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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO

DO ___ JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE TRINDADE – GO

ATACADAO DOS FRIOS LTDA – ME, pessoa jurídica


de direito privado, inscrita sobre o CNPJ nº 15.659.135/0001-30, com sede na
Av. Marechal Rondon, nº 2281, Qd. E, Lt. 08, Residencial Morumbi, Goiânia –
GO, CEP 74574-001, por meio de seu advogado legalmente constituído,
conforme instrumento de mandato em anexo, vem respeitosamente perante
Vossa Excelência, com base nos artigos 319 do Código de Processo Civil e Lei
nº 9.099/95, propor a presente:

AÇÃO DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Em face de VANIA MARIA JOSEFA VIEIRA DE


SOUZA, inscrita no CPF nº 320.795.911-34, domiciliada na Rua Coronel
Anacleto, nº 1.099, QD. 28, LT. 09, Sala 03, Setor Central, Trindade – GO, CEP:
75380-001, Fone: (62) 3506-4447, pelos motivos de fato e de direito a seguir
aduzidos:
1- DOS FATOS

O Requerente é credor da quantia originária de R$


2.472,00 (dois mil, quatrocentos e setenta e dois reais), conforme se
depreende de um cheque emitido pela Requerida (anexo):

CHEQUE Nº: 900022 no VALOR de R$ 2.472,00 (dois


mil, quatrocentos e setenta e dois reais), EMISSÃO em 03 de maio de 2019,
PRÉ DATADO PARA 01 de julho de 2019, apresentado no banco sacado para
regular pagamento, mas, devolvido pelo motivo alínea 21, conforme cheque
anexo.

Embora o cheque tenha perdido a sua força executiva,


nada obsta o Autor de reaver o seu crédito, coibindo o Requerido de enriquecer-
se ilicitamente, isto é, que tenha um acréscimo patrimonial indevido, lhe
restando apenas recorrer à justiça e ajuizar a presente ação.

2- DO DIREITO

Funda-se a pretensão do autor na ação cambial de


enriquecimento ilícito prevista no artigo 61 da Lei nº 7357/85 (Lei do
Cheque), verbis:

Art. 61. A Ação de enriquecimento ilícito contra o


emitente ou outros obrigados, que se locupletaram
injustamente com o não-pagamento do cheque,
prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se
consumar a prescrição prevista no art. 59 e seu
parágrafo desta lei. (grifo nosso).
Repousa a sua pretensão no fato da INADIMPLÊNCIA do
Réu que, POR SI SÓ, imprime as condições para o ajuizamento da presente
ação, de cunho tipicamente cambiariforme.

A distinção entre os institutos da ação de


enriquecimento ilícito e de ação de cobrança foi explanada com grande
maestria em voto do ilustre Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Sálvio de
Figueiredo Teixeira, no REsp 36.590/MG, verbis:

A diferença fundamental entre ambas, destarte, reside


no ônus probandi. ENQUANTO NA ´AÇÃO DE
LOCUPLETAMENTO` O PRÓPRIO CHEQUE BASTA
COMO PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO
DIREITO DO AUTOR, incumbindo o réu provar a falta
de causa do título, na ´ação de cobrança` necessário se
faz que comprove o autor o negócio gerador do crédito
reclamado.

A assim chamada ´ação de locupletamento´ tem,


portanto, caráter diverso da ação de cobrança, visando
aquela à constituição de título executivo judicial
que restabeleça força executiva do cheque,
partindo de um locupletamento presumido. (grifo
nosso).

Ainda corroborando o exposto, cabe trazer à baila


primoroso pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça sobre o
instituto em comento:
PROCESSUAL CIVIL. CHEQUES PRESCRITOS. AÇÃO DE
LOCUPLETAMENTO. POSSIBILIDADE JURIDICA.
PRESUNÇÃO. A posse de cheques que não foram
honrados pelo emitente, exaurido o prazo de
cobrança executiva das dividas por eles
representadas, é suficiente à propositura da ação
de locupletamento ilícito, presumindo-se em
favor do autor a causa lícita das dívidas, o
prejuízo sofrido pelo não pagamento e o
enriquecimento do emitente, presunção que poderá
ser elidida, por provas em contrario, a cargo do réu.
(REsp 32772/PR, Terceira Turma, Rel. Min. Dias
Trindade, Julgamento em 13.04.1993). (grifo nosso).

Presente está, portanto, a causa de pedir da ação em tela,


com a existência dos títulos devolvidos pelo banco sacado (docs. anexos),
provando-se os fatos constitutivos do direito do Autor, daí, a razão da
propositura da presente ação.

3- DO VALOR ATUALIZADO DO DÉBITO

Até a presente data o valor do débito é de R$ 2.669,18


(dois mil, seiscentos e sessenta e nove reais e dezoito centavos), com a
utilização do INPC, e os juros de mora à base de 1,00% (um por cento) ao mês
(demonstrativo de débito anexo).

4- DOS PEDIDOS
Requer perante Vossa Excelência:

• A citação da REQUERIDA, para responder a


presente Ação sob pena de revelia nos moldes dos artigos 344 do Código de
Processo Civil;

• Seja o pedido julgado totalmente procedente,


com a final condenação da Ré ao pagamento da quantia de R$ 2.669,18 (dois
mil, seiscentos e sessenta e nove reais e dezoito centavos), já devidamente
atualizada com juros e correção, sob pena de restar caracterizado o
enriquecimento sem causa;

O Requerente provará suas alegações pelos meios


admitidos, em especial pelos documentos juntados, sob pena de confesso e por
outros, que se façam necessários no transcorrer da lide.

Dá-se a causa o valor de R$ 2.669,18 (dois mil,


seiscentos e sessenta e nove reais e dezoito centavos).

Nestes termos,
Pede deferimento.

Goiânia, 20 de janeiro de 2020.

DIEGO DA SILVA DOURADO


OAB/GO 47.398

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