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Poder Judiciário da União

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Órgão : 3ª TURMA CÍVEL


Classe : APELAÇÃO
N. Processo : 20090710219347APC
(0010066-37.2009.8.07.0007)
Apelante(s) : CARLOS EDUARDO FRANÇA, CEC
COMERCIAL DE ALIMENTOS LTDA
Apelado(s) : S. A. ATACADISTA DE ALIMENTOS LTDA
Relatora : Desembargadora NÍDIA CORRÊA LIMA
Revisor : Desembargador GETÚLIO DE MORAES
OLIVEIRA
Acórdão N. : 764957

EMENTA

CIVIL E PROCESSO CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS. PRELIMINARES DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD
CAUSAM. E DE INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO. REJEIÇÃO.
PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO. REJEIÇÃO. MÉRITO
PRÁTICA DE CAPTAÇÃO ILEGAL DE CLIENTES,
DIFAMAÇÃO E CONCORRÊNCIA DESLEAL. EX-
EMPREGADO QUE ABRE NOVA EMPRESA. DANO MORAL
CARACTERIZADO.
1. É possível a prática de ato ilícito por pessoa jurídica, passível
de dar ensejo a danos de ordem moral.
2. A ação de indenização por danos morais e materiais
proposta por ex-empregador contra ex-empregado, que
constituiu empresa do mesmo ramo e foi acusado de praticar
atos de captação ilegal de clientes, difamação e concorrência
desleal, deve ser apreciada no âmbito da justiça comum, em
face de sua nítida natureza cível e porque apresenta, com o
contrato de trabalho, relação apenas remota.
3. A prática de atos compatíveis com captação ilegal de
clientes, difamação e concorrência desleal, de ex-funcionário
de empresa que abre estabelecimento comercial em ramo
semelhante ao de seu ex-patrão, e que produz dano
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caracterizado pela redução de clientela, gera a obrigação do


ex-empregado e sua empresa, ao pagamento de indenização
por danos morais.
4.Apelação Cível conhecida. Preliminares e prejudicial de
prescrição rejeitadas. No mérito, recurso não provido.

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ACÓRDÃO

Acordam os Senhores Desembargadores da 3ª TURMA CÍVEL do


Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, NÍDIA CORRÊA LIMA -
Relatora, GETÚLIO DE MORAES OLIVEIRA - Revisor, OTÁVIO AUGUSTO - 1º
Vogal, sob a presidência do Senhor Desembargador MARIO-ZAM BELMIRO, em
proferir a seguinte decisão: CONHECER. REJEITAR A PRELIMINAR E A
PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO. NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.
UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas.
Brasilia(DF), 19 de Fevereiro de 2014.

Documento Assinado Eletronicamente


NÍDIA CORRÊA LIMA
Relatora

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RELATÓRIO

Cuida-se de Apelação Cível interposta por CARLOS EDUARDO


FRANÇA E OUTRO, contra a r. sentença de fls. 149/155.
Na origem, S.A. ATACADISTA DE ALIMENTOS LTDA. (SUPER
ADEGA) ajuizou Ação de Indenização em desfavor dos ora apelantes, asseverando
que o réu CARLOS EDUARDO FRANÇA era seu empregado e trabalhava na
comercialização de vinhos, vindo a se utilizar do contato privilegiado com os clientes
e conhecimento do ramo, para abrir, em concorrência desleal, empresa própria, a ré
, em local próximo, e com nome semelhante (Adega de Vinhos). Requereu, assim, a
procedência da demanda para condenar os réus ao pagamento de indenização por
danos materiais e danos morais no valor de R$500.000,00 (quinhentos mil reais).
Em contestação (fls. 32/41), os réus suscitaram as preliminares de
ilegitimidade passiva da empresa/requerida, de incompetência em razão da matéria
e a prejudicial de prescrição. No mérito, requereu a improcedência dos pedidos.
A MM. Juíza sentenciante julgou parcialmente procedentes os
pedidos formulados na inicial, para condenar os réus ao pagamento de indenização
por danos morais, no valor de R$20.000,00 (vinte mil reais), devidamente corrigido.
Em face da sucumbência recíproca as custas processuais foram rateadas entre as
partes e cada litigante foi condenado a adimplir a verba honorária de seu respectivo
patrono.
Irresignados, os réus interpuseram recurso de apelação (fls.
158/172), repisando as preliminares de ilegitimidade passiva da empresa/requerida,
incompetência em razão da matéria e prejudicial de prescrição. No mérito,
ponderaram que os fatos descritos na inicial não foram provados e, ainda que
pudessem ser demonstrados, não são passíveis de caracterizar concorrência
desleal. Por via de conseqüência, defenderam a tese de que tais fatos não apontam
para a obrigação de reparar o dano.
Os apelantes alegaram, também, que somente deu início à suas
atividades, após a sua dispensa sem justa causa e que não havia concorrência com
a autora, pois, as vendas de seus produtos só ocorriam no varejo e não no atacado.
Ademais, argumentaram que trabalham com produtos diferentes dos
comercializados pela autora e alegaram, ainda, que a conclusão de que houve
difamação da empresa/apelada e captação ilícita de clientes, baseou-se no
depoimento de testemunhas suspeitas e desprovidos, de forma que carece de
verossimilhança.
Prosseguiram os apelantes alegando que não houve concorrência

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desleal e asseveraram que o acolhimento da pretensão deduzida na inicial importou


violação ao artigo 195 da Lei de Propriedade Industrial (LPI). Ao final, pugnaram pelo
acolhimento das preliminares e da prejudicial de prescrição. No mérito, postularam a
reforma da r. sentença, para que seja julgado improcedente a pretensão deduzida na
inicial.
Preparo regular às fls. 173/174.
Contrarrazões ofertadas às fls. 178/182.
É o relatório.

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VOTOS

A Senhora Desembargadora NÍDIA CORRÊA LIMA - Relatora


Conheço do recurso, porquanto presentes os pressupostos de
admissibilidade.
Cuida-se de Apelação Cível interposta por CARLOS EDUARDO
FRANÇA E OUTRO, contra a r. sentença de fls. 149/155.
Consoante relatado, S.A. ATACADISTA DE ALIMENTOS LTDA.
(SUPER ADEGA) ajuizou Ação de Indenização por Perdas e Danos c/c Danos
Morais, contra os ora apelantes, asseverando que o primeiro réu era seu
empregado, que trabalhava na comercialização de vinhos e se utilizou do contato
privilegiado com os clientes e conhecimento do ramo, para abrir, em concorrência
desleal, empresa própria (segunda ré), em local próximo, e com nome semelhante
(Adega de Vinhos). Requereu, assim, a procedência da demanda para condenar os
réus ao pagamento de indenização por danos materiais e danos morais no valor de
R$500.000,00 (quinhentos mil reais).
Após regular prosseguimento do feito, a il. Magistrada a quo julgou
parcialmente procedentes os pedidos formulados na inicial, para condenar os réus
ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$20.000,00 (vinte mil
reais), devidamente corrigido. Em face da sucumbência recíproca, as custas
processuais foram rateadas entre as partes e cada litigante foi condenado a adimplir
a verba honorária de seu respectivo patrono.
Em suas razões recursais, os réus repisaram as preliminares de
ilegitimidade passiva da empresa/requerida, incompetência em razão da matéria e
prejudicial de prescrição. No mérito, ponderaram que os fatos descritos na inicial não
foram provados e, ainda que pudessem ser demonstrados, não são passíveis de
caracterizar concorrência desleal. Por via de conseqüência, defenderam a tese de
que tais fatos não apontam para a obrigação de reparar o dano. Alegaram, também,
que só houve a abertura de negócio próprio, quando houve a dispensa sem justa
causa e que não havia concorrência com a autora, pois, as vendas de seus produtos
só ocorriam no varejo e não no atacado. Ademais, argumentaram que trabalham
com produtos diferentes da requerente, quais sejam bebidas selecionadas.
Alegaram, ainda, que a conclusão de que houve difamação da empresa/apelada e
captação ilícita de clientes, calcada no depoimento de testemunhas suspeitas e
desprovidos, portanto, de verossimilhança, viola o artigo 405, §4º, do CPC e o artigo
333, inciso I, do CPC. Acerca da ausência de concorrência desleal, reiteraram que
tal prática não ocorreu, e asseveraram que houve violação ao artigo 195 da Lei de

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Propriedade Industrial (LPI).


É o breve relato dos fatos.
PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM
Os ora apelantes suscitaram preliminar de ilegitimidade passiva da
empresa ré, sob o fundamento de que a difamação narrada na inicial teria partido do
primeiro apelante, enquanto pessoa física, e quanto à concorrência desleal, a
requerida sequer existia quando os fatos ocorreram.
Entretanto, observa-se que a preliminar suscitada não merece
prosperar, porquanto entendo que, em tese, tanto a pessoa física, quanto a pessoa
jurídica constituída, são capazes de praticar os atos descritos na inicial, em especial
o concernente à concorrência desleal.
Rejeito, portanto, a preliminar suscitada.
PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO
Os apelantes suscitaram também preliminar de incompetência em
razão da matéria. O fundamento utilizado dá conta de que, uma vez que as
alegações de difamação e captação de clientela se deram, em decorrência do pacto
laboral havido entre as partes, necessário que a demanda de reparação de danos
morais e materiais proposta seja, nos termos do artigo 114, VI, da CF, apreciada
pela Justiça do Trabalho.
A preliminar ora suscitada, no entanto, também não merece guarida,
porquanto a matéria ora apreciada, cuida de pedido de indenização de danos morais
e materiais formulado pela empresa/autora, contra a captação de clientes, difamação
e concorrência desleal praticados pelo requerido, pessoa física e pela empresa/ré.
Por certo, embora tenha havido relação laboral anterior entre as
partes, os fatos descritos na exordial narram nítido conflito de interesses travado na
esfera cível (captação de clientes, difamação e concorrência desleal praticados por
pessoa física e empresa contra outra empresa), e passível, assim, de apreciação
pela Justiça Comum.
Ressalte-se, por oportuno, que a remota relação entre a demanda
ora proposta e o contrato de trabalho entabulado entre as partes, afasta a incidência
do artigo 114, VI, da CF, no caso concreto e aponta para a competência da Justiça
Comum para apreciar a causa.
A discussão a respeito dos direitos trabalhistas travadas, entre
empregador e ex-empregado, esta sim, deve ser analisada pela Justiça do Trabalho.
Nesse sentido, transcrevo as ponderações da MM. Juíza a quo, a respeito do tema,
in verbis:

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Embora a discussão acerca da dissolução do vínculo


empregatício entre a autora e o 1º réu tenha sido travada na
justiça trabalhista, não é o caso de se reservar àquela seara
especial a discussão relativa à indenização por danos materiais
e morais baseada em concorrência desleal.
Trata-se, na hipótese, de competência em razão da matéria,
que se determina face à causa de pedir e ao pedido. Bastante,
portanto, discernir a diferença entre as discussões travadas nas
ações: naquela, recebimento de verbas por conta do vínculo
empregatício, nesta, a cobrança de perdas e danos morais
como decorrente de alegada conduta dos réus em concorrência
desleal.

Rejeito, assim, a preliminar de incompetência em razão da


matéria, suscitada pelos ora apelantes.
PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO
Os requerentes, ora apelantes, alegaram que haveria a prescrição
bienal, caso a competência para a apreciação da demanda seja fixada em favor da
Justiça do Trabalho.
Com efeito, rejeito a prejudicial de prescrição, porquanto,
conforme delineado no tópico supracitado, a competência para a apreciação da
presente demanda de indenização por danos morais pertence à Justiça Comum.
MÉRITO
Quanto ao mérito, observa-se que os elementos caracterizadores da
obrigação de reparar o dano, descrita no artigo 186 do Código Civil, quais sejam o
ato ilícito, o nexo causal e o dano, encontram-se presentes na narrativa dos fatos
feita na inicial.
Em que pese o inconformismo dos ora apelantes, observa-se que as
provas coligidas aos autos, apontam para a conclusão de que houve captação ilegal
de clientes, difamação e concorrência desleal.
A respeito da difamação e da captação ilegal de clientes, as provas

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orais colhidas, compostas pelo depoimento do representante legal da empresa e do


fornecedor dos vinhos da autora, estão em consonância com as ponderações feitas
na inicial, e apontam para a efetiva prática de tais atos ilícitos.
O representante legal da empresa asseverou que o primeiro
apelante "era um excelente vendedor, razão pela qual tinha sob sua
responsabilidade uma grande carteira de clientes e que ao abrir negócio próprio
levou consigo essa clientela".
Já a testemunha informante, fornecedora de vinhos da autora,
esclareceu que "a autora perdeu clientela com a saída do primeiro réu; que isso se
deu por ser o primeiro requerido totalmente contra a autora, tecendo comentários em
várias reuniões para degustação que a adega da autora era muito quente e que
prejudicava a qualidade dos vinhos; que esses comentários foram ouvidos pelo
depoente vindos de pessoas que ouviram os mesmos comentários do primeiro
suplicado."
Com efeito, embora os depoimentos coligidos aos autos sejam do
representante legal da empresa e de sua fornecedora de bebidas, observa-se que
tais informações, que guardam consonância com os fatos descritos na inicial, não se
encontram isoladas nos autos.
Tais assertivas, somadas aos demais elementos probatórios trazidos
ao feito, tais como o mapa que demonstra localização próxima entre as empresas (fl.
25), além da incontroversa condição de ex-empregado do primeiro apelante (fl. 16),
da nota fiscal que indica a semelhança entre os ramos de atuação das empresas (fl.
18), formam conjunto probatório suficiente e capaz de demonstrar que:
O 1º apelante abriu empresa concorrente, conduzindo, de maneira
ilegal e mediante a prática de atos difamatórios, a clientela formada quando ocupava
cargo na empresa/apelada, a consumir os produtos de seu próprio estabelecimento
comercial, localizado nas proximidades de seu concorrente.
Deste modo, em face do consistente conjunto probatório coligido aos
autos, que não está adstrito apenas à prova oral colhida, constata-se que não há
qualquer violação ao artigo 405, §4º, do CPC.
A respeito da concorrência desleal, peço vênia para adotar como
minhas as ponderações do il. Magistrada sentenciante, que elucidou, in verbis:

(...) não existe na legislação pátria uma definição para o termo


'concorrência desleal'. Contudo, é de comum sabença que o

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ato de concorrência desleal importa numa apreciação de fato,


sujeita ao exame do caso concreto que se coloca à frente do
julgador, quando afrontados os conceitos abertos de lealdade,
bons costumes, usos e costumes honestos no comércio. A meu
sentir, na hipótese vertente estão presentes todos os
elementos aptos a configurar a prática pelos réus de
concorrência desleal, mediante captação indevida de clientela e
difamação dos serviços da autora (...)

Deste modo, devidamente configurada a prática do ato ilícito por


parte dos ora apelantes, caracterizada pela captação ilegal de clientes, difamação e
concorrência desleal; e presentes também o nexo causal entre a conduta e o dano
sofrido pelo apelado, qual seja a diminuição da clientela da apelada, a manutenção
da r. sentença que condenou os réus (empresa e pessoa física) ao pagamento de
indenização por danos morais, no valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) é medida
que se impõe.
Por fim, em face das considerações até aqui tecidas, constata-se
que não houve qualquer violação ao artigo 333, inciso I e artigo 405, §4º, do CPC;
ao artigo 195 da Lei de Propriedade Industrial (LPI); nem tampouco ao artigo 114, VI,
da CF.
Pelo exposto, REJEITO A PRELIMINARES E A PREJUDICIAL DE
PRESCRIÇÃO E, QUANTO AO MÉRITO, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO,
mantendo íntegra a r. sentença.
É como voto.

O Senhor Desembargador GETÚLIO DE MORAES OLIVEIRA - Revisor


Com o relator

O Senhor Desembargador OTÁVIO AUGUSTO - Vogal


Com o relator

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DECISÃO

CONHECER. REJEITAR A PRELIMINAR E A PREJUDICIAL DE


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