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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

VTTK
Nº 70038364873
2010/CÍVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL.


CONCESSÃO DE AJG EQUIVOCADA.
INOBSERVÃNCIA DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ. No
momento em que interpôs a apelação sem o
devido preparo, o recorrente assumiu o risco de
não ter o seu recurso recebido, não cabendo,
agora apresentar irresignação.
RECURSO IMPROVIDO.

AGRAVO DE INSTRUMENTO DÉCIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL

Nº 70038364873 COMARCA DE GARIBALDI

SANDRO LUIZ DRESCH AGRAVANTE

UNIBANCO UNIAO DE BANCOS AGRAVADO


BRASILEIROS S/A

DECISÃO MONOCRÁTICA
Vistos.
Trata-se de agravo de instrumento interposto por SANDRO
LUIZ DRESCH, nos autos da ação revisional movida contra UNIBANCO –
UNIÃO BRASILEIRA DE BANCOS BRASILEIROS S/A, visando a modificar
decisão que não recebeu a apelação diante da deserção.
O agravante alegou não ter requerido o benefício da AJG,
tendo inclusive feito o pagamento das custas processuais quando da
distribuição da demanda. Acrescentou que deveria ter sido intimado para
efetuar o preparo da apelação. Requereu o provimento do recurso.
É o relatório.
Decido.
O recurso interposto é o adequado e por quem tinha legítimo
interesse, dentro do prazo legal.
Atende, ainda, os requisitos dos arts. 524 e 525 do CPC.
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA

VTTK
Nº 70038364873
2010/CÍVEL

Assim, recebo o agravo.


Decido.

Compulsando os autos, verifica-se que o juízo a quo se


equivocou no dispositivo da sentença proferia às fls. 33/34 ao dispensar o
autor do pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios
em face da AJG.
Não foi requerido o referido benefício na exordial, sendo
inclusive pagas as custas quando da distribuição.
Porém, constata-se que o apelante, ora agravante, abusou de
tal erro para burlar o preparo do recurso.
No momento em que interpôs a apelação sem o devido
preparo, o recorrente assumiu o risco de não ter o seu recurso recebido, não
cabendo, agora apresentar irresignação.
Observa-se que a parte agravante não observou o princípio da
boa-fé, pelo qual “todos os sujeitos do processo devem manter uma conduta
ética adequada, de acordo com os deveres de verdade, moralidade e
probidade em todas as fezes do procedimento.” 1

Ante ao exposto, nego provimento ao Agravo de


Instrumento.
Oficie-se ao MM. Juízo de origem, comunicando-se os termos
desta decisão.
Intime-se.
Porto Alegre, 25 de agosto de 2010.

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PORTANOVA, Rui. Princípios do Processo Civil. Editora Livraria do Advogado. Porto
alegre, 1995, pág. 156.
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DES.ª VANDERLEI TERESINHA TREMEIA KUBIAK,


Relatora.

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