Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
www.tatianamarcello.com.br
@tatianamarcello
LEGISLAÇÃO A SER MARCADA
1 FUNÇÕES DO ESTADO E ORGANIZAÇÃO DA 9 BENS PÚBLICOS
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 10 INTERVENÇÃO DO ESTADO NA
2 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PROPRIEDADE
3 AGENTES PÚBLICOS E PROCESSO 11 INTERVENÇÃO DO ESTADO NO
ADMINISTRATIVO DOMÍNIO ECONÔMICO
4 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 12 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
5 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E PRÁTICAS DE COMPLIANCE
6 ATOS ADMINISTRATIVOS 13 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
7 LICITAÇÕES E CONTRATOS Índices remissivos
8 SERVIÇOS PÚBLICOS Normais gerais
Leis processuais
ATOS ADMINISTRATIVOS
• CONCEITO
• Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “declaração do Estado ou de quem o represente, que
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito
público e sujeito a controle pelo Poder Judiciário”.
• Em suma, é uma manifestação de vontade do Estado ou de quem lhe faça as vezes, que
tem por finalidade o interesse público.
• Detalhes:
• A lei deve obedecer a CF, e o ato administrativo deve obedecer a lei (norma infra legal – está abaixo
da lei).
• Ato Administrativo é ato secundário – decorre de um ato primário que é a lei (exceção: ato
administrativo primário: art. 84, VI, “a” e “b”).
➢Fato Administrativo – acontecimento da vida com relevância para o direito administrativo (ex.:
servidor atinge 75 anos de idade, tem que ser editado o (ato) de aposentadoria compulsória.
➢Ato Político (ato do rei) – não é suscetível de controle judicial (Ex.: CF, art. 84, XII – compete
privativamente ao presidente da república: conceder indulto/graça).
• Quem emite atos administrativos?
✓Poder Executivo como função típica;
✓Poder Judiciário como função atípica (ex.: conceder férias aos servidores);
✓Poder Legislativo como função atípica (ex.: fazer um regimento interno);
✓Particulares que façam as vezes de Estado (ex.: concessionária).
• REQUISITOS ou ELEMENTOS
• Segundo a corrente clássica, defendida por Hely Lopes Meirelles e mais aplicada em
concursos públicos, os “requisitos” (também chamados de “elementos”) são trazidos pela
Lei n. 4.717/65 (Lei de Ação Popular), art. 2º, segundo o qual, “são nulos os atos lesivos ao
patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
• Portanto, os requisitos do ato administrativo são: COM FIN FOR MOB
✓Lei n. 4.717/65, art. 2º, p. ú, “a” - a incompetência fica caracterizada quando o ato não se
incluir nas atribuições legais do agente que o praticou.
✓O agente que pratica o ato deve ter poder legal para tal.
✓Delegação – regra é que posso delegar. Exceção: Não podem ser objeto de delegação (Lei
9784/99, art. 13):
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
➢Lei n. 4.717/65, art. 2º, p. ú, “e” - o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica
o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de
competência.
✓Se não atender a finalidade, haverá “desvio de finalidade ou desvio de poder” (espécie de
abuso de poder) tornando o ato inválido (ex.: sou eleito prefeito e meu primeiro ato é
desapropriar imóvel do meu inimigo político; ex.: remoção de ofício como forma de
punição).
➢Lei n. 4.717/65, art. 2º, p. ú, “b” - o vício de forma consiste na omissão ou na observância
incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
✓É o revestimento do ato, que tem que obedecer a forma prescrita em lei;
✓Em regra, a forma é a escrita, mas excepcionalmente existem outras formas, como por
exemplo, forma verbal, sinalização de trânsito, etc.
✓Ex.: auto de infração sem assinatura; aplicação de penalidade ao servidor sem PAD.
✓Obs.: O vício de forma pode ser convalidado, exceto se a lei estabelecer que determinada
forma é essencial à validade do ato, caso este em que será nulo o ato (não podendo ser
convalidado).
➢ Motivo (por que?)
✓Lei n. 4.717/65, art. 2º, p. ú, “d” - a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria
de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou
juridicamente inadequada ao resultado obtido;
✓Situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do ato administrativo.
✓ Motivo é diferente de motivação.
Ex.: servidora ficou grávida e tenho que conceder licença gestante; o motivo do ato é a gravidez.
Ex.: servidor praticou uma conduta que levou à pena de demissão; o motivo do ato é a infração.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte
integrante do ato.
• Teoria dos Motivos Determinantes
➢Lei n. 4.717/65, art. 2º, p. ú, “c” - a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato
importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;
✓É o conteúdo do ato, que tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações
concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público. É aquilo que quero
alcançar quando pratico o ato administrativo.
Ex.: servidora ficou grávida e tenho que conceder licença gestante; o motivo do ato é a gravidez; o
objeto do ato é a licença.
Ex.: servidor praticou um ato que levou à aplicação de pena de suspensão; o motivo do ato é a
infração; o objeto do ato é a pena de suspensão.
• Lei 9.784/1999, art. 54: A Administração deve anular seus próprios atos, quando
eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
➢Súmula do STF 473 – A Administração pode anular seus próprios atos quando
eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
➢Súmula do STF 346 - A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus
próprios atos.
• Anulação e revogação: decorrem do “Princípio da Autotutela”.
✓ Revogação - é a invalidação de ato legal e eficaz, que pode ser realizado apenas pela
Administração, quando entender que o mesmo é inconveniente ou inoportuno (mérito),
com efeitos não retroativos (ex nunc).
✓ Anulação é a invalidação de um ato ilegítimo, que poderá se dar pela Administração ou
pelo Poder Judiciário (efeitos retroativos – ex tunc).
• Desses dispositivos conclui-se que, em relação aos atos, a Administração pode ANULAR ou
REVOGAR, porém, o Poder Judiciário pode apenas ANULAR.
• ANULAR quando ILEGAIS
ADMINISTRAÇÃO • REVOGAR quando INCONVENIENTES OU INOPORTUNOS
• Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis (vício de competência ou vício de
forma) poderão ser convalidados pela própria Administração.
➢ licença – ato vinculado (ex.: licença para dirigir – se a pessoa cumprir os requisitos, a
Administração é obrigada a conceder).
➢ permissão e autorização – atos discricionários (ex.: permissão de uso de um bem público;
ou autorização para casar na praia – a pessoa pede e a Administração concede ou não,
conforme achar conveniente ou oportuno).
*corrigido.
Ato Vinculado Ato Discricionário
- Administração pode anular, mas não pode - Administração pode anular ou revogar
revogar
- Sofre controle Judicial - Sofre controle judicial, exceto quanto ao
mérito
- Ex.: aposentadoria compulsória; - Ex.: Reversão à pedido, Autorização,
lançamento tributário, licença. permissão.
• Atos de Império: imposto pela Administração (ex.: multa).
Súmula 346, STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Direito Administrativo
Bens Públicos
Pessoa Jurídicas de Direito Público Interno – CC Art. 41. São pessoas jurídicas de direito
público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Portanto, bens públicos são apenas aqueles pertencentes a pessoas jurídicas de direito
público (U, E, M, DF, Autarquias e Fundações públicas de direito público).
Entretanto, bens das pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração
Pública são privados (ou particulares), mas podem estar sujeitos a regras próprias do regime
jurídico de bens públicos (inalienabilidade, impenhorabilidade, imprescritibilidade e não
onerabilidade), quando estiverem sendo efetivamente utilizados na prestação de um
serviço público;
Afetação e Desafetação (utilização)
Afetação – é quando um bem está vinculado a uma finalidade pública (está afetado). Em
regra, os bens de uso comum do povo e os bens de uso especial são afetados. Ex.: prédio
público onde funciona uma escola pública está afetado à prestação desse serviço.
Desafetação – é quando um bem não está vinculado a nenhuma finalidade pública (está
desafetado). Os bens dominicais são desafetados. Ex.: terreno baldio da Prefeitura.
Res nullius – são coisas que “não pertencem a ninguém” (não são públicos nem
particulares), como animais selvagens, conchas da praia, pérolas das ostras do fundo do
mar...
3 – Quanto à disponibilidade:
a) bens indisponíveis por natureza – são aqueles que, devido à sua condição não-
patrimonial, não podem ser alienados ou onerados; são bens de uso comum do povo
destinados à utilização universal e difusa (ex.: ar, meio ambiente, mares...);
b) bens patrimoniais indisponíveis – são os que tem condição patrimonial, mas que por
pertencerem à categoria dos bens de uso comum do povo ou de uso especial, a lei lhes
confere o caráter de inalienabilidade enquanto mantiverem tal condição, ou seja,
naturalmente poderiam ser alienados, mas legalmente, não (ex.: ruas, praças, imóvel onde
está instalada a prefeitura...);
c) bens patrimoniais disponíveis – são os legalmente possíveis de alienação, por não
estarem afetados a certa finalidade pública, como é o caso dos bens dominicais (ex.: terras
devolutas).
Atributos/Características
➢a) Inalienabilidade (relativa)
Código Civil - Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Código Civil - Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as
exigências da lei.
Em regra, os bens públicos não podem ser alienados (nem usucapidos, nem
desapropriados...). Em relação aos bens afetados (de uso comum do povo e de uso especial)
não há possibilidade de alienação enquanto mantiverem essa condição. Em relação aos bens
desafetados (dominicais), até podem ser alienados, porém há exigências legais a serem
cumpridas (chamada alienabilidade condicionada), trazidas pela Lei 8.666/93, art. 17 e 19
(demonstração de interesse público; prévia avaliação; e quanto imóveis, autorização legislativa
e licitação na modalidade concorrência).
➢b) Impenhorabilidade
• Portanto, a lei estabelece uma forma especial de execução contra a Fazenda Pública, bem
como as ordens de precatórios previstas no art. 100 da CF.
➢c) Imprescritibilidade
CC, Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. (vide art. 183, § 3º e art. 191, CF)
Os bens públicos não se sujeitam à chamada prescrição aquisitiva, ou seja, não podem ser
usucapidos.
➢ d) Não onerabilidade
Significa que nenhum ônus real (ex.: hipoteca, penhora, usufruto...) pode recair sobre os bens
públicos. Bens públicos não podem ser dados como garantia em favor de terceiros (penhor,
anticrese ou hipoteca).
BENS PÚBLICOS
✓ Ocupação e Utilização de bens públicos
Súmula 477, STF: As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos Estados,
autorizam, apenas, o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se mantenha inerte ou tolerante,
em relação aos possuidores.
Súmula 480, STF: Pertencem ao domínio e administração da União, nos termos dos artigos 4º, IV, e 186, da
CF/67, as terras ocupadas por silvícolas.
Súmula 650, STF: Os incisos I e XI do art. 20 da CF/88 não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que
ocupadas por indígenas em passado remoto.
BENS PÚBLICOS
✓ Ocupação e Utilização de bens públicos
Súmula 103, STJ: Incluem-se entre os imóveis funcionais que podem ser vendidos os administrados pelas
forças armadas e ocupados pelos servidores civis.
Súmula 496, STJ: Os registros de propriedade particular de imóveis situados em terrenos de marinha não são
oponíveis à União.
Súmula 619, STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária,
insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.
(EXAME XXV) Luiz encontrou um ônibus pertencente a uma autarquia federal abandonado em
um terreno baldio e passou a utilizá-lo para promover festas itinerantes patrocinadas por sua
empresa. O uso e a posse desse ônibus, com animus domini, vêm perdurando por longo
período, de modo que já estariam presentes os requisitos para a usucapião do mencionado
bem móvel.
B. Não. Os bens públicos são imprescritíveis, ou seja, não poderão ser usucapidos (0,50),
segundo o disposto no Art. 102 do CC (0,10).
(EXAME XV) Todas as Secretarias do Município XYZ têm sede no prédio do Centro de
Administração Pública Municipal, na zona norte da cidade. Entretanto, tal edifício, além de
muito antigo e em precário estado de conservação, já não comporta toda a estrutura da
Administração Direta do Município. Por essa razão, diversas Secretarias já alocaram parte
operacional de suas estruturas em outros endereços.
Com base no exposto, responda, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a
fundamentação legal pertinente, aos itens a seguir.
A) Pode o Prefeito do Município XYZ, após licitação e sem nenhuma outra providência, alienar
o prédio do Centro de Administração Pública Municipal? (Valor: 0,65)
B) Supondo que o prédio do Centro de Administração Pública Municipal seja guarnecido com
obras de arte não relacionadas à atividade administrativa, podem esses bens públicos ser
objeto de penhora? (Valor: 0,60)
A. Não. O prédio do Centro de Administração Pública é um bem público de uso especial, e tais
bens, no direito brasileiro, caracterizam-se pela inalienabilidade. Os bens públicos de uso
especial podem ser desafetados, caracterizando-se, então, como bens dominicais, e, nesse
caso, podem ser alienados (0,55), conforme arts. 100, 101 do Código Civil OU art. 17, I da
Lei 8.666/93. (0,10) 0,0 – 0,55 –0,65
B. Não. Os bens titularizados pelo Município são classificados como bens públicos,
independentemente de sua utilização. Os bens públicos (de uso comum, de uso especial ou
dominicais) são impenhoráveis, mesmo que não afetados a uma utilidade de interesse
público. (0,50), conforme art. 100 da CRFB OU art. 100 do Código Civil (0,10)