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Aula 05: Continuação da Queixa-Crime:

Para identificar a Queixa-Crime: O enunciado narrou um crime de ação penal privada, e o ofendido me
procurou para eu adotar a providência cabível, que é ajuizar a queixa-crime contra o ofensor.
São os crimes que se procede mediante queixa, no artigo ou no final do capítulo
Ex.: Crimes contra a honra, Dano Simples e Qualificado (163, CP).
Havendo dúvida, vê no índice remissivo alfabético do 1.334.

Estruturação:
Endereçamento: Para onde endereçar a Queixa-Crime?
Juizado Especial Criminal: Crimes de menor potencial ofensivo. Contravenção penal e crimes cuja pena
máxima cominada ao delito de até 02 anos. Não superior a 02 anos, considerando causas de aumento de
pena, qualificadoras e concurso de crimes. JECRIM. Art. 61 da Lei 9.099/95. Grifar abaixo do art. 30, 41 e
44, o artigo 61 da Lei 9.099/95.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ... Juizado Especial Criminal da Comarca de ...
Vara Criminal: Se acima de 02 anos de pena máxima.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...
Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher: Independentemente da pena. Se for crime de
ação penal privada praticado no contexto de violência doméstica ou familiar contra a mulher. Art. 14 da Lei
11.340/2006. Ainda que seja crime de menor potencial ofensivo, se praticado nesse contexto contra a
mulher, não vai para o JECRIM. Art. 41 da Lei 11.340/2006. Independentemente da pena prevista. Mesmo
que seja injúria. Grifar abaixo do art. 41 do CPP.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ... Juizado de Violência Doméstica e Familiar
Contra a Mulher de ...

Qualificação do querelante (ofendido) e, se menor de 18 anos, seu representante legal. “Por meio de seu
representante legal”. E depois do querelado (ofensor).
Nome Sobrenome, Nacionalidade..., Estado Civil..., Profissão...,
Não pode colocar “já qualificado nos autos”. Está começando a ação agora.
Não escrever “pular 10 linhas” abaixo do endereçamento.
Base legal da qualificação: Art. 30, 41 e 44, CPP, e artigo 100, §2º CP.
O advogado não pode extrapolar os poderes da procuração.
A procuração com poderes especiais protege o advogado e o cliente. É o que o querelante diz. Delimita a
atuação do advogado.
Na qualificação não precisa fazer a procuração. Só fazer menção à procuração com poderes especiais.

I – Fatos: (art. 41, CPP) Colocar cada artigo. Cada artigo é 0,10.
No dia... (verbo nuclear do crime: injuriou, caluniou, difamou) (Localização: individualizar o momento)
Na ocasião... (estabelece ligação com o dia em que foi praticado, do primeiro parágrafo) (o que o
querelado fez e como fez)
Na sequência, com o propósito de...
3º parágrafo: Qualificadora, causa de aumento de pena, agravante:
No mesmo contexto fático, com desígnios autônomos, praticou os dois crimes. Concurso formal imperfeito.

II – Do Direito: (tipificação)
Ao afirmar que (ou verbo)..., a querelada praticou o crime de ...
Ao afirmar (ou verbo)...
Helena, ao ... (causa de aumento de pena)
Helena praticou ... (concurso de crimes)

III –Dos Pedidos:


Ante o exposto, requer:
a) (só se o endereçamento for para o juizado especial criminal) Designação da audiência preliminar ou
de conciliação, prevista no art. 72 da Lei 9.099/95. / (Se for só crime contra a honra de competência do juiz
singular: Art. 519 e 520) Designação de audiência de reconciliação, com base nos artigos 519 e 520.
(grifar a remissão ao artigo 519 a 523 nos artigos 138, 139 e 140). / Se o endereçamento for para o juizado
de violência doméstica e familiar contra a mulher, há a necessidade de algum pedido de audiência no item
"a"? via de regra será o rito da vara criminal comum, deverá ter pedido expresso de audiência de
conciliação, nos termos do artigo 520 do CPP.
b) O recebimento da queixa crime
c) A citação do querelado (ou querelada)
d) A condenação da querelada pelos crimes ..., em concurso...
e) A produção de provas (especialmente a testemunhal: oitiva das testemunhas arroladas)
e) Fixação de um valor indenizatório mínimo, conforme prevê o artigo 387, IV, CPP

Rol de testemunhas (apenas os nomes do enunciado: Carlos, Miguel e Ramires):


Carlos.
Miguel;
Ramires.

Nestes termos,
Pede deferimento

Local, data (se o enunciado exigir o último dia do prazo, será o último dia do prazo: 06 de novembro de
2021).

Advogado (jamais assinar a OAB. Não pode fazer nenhuma menção a se identificar)
OAB (não colocar nenhum número)
_____________________________________________________________________________________
Rejeição da Denúncia:
Se for um crime de ação penal pública, e o MP ofereceu a denúncia, a denúncia vai para o juiz, para
proferir um despacho de recebimento da denúncia ou de rejeição da denúncia.
Recebendo a denúncia, determina a citação do réu, para prosseguir no processo.
Se rejeitar a denúncia, extingue o processo.
Pode ocorrer de o juiz receber a denúncia, determinando a citação do réu. A peça será então de resposta
à acusação. Na qual pode o advogado pedir pela rejeição da denúncia.
Hipóteses de rejeição da denúncia: 395, CPP.
I – Inépcia é quando não está apta a ser recebida para desencadear a ação penal. Não preenche os
requisitos do art. 41 do CPP. A denúncia tem que ser clara, objetiva, onde o acusado possa identificar
exatamente do que está sendo acusado. Tem que descrever os fatos de forma clara e pertinente, para que
o réu possa saber do que está sendo acusado, no que consiste a acusação. Não pode ser rebuscada, mal
descrita, desorganizada, ao ponto de o réu não saber do que está sendo acusado. Se for assim, deve ser
rejeitada pelo juiz. Tem que dizer como foi praticado o crime.
II – Falta pressuposto processual (denúncia sem que o sujeito seja promotor. Não tem capacidade
postulatória. Ou queixa-crime assinada por estagiário) ou condição da ação (possibilidade jurídica do
pedido (tem que ser fato típico), legitimidade ativa (se for crime de ação penal pública, MP. O ofendido não
pode, se não houver inércia do MP. Num crime de ação penal privada, o ofendido. O MP não pode) e
passiva (Tem que ser maior de 18 anos para responder pelo crime. Se for menor de idade, é inimputável.
Se houver denúncia de menor de 18 anos, deve haver rejeição da denúncia pelo art. 395, II, pela
ilegitimidade passiva. Nulidade pela ilegitimidade de parte. Art. 564, II, CPP. Falta de representação do
ofendido na ação penal pública condicionada à representação, e o MP oferece a denúncia. Rejeição da
denúncia por não ter a condição de procedibilidade da ação, Art. 395, II, CPP, e nulidade por conta do
artigo 564, III, a, CPP, pois faltou a representação), interesse de agir (Ex.: Crime prescrito).
Tem que ser fato típico. Não adianta só ser imoral, tem que ser ilegal. Rejeição da denúncia por falta de
condição da ação, e absolvição liminar (?) (ONDE ISSO?)
III – Falta de justa causa para a ação penal: A denúncia deve estar acompanhada de um mínimo de lastro
probatório. Elementos informativos minimamente suficientes para apontar a materialidade do fato, e
indícios suficientes de autoria. A falta de justa causa viabiliza a rejeição da denúncia.
Ex.: Cara acusado de assédio sexual. Art. 216-A, CP. E o único elemento informativo da possibilidade de
existir esse crime é que a vítima disse que foi assediada, e mais nada que possa dar um mínimo de
sustentáculo naquilo que a vítima falou.
Ex.: Foi instaurada inquérito policial, e determinada a interceptação telefônica sem autorização judicial.
Nesse diálogo gravado chegou-se ao nome do acusado. A partir dessa interceptação telefônica sem
autorização judicial foi constatado que o cara era o autor, foi concluído o inquérito policial, e o MP oferece
denúncia com base nesse diálogo, pelo crime de roubo. O advogado do acusado deve alegar que a única
prova que aponta o cliente como o agente é ilícita, e essa prova ilícita tem que ser desentranhada dos
autos, conforme o artigo 157 do CPP. É como se não existisse. Se não tem qualquer outra prova
apontando o cara como autor do crime, a denúncia não tem elemento informativo suficiente para indicar
indícios de autoria. Não há elementos suficientes para apontar o denunciado como autor do crime. Falta
justa causa para a ação penal. Não pode-se cometer uma ilegalidade para condenar alguém. Desse modo
a denúncia deve ser rejeitada. Preliminar da peça de resposta à acusação.

Se foi oferecida a denúncia, e teve o despacho de recebimento da denúncia, o juiz irá determinar a citação
do réu, segundo o art. 396 do CPP. Chama o réu para integrar a relação processual. A citação é uma
forma de comunicação do ato de receber a denúncia. Comunica ao réu que há uma ação penal contra ele,
e é comunicado a oferecer a resposta à acusação em sua defesa.
Se a peça for resposta à acusação, pode alegar em preliminar nulidade da citação.
No processo penal a regra é que a citação seja por mandado.
A citação pode ser por mandado, por hora certa ou por edital.
No processo penal, a regra é que a citação seja por mandado, e essa citação deve ser pessoal, quando o
réu estiver no território da unidade da federação (estado) do juiz do processo. Art. 351, CPP. Não pode ser
pelo intermédio de outra pessoa. O oficial de justiça tem que chegar na cara do réu e ler o mandado para
ele. Art. 357, CPP.
Ex.: Se por exemplo, o cara não tava, e o oficial de justiça citou ele por meio da esposa. Vai que a esposa
não avisou ele, e ele não se manifesta?
Se a citação não for pessoal, há nulidade na citação. Em resposta à acusação, alegar a preliminar de
resposta à acusação a nulidade da citação, dizendo que a citação não foi pessoal, não foi entregue à
contrafé para o réu, e não foi lida para o réu.
Se o réu está preso dentro da unidade de jurisdição, a citação também será pessoal. Art. 360, CPP.
Se o réu estivesse preso em outro estado, e não se tem notícia de onde ele está, foi realizada citação por
edital, e descobriu-se depois que ele estava em outro estado, essa citação por edital não é nula.
Se o sujeito estava preso no mesmo estado onde o processo está tramitando, e foi realizada citação por
edital, essa citação é nula. Súmula 351, STF.

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