois
foi selecionado por suas qualificações gerais. Contudo as empresas possuem políticas,
normas, regras, técnicas e planos específicos que precisam ser aprendidos, portanto
ensinados;
• para atrair, manter e reter talentos é necessário treiná-los para a execução de suas
funções;
LEITURA
Treinar ou Desenvolver Pessoas?
Fonte: COSTA, V. Treinar ou Desenvolver Pessoas? Disponível em: <http://profvalmirh.blo-
gspot.com.br/2011/06/treinar-ou-desenvolver-pessoas.html>. Acesso: 28 Set. De 2014.
30 • capítulo 1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADMINISTRADORES. Entenda a diferença entre Coaching e Mentoring. Disponível
em: <http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/entenda-a-diferenca-entre-coa-
ching-e-mentoring/53772/. Acesso em: 17 de Set. 2014.>
GIL, A. C. Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Átlas,
2001.
INFOJOBS. O que faz um Analista de Treinamento. Disponível em: < http://www. Info-
jobs .com.br/artigos/Analista_de_Treinamento__2792. aspx>. Acesso em: 30 de Set. 2014.
capítulo 1 • 31
nos/treinamento-e-desenvolvimento-td-nas-organizacoes/>. Acesso em: 01 de Out. 2014.
SENTE, P. M. Quinta Disciplina: arte e prática da organização que aprende. 23ª Ed. – Rio
de Janeiro: Best Seller, 2008.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
Boog e Boog (2006), afirmam que há um consenso de que as pessoas estão no âmago das
estratégias das empresas que querem continuar com vantagens competitivas, à frente dos
concorrentes, e nesse contexto a área de Recursos Humanos se destaca, tendo o Treina-
mento e Desenvolvimento como ênfase.
Gostaria de levá-los a pensar hoje acerca de quanto do que aprendemos em cursos de
graduação e nos treinamentos realizados em nossas organizações realmente utilizamos no
nosso cotidiano do trabalho. E fazer uma rápida reflexão sobre o papel e a importância dos
instrutores de treinamento e desenvolvimento no sucesso deste processo.
Observa-se então que diferentes tipos de treinamento e desenvolvimento podem benefi-
32 • capítulo 1
ciar a empresa ao reduzir os custos de rotatividade de funcionários, aumentando a capacida-
de produtiva e a satisfação deles, gerando um resultado positivo para a organização.
Ao focar os funcionários, o treinamento visa criar uma ponte com as empresas. Um passo
importante nessa transição é levar em consideração a aprendizagem. O sucesso ou o fracas-
so de um programa de treinamento está comumente ligado aos princípios da aprendizagem,
e quais materiais e métodos que foram utilizados (BOHLANDER et al., 2005).
A efetividade do aprendizado no treinamento está relacionada aos seus princípios, assim
no próximo capítulo abordaremos mais sobre essa temática.
capítulo 1 • 33
2
O Processo
de Ensino
Aprendizagem e sua
Contribuição
2 O Processo de Ensino Aprendizagem e sua
Contribuição
36 • capítulo 2
OBJETIVOS
• Compreender o processo de ensino-aprendizagem e da importância da educação nas
corporações;
• Distinguir os tipos de aprendizagem e de educação;
• Diferencia a aprendizagem mecânica da significativa;
• Entender o que é andragogia;
• Assimilar os elementos que facilitam o processo de ensino-aprendizagem e como a
ansiedade pode influenciar no aprendizado;
• Diferenciar a instrução com base nas oportunidades que cada indivíduo consegue possuir..
REFLEXÃO
É importante diferenciar educação como um produto e processo. Sendo considerada como
produto a partir das instruções que recebemos e produto o ato ou efeito de nos educarmos
ou educar alguém. Na maior parte do tempo, os comportamentos das pessoas são o resul-
tado de hábitos, de rotinas e pensamentos prontos que elas adotam. Com os resultados
obtidos as pessoas passam a conservar esses hábitos, mas às vezes eles se revelam insu-
ficientes. Logo, as pessoas passam a tomar consciência das dificuldades que estão enfren-
tando e buscam soluções mais adequadas das que elas já possuem, ou seja, enfrentam uma
situação de aprendizagem.
Assim, adicionalmente, devem-se perceber as ações de treinamento como também voltadas
para a valorização das pessoas, que são os principais agentes da transformação organizacio-
nal em busca da excelência e da satisfação dos clientes.
Vocês já pararam para pensar nesse conceito e em como ele está presente em sua vida
desde o nascimento?
Convido-os agora para uma reflexão acerca do tema! Sejam bem-vindos!
capítulo 2 • 37
Uma Organização bem-sucedida é aquela que acredita e investe na educa-
ção plena dos seres humanos componentes do seu quadro efetivo que executa
as tarefas dentro dos processos.
Ao estudar Treinamento e Desenvolvimento (T&D), observamos que exis-
tem inúmeras variáveis envolvidas, já que o estudo está pautado nas pessoas e
nos seus processos de aprendizagem. Isso acaba sendo complexo e envolve fa-
tores psicológicos. Esse processo, como o próprio nome diz, envolve o ensino,
a aprendizagem e a avaliação.
Lopes (2013) afirma que a nova estrutura organizacional caminha para a adoção de um
modelo híbrido, onde as empresas compartilham a responsabilidade do ensino-aprendi-
zagem, antes exclusividade da academia. A educação contemporânea assume a conver-
gência entre as modalidades presencial e a distância como mecanismo de efetividade
no suporte metodológico ao ensino-aprendizagem. A mudança nos horizontes espacial e
temporal da educação são refletidos no compartilhamento e na disseminação do conheci-
mento com outras instituições, antes exclusividade das universidades. As empresas pas-
sam a assumir importantes papeis no desenvolvimento de pessoas, tornando as fronteiras
organizacionais mais permeáveis e diminuindo a distância entre mercado e academia.
Trata-se de uma mudança de paradigma que exige das pessoas e das organizações cada
vez mais agilidade, flexibilidade, competência social e criatividade.
38 • capítulo 2
4. Processo contínuo: a aprendizagem começa desde quando estamos no
ato da amamentação até o dia em que morremos.
5. Processo global: envolve qualquer mudança no comportamento do in-
divíduo.
6. Processo dinâmico: ocorre quando o conhecimento é transmitido atra-
vés de atividades físicas, mentais e emocionais, como cases que profes-
sores utilizam para debater sobre empresas em salas de aulas, leituras
de textos, etc.
7. Processo cumulativo: é todo conhecimento que vai sendo como uma ba-
gagem pessoal, ou seja, todo aquele acumulado adquirido.
8. Processo gradativo: o ser humano aprende aos poucos, paulatinamente,
não aprendendo tudo de uma só vez. Por isso que quando há um funcio-
nário novo na empresa, ele é acompanhado por um período que pode ir
de semanas à meses, e não apenas um dia.
9. Processo pessoal: cada pessoa tem seu tempo e sua maneira de apren-
der, é por isso que bebês possuem idades diferentes para engatinhar ou
andar, ou mesmo quando vemos pessoas mais amadurecidas em suas
emoções em diferentes idades. Ou seja, a aprendizagem não acontece
de maneira igual para todo mundo.
capítulo 2 • 39
necessário entender as atividades da inteligência, memória, percepção
ou motivação para explicar ou entender o comportamento humano.
Para ele, bastava descobrir quais estímulos ou acontecimentos tem
efeito positivo na probabilidade de aparecer tais comportamentos. Ou
seja, a aprendizagem consiste em uma modificação de um comporta-
mento em consequência de um condicionamento.
2. Abordagem Cognitiva: essa vertente enriquece a abordagem behavioris-
ta acrescentando as capacidades intelectuais, disposições pessoais, es-
tilos de aprendizagem, fatores genéticos, etc. As novas aquisições não
presumem necessariamente o surgimento efetivo de novas condutas.
Para eles, a potencialidade é que reside a aprendizagem, pois só quan-
do o conhecimento é adquirido que podem ocasionar condutas poten-
ciais. Ela se apoia na experiência passada da pessoa, em seus diversos
mecanismos de adaptação, imaginação e criatividade. Piaget foi uma
das mais importantes contribuições dentro desse tema.
Muitas pessoas já ouviram o termo cognição, mas vocês sabem o que ele realmente
significa? A cognição está relacionada com o processo de aquisição de conhecimento.
Envolve fatores diversos como o pensamento, a linguagem, a percepção, a memória, o
raciocínio etc., enfim, tudo que faz parte do desenvolvimento intelectual. É um processo
através do qual o mundo dos significados tem origem. À medida que o indivíduo se situa
no mundo, estabelece relações de significação, isto é, atribui significados à realidade
em que se encontra. Esses significados não são entidades estáticas, mas pontos de
partida para a atribuição de outros significados. Tem origem, então, a estrutura cogniti-
va (os primeiros significados), constituindo-se nos “pontos básicos de ancoragem dos
quais derivam outros significados”.l
40 • capítulo 2
da assimilação. Piaget acredita que o equilíbrio é uma estrutura mental
nunca permanente, pois uma cognição pode ser desequilibrada a qual-
quer momento e logo após um curto período, ser reconduzida a um novo
equilíbrio ou novo aprendizado.
• Aprendizagem por redução da dissonância cognitiva: é uma incompati-
bilidade entre as ideias que têm a pessoa a respeito de um objeto, indiví-
duo ou de uma situação, com um objeto, indivíduo ou uma situação. Isso
acaba exigindo um esforço por parte da pessoa, por ela ter que conciliar
as suas ideias aos elementos externos, pois a dissonância causa um esta-
do de desconforto e tensão psicológica.
• Aprendizagem por observação: Bandura apud Morin e Aubé (2009) afir-
mou que esse tipo de aprendizagem passa por 4 estágios – etapa de aten-
ção, da memorização, da reprodução e o reforço. A atenção é:
[...] a etapa ao longo da qual o indivíduo observa o modelo para saber como fazer o que
está sendo feito; o grau de atenção que ele dá aos comportamentos do modelo e sua
motivação para imitá-lo vão influenciar os resultados da aprendizagem. A memoriza-
ção corresponde à etapa em que o aprendiz analisa as ações a empreender, faz uma
representação mental delas e as memoriza. A capacidade do indivíduo de perceber
com exatidão as ações que deve executar, sua capacidade de memorizá-las e reprodu-
zi-las mentalmente determina os resultados da aprendizagem. A reprodução consiste
em fazer tal como faz o modelo, em praticar concretamente o saber-fazer e ser capaz
de utilizá-lo. Por fim, reforços são dados, quando o indivíduo pretende consolidar sua
experiência (MORIN e AUBÉ, 2009, p. 176).
capítulo 2 • 41
aprendizagem é um processo dialético que integra a experiência com a
teoria, a reflexão e a ação. Ele acredita que as pessoas aprendem quando
comparam suas ideias abstratas com sua experiência concreta, colocan-
do-as à prova e refletindo. Já Lewin acredita que uma pessoa deve realizar
experiências e receber feedbacks da sua performance, podendo analisar
a veracidade da sua teoria e possibilitando modificá-la. Kolb desenvol-
veu o seu ciclo de aprendizagem, que inicia na experiência concreta, pas-
sando pela observação, reflexão, formação de conceitos e de leis gerais e
a experimentação ativa. A figura a seguir retrata esse ciclo.
Apreensão
Extensão
Intenção
Experimentação Observação
Ativa Reflexiva
Compreensão
42 • capítulo 2
2.3 O Significado da Educação
capítulo 2 • 43
É um processo educacional planejado para obtenção de Aprendizagem aproveitável
nos processos produtivos. Para iniciar a abordagem estratégica da educação profis-
sional é necessário que esta definição seja desmembrada em ações que possibilitem
cumprir cada um de seus aspectos (BRAGANÇA, 2014).
CONEXÃO
Para saber mais sobre o ensino religioso acesse o link: <http://www.artigonal.com/religiao-
-artigos/a-historia-do-ensino-religioso-no-brasil-709656.html>
44 • capítulo 2
Em 1942 são regulamentas as Leis Orgânicas da Educação Nacional e surgem o Servi-
ço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e, em 1946 o SENAC, Serviço Nacio-
nal de Aprendizagem Comercial. Ainda neste ano, o governo Vargas criou o conceito de
menor Aprendiz que, agregado aos fatores já descritos, consolidou o ensino profissional
no Brasil (BRAGANÇA, 2014).
Treinamento
Mudanças na
Aprendizado
empresa
Mudanças de
comportamento
capítulo 2 • 45
2.5 Aprendizagem como Objeto de Estudo
Mecânico Significativo
46 • capítulo 2
Quando já vivenciamos alguma experiência, ou aprendizado, algo conheci-
do se torna mais significativo à medida que o conhecimento é expandido. Por
exemplo, quando estudamos história no colégio, e temos a oportunidade de
vivenciar o que estudamos na prática, visitando os locais onde ocorreram as
guerras, as conquistas, etc., o conhecimento se torna muito mais significativo,
e, portanto mais facilmente assimilado.
Com as investigações sobre cérebro, poder da linguagem e das emoções,
uma linha de iniciativas dentre estudos e publicações acerca do valor do conhe-
cimento foi criada, e com isso, foi possível analisar os impactos nas relações de
trabalho, nas maneiras pela qual a organização pode se formar, e na valorização
do pessoal, que passam a ser considerados as peças fundamentais para o fun-
cionamento da empresa (BOOG e BOOG, 2007).
Diante desses avanços, alguns desafios nasceram como Boog e Boog (2007,
p. 137) sugerem:
• A motivação e os sentimentos são aspectos quando se quer desenvolver a
si mesmo aos outros: aprende-se somente aquilo que se quer aprender,
logo, em uma organização, a aprendizagem implica diálogo e negociação
entre os colaboradores, sejam eles mestres ou aprendizes; aprende-se de
diversas formas, logo, é necessário um modelo abrangente, que consi-
dere e respeite a diversidade e que enfatize tanto os aspectos cognitivos
como os emocionais;
capítulo 2 • 47
• Cada vez mais os empregados terão de assumir responsabilidade pelo
seu desenvolvimento pessoal e sua progressão nas empresas onde traba-
lham. Eles deverão estar se perguntando sempre: qual o valor agregado
do meu trabalho nesta organização? Estou mantendo a capacidade de
ser empregado? Que nova habilidade está adquirindo? Qual é o meu pro-
jeto para o futuro e de que forma minha carreira está relacionada com
ele? (BOOG e BOOG, 2007, p. 137).
A estrutura do conteúdo deve seguir do modo mais “simples” para o modo mais
“complexo”, direcionando os treinandos à compreensão do que está sendo
abordado. Os treinandos por sua vez devem seguir o caminho da DESCOBER-
TA, realizando perguntas, investigando, experimentando, atitudes que incenti-
varão seu aprendizado.
O erro deve ser instrutivo. O instrutor deverá reconstituir com o aprendiz o cami-
nho de seu raciocínio para encontrar o momento do erro e a partir daí reconduzi-lo
ao raciocínio correto. O trabalho do instrutor é um verdadeiro trabalho de tradução:
da linguagem do conhecimento para a linguagem da prática.
Se um treinando tem pouca experiência de uma coisa que lhe pedem para
estudar, tal estudo poderá não ter qualquer significação para ele. Se não se pro-
ceder a uma retificação, toda a aprendizagem que ocorrer será, em sua grande
parte, decorado. Mas como os esforços para memorizar envolve usualmente ob-
tenção de significado, o treinando a quem faltava antecedentes apropriados po-
derá agarrar-se a qualquer indício ou associação, por mais tênue que seja. Quan-
do não existe um significado ao alcance do treinando, este não dispõe de meios
para ajuizar sobre a propriedade da resposta.
Logo, alguns elementos são tidos como facilitadores do processo de ensino-
-aprendizagem, como será visto no item a seguir.
48 • capítulo 2
2.7 Elementos Facilitadores do Processo Ensino-Aprendizagem
capítulo 2 • 49
do autodesenvolvimento. Aulas expositivas não produzem o efeito esperado de
retorno à empresa (REICHEL, 2008).
Um quadro trazido por Witte apud Reichel (2008) traz algumas características
da aprendizagem, e o comportamento que os adultos possuem em relação à elas.
CARACTERÍSTICAS DA
ANDRAGOGIA
APRENDIZAGEM
50 • capítulo 2
4. Um outro ponto é mostrar os resultados esperados quanto ao desem-
penho dos treinandos, orientando o comportamento deles durante as
atividades.
capítulo 2 • 51
2.9 Premissas de Treinamento e Desenvolvimento
Uma pesquisa realizada pela ASTD nos EUA comprovou, estatisticamente, que
investir no capital humano é essencial e se configura como um diferencial para
competir em um mercado globalizado. Assim, pela conseguiu comprovar que
o investimento em capital humano, em aprendizado e performance, dá lucro.
Assim olhar para as práticas das organizações de ponta, e que estão em destaque
nas publicações das mais importantes revistas de RH ou na grande mídia nos faz
perceber que elas estão preocupadas as melhores práticas e técnicas de performan-
ce e benchmark, as quais fazem outras organizações sofrerem para adquiri-las.
CONEXÃO
Explore e conheça mais sobre esse assunto acessando o link: <http://www.brasilescola.com/
sociologia/classes-sociais.htm>.
2.10 Treinandos
52 • capítulo 2
O instrutor pode se defrontar com treinandos desmotivados e desinteressados,
por isso, é importante que ele deixe claro a importância do aprendizado contínuo.
Ao convocar um funcionário para o treinamento, este deve ser criativo, dinâmico,
atrativo. Conhecer os pontos fortes e fracos desses funcionários, através dos seus
superiores, pode fazer com que os objetivos sejam melhores alcançados. Usar a
motivação, como palavras agradáveis ao grupo, e dinâmicas que permitam uma
maior socialização, permitem a fortificação dos treinandos (RH PORTAL, 2013).
2.11 Ansiedade
[...] o estresse vem do fato de que eles estão começando uma nova etapa na vida, ou re-
começando algo que estava estacionado há muito tempo e por isso a responsabilidade e
o medo de errar podem interferir, principalmente em tarefas muito complexas. Os alunos
adultos e idosos não gostam de demonstrar suas emoções negativas relacionadas às
suas dificuldades de aprendizagem. O estresse, porém é revelado através do pensamento
confuso, o discurso repetitivo, a gagueira, a dificuldade sensorial, o isolamento, a recusa
de fazer essa ou aquela atividade (SÉ, 2014).
capítulo 2 • 53
aparecer por meio de pensamentos desordenados, o discurso redundante, ga-
gueira, o isolamento, a até a se negar a fazer determinada tarefa.
Logo, ao que parece, o nível de ansiedade é uma importante variável na
aprendizagem, e existem diferenças estáveis em ansiedade entre indivíduos.
Mas, ao contrário da inteligência, cuja relação com o desempenho é quase uni-
forme em todos os tempos e lugares, e para todas as disciplinas, a ansiedade
mostra diferentes relações com o desempenho e a aprendizagem, para diferen-
tes matérias e situações. Em geral, a alta ansiedade prejudica o desempenho,
mas não uniformemente.
CONEXÃO
Explore e conheça mais sobre esse assunto acessando o link: <http://www.brasilescola.
com/sociologia/classes-sociais.htm>
54 • capítulo 2
ATIVIDADE
1. Sobre Teorias da Aprendizagem, é correto afirmar que:
f) A maior contribuição para os estudos da abordagem cognitiva foi Piaget.
g) John Dewey acreditava na importância do feedback sobre performances.
h) 70% dos conhecimentos dos empregados são adquiridos de maneira formal.
i) O ciclo de como aprender segue a linha: Experiência → Motivação → Aquisição de
condutas eficazes.
j) A noção de equilíbrio é central na teoria de Skinner.
3. Há algumas regras que devem ser avaliadas por uma organização compro-
metida com a aprendizagem contínua. Nessa perspectiva, analise as regras
expostas abaixo.
I. Os problemas de hoje provêm das soluções de ontem.
II. Causa e efeito estão intimamente relacionados no tempo e no espaço.
III. Pequenas mudanças podem produzir grandes resultados.
IV. Quanto mais se insiste, menos o sistema resiste.
capítulo 2 • 55
4. Foi solicitado ao técnico administrativo que realize as ações relativas à
aprendizagem autodirigida de um funcionário recém-contratado. Caberá ao
técnico:
a) providenciar, de forma organizada, instruções, livros, manuais, vídeos e questões indi-
cadas pelo supervisor.
b) colocar o recém-contratado em contato com o funcionário experiente, indicado para
acompanhá-lo.
c) disponibilizar computador e senha de acesso à sala de aula virtual para participação
nas seções interativas.
d) assegurar a disponibilidade do palestrante, da sala de aula, dos materiais e equipa-
mentos adequados.
e) alocar o empregado em diversos postos de trabalho por curtos períodos para adquirir
habilidades.
REFLEXÃO
Como pudemos notar a aprendizagem é uma modificação de uma capacidade de um indi-
víduo ao realizar uma tarefa em consequência de sua interação com algum ambiente novo.
Dentro do contexto corporativo podemos mencionar a importância da aprendizagem organi-
zacional para a vantagem competitiva e sobrevivência das empresas.
O aprendizado sempre exerceu um papel importante no desenvolvimento dos povos, seja nas
áreas pessoais, profissionais, sociais. Como temos a vinda da globalização e das mudanças
tecnológicas, a exigência de adaptações rápidas está cada vez mais forte.
Devemos lembrar que o funcionário passou de um simples executor de tarefas para
uma pessoa possuidora de conhecimentos e valores que podem manter a sobrevivência
da empresa. É por isso que muitas vezes encontramos o termo “colaboradores” ao invés de
funcionários.
Quando possuímos um autoconhecimento bem consolidado, conseguimos definir onde
queremos chegar e qual o meio que nos cerca, e assim, quando compartilhamos uma vi-
são, criando um sentimento de coletividade, algumas atividades passam a ser coerentes e a
aprendizagem serve para que elas sejam realizadas da melhor maneira possível.
Há uma relação entre sucesso pessoal e profissional. Por isso, não devemos deixar a
inércia tomar conta de nossos seres. O comprometimento em realizar as ações, estimulando
reflexões, criando ambientes propícios à aprendizagem, são fatores que fazem a diferença.
56 • capítulo 2
Além disso, as diferenças individuais devem ser respeitadas, e o tempo de aprendizagem
de cada um também. Fazendo uma analogia e pensando em uma orquestra, com diferentes
instrumentos, distintas notas, sabemos que apesar desses fatores, há uma harmonia final
surpreendente. Por que nas empresas seria diferente?
Os treinamentos tem esse papel fundamental de educarem os colaboradores às novas de-
mandas exigidas. Apesar de inúmeras correntes que a aprendizagem possui, com diferentes
abordagens, a mescla dessas teorias pode levar a um resultado mais positivo. Para isso o instrutor
deve estar aberto às correntes pedagógicas, deixando o treinamento da maneira mais didática e
dinâmica possível. Lembrando da importância de se conhecer previamente o perfil do grupo que
será submetido aos treinamentos, e da avaliação final quanto aos resultados alcançados.
Por fim, a maior dica que podemos obter é de nunca estagnarmos. Devemos buscar o
conhecimento, agregar valores, pensar sempre em se reciclar. O desempenho de hoje é
produto da aprendizagem de ontem e o desempenho de amanhã é resultado da aprendiza-
gem de hoje.
LEITURA
SANTOS, R. M. A importância da aprendizagem na vida do indivíduo. Disponível
em: < http://www.debatesculturais.com.br/a-importancia-da-aprendizagem-na-vida-do-indi-
viduo/>. Acesso em: 17 de Out. 2014.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARTIGONAL. A história do Ensino Religioso no Brasil. Disponível em: <http://www.ar-
tigonal.com/religiao-artigos/a-historia-do-ensino-religioso-no-brasil-709656.html>. Acesso
em: 25 de Out. 2014.
capítulo 2 • 57
BOOG, G.; BOOG, M. Manual de Treinamento e Desenvolvimento: gestão e estratégias.
1 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. 262 p.
MORIN, E.M.; AUBÉ, C. Psicologia e Gestão. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 394 p.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
A comunicação é fator primordial para a ocorrência da aprendizagem. Sem ela, não seria possível
a obtenção de conhecimento tanto pessoal, quanto profissional.
Sabemos que a tecnologia trouxe a facilidade dos meios de comunicação. Hoje podemos
nos comunicar com pessoas que estão quilômetros de distância de nós, com uma facilidade
incrível. Basta um equipamento como computador, tablets, celulares, e uma internet.
58 • capítulo 2
Como as informações são a parte fundamental da estratégia de uma empresa, elas devem de-
senvolver bancos de dados e sistemas de informação de forma consistente e atualizada a fim de
caracterizar a base da tomada de decisões que elas realizam. Além disso, o instrutor deve saber
passar seu conteúdo de maneira clara e objetiva, a fim de que a comunicação das informações
não seja comprometida.
No próximo capítulo trataremos mais profundamente sobre o processo de comunicação e
suas distintas formas de ocorrência, a importância do instrutor nesse processo. Discorrere-
mos mais a respeito de técnicas de apresentação, e algumas dicas para evitar o nervosismos,
o “branco” do esquecimento, problemas com equipamentos.
capítulo 2 • 59
3
A Atuação Práticas
Dos Instrutores
3 A Atuação Práticas Dos Instrutores
Os profissionais que trabalham na área de T&D contribuem para a eficácia e
eficiência do processo, a partir do conhecimento e da experiência técnica, além
de necessariamente precisarem apresentar competências comportamentais
consideradas essenciais para o desempenho de uma atividade de interface que
é a capacitação de pessoas. O trabalho na área de T&D requer a pratica da sensi-
bilidade, empatia e a expertise do conhecimento técnico.
Assim, pela natureza da atividade da área de T&D (vinculada à atividade educacio-
nal) se requer algumas características técnicas e/ou comportamentais dos pro-
fissionais que atuam nesta área. Este profissional funciona como elemento de
“ligação” entre as ideias da área estratégica e operacional. É ele quem facilitará
o processo de absorção das informações, qualificando o sujeito para o exercício
da função. Por isso a necessidade de abordar o processo de comunicação. E os
aspectos deste assunto relacionados à atuação dos Instrutores de treinamento.
Diante dessa perspectiva, este capítulo apresentará um panorama sobre o
processo de comunicação no mundo atual e sua importância para as pessoas
que atuam na área de Treinamento e Desenvolvimento nas organizações. Bem
como iremos abordar a atuação do instrutor no ambiente de comunicação e
tecnologia e a apresentação de técnicas antigas e atuais de apresentação como
ferramentas que devem ser conhecidas e praticadas pela área de T&D no con-
texto da estrutura do setor de Recursos Humanos.
Sejam bem vindos e bons estudos!
OBJETIVOS
• Apresentar o processo de comunicação no mundo atual.
• Entender a importância do processo de comunicação para a área de T&D.
• Mostrar a atuação do instrutor no ambiente da comunicação e tecnologia.
• Apresentar as técnicas antigas e novas de apresentação como ferramentas relevantes
para a área de T&D.
• Perceber a importância do domínio e cuidados do instrutor deve ter no momento da co-
municação.
62 • capítulo 3
REFLEXÃO
A comunicação é algo tão antigo quanto a origem dos seres vivos, pois sabemos que até os ani-
mais exercitam o processo de se comunicar de maneira muito peculiar à sua espécie, (através
de delimitação dos espaços, cortejando para o acasalamento, na tentativa de intimidação de
algum agressor/invasor, etc.). Tudo passa pela comunicação. Já parou para pensar?
Todos os grupos precisam da comunicação para transmitir significado entre seus integrantes.
Mas a comunicação não é só isso, pois se dá a partir de uma da possibilidade de compreen-
são da informação que está sendo transmitida. Em um grupo em que o indivíduo fala apenas
alemão e os demais não sabem o idioma, não haverá compreensão (ROBBINS, 2005).
As pessoas se comunicam torno de 70% do tempo em que estão acordadas, sendo assim,
podemos dizer que a comunicação ou a falta de comunicação pode gerar problemas sérios.
E nas organizações não é diferente.
A comunicação perfeita só seria possível se houvesse transmissão do pensamento na ín-
tegra de um indivíduo para o outro. Mas como esta é uma situação impossível (ainda não
temos ferramentas para que isto aconteça!), vamos entender um pouco sobre o processo
de comunicação e sua complexidade. Vamos nos aprofundar nos estudos desta temática!
capítulo 3 • 63
3.1 Processo de Comunicação
64 • capítulo 3
pesos a cada um dos critérios, os quais estão envolvidos na tomada de decisão
para resolução do problema em questão. Assim, após a execução destes passos,
alternativas são desenvolvidas e avaliadas para que se possa escolher a melhor
delas, a fim de que o resultado seja a solução eficiente e eficaz do problema.
Diante do exposto anteriormente, entender o processo de comunicação se
torna importante, principalmente para as pessoas envolvidas com a área de T&D.
Uma vez que a área de T&D passa atuar mais como staff (apoio) ao gerente, passa
a incorporar a função de educador. Neste momento, se comunicar torna-se uma
habilidade extremamente essencial para que os resultados sejam alcançados.
Segundo Robbins (2005), o processo de comunicação é composto por par-
tes, entre elas:
• fonte de comunicação;
• codificação;
• mensagem;
• canal;
• decodificação;
• receptor;
• ruído;
• feedback.
Codifica Decodifica
o significado o significado
desejado percebido
Ruido
Retroação
capítulo 3 • 65
ATENÇÃO
Dicas para um bom feedback: deve referir-se ao comportamento e não a pessoa e dirigido
para comportamentos passíveis de modificação; ser descritivo e específico, solicitado, oportu-
no, bem como claro e objetivo
66 • capítulo 3
Após as explanações sobre o processo de comunicação, chegou a hora de
apresentarmos a comunicação organizacional. A comunicação é um dos pilares
de sustentação de uma organização. Dentro do T&D, a maior responsabilidade
está inserida nos Instrutores. Esta responsabilidade é ampliada no sentido do
profissional buscar constante atualização com os meios de T&D disponíveis e,
principalmente, de considerar a utilização destes, dentro do ambiente de ensi-
no-aprendizagem e como ferramenta estratégica dentro das organizações.
CONEXÃO
A importância na comunicação como ferramenta estratégica nas organizações. Para saber
mais sobre o assunto consultem o site disponibilizado a seguir: http://www.administradores.
com.br/artigos/marketing/o-processo-de-comunicacao-dentro-da-empresa/56412/.
capítulo 3 • 67
As organizações fazem uso das redes formais, informais (rede de rumores) e
meios eletrônicos para dinamizar a comunicação.
As redes formais são compostas de 3 tipos, como o de cadeia que segue uma
hierarquia de comando, de roda (depende da figura da liderança como condutor
central) e todos os canais (possibilita a comunicação ativa e em todos os níveis).
Redes de
Comunicação
Flexibilidade para
Lenta Lenta Muito rápida
mudança no cargo
68 • capítulo 3
3.1.1 Tendências na Comunicação
CONEXÃO
A importância das TICs para a estratégia do negocio pode ser melhor entendida a partir da
consulta ao site <http://www.efagundes.com/artigos/Contribuicoes_TIC_para_a_ Estrate-
gia_de_Negocios.htm>
capítulo 3 • 69
Aprender, facilitar, mediar e ensinar torna-se essenciais para todos, mas princi-
palmente para os profissionais da área de T&D. Pessoas informadas, direcionadas
e comprometidas com as metas da organização tem maior facilidade para enten-
der a relação entre a sua dedicação ao treinamento e os resultados alcançados.
70 • capítulo 3
que maneira ocorrem nas organizações a captação e absorção das informações
passadas no cotidiano pessoal e profissional
O reconhecimento do trabalho de profissionais dentro da organização que
mostram ser instrutores talentosos que estão conectados aos novos recursos
tecnológicos é fundamental para a continuidade e qualidade dos programas de
treinamento realizados pela organização.
Quando este profissional está ligado e consegue alinhar a velocidade de
crescimento da empresa com o crescimento do funcionário, cria-se um ciclo
positivo de desenvolvimento e comprometimento de todos nos resultados.
Quando isso não acontece, os funcionários percebem um desequilíbrio (por
exemplo, uma ascensão mais rápida da empresa). Para minimizar este dese-
quilíbrio percebido, o movimento crescente é interrompido e dá-se início a um
ciclo destrutivo, ou seja, a um sistema organizacional ineficiente e ineficaz cau-
sado pela minimização dos esforços gerais de funcionários (MARRAS 2010).
O treinamento já não pode mais ser visto com uma visão limitada ou frag-
mentada da nossa realidade. É necessário olhar para a totalidade dos fenôme-
nos e das contingências que exercem influencias em nossas vidas. A nova reali-
dade pede uma nova terminologia e métodos de trabalho na área de T&D.
Novos processos ou metodologias são necessários para lidar com empresas
mais enxutas. Com esse enxugamento, muitos serviços de apoio à gestão (en-
sino profissional) foram terceirizados a empresas especialistas em processos
de gestão de pessoas. Por isso, em muitas situações, os profissionais da área de
T&D estão fora da organização e não fazem parte mais do quadro de funcioná-
rios. E quando estão dentro precisam se preocupar com a gestão nas empresas,
com a atenção dirigida para o seu core business, portanto passando de uma
aprendizagem individual, para também uma aprendizagem coletiva, portan-
to da organização. Está ocorrendo uma migração da capacitação do indivíduo
para um processo de aprendizagem coletiva da organização.
Na era do conhecimento e surgimento das tecnologias, o treinamento como
aprendizagem individual já não é mais suficiente para atender às novas exigên-
cias do mercado que se tornaram globais, competitivas. Com isso, a aprendiza-
gem coletiva, ou seja, organizacional, tornou-se essencial para que as pessoas
possam acompanhar as mudanças que acontecem em ritmo frenético.
As empresas estão preocupadas em abastecer a organização com uma apren-
dizagem mais rápida e duradoura que possibilita modificações dos mapas or-
ganizacionais, ou atitudes e valores dos funcionários. Para que a mudança seja
bem-sucedida, os instrutores precisam propor parcerias com universidades,
capítulo 3 • 71
empresas, e outros profissionais que têm o olhar para o futuro. Especialmente
as escolas com perfil gerencial têm focado suas estratégias nas parcerias com
as empresas, pois descobriram que oferecer cursos “no atacado” é bem mais
vantajoso do que “no varejo”. Por isso, um novo perfil de profissionais da área
de T&D é urgente. Este novo perfil demanda equilíbrio entre o meio teórico, das
universidades, faculdades e o prático, das organizações.
O avanço tecnológico, com o auxílio da internet e intranets permitiu reduzir
tempo e dinheiro gastos no processo de ensino-aprendizagem. Estamos na era
virtual, onde tudo acontece de forma remota: a supervisão, a produção, a con-
ferência, a diversão.
Importantes mudanças vêm ocorrendo na forma como resolvemos proble-
mas, pensamos e decidimos sobre o mundo. As mídias hoje incentivam muito
mais a visão do que a leitura. Estamos sendo bombardeados por estímulos vi-
suais, de forma que as informações já vêm prontas para nós. O que faz com que
as pessoas se acomodem quanto ao à (falta de) hábito da leitura. Tanto é que
quando alguém não entende algo, pede ao professor: Desenhe, por favor!
Na época de atual, o repasse do conhecimento exigiu novas alternativas. Então
surgiram as abordagens de Kolb (modelo de aprendizagem vivencial), Argyris (cir-
cuito duplo de aprendizagem) e Nonaka & Takeuchi (1997). Estes últimos propõem
a transformação do conhecimento tácito em explícito (ou vice-versa a construção
do conhecimento, não só mais a partir da aprendizagem individual, mas também,
coletivo ou organizacional (BORGES-ANDRADE, 2006). Estes fenômenos de apren-
dizagem são interdependentes.
Segundo Nonaka & Takeuchi (1997 apud BORGES-ANDRADE, 2006) o co-
nhecimento tácito pode ser entendido como o conhecimento subjetivo (habi-
lidades, experiência intrínsecas à pessoa), que ainda não foi tirado da prática,
portanto difícil de ser passado para a outra pessoa. Já o conhecimento explícito
(objetivo), que pode ser facilmente codificado e decodificado em textos, grá-
ficos, figuras, desenhos, diagramas, assim como transferido e encontrado em
base de dados, tanto física quanto virtuais.
72 • capítulo 3
A transformação do conhecimento tácito em explícito e vice-versa é a base para a ori-
gem do conhecimento, mas que só acontece um ambiente que permite continuamente
transformação entre esses dois formatos. Nonaka & Takeuchi (1997 apud Borges-
-Andrade 2006). Segue abaixo o detalhamento em quatro modos: Socialização: aqui
o conhecimento tácito é difundido nas trocas de experiências, ocorre por observação,
imitação e prática. O conhecimento existe aqui quando as pessoas estão uma diante
da outra. Externalização: conversão, articulação de parte do conhecimento tácito em
explícitos. Ocorrem nas representações mentais dos conceitos tácitos (modelos e hi-
póteses construídas metafórica ou analogicamente). Elaborado de forma dedutiva ou
indutiva, registro dos conceitos da pessoa realizado por ela mesma. Aqui se usa e abusa
da rica linguagem figurativa ao expor os conceitos tácitos. Combinação: organização
sistemática (classificação, combinação, acréscimo e categorização) dos registros do
conhecimento explícito dos colaboradores para agregá-lo ao conhecimento explícito
da organização. Abordado por teorias de processamento de informação. Internalização:
incorporação de partes do conhecimento explícito da organização em conhecimento
tácito dos colaboradores.
capítulo 3 • 73
As organizações aprendem ao praticarem a Gestão do Conhecimento (GC),
que está firmada nas pessoas da organização e não em seus recursos físicos que
são, facilmente, copiados e pouco flexíveis às mudanças. O GC permite a cons-
trução de uma vantagem competitiva sustentável, que dificilmente será imita-
da pela concorrência. Sendo assim, a forma de treinar pessoas na organização
mudou drasticamente, e as organizações que quiserem permanecer de pé pre-
cisam correr atrás do prejuízo. Treinar habilidades e competências de forma in-
dividualizada ainda é necessário, pois é o início do processo de aprendizagem,
mas não é mais suficiente, pois as organizações precisam aprender e aprender
sempre. Contudo agora de forma coletiva, pois só assim poderá a organização
produzir um ciclo para geração de desenvolvimento sustentável.
Os analistas ou instrutores da área de treinamento estão tateando para en-
tender as implicações das sofisticações das mudanças tecnológicas, bem como
seus efeitos nos processos de ensino-aprendizagem nas organizações. Cada
evento de aprendizagem deve ser encurtado o que requer novas técnicas de or-
ganização, apresentação, recursos pedagógicos e reconceituações de currícu-
los e planos de aula uma tarefa que requer muitas pesquisas e determinação. A
velocidade com que as informações se tornam obsoletas exige uma atualização
constante de conhecimentos e práticas, em um ritmo às vezes frenético.
Um ponto de partida é a definição dos resultados que se deseja obter com o trei-
namento utilizado. Portanto, antes de dar a instrução da seleção dos procedi-
mentos instrucionais, é importante definir exatamente aonde se quer chegar, ou
seja, quais são os resultados que se quer obter com o treinamento. A formulação
correta dos objetivos formará um alicerce forte para a posterior escolha dos mé-
todos e materiais instrucionais, bem como a forma de avaliação do treinamento.
Após definido o objetivo, ou seja, a direção que se deseja seguir é importan-
te pensar em como é possível no momento da apresentação do conteúdo, mini-
mizar a dispersão e ampliar a possibilidade de foco do treinando, objetivando
uma maior retenção das informações apresentadas. Outro ponto importante
ao iniciar a apresentação é informar sobre a duração da ou se for ultrapassar o
tempo previsto informar e dar satisfação ao grupo.
Em seguida, o instrutor de treinamento precisa levar em consideração que
o treinando, na maioria das organizações não pediu para estar em treinamen-
74 • capítulo 3
to, porque muitas vezes é uma imposição da empresa. E ainda como agravante
possui um histórico educacional em que não encontraram na sala de aula, de
fato, oportunidades verdadeiras para aprender, mantê-lo atento durante todo o
tempo é uma tarefa dificílima para o Instrutor.
Portanto primeiramente a melhor forma de apresentação começa pela es-
colha do canal de comunicação pelo instrutor de treinamento. Os canais de co-
municação podem ser classificados em:
• Veículos visuais: para serem lidos ou vistos. Exemplos: imprensa (jor-
nais, revistas); outdoor (cartazes, painéis, luminosos); publicidade dire-
ta (folhetos, catálogos); exibições (displays, vitrines, exposições). Relató-
rios e boletins formais, memorandos e cartas, e-mails;
• Veículos auditivos: para serem ouvidos. Exemplos: rádio, esperas telefô-
nicas, canais internos, som ambiente, carros de som e alto-falantes. Dis-
cursos gravados; voice-mails; conversas telefônicas.
capítulo 3 • 75
Após a escolha do melhor canal é importante que instrutor se familiarize
com ele e busque desenvolver a habilidade de comunicação a partir do canal
escolhido. O instrutor precisa ter domínio sobre o conteúdo e habilidade para
utilizar o canal escolhida na apresentação das informações. Por exemplo: nada
de comportamentos tecnofóbicos. É preciso demonstrar habilidade no manu-
seio das tecnologias e dos equipamentos que serão utilizados. E caso ocorra à
falha de algum equipamento é importante pensar em uma segunda alternativa
e já deixar acessível outros canais que facilitarão sua apresentação.
Mesmo testando tudo com bastante antecedência, os problemas com equi-
pamentos podem surgir. Às vezes é a lâmpada do projetor que queimou ou, a
configuração do computador que não é compatível com o sistema de multimí-
dia. Planejar a apresentação pensando na possibilidade de ter que utilizar ou-
tros recursos ou nenhum recurso visual é importante. Por exemplo, no uso do
power point, sugere-se que sejam impressos os slides para caso seja necessá-
rio. Outro problema é quanto a não se atentar para a qualidade da imagem que
será projetada no Datashow, projetar imagens fora de foco ou não enquadrar as
imagens na tela é um equívoco. A precaução é inimiga dos erros, e não dá para
declarar que não teve tempo ou que preparou mal a apresentação, que os visu-
ais estão horríveis, que está nervoso, etc..
Com a crescente demanda por adquirir novas competências dentro das or-
ganizações, novas exigências surgem quanto à forma como são conduzidas a
aplicação e transmissão das informações, ou seja, como são apresentados os
conteúdos para que ocorra a aprendizagem da competência. A capacidade de
ensinar, ou seja, a habilidade didática para transmitir informações, bem como
as características pessoais dos instrutores influenciam sobremaneira os resul-
tados obtidos com os treinamentos.
No processo de aprendizagem, a comunicação é importante e acontece de
maneira verbal e não verbal. A comunicação é o processo de transmitir e re-
ceber ideias, impressões e imagens com o objetivo de se alcançar um perfeito
entendimento. O tom de voz e a velocidade são fatores importantes que inter-
ferem na forma como a mensagem que será transmitida. Se o instrutor fala rá-
pido demais, repetir as mensagens mais importantes usando outras palavras.
Quem não entendeu da primeira vez entenderá da segunda. Se falar devagar,
não desviar o olhar da turma nos instantes de pausas mais prolongadas. Após o
intervalo, voltar a falar com mais ênfase.
76 • capítulo 3
Atenção com a comunicação, se o instrutor possui algum problema com a
dicção (Embaralhar as palavras por falar depressa demais ou por problemas de
dicção, repetir-se em demasia, evitar cacoetes de dicção: “tá”, “ok”, “então”,
“né”, etc., como interromper frases com “eee”, “aaa” e palavras não cacoetes
(basicamente, por exemplo); usar “eu” demais durante a apresentação ou “vo-
cês” em vez de nós) ele deverá procurar um fonoaudiólogo, profissional que
poderá orientá-lo e dar dicas de como melhorar sua forma de falar. Por exem-
plo: podem-se corrigir problemas de dicção com dois exercícios bem simples.
Morder o dedo indicador e ler em voz alta o mais claro possível. Dois minutos
por dia bastam. Outra dica: ler poesias em voz alta. Além de melhorar a dicção,
pode ser muito romântico.
No trabalho do instrutor, espera-se que a comunicação verbal e a não ver-
bal estejam sincronizadas (Fazer gestos repetitivos com as mãos ou guardá-las
dentro do bolso devem ser evitados), e que a linguagem adotada por ele seja
objetiva e precisa, evitando-se, com isso, os possíveis ruídos ou barreiras por
parte do instrutor ou dos próprios treinandos.
Outras barreiras podem ser encontradas quando falamos da necessidade
de conhecer o público-alvo. Se o grupo estiver familiarizado com o tema, não
simplificar as informações. Perceber as diferenças entre as pessoas quanto à
maturidade e experiência para aprender é importante para qualquer atividade
que envolva o processo de ensino aprendizagem.
Os colaboradores que irão participar dos treinamentos precisam ser ava-
liados para determinar se estão aptos para absorver as informações, técnicas,
procedimentos apresentados. O agrupamento de treinandos segundo sua habi-
lidade para aprender é importante para que possa ser aplicada a instrução mais
adequada. Investigar também a aceitação ou interesse no treinamento facilita-
rá a aprendizagem. As pessoas que estão sendo treinadas ouvem e veem seleti-
vamente, a partir de fatores como experiências, histórico, personalidade, etc.
A partir desta verificação é possível filtrar à informação e adequar à apresen-
tação para que ela seja recebida da melhor maneira para o receptor. A filtragem
é determinada pela hierarquia da organização, quanto mais níveis hierárqui-
cos, maior a probabilidade de ocorrer à filtragem. Por exemplo: contar uma his-
tória num espaço de tempo adequado interessante é uma maneira de tornar a
conversa mais agradável. Procurar resumir os fatos e evitar os detalhes que não
fariam falta ao entendimento da sua narrativa. Mostrar objetivos e tópicos no
início da apresentação.
capítulo 3 • 77
Outro problema relacionado é que o processo de informações pelas pessoas
é limitado. Quando ocorre uma sobrecarga de informação, as pessoas tendem
a selecionar, ignorar, esquecer ou deixar de processar parte das informações. E,
para dificultar o trabalho, há estudos e pesquisas que mostram o pouco que o
cérebro consegue reter depois de alguns minutos de palestra/aula. O que acar-
reta em uma comunicação ineficaz. A quantidade de informação e como isto
vai ser passado ao longo do treinamento são aspectos que devem ser considera-
dos pelo instrutor, no momento da sua apresentação.
Tudo está indo muito bem durante sua apresentação até que uma falha na co-
nexão entre o pensar e falar acontece, e vem o esquecimento. Saiba que todos
estão sujeitos a este tipo de situação. O que precisamos entender neste momen-
to é a que este esquecimento está relacionado. Por exemplo, isto tende a aconte-
cer com maior frequência com pessoas que se alimentam mal, levam uma vida
corrida, com noites de sono insuficientes, e pouco praticam atividades físicas.
ATENÇÃO
Lembre-se boa memória está relacionado com qualidade de vida. Dormir pelo menos sete ho-
ras por noite, desenvolver o hábito da leitura, praticar atividade física, se alimentar bem, e beber
pelo menos dois litros de água por dia, pois ela melhora os estímulos elétricos do cérebro, e
ativa a memória.
78 • capítulo 3
sismo será menor, o que diminuirá as chances do “branco” aparecer. <http://
www.falebemempublico.com.br/?pg=loaditem&item=111>
Mas se mesmo você tiver se preparado o branco aparecer procure manter
a tranquilidade e agir da seguinte maneira: insistir uma única vez para lem-
brar, mas se não resolver, não insista. Se continuar poderá ficar nervoso. Olhar
demais para determinado(s) participante(s), ou só manter contato visual com
quem fez a pergunta.
Segundo Polito (2006) a estratégia a ser utilizada envolve pronunciar de ma-
neira diferente e com mais energia a última frase ate chegar ao ponto onde o
branco aconteceu provavelmente à informação aparecerá. Caso não volte, man-
ter a calma é importante e informar aos treinandos voltará a comentar sobre
o assunto. A tentativa é deixar o interlocutor calmo para que a lembrança da
palavra ou informação volte. Caso mesmo assim não volte, não será o fim do
mundo, continue a sequência do raciocínio ate finalizar o treinamento. Muitos
nem se lembrarão.
Outra estratégia, ainda segundo o autor é usar a expressão: “na verdade o
que eu quero dizer é que”. Em geral, você irá explicar a informação de outra
maneira o que acabará trazendo à lembrança à tona.
Uma terceira estratégia poderá ser a elaboração de um roteiro, delimitando
as etapas, de forma que os tópicos criados poderão ser consultados no momen-
to da apresentação. Isto também gera segurança no interlocutor e diminui a
probabilidade do esquecimento acontecer. O que devemos evitar é chamar a
atenção para a situação de forma negativa.
capítulo 3 • 79
As pessoas perguntam por diversos motivos. Os principais são:
• quando não compreendem perfeitamente o que está sendo transmitido.
• quando assimilam as informações fornecidas, mas desejam saber mais
sobre o assunto.
• quando deseja ser notado pelas outras pessoas da turma, independente-
mente de ter entendido ou não o que está ouvindo.
• quando deseja demonstrar que é uma pessoa inteligente ou bem prepa-
rada e está acompanhando o raciocínio do orador ou que possui outras
informações sobre a matéria.
• quando deseja atrapalhar o desenvolvimento da apresentação por causa
da hostilidade que nutre contra o tema ou contra o próprio instrutor.
• quando deseja certificar-se da segurança do instrutor sobre a matéria.
ATENÇÃO
Quando uma pergunta é feita motivada por não compreensão perfeita do assunto ou por que
se quer mais informação sobre o assunto, as chances de que ela seja realizada de forma ade-
quada é grande. Caso contrário, quando é realizada por uma pessoa com intuito de se destacar
dos demais, valorizar sua imagem, provocar ou testar os conhecimentos do apresentador, em
geral são inapropriadas.
80 • capítulo 3
enjaulado”) deve ser evitado. Bem como olhar frequentemente para o
chão, para o teto, para o relógio de pulso ou olhar vagamente para algum
ponto fora da sala.);
• se dirija a alguns deles, contudo olhar demais para determinado participan-
te, ou só manter contato visual com quem fez a pergunta deve ser evitado;
• não tenha pressa para iniciar, aqui procure conquistar um pouco de tran-
quilidade;
• a respiração é extremamente importante, portanto aprenda a respirar
corretamente. Aqui poderá cumprimentar as pessoas, para sentir como
está sua voz;
• organize o material que irá utilizar em cima de uma mesa, solicite a aju-
da de um dos participantes;
• inicie com um tom de voz mais baixo e devagar e depois vá aumentando.
Pois se estiver nervoso, será mais difícil de transparecer para a plateia;
(falar com voz baixa ou alta demais, rápido ou devagar demais, monoto-
namente, o tempo todo deve ser evitado, bem como não aumentar a voz
quando se virar para a tela ou quadro. Responder em voz baixa a uma per-
gunta feita por um participante, quando se suspeita que nem todos a ou-
viram, sem antes repetir a mesma pergunta em voz alta.); Evite ir falando
por cima do participante antes que este termine de expor sua dúvida.
• um bom conhecimento sobre o tema evita usar de expressão verbal “po-
bre”, com poucos sinônimos e pouca variedade. Bem como usar de ex-
pressões incorretas, com erros de concordância, regência e número, por
exemplo. Outros erros comuns são usar frases incompletas ou ler com as
mesmas palavras o que estiver sendo apresentado.
ATENÇÃO
Gíria pode ser definida como uma linguagem particular de um grupo para que sua conversa
se distinga do vocabulário das demais pessoas. Portanto, deve se evitar usar excessivamen-
te gírias e palavras inadequadas (há lugares em que nem gíria pode ser usada). Usar jargão
profissional ou regional que pode ser desconhecido por parte do auditório, como também usar
excessivamente termos estrangeiros.
capítulo 3 • 81
3.2.3 Habilidade para Escutar
• ser flexível;
• resistir às distrações;
82 • capítulo 3
• deixar de lado preconceitos e preferências.
ATIVIDADE
5. Por que a comunicação em organizações é um processo individual e um processo orga-
nizacional?
6. A sala de aula da faculdade é um fórum adequado para a comunicação, uma vez que o
professor procura transmitir conhecimentos aos estudantes. Descreva a comunicação
de uma classe com base no processo de comunicação descrito no capítulo.
7. Você já trabalhou em uma organização na qual a comunicação era problemática? Se sim,
aponte algumas das causas das dificuldades enfrentadas?
8. Quais passos são deixados de lado, no uso do e-mail para transmitir informações?
capítulo 3 • 83
9. Os instrutores de treinamento sabem que o principal propósito da comunicação organi-
zacional é:
f) gerenciar incertezas.
g) identificar baixos desempenhos.
h) premiar altos desempenhos.
i) alcançar ação coordenada.
j) obter lucros.
10. Reinaldo tem uma ideia e pretende comunica-la a seu chefe. Para não esquecê-la, es-
creve-a em uma tira de papel. Que parte do processo de comunicação ele completou:
a) emissão.
b) codificação.
c) meio.
d) feedback.
e) transmissão.
REFLEXÃO
O ser humano se comunica há muito tempo e em função disso pouco se dá atenção a ela.
Principalmente no trabalho nossa atenção recai muito mais sobre as nossas atividades rela-
cionadas ao cargo, do que a forma como as informações são transmitidas. Contudo a partir
do que foi exposto anteriormente, percebe se o cuidado e a importância da comunicação
para todas as áreas da empresa, mas principalmente para a área de T&D.
Os vários métodos de comunicação afetam diretamente o comportamento organizacional,
assim precisamos direcionar nossa atenção a forma como comunicamos, pois por meio deles
garantimos a comunicação eficiente e eficaz, ou seja, permite que o que fazermos seja trans-
mitido aos outros colegas.
A organização com a ajuda do instrutor de treinamento precisa aprender gerar informações
nos níveis adequados, para criar a habilidade armazenar e de processar informações equilibra-
das. Por exemplo, no momento de admissão do novo colaborador não conhece as particulari-
dades da organização, portanto o líder treinado pelo instrutor deverá filtrar e transmitir informa-
ções adequadas, para não fornecer nem de mais e nem de menos informações necessárias
ao trabalho e convívio. No momento de produzir, armazenar e processar informações tem que
pensar na compatibilidade entre elas e com a necessidade da organização. Assim, não adianta
produzir relatórios estatísticos que possam ajudar na tomada de decisão, se os gerentes não
sabem lê-lo, ou se quando sabe não têm tempo.
84 • capítulo 3
A área de T&D precisa gerenciar juntos com as demais áreas do RH a comunicação or-
ganizacional no nível da aprendizagem organizacional, pois assim poderá compreender os pro-
blemas e qual sua interferência na comunicação com os treinandos, tais como diferenças de
status, pressões pela necessidade de cumprimento de prazo, e excesso de informação, etc.
Assim esperamos que o aluno possa entender a importância do processo de comunicação
e de se comunicar bem para ser um bom instrutor de treinamento. E que possa ser capaz de
refletir sobre as razões pelas quais as empresas querem instrutores preparados e conhecedo-
res dos elementos da comunicação.
LEITURA
Comunicação Eficaz: A Arte do Encontro
Fonte: MENDES, E. Comunicação Eficaz: a arte do encontro. RH Portal - Treinamento
e Desenvolvimento. Publicado15/08 /2013 Disponível em: <http://www.rhportal.com.br/
artigos /rh.php?rh=COMUNICAÇÃO-EFICAZ:-A-ARTE-DO-ENCONTRO-idc_cad=enbpco-
ejh>. Acesso: 13 Out. de 2014.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADMINISTRADORES. Processo de Comunicação dentro da empresa. Disponível em:
< http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/o-processo-de-comunicacao-den-
tro-da-empresa/56412/>. Acesso em: 12 de Out. 2014.
capítulo 3 • 85
GRIFFIN, R., MOORHEAD, G. Fundamentos do comportamento organizacional. São
Paulo: Ática, 2006, 488p.
ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. 11ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2005.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
A instalação de um sistema integrado de comunicação, por meio dos computadores, em geral
mantém os funcionários plugados e, portanto informados.
Assim, segundo Griffin e Moorhead (2006) a velocidade com que as mudanças no local
de trabalho vêm acontecendo é assustador. Os computadores têm facilitado a possibilidade de
realização do trabalho à distância, e em muitos casos há relatos de aumento da produtividade,
redução das despesas, etc.. Ainda segundo estes autores o aumento da produtividade se deve ao
fato de se comunicar de maneiras diferentes, em vez de ter ocorrido um aumento no padrão de
comunicação. Assim as empresas precisarão lhe dar com esta questão e precisarão aprender a
gerar, disseminar e programar novas ideias com mais eficácia. Neste contexto a área de Recursos
Humanos se destaca, com ênfase no seu subsistema de Treinamento e Desenvolvimento.
Diante do que foi exposto, podemos observar que diferentes tipos de treinamento e desen-
volvimento podem beneficiar a empresa ao reduzir os custos. Segundo Marras (2010), a Gestão
Estratégica de Pessoas é a única que tem como foco o alinhamento das ações da empresa a
sua estratégia de negócio e, portanto, gera lucro para a organização, todos os esforços são vistos
como investimentos, pois tem alta probabilidade de gerar bons frutos.
A realização do treinamento dentro de uma visão estratégica melhorará os resultados das
empresas, uma vez que a produtividade e qualidade dos produtos e serviços estão diretamente
relacionadas à qualificação dos profissionais.
86 • capítulo 3
4
Processo de
Treinamento.
4 Processo de Treinamento.
Quando se fala da necessidade na atualidade de uma gestão competente, é por-
que em grande parte ainda encontramos no mercado organizações, que man-
têm em sua estrutura (organograma) departamentos de Recursos Humanos ou
de Gestão de Pessoas responsáveis por programas operacionais de prestação de
serviços que pouco têm relação com as políticas estratégicas da organização e
por isso são geradores de custos e não de lucros.
O instrutor de treinamento precisa estar atualizado quanto ao processo de trei-
namento, pois sua constituição como “custo” provém do período de Industriali-
zação. Nesse período, os tempos de estabilidade permitiam que se eliminassem
as deficiências, sendo possível perceber no processo de treinamento um início,
meio e fim. Contudo, hoje, na Era da Informação, a realidade que nos apresen-
ta pede que novas habilidades e competências que agreguem valor aos negócios
da organização sejam acrescidas no dia a dia e de maneira simultâneas. Sendo
assim, fica difícil reconhecer qual é o início, e fim do processo de treinamento.
O processo de treinamento é cíclico, contínuo e pode ser dividido em quatro
fases, dispostas na figura abaixo:
Levantamento de
Necessidades de
Treinamento (LNT)
Implementação
do programa
88 • capítulo 4
a aprendizagem (mudança de comportamento) das pessoas nas organizações.
Esta sequencia leva o colaborador a atingir os resultados esperados de forma
mais efetiva e eficaz. Este processo nos permite fazer uma analogia com o mo-
delo de sistema aberto.
OBJETIVOS
• Apresentar as etapas do processo de treinamento.
• Abordar os desafios quanto aos investimentos em treinamento.
• Apresentar a importância das etapas do processo de treinamento para as pessoas e or-
ganizações.
• Perceber a importância do domínio e cuidados do instrutor deve ter no momento
da comunicação.
capítulo 4 • 89
REFLEXÃO
Na atualidade, as mudanças dentro da empresa levaram às mudanças nas responsabilidades
das pessoas. E dentro da área de T&D não é diferente. O treinamento é responsabilidade dos
gestores de linha e os instrutores atuam como staff.
Com estas novas responsabilidades, os gerentes precisam receber orientações dos instruto-
res, pois são eles quem detêm o conhecimento e habilidades.
Vamos pensar! Em todos os momentos, desde a entrada de um colaborador na organização
até a explicação de como operar uma máquina, o gerente é uma figura necessária: ele deve
saber transmitir as informações necessárias, bem como mediar, apoiar, treinar, supervisionar,
e delegar. Ele deve ser capaz com a ajuda do instrutor de treinamento de avaliar o seu co-
laborador para possibilitar situações, técnicas e ambientes que promovam a aprendizagem.
Portanto, é necessário conhecer também o perfil das pessoas, pois algumas têm predispo-
sição para realizar trabalhos corriqueiros e operacionais, enquanto outras preferem realizar
trabalhos ou tarefas mais complexas que exigem novas habilidades.
A partir daqui surge a relação binomial entre aprendiz e instrutor. Segundo Chiavenato
(2009), “aprendiz” é qualquer pessoa dentro da organização independente do seu nível hie-
rárquico que apresentam gaps no seu conhecimento, habilidades e atitudes e, portanto pre-
cisam passar por um treinamento. Já o instrutor é aquele indivíduo de dentro da organização
que será responsável por repassar seus conhecimentos para diminuir os gaps encontrados.
O treinamento é apropriado se existem atividades que a pessoa precisa aprender a fazer ou
a pessoa precisa estar apta a fazer ou realizar. Se a pessoa já sabe como fazer duas tarefas,
o recomendado seria promover o seu desenvolvimento.
90 • capítulo 4
TREINAMENTO
TREINAMENTO MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO ESPERADAS
capítulo 4 • 91
As organizações precisam de pessoas preparadas para enfrentar os proces-
sos de inovação constantes e de concorrência acirrada no mundo globalizado,
se valendo, principalmente, dos processos de treinamento.
92 • capítulo 4
mento para canalizar todos os conhecimentos que foram aprendidos sobre de-
terminado assunto, visando à ação futura, com base no exame das condições
passadas e atuais.
Um Projeto de Treinamento e Desenvolvimento compreende as ações de
Identificação de Necessidades, Estabelecimento de Objetivos, Planejamento e
Programação, Execução, Avaliação, Acompanhamento pós-projeto e Aprimora-
mento. As etapas são integradas como em um conjunto e compreendem, siste-
matizam e relacionam todas as ações necessárias para que os objetivos do treina-
mento e do desenvolvimento sejam atingidos.
Na fase 1, o gestor deve ter uma visão clara dos membros da sua equipe para
identificar as reais necessidades de treinamento. A partir disso o líder começa
a elaborar o que deverá ser aprendido.
Segunda Chiavenato (2006) de diagnóstico deve fornecer informações acerca:
• O que deve ser ensinado?
• Quem deve ser ensinado?
• Quando deve ser ensinado?
• Onde deve ser ensinado?
• Como deve ser o ensino?
• Quem deve ser o instrutor?
O sucesso do programa de treinamento começa na realização de um bom
diagnóstico da situação, ou seja, da identificação da exata necessidade a ser sa-
tisfeita. Portanto, a gestão de pessoas da empresa, composta pelo pessoal de RH
e gerentes, precisam ficar atentos quanto aos tipos de treinamento necessários
para os setores, quem realmente precisa deles e aos métodos que estão mais ade-
quados na aquisição do CHAs alinhadas às estratégias do negócio da empresa.
Segundo Robbins (2005), as pessoas não se mantêm competentes o tempo
todo, principalmente neste contexto de mudanças constantes e competitivida-
de global. As habilidades se perdem na mudança de um processo, que exigem
novas estruturas organizacionais ou na implantação de um novo sistema de in-
formação, em função do surgimento de tecnologias melhores e mais eficientes.
capítulo 4 • 93
Os funcionários de oficinas mecânicas precisam se atualizar constantemente, pois pre-
cisam acompanhar os novos modelos de automóveis, com computadores de bordo, sis-
temas eletrônicos de estabilização entre outras inovações. Outro aspecto que influi na
necessidade do treinamento para as organizações é que estas estão se tornando mais
enxutas, assim a expansão do trabalho em equipe derruba barreiras estruturais entre os
departamentos e exigem que os colaboradores aprendam uma gama de novas tarefas
e busquem desenvolver uma visão sistêmica para que assim possa entender sobre o
funcionamento da organização como um todo (ROBBINS, 2005)
Muitas empresas pulam esta etapa, ou seja, não levam muito a sério e vão di-
reto para a realização dos programas de treinamento, muito em função dos cus-
tos, das competências e tempo necessário para a sua execução. Quase sempre os
argumentos dos gerentes para a não realização dessa etapa é a falta de tempo.
Algumas razões para a realização do levantamento da necessidade de treina-
mento: se os trabalhadores não conseguem atingir os objetivos de produtividade,
sinal de que a presença de um treinamento é fundamental. Por outro lado, a ofer-
ta de treinamento pode estar sendo inadequada quando as empresas recebem
elevado número de queixas dos seus clientes. (BOHLANDER et al., 2005).
O treinamento precisa estar conectado à cultura organizacional. Portanto,
para se identificar que o treinamento é conveniente, fundamental e prioritário,
os líderes devem se preocupar com a avaliação minuciosa das necessidades a
partir da análise de 3 aspectos: organizacional, de tarefas e pessoas.
É importante lembrar que em todas as análises descritas a seguir é preciso
elencar as informações em nível de prioridade e senso de urgência para melhor
solução dos problemas
Análise Organizacional
Como um sistema aberto, o treinamento não pode ficar isolado do contex-
to organizacional. A análise organizacional requer o exame de toda a empre-
sa: produtos, tecnologia, da missão, objetivos (conhecimento das estratégias),
imagem, clima organizacional e levantamento dos recursos para que se possa
definir para onde treinamento será direcionado.
O treinamento deve estar alinhado ao objetivo da empresa, e interagir com
as necessidades de treinamento. Pois na medida em que a organização evolui
o treinamento deve ser remodelado para atender as novas necessidades, uma
94 • capítulo 4
vez que estas são mutáveis. Um plano amplo deve ser estruturado sobre o que
deverá ser ensinado a todos.
As informações podem ser obtidas de forma aleatória, ou seja, não seguir,
necessariamente, um padrão; contudo, é fundamental elaborar um roteiro
para que os itens mais importantes não sejam esquecidos, conforme o quadro
apresentado abaixo:.
ROTEIRO
EMPRESA INFORMAÇÕES
Potencial
econômico- Previsão de investimentos, índices econômicos.
financeiro
Clima
Motivação, colaboração, calor humano, liderança.
organizacional
capítulo 4 • 95
Com o roteiro em mãos é possível identificar e definir qual será o caminho
de crescimento da empresa, além de permitir apontar quais fatores são favorá-
veis ou desfavoráveis para o crescimento que a empresa deseja atingir, bem como
apontar o grau de contribuição das pessoas para os resultados alcançados.
Outra colaboração do roteiro é demonstrada no fornecimento de indicado-
res de necessidades, divididos em indicadores a priori e a posteriori, tais como
Chiavenato (2006) aponta:
11. Indicadores a Priori - apontam necessidades futuras de treinamento:
• projetos de expansão e admissão de novos colaboradores;
• produção e comercialização de novos produtos e serviços;
• modificação da tecnologia e processos de trabalho;
• downsizing (redução do número de colaboradores);
• remanejamento de pessoal;
• modernização dos equipamentos e inserção de novas tecnologias;
12. Indicadores a Posteriori - apontam necessidades que não foram atendidas:
• Produção
–– produção com qualidade inadequada;
–– queda da produtividade;
–– despesas e avarias constantes em equipamentos e instalações
–– comunicações inadequadas;
–– integração e aprendizagem demoradas;
–– retrabalho por erros e desperdícios;
–– aumento do número de acidentes de trabalho;
–– empregados pouco versáteis;
–– espaço mal distribuído.
• Pessoal
–– conflitos interpessoais;
–– aumento nas queixas dos clientes;
–– pouca cooperação e colaboração entre os colaboradores;
–– interesse reduzido pelo trabalho;
–– absenteísmo e rotatividade de pessoal;
–– dificuldade de atrair talentos.
96 • capítulo 4
de flexibilidade os programas de treinamento devem ter. Estes programas de-
vem ser alterados, na medida em que os indicadores sofrem alterações.
CONEXÃO
Par obter maiores informações sobre o processo de levantamento de necessidade de trei-
namento nas organizações e conhecer mais sobre esta etapa, sugiro que acessem <http://
www.rh.com.br/Portal/Desenvolvimento/Artigo/3683/levantamento-das-necessidades-de-
-treinamentos.html.>
capítulo 4 • 97
• quantidade de empregados em cada cargo;
• quantidade adequada em cada cargo;
• idade de cada empregado nos cargos;
• grau de qualificação e conhecimento necessários de cada colaborador;
• atitude de cada colaborador frente à empresa;
• grau de desempenho (quantidade e qualidade) de cada colaborador;
• grau de habilidade e conhecimento de cada colaborador para outras tarefas;
• potencialidades do recrutamento interno e externo;
• tempo de treinamento dos candidatos e recrutas;
• índice de absenteísmo e turnover;
• descrição de cargo.
98 • capítulo 4
Algumas empresas como a HP utilizam informações da avaliação de desempenho
como entradas para a análise das pessoas. Contudo, sabe-se que as avaliações de
desempenho, apesar de demonstrarem quais são as pessoas que não irão atender às
expectativas do cargo, não consegue dizer o porquê. Se as deficiências se devem a pro-
blemas de capacidade e desempenho, o treinamento poderá ser uma boa alternativa,
mas se for por uma fraca motivação ou fatores que fogem do controle do colaborador,
talvez não seja a melhor solução. Neste momento é necessário que os líderes se re-
únam com os colaboradores e, em conjunto, decidam qual abordagem terá o melhor
benefício (Bohlander, 2009).
Estas informações, como na análise de tarefas, podem ser obtidas por ava-
liação de desempenho, observação, questionário ou listas de verificação de che-
cklists, solicitação de supervisores e gerentes, reuniões interdepartamentais,
exames de funcionários, mudanças no trabalho, relatórios periódicos, entrevis-
tas, testes e simulações e análise e descrição de cargos. Mas o meio mais efetivo
é o de observação direta ou indireta no momento da realização da tarefa.
O cenário delineado na etapa de levantamento de necessidades determina-
rá a fase seguinte que é a do planejamento das atividades de treinamento, ou
seja, o desenho do programa deve ser elaborado para atender estas necessida-
des encontradas na etapa anterior.
capítulo 4 • 99
When Quando fazer Prazos
O plano, segundo Gil (2001), deve apontar as ações para que o treinamento
aconteça, delimitando informações, tais como: identificação; objetivos gerais e
específicos; conteúdo programático; estratégias de ensino; recursos instrucionais;
avaliação e carga horária. O projeto permite definir como as ações serão ordenadas,
a partir do registro dos seguintes dados: identificar e quantificar o treinamento
necessário; objetivos; justificativa; população-alvo; conteúdo; carga horária; perí-
odo de realização (época ideal); local; número de turmas; classificar a necessidade
quanto ao conteúdo; eleger a metodologia; instrutores; materiais instrucionais e
equipamentos; orçar investimentos; apoio administrativo e documentar os even-
tos de treinamento. Assim como, apresentar o plano de treinamento a diretoria
para aprovação.
Durante esta etapa do processo, a área de T&D, na figura do seu profissional res-
ponsável, deve buscar informações que permitirão o desenvolvimento do conteúdo
programático e a consequente formatação do material didático. Toda a pesquisa
deve ser pautada nas informações já exploradas na etapa descrita anteriormente.
ATENÇÃO
*Aqui são criados os projetos (natureza administrativa) e os planos (natureza pedagógica). Em
geral, as empresas não fazem distinção entre estes termos.
100 • capítulo 4
área cliente do Treinamento.
Muita atenção também deve ser dedicada aos aspectos comportamentais
que envolvem o processo, o que implicará incluir elementos sociais, econômi-
cos e até políticos na busca por outras informações que possam agregar valor
ao espaço reflexivo que todo treinamento com abordagem atitudinal e compor-
tamental exige
O planejamento segundo Chiavenato (2009), engloba os itens descri-
tos a seguir:
• abordagem (uma necessidade por vez);
• apresentação dos objetivos (clara, coerente, conhecido e com significado para
os treinandos, explícito quanto ao desempenho, ter ligação com as atividades
do trabalho, mensuráveis, observáveis, realista e alcançável). Os objetivos es-
tão sendo elaborados de forma correta quando contribuem para adequada
definição do conteúdo, da metodologia, da avaliação e serve como direciona-
mento para as ações dos alunos e instrutores. Eles podem ser gerais (amplos e
de longo prazo), específicos (delimitados e de médio e curto prazo) e operacio-
nais (Especifica claramente e possibilita a compreensão dos comportamen-
tos a atingir, os critérios quantificados e as condições para alcançá-los).
capítulo 4 • 101
(ligado diretamente a cada objetivo - específico e geral; conter assuntos
adicionais que agreguem abrangência aos treinandos; distribuído den-
tro de uma ordem lógica e de fácil entendimento);
• escolha dos recursos a serem utilizados no treinamento (eles devem ser esco-
lhidos de forma que ajudem o instrutor a reforçar o conteúdo apresentado e
facilitar a absorção deste pelo treinando participante);
Abaixo seguem descritas algumas fórmulas que permitem verificar os custos do treina-
mento (custo total, homem-hora e per capta):
- Custo Total de treinamento: (Ct)Ct = Cd (custos diretos) + Ci (custos indiretos). Para
se obter o custo total (Ct) deve-se somar custos diretos (Cd) aos custos indiretos (Ci).
- Custo homem-hora
Para se obter o custo de homem-hora é preciso dividir as despesas de treinamento
(Dt) pelo resultado da multiplicação entre total de treinandos (Tt) e total de horas do
módulo (Th).
- Custo per capta: . O custo per capta é obtido dividindo as despesas de treinamento
(Dt) pelo total de treinandos.
102 • capítulo 4
Segundo Boog & Boog (2006) depois de decidido o planejamento e obtido o
aval e cooperação da diretoria, segue a execução das ações e controle dos resul-
tados, ou seja, a execução é norteada pelo plano de treinamento
capítulo 4 • 103
metodologia empregada no ensino aprendizagem. A disposição das salas
deverá ser confirmada com o instrutor, podendo ser tipo auditório, em U,
mesas redondas para pequenos grupos e cadeiras em círculos.
Dados atuais demonstram que o treinamento informal, diferente do treinamento formal (pla-
nejamento antecipado e estruturado) tem sido responsável por 70% da aprendizagem no
trabalho. Estes dados se devem ao seu caráter não estruturado, não planejado e, portanto
adaptável ao ambiente e colaboradores. Tudo acontece a partir do momento em que os
colaboradores se ajudam, compartilham informações e solucionam problemas em equipe.
Na atualidade grande parte dos gestores tem incentivado esta prática, até porque têm en-
tendido que as conversas de corredores, em sua grande maioria têm sido direcionadas para
a busca de soluções para os problemas encontrados na empresa. (ROBBINS, 2005)
104 • capítulo 4
Os programas de treinamento devem estar relacionados às necessidades estratégicas
da organização. Adquirir pacotes prontos, que são vendidos como produtos enlatados
e lacrados, não tem sido a melhor solução para as empresas sanarem seus problemas.
Outro ponto importante é que as empresas precisam estar dispostas a abrir espaço e
criar oportunidades para que seus colaboradores após um processo exaustivo de trei-
namento, para que possam aplicar e exercitar as novas competências no seu local de
trabalho (CHIAVENATO, 2004).
ATENÇÃO
Conteúdo e processo devem ser selecionados a partir de conceitos atuais de gestão de pesso-
as de modo a incentivar ideias inovadoras no dia a dia do trabalho. (Chiavenato, 2009).
capítulo 4 • 105
abordado, as estratégias que serão utilizadas, os recursos, o tempo previsto e
como se dará a avaliação. Não existe um modelo padrão, e sim o mais adequa-
do para cada instrutor de acordo com suas características pessoais e do grupo.
Apresentaremos aqui os itens que pode ser contemplados no plano de aula:
Curso: registro do nome do curso em questão, para servir como referências
para Instrutor, a turma e, órgãos reguladores quando houver, ou auditorias
para o sistema de Qualidade e Certificação.
Unidade: é importante quando estivermos tratando de um curso que preci-
sa ser dividido em etapas, em função de tempo de duração que será longo. Ou
quando a natureza do conteúdo exija uma divisão do assunto em Módulos, pois
para passar de um módulo para outro se faz necessário pré-requisitos, o que ne-
cessariamente torna obrigatório a realização dos módulos iniciais e aprovação,
para que seja possível continuar a ser convocado para os demais. Deve-se espe-
cificar cada unidade e a experiência de ensino-aprendizagem a ser realizada.
I. Objetivo: escrito de forma a descrever uma ação do treinando ou a expe-
riência de aprendizagem (Ao final do treinamento o Aluno será capaz
de executar as tarefas, corretamente, como previstas no Manual...) ou
descrever a ação como responsabilidade do instrutor (Instruir o trei-
nando acerca das corretas operações, conforme descrito no Manual...).
II. Tempo: se refere à duração do programa, importante em auditorias e/
ou fiscalizações. O uso do tempo deve estar alinhado a outros aspectos,
como número de treinando, aos recursos e conteúdos para que sejam
respeitados os horários de intervalos e de encerramento.
III. Conteúdo: a partir da etapa de levantamento de necessidade, da aná-
lise do público alvo e ambiente realizar o registro de forma lógica e
demonstrando uma ordem crescente de dificuldade das informações,
assuntos e temas que serão trabalhados no treinamento. Aqui é impor-
tante que o instrutor se atente a apresentação, pois os recursos (exem-
plo, itens/tópicos) utilizados deverão facilitar o trabalho do instrutor na
identificação da sequência que irá ministrar os conteúdos.
IV. Estratégias: registro das ações (atividades lúdicas que poderão ser usa-
das, os vídeos e/ou músicas que serão utilizados, os exercícios que se-
rão feitos) que nortearão o trabalho sem perder de vista a compreensão
do conteúdo, da natureza, e a forma como será aplicado aos treinan-
dos. Neste campo deve conter os equipamentos necessários (laptop,
datashow, retroprojetor, quadro branco, flipchart, canetas, blocos, ca-
106 • capítulo 4
netas para uso no quadro/flip, apostilas, material extra para atividades
lúdicas, garrafas de café, água, copos, carteiras universitárias...).
V. Avaliação: ainda que o foco possa ser comportamental, o instrutor deve
registrar qual o tipo de avaliação será adotada na aula/unidade/módu-
lo, como forma de demonstrar a seriedade do trabalho e a expectativa
da empresa com os resultados do investimento feito. Assim sem o re-
sultado aparente o treinamento é considerado como um custo
capítulo 4 • 107
As pessoas são as responsáveis por fazerem as coisas funcionarem nas or-
ganizações. Mas estas ações podem ser potencializadas quando a empresa se
prepara de forma adequada para capacitar seus funcionários. Assim, sobrevi-
vência da empresa depende da capacidade que ela possui em treinar seus cola-
boradores e adequá-los a função que irão exercer.
ATIVIDADE
1. Leia o trecho do texto a seguir: “Treinamento é uma responsabilidade de _____________ e
função de ________________.” Marque a alternativa que apresenta a sequencia correta que
preenche as lacunas.
f) encarregados – funcionários.
g) psicólogo – gerentes.
h) staff – encarregados.
i) recursos humanos – gerentes.
j) linha – staff.
3. Assinale a alternativa que indica uma necessidade de treinamento, a posteriori relacionado
à produção.
a) projetos de expansão.
b) admissão de novos empregados.
c) retrabalho por erros e desperdício.
d) modificação de processos de trabalho.
e) modificação da tecnologia.
108 • capítulo 4
REFLEXÃO
Toda vez que alguém na organização dá uma orientação ou conversa sobre um determina-
do procedimento essa pessoa está realizando um treinamento. A atenção dispensada pela
empresa aos seus colaboradores é medida pela prioridade que ela dispensa em treinar as
pessoas. A gestão da empresa, quando realizada com qualidade, coesão e coerência tende a
aumentar a possibilidade de sucesso da organização.
As pessoas se desenvolvem por meio das experiências vivenciadas, dentro e fora do
trabalho, a partir da forma como se relacionam com seus líderes e por último com a qualidade
e consistência da administração.
As razões pelas quais as empresas treinam são várias, a principal é capacitar os colabo-
radores para exercer novas habilidades ou melhorar as antigas. A empresa treina também
com o intuito de aumentar a produtividade.
Outras razões também podem ser descritos a seguir (LACOMBE, 2005):
• ao ser admitido o colaborador não conhece as particularidades da organização, pois
foi selecionado por suas qualificações gerais. Contudo as empresas possuem po-
líticas, normas, regras, técnicas e planos específicos que precisam ser aprendidos,
portanto ensinados;
• para atrair, manter e reter talentos é necessário treiná-los para a execução de suas
funções;
capítulo 4 • 109
LEITURA
Treinamento e Desenvolviment uma Vantagem Competitiva.
Fonte: MENDES, E. Treinamento e Desenvolvimento uma Vantagem Competitiva. RH Portal –
Recursos Humanos. Disponível em: < http://www.rhportal.com.br/recursos-humanos/ Trei-
namento-E-Desenvolvimento-Uma-Vantagem-Competitiva.htm>. Acesso: 17 Out. de 2014.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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senvolvimento. Publicado 25/11/2003. Disponível em: <http://www.rh.com.br/ Portal/
Desenvolvimento/Artigo/3683/levantamento-das-necessidades-de-treinamentos.html>.
Acessado em: 16 out 2014..
BOHLANDER, G.; SNELL, S.. Administração de Recursos Humanos. 14 ed. São Paulo:
Cengage larning, 2009.
GIL, A. C. Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Átlas,
2001.
ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. 11ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
110 • capítulo 4
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
Medir resultados operacionais é sempre mais fácil do que avaliar os benefícios em treinamento.
Esta dificuldade na verdade permeia toda a área de Recursos Humanos, e outras áreas como a
de segurança. As ações para medir resultados em treinamento está sempre ligada as alterações
nos indicadores, como vendas, produtividade, etc. E a questão é como atribuir uma ligação entre
o treinamento aplicado e os resultados alcançados. Até que ponto o treinamento é responsável
por estas mudanças? É uma pergunta que ainda necessita de respostas mais contundentes.
Contudo, é nítido que empregados mais qualificados possibilitam melhores serviços de atendi-
mento ao cliente, maior aceitação do produto da empresa no mercado e a aumento da rentabilidade.
Quando os funcionários percebem que a empresa lhes dá a possibilidade de melhorar seus
conhecimentos, estes tendem a permanecer na empresa por mais tempo, o que diminui a rota-
tividade e o absenteísmo. Sendo assim, temos de um lado o desenvolvimento das pessoas e do
outro o da organização, ambos desenvolvimentos são interdependentes e garantem a sobrevivên-
cia da organização e uma vantagem sobre a concorrência.
No próximo capítulo abordaremos as técnicas de treinamento e desenvolvimento utilizadas
pelos instrutores da área de treinamento, bem como a última etapa do processo de treinamento
que é o de avaliação dos resultados e da aprendizagem.
capítulo 4 • 111
5
Técnicas e
Metodologias
Utilizadas na
Aplicação e
Avaliação do T&D
5 Técnicas e Metodologias Utilizadas na
Aplicação e Avaliação do T&D
OBJETIVOS
• Apresentar as técnicas de treinamento.
• Apresentar a última etapa do processo de treinamento a avaliação.
• Abordar os desafios quanto aos investimentos em treinamento.
• Demonstrar a importância de pensar o treinamento e desenvolvimento como um investimento.
114 • capítulo 5
REFLEXÃO
Na atualidade, o tempo de permanência das pessoas nas organizações está diminuindo
e as mudanças globais têm acontecido num ritmo acelerado e constante. Por isso, o
processo de socialização de pessoas têm se mostrado essencial na medida em que a
continuidade da produtividade depende em grande parte dele. Quanto mais efetiva for
a socialização das pessoas que estão ingressando na organização, melhor será o resul-
tado da empresa na redução de custos, desperdícios e no aumento do retorno da sua
capacidade produtiva.
Segundo Chiavenato (2004) o programa de orientação de pessoas tem como objetivos
principais:
• A Redução do grau de ansiedade: acontece pelo medo de cometer erros no trabalho.
Vale lembrar que o medo é uma reação de sobrevivência, que se manifesta diante de
situações desconhecidas, portanto na eminência de algo novo sentimos medo, algo nor-
mal na vida de todo ser humano. Essa sensação pode ser atenuada quando funcionários
experientes são designados para guiar os novatos.
• A Diminuição da rotatividade: os primeiros meses de adaptação do funcionário são sem-
pre complicados e é neste momento que entra a necessidade de se realizar uma ade-
quada orientação, pois esta quando bem aplicada pode reduzir a reação dos novatos de
se sentirem desnecessários ou indesejados.
• A Economia de tempo: quando bem orientados por colegas e líderes, as pessoas se
familiarizam mais rapidamente com a organização, com o seu departamento, seu posto
de trabalho e com as pessoas da organização. O oposto também é verdadeiro: sem
orientação, as pessoas se tornam menos eficientes, e tendem a despender de um tempo
maior para se socializarem e aprenderem a executar o trabalho.
• Criar expectativas dentro da realidade: o programa de orientação é um excelente mo-
mento para se alinhar as expectativas e valores esperados da empresa, do líder e cole-
gas de trabalho para com o funcionário e vice-versa.
A socialização é definida pelo modo como a empresa recepciona os novatos e os in-
sere, ou seja, integra à sua cultura, ao ambiente de trabalho, para que possam orientar
suas ações e assim corresponderem às expectativas da organização. Por outro lado as
pessoas também procuram influenciar a organização, na medida em que produzem uma
condição de trabalho que lhe garanta satisfação e alcance dos seus objetivos pessoais.
capítulo 5 • 115
5.1 Técnicas de Treinamento
Ao Uso:
• Orientadas para o conteúdo: utilizadas para transmissão de informação
ou conhecimento. São elas:
–– Leitura expositiva: Apenas o instrutor fala a um grupo de pesso-
as. A leitura permite a exposição dos ouvintes a um número má-
ximo de informações dentro de um curto espaço de tempo. Os
ouvintes exercem uma postura passiva. O método possui pontos
positivos, como o menor tempo utilizado para sua implementa-
ção. São apontadas, também, várias desvantagens, tais como, os
ouvintes apresentam quase nenhuma possibilidade de interação
(por meio de perguntas ou verificação da compreensão do assun-
to), o que não contribui muito para a mudança de comportamen-
to ou atitudes. Para sanar tais fragilidades, o material tem que
ser motivador e muito atraente em termos de significado.
–– Instrução programada (IT): o ensino ocorre a partir da demons-
tração de partes das informações, de forma que somente após
as respostas dos treinandos pode-se dar sequência na atividade.
Cada etapa é programada de forma lógica e sequência crescente
de complexidade no processo de aprendizagem. Nesta técnica
como o feedback é imediato (reforço) após ser emitido alguma
resposta, permite ao treinando ciência do que absorveu ou não e
maior velocidade no aprendizado. Esta método está diretamente
relacionado aos resultados de pesquisa de psicologia em labora-
torio (teoria do reforço). As informações são apresentadas sem
a presença de um instrutor, as respostas podem ser de múltipla
escolha, verdadeiro ou falso. Esta técnica pode ser aplicada por
116 • capítulo 5
programas de computador, sendo, portanto, flexíveis e poden-
do ocorrer em locais fora do trabalho, como nas residências das
pessoas. Existe um efeito ajuste ao ritmo de aprendizagem in-
dividualizado. Esta técnica está embasada em princípio como:
pequenas doses; resposta ativa; avaliação imediata; velocidade
própria e por último o da verificação da aprendizagem.
–– Treinamento Assistido por Computador (TAC): envolve técni-
cas distintas como a instrução assistida por computador (IAC),
que é a disponibilização de forma interativa via terminal de com-
putador do material instrucional; instrução gerenciada por com-
putador (IGC), empregado de forma conjunta com a IAC para
produzir e classificar os testes e assim apresentar o grau de co-
nhecimento sobre o assunto abordado
capítulo 5 • 117
namento), estes são orientados por um líder, cujo foco é para de-
senvolver a sensibilidade quanto às habilidades e dificuldades de
relacionamento interpessoal dos treinandos. Aqui a se busca dimi-
nuir o medo das pessoas para com os outros, bem como a resistên-
cia perante as mudanças, de forma que se tornem pessoas menos
hostis e mais empáticas. Portanto gera-se maior sensitividade às
influências sociais e psicológicas no trabalho. Em geral, é aplicada
de na estrutura organizacional de forma descendente, da cúpula
para os níveis mais baixos.
118 • capítulo 5
–– Simulações: o foco está no realismo dos equipamentos e sua ope-
ração com custo reduzido e de forma segura. Isto é comum no
treinamento de funcionários que vão pilotar aeronaves, foguetes
(equipamentos caros que requere muita técnica para operá-los.
(Ex. simulação in-basket, tecnica relativamente simples que utili-
za lápis e papel, e descrição breves sobre uma empresa e atuação
de um dos gerentes que o treinado deverá substituir).
CONEXÃO
A Instituição “Sebrae” promove um desafio universitário, cuja técnica utilizada para avaliar
as competências dos universitários é um jogo, Para saber mais sobre o assunto acesse:<
http://desafiouniversitarioempreendedor.sebrae.com.br/plataforma/index.xhtml>
capítulo 5 • 119
Ao Tempo:
• Antes da entrada na organização: programas de indução e integração.
–– Programas de integração: podem ser elaborados e desenvolvi-
dos totalmente pela área de treinamento ou coordenado por esta
área e executados pelos gerentes de linha. A duração dos progra-
mas depende da força da socialização que desejam submeter o
novo funcionário, mas em média é realizado no período entre
um a cinco dias (para áreas táticas e operacionais). Já para o alto
escalão, este programa pode durar meses uma vez que o ingres-
sante terá que conhecer a empresa como um todo, bem como
suas unidades de negócios. Aqui o funcionário (ou grupo de
funcionários) além de serem familiarizados com a organização,
com a linguagem usual, os usos e costumes internos, precisam
estar também atentos à estrutura física, produtos, serviços, mis-
são, visão e objetivos da empresa. Uma das formas mais comuns
de oferecimento de conhecimentos referente à estrutura física,
missão, visão e valores da organização é o oferecimento de um
vídeo institucional. Podem também receber um manual conten-
do informações básicas (como história da organização), políticas
do departamento de pessoal (períodos de descanso, pagamento,
posto de trabalho, benefícios, etc). As alternativas para realização
dos programas de integração são:
▪▪ - Programa de integração formal e informal:
▪▪ a) Formal – possui programas específicos de integração e
socialização;
▪▪ b) Informal – quando o funcionário recém-admitido é in-
serido direto no cargo sem programas de socialização mais
estruturados.
120 • capítulo 5
▪▪ - Programa de integração seriado ou randômico:
▪▪ Seriado – faz uso de papéis definidos para treinar e guiar o
novato (programas de aprendizagem e tutoração);
▪▪ Randômico – não faz uso de atores sociais, deixando a car-
go do funcionário a sua familiarização com a organização.
Para algumas pessoas o papel que lhe é designado pode ser facilmente absorvido, em
função do seu conhecimento prévio sobre a função, enquanto que para outras este
papel deve ser comunicado por membros mais antigos da organização. Contudo, todas
as pessoas que entram na empresa sejam elas experientes ou não, devem passam por
um processo de integração (cerimônias de iniciação e aculturação social), ou seja, de
condicionamento às práticas e filosofia da companhia. As pessoas terão que renunciar
a alguns hábitos e costumes antigos, que são vistos na nova organização como “vícios
de trabalho” e, portanto, prejudiciais para a execução das atividades e alcance dos re-
sultados desejados.
capítulo 5 • 121
• Depois da entrada na organização: deve ser ministrado algum tipo de
capacitação depois de algum tempo, após o ingresso na organização. A
busca pela eficiência neste momento se deve pela execução racional e
que atenda os interesses do treinando e da empresa simultaneamente.
Ele pode ser no local, relacionadas a produção ou fora do trabalho.
Ao Local:
• No ambiente de trabalho: este pode ser ministrado por outros funcioná-
rios da empresa como supervisores, e não requer preparação adicional
ou especiais e é a forma mais comum de treinamento dos colaborado-
res, porque eles aprendem enquanto executam o trabalho. Este tipo de
treinamento encontra respaldo na lei da aprendizagem. As técnicas são
apresentadas a seguir.
CONEXÃO
A Lei do Jovem Aprendiz de Nº 10.097/2000, foi ampliada pelo Decreto Federal nº
5.598/2005, que as empresas de médio e grande porte contratem aprendizes (mínimo
de 5% e um máximo de 15% do seu quadro de funcionários cujas funções demandem
formação profissional). No âmbito da Lei da Aprendizagem, aprendiz é o jovem que estuda
e trabalha, recebendo, ao mesmo tempo, formação na profissão para a qual está se capaci-
tando. Deve cursar a escola regular e estar matriculado e frequentando instituição de ensino
técnica profissional conveniada com a empresa. Para maiores informações acesse <http://
www.aprendizlegal.org.br/main.asp?Team=%7B44BA8D38-9DCA-4C07-9F0B-0B0A
D8710BA%7D.>
122 • capítulo 5
–– Administração por metas
ou objetivos: é um processo
participativo de planejamen-
to, onde as decisões são des-
centralizadas e tomadas em
conjunto para que as priori-
dades e os resultados sejam
alcançados. É periódico, ser-
vindo para verificar a forma
de realização do trabalho e
passar as instruções adequadas de como agir, como conseguir os recur-
sos, além de demonstrar as perdas em caso do não alcance das metas.
Sua utilização nos dias atuais é inadequado, pois com a globalização e
as rápidas mudanças tecnológicas, a exigência das mudanças passou a
ser mais intensa, o que dificulta a qualidade e desempenho do produto
final, caso essa metodologia seja adotada.
capítulo 5 • 123
–– Incumbências especiais: serve para treinar colaboradores em ocasiões
propícias ao aprendizado tais como: participação em comitês, grupos e
equipes de trabalho; acompanhar pessoas em viagens de negociação, em
novos projetos; estudos e trabalhos de planejamento; viagens ao exterior
para observar trabalhos em outras empresas e indicar uma pessoa para
aprender tudo com um executivo e apoiá-lo.
124 • capítulo 5
–– Estágio: esse tipo de experiência ocorre quan-
do a pessoa está cursando o ensino superior, e
fica até 30 horas semanais na empresa sendo
treinado para a realização de algumas tarefas.
É interessante a realização do estágio para as
pessoas irem experimentando as áreas que elas
tem mais afinidade para executar bem suas ta-
refas, sem que a cobrança seja tão grande quan-
to um trainee ou um contratado costumam ter.
Algumas empresas têm estagiários, enquanto outras, trainees. Há ainda as que desen-
volvem os dois programas. Entre os dois programas há algumas diferenças importantes:
o estagiário precisa ser um aluno regularmente matriculado em curso de graduação,
com frequência comprovada. As atividades desempenhadas pelo estagiário para ser
validado pelo MEC devem ser diretamente ligadas ao conteúdo de seu curso. Conforme
dispõe a LEI Nº 11.788 DE 25/09/2008, os estágios nas Empresas e Instituições
contratantes de estagiários são regidos por normas e procedimentos específicos. Os
trainees são alunos de último ano de graduação ou recém-formados. Para o programa
de trainee não há lei específica. Como é considerado um funcionário comum, sua ativi-
dade costuma ser regida pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Os programas
de trainee também são mais caros e mais difíceis de reter os jovens já formados. A
grande diferença entre os custos de um estagiário e de um trainee para a empresa é
uma das razões pelas quais existe um número bem menor de oportunidades para pro-
gramas de trainee do que para estágio. Outra diferença é quanto aos objetivos
dos programas são: do estágio é dar conhecimento prático ao estudante, enquanto o do
trainee é de formar líderes.
capítulo 5 • 125
carreira, portanto oportunidades de ascensão, como uma promoção); ou
horizontal (trazer variedade ao cargo, as tarefas aplicadas estão no mes-
mo nível de complexidade das que o ocupante já executa no cargo, com
intuito de aumentar a satisfação). A desvantagem desta técnica é que ela
pode gerar ansiedade e de estarem sendo exploradas pela organização.
126 • capítulo 5
mos equipes trabalhando sobre um conceito.
capítulo 5 • 127
5.1.1 Avaliação dos Resultados do Treinamento
E por fim, na fase 4 deve-se quantificar o alcance das metas através de indicado-
res, como: índice de satisfação dos clientes, tempo médio de produção, taxa de
assiduidade, de rotatividade, de não conformidades, aumento da lucratividade
da empresa, entre outros.
A figura 4 a seguir ilustra bem todo o processo discorrido até agora:
Presencial On line
Avaliação Agenda/
do treinamento Cronograma
Avaliação e
Seleção do
Treinamento correção do
instrutor/tutor
conteúdo
128 • capítulo 5
• ampliar a avaliação para com outros subsistemas, necessidade de ade-
quação das técnicas de seleção ou de produção.
capítulo 5 • 129
aplicação do que foi aprendido em todas as áreas da organização). Desta for-
ma o treinamento parece ser uma ferramenta que quando alinhada com estes
critérios possibilita a empresa se adaptar às mudanças que são constantes e a
mantém se manter no gride de competitividade e desenvolvimento.
Grande parte dos autores defende que a avaliação de treinamento final deve
acontecer a partir de indicadores financeiros relacionados ao retorno do inves-
timento (ROI – Return on Investment), que é uma metodologia para medidas
de resultado e desempenho. É uma tentativa de obter informações sobre quais
foram às consequências do programa e determinar se os objetivos foram atin-
gidos e assim definir o retorno do investimento feito (ROI).
Na área de treinamento o ROI é utilizado em situações em que o trabalho do
funcionário é mensurado por índices quantitativos, como: número de vendas
em um determinado período, números de atendimentos, etc. Sendo, portanto,
uma forma de mensurar a eficácia na área de treinamento.
Avaliar o ROI tem se tornado importante a medida que as empresas tem in-
vestido mais em treinamento. Algumas empresas chegam a reservar até 4% do
faturamento anual para ser investido em treinamento, valor razoável para que
seja exigida a verificação se os retornos estão sendo adequados.
CONEXÃO
Para maiores informações sobre o ROI acesse o site: <http://www.rh.com.br/Portal/Desen-
volvimento/Entrevista/6415/por-que-o-roi-e-valioso-para-a-area-de-treinamento.html ou
http://www.guiarh.com.br/p7.htm>.
130 • capítulo 5
é alto, que podem ser minimizados com o uso da tecnologia. Um ponto
importante é que aqui o gerente poderá contribuir, uma vez que partici-
pa da avaliação, para que o treinando aplique na prática o que aprendeu
no treinamento.
• Analista ou instrutor: registro estratégico alinhado com o dos gerentes
mais aprofundado a partir das pesquisas de acompanhamento, utilizan-
do estratégias analíticas, como testes a ser aplicados nos treinandos.
capítulo 5 • 131
da organização e quais realmente se concretizaram. A avaliação das ha-
bilidades adquiridas e o quanto elas impactam na produtividade, custos,
na diminuição do tempo, no serviço ao cliente e no clima. No caso de
uma pesquisa de clima, para medir o grau de satisfação, pode-se utilizar
escalas do tipo Likert, que indica qual a concordância, se existirem das
pessoas para com a organização.
Segundo Leme, (2005, pag. 136) apud o site Portal Educação, podemos calcular o
ROI pela seguinte fórmula: ROI = (Retorno Financeiro Líquido/Valor Investido)X 100.
O que complica é a composição das variáveis principais, que são “Retorno Financei-
ro Líquido”(todo o retorno que a empresa teve com o treinamento descontado todas
as despesas geradas) e o “Valor Investido” (valor da consultoria que administrou um
treinamento, o valor-hora dos profissionais que estavam presentes no treinamento, a
produção que deixaram de fazer, o valor do espaço onde foi realizado o treinamento,
a estrutura montada, os telefonemas realizados e outros). Para saber mais acessem <
http://www.portaleducacao.com.br/educacao/ artigos/17317/calculo-do-roi-de-trei-
namento#ixzz3GbzeZYhz>
l) Nível 5 (ROI) Por fim, para avaliar o retorno financeiro, pode-se utilizar a
técnica de análise do custo-benefício. O ROI é uma medida de valor per-
cebido, pois pode variar de pessoa para pessoa, dependendo da percep-
ção e motivação.
132 • capítulo 5
ATIVIDADE
4. A transmissão de conhecimento ou informação, como a técnica da leitura, a instrução
programada e a instrução assistida por computador, são técnicas de treinamento quanto
ao uso orientadas para:
a) a indução.
b) o processo.
c) a aplicação.
d) o conteúdo.
e) a redução de custos.
5. Na atualidade o tempo de permanência das pessoas nas organizações está diminuindo
e as mudanças globais têm acontecido num ritmo acelerado e constante, a orientação
de pessoas têm se mostrado essencial na medida em que a continuidade da produtivi-
dade depende em grande parte do processo de socialização. Quanto mais efetivo for o
método de orientação das pessoas que estão ingressando na organização, melhor será
o resultado da empresa na redução de custos, desperdícios e no aumento do retorno da
sua capacidade produtiva. Sendo assim, quais as alternativas estão corretas levando em
consideração os objetivos do programa de orientação:
I. atenuar o grau de ansiedade gerada nos funcionários novatos a partir da designação
de funcionários experientes para guiá-los durante o processo de socialização.
II. aumentar as expectativas dos funcionários em relação à organização.
III. aumentar a reação dos novatos de se sentirem desnecessários ou indesejados.
Assinale:
a) somente a afirmativa I está correta;
b) somente a afirmativa II está correta;
c) somente a afirmativa III está correta;
d) apenas as afirmativas I e III estão corretas;
e) todas as afirmativas estão corretas.
6. Toda vez que alguém na organização dá uma orientação ou conversa sobre um determi-
nado procedimento essa pessoa está realizando um treinamento. A atenção dispensada
pela empresa aos seus colaboradores é medida pela prioridade que ela dispensa em
treinar as pessoas. A gestão da empresa, quando realizada com qualidade, coesão e
capítulo 5 • 133
coerência tende a aumentar a possibilidade de sucesso da organização. Sendo assim,
existem diversas razões pelas quais as empresas treinam seus funcionários, assinale
abaixo a alternativa que NÃO corresponda a estas razões:
a) construir um ambiente desafiador e motivador para as pessoas.
b) necessidade de evolução do conhecimento, ou seja, aprendizado contínuo.
c) adequar-se ao mercado de trabalho que está em constante mudança.
d) a principal é capacitar os colaboradores para exercer novas habilidades ou melhorar
as antigas.
e) somente o aumento da produtividade, sendo que não tem interesse em atrair, manter
e reter talentos.
REFLEXÃO
Toda vez que alguém na organização dá uma orientação ou conversa sobre um determina-
do procedimento essa pessoa está realizando um treinamento. A atenção dispensada pela
empresa aos seus colaboradores é medida pela prioridade que ela dispensa em treinar as
pessoas. A gestão da empresa, quando realizada com qualidade, coesão e coerência tende a
aumentar a possibilidade de sucesso da organização.
As pessoas se desenvolvem por meio das experiências vivenciadas, dentro e fora do
trabalho, a partir da forma como se relacionam com seus líderes e por último com a qualidade
e consistência da administração.
As razões pelas quais as empresas treinam são várias, a principal é capacitar os colabo-
radores para exercer novas habilidades ou melhorar as antigas. A empresa treina também
com o intuito de aumentar a produtividade.
134 • capítulo 5
Outras razões também podem ser descritos a seguir (LACOMBE, 2005):
• ao ser admitido o colaborador não conhece as particularidades da organização, pois
foi selecionado por suas qualificações gerais. Contudo as empresas possuem po-
líticas, normas, regras, técnicas e planos específicos que precisam ser aprendidos,
portanto ensinados;
• para atrair, manter e reter talentos é necessário treiná-los para a execução de suas
funções;
LEITURA
COACHING E MENTORING – nasceram para despertar o potencial humano.
Fonte: LYRA, V. Coaching e Mentoring - nasceram para despertar o potencial hu-
mano. Disponível em: < http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/coaching-
-e-mentoring-nasceram-para-despertar-o-potencial-humano/61516/>. Acesso em: 27 de
Out. 2014.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEZERRA, L. H.. Levantamento de Necessidades de Treinamento. RH Portal - De-
senvolvimento. Publicado 25/11/2003. Disponível em: <http://www.rh.com.br/Portal/
Desenvolvimento/Artigo/3683/levantamento-das-necessidades-de-treinamentos.html>.
Acessado em: 16 de Out. 2014.
BOHLANDER, G.; SNELL, S.. Administração de Recursos Humanos. 14 ed. São Paulo:
Cengage larning, 2009.
capítulo 5 • 135
BOOG, G. G., BOOG, M, T. Manual de Treinamento e Desenvolvimento, vol.1 e 2. Pe-
arson Education, 2007.
GIL, A. C. Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Átlas,
2001.
ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. 11ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2005.
ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. 11ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2005.
136 • capítulo 5
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Capítulo 1
Capítulo 2
capítulo 5 • 137
2. As empresas estão se transformando em organizações educadoras e de-
senvolvendo a educação corporativa em virtude de:
a) novas exigências impostas pelas relações trabalhistas.
b) novas tecnologias de ensino a distância e de tecnologia da informação.
c) necessidade de um local em que todos os funcionários possam ser treinados.
d) emergência da organização hierárquica, enxuta e flexível.
e) mudança fundamental no mercado da educação global.
Resposta: E
3. Há algumas regras que devem ser avaliadas por uma organização compro-
metida com a aprendizagem contínua. Nessa perspectiva, analise as regras
expostas abaixo.
I - Os problemas de hoje provêm das soluções de ontem.
II - Causa e efeito estão intimamente relacionados no tempo e no espaço.
III - Pequenas mudanças podem produzir grandes resultados.
IV - Quanto mais se insiste, menos o sistema resiste.
São regras comprometidas com a aprendizagem contínua APENAS:
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
Resposta: B
4. Foi solicitado ao técnico administrativo que realize as ações relativas à apren-
dizagem autodirigida de um funcionário recém-contratado. Caberá ao técnico:
a) providenciar, de forma organizada, instruções, livros, manuais, vídeos e questões indi-
cadas pelo supervisor.
b) colocar o recém-contratado em contato com o funcionário experiente, indicado para
acompanhá-lo.
c) disponibilizar computador e senha de acesso à sala de aula virtual para participação
nas seções interativas.
d) assegurar a disponibilidade do palestrante, da sala de aula, dos materiais e equipa-
mentos adequados.
e) alocar o empregado em diversos postos de trabalho por curtos períodos para adquirir
habilidades.
Resposta: A
138 • capítulo 5
Capítulo 3
Ambiente
Envia a mensagem Recebe a mensagem
desejada desejada
Codifica o Decodifica o
significado significado
desejado desejado
Ruído
Retroação
capítulo 5 • 139
3. Você já trabalhou em uma organização na qual a comunicação era proble-
mática? Se sim, aponte algumas das causas das dificuldades enfrentadas?
Resposta: Resposta pessoal
4. Quais são os motivos que levam as pessoas a perguntarem durante a reali-
zação de um treinamento?
Resposta: As pessoas perguntam por diversos motivos. Os principais são:
- quando não compreendem perfeitamente o que está sendo transmitido.
- quando assimilam as informações fornecidas, mas desejam saber mais sobre o as-
sunto.
- quando deseja ser notado pelas outras pessoas da turma, independentemente de ter
entendido ou não o que está ouvindo.
- quando deseja demonstrar que é uma pessoa inteligente ou bem preparada e está
acompanhando o raciocínio do orador ou que possui outras informações sobre a ma-
téria.
- quando deseja atrapalhar o desenvolvimento da apresentação por causa da hostilidade
que nutre contra o tema ou contra o próprio instrutor.
- quando deseja certificar-se da segurança do instrutor sobre a matéria.
6. Reinaldo tem uma ideia e pretende comunica-la a seu chefe. Para não es-
quecê-la, escreve-a em uma tira de papel. Que parte do processo de comu-
nicação ele completou:
a) emissão.
b) codificação.
c) meio.
d) feedback.
e) transmissão.
Resposta: B
140 • capítulo 5
Capítulo 4
capítulo 5 • 141
3. Assinale a alternativa que indica uma necessidade de treinamento, a poste-
riori relacionado à produção.
a) projetos de expansão.
b) admissão de novos empregados.
c) retrabalho por erros e desperdício.
d) modificação de processos de trabalho.
e) modificação da tecnologia.
Resposta: C
Capítulo 5
142 • capítulo 5
a) somente a afirmativa I está correta;
b) somente a afirmativa II está correta;
c) somente a afirmativa III está correta;
d) apenas as afirmativas I e III estão corretas;
e) todas as afirmativas estão corretas.
Resposta: A
3. Toda vez que alguém na organização dá uma orientação ou conversa sobre
um determinado procedimento essa pessoa está realizando um treinamen-
to. A atenção dispensada pela empresa aos seus colaboradores é medida
pela prioridade que ela dispensa em treinar as pessoas. A gestão da empre-
sa, quando realizada com qualidade, coesão e coerência tende a aumentar
a possibilidade de sucesso da organização. Sendo assim, existem diversas
razões pelas quais as empresas treinam seus funcionários, assinale abaixo
a alternativa que NÃO corresponda a estas razões:
a) construir um ambiente desafiador e motivador para as pessoas.
b) necessidade de evolução do conhecimento, ou seja, aprendizado contínuo.
c) adequar-se ao mercado de trabalho que está em constante mudança.
d) a principal é capacitar os colaboradores para exercer novas habilidades ou melhorar
as antigas.
e) somente o aumento da produtividade, sendo que não tem interesse em atrair, manter
e reter talentos.
Resposta: E
capítulo 5 • 143