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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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EFN
Nº 71002875383
2010/CÍVEL
ACÓRDÃO
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RELATÓRIO
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VOTOS
DR. EUGÊNIO FACCHINI NETO (RELATOR)
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Por óbvio que tal promessa de cura não pode ser testada em
apenas sete dias de reflexão. O prazo há que ser mais dilargado, em
obediência ao princípio da boa-fé e do cuidado com o parceiro contratual.
O fornecimento não pode ser uma armadilha para o
consumidor, como transparece a hipótese, dada a postura assumida pela
fabricante.
Sim, porque mesmo diante da entrega do produto em
17/05/2006 e da rápida reclamação formal em 05/06/2006 (tudo conforme a
carta da fabricante de fl. 08 e os documentos de fls. 05 e 49), ou seja, apenas
19 dias depois, manteve-se a fornecedora irredutível na manutenção do
negócio.
Por certo que isso é um exagero e não corresponde aos
mencionados ditames da boa-fé contratual, muito menos da proteção ao
consumidor, em benefício de quem se resolve toda e qualquer dúvida.
Isso sem mencionar a provável ocorrência de propaganda
enganosa na espécie, cujas conseqüências poderiam ser mais exacerbadas
para o fornecedor inidôneo.
Portanto, resta claro o direito ao desfazimento do negócio, no
mínimo pelo arrependimento, na forma do art. 49 do CDC, dado que em prazo
absolutamente razoável restou constatada pelo consumidor a inadequação do
produto à sua eficácia prometida.
Portanto, evidentemente procede o pedido.
Conseqüência disso é o retorno das partes ao estado anterior
à contratação, o que compreende não só a devolução do produto, mas
também a rescisão do contrato de financiamento, com a repetição de todas as
parcelas pagas, corrigidas desde o desembolso e com juros desde a citação,
bem como a cessação imediata dos descontos.
(...)”
Naquele caso, a questão residia em torno do induzimento do
consumidor a erro, mediante promessa de cura como argumento de venda,
adotando-se o prazo de reflexão previsto no art. 49 do CDC como fundamento
para o desfazimento do negócio.
Aqui, porém, a estratégia foi diferente: além da insistência, foi
prometida a venda por valor muito inferior ao real.
Por óbvio que se está diante de negócio ruinoso, não só pela
altamente duvidosa eficácia do produto, mas também pelos valores
envolvidos, principalmente perante a condição pessoal da consumidora, idosa
de condições humildes.
O erro substancial, como causa de anulabilidade do negócio
jurídico (CC, arts. 138 e 139), está sem dúvida presente na hipótese,
autorizando o desfazimento do negócio, sem embargo do dolo com que
inegavelmente se houveram os prepostos das fornecedoras (CC, arts. 145 e
149).
Na verdade, preocupa o fato de que tais situações têm-se
multiplicado, conforme noticia a imprensa, por todo o Estado, o que indica
estar-se diante de uma prática comercial não atribuível exclusivamente aos
prepostos da fabricante, mas também a ela mesma, ainda que por omissão.
Trata-se de atentado às relações de consumo, que deve ser
repelido energicamente, ainda mais porque tem por foco idosos que percebem
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