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2018

II

Índice
Índice de ilustrações .................................................................................................................. VII

Índice de Tabelas .....................................................................................................................VIII

Índice de Quadros ...................................................................................................................... IX

APRESENTAÇÃO .................................................................................................................... 10

I. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11

1. História e Importância dos Produtos Cartográficos ........................................................ 11

1.1. Formas da terra (Modelos da Terra) ............................................................................ 14

2. O Espaço ......................................................................................................................... 15

3. Observação e orientação do meio local .......................................................................... 16

4. Elementos De Referência Fundamentais ........................................................................ 17

II. REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA ............................................................................. 20

1. Representação da realidade ............................................................................................. 20

1.1. Convenções cartográficas ............................................................................................ 21

1.1.1. Semiologia Gráfica .................................................................................................. 21

1.2. Tipos de Representação Cartográfica .......................................................................... 24

1.2.1. Elementos de um Mapa ........................................................................................... 26

1.2.1.1. Classificação das Projecções Cartográficas ......................................................... 28

1.3. As fotografias aéreas ................................................................................................... 29

1.4. As Imagens de Satélites............................................................................................... 29


III

1.5. Cartas e Mapas ............................................................................................................ 30

1.5.1. Classificação de Cartas e Mapas ............................................................................. 30

1.5.1.1. Classificação quanto a natureza ........................................................................... 30

1.5.1.2. Mapeamento temático .......................................................................................... 33

III. SISTEMA DE COORDENADAS ....................................................................................... 34

1. Coordenadas Geográficas ............................................................................................... 34

1.1. Rede Geográfica: Paralelos e Meridianos ................................................................... 35

1.2. Coordenadas Métricas ou UTM (U – Universal; T – Transversal; M – Marcator, Em

Homenagem ao grande Cartógrafo Marcator) ....................................................................... 36

2. Sistema GPS ou Sistema de Posicionamento Global ...................................................... 37

2.1. Conceito e objectivo do GPS ...................................................................................... 40

2.1.1. Conceito de GPS ...................................................................................................... 40

2.1.2. Objectivo ................................................................................................................. 40

IV. SISTEMA DE INFORMACAO GEOGRAFICA (SIG) ..................................................... 41

1. Conceito de SIG .............................................................................................................. 41

2.2. Evolução do SIG ......................................................................................................... 42

3. Principais características de um SIG............................................................................... 42

3.1. Componentes de um SIG............................................................................................. 42

3.2. Sensoriamento remoto ................................................................................................. 43

4. Manuseio de dados georreferenciados ............................................................................ 43


IV

4.1. Banco de Dados ........................................................................................................... 44

4.1.1. Dados Geográficos .................................................................................................. 45

1.1.1. Classe Vectorial ....................................................................................................... 45

1.1.2. Classe Matricial ....................................................................................................... 46

1.2. Defeitos do Modelo Matricial ..................................................................................... 48

1.2.1. A escolha do uso do modelo Vectorial ou Matricial ............................................... 49

2. Áreas de aplicação dos SIG’S ......................................................................................... 50

V. ELEMENTOS DE REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA ....................................... 52

1. Convenções cartográficas ............................................................................................... 52

VI. REPRESENTAÇÃO TOPOGRÁFICA .......................................................................... 53

1. Cartas Topográficas ........................................................................................................ 53

1.1. Planimetria .................................................................................................................. 53

1.2. Altimetria .................................................................................................................... 55

1.2.1. Aspectos do relevo .................................................................................................. 55

1.2.1.1. Elementos Altimétricos........................................................................................ 56

1.2.2. Curvas de Nível ....................................................................................................... 57

1.2.2.1. Principais características das curvas de nível ............................................................ 57

1.2.2.2. A Rede drenagem ...................................................................................................... 58

1.2.2.2.1. Elementos a Considerar em uma Rede de Drenagem ............................................ 58

1.2.2.3. Equidistância ............................................................................................................. 59


V

1.2.2.4. Cores Hipsométricas ................................................................................................. 61

1.2.2.5. Relevo Sombreado .................................................................................................... 61

1.2.2.6. Perfil Topográfico ..................................................................................................... 62

1.2.2.6.1. Escalas de um Perfil Topográfico .......................................................................... 63

1.2.2.6.2. Desenho do Perfil Topográfico .............................................................................. 63

VII. PROCESSO CARTOGRÁFICO .................................................................................... 65

1. Processo Cartográfico ..................................................................................................... 65

1.1. Planeamento Cartográfico ........................................................................................... 65

1.1.1. Apoio Suplementar (ou APOIO DE CAMPO) ....................................................... 66

1.1.1.1. Reambulação ........................................................................................................ 66

1.1.1.2. Aerotriangulação .................................................................................................. 66

1.1.1.3. Restituição ........................................................................................................... 67

1.1.2. Pasta de Informações Cartográficas (PIC)............................................................... 68

2. Critério para Elaboração da Base Cartográfica ............................................................... 68

3. Selecção Cartográfica ..................................................................................................... 68

4. Processos de Compilação ................................................................................................ 70

VIII. TOPOGRAFIA............................................................................................................ 71

1. Nivelamento .................................................................................................................... 71

1.1. Tipos de Nivelamento ................................................................................................. 71

1.1.1. Nivelamento Geométrico ......................................................................................... 71


VI

1.1.1.1. Tipos de nivelamento geométrico ........................................................................ 72

1.1.1.2. Técnica de nivelamento geométrico .................................................................... 73

1.1.2. Nivelamento Trigonométrico .................................................................................. 73

1.1.3. Nivelamento Taqueométrico ................................................................................... 74

1.1.4. Nivelamento Barométrico........................................................................................ 74

IX. FUSOS HORÁRIOS....................................................................................................... 75

1. Conceito .......................................................................................................................... 75

1.1. Hora Legal ................................................................................................................... 75

1.2. Importância dos fusos horários ................................................................................... 75

1.3. Linha Internacional de Mudança de Data ................................................................... 76

REFERÊNCIAS......................................................................................................................... 79
VII

Índice de ilustrações

Ilustração 1. Pontos Intermédios ................................................................................................... 27

Ilustração 2. Pontos Intermédios ................................................................................................... 27

Ilustração 3. Rede geografica: Paralelos e Meridianos.................................................................. 36

Ilustração 4. Plano de Referencia .................................................................................................. 36

Ilustração 5. Coordenadas Planas .................................................................................................. 37

Ilustração 6. Estrutura de armazenamento ou formato de Dados Espaciais Digitais .................... 45

Ilustração 7. Modelo Vectorial de representação de dados espaciais ............................................ 46

Ilustração 8. Modelo Matricial de representação de dados espaciais ............................................ 48

Ilustração 9. Comparação dos modelos Vectorial e Matricial ....................................................... 50

Ilustração 10. Escala de cores Hipsométrica e Batimétrica (CIM) ................................................ 56

Ilustração 11. Representação do Relevo Sombreado .................................................................... 62

Ilustração 12. Fusos Horários e Linha Internacional de Mudança de Data ................................... 77

Ilustração 13. Zonas de Tempo Mundialmente ............................................................................. 78


VIII

Índice de Tabelas

Tabela 1. Equidistância entre as linhas mestras ............................................................................ 60


IX

Índice de Quadros

Quadro 1. Classificação das projecções cartográficas quanto ao método ..................................... 28

Quadro 2. Representação planimétrica segundo factores físico-naturais ...................................... 54

Quadro 3. Representação planimétrica segundo factores culturais ou artificiais .......................... 54

Quadro 4. Fases da restituição (confecção da minuta) .................................................................. 67

Quadro 5. Processos de compilação .............................................................................................. 70


10

APRESENTAÇÃO

Esta apostila é resultado de um embargue no mundo cartográfico em função das


deficiências notadas pelo autor no referente aos capítulos geográficos carregados de aspectos
cartográficos. O objectivo principal do autor centra-se não só apenas em abranger os estudantes
do curso de geografia e/ou os do Departamento de Ciências da Terra e Ambiente, ou mesmo das
Geociencias, estende-se as demais individualidades, Faculdades e Departamentos, pois, trata-se
de um guia com parâmetros de orientação as Noções Básicas e Fundamentais de Cartografia,
onde profissionais das mais diversas áreas que utilizam-se directa ou indirectamente da
Cartografia ou de seus produtos (mapas, cartas, imagens de satélites entre outros) como
ferramenta de trabalho no desenvolvimento de suas actividades conheçam algumas das etapas e
particularidades que compreendem o mapeamento, propiciando-os por isso, um melhor
entendimento às fases que antecedem e precedem um produto cartográfico ou ao seu trabalho,
plasmando-se por isso a ideia da massificação da utilização da linguagem cartográfica a partir de
seu conhecimento, retirando-se as ideias da “Zona de Timidez Cartográfica”.
Nesse mister, foi entendendo que a cartografia é uma acção quotidiana, em que, qualquer
sociedade utiliza-se, que a linguagem usada é passiva de entendimento aos leitores com pouco ou
nenhum conhecimento cartográfico, os temas são arrolados predominantemente de forma
objectiva, cabendo aos que desejarem maiores detalhes, uma vasta bibliografia à qual poderão
recorrer, parte dela utilizada na compilação desta apostila.
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I. INTRODUÇÃO

1. História e Importância dos Produtos Cartográficos

A história dos mapas confunde-se com a história da humanidade, por isso, torna-se uma
temática inesgotável, bastante ampla e complexa. Desde épocas bastante remotas, o homem vem
utilizando-se da confecção de mapas como meio de armazenamento de conhecimentos sobre a
superfície terrestre, tendo como finalidade principal administrar e racionalizar o uso do Espaço
Geográfico envolvente. Tais documentos foram sendo concebidos em função da disponibilidade
de recursos e níveis de desenvolvimento técnico até que atingiram o nível que hoje se conhece
por Cartografia.

Os mapas que hoje dispomo-nos são grátis e de fácil obtenção e confecção. Em tempos
passados eram guardados em segredo e aqueles que ousassem revela-los expunham-se a torture
ou a morte, pois estes eram mais importantes que qualquer punhado de ouro ou prata, afinal eles
indicavam o caminho até eles no pequeno mundo conhecido antigamente. Tal como refere
Thralls (1967:18), os marinheiros de Tiro tinham que ocultar suas rotas comerciais do
Mediterrâneo; os Árabes, suas fontes de Gengibre, Cânfora, Goma-laca e Seda; aos Espanhóis
cabia esconder o Ouro saqueado do Novo Mundo e os Holandeses zelavam pelo seu Monopólio
das especiarias das Índias Orientais.

 O vocábulo CARTOGRAFIA

O vocábulo CARTOGRAFIA, é etimologicamente – “descrição de cartas”, foi


introduzido em 1839, pelo segundo Visconde de Santarém - Manoel Francisco de Barros e Souza
de Mesquita de Macedo Leitão, (1791 - 1856). A despeito de seu significado etimológico, a sua
concepção inicial continha a ideia do traçado de mapas. No primeiro estágio de sua evolução, o
vocábulo passou a significar a arte do traçado de mapas, para em seguida, conter a Ciência, a
Técnica e a Arte de representar a superfície terrestre.
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 A Organização das Nações Unidas e a UNESCO na Cartografia

Em 1949 a Organização das Nações Unidas já reconhecia a importância da Cartografia


através da seguinte assertiva, lavrada em Atas e Anais: "CARTOGRAFIA - no sentido lato da
palavra não é apenas uma das ferramentas básicas do desenvolvimento económico, mas é a
primeira ferramenta a ser usada antes que outras ferramentas possam ser postas em
trabalho."

O conceito da Cartografia, hoje aceito sem maiores contestações, foi estabelecido em


1966 pela Associação Cartográfica Internacional (ACI), e posteriormente, ratificado pela
UNESCO, no mesmo ano: "A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e
operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações
diretas ou da análise de documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas e
outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes
físicos e sócio-econômicos, bem como a sua utilização" (IBGE, 1998:09).

 Representação cartográfica e cultura

O processo cartográfico, partindo da colecta de dados, envolve estudo, análise,


composição e representação de observações, de fatos, fenómenos e dados pertinentes a diversos
campos científicos associados a superfície terrestre, deve considerar que os mapas são um
produto cultural dos povos, pois cada cultura exprime sua particularidade cartográfica, apesar de
que a cartografia, aos poucos vem tornando-se uma linguagem visual muito mais universal do
que antes se pensava. Note-se que até mesmo os produtos cartográficos mais modernos, baseados
no uso de satélites e da informática não deixaram de ser construções sociais.
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Por isso ao tratarmos da história da cartografia, devemos ter o cuidado de evitar transmitir
apenas uma visão ocidentalizada, isto é, o Eurocentrismo, pois pecamos ao reconhecimento da
grande diversidade das formas de representação do Espaço no mosaico universal de culturas.
Afinal, cada sociedade, reflectindo determinados aspectos culturais, tem ou teve alguma forma de
perceber e de produzir imagens especiais, visto que, é contínua nos mapas a representação de
formas de saber.

A ser assim, é sempre necessário chamar a atenção para a necessidade de reflectir sobre o
facto de cada cultura possuir determinadas concepções do Espaço e do tempo, as quais não
podem ser menosprezadas ou julgadas Eurocentricamente. Até porque “classificar o ramo da
Cartografia quanto ao seu produto final, não tem sido matéria de conclusão unânime. Esta
classificação está mais ligada ao desenvolvimento da Cartografia em determinados países do que
a um conceito universalmente aceite. De um modo geral não são classificados quanto à escala,
formato ou representação cartográfica, mas sim ao conteúdo temático” (IBG, 1998:113).

“Historicamente a confecção de mapas parece ser anterior a escrita. Há registos que


comprovam que os mais variados povos nos legaram mapas, tais como: Babilónios, Egípcios,
Maias, Esquimós, Astacas, Chineses, além de outros, cada qual reflectindo aspectos culturais
próprios de sua sociedade” (DUARTE, 2006:20). Neste mister (ocupação, necessidade, serviço) a
cartografia deixa de restringir-se a representação geral dos aspectos topográficos da superfície da
terra, seja na parte exclusivamente planimétrica ou na plano-altimétrica, e presta sua contribuição
ao processo criativo da sociedade e ao próprio amadurecimento de suas técnicas e métodos
científicos, como ferramenta auxiliar de outras ciências (IBG, 1998).

 Importância da Cartografia

Em síntese, podemos afirmar que a Cartografia é praticamente indispensável como


instrumento de apoio a moderna administração do Espaço geográfico em razão das necessidades
ditadas pelo processo de desenvolvimento tecnológico, social e económico que o mundo vem
atravessando, e, em especial, pelas consequências do grandíssimo progresso verificado nos dias
de hoje.
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 Áreas de aplicação da cartografia

A cartografia é nos dias actuais indispensável, ela é praticamente uma actividade


quotidiana e uma pratica rotineira para as pessoas e actores das distintas áreas de interesse para o
Homem que envolvam dados ou recursos geograficamente distribuídos a superfície do globo,
podendo-se citar o caso da Geografia, Geologia, Transportes, Turismo, Meteorologia,
Climatologia, Urbanismo, Gestão Ambiental, Antropologia, entre outros.

1.1.Formas da terra (Modelos da Terra)

De acordo com o IBG define-se a forma da Terra como geóide, que tem uma superfície
irregular e, portanto, não corresponde a uma esfera. Mais precisamente, o geóide é uma superfície
equipotencial do campo da gravidade, ou seja, sobre essa superfície o potencial do campo da
gravidade é constante, coincidindo, portanto, com uma superfície de equilíbrio de massas d’água.

Matematicamente o geóide é uma figura indefinida, é aproximadamente a uma esfera com


ondulações suáveis, por isso procura-se pelos cartógrafos trabalhar com uma figura mais próxima
a esfericidade e que seja matematicamente definida, possibilitando assim a realização de cálculos
relacionados a medições sobre a superfície terrestre (por exemplo, medições de coordenadas de
pontos, distâncias, ângulos, áreas, etc.). Essa figura é o Elipsóide de Revolução (ER), definido
pela rotação de uma elipse sobre o seu eixo menor.

Contudo, actualmente surgem ideias contraditórias referentes a esfericidadade da terra que


se descreve pela ER como um ajuste matemático ao geóide, numa crença de que a terra seja plana
e que o planeta é na verdade um disco. Trata-se de uma concepção tida por um grupo de
cientistas denominado Terraplanistas, que até então são forte e duramente contestados pela
comunidade científica, afinal porque que as coisas funcionam nessa esfericidade se a
considerarmos falsa?

Este exercício, no mínimo demosnstra que no mínimo, há sempre uma necessidade


permanente de acompanhar o debate e os interesses da nossa área de especialização, uma vez que,
provavelmente, até mesmo a duvida e a crença mais medieval pode ter novos contornos hoje, e
mudar por completo o mundo.
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2. O Espaço

Em astronomia o Espaço é o Universo todo além do invólucro atmosférico da Terra; o


quase vácuo em que existem o sistema solar, as estrelas, as nebulosas e as galáxias.

A geografia é a ciência que estuda a organização do Espaço terrestre, quer nos aspectos
visíveis, quer nas suas componentes invisíveis. Por isso, o seu objecto de estudo é o Espaço
geográfico.

Em geografia RICHARD HARTSHORNE, defende que o Espaço Geográfico é apenas


uma construção intelectual, não existindo de fato na sociedade. Seria, nesse caso, uma concepção
da forma como nós enxergamos a realidade no sentido de apreender como acontece a
espacialização da sociedade e tudo o que por ela foi construído.

Já MILTON SANTOS afirma que o Espaço Geográfico é um conjunto de sistemas de


objectos e acções, isto é, os itens e elementos artificiais e as acções humanas que manejam tais
instrumentos no sentido de construir e transformar o meio, seja ele natural ou social. O que
significa que o conceito de Espaço Geográfico varia conforme a abordagem realizada. Mas, em
geral, refere-se à materialização da relação entre o homem e o meio.

 Espaço Natural ou Meio Natural

O MEIO NATURAL - é o sistema da biosfera. Esse sistema é constituído por um


conjunto de elementos naturais como os climas, o relevo, os solos e as formações vegetais. As
combinações singulares entre esses elementos configuram os ecossistemas, o que significa que
este equivale a todo o Espaço em que vivemos que não sofreu nenhum tipo de modificação pelo
homem. No entanto, há quem diz que tal já não existe.

 Espaço Económico

A economia do mundo refere-se à economia de todos os países em conjunto. Pode ser


avaliada de várias formas. Por exemplo, dependendo dos modelos usados, pode ser representada
pela valorização a que se chega numa determinada moeda, como o "dólar de 2006". Isso significa
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que o Espaço Económico refere-se ao meio técnico-científico-informacional. Visto que na


natureza, vários são os animais que utilizam-se de instrumentos, mas somente o ser Humano
utiliza instrumentos para fazer outros instrumentos. Sítios arqueológicos com idades em torno de
100 mil anos revelam que, já naquele tempo, os grupos humanos usavam machadinhas de pedra
lascada para fabricar utensílios.

As técnicas são quase tão antigas quanto a humanidade. A agricultura surgiu a cerca de 10
mil anos (historicamente se localiza no Neolítico), com o plantio do Trigo e da Cevada. Muito
antes do início da era cristã.

Mas apenas do final do século XVIII, com a Revolução Industrial, a capacidade produtiva
humana tornou-se suficiente para transformar profundamente a superfície terrestre.

A Revolução Industrial representou a substituição do uso da energia humana ou animal


pela energia mecânica nos processos de produção de artefactos. A combustão do carvão mineral e
a máquina a vapor expandiram a capacidade produtiva humana e inauguraram a era industrial. As
ferrovias e os navios a vapor promoveram uma revolução nos meios de transporte,
desencadeando um crescimento inédito do comércio internacional.

 Os meios Técnico-científico-informacionais

A partir de 1945, durante três décadas, a economia mundial continuou organizada sobre o
complexo de tecnologias baseados no Petróleo, na Electricidade e na Indústria Química. Mas, a
partir da década de 1970, esboçou-se um novo Ciclo de Inovações, que veio a ser conhecido
como Revolução Tecnocientífica e Informacional.

3. Observação e orientação do meio local

Horizonte – compreende ao Espaço que a vista abrange. Este Parte da Terra ou do céu
que está no limite visível de um plano circular em cujo centro está o observador.

Horizonte Visual – Porcão da superfície terrestre visível de um determinado lugar. Sem


obstáculos ao observador, um giro sobre si próprio com rotação completa, tem-se um horizonte
limitado por uma circunferência. O Horizonte Visual é maior quando maior for a altitude do
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observador e menor quando esta for, podendo ser obtida por Elevação Suportada, ou por
Suspensão. Este pode ter influências em função da quantidade de partículas presentes na
atmosfera (gases, poeiras, vapor de água, etc.) e luminosidade.

Horizonte Visual de Altitude Suportada – é aquele obtido através da elevação do


observador em um suporte terrestre, ou seja, quando o observador fica parado ou deitado em um
ponto sobre um dado objecto fixo ao chão ou superfície terrestre. Por exemplo, um transporte
terrestre, aquático, o topo de uma casa, um prédio, uma montanha entre outros.

Horizonte Visual de Altitude em Suspensão – é aquele obtido através da elevação do


observador em um meio aéreo onde este não possui qualquer contacto com uma superfície
terrestre (em um transporte aéreo, por suspensão em cordas, Satélites, Drones, etc.).

Orientação - Ato ou arte de orientar (-se), Direcção ou Guia. Em Geografia é o processo


através do qual se determina o Oriente ou o Este (ou outro ponto).

Toponímia - Estudo da origem e da etimologia dos topónimos. Os topónimos


correspondem ao Nome próprio de lugar.

Simbologia - Estudo a respeito dos símbolos. O símbolo é Objecto Material que serve
para representar qualquer coisa imaterial: O leão é o símbolo da coragem. 2. Figura ou sinal que,
nas moedas antigas, indica a oficina monetária. 3. Divisa, emblema, figura, marca, sinal que
representa qualquer coisa. 4. Em Psicologia é Imagem que representa e encerra a significação de
tendências inconscientes.

4. Elementos De Referência Fundamentais

Abobada - Tudo o que tenha forma de Teto arqueado; Estrutura côncava e arqueada
interiormente e convexa e arredondada exteriormente.

Celeste - Do céu, Relativo ao céu, Que está ou aparece no céu.

Abobada celeste – É uma porção de superfície esférica fechando o espaço de um ponto


da superfície terrestre. Em uma linguagem vulgar, chama-se Céu.
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Esfera – Refere-se ao Corpo cujos pontos são equidistantes do próprio centro, ex.: Globo
terrestre; Conjunto de círculos com que os astrónomos representam as relações e movimentos dos
corpos do sistema planetário. Pode também ser conotada a competência ou a Área de actividade.

Esfera Celeste – A Esfera Celeste é uma esfera imaginária com um raio gigantesco,
centralizada na Terra. Ou seja, a Esfera Celeste é uma esfera imaginária, com um raio imenso,
concêntrica com a Terra. Todos os objectos visíveis no céu podem ser então representados como
projecções nessa esfera.

Movimento Diurno – É o movimento aparente da Esfera Celeste a cada 24 horas. Este


movimento processa-se no sentido horário ou relógio.

Eixo – É uma Linha recta, real ou fictícia, que passa pelo centro de um corpo e em torno
da qual esse corpo executa movimento de rotação, também pode ser definido como sendo o
Órgão central de quaisquer movimentos reais ou figurados.

Durante muito tempo julgou-se que o Sol girava em torno da Terra, e que esta era fixa.
Apenas no séc. XVI provou-se que este era apenas o que aparentava ser, por isso temos as
seguintes teorias:

Teoria Heliocêntrica – A Terra e os outros planetas giram em torno do Sol, no chamado


Sistema Solar: não é o Sol que gira em torno da Terra, é a Terra que gira em torno do Sol
(Movimento de Transladação, realizado em 1 ano) e do seu Eixo Imaginário (Movimento de
Rotação, em um dia).

Teoria geocêntrica – A terra é o centro do universo. Actualmente em desuso.

Orbita – Linha descrita pelo centro de um Planeta no seu movimento de translação. A


terra realiza uma orbita elíptica (formato de ovo de Galinha).

Círculo de iluminação – Circulo que estabelece a divisão entre o hemisfério iluminado e


o hemisfério obscurecido.

Altura do sol – Distância do horizonte ao Sol.


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Constelação - Grupo de Estrelas fixas vizinhas, que apresentam uma determinada figura
convencional, ou seja, grupo de Estrelas próximas que unidas por linhas imaginárias aparentam
formar figuras diversas (Homem, Navio, Monte, etc.)

Bússola - Instrumento de orientação, usado em navegação marítima e aérea, composto de


uma agulha imantada, montada em equilíbrio sobre um eixo vertical, encerrada numa caixa
circular envidraçada, que contém a Rosa-dos-ventos; uma das extremidades permanece voltada
sempre para o Norte. A bússola indica o Norte Magnético, este não coincide com o Norte
Geográfico, originando a Declinação Geográfica.

Declinação geográfica – é o ângulo formado pela diferença das duas direcções: do Norte
Magnético e Geográfico.
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II. REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

1. Representação da realidade

As projecções cartográficas permitem a construção de mapas. Mapas são representações


planas de uma realidade que é redonda. Para tal, deverá existir distorções em determinados
pontos do globo e haverá outros que são representados com exactidão.

Uma carta ou mapa é a representação convencional ou digital da configuração da


superfície topográfica. Esta representação consiste em projectarmos esta superfície, com os
detalhes nela existente, sobre um Plano Horizontal ou em Arquivos Digitais. Os detalhes
representados podem ser:

- Naturais: São os elementos existentes na natureza como os rios, mares, lagos, montanhas,
serras, etc.

- Artificiais: São os elementos criados pelo Homem como: represas, estradas, pontes,
edificações, etc.

 Conceitos importantes a representação da realidade

Mapas – Representações da superfície da terra ou parte dela em uma superfície plana.

Planisférios – Têm-se quando o mapa representa toda a superfície da terra, ou seja, é a


representação do Globo Terrestre em uma superfície plana.

Mapas corográficos – São mapas que representam uma região, ou país. Exemplo, o mapa
de África, da África Austral, de Moçambique, de Manica, etc.

Corografia – Estudo geográfico particular de uma região ou país. Exemplo: Geográfica


de Moçambique; estudo da rede hidrográfica de Nampula.
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Mapas Topográficos – São mapas que dão importância as variações e ocorrências no


relevo de áreas ou regiões pequenas com o fornecimento de informações detalhadas, tais como
estradas, altimetria, acidentes naturais, linhas férreas, habitações entre outros. Mas sua utilidade
fundamental vira-se ao respeitante à configuração do terreno, tais como, a altimetria, batimetria,
acidentes naturais entre outro.

Topografia – É a descrição minuciosa de uma região. Mas esta é uma questão que é
tratada mais minunciosamente mais adiante no capítulo VI referente a RepresentaçãoTopografica.

1.1.Convenções cartográficas

Para facilitar a representação cartográfica, foi criado um sistema de símbolos conhecidos

como convenções cartográficas. Os símbolos foram escolhidos de forma a conter um certo grau

de compreensão e intuição de seu significado, possibilitando a leitura da informação contida no

mapa por qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. Tal convicção tem por base a semiologia

gráfica.

1.1.1. Semiologia Gráfica

A Semiologia Gráfica pode ser compreendida como um conjunto de directrizes que


orientam a elaboração de mapas temáticos com o uso de símbolos caracterizadores da
informação. Esta corrente foi elaborada na França na década de 60 por Jacques Bertin que
através da análise sistemática de muitas representações e imagens, pode definir as variáveis
visuais e estruturar as primeiras regras de construção da imagem gráfica. Tendo em sua obra
Sémiologie Graphique em 1967 divulgado os primeiros resultados de seu trabalho, facto que
desempenhou um papel significativo no desenvolvimento teórico da Cartografia.

Como linguagem cartográfica, fundamenta-se em uma ciência denominada Semiótica


(Ciência da linguagem que opera com a articulação dos signos verbais e não-verbais, com os
diversos sistemas de sinais, de linguagem e suas relações), que tem por objecto de estudo a
investigação de todas as linguagens, em especial a dos signos. Os signos são componentes
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linguísticos do sistema de informação cartográfica. Os signos são compostos por significante


(expressão) e significado (conteúdo).

Esta linguagem é hoje considerada a Gramática da Cartografia Temática. Ela suplantou


uma das grandes dificuldades para a Cartografia Temática que tem sido a falta de padronização
da legenda, pois, ela apresenta-se como uma linguagem Monossémica. Ela coloca em evidência
três relações: Diversidade/Similaridade, Ordem e Proporcionalidade, que são os significados da
Representação Gráfica. Estas relações são expressas pelas Variáveis Visuais – Tamanho, Textura,
Valor, Cor, Orientação e Forma, que são os Significantes, e considera os modos de Implantação:
Pontual, Linear e Zonal.

Assim, para representar quantidades e proporcionalidades, utilizamos a variável visual


Tamanho – variação do ponto no tamanho Grande, Médio e Pequeno. Para representar
informações ordenadas, utilizamos o Valor – variação de tonalidade do branco ao preto, ou do
claro para o escuro. Estas duas variáveis visuais – tamanho e valor possuem a propriedade
dissociativa. Utilizamos a Orientação – variação de posição entre o vertical, o oblíquo e o
horizontal e a Forma – todas as variações geométricas ou não, para representar informações de
diversidade.

 Relação entre os dados e sua representação gráfica

A relação entre os dados e sua representação gráfica é o ponto de partida na


caracterização desta linguagem cartográfica, porque possuem propriedades perceptivas. As
variáveis visuais – Orientação e Forma, possuem a propriedade perceptiva associativa.

Percepção Selectiva – o olho consegue isolar os elementos (variável visual –


orientação)

Percepção Ordenada – as categorias se ordenam espontaneamente (variável visual –


valor: do claro para escuro)
23

Percepção Quantitativa – a relação de proporção é imediata (variável visual –


tamanho)

Percepção Dissociativa – afastando-se da vista, tamanhos diferentes, eles


desaparecem sucessivamente. (variável visual – tamanho)

Percepção Associativa – as categorias se confundem, afastando-as da vista, não


desaparecem (variável visual – orientação) (ARCHELA, 2001).

 A Semiologia Gráfica e o evoluir das tecnologias na Cartografia

Com o desenvolvimento das novas tecnologias na Cartografia, o processo de tratamento


de dados, através da Semiologia Gráfica não se desenvolveu, apesar das tentativas realizadas pelo
Laboratório de Graphique na criação e desenvolvimento dos programas (Mac-map e Amado).

A Semiologia Gráfica embasa a construção de mapas e gráficos a partir de uma gramática


que se apoia na percepção visual. Quando estas construções obedecem as regras da Gramática
Gráfica, a visualização é imediata e a construção gráfica deixa de ser uma simples ilustração.

Por isso, Archela (2001) refere que a construção do mapa pelo sistema monossêmico
exige a aplicação correta das variáveis visuais em cada questão transcrita visualmente. Assim,
para representar informações, é importante observar cuidadosamente as propriedades
significativas das variáveis visuais, que serão utilizadas para transcrever a informação da
linguagem escrita para a gráfica. Além disso, devemos cuidar também, dos demais componentes
da informação – os chamados externos: título, subtítulo, escala, orientação, legenda, fonte e data
dos dados. Eles deverão ser escritos de modo a favorecer a compreensão imediata do mapa,
evitando qualquer ambiguidade. Pois, conhecê-los é fundamental mesmo quando utilizamos
programas convencionais para tratamentos de dados (Microsoft Excel, por exemplo). Sendo por
isso, que as características originais da semiologia gráfica discretamente permanecem na
cartografia contemporânea a meio a diversas correntes propostas por teóricos de diferentes países.
24

1.2.Tipos de Representação Cartográfica

 Por Traço

GLOBO - Representação cartográfica sobre uma superfície esférica, em escala pequena,


dos aspectos naturais e artificiais de uma Figura planetária, com finalidade cultural e ilustrativa.

Mapa - é a representação no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos


geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de uma Figura
planetária, delimitada por elementos físicos, político-administrativos, destinada aos mais variados
usos, temáticos, culturais e ilustrativos.

Caracteriza-se por ser:

-Representação plana;

-Geralmente em escala pequena;

-Área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas, etc.), político-
administrativos;

-Destinação a fins temáticos, culturais ou ilustrativos.

A Carta – é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais


e naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, subdividida em folhas delimitadas
por linhas convencionais - paralelos e meridianos - com a finalidade de possibilitar a avaliação de
pormenores, com grau de precisão compatível com a escala.

Caracteriza-se por ser:

-Representação plana;

-Escala média ou grande;

-Desdobramento em folhas articuladas de maneira sistemática;


25

-Limites das folhas constituído por linhas convencionais, destinada à avaliação precisa de
direcções, distâncias e localização de pontos, áreas e detalhes.

Planta - É um caso particular de carta. A representação se restringe a uma área muito


limitada e a escala é grande, consequentemente o número de detalhes é bem maior. Por isso
considera-se que esta constitui uma “Carta que representa uma área de extensão
suficientemente restrita para que a sua curvatura não precise ser levada em consideração, e
que, em consequência, a escala possa ser considerada constante.”

 Por Imagem

MOSAICO - É o conjunto de fotos de uma determinada área, recortadas e montadas


técnicas e artisticamente, de forma a dar a impressão de que todo o conjunto é uma única
fotografia. Classifica-se em Controlado (é um mosaico de alta precisão); Não-controlado (é de
montagem rápida, sem controle no terreno, não há correcção de imagem e nenhuma
precisão) e Semi-controlado (são montados combinando-se características do mosaico
controlado e do não controlado. Por exemplo, usando-se controle do terreno com fotos não
corrigidas; ou fotos corrigidas, mas sem pontos de controle).

FOTOCARTA - É um mosaico controlado, sobre o qual é realizado um tratamento


cartográfico (planimétrico).

ORTOFOTOCARTA - É uma ortofotografia - fotografia resultante da transformação de


uma foto original, que é uma perspectiva central do terreno, em uma projecção ortogonal sobre
um plano - complementada por símbolos, linhas e georreferenciada, com ou sem legenda,
podendo conter informações planimétricas.

ORTOFOTOMAPA - É o conjunto de várias ortofotocartas adjacentes de uma


determinada região.

FOTOÍNDICE - Montagem por superposição das fotografias, geralmente em escala


reduzida. É a primeira imagem cartográfica da região. O fotoíndice é insumo necessário para
controle de qualidade de aerolevantamentos utilizados na produção de cartas através do método
26

fotogramétrico. Normalmente a escala do fotoíndice é reduzida de 3 a 4 vezes em relação a escala


de vôo.

CARTA IMAGEM - Imagem referenciada a partir de pontos identificáveis e com


coordenadas conhecidas, superposta por reticulado da projecção, podendo conter simbologia e
toponímia.

1.2.1. Elementos de um Mapa

Os elementos de um mapa são itens necessários para a sua correcta leitura e interpretação.
Os mapas representam um importante meio de comunicação, por isso, estes devem dispor de
caracteres que possibilitem a sua correcta leitura e interpretação de forma fácil desde a
localização e detalhes do Espaço, ou locais do Espaço. São eles:

O TITULO

Este indica o tema ou o assunto, bem como informações gerais como a localidade, o
tempo (época, em casos de mapas históricos ou com precisão temporária necessária) alem de
qualquer outro tipo de informação que possa vir a ser relevante a compreensão daquilo que se
trata da representação.

A LEGENDA

Esta compreende a especificação do significado atribuído aos símbolos empregues no


mapa, ou seja, é a representação escrita do significado da simbologia empregue no mapa. Os
símbolos podem apresentar-se em forma de ícones, cores, áreas, linhas e pictogramas.

A ORIENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

Esta indica os pontos cardeais necessários para que o leitor tenha uma correcta noção da
posição relativa indicada no mapa. Geralmente apresenta-se uma seta apontando para o Norte
(N), mas também pode ser indicado por uma Rosa-dos-ventos.
27

 Os pontos cardeais

Provem do cardeal que significa Principal. Por isso, pontos cardeais, diz-se sobretudo dos
quatro pontos do horizonte: Norte, Sul, Leste e Oeste, para distingui-los dos intermediários. As
linhas que os unem designam-se por Rumo ou Direcções. Se traçarmos as bissectrizes dos
ângulos que eles formam, obtemos novos quatro Rumos e Pontos, chamados Pontos Colaterais
(N.E, N.O, S.E, S.O). E se traçarmos as bissectrizes dos ângulos que eles formam, obtemos
novos oito Rumos e Pontos, chamados de Pontos Intermédios (N.N.E, N.N.O, S.S.E, S.S.O,
E.N.E, E.S.E, O.S.O, O.N.O).

Rosa-dos-ventos – designa-se ao conjunto dos Rumos usados na orientação. Observe a


figura abaixo.

Ilustração 1. Pontos Intermédios

Ilustração 2. Pontos Intermédios

A ESCALA

É a proporção matemática entre a área real e sua representação cartográfica. É a relação


entre as distâncias no mapa e as distâncias reais ou verdadeiras. Porque a representação
cartográfica é a representação de uma região em um espaço menor, significa que sua área foi
reduzida, a escala correspondera ao valor desta redução, Gráfica ou Numericamente.

Escala Numérica – É a escala representada em forma de uma fracção, do tipo . Em que

o X (x porque é um numero variável, e neste os números variam em todos os casos) é


28

representado apenas em centímetros (no denominador) e o 1 também é representado em


centímetros, mas este não varia em todos os casos.

Escala Gráfica – baseia-se num gráfico, representado por um seguimento de recta onde
se indicam as distâncias reais por meio de variação da cor ou do padrão na graduação da recta.

PROJECÇÃO CARTOGRÁFICA

É o resultado de um processo de conversão ou transformação de coordenadas de um ponto


da superfície de uma esfera (Latitude/Longitude) para coordenadas de um plano (X/Y). Ela é
definida como sendo traçado sistemático de linhas numa superfície plana destinado a
representação de paralelos e meridianos de longitudes da terra ou parte dela, sendo esta
considerada a base para a construção de mapas.

1.2.1.1.Classificação das Projecções Cartográficas

Quadro 1. Classificação das projecções cartográficas quanto ao método

Quanto ao método

Geométricas Baseiam-se em princípios geométricos projectivos. Podem ser obtidos pela intersecção, sobre
a superfície de projecção, do feixe de rectas que passa por pontos da superfície de referência
partindo de um centro perspectivo (ponto de vista).
Analíticas Baseiam-se em formulação matemática obtida com o objectivo de se atender condições
(características) previamente estabelecidas (é o caso da maior parte das projecções existentes).
Quanto à superfície de projecção

Planas ou Este tipo de superfície pode assumir três posições básicas em relação a superfície de
AZIMUTAIS referência: polar, equatorial e oblíqua (ou horizontal).

Cónicas A superfície de projecção é o cone, ela pode ser desenvolvida em um plano sem que haja
distorções, e funciona como superfície auxiliar na obtenção de uma representação. A sua
posição em relação à superfície de referência pode ser: normal, transversal e oblíqua (ou
horizontal).
Cilíndricas A superfície de projecção que utiliza o cilindro pode ser desenvolvida em um plano e suas
possíveis posições em relação a superfície de referência podem ser: equatorial, transversal e
oblíqua (ou horizontal).
Poli- Caracterizam-se pelo emprego de mais do que uma superfície de projecção (do mesmo tipo)
superficiais para aumentar o contacto com a superfície de referência e, portanto, diminuir as deformações
(plano-poliédrica; cone-polifónica; cilindro-policilíndrica).

Quanto às propriedades
29

Equidistantes As que não apresentam deformações lineares para algumas linhas em especial, isto é, os
comprimentos são representados em escala uniforme.
Conformes Representam sem deformação, todos os ângulos em torno de quaisquer pontos, e decorrentes
dessa propriedade, não deformam pequenas regiões.
Equivalentes Não alterarem as áreas. Seja qual for a porção representada num mapa, ela conserva a mesma
relação com a área de todo o mapa.
Afiláticas São projecções em que as áreas, os ângulos e os comprimentos não são conservados.
Quanto ao tipo de contacto entre as superfícies de projecção e referências

Tangentes Quando a superfície de projecção é tangente à de referência (plano- um ponto; cone e cilindro-
uma linha).
Secantes Quando a superfície de projecção secciona a superfície de referência (plano- uma linha; cone-
duas linhas desiguais; cilindro- duas linhas iguais).
Fonte: Comissário, C.E.A. (2017).

1.3.As fotografias aéreas

A fotografia aérea é uma das técnicas utilizadas para o levantamento de dados sobre uma
determinada superfície, de forma minuciosa. Esta é uma técnica que permite, a comparação
periódica e morfoestrutural para fins de estudo evolutivo ou comparativo de determinadas áreas.

Na fotografia aérea são utilizados vários sistemas de detecção remota, como o radar, o
sonar e os infravermelhos. Mas, sua eficiência depende da capacidade analítica, do conhecimento
sobre a área observada pelo observador e instrumentos a sua disposição para o seu tratamento.

1.4.As Imagens de Satélites

As imagens de satélites permitem estudar a superfície terrestre a escala Temporoespacial


(escala temporal e espacial). Os mapas feitos a partir do Espaço constituem a revolução
cartográfica, pois permitem um levantamento mais rápido e eficaz da superfície terrestre, assim
como a sua constante actualização.
30

1.5.Cartas e Mapas

1.5.1. Classificação de Cartas e Mapas

Classificação de mapas e cartas: a) de acordo com os objectivos ou destinação e b) de


acordo com a escala, segundo (FITZ, 2008):

 MAPA TEMÁTICO: classificado quanto aos objectivos, quando utiliza aspectos ou


temas de outros mapas já existentes (mapa-base). Os mapas temáticos são aqueles que
apresentam informações afins sobre o terreno, como os mapas geomorfológicos, de solos
e outros.
 CARTA GEOGRÁFICA: corresponde a classificação de acordo com a escala, onde se
refere a escalas menores que 1:500.000, abrangendo curvas de nível ou cores
hipsométricas no que diz respeito a simbologia das representações Planimétricas e
Altimétricas.
 CARTA TOPOGRÁFICA: corresponde a classificação relativa a Escala, sendo esta
compreendendo escalas entre 1:25.000 e 1:250.000, incluindo informações Planimétricas
e Altimétricas.
 CARTA CADASTRAL: corresponde a classificação ligada a Escala, ou seja, apresenta
grandes escalas (maior que 1:5.000) a qual pode ser utilizada em cadastro municipal, por
exemplo.

Estas classes de representação se referem a forma na qual os dados espaciais são


armazenados (vectores ou matrizes).

1.5.1.1.Classificação quanto a natureza

 MAPA GERAL

São documentos cartográficos elaborados sem um fim específico. A finalidade é fornecer


ao usuário uma base cartográfica com possibilidades de aplicações generalizadas, de acordo com
a precisão geométrica e tolerâncias permitidas pela Escala.
31

Apresentam os acidentes naturais e artificiais e servem, também, de base para os demais


tipos de Cartas.

 MAPA CADASTRAL

Representação em Escala Grande, geralmente Planimétrica e com maior nível de


detalhamento, apresentando grande precisão geométrica. Normalmente é utilizada para
representar cidades e regiões metropolitanas, nas quais a densidade de edificações e arruamento é
grande.

As escalas mais usuais na representação cadastral são: 1:1.000, 1:2.000, 1:5.000, 1:10.000
e 1:15.000.

MAPA DE LOCALIDADE - Denominação utilizada na Base Territorial dos Censos


para identificar o conjunto de plantas em Escala Cadastral, que compõe o mapeamento de uma
localidade (região metropolitana, cidade ou vila).

 CARTA TOPOGRÁFICA

Carta elaborada a partir de levantamentos Aerofotogramétrico e Geodésico original ou


compilada de outras cartas topográficas em escalas maiores. Inclui os acidentes naturais e
artificiais, em que os elementos Planimétricos (sistema viário, obras, etc.) e Altimétricos (relevo
através de curvas de nível, pontos colados, etc.) são geometricamente bem representados.

 CARTA GEOGRÁFICA

Carta em que os detalhes Planimétricos e Altimétricos são generalizados, os quais


oferecem uma precisão de acordo com a Escala de publicação. A representação Planimétrica é
feita através de símbolos que ampliam muito os objectos correspondentes, alguns dos quais
muitas vezes têm que ser bastante deslocados.

A representação Altimétrica é feita através de curvas de nível, cuja equidistância apenas


dá uma ideia geral do relevo e, em geral, são empregadas cores hipsométricas.
32

São elaboradas na Escala 1:500.000 e menores, como por exemplo a Carta Internacional
do Mundo ao Milionésimo (CIM).

 MAPEAMENTO DAS UNIDADES TERRITORIAIS

Representação feita a partir do Mapeamento Topográfico do Espaço Territorial de uma


dada região através de mapas elaborados especificamente para cada unidade territorial da mesma.
Por exemplo, a partir do mapeamento topográfico, o espaço territorial Moçambicano poderá ser
representado através de mapas elaborados especificamente para cada unidade territorial do país
(região, província, distrito município entre outras).

 CARTA ESPECIAL

São as Cartas, Mapas ou Plantas para grandes grupos de usuários muito distintos entre si,
e cada um deles, concebido para atender a uma determinada faixa técnica ou científica. São
documentos muito específicos e sumamente técnicos que se destinam à representação de fatos,
dados ou fenómenos típicos, tendo assim, que se cingir rigidamente aos métodos e objectivos do
assunto ou actividade a que está ligado. Por exemplo: Cartas Náuticas, Aeronáuticas, para fins
militares, Mapa Magnético, Astronómico, Meteorológico e outros.

Náuticas: Representa as profundidades, a natureza do fundo do mar, as curvas


batimétricas, bancos de areia, recifes, faróis, bóias, as marés e as correntes de um determinado
mar ou áreas terrestres e marítimas.

Elaboradas de forma sistemática pela Directoria de Hidrografia e Navegação - DHN, do


Ministério da Marinha. O Sistema Internacional exige para a navegação marítima, seja de carga
ou de passageiros, que se mantenha actualizado o mapeamento do litoral e hidrovias.

Aeronáuticas: Representação particularizada dos aspectos cartográficos do terreno, ou


parte dele, destinada a apresentar além de aspectos culturais e hidrográficos, informações
suplementares necessárias à navegação aérea, pilotagem ou ao planeamento de operações aéreas.

Para fins militares: Em geral, são elaboradas na escala 1:25.000, representando os


acidentes naturais do terreno, indispensáveis ao uso das forças armadas. Pode representar umas
33

áreas litorânea características topográficas e náuticas, a fim de que ofereça a máxima utilidade em
operações militares, sobretudo no que se refere a operações anfíbias.

1.5.1.2.Mapeamento temático

A cartógrafa temática tem como objectivo gerar a representação das informações


geográficas referentes a um ou vários fenómenos (físicos ou sociais) de todo o planeta ou de uma
parte dele. Como exemplo de mapas temáticos, podemos citar os geológicos, de vegetação,
climáticos, etc. A representação dos fenómenos ou temas é ajustada às referências físicas que
figuram em uma base cartográfica.
34

III. SISTEMA DE COORDENADAS

Os sistemas de coordenadas correspondem ao conjunto das grandezas lineares e/ou


angulares que determinam a posição dos pontos no Sistema Terra ou no Plano. Os Sistemas de
Coordenadas podem ser Geográficas (ou Geodésicas) ou Planas (Métricas ou UTM).

1. Coordenadas Geográficas

Coordenadas geográficas de um local ou ponto do ST (Sistema Terra) correspondem ao


conjunto das latitudes e longitudes. Por outra as coordenadas geográficas são os elementos que
nos indicam com precisão a localização de qualquer ponto da superfície terrestre, ou seja, do
Globo Terrestre. Elas correspondem a grandezas que determinam a posição de qualquer ponto no
planeta, são elas Latitude, Longitude e Altitude.

 Conceitos fundamentais

Latitude – é a distância angular ou medida em graus, entre o equador e o paralelo do


lugar. Ela mede-se para Norte ou Sul, varia de 0o a 90o por hemisfério, e esta é a primeira a ser
representada e lida na localização de qualquer ponto do planeta.

Longitude - é a distância angular ou medida em graus, a partir do meridiano de


Greenwich (meridiano principal) até ao meridiano do lugar. Ela mede-se para Este ou Oeste,
varia de 0o a 180o por hemisfério, e esta é a segunda a ser representada e lida na localização de
qualquer ponto do planeta. Greenwich1 é uma cidade Inglesa por onde passa o meridiano
principal, lugar onde existe um antigo observatório meteorológico.

Altitude – é a distância vertical entre um ponto da superfície em relação ao nível médio


das águas do mar.

Equador – é a linha que divide a superfície de um corpo esférico ou Esferóide em duas


partes iguais ou quase iguais e simétricas. Em Geodesia compreende ao círculo máximo
1
Por convenção, adoptou-se como origem o Meridiano de Greenwich (que passa pelo observatório de Greenwich na
Inglaterra).
35

imaginário da Esfera Terrestre, equidistante de ambos os pólos. Este divide por igual a Terra em
dois hemisférios: Norte e Sul.

1.1.Rede Geográfica: Paralelos e Meridianos

Entende-se por Rede Geográfica ao conjunto formado por Paralelos e Meridianos, ou


seja, pelas linhas de referência que cobrem o Globo Terrestre com a finalidade de permitir a
localização precisa de qualquer ponto sobre a sua superfície, bem como orientar a confecção de
mapas.

 Meridiano

Refere-se ao meio-dia, ou a sombra que um objecto projecta ao meio-dia. Em Geografia


refere-se a qualquer círculo máximo da Terra que passe pelos pólos (N e S) e corte o Equador em
ângulos rectos, o que significa, que meridianos são linhas imaginárias perpendiculares ao
Equador. Os Astrónomos consideram-no o círculo máximo da esfera celeste que passa pelos
pólos celestes e pelo Zénite e Nadir do ponto de observação. Todos os meridianos medem 3600.

 Paralelos

Compreendem a círculos menores ou semi-círculos, ou seja, cada um dos círculos


menores paralelos ao Equador, por outra, são Linhas que dão uma volta completa ao redor da
esfera terrestre no sentido Este-Oeste, horizontal.

Em linha gerais os paralelos nos indicam a latitude, que é a distância, em graus, da linha
do Equador até o paralelo de um de- terminado lugar. Os valores da latitude variam de 0º (linha
do Equador) a 90º (polos), devendo ser indicada também a posição: no hemisfério sul (S) ou no
hemisfério norte (N).
36
Ilustração 3. Rede geografica: Paralelos e Meridianos

Fonte:http://ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/mapas_pdf/mundo_034_divisao_conti

 Plano de referência

Indica a variação das grandezas Latitude e Longitude em quadrantes.

Y1

Quadrante Quadrante

A X1 Quadrante Quadrante

Fonte: Comissário, C.E.A. (2017). B


Ilustração 4. Plano de Referencia

1.2.Coordenadas Métricas ou UTM (U – Universal; T – Transversal; M – Marcator,

Em Homenagem ao grande Cartógrafo Marcator)

O UTM - Universal Transversal de Marcator - é um sistema de coordenadas baseado


no plano cartesiano (eixo x,y) e usa o metro (m) como unidade para medir distâncias e determinar
a posição de um objecto. Diferentemente das Coordenadas Geográficas (ou Geodésicas), o
sistema UTM, não acompanha a curvatura da Terra, por isso, seus pares de coordenadas também
são chamados de Coordenadas Planas.
37

Ilustração 5. Coordenadas Planas

Fonte: IBGE. Noções Básicas de Cartografia

 Fusos do Sistema

Os Fusos do Sistema UTM indicam em que parte do globo as coordenadas obtidas se


aplicam, uma vez que o mesmo par de coordenadas pode se repetir nos 60 fusos diferentes. A
imagem anterior representa um desses fusos, com a linha horizontal representando o Equador e a
vertical, o Meridiano Central do Fuso UTM.

Outra característica do sistema de Marcator é que não há coordenadas negativas e


apenas dois eixos: E (x) e N (y), indicando, respectivamente, Longitude e Latitude. No nosso
hemisfério Sul, as distâncias do eixo N (y) iniciam em 10.000.000 na linha do Equador e
decrescem para o Sul até 0; enquanto o eixo E (x) começa em 500.000 aumentando para o Leste e
decrescendo para Oeste. No hemisfério Norte, as coordenadas de eixo E (x) se comportam da
mesma maneira, enquanto as do eixo N (y), tem sua origem no Equador e aumentam para o
Norte.

2. Sistema GPS ou Sistema de Posicionamento Global

Desde o início da civilização, o homem sentiu a necessidade de conhecer a sua


localização na superfície da Terra como o essencial ao desenvolvimento de suas actividades. Em
função disso, sempre buscou desenvolver técnicas e instrumentos que facilitassem o seu
deslocamento, o que culminou com o desenvolvimento do Sistema de Posicionamento Global
(GPS) ou na sigla inglesa Global Positioning System. O seu aparecimento alterou a forma como
38

se navega, como se conduzem guerras, e até os mapas (que se julgavam rigorosos) de cidades tão
cartografadas nos últimos séculos como Paris ou Nova Iorque. O seu funcionamento é quase uma
síntese da ciência e engenharia modernas: baseia-se num sistema de satélites (engenharia
aeroespacial) que emitem sinais de rádio (engenharia de telecomunicações), cujo tempo de
propagação é medido por relógios atómicos (Mecânica Quântica) tão precisos que requerem
correcções devidas à dilatação do tempo (Teoria da Relatividade), sendo o cálculo da posição
realizado em tempo real por um aparelho que cabe na palma da mão (engenharia de
computadores).

O GPS surgiu com objectivos bélicos, ou seja, com o objectivo de facilitar os


deslocamentos de tropas, a localização de tropas inimigas e a navegação de alta precisão para o
transporte militar e de mísseis. Seu uso foi testado na Guerra do Golfo, facilitando a locomoção
das tropas no deserto. Os mísseis passaram a atingir seus alvos com erros mínimos. Em 1980, o
então presidente Ronald Reagan (1911-2004) autorizou o uso civil do sistema (ARAÚJO &
CARVALHO, 2009:02).

A sua principal finalidade seria a de proporcionar, em termos genéricos, os meios


necessários para rapidamente e de forma eficaz se determinar a posição tridimensional de
qualquer ponto localizado no Globo Terrestre (ou perto dele) a qualquer instante.

A ideia básica do GPS é muito simples: existe uma frota (“constelação” na terminologia
do GPS) de satélites em órbita ao redor da Terra, que conhecem as suas órbitas com enorme
exactidão, e transportam a bordo relógios atómicos muito precisos. Periodicamente, um sinal de
rádio é emitido por cada satélite, no qual este indica a hora exacta que marca o seu relógio, bem
como a sua posição nesse preciso instante. Este sistema utiliza, no total, 24 satélites para
assegurar uma cobertura global.

Hoje em dia, o uso do Sistema de Posicionamento Global é generalizado. Por menos de


100 euros, é possível adquirir um receptor de GPS, capaz de indicar a sua posição exacta em
qualquer ponto da superfície da Terra. Muitos objectos de uso corrente, desde telemóveis a
automóveis, vêm já equipados com estes aparelhos. Além das aplicações civis e militares óbvias,
da aviação à cartografia, o GPS tem aplicações científicas importantes, como por exemplo a
39

medição do movimento de falhas geológicas durante tremores de terra; deu ainda origem a
actividades recreativas completamente novas, como o popular jogo geocaching.

No seu funcionamento consideram-se os seguintes pontos:

1. Triangulação - São necessários, no mínimo, um conjunto de 4 satélites, para que se


chegue a exactidão por meio de combinações;

2. Distância = Velocidade x Tempo;

3. Relógio - A indicação temporal necessária ao funcionamento do sistema requer, entre


satélites e receptores permitindo a Sincronização e Localização dos satélites nos Sistemas de
coordenadas: Coordenadas ECEF (Latitude/Longitude/Altitude), UTM (Posicionamento
cartesiano em metros: Divisão em Zonas Cartesianas) e Datums (Especificam um ponto inicial
de medida: ex. NAD 1927 ou NAD 1983);

4. Posicionamento - O posicionamento em Latitude, Longitude e Altitude é calculado


com base em sistemas de coordenadas de referência que permitem a sua correcta identificação.

Contudo, esses valores vêm afectados de efeitos da velocidade da Terra e dos satélites,
sendo que os três aspectos principais são: Velocidade (dilatação do tempo); Potencial
gravitacional (Faz com que o relógio transportado se adiante em relação a um outro na Terra) e
Efeito Sagnac (em função da trajectória e direcção escolhidas, faz com que o relógio transportado
se adiante ou se atrase em relação a um outro na Terra)

5. Coordenadas – descritas em três (3) no Relógio;

6. Erros – atrasos e diferenças causadas por barreiras naturais, como por exemplo
Atrasos na Troposfera e Ionosfera: erros devido ao atraso do sinal ao atravessar as camadas da
atmosfera terrestre.
40

2.1.Conceito e objectivo do GPS

2.1.1. Conceito de GPS

Sistema de Posicionamento Global, conhecido por GPS (Global Positioning System) ou


NAVSTAR-GPS (Navigation Satellite with Time And Ranging), é um sistema de radionavegação
desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América, visando
inicialmente ser o principal sistema de navegação do exército americano (ARAÚJO &
CARVALHO, 2009:03).

2.1.2. Objectivo do GPS

Esse sistema está programado para nos fornecer coordenadas bi ou tridimensionais de


pontos no terreno, bem como a velocidade e direcção com que nos deslocamos entre pontos. O
GPS tem como objectivo auxiliar as atividades de navegação e realização de levantamentos
geodésicos e topográficos. O sistema opera ininterruptamente, 24 horas por dia,
independentemente das condições meteorológicas (muito embora essas condições possam
provocar algum tipo de interferência na qualidade dos resultados do levantamento) (ARAÚJO &
CARVALHO, 2009:03).
41

IV. SISTEMA DE INFORMACAO GEOGRAFICA (SIG)

1. Conceito de SIG

SISTEMA (do Grego systema: “reunião, grupo”):


1. Conjunto de elementos, materiais ou ideais, entre os quais se possa encontrar ou definir
alguma relação.

2. Disposição das partes ou dos elementos de um todo, coordenadas entre si, e que
funcionam como estrutura organizada (“AURÉLIO”).

3. Conjunto de princípios, coordenados entre si de maneira a formar um todo científico ou


um corpo de doutrina. 2. Combinação de partes coordenadas para um mesmo resultado, ou de
maneira a formar um conjunto: S. de canais. (“Dic MICHAELIS-Vol”).

O SIG é:

SISTEMA porque - é feito de vários componentes inter-relacionados e ligados com


diferentes funções. Com isso este tem capacidade funcional para a entrada, o manuseio, a
transformação, a visualização, a combinação, a consultas, a análises, a modelagem e a saída de
dados.

INFORMAÇÃO porque - pressupõe que os dados estejam organizados para produzir


conhecimento útil, na forma de mapas e imagens, estatísticas, gráficos, etc.

GEOGRÁFICA porque - implica conhecimento da localização dos itens de dados, ou que


eles podem ser calculados, em termos de coordenadas geográficas.

Por isso define-se o SIG como sendo conjunto de programas, equipamentos,


metodologias, dados e pessoas (usuários), perfeitamente integrados, de forma a tornar possível a
colecta, o armazenamento, o processamento e a análise de dados georreferenciados, bem como a
produção de informação derivada de sua aplicação (TEIXEIRA et al., 1995).
42

2.2.Evolução do SIG

 Década de 40 e 50: Avanços nas tecnologias computacionais e cartográficas;


 Década de 60: SIG implementado nos EUA;
 Década de 70: Trabalhos publicados atestando e acentuando o desenvolvimento dessa
tecnologia;
 Década de 90: Popularização e adopção dos SIGs como instrumento para a tomada de
decisões.

3. Principais características de um SIG

Integração – numa única base de dados são integradas informações espaciais de


dados cartográficos, de Censo e de Cadastro, Urbanos e Rurais, Imagens de
Sensoriamento Remoto, Redes e Modelos Numéricos de Terreno;
Combinação – as várias informações por meio de algoritmos de manipulação são
combinados para gerar mapeamentos derivados.
Gerênciabilidade – os conteúdos da base de dados podem ser consultados,
recuperados, visualizados e plotados se geocodificados.

3.1.Componentes de um SIG

Segundo Burrough (1988), os SIG’s possuem 3 importantes componentes:

1. Equipamento computacional (Hardware);


2. Um conjunto de módulos aplicativos (Software);
3. Contexto organizacional apropriado (estrutura da instalação para abrigar a filosofia de
trabalho, com as tomadas de decisões apoiadas pelo SIG: rede Hidrográfica,
Drenagem, Estrada, Solos, Declividade, Uso do solo, Produtividade).

NB: Estes três componentes necessitam estar balanceados para o sistema funcionar
satisfatoriamente.
43

3.2.Sensoriamento remoto

O Sensoriamento remoto é a técnica de obtenção de informações acerca de um objecto,

área ou fenómeno localizado na Terra, sem que haja contacto físico com o mesmo. As

informações podem ser obtidas através de radiação electromagnética, gerada por fontes naturais

(sensor passivo), como o Sol, a atmosfera ou por fontes artificiais (sensor activo), como o radar.

São apresentadas na forma de imagens, sendo mais utilizadas, actualmente, aquelas captadas por

sensores ópticos orbitais localizados em satélites.

O Sensoriamento remoto veio para complementar o método fotogramétrico,

principalmente para a actualização de mapas e mostrou seu grande valor na obtenção de

informações temáticas (TIMBO, 2001:8).

4. Manuseio de dados georreferenciados

Aronoff (1993) estabelece que SIG´s são sistemas computadorizados que permitem o
manuseio de dados georreferenciados por meio de 4 módulos de capacidades. Que são:

1. Entrada de Dados;
2. Gerenciamento de Dados (Armazenamento e Recuperação);
3. Manipulação e Analise de Dados;
4. Saída (geração de produtos).

A colecta de informações coordenadas é feita no mundo real, é agrupada, transformando-


se em DADOS, que são colocados em MODELOS.

MODELOS... São criados com base em teorias, percepções e observações anteriores e


especulações sobre o mundo real. A concepção de modelos operacionalizáveis é limitada pelos
recursos disponíveis, sejam estes tecnológicos, económicos ou organizacionais, para a efectiva
realização de observações. O estabelecimento das necessidades das informações deve, portanto,
44

emergir do modelo e da análise dos factores intervenientes a quando da sua concepção”


(RODRIGUES, 1987).

A partir dos modelos faz-se o Planeamento que é uma função ou serviço de preparação
do trabalho. “ O processamento de informações geográficas, no processamento de planeamento,
INICIA (a necessidade/problema é do Mundo Real) e TERMINA (a solução é posta ao Mundo
Real) com o Mundo Real” (ARANOFF, 1993).

 ENTES E ATRIBUTOS

Objectos ou Entidades são referenciados pela sua localização. Como Pontos de


amostragens de Solo ou Vegetação, Ruas e Avenidas, Construções, etc. estes constituem os
objectos espaciais.

Atributos: podem ser considerados características ou propriedades que descrevem os


entes, podendo ser quantitativos ou qualitativos. Exemplo: Características do solo ou vegetação,
Informação da qualidade das estradas, nome das Rodovias, Altura, Data, etc.

 CLASSIFICAÇÃO DOS DADOS

Os Dados são classificados em Espaciais (referentes as coordenadas geográficas, ou seja,


a espacialidade) e Não Espaciais (informações referentes ao espaço concreto: um cadastro
Urbano).

4.1.Banco de Dados

O Banco de Dados compreende a uma colecção de registos salvos em um computador de


modo sistemático, de forma que um programa de computador possa consulta-lo para responder a
questões postas. Por outra podem ser entendidos com um conjunto de dados com uma estrutura
regular que organiza informações.

Um mapa pode ser consultado para formar um banco de dados e um banco de dados
pode ser consultado para formar um mapa. Por isso existem dois tipos de bancos de dados:
GEOGRÁFICOS (de ENTES) e de ATRIBUTOS.
45

4.1.1. Dados Geográficos

Os Dados Geográficos caracterizam-se pela sua espacialidade. Por isso, ao se


trabalhar com dados geográficos, é bastante útil determinar relações topológicas como
adjacência, pertinência, intersecção, cruzamento e proximidade. Por exemplo, em determinado
projecto pode surgir a seguinte questão: Que províncias de Moçambique são atravessadas pelo
Rio Zambeze?

Conforme destaca a figura abaixo, os dados geográficos são agrupados em duas grandes
classes ou modelos de representação, que também denomina-se ESTRUTURA DE
ARMAZENAMENTO ou FORMATO de Dados Espaciais Digitais, são comummente
diferenciados em dois tipos: Vectorial e Matricial (Raster).

Ilustração 6. Estrutura de armazenamento ou formato de Dados Espaciais Digitais

Fonte: https://docs.ufpr.br/~firk/pessoal/Carto_Digital/BED3.pdf

1.1.1. Classe Vectorial

Em SIG, um vector é a representação gráfica de feições como mapa, sem o efeito de


generalização de uma grade matricial. As linhas são analógicas, isto é, não são quebradas em
células ou em fragmentos, mas são contínuas do seu início ao seu final. Portanto, a forma
representada é mais cuidadosa, como um mapa real.

Dados espaciais armazenados no modelo vectorial tem a localização e os atributos


gráficos de cada objecto representadas por pelo menos um par de coordenadas.
46

Nesta classe as entidades podem ser apresentadas na forma de pontos, linhas (arcos e
demais elementos lineares) e polígonos (áreas). Conforme a figura abaixo.

Os pontos: são posicionados por um par de coordenadas (X,Y);

As Linhas: segmentos de recta, constituídos por dois ou mais pares de coordenadas;

Os Polígonos: descrevem as características topológicas de Áreas distintas.

Ilustração 7. Modelo Vectorial de representação de dados espaciais

Fonte: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/03/dados-geograficos-2-550x353.jpg

Sendo assim, os Pontos são utilizados para representar, por exemplo, a localização de
crimes ou ocorrências de doenças. Linhas têm aplicação na representação de redes de esgoto,
traçado de rios e semelhantes. Polígonos podem representar desde lotes de uma quadra até
continentes.

Com respeito aos polígonos é digno de nota observar que estes dividem o plano em duas
regiões: o interior, que em geral inclui a fronteira do polígono fechado e o exterior.

1.1.2. Classe Matricial

A Estrutura Raster (celular, matricial ou grade) é uma das formas mais simples de
organizar dados espaciais, consiste num arranjo, geralmente regular, de células (pixels), as quais
representam o mundo real.
47

Neste modelo, a representação é feita através de uma matriz composta de um certo


número de colunas e linhas, onde cada célula tem um valor correspondente ao atributo
analisado e pode ser localizada pelo cruzamento entre as linhas e colunas.

A figura a seguir ilustra a representação Raster em duas diferentes resoluções espaciais.


Note que as células das imagens a acima são maiores que as das imagens a baixo, o que significa
que a segunda tem melhor resolução espacial que a primeira em representação ao mesmo dado
geográfico, que neste caso trata-se de um Rio.
48

Ilustração 8. Modelo Matricial de representação de dados espaciais

Fonte: https://docs.ufpr.br/~firk/pessoal/Carto_Digital/BED3.pdf

1.2. Defeitos do Modelo Matricial

Pelo fato de que o valor ou código de uma célula representar todas as feições dentro de
uma grade, este não mantém correctos o tamanho, a forma ou a localização, para feições
49

individuais. O rio, por exemplo, de fato é mais estreito do que uma célula, mas somente uma
célula inteira pode ser codificada como rio, assim, o rio aparece mais largo do que realmente é.
Também se deve notar, a mudança na forma do rio, que se torna mais geométrica do que sinuosa
(curvada) devido a sua representação por células quadradas. Outras feições são generalizadas.

1.2.1. A escolha do uso do modelo Vectorial ou Matricial

O formato matricial é baseado numa estrutura de grade de células, enquanto o formato


vectorial é mais parecido com um mapa de linhas. Há apenas poucos anos atrás que os SIG eram
dedicados a uma ou outra estrutura de dados, mas os sistemas atuais integram ambas. Porque
cada formato de dado tem suas vantagens e desvantagens, e os profissionais de SIG reconhecem
que em muitos projectos há a necessidade de ambas para a compensação dos defeitos de um com
as qualidades de outro modelo.

Por isso, a escolha do uso do modelo vectorial ou matricial dependerá de diversos


factores, pois ambos apresentam vantagens e desvantagens na sua utilização. Por exemplo, a
classe Raster representa melhor os fenómenos com variação contínua no espaço. Já o
armazenamento na forma de vectores (por coordenadas) é mais preciso. Observe a ilustração
nove (9):
50

Ilustração 9. Comparação dos modelos Vectorial e Matricial

Fonte: https://docs.ufpr.br/~firk/pessoal/Carto_Digital/BED3.pdf

2. Áreas de aplicação dos SIG’S

 USO DA TERRA: Planeamento e ordenamento territorial;


 USO DE RECURSOS NATURAIS: Gestão e Administração de recursos naturais;
 MEIO AMBIENTE: Gestão ambiental;
 MAPEAMENTO: Imagem de Satélite, Pontos de Amostragem, Rede de Drenagem,
Mapa de Solos, Limites de Solos, Talhões, Mapa de Fertilidade, etc.

 ALGUNS SOFTWARES USADOS NO SIG

 Arc/Info;
51

 ArcView/ArcGIS;
 Mge – Geomedia;
 TNT mips;
 Spring;
 Idrisi.
52

V. ELEMENTOS DE REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

1. Convenções cartográficas

As convenções cartográficas abrangem símbolos que, atendendo às exigências da técnica,


do desenho e da reprodução fotográfica, representam, de modo mais expressivo, os diversos
acidentes do terreno e objectos topográficos em geral. Elas permitem ressaltar esses acidentes do
terreno, de maneira proporcional à sua importância, principalmente sob o ponto de vista das
aplicações da carta.

O SÍMBOLO é indispensável, determinado em qualquer tipo de representação


cartográfica, a sua variedade ou a sua quantidade acha-se, sempre, em função da escala do mapa.
Por isso, é necessário observar, com o máximo rigor, as dimensões e a forma característica de
cada símbolo, a fim de se manter, sobretudo, a homogeneidade que deve predominar em todos os
trabalhos da mesma categoria. Pois, o símbolo é, ordinariamente, a representação mínima dos
acidentes topográficos.

A POSIÇÃO DE UMA LEGENDA é escolhida de modo a não causar dúvidas quanto


ao objecto a que se refere. Tratando-se de localidades, regiões, construções, obras públicas e
objectos congéneres, bem como acidentes orográficos (Descrição das montanhas) isolados, o
nome deve ser lançado, sem cobrir outros detalhes importantes. Visto que, esta constitui o
carácter associativo.

A CARTA OU MAPA TEM POR OBJECTIVO a representação de duas dimensões, a


primeira referente ao plano e a segunda à altitude. Desta forma, os símbolos e cores
convencionais são de duas ordens: Planimétricos e Altimétricos.
53

VI. REPRESENTAÇÃO TOPOGRÁFICA

1. Cartas Topográficas

Segundo Delazari et al (2004:76) as cartas topográficas são assim denominadas porque


representam a topografia. Topografia, segundo Keates (1973) apud Delazari et al (2004:76) “são
todas as feições identificáveis da superfície da Terra, tanto naturais como artificiais, para as quais
é possível estabelecer uma posição específica, expressa em relação à superfície topográfica”.

As cartas topográficas são de propósito gerais, e portanto devem servir a qualquer


usuário, ou seja, a toda a sociedade, assim, devem ser úteis, por exemplo, aos planeadores, aos
engenheiros e até ao público em geral. Quando alguém deseja localizar alguma feição, ou até
mesmo se localizar. Descobrir quais são as estradas existentes no município em que a pessoa
mora pode ser um exemplo de uso (DELAZARI et al., 2004). Os autores ainda citam que
KEATES (1973) afirma que “O propósito fundamental das cartas topográficas é representar as
feições em suas posições corretas (acuracidade e precisão), dentro dos limites da escala”.

A localização espacial de feições pode ser definida tanto no espaço bidimensional (X,Y),
como no espaço tridimensional (X,Y,Z). Por isso, são considerados como elementos principais da
topografia, a altimetria e a planimetria (DELAZARI et al. 2004:9).

1.1.Planimetria

A planimetria é técnica para medir distâncias e ângulos Horizontais, representados. Para


ser representado na planta. A forma de representação é por meio de Vista (vê-se os objectos
representados como se se estivesse sobre uma altura).

A representação planimétrica pode ser dividida em duas partes, de acordo com os


elementos que cobrem a superfície do solo, ou sejam, físicos ou naturais e culturais ou artificiais.
54

Os físico-naturais correspondem principalmente à hidrografia e vegetação, os culturais ou


artificiais decorrem da ocupação humana, sistema viário, construções, limites político ou
administrativos etc.

Quadro 2. Representação planimétrica segundo factores físico-naturais

Factores físico-naturais
Factor Descrição
Hidrografia A representação dos elementos hidrográficos é feita, sempre que possível, associando-se esses
elementos, há símbolos que caracterizem a água, tendo sido o azul a cor escolhida para representar
a hidrografia, alagados (mangue, brejo e área sujeita à inundação), etc.
Vegetação A cor verde é universalmente usada para representar a cobertura vegetal do solo. Numa carta
topográfica, por exemplo, as matas e florestas são representadas pelo verde-claro. O cerrado e
Catinga, o verde reticulado, e as culturas permanentes e temporárias, outro tipo de simbologia,
com toque Figurativo
Fonte: Comissário, C.E.A. (2017).

Quadro 3. Representação planimétrica segundo factores culturais ou artificiais

Factores culturais ou artificiais


Factor Descrição
Sistema viário Este compreende a representação da rede de vias de comunicação rodoviária. As rodovias são
representadas por traços e/ou cores e são classificadas de acordo com o tráfego e a
pavimentação. Essa classificação é fornecida pela Direcção Nacional Estradas seguindo o
Plano Nacional de Viação (PNV) (de um dado território, podendo ser de Moçambique ou de
qualquer outro país).
Linhas de Limite Em uma carta topográfica é de grande necessidade a representação das divisas interestaduais e
intermunicipais, uma vez que são cartas de grande utilidade principalmente para uso rural.
Conforme as áreas, são representadas certas unidades de expressão administrativa, cultural,
etc., como reservas indígenas, parque nacionais e outros com as seguintes descrições:
internacional, provincial/estadual, municipal, áreas especiais, etc. diferenciadas pela textura do
traçado e padrão.
Linhas de As linhas de comunicação resumem-se à linha telegráfica ou telefónica e às linhas de energia
comunicação eléctrica (de alta ou baixa tensão).
Áreas espaciais Área especial é a área legalmente definida subordinada a um órgão público ou privado,
responsável pela sua manutenção, onde se objectiva a conservação ou preservação da fauna,
flora ou de monumentos culturais, a preservação do meio ambiente e das comunidades
indígenas. Principais tipos de Áreas Especiais: Parques Nacional, Estadual e Municipal,
Reservas Ecológicas e Biológicas, Reservas Florestais ou Reservas de Recursos, Áreas de
Protecção Ambiental. Ex.: o Parque Nacional de Gorongosa (Moçambique, Sofala).
Política- A Divisão Política-Administrativa é representada nas cartas e mapas por meio de linhas
Administrativa convencionais (limites) correspondente a situação das Unidades da Federação e Municípios no
ano da edição do documento cartográfico. Consta no rodapé das cartas topográficas a referida
divisão, em representação esquemática. O território moçambicano é subdividido em Unidades
Político-Administrativas abrangendo os diversos níveis de administração: Estadual, Provincial
e Municipal.
Localidade Localidade é conceituada como sendo todo lugar do território nacional onde exista um
aglomerado permanente de habitantes. Em Moçambique classifica-se em Capital Nacional,
Cidade, Vila, etc.
Fonte: Comissário, C.E.A. (2017).
55

1.2.Altimetria

É o processo de medição de elevação de pontos da superfície, ou seja, é a parte da


Topometria que se ocupa com as determinações das Distâncias Verticais ou Diferenças de Nível.
Diz-se de conjuntos formados pelas curvas de uma carta ou de um Mapa.

A altimetria é técnica para medir distâncias e ângulos verticais, que na planta não podem
ser representados. Para ser representado é utilizado a vista lateral, corte e elevação.

1.2.1. Aspectos do relevo

A medida que a escala diminui, acontece o mesmo com os detalhes, mas a correspondente
simbologia tende a se tornar mais complexa. Por exemplo, na Carta Internacional do Mundo
ao Milionésimo (CIM), o relevo, além das curvas de nível, é representado por cores
hipsométricas, as quais caracterizam as diversas faixas de altitudes.

A cor da representação da altimetria do terreno na carta é, em geral, o sépia. A própria


simbologia que representa o modelado terrestre (as curvas de nível) é impressa nessa cor. Os
areais representados por meio de um pontilhado irregular também são impressos, em geral, na cor
sépia.

O mesmo não ocorre com relação aos oceanos. Estes, além das cotas e curvas batimétricas
(que no modelado terrestre são as curvas de nível), têm a sua profundidade representada por
faixas de cores batimétricas.
56

Ilustração 10. Escala de cores Hipsométrica e Batimétrica (CIM)

Fonte: www2.fct.unesp.br/docentes/carto/JoaoFernando

A representação das montanhas sempre constituiu um sério problema cartográfico, ao


contrário da relativa facilidade do delineamento dos detalhes horizontais do terreno.

O relevo de uma determinada área pode ser representado das seguintes maneiras: curvas
de nível, perfis topográficos, relevo sombreado, cores hipsométricas, etc.

1.2.1.1.Elementos Altimétricos

As cartas topográficas apresentam pontos de controlo vertical e pontos de controlo


horizontal, cota comprovada e cota não comprovada, entre outros.

Ponto Trigonométrico - Vértice de Figura cuja posição é determinada com o


levantamento geodésico.
57

Referência de nível - Ponto de controlo vertical, estabelecido num marco de carácter


permanente, cuja altitude foi determinada em relação a um DATUM vertical. É em geral
constituído com o nome, o nº da RN, a altitude e o nome do órgão responsável.

Ponto Astronómico - O que tem determinadas as latitudes, longitudes e o azimute de


uma direcção e que poderá ser de 1ª, 2ª ou 3ª ordem.

Ponto Barométrico - Tem a altitude determinada através do uso de altímetro.

Cota não Comprovada - Determinada por métodos de levantamento terrestre não


comprovados. É igualmente uma altitude determinada por leitura fotogramétrica repetida.

Cota Comprovada - Altitude estabelecida no campo, através de nivelamento geométrico


de precisão, ou qualquer método que assegure a precisão obtida.

1.2.2. Curvas de Nível

A natureza da topografia do terreno determina as formas das curvas de nível.

As curvas de nível ou isoípsas são linhas que no mapa unem pontos de mesma altitude. A
distância entre as curvas de nível, no traçado geral, indica-nos o grau de declividade que será:
suave (quando as curvas de nível das cotas usadas estiverem distantes entre si) ou acentuada
(quando as curvas de nível estiverem muito próximas umas das outras). Através das curvas de
níveis, também podemos traçar o perfil de relevo.

Assim, estas devem expressar com toda fidelidade o tipo do terreno à ser representado. As
curvas de nível vão indicar se o terreno é plano, ondulado, montanhoso ou se o mesmo é liso,
íngreme ou de declive suave.

1.2.2.1. Principais características das curvas de nível

a) As curvas de nível tendem a ser quase que paralelas entre si;

b) Todos os pontos de uma curva de nível se encontram na mesma elevação;


58

c) Cada curva de nível fecha-se sempre sobre si mesma;

d) As curvas de nível nunca se cruzam, podendo se tocar em saltos d'água ou


despenhadeiros;

e) Regra geral, as curvas de nível cruzam os cursos d'água em forma de "V", com o
vértice apontando para a nascente;

f) As curvas de nível formam um “M” acima das confluências fluviais (ponto em que dois
rios se encontram);

g) Em geral, as curvas de nível um “U” nas elevações, cuja base aponta para o pé da
elevação.

1.2.2.2. A Rede drenagem

A rede de drenagem controla a forma geral da topografia do terreno e serve de base para o
traçado das curvas de nível. Desse modo, antes de se efectuar o traçado dessas curvas, deve-se
desenhar todo o sistema de drenagem da região, para que se possa representar as mesmas.

1.2.2.2.1. Elementos a Considerar em uma Rede de Drenagem

O Rio: Curso d’água natural que desagua em outro rio, lago ou mar. Os rios levam as
águas superficiais, realizando uma função de drenagem, ou seja, escoamento das águas.

Seus cursos estendem-se do ponto mais alto (nascente ou montante) até o ponto mais
baixo (foz ou jusante), que pode corresponder ao nível do mar, de um lago ou de outro rio do qual
é afluente.

O Talvegue: Canal de maior profundidade ao longo de um curso d’água.

O Vale: Forma topográfica constituída e drenada por um curso d’água principal e suas
vertentes.
59

A Bacia Hidrográfica: “Conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus


afluentes”.

É resultante da reunião de dois ou mais vales, formando uma depressão no terreno,


rodeada geralmente por elevações. Uma bacia se limita com outra pelo divisor de águas.

Cabe ressaltar que esses limites não são fixos, deslocando-se em consequência das
mutações sofridas pelo relevo.

O Divisor de Águas: Materializa-se no terreno pela linha que passa pelos pontos mais
elevados do terreno e ao longo do perfil mais alto entre eles, dividindo as águas de um e outro
curso d’água. É definido pela linha de cumeeira que separa as bacias.

O Lago: Depressão do relevo coberta de água, geralmente alimentada por cursos d’água e
mananciais que variam em número, extensão e profundidade.

O Morro: Elevação natural do terreno com altura de até 300 m aproximadamente.

A Montanha: Grande elevação natural do terreno, com altura superior a 300 m,


constituída por uma ou mais elevações.

A Serra: Cadeia de montanhas. Muitas vezes possui um nome geral para todo o conjunto
e nomes locais para alguns trechos.

A Encosta ou Vertente: Declividade apresentada pelo morro, montanha ou serra.

O Pico: Ponto mais elevado de um morro, montanha ou serra.

1.2.2.3. Equidistância

Equidistância é o espaçamento vertical entre as curvas de nível, ou seja, a distância


vertical entre as curvas de nível. Essa equidistância vária de acordo com a escala da carta, com o
relevo e com a precisão do levantamento. Na representação cartográfica, sistematicamente, a
equidistância entre uma determinada curva e outra deve ser constante.
60

Só deve haver numa mesma escala, duas alterações quanto à equidistância. A primeira é
quando, numa área predominantemente plana, por exemplo a cidade de QUELIMANE, precisa-se
ressaltar pequenas altitudes, que ali são de grande importância com finalidades específicas
(produção agrícola, urbanização, estradas, valas de drenagem, etc.). Estas são as curvas
auxiliares. No segundo caso, quando o detalhe é muito escarpado, deixa-se de representar uma
curva ou outra porque além de sobrecarregar a área, dificulta a leitura. Neste caso valoriza-se a
equidistância entre as linhas mestras, pois estas naturalmente estarão muito próximas, umas das
outras retratando-se melhor por isso, o acentuado desnível.

Tabela 1. Equidistância entre as linhas mestras

ESCALA EQUIDISTÂNCIA CURVAS MESTRAS

1: 25.000 10m 50m

1: 50.000 20m 100m

1: 100.000 50m 250m

1: 250.000 100m 500m

1: 1.000.000 100m 500m

Fonte: IBG (1998)

Imprescindível na representação altimétrica, em curvas de nível é a colocação dos valores


quantitativos das curvas mestras.

Importante:

1. A curva mestra é a quinta (5ª) curva dentro da equidistância normal.

2. Equidistância não significa a distância de uma curva em relação à outra, e sim a altitude
entre elas, ou seja, o desnível entre as curvas.
61

1.2.2.4. Cores Hipsométricas

Nos mapas em escalas pequenas, além das curvas de nível, adoptam-se para facilitar o
conhecimento geral do relevo, faixas de determinadas altitudes em diferentes cores, como o
verde, amarelo, laranja, sépia, rosa e branco.

Para as cores batimétricas usa-se o azul, cujas tonalidades crescem no sentido da


profundidade.

1.2.2.5. Relevo Sombreado

Para executar-se o relevo sombreado, imagina-se uma fonte luminosa ao noroeste,


fazendo um ângulo de 45º com o plano da carta, de forma que as sombras sobre as vertentes
fiquem voltadas para sudeste. Observe a ilustração 11.
62

Ilustração 11. Representação do Relevo Sombreado

Fonte: Comissário, C.E.A. (2017). Adaptado de prof. Ruy. Disponível em: https://slideplayer.com.br/slide/334328/

1.2.2.6. Perfil Topográfico

Perfil é a representação cartográfica de uma seção vertical da superfície terrestre.

Inicialmente precisa-se conhecer as altitudes de um determinado nº de pontos e a distância


entre eles.

O primeiro passo para o desenho de um perfil é traçar uma linha de corte, na direcção
onde se deseja representa-lo. Em seguida marcam-se em uma tira de papel todas as intersecções
das curvas de nível com a linha básica, as cotas de altitude, os rios, picos e outros pontos
definidos, que serão integralmente a posterior transferido a superfície de um papel milimétrico.
63

1.2.2.6.1. Escalas de um Perfil Topográfico

Tanto a escala horizontal como a vertical serão escolhidas em função do uso que se fará
do perfil e da possibilidade de representa-lo (tamanho do papel disponível).

A escala vertical deverá ser muito maior que a horizontal, do contrário, as variações ao
longo do perfil dificilmente serão perceptíveis, por outro lado, sendo a escala vertical muito
grande o relevo ficaria demasiadamente exagerado, descaracterizando-o. A relação entre as
escalas horizontal e vertical é conhecida como exagero vertical.

Para uma boa representação do perfil pode-se adoptar para a escala vertical um nº 5 a 10
vezes maior que a escala horizontal.

Assim, se H = 50.000 e V = 10.000, o exagero vertical será igual a 5, porque a escala


horizontal é resultado da multiplicação da escala vertical (V) por 5.

1.2.2.6.2. Desenho do Perfil Topográfico

O perfil topográfico é desenhado em um papel milimétrico, em que suas dimensões


variam de acordo com o grau de detalhamento que se pretende e facilidade de representação.

No papel milimetrado ou milimétrico traça-se uma linha básica e transfere-se com


precisão os sinais para essa linha.

Levantam-se perpendiculares no princípio e no fim dessa linha e determina-se uma escala


vertical.

Quer seguindo-se as linhas vertical do milimetrado quer, levantando-se perpendiculares


dos sinais da linha-base, marca-se a posição de cada ponto correspondente na escala vertical. Em
seguida todos os pontos serão unidos com uma linha a mão-livre, evitando-se traços rectos e
considerando assim, as irregularidades e curvaturas do terreno.

Alguns cuidados devem ser tomados na representação do perfil:


64

 Iniciar e terminar com altitude exacta.


 Distinguir entre subida e descida quando existir duas curvas de igual valor (considera-se
em todas as secções do perfil, se estiver nas extremidades este devera no traçado subir se
a tendência dos valores antecedentes for essa a tendência e descer se for o oposto).
 Desenhar cuidadosamente o contorno dos picos, se achatados ou pontiagudos.
65

VII. PROCESSO CARTOGRÁFICO

1. Processo Cartográfico

Pode-se distinguir, no processo cartográfico, três fases distintas: a concepção, a produção


e a interpretação ou utilização. As três fases admitem uma só origem: os levantamentos dos
dados necessários à descrição de uma realidade a ser comunicada através da representação
cartográfica.

Por isso, o planeamento de qualquer actividade que de alguma forma se relaciona com o
espaço físico que habitamos requer, inicialmente, o conhecimento deste Espaço. Neste contexto
passa a ser necessário alguma forma de visualização da região da superfície física do planeta,
onde desejamos desenvolver nossa actividade. Para alcançar este objectivo, lançamos mão do
processo cartográfico, que é então, entendido como um conjunto de actos por que se realiza uma
operação cartográfica.

Por exemplo, entende-se por Mapeamento a aplicação do processo cartográfico, sobre


uma colecção de dados ou informações, com vistas à obtenção de uma representação gráfica da
realidade perceptível, comunicada à partir da associação de símbolos e outros recursos gráficos
que caracterizam a linguagem cartográfica.

1.1.Planeamento Cartográfico

Como qualquer outra actividade, na cartografia também possui-se a necessidade de


planeamento antes da realização de qualquer que seja o processo.

O Planeamento Cartográfico é o conjunto de operações voltadas à definição de


procedimentos, materiais e equipamentos, simbologia e cores a serem empregues na fase de
elaboração, seja convencional ou digital, de cartas e mapas gerais, temáticos ou especiais. Este
também abarca o inventário de documentos informativos e cartográficos que possam vir a
facilitar a elaboração dos originais cartográficos definitivos.
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1.1.1. Apoio Suplementar (ou APOIO DE CAMPO)

É o conjunto de pontos à ser determinado no campo, definido por suas coordenadas


planimétricas e altimétricas. Estes pontos, com a finalidade de fornecer subsídios aos trabalhos de
aerotriangulação e restituição fotogramétrica, têm respectivas identificações nas fotos e são
dimensionados previamente em gabinete através de fórmulas matemáticas, que estabelecem as
distâncias dos pontos de apoio a serem determinados em campo.

1.1.1.1.Reambulação

É o trabalho realizado em campo, com base em fotografias aéreas, destinada à


identificação, localização, denominação e esclarecimentos de acidentes geográficos naturais e
artificiais existentes na área da fotografia, mesmo que nela, não apareçam por qualquer motivo
(nuvens, sombra, vegetação, existência mais recente, etc.)

A reambulação é uma fase da elaboração cartográfica, na qual são levantados em campo


as denominações dos acidentes naturais e artificiais que complementarão as Cartas a serem
impressas.

A quantidade de elementos a serem colhidos no campo está relacionada directamente com


a escala e a finalidade da Carta ou Mapa. No entanto, em regiões com pouca densidade de
elementos todos devem der reambulados, independentes da escala. Exemplo: zonas rurais de
Moçambique.

1.1.1.2.Aerotriangulação

É o método fotogramétrico utilizado para determinação de pontos fotogramétricos,


visando estabelecer controlo horizontal e vertical através das relações geométricas entre
fotografias adjacentes à partir de uma quantidade reduzida de pontos determinados pelo apoio
suplementar, com a finalidade de densificar o apoio necessário aos trabalhos de restituição, após
o ajustamento.
67

Ajustamento: Utilizando-se um programa de cálculo e ajustamento que recebe como


dados de entrada as coordenadas instrumentais, obtém-se as coordenadas ajustadas para todos os
pontos do bloco, referidas ao sistema terrestre. O programa realiza uma transformação de
sistemas de forma que os pontos de gabinete (apoio fotogramétrico) que possuíam somente
coordenadas instrumentais passem a ter também coordenadas do sistema de projecção adoptado
para a carta UTM.

Plotagem: Com esse conjunto de coordenadas UTM procede-se então a plotagem de


todos os pontos em material plástico estável, na escala desejada. Esse plástico conterá ainda
“cruzetas” referenciais das coordenadas geográficas e das coordenadas UTM. O nome dado a
esse plástico é estereominuta ou minuta de restituição.

1.1.1.3.Restituição

É a elaboração de um novo mapa ou carta, ou parte dele, à partir de fotografias aéreas e


levantamentos de controlo, por meio de instrumentos denominados restituidores, ou seja, é a
transferência dos elementos da imagem fotográfica para a minuta ou original de restituição, sob a
forma de traços.

Através de um conjunto de operações denominado ORIENTAÇÃO, reconstitui-se, no


aparelho restituidor, as condições geométricas do instante da tomada das fotografias aéreas,
formando-se um modelo tridimensional do terreno, nivelado e em escala - modelo
estereoscópico.

Quadro 4. Fases da restituição (confecção da minuta)

Fases da restituição (confecção da minuta)


Hidrografia Rios permanentes e intermitentes, Massa d’ água (açudes, represas, lagos, lagoas, etc.
Planimetria Sistema viário, Vias de transmissão e comunicação, Edificações, Pontes, escolas, igrejas,
cemitérios, etc.
Altimetria Curvas de nível, Cotas de altitude, Curvas batimétricas, etc.
Fonte: Comissário, C.E.A. (2017).
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1.1.2. Pasta de Informações Cartográficas (PIC)

Reúne toda a documentação relativa ao planeamento e elaboração da carta ou mapa. São


informações referentes às actividades e procedimentos adoptados durante todas as fases do
trabalho, tais como: relatórios, formulários, quadros demonstrativos, notas, etc.

2. Critério para Elaboração da Base Cartográfica

Base Cartográfica é uma estrutura espacial de dados de referência, consistente com um


SGR, constituindo-se em ferramenta essencial para a geração, compatibilização e gestão das
informações espaciais.

A associada a um SGR possibilita a consistência espacial, o controlo da qualidade dos


dados, actualidade e suas redundâncias. Os SGRs e Bases Cartográficas são fundamentais na
base geométrica dos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs).

As Bases Cartográficas estão associadas ao uso que se faz de um conjunto de documentos


cartográficos para um determinado fim. As informações que compõem uma base cartográfica são
provenientes do mapeamento topográfico associadas às informações temáticas correspondentes
ao objectivo do mapeamento.

Bases Cartográficas bem elaboradas contribuem muito para o desenvolvimento de um


município, no ordenamento e gestão territorial, ambiental, e na identificação do público-alvo para
políticas públicas, entre outros benefícios.

3. Selecção Cartográfica

É a simplificação dos elementos topográficos extraídos da documentação básica visando a


escala final do trabalho. A selecção deve ser equilibrada e a densidade dos elementos
topográficos a serem representados devem reflectir as características básicas da região, mantendo
as feições do terreno. A representação deve incluir todos os elementos significativos para a escala
final do trabalho, sem comprometer a legibilidade da carta. Neste processo considera-se as
seguintes variáveis:
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a) Hidrografia - Inclui todos os detalhes naturais e/ou artificiais, tendo a água como
principal componente.

b) Planimetria - A selecção dos elementos planimétricos deve ser criteriosa,


considerando-se:

- Localidades: É obrigatória a representação de todas as cidades e vilas no campo da


folha. Conforme a região geográfica, podem ser seleccionados os povoados, lugarejos, núcleos e
propriedades rurais.

- Sistema Viário: As rodovias e ferrovias são seleccionadas considerando-se a interligação das


localidades seleccionadas

OBS: Nesta fase de selecção são incluídos os pontos cotados, que serão seleccionados
visando a representação da malha de pontos que representarão a variação de altitude.

c) Altimetria - Representa o relevo através de convenções cartográficas na forma de


curvas de nível, escarpas, etc.

- Generalização: É a simplificação da forma geométrica dos acidentes, sem


descaracterizá-los, possibilitando sua representação numa escala menor ao do documento de
origem.

- Interpolação: É a inserção de curvas de nível de cota definida e diferente da equidistância das


curvas da documentação básica, visando a composição do modelado terrestre.

d) Vegetação - É feita separadamente a partir da documentação topográfica básica em


base de poliéster, considerando-se como elementos de selecção as matas, florestas,
reflorestamentos, culturas temporárias e permanentes, campos e mangues.
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4. Processos de Compilação

Quadro 5. Processos de compilação

PROCESSOS DE COMPILAÇÃO

Compilação Processo utilizado quando a documentação básica é composta de cartas cuja escala é
a mesma da base final, assim, a compilação é feita directamente sobre as cartas, sem
Direta necessidade de selecção e redução.

Compilação com Este processo é utilizado quando a documentação básica é composta de cartas cuja
escala é maior que a escala da base final. A documentação básica é reduzida
Redução directamente para a escala da base final do trabalho. As reduções são montadas no
verso da plotagem da projecção e então, são seleccionados os elementos
Fotográfica topográficos. Neste processo o compilador executa simultaneamente a selecção e
compilação. Os elementos são seleccionados sobre uma base em poliéster e depois
reduzidos fotograficamente para a escala final de trabalho.
Fonte: Comissário, C.E.A. (2017).
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VIII. TOPOGRAFIA

Do Grego TOPOS, “lugar”, mais GRAPHOS, aqui com o sentido de “registar”

Veras Júnior (2003), define a TOPOGRAFIA como sendo a ciência que tem por
objectivo conhecer, descrever e representar graficamente sobre uma superfície plana, parte da
superfície da terra, desconsiderando a curvatura do planeta terra. Doubek (1989) afirma que a
TOPOGRAFIA tem por objectivo o estudo dos instrumentos e métodos utilizados para obter a
representação gráfica de uma Porção da terra sobre uma superfície plana. Espartel (1987) diz que
a topografia tem por finalidade determinar o contorno, dimensão e posição relativa de uma
porção limitada da superfície terrestre sem levar em conta a curvatura da esfericidade terrestre.

1. Nivelamento

Nivelamento é uma operação geodésica ou topográfica que permite determinar desníveis,


ou seja, a diferença de altitudes entre duas ou mais superfícies, utilizando-se um nível.

O nivelamento consiste em criar um plano Horizontal e a partir dai as intersecções deste


com uma série de verticais baseados nos pontos a nível e em seguida se obtém a distância
vertical. Genericamente chama-se de NIVELAMENTO, as operações que se executam em uma
determinada região, nas quais colhem-se dados com o objectivo de se determinar à diferença de
nível de pontos da superfície em relação a outros.

1.1.Tipos de Nivelamento

1.1.1. Nivelamento Geométrico

Nivelamento Geométrico: é o mais exacto dos nivelamentos realizado através de viradas


horizontais com um instrumento chamado Nível. Permite determinar desníveis e
consequentemente cotas com grande rigor. Baseia-se na diferença de leituras de duas miras
graduadas colocadas a sensivelmente a mesma distância:

ΔHAB=la-lb
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Sendo: la – leitura atrás e lb – leitura a frente

Quando as distâncias verticais são referidas à superfície média dos mares (NÍVEL
VERDADEIRO) são chamadas de ALTITUDES. Se forem referidas à superfície de nível
arbitrária, acima ou abaixo do N.M.M, são chamadas de COTAS (NÍVEL APARENTE)

O Nível Médio dos Mares coincide com a superfície GEOIDAL.

A influência da forma da terra e refração atmosférica nos nivelamentos – será vista


no nivelamento TRIGONOMÉTRICO.

 INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

a) NÍVEL – é um instrumento utilizado para a determinação de superfícies horizontais.


b) MIRA – são réguas graduadas que são colocadas verticalmente nos pontos a nivelar e nas
quais se mede a intersecção do plano horizontal traçado pelo nível. Sua menor célula
gráfica é o cm; são numeradas de dm em dm, sendo que os metros são indicados por
pontos ou números romanos. Um nível de cantoneira ou um nível de bolha junto à mesma
facilita sua verticalidade. Podem ser extensíveis ou dobráveis. Sempre se lê 4 dígitos:
metro, decímetro, centímetro e milímetro

1.1.1.1.Tipos de nivelamento geométrico

 NIVELAMENTO GEOMÉTRICO SIMPLES

Através de uma única estação do instrumento se determina as DN dos pontos a nivelar. Se


o instrumento ficar equidistante dos extremos então evitará os erros de curvatura terrestre e
refracção atmosférica pelo fato da anulação. A distância ideal na prática é de no máximo 50m
para cada lado. É aplicável em terrenos ou superfícies pouco acidentados ou planos. Exemplo as
construções realizadas nas cidades da Beira e Quelimane utilizam-se maioritariamente deste tipo
de nivelamento devido a seu relevo plano.
73

 NIVELAMENTO GEOMÉTRICO COMPOSTO

Devido aos desníveis acentuados e extensão dos pontos a nivelar, se torna necessário
estacionar o aparelho em mais de uma posição, para se nivelar o local em estudo. Então
decompõe-se o trecho a nivelar em trechos menores e realiza-se uma sucessão de nivelamento
geométrico simples. É aplicável em terrenos ou superfícies muito acidentados, declivosos ou
sinuosos. Exemplo as construções realizadas em Nampula e Manica cidade utilizam-se
maioritariamente deste tipo de nivelamento devido a seu relevo planáltico.

1.1.1.2.Técnica de nivelamento geométrico

O nivelamento geométrico pode ser realizado ao longo de uma poligonal fechada ou ao


longo de uma poligonal aberta como, por exemplo, na sequência do eixo de uma estrada.

Geralmente nivela-se pontos a cada 20m e também pontos entre os 20 metros desde que
tenham importância na configuração do terreno.

Nas poligonais fechadas começamos o nivelamento pelo ponto inicial e terminamos pelo
mesmo ponto inicial. Em poligonais abertas começa-se o nivelamento pelo ponto inicial, nivela-
se até o ponto final e retorna-se ao ponto inicial, seja nivelando todos os pontos
(RENIVELAMENTO), seja nivelando apenas alguns pontos (CONTRA – NIVELAMENTO).

 Aplicação:
 Em estradas ao longo do eixo longitudinal;
 Em terraplanagem;
 Em lavouras de arroz e terraceamento;
 Em barragens.

1.1.2. Nivelamento Trigonométrico

Nivelamento Trigonométrico: realizado através de Teodolitos com viradas com qualquer


inclinação. Mais rápido que o Geométrico, mas menos preciso. É um método indirecto, ao
74

contrário do nivelamento geométrico, pois o desnível é obtido da observação de ângulos e


distancias:

ΔHBA=DinccosZ+hi+ha

Sendo: Dinc – distância inclinada; Z – o ângulo zenital; hi – altura do instrumento e


há – altura do alvo.

1.1.3. Nivelamento Taqueométrico

Nivelamento Taqueométrico: As distâncias são obtidas taqueometricamente e a altura


do sinal visado é obtido pela virada do fio médio do reticulo da luneta do teodolito sobre uma
mira colocada verticalmente no ponto cuja diferença de nível em relação a estacão do teodolito é
obtido de determinação.

1.1.4. Nivelamento Barométrico

Nivelamento Barométrico: Baseia-se na relação existente entre a pressão atmosférica e a


altitude. Tem pouca precisão, em relação aos três anteriores métodos é o menos preciso, é
realizado indirectamente. Há necessidade de se efectuar correcções devido à Maré Barométrica.
Dispensa visibilidade entre os pontos a nivelar. Utiliza-se aneróides para a determinação da
pressão atmosférica no campo.
75

IX. FUSOS HORÁRIOS

1. Conceito

Note que se medirmos directamente o tempo solar, este vai provavelmente ser diferente daquele
que o relógio marca, pois não se usa o tempo local na vida diária, mas o tempo do fuso horário mais
próximo.

O tempo do fuso Horário obtém-se dividindo os 360º da circunferência terrestre por 24,
onde tem-se 15º, que são correspondentes a distância percorrida pelo sol em 1 hora.

“Os Fusos horários podem ser definidos como as zonas delimitadas por dois meridianos
consecutivos da superfície terrestre, cuja HORA LEGAL, por convenção, é a mesma.” (FITZ,
2008). Cada fuso é delimitado por dois meridianos e todas as localidades situadas no seu interior
têm a mesma hora, a chamada de hora legal.

1.1.Hora Legal

Hora legal: é o tempo determinado pela posição do meridiano do lugar, esta corresponde
a hora oficial de um país, geralmente a de sua capital, empregue como referência em documentos.
Por outra esta pode ser entendida como o intervalo de tempo considerado por um país como igual
para um determinado fuso, refere-se a uma zona demarcada, politicamente por uma nação. NO
CASO DE MOÇAMBIQUE, o seu território abrange a dois fusos horários a Sul e centro o fuso é
+2 e a Norte o fuso é +3, contudo a hora legal de Moçambique é de +2 onde se situa a sua capital
política, estando a zona norte sujeita a esse horário desconsiderando aquilo que é a sua hora local.

1.2.Importância dos fusos horários

Os Fusos Horários foram criados no século XIX visando a padronização dos horários em
cada ponto do planeta. Sendo que por isso beneficiado em grande as trocas comerciais e o
transporte entre os países (internacional ou intercontinentais).
76

Todos os fusos foram definidos a partir do meridiano de Greenwich, por acordo


internacional estabelecido em 1884, por ser o mesmo meridiano já considerado origem para
alguns dos sistemas de posicionamento terrestre, que passa pelo cruzamento dos fios da luneta do
antigo Observatório Real. Este meridiano é definido como o meridiano central do fuso, dessa
forma cada fuso tem a longitude do meridiano central divisível por 15. A hora em cada fuso é
assumida pela hora do meridiano central. No entanto no final do século passado, definiu-se
internacionalmente uma linha de mudança de data.

1.3.Linha Internacional de Mudança de Data

A Linha Internacional de Mudança de Data é uma linha imaginária posicionada


próximo ao meridiano 180°, cortando o oceano Pacífico (ilustração 12). O cruzamento desta
linha, para oeste, faz com que a data do calendário seja adiantada de um dia. Se cruzada em
sentido contrário (para leste), a data observada será um dia atrasada em relação ao oeste da linha.
Como se pode observar no mapa da página seguinte (ilustração 13).
77

Ilustração 12. Fusos Horários e Linha Internacional de Mudança de Data

Fonte: Profa. FLÔR: Fusos horários.

LEGENDA

Linha Internacional de Mudança de


data

Linhas de diferença de hora ________

Esta divisão, bem caracterizada, define a hora civil em cada ponto da superfície terrestre.
O fuso de Greenwich recebe a denominação de Z ou ZULU, sendo a hora em Greenwich
chamada de hora Zulu. Aos demais fusos são também atribuídas letras do alfabeto. O fuso que
abrange a Linha Internacional de Mudança de Data possui duas designações: a oeste M e a este
Y, correspondendo à data adiantada e atrasada respectivamente.

Para acomodar as divisões políticas, alguns países têm modificado seus fusos, criando
contornos que melhor enquadram as suas necessidades. O mapa seguinte representa as Zonas de
Tempo Mundialmente.
78

Ilustração 13. Zonas de Tempo Mundialmente

Fonte: CAMPOS. Cartografia básica: Fusos horários, aula 14


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REFERÊNCIAS

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_________.Ministério do Planejamento e Orçamento, Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE, Diretoria de Geociências – DGC. Noções Básicas de Cartografia. Rio de
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_________.Prof. CAMPOS, A. Carlos. Fusos Horários: Conceitos e Determinações.

Cartografia Básica, AULA 14, s/d. Disponível em<

http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/11204204042012Cartografia_Basica_

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_________.Prof. PACHECO, Danilo. CAPÍTULO 01 – Cartografia. GEOGRAFIA

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_________.Prof. PAULA, LUCIANO. Geografia Geral. Conteúdo do Concurso PMMG,

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