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REGISTO Nº238/21
Autor: Ministério Público
Arguidos: Stélio Luís da Silva Ferreira.
AG
AMARAL GOURGEL
ADVOGADOS
CONTESTAÇÃO
Questões de factos
1º
O arguido não praticou os factos que lhe estão a ser acusado. Nos termos em que foi
interrogado do nosso constituinte, na esquadra de polícia no Distrito Urbano das
Ingombotas, houve sim desentendimento, porém foi as 6h 40 e não as 5h 20 conforme foi
escrito nos autos. E importa dizer, a nenhum momento o arguido desferiu chapadas e socos
contra a queixosa. Portanto, não é possível alguém que saiu as 6h e 40 minutos no Zango
zero venha agredir outrem nas Ingombotas as 5h e 20 minutos. Dito de outro modo, não é
possível as mesmas pessoas estarem em dois lugares distintos ao mesmo tempo.
2º
O arguido abandonou o local do discursão, porque temia ser agredido pelos irmãos e
amigos da namorada, por conseguinte, voltou para casa na mesma manhã porque precisava
descansar, porém tinha telemóvel ligado o tempo todo, portanto é ele não é foragido da
polícia.
O arguido e queixosa regressavam duma festa realizada nos a redores do Zango zero,
deixando o local da festa no período das cinco e quarenta minutos. passando ainda na
centralidade do Kilamba, para deixar ficar a prima da mesma, que se fazia acompanhar de
3º
Quanto a acusação, alegando que arguido perdeu o auto domínio, e desferiu várias
chapadas e socos com punho fechado na face da ofendida, e ela tinha conseguido pular do
veículo.
Não corresponde a verdade. Tal discursão ocorreu num espaço urbano, havendo
várias câmaras de vigilância, que podem ser solicitadas para análises.
As referidas imagens, constituindo assim provas materiais nos autos. Tudo isso, são
coisas da sua cabeça com único fim requer uma indeminização sem justa causa.
Antes pelo contrário, a queixosa cuspiu-o no rosto. Com medo de ter uma reação
inesperada, desceu do veículo e meteu-se gritando, dramatizando a situação e logo se
aproximavam pessoas conhecidas dela. Assim, ele temendo de ser agredido e vandalizarem
o veículo; abandonou o local da discursão imediatamente.
4º-
Por conseguinte não há fuga nem perigo de fuga do arguido. Ficou claro que o
arguido, depois da discursão abandou o local imediatamente, temendo duma agressão dos
parentes e vizinhos da ofendida e também temia que vandalizassem o seu veículo. Porém,
estava localizado no seu domicílio e manteve os telefones todos ligados.
5º
Bem, para todos efeitos, o tribunal poderá valorar as declarações da ofendida e analises
solicitadas no laboratório forense.
7º
8º
A dita acusação feita pelo MP, no 8º articulado, o arguido aceita sem dar rodeios a
autoria material do ilícito.
É indubitável que as declarações que aqui foram prestadas não constitui uma
confissão, porque a confissão recai sobre os factos, pois apenas sobre os factos o réu se
defende.
O arguido não aceita tal facto que lhe é imputado, porque em conversa com ele
confirmou que sentiu-se intimidado pela solenidade do ato de interrogatório.
O arguido tem o direito de ser ouvido sobre todos os factos objeto do processo e
poderá exercer esse direito com todas as garantias inerentes à sua qualidade se sujeito
processual, mas as declarações prestadas podem ser usadas como meio de prova.
9º
Ninguém pode ser condenado sem que lhe seja concedida o direito de se fazer ouvir
«Direito de audiência». O princípio da audiência é a primeira das expressões do princípio do
contraditório, em conformidade com Art.67 CRA. «Ninguém pode ser detido, preso ou
submetido a julgamento senão nos termos da lei, sendo garantido a todos os arguidos ou
preso o direito de defesa de recurso e de patrocínio judicial».
Este princípio do contraditório, assume a sua forma mais acabada, entretanto, no
direito de contestação concedida ao arguido. Por isso, há uma clara violação dos direitos do
nosso constituinte, por não lhe ter dado a oportunidade de constituir o advogado, no
primeiro interrogatório, violando assim o direito de defesa.
10º
QUESTÕES DE DIREITO
1º
Regra geral o MP é o titular da Acão Penal. É ele que introduz a causa em juízo,
através de uma peça processual a que se dá o nome de acusação. O pressuposto processual
é, finalmente, a legitimidade do MP para acusar. É exigível de denúncia ou participação do
ofendido, nos crimes semi-públicos como é «ofensas corporais com não mais de dez dias de
doença» nos termos do art. 160 nº1, al. d) do CP
Por esta via. Invoca os artigos 50 nº1; Art.51, nº1 e Art.53, nº1 todos do CPP. Desistir
o procedimento penal instaurado contra o Arguido preso, Stélio Luís da Silva Ferreira, por
não ter mais interesse no prosseguimento dos presentes autos.
3º
Tal pretensão é acolhida pelo Art. 3º € O MP só pode acusar pelos factos de que
tenha havido acusação particular quando desta dependa o exercício da ação penal. Em tal
caso, a intervenção do MP cessa com perdão ou desistência do assistente particular. Por
conseguinte, esta é o nosso entendimento, que MP venha homologar o requerimento da
desistência da ofendida, nos termos e para os efeitos prescritos, no Art. 53, nº1 in fine do
CPP.
4º
Assim, salvo o devido e merecido respeito, esperamos que MP deve antes notificar o
arguido para, no prazo de 5 dias, declarar se ele se opõe, entendendo-se como não oposição
a fata de declaração. Em conformidade o preceito legal. Art. 53, nº 3 CPP.
Tratando-se de um arguido preso por um crime que ele clama não ter praticado tal
delito, e por maioria de razão este arguido não diria contrário. Se não aceitar restituição à
liberdade.
5º
Estamos em crer que esta acusação feita pelo MP, no dia 15 de Dezembro de 2021,
contrariando o requerimento da ofendida, requerendo a sua desistência, porque perdeu
interesse no processo, datada de 01 de Dezembro de 2021.
6º