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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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Nº 70050110170
2012/CÍVEL
ACÓRDÃO
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RELATÓRIO
DES. TASSO CAUBI SOARES DELABARY (RELATOR)
Trata-se de recurso de apelação interposto por ALBERTO
CLAUDINETE FERREIRA contra a sentença que, nos autos de “ação de
indenização por danos morais” ajuizada em face de IURI PEREIRA BRITTO,
julgou improcedente o pedido, condenando a parte autora ao pagamento
dos ônus sucumbenciais, suspensa a exigibilidade por litigar sob o amparo
da gratuidade judiciária.
Em suas razões recursais (fls. 213/227) pugna,
preliminarmente, pela declaração da intempestividade da contestação e
aplicação dos efeitos da revelia. Quanto ao mérito, sustenta a configuração
de danos morais em razão de registro de ocorrência policial por parte dos
codemandados, no qual imputado ao autor a prática de crime de estelionato
diante da narrativa de não ter concluído o serviço para o qual fora contratado
– reforma e construção de elevadores – e de ter se apropriado dos valores
dados em pagamento e dos materiais fornecidos para a execução do
serviço, não retornando às ligações do comunicante. Alega que as
afirmações perante a autoridade policial são inverídicas, pois prestou o
serviço e devolveu os materiais quando da conclusão, aduzindo ter
enfrentado problemas em seu aparelho celular. Argumenta que a acusação
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infundada por parte dos apelados causou transtornos em sua esfera pessoa
e profissional, devendo ser indenizado pelos danos morais sofridos. Tece
considerações acerca dos critérios para fixação do quantum indenizatório.
Requer o provimento do apelo.
Apresentadas as contrarrazões (fls. 232/249) os demandados
suscitam, preliminarmente, a inexistência do processo diante da ausência de
poderes dos patronos que subscrevem as petições da parte autora; alegam
estar preclusa a alegação de intempestividade da contestação, eis que não
houve manifestação pelo autor quando intimado para a produção de provas,
momento em que tacitamente reconhecida a tempestividade, aduzindo a
impossibilidade de apreciação desta questão neste grau de jurisdição diante
da ausência de manifestação pelo juízo de origem. Afirmam ser inválida a
citação da empresa Trevicorp, eis que realizada em endereço distinto de sua
sede, sendo tempestiva a contestação, eis que iniciado o prazo a contar da
juntada da procuração. Quanto ao mérito, pugnam pela manutenção da
sentença de improcedência.
Subiram os autos a este Tribunal e vieram a mim distribuídos
por vinculação.
Verificada a irregularidade da representação processual dos
procuradores da parte autora, determinei a intimação pessoal para a
regularização da representação processual, sob pena de nulidade do
processo.
Intimada pessoalmente a parte autora (fl. 262), transcorreu in
albis o prazo para a regularização de sua representação processual.
É o relatório.
VOTOS
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Eminentes Colegas.
Conforme visto do relatório, há questão prejudicial que impede
a análise da controvérsia vertida nos autos.
Com efeito, compulsando os autos, denota-se que a
procuração de fl. 18 confere ao procurador Roosevelt Hanoff poderes
específicos “para extração de cópias da ação tombada sob n.º
001/2.09.0056147-6”, razão pela qual sem qualquer validade os
substabelecimentos por si subscritos no curso da lide. Da mesma forma, não
há qualquer procuração conferindo poderes à advogada que subscreve a
petição inicial, Dra. Fernanda Winck. Ou seja, a parte autora não está
representada por advogado legalmente habilitado para atuar no presente
feito.
Intimado pessoalmente para regularizar a sua representação
processual, a parte autora quedou-se inerte. Dessa forma, na esteira do
disposto no art. 13 do CPC, alternativa outra não resta que não declarar a
nulidade do processo, diante da ausência de representação processual.
Assim dispõe o dispositivo legal:
“Art. 13. Verificando a incapacidade processual ou a
irregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo o
processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito. Não
sendo cumprido o despacho dentro do prazo, se a providência
couber:
I - ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo;
(…)”
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NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil
Comentado e legislação extravagante. 11ª. ed. rev. , atual. e ampl. – São Paulo: Ed. Revista
do Tribunais, 2010 p. 217-218.
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AS NULIDADES NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - Humberto Theodoro Júnior
(Publicada na Revista Síntese de Direito Civil e Processual Civil nº 01 - SET-OUT/1999, pág. 136
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Art. 22. O réu que, por não argüir na sua resposta fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor,
dilatar o julgamento da lide, será condenado nas custas a
partir do saneamento do processo e perderá, ainda que
vencedor na causa, o direito a haver do vencido honorários
advocatícios.
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