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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES

Política Nacional
de Defesa Civil

Florianópolis
2012
© 2012 CEPED.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA DO BRASIL


Excelentíssima Senhora Dilma Vana Rousseff

MINISTRO DE ESTADO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL


Excelentíssimo Senhor Fernando Bezerra de Souza Coelho

SECRETÁRIO NACIONAL DE DEFESA CIVIL


Excelentíssimo Senhor Humberto de Azevedo Viana Filho

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA


Magnífica Reitora da Universidade Federal de Santa Catarina
Professora Roselane Neckel, Dra.
Diretor do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina
Professor Sebastião Roberto Soares, Dr.

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES


Diretor Geral
Professor Antônio Edesio Jungles, Dr.
Diretor Técnico e de Ensino
Professor Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr.
Diretor de Articulação Institucional
Professor Irapuan Paulino Leite, Msc.

FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA


Superintendente Geral
Professor Pedro da Costa Araújo, Dr.

EXECUÇÃO DO PROJETO
CEPED UFSC
Coordenação do Projeto
Prof. Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr.
Elaboração
Marcos Oliveira, Cel.
Revisão do Português
Sergio Luiz Meira
Projeto Gráfico e Diagramação
Annye Cristiny Tessaro (Lagoa Editora)

Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.


Apresentação

É com muita satisfação que apresentamos este documento,


parte integrante do projeto de Capacitação Básica Continuada,
que se iniciou no ano de 2011.
Para conhecimento, um dos objetivos específicos do pro-
jeto era o de se revisar o material de referência da Defesa Civil,
fazendo uma atualização de acordo com a antiga legislação, que
até abril de 2012 ainda estava sendo utilizada. Apesar da Lei
12.608, de 10 de abril de 2012, estar agora em vigor, percebe-
-se que ela não contemplou uma mudança plena da legislação
anterior, o que contribuiu para que o estudo tivesse que abranger
as duas leis quando possível.
Outro ponto que deve ser ressaltado é que a Lei atual
ainda não foi regulamentada, o que aumentou ainda mais o grau
de importância deste trabalho, tendo em vista que ele servirá
como um elemento norteador primário para futuras discussões
entre pessoas militantes e atuantes na área, além de referência a
futuros detalhamentos necessários para maiores esclarecimentos
acerca da amplitude da Lei.
Procuramos apresentar o material com uma análise crítica
dos artigos pertencentes à Política Nacional de Defesa Civil, suge-
rindo alterações textuais quando possível, bem como orientações
sobre ações futuras a serem realizadas.
Cabe destacar que este trabalho foi realizado por profissio-
nais pertencentes ao CEPED UFSC, o que denota a importância
desta instituição no auxílio da construção, da disseminação e da
consolidação de uma filosofia de Defesa Civil.
Por fim, desejamos uma boa leitura a todos e, não menos
importante, que se tenham boas reflexões sobre o conteúdo
produzido.
Bom proveito!

Professor Marcos B. L. Dalmau, Dr.


Coordenador do Projeto.
Sumário

Considerações sobre o Manual de Política


Nacional de Defesa Civil, de 2007. 7

I. Condicionantes 15

II. Objetivos 26

II. Diretrizes e Objetivos da PNPDEC 28

III – Instrumentos 31

III. Estrutura do SINPDEC 34

IV. Conceituação, Classificação Geral dos


Desastres e Codificação de Desastres, Ameaças
e Riscos 37

V – Diretrizes 47
VI – Metas 52

VIl – Planos Diretores de Defesa Civil 54

VIII - Programas 59

IX - Projetos 63

Anexo A 82

Anexo B 120
Considerações sobre o Manual de Política Nacional de Defesa Civil, de .
7

Considerações sobre
o Manual de Política
Nacional de Defesa
Civil, de 2007.

Missão-tarefa

Realização, por solicitação do CEPED-UFSC, da revisão e


atualização do material de referência da Defesa Civil Nacional,
conforme a Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012.

Metodologia

O material de referênciua foi revisado e atualizado com


base no conteúdo da Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012, que
instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNP-
DEC), dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa
Civil (SINPDEC) e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa
Civil (CONPDEC) e autorizou a criação de sistema de informa-
ções e monitoramento de desastres. Também foram considerados
os conceitos e terminilogias da Estratégia Internacional para a
Redução de Desastres, das Organizações das Nações Unidas
(EIRD/ONU).
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
8

I – Condicionantes (pág. 3 e 4 do
Manual)
Avaliação

O texto está desatualizado e precisa ser revisto, com a


remoção de vários itens dos condicionantes que estão corretos,
mas desatualizados.

Sugestão de texto para substituição


Inclusão de texto conforme apresentado nas páginas 17
a 25 deste documento.

II – Objetivos (pág. 5 do Manual)


Avaliação

O texto precisa adequar-se ao novo conteúdo da Lei nº


12.608, de 10 de abril de 2012, que instituiu a Política Nacional
de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) e dispõe sobre o Sistema
Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC).

Sugestão de texto para substituição


Alteração do título para DIRETRIZES E OBJETIVOS DA
PNPDEC e inclusão de texto conforme apresentado nas páginas
28 a 30 deste documento.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional de Defesa Civil, de .
9

III – Instrumentos (pág. 6-7 do


Manual)
Avaliação

O texto precisa adequar-se ao novo conteúdo da Lei nº


12.608, de 10 de abril de 2012, que instituiu a Política Nacional
de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) e dispõe sobre o Sistema
Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC).

Sugestão de texto para substituição


Alteração do título para ESTRUTURA DO SINPDEC e
inclusão de texto conforme apresentado nas páginas 34 a 36
deste documento.

IV – Conceituação, Classificação
Geral dos Desastres e Codificação
de Desastres, Ameaças e Riscos
(pág. 6-7 do Manual)
Avaliação

O texto está desatualizado e precisa ser revisto, com a re-


visão e atualização de uma série de conceituações, bem como,
a inclusão de outras atualmente inexistentes.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
10

Sugestão de texto para substituição dos


conceitos
Alteração de texto conforme apresentado nas páginas 37
a 46 deste documento.

V – Diretrizes (pág. 11-13 do


Manual)
Avaliação

O texto precisa adequar-se ao novo conteúdo da Lei


nº 12.608, de 10 de abril de 2012, que instituiu a Política Na-
cional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) e dispõe sobre o
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC).
Ver Art. 4º da Lei.

Sugestão
Eliminar o texto atual do Manual.

VI – Metas (pág. 14 do Manual)


Avaliação

O texto perdeu seu sentido, as metas estão estipuladas


para o ano de 2000.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional de Defesa Civil, de .
11

Sugestão
Eliminar o texto atual do Manual.

VII – Planos Diretores De Defesa


Civil (pág. 15-18 do Manual)
Avaliação

O texto precisa ser revisado e atualizado pela atual es-


trutura da SEDEC. Desconheço os atuais planos em vigência.

Sugestão
Eliminar o texto atual do Manual.
Incluir texto sobre o Planejamento Nacional para Gestão
de Riscos da SEDEC.
Incluir texto sobre o Plano Nacional de Proteção e Defesa
Civil de competência dos Entes Federados (Ver inciso VIII, do
Art. 6º da Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012).
Incluir texto sobre o Plano Estadual de Proteção e Defesa
Civil de competência dos Estados (Ver inciso III, do Art. 7º da
Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012).
Incluir texto sobre os Planos de Contingência de Proteção
e Defesa Civil de competência dos municípios (Ver inciso II, do
§ 2º, do Art. 22 da Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012).
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
12

VIII – Programas (pág. 19-21 do


Manual)
Avaliação

O texto precisa ser revisado e atualizado pela atual estru-


tura da SEDEC. Desconheço os atuais programas em vigência.

Sugestão
Eliminar o texto atual do Manual.

IX – Projetos (pág. 22-34 do


Manual)
Avaliação

O texto precisa ser revisado e atualizado pela atual estru-


tura da SEDEC. Desconheço os atuais projetos em vigência.

Sugestão
Eliminar o texto atual do Manual.
Manual de Política
Nacional de Defesa
Civil

com atualizações inseridas


I. Condicionantes
15

I. Condicionantes

1. Os estudos epidemiológicos demonstram que, no último


século, os desastres naturais produziram danos muito superiores
aos provocados pelas guerras.
2. Os desastres antropogênicos são cada vez mais intensos,
em função de um desenvolvimento econômico e tecnológico
pouco atento aos padrões de segurança da sociedade.
3. Em numerosos distritos industriais, o desenvolvimento
econômico imediatista e antientrópico provocou a deterioração
ambiental e agravou as vulnerabilidades dos ecossistemas hu-
manos, contribuindo para aumentar os níveis de insegurança
aos desastres tecnológicos.
4. A crise econômica que se desenvolveu no País, prin-
cipalmente a partir da década de 70, gerou reflexos altamente
negativos sobre o processo de desenvolvimento social e sobre
a segurança das comunidades contra desastres, ao:

ff deteriorar as condições de vida e o bem-estar social


de importantes segmentos populacionais;
ff intensificar as desigualdades e desequilíbrios inter e
intra-regionais;
ff intensificar os movimentos migratórios internos, o
êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
16

ff intensificar o desenvolvimento de bolsões e cinturões


de extrema pobreza, no entorno das cidades de médio
e grande porte.
5. O crescimento desordenado das cidades, a redução do
estoque de terrenos em áreas seguras e sua conseqüente valori-
zação provocam adensamentos dos estratos populacionais mais
vulneráveis, em áreas de riscos mais intensos.
6. O desemprego, a especulação, a fome e a desnutrição
crônicas, as migrações descontroladas e a redução dos padrões
de bem-estar social, ao implementarem o clima de incertezas,
desesperanças e revolta, promovem desastres humanos relacio-
nados com as convulsões sociais.
7. O processo de regressão social, ao atingir o núcleo
familiar, contribui para o crescimento da violência e do número
de menores abandonados.
8. Os estratos populacionais menos favorecidos e os países
menos desenvolvidos, por apresentarem maiores vulnerabili-
dades culturais, econômicas e sociais, são atingidos com mais
intensidade pelos desastres.
9. Como conseqüência dos desastres, ocorre estagnação
econômica, redução da receita dos impostos e aumento do
custo de vida.
10. Os desastres agravam as condições de vida da popu-
lação, contribuem para aumentar a dívida social, intensificam as
desigualdades regionais e as migrações internas, fazem crescer
os bolsões e cinturões de extrema pobreza nos centros urbanos
e afetam o desenvolvimento geral do País.
11. As ações de resposta aos desastres e de reconstrução
exigem quantiosos gastos e desviam recursos que poderiam ser
alocados em programas de desenvolvimento.
I. Condicionantes
17

12. Num exame retrospectivo, constata-se que, após mui-


tas décadas de esforço, foram poucos os avanços alcançados
na redução das vulnerabilidades da sociedade brasileira aos
desastres, mesmo àqueles de natureza cíclica.
13. Há uma importante interação entre:

ff Desenvolvimento Sustentável
ff Redução de Desastres
ff Proteção Ambiental
ff Bem-estar Social
14. É imperioso que o processo de planejamento do desen-
volvimento nacional contemple, de forma clara e permanente,
a prevenção dos desastres.

Até os anos 70, os desastres foram encarados como sinô-


nimos de eventos extremos da natureza (imprevisíveis e inevitá-
veis), nos quais a sociedade tem papel dependente. A magnitude
do desastre (medida quantitativa) dependia da magnitude da
própria ameaça. O foco de trabalho à época objetivava responder
à pergunta: Como devemos responder aos desastres ou como
devemos nos preparar para o próximo desastre?
A partir dos anos 70, os desastres passam a ser caracteri-
zados pelos destroços físicos, ou seja, pela associação com seus
efeitos produzidos (intensidade – medida qualitativa). Surge a
percepção de que uma mesma ameaça pode apresentar dife-
rentes resultados em diferentes tipos de estrutura. O foco de
atuação passa a demonstrar interesse pela aplicação de medidas
preventivas e mitigatórias (medidas estruturais – obras físicas de
engenharia).
Nos anos 80 e 90, o impacto de um desastre passa a
ser visto como dependente da capacidade da comunidade na
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
18

mitigação dos seus efeitos e na recuperação dos danos e preju-


ízos. A atenção volta-se à redução das vulnerabilidades sociais
e econômicas. O foco de atuação passa para estratégias que
concentram-se na redução de vulnerabilidades.
A partir do final dos anos 90, surge a percepção de que
os processos de desenvolvimento interferem, modificam e am-
pliam os padrões das ameaças. Nesta perspectiva, os desastres
são o produto de processos de transformação e crescimento da
sociedade, que não garantem uma adequada relação com o
ambiente natural e o construído que lhe dá sustento. Surge aí o
conceito de comunidades resilientes. Além disso, começam a ser
discutidas as consequências da adaptação às mudanças climá-
ticas ou aquecimento global. O foco de atuação passa para as
estratégias que concentram-se na gestão de riscos e de desastres.
Assim, no passado, a noção de desastre era centrada na
perda de benefícios acumulados pelo processo de desenvolvi-
mento (quantidade de casas, comércio, pontes, escolas, hospitais
danificados), no entanto, agora se incorpora o desenvolvimento
como um fator causal de risco e o desastre como um acumula-
dor de investimentos desperdiçados; logo, devemos aceitar que
a gestão de risco (GdR), seja ela corretiva ou prospectiva, são,
ambas, instrumentos de desenvolvimento.
Os desastres naturais estão intimamente relacionados com
os processos de desenvolvimento humano e colocam em risco
este desenvolvimento. Certas decisões tomadas em matéria de
desenvolvimento por indivíduos, comunidades ou nações podem
gerar novos riscos de desastres.
Mas isso não precisa ser necessariamente assim. O de-
senvolvimento humano pode também contribuir para reduzir
os riscos de desastres de forma eficiente e eficaz. O objetivo da
PNPDEC é construir um caminho que incorpore a gestão de
I. Condicionantes
19

riscos (GdR) e a adaptação às mudanças climáticas (AMC) ao


desenvolvimento sustentável. Nosso primeiro grande desafio
será como abordar esses conceitos e a relação entre eles (tema
complexo que envolve políticas públicas e gera debates e con-
trovérsias).
Os desastres representam um motivo de crescente preocu-
pação mundial, pois a vulnerabilidade exacerbada pela evolu-
ção da urbanização sem planejamento, o subdesenvolvimento,
a degradação do meio ambiente, as mudanças climáticas, a
concorrência pelos recursos escassos e o impacto de epidemias,
pressagiam um futuro de ameaça crescente para a economia
mundial, para a população do planeta e para o desenvolvimento
sustentável.
A incidência e os impactos ou efeitos dos desastres estão
aumentando de forma vertiginosa a partir das últimas décadas
do século passado.
A explicação do aumento contínuo em relação a perdas
e danos e seus impactos na economia pode encontrar-se não
no número de eventos naturais extremos, mas no aumento da
população, infraestrutura e produção localizadas em áreas de
ameaça e em condições de vulnerabilidade que as deixam mais
susceptíveis para enfrentar os desastres e deles recuperarem-se.
Hoje em dia já há um reconhecimento de que os desastres
se relacionam de uma ou outra forma com uma série de práticas
humanas inadequadas e são, em resumo, representações de
problemas de desenvolvimento.
Os conceitos de ameaça, vulnerabilidade e capacidade
representam o fundamento de uma estratégia eficaz de redução
de riscos de desastres e a base operativa de uma cultura de
prevenção.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
20

Torna-se indispensável para as pessoas compreenderem


que elas são responsáveis por sua própria segurança e que não
podem simplesmente limitarem-se a esperar pelos governos
para encontrarem e proverem solução aos seus problemas. É
necessário que haja uma vinculação entre as orientações das
políticas nacionais e o uso de mecanismos que possam transfor-
mar os princípios da redução de desastres em atividades locais
permanentes e flexíveis.
Segundo dados da EIRD/ONU, “Todos os anos, mais de
200 milhões de pessoas são afetadas por desastres em todo o
mundo”, portanto, hoje em dia, a comunidade internacional está
consciente de que os esforços para a redução dos riscos de de-
sastres (RRD) devem integrar-se sistematicamente nas políticas,
planos e programas de desenvolvimento sustentável e redução
da pobreza, e receber o apoio da cooperação e associação em
níveis local, regional, nacional e internacional.
Os governos em todo o mundo estão se comprometendo
a tomar iniciativas para minimizar os riscos de desastres e ado-
tando linhas de ação baseadas no Marco de Ação de Hyogo
para reduzir as vulnerabilidades frente às ameaças naturais de
toda ordem.
O Marco oferece assistência aos esforços das Nações e
comunidades para tornarem-se mais resistentes às ameaças que
põem em risco os benefícios do desenvolvimento. A redução
dos riscos de desastres deve fazer parte da tomada de decisões
cotidianas: desde a forma como educamos nossos filhos e filhas
até como planejamos nossas cidades. Cada decisão pode nos
tornar mais vulneráveis ou mais resistentes.
Apesar de que muitos conhecem a miséria humana e as
paralisantes perdas econômicas resultantes dos desastres, o que
poucos se dão conta é que esta devastação pode ser prevenida
I. Condicionantes
21

mediante iniciativas de programas nacionais e internacionais


para a redução de riscos e de desastres.
Teoricamente, os desastres afetam a todos, entretanto, na
prática, afetam proporcionalmente mais aos pobres, em função
de que estes em sua maioria vivem em zonas de maior densidade
populacional, em residências mal construídas e em terrenos mais
expostos ao risco.
O interesse no desenvolvimento econômico de uma região
não deverá se descuidar da questão de riscos e de desastres, sob
pena de não conseguir ser uma região com desenvolvimento
sustentável.
Entre os principais protocolos, convenções e marcos
regulatórios internacionais, destacam-se a Carta Humanitária,
o Marco de Ação de Hyogo, a Estratégia Internacional para a
Redução de Desastres, os Objetivos do Milênio e, no Brasil, a
Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC).
A Carta Humanitária e as Normas Mínimas de Resposta
Humanitária em Situações de Desastre, do Projeto Esfera, defi-
niram pela primeira vez, o que as pessoas afetadas por desastres
têm o direito de esperar por parte da assistência humanitária
internacional. A pedra angular desta obra é a Carta Humanitária,
com base nos princípios e disposições do direito humanitário
internacional, do direito relativo aos direitos humanos, do direito
relativo aos refugiados e do Código de Conduta do Movimento
Internacional da Cruz Vermelha e das Organizações Não Gover-
namentais (ONGs). A Carta descreve os princípios fundamentais
que norteiam todas as ações humanitárias e defende o direito
das populações à proteção e à assistência. A Carta é seguida
de normas mínimas em cinco setores fundamentais (abasteci-
mento de água e saneamento, nutrição, ajuda alimentar, abrigo
e planejamento de locais de alojamento e cuidados médicos).
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
22

O Marco de Ação de Hyogo ocorreu de 18 a 22 de janeiro


de 2005, durante a Conferência Mundial sobre a Redução de
Desastres (WCDR II), em Kobe, Hyogo, Japão, quando 168 go-
vernos adotaram um plano de 10 anos para alcançar um mundo
mais seguro frente aos desastres. O primeiro evento mundial
realizado sobre a redução de risco de desastres também ocorreu
no Japão (Yokohama), em 1994. Participaram do evento, mais
de 4.000 pessoas representando 168 países, 78 organizações na
qualidade de observadores, 161 organizações não governamen-
tais e, aproximadamente, 154 organizações de comunicação. O
Marco de Ação de Hyogo (MAH) é um plano detalhado para
guiar os esforços destinados à redução de riscos de desastres
durante a próxima década (MAH 2005-2015: Aumento da
resiliência das nações e das comunidades ante aos desastres).
O Marco de Ação de Hyogo, respaldado pelas Nações
Unidas, estabelece um enfoque integral para a redução de riscos
e desastres, que objetiva uma considerável redução das perdas
ocasionadas por desastres, incluindo perdas humanas, bens
sociais, econômicos e ambientais.
O Marco de Ação de Hyogo estabeleceu cinco áreas prio-
ritárias de ação, a saber:

1) Alcançar que a redução de risco de desastres


seja uma prioridade (Garantir que a redução
de risco de desastres seja uma prioridade
nacional e local com uma sólida base insti-
tucional para sua implementação);
2) Conhecer o risco e tomar medidas (Identifi-
car, avaliar e observar de perto os riscos de
desastres e melhorar os sistemas de alerta
antecipados);
I. Condicionantes
23

3) Desenvolver uma maior compreensão e


conscientização (Utilizar o conhecimento, a
inovação e a educação para criar uma cultura
de segurança e resiliência em todos os níveis);
4) Reduzir o risco (Reduzir os fatores fundamen-
tais de risco); e
5) Estar preparado e pronto para atuar (Forta-
lecer a preparação em desastres para uma
resposta eficaz em todos os níveis).

A Estratégia Internacional para a Redução de Desastres


(EIRD) tem a missão de servir como ponto focal da ONU para
a coordenação da RRD e assegurar sinergias entre as atividades
de redução de desastres. Criado em dezembro de 1999, UN/
ISDR é uma Secretaria da EIRD da ONU que substitui o antigo
Secretariado da Década Internacional para a Redução de De-
sastres Naturais, com o objetivo de garantir a implementação
da Estratégia Internacional para Redução de Desastres (Assem-
bleia Geral – AG - Resolução 54/219). Margareta Wahlstrom é
a Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para os
assuntos de Redução de Risco de Desastres.
São objetivos da Estratégia Internacional para a Redução
de Desastres (EIRD/ONU):

1) Incrementar a conscientização pública;


2) Firmar compromisso com autoridades pú-
blicas;
3) Estimular a formação de sociedades inter-
disciplinares;
4) Ampliar a criação de redes sobre RRD em
todos os níveis;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
24

5) Fomentar o conhecimento científico sobre


causas de desastres, efeitos de perigos natu-
rais e dos desastres ambientais e tecnológicos;
6) Cooperar para a redução dos impactos das
mudanças climáticas; e
7) Fortalecer sistemas de alerta.

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ou ODM são


um conjunto de 8 objetivos a serem atingidos pelos países até
o ano de 2015, por meio de ações concretas dos governos e da
sociedade. Nasceram com a Declaração do Milênio, aprovada
pelas Nações Unidas em 8 de setembro de 2000. O Brasil, em
conjunto com 191 países-membros da ONU, também assinou
o pacto e estabeleceu um compromisso compartilhado com a
sustentabilidade do Planeta. Desde então, estes objetivos são
a agenda do Planeta, a agenda da Humanidade, a agenda do
Brasil, a agenda de cada um de nós.
Os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são:

1) Erradicar a extrema pobreza e a fome (Meta


para 2015: Reduzir pela metade a percenta-
gem de pessoas que recebem menos de um
dólar ao dia e aquelas que passam fome).
2) Atingir o ensino básico universal (Meta
para 2015: Garantir que todas as crianças
possam terminar o ciclo completo de ensino
primário).
3) Promover a igualdade entre os sexos e a
autonomia das mulheres (Meta para 2005
e 2015: Eliminar as desigualdades entre os
I. Condicionantes
25

gêneros no ensino primário e secundário até


2005 e em todos os demais níveis até 2015).
4) Reduzir a mortalidade na infância (Meta
para 2015: Reduzir em dois terços a taxa de
mortalidade de crianças menores de 5 anos).
5) Melhorar a saúde materna (Meta para 2015:
Reduzir a taxa de mortalidade materna em
três quartos).
6) Combater o HIV/Aids, a malária e outras
doenças (Meta para 2015: Deter e começar
a reduzir a propagação da Aids e a incidência
de malária e outras enfermidades graves).
7) Garantir a sustentabilidade ambiental (Meta
para 2015: Reduzir pela metade o percentual
de pessoas que carecem de acesso à água
potável).
8) Estabelecer uma Parceria Mundial para o
Desenvolvimento (Na Assembléia Geral da
ONU em 2010, os líderes mundiais reconhe-
ceram que a RRD seja uma prioridade para
os países em desenvolvimento).
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
26

II. Objetivos

A – Finalidade
O direito natural à vida e à incolumidade foi formalmente
reconhecido pela Constituição da República Federativa do Brasil.
Compete à Defesa Civil a garantia desse direito, em circunstân-
cias de desastre.

B - Objetivo Geral
O objetivo geral da Defesa Civil é a Redução De Desas-
tres. A redução dos desastres é conseguida pela diminuição da
ocorrência e da intensidade dos mesmos.
Elegeu-se, internacionalmente, a ação “reduzir”, porque
a ação “eliminar” definiria um objetivo inatingível.
As ações de redução de desastres abrangem os seguintes
aspectos globais:

1. Prevenção de Desastres
2. Preparação para Emergências e Desastres
3. Resposta aos Desastres
4. Reconstrução
II. Objetivos
27

C – Objetivos Específicos
1) Promover a defesa permanente contra de-
sastres naturais ou provocados pelo homem.
2) Prevenir ou minimizar danos, socorrer e assis-
tir populações atingidas, reabilitar e recuperar
áreas deterioradas por desastres.
3) Atuar na iminência ou em situações de de-
sastres.
4) Promover a articulação e a coordenação do
Sistema Nacional de Defesa Civil – SINDEC,
em todo o território nacional.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
28

II. Diretrizes e Objetivos


da PNPDEC

Introdução
A PNPDEC abrange as ações de prevenção, mitigação,
preparação, resposta e recuperação voltadas à proteção e defesa
civil. A PNPDEC deve integrar-se às políticas de ordenamento
territorial, desenvolvimento urbano, saúde, meio ambiente,
mudanças climáticas, gestão de recursos hídricos, geologia,
infraestrutura, educação, ciência e tecnologia e às demais polí-
ticas setoriais, tendo em vista a promoção do desenvolvimento
sustentável.

Diretrizes da PNPDEC
I. atuação articulada entre a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios para re-
dução de desastres e apoio às comunidades
atingidas;
II. abordagem sistêmica das ações de pre-
venção, mitigação, preparação, resposta e
recuperação;
II. Diretrizes e Objetivos da PNPDEC
29

III. prioridade às ações preventivas relacionadas


à minimização de desastres;
IV. adoção da bacia hidrográfica como unidade
de análise das ações de prevenção de desas-
tres relacionados a corpos d’água;
V. planejamento com base em pesquisas e
estudos sobre áreas de risco e incidência de
desastres no território nacional; e
VI. participação da sociedade civil.

Objetivos da PNPDEC
I. reduzir os riscos de desastres;
II. prestar socorro e assistência às populações
atingidas por desastres;
III. recuperar as áreas afetadas por desastres;
IV. incorporar a redução do risco de desastre e
as ações de proteção e defesa civil entre os
elementos da gestão territorial e do planeja-
mento das políticas setoriais;
V. promover a continuidade das ações de pro-
teção e defesa civil;
VI. estimular o desenvolvimento de cidades
resilientes e os processos sustentáveis de
urbanização;
VII. promover a identificação e avaliação das
ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades
a desastres, de modo a evitar ou reduzir sua
ocorrência;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
30

VIII. monitorar os eventos meteorológicos, hidro-


lógicos, geológicos, biológicos, nucleares,
químicos e outros potencialmente causadores
de desastres;
IX. produzir alertas antecipados sobre a possi-
bilidade de ocorrência de desastres naturais;
X. estimular o ordenamento da ocupação do
solo urbano e rural, tendo em vista sua con-
servação e a proteção da vegetação nativa,
dos recursos hídricos e da vida humana;
XI. combater a ocupação de áreas ambiental-
mente vulneráveis e de risco e promover a
realocação da população residente nessas
áreas;
XII. estimular iniciativas que resultem na destina-
ção de moradia em local seguro;
XIII. desenvolver consciência nacional acerca dos
riscos de desastre;
XIV. orientar as comunidades a adotarem com-
portamentos adequados de prevenção e de
resposta em situação de desastre e promover
a autoproteção; e
XV. integrar informações em sistema capaz de
subsidiar os órgãos do SINPDEC na previ-
são e no controle dos efeitos negativos de
eventos adversos sobre a população, os bens
e serviços e o meio ambiente.
III – Instrumentos
31

III – Instrumentos

1. Sistema Nacional de Defesa


Civil - SINDEC

1.1. Universo de Atuação

O SINDEC atua na redução de desastres, em todo o ter-


ritório nacional.

1.2. Estrutura (Alterada por meio do


Decreto nº 5.376, de 17.02.2005)

O SINDEC tem a seguinte estrutura:


1.2.1. Órgão Superior: Conselho Nacional de Defesa Ci-
vil - CONDEC, responsável pela formulação e deliberação de
políticas e diretrizes do Sistema, constituído por:
ff Plenário: composto por representantes dos Ministérios
e de órgãos da Administração Pública Federal;
ff Comitê Consultivo: integrado por titulares dos ór-
gãos de defesa civil regionais, estaduais e do Distrito
Federal.
ff Comitês Técnicos e Grupos de Trabalho: instituídos
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
32

pelo Presidente do CONDEC, com o fim de promo-


ver estudos e elaboração de propostas sobre temas
específicos.
1.2.2. Órgão Central: Secretaria Nacional de Defesa Civil,
responsável pela articulação, coordenação e supervisão técnica
do Sistema;
1.2.3. Órgãos Regionais: as Coordenadorias Regionais de
Defesa Civil – CORDEC, ou órgãos correspondentes, localizadas
nas cinco macrorregiões geográficas do Brasil e responsáveis
pela articulação e coordenação do Sistema em nível regional;
1.2.4. Órgãos Estaduais: Coordenadorias Estaduais de
Defesa Civil – CEDEC ou órgãos correspondentes, Coordena-
doria de Defesa Civil do Distrito Federal ou órgão correspon-
dente, inclusive as suas regionais, responsáveis pela articulação
e coordenação do Sistema em nível estadual;
1.2.5. Órgãos Municipais: Coordenadorias Municipais de
Defesa Civil – COMDEC ou órgãos correspondentes e Núcleos
Comunitários de Defesa Civil – NUDEC, ou entidades corres-
pondentes, responsáveis pela articulação e coordenação do
Sistema em nível municipal;
1.2.6. Órgãos Setoriais: os órgãos da administração pú-
blica federal, estadual, municipal e do Distrito Federal, que se
articulam com os órgãos de coordenação, com o objetivo de
garantir atuação sistêmica;
1.2.7. Órgãos de Apoio: órgãos públicos e entidades priva-
das, associações de voluntários, clubes de serviços, organizações
não-governamentais e associações de classe e comunitárias, que
apóiam os demais órgãos integrantes do Sistema.
III – Instrumentos
33

2. Planejamento em Defesa Civil


As bases do Planejamento em Defesa Civil são os Planos
Diretores de Defesa Civil, em nível municipal, estadual, regional
e federal, os quais devem ser permanentemente atualizados.
Os Planos de Contingência, elaborados para responder às
diferentes hipóteses de desastres, passam a integrar os Pianos
Diretores dos diferentes níveis de governo.
Os Planos Plurianuais de Defesa Civil desenvolvem-se em
coerência com os
Planos Diretores e em consonância com o Planejamento
Governamental.
Os Planos Plurianuais são atualizados anualmente e, em
conseqüência, elaboram-se a Programação Anual e o Orçamento
da Defesa Civil.

3. Recursos Financeiros
É importante que sejam previstos recursos para as ações de
Defesa Civil, não apenas no Orçamento Geral da União, como
também nos dos Estados e dos Municípios.
Fundo Especial para Calamidades Públicas – FUNCAP - é
um instrumento financeiro previsto para o atendimento emer-
gencial, em ações de Resposta aos Desastres. É desejável que
fundos estaduais e municipais semelhantes sejam instituídos.
De acordo com o Art. 148, inciso I, da Constituição Fe-
deral, “A União, mediante lei complementar, poderá instituir
empréstimos compulsórios para atender às despesas extraordi-
nárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou em sua iminência.”
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
34

III. Estrutura do
SINPDEC

Introdução
O SINPDEC é constituído pelos órgãos e entidades da
administração pública federal, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios e pelas entidades públicas e privadas de atuação
significativa na área de proteção e defesa civil.
O SINPDEC tem por finalidade contribuir no processo de
planejamento, articulação, coordenação e execução dos progra-
mas, projetos e ações de proteção e defesa civil.

Estrutura do SINPDEC
O SINPDEC será gerido pelos seguintes órgãos:

I. órgão consultivo: CONPDEC;


II. órgão central, definido em ato do Poder Exe-
cutivo federal, com a finalidade de coordenar
o sistema;
III. órgãos regionais estaduais e municipais de
proteção e defesa civil; e
III. Estrutura do SINPDEC
35

IV. órgãos setoriais dos 3 (três) âmbitos de go-


verno.

Poderão participar do SINPDEC as organizações comu-


nitárias de caráter voluntário ou outras entidades com atuação
significativa nas ações locais de proteção e defesa civil.

Finalidade e Estrutura do
CONPDEC
O CONPDEC, órgão colegiado integrante do Ministério
da Integração Nacional, terá por finalidades:

I. auxiliar na formulação, implementação e


execução do Plano Nacional de Proteção e
Defesa Civil;
II. propor normas para implementação e exe-
cução da PNPDEC;
III. expedir procedimentos para implementação,
execução e monitoramento da PNPDEC,
observado o disposto na Lei n. 12.608, de
10 de abril de 2012, e seu regulamento;
IV. propor procedimentos para atendimento
a crianças, adolescentes, gestantes, idosos
e pessoas com deficiência em situação de
desastre, observada a legislação aplicável; e
V. acompanhar o cumprimento das disposições
legais e regulamentares de proteção e defesa
civil.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
36

O CONPDEC estruturar-se-á a partir de representantes


da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da
sociedade civil organizada, incluindo-se representantes das co-
munidades atingidas por desastre e especialistas de notório saber.
IV. Conceituação, Classificação Geral dos Desastres e Codificação de Desastres,
Ameaças e Riscos 37

IV. Conceituação,
Classificação Geral dos
Desastres e Codificação
de Desastres, Ameaças
e Riscos

A – Conceituação

1. Desastre

ff Resultado de eventos adversos, naturais ou provoca-


dos pelo homem, sobre um ecossistema vulnerável,
causando danos humanos, materiais e ambientais e
conseqüentes prejuízos econômicos e sociais.
ff A intensidade de um desastre depende da interação
entre a magnitude do evento adverso e a vulnera-
bilidade do sistema e é quantificada em função de
danos e prejuízos.
ff Séria interrupção no funcionamento de uma comuni-
dade ou sociedade que ocasiona uma grande quan-
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
38

tidade de mortes e igual perda e impactos materiais,


econômicos e ambientais que excedem a capacidade
desta comunidade ou sociedade afetada para fazer
frente à situação mediante o uso de seus próprios
recursos. Assim, o impacto dos desastres pode incluir
mortes, ferimentos, doenças e outros efeitos negativos
ao bem-estar físico, mental e social humano, conjunta-
mente com danos à propriedade, destruição de bens,
perda de serviços, transtornos sociais e econômicos e
degradação ambiental..
ff A intensidade de um desastre depende da interação
entre a magnitude do evento adverso e a vulnera-
bilidade do sistema; e é quantificada em função de
danos e prejuízos.

2. Risco

ff Medida de danos ou prejuízos potenciais, expressa


em termos de probabilidade estatística de ocorrência
e de intensidade ou grandeza das conseqüências
previsíveis.
ff Relação existente entre a probabilidade de que uma
ameaça de evento adverso ou acidente determinados
se concretize, com o grau de vulnerabilidade do siste-
ma receptor a seus efeitos.
ff Medida de danos ou prejuízos potenciais, expressa
em termos de probabilidade estatística de ocorrência
e de intensidade ou grandeza das consequências
previsíveis.
IV. Conceituação, Classificação Geral dos Desastres e Codificação de Desastres,
Ameaças e Riscos 39

ff A combinação da probabilidade de que se produza


um evento e suas consequências negativas.

3. Dano

ff Medida que define a intensidade ou severidade da


lesão resultante de um acidente ou evento adverso.
ff Perda humana, material ou ambiental, física ou fun-
cional, que pode resultar, caso seja perdido o controle
sobre o risco.
ff Intensidade das perdas humanas, materiais ou
ambientais, induzidas às pessoas, comunidades,
instituições, instalações e/ou ecossistemas, como
conseqüência de um desastre.
ff Medida que define a intensidade ou severidade da
lesão resultante de um acidente ou evento adverso.
ff Perda humana, material ou ambiental, física ou fun-
cional que pode resultar, caso seja perdido o controle
sobre o risco.
ff Intensidade das perdas humanas, materiais ou am-
bientais induzidas às pessoas, comunidades, institui-
ções, instalações e/ou ecossistemas, como consequ-
ência de um desastre.

4. Vulnerabilidade

ff Condição intrínseca ao corpo ou sistema receptor que,


em interação com a magnitude do evento ou acidente,
caracteriza os efeitos adversos, medidos em termos de
intensidade dos danos prováveis.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
40

ff Relação existente entre a magnitude da ameaça,


caso ela se concretize, e a intensidade do dano con-
seqüente.
ff Conjunto de caractereísticas de um cenário, resultantes
de fatores físicos, sociais, econômicos e ambientais,
que aumentam a sua possibilidade de sofrer danos e
prejuízos em consequência de um evento. Caractere-
ísticas e circunstâncias de uma comunidade, sistema
ou bem que os fazem susceptíveis aos efeitos danosos
de uma ameaça.

5. Ameaça

ff Estimativa de ocorrência e magnitude de um evento


adverso, expressa em termos de probabilidade es-
tatística de concretização do evento e da provável
magnitude de sua manifestação.
ff Fato ou situação que tem a possibilidade de causar
danos e prejuízos caso venha a ocorrer. Pode ser uma
chuva torrencial, um deslizamento de terra em uma
encosta, um incêndio estrutural ou qualquer outra
situação de perigo. Fenômeno, substância, atividade
humana ou condição perigosa que pode ocasionar a
morte, lesões ou outros impactos à saúde, da mesma
forma que danos à propriedade, perda de meios de
sustento e de serviços, transtornos sociais e econômi-
cos ou danos ambientais.
IV. Conceituação, Classificação Geral dos Desastres e Codificação de Desastres,
Ameaças e Riscos 41

6. Segurança

ff Estado de confiança, individual ou coletivo, baseado


no conhecimento e no emprego de normas de pro-
teção e na convicção de que os riscos de desastres
foram reduzidos, em virtude de terem sido adotadas
medidas minimizadoras.

7. Defesa Civil

ff Conjunto de ações de prevenção, mitigação, prepara-


ção, resposta e recuperação destinadas à redução dos
riscos de desastres com vistas à preservação do moral
da população, ao restabelecimento da normalidade
social e à proteção civil.

8. Situação de Emergência

ff Reconhecimento legal pelo poder público de situação


anormal, provocada por desastre, causando danos
suportáveis à comunidade afetada.

9. Estado de Calamidade Pública

ff Reconhecimento legal pelo poder público de situação


anormal, provocada por desastre, causando sérios da-
nos à comunidade afetada, inclusive à incolumidade
ou à vida de seus integrantes.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
42

10. Desenvolvimento Sustentável

ff É aquele que atende às necessidades do presente, sem


comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem as suas próprias necessidades.
ff É o uso e gestão responsáveis dos recursos naturais, de
modo a propiciar maior benefício às gerações atuais,
mantendo, porém, suas potencialidades para atender
às necessidades e aspirações das gerações futuras,
pelo maior espaço de tempo possível.

11. Prevenção

ff A prevenção (ou prevenção de desastres) expressa o


conceito e a intenção de evitar por completo os pos-
síveis impactos adversos (negativos) mediante várias
ações planejadas e realizadas antecipadamente. Por
exemplo, a construção de uma represa ou muro de
contenção para eliminar o risco de inundações; uma
regulamentação sobre o uso do solo que não permite
o estabelecimento de assentamentos em zonas de alto
risco, etc.

12. Mitigação

ff A diminuição ou a limitação dos impactos adversos das


ameaças e dos desastres afins. Frequentemente, não se
pode prevenir todos os impactos adversos das ameaças,
mas se pode diminuir consideravelmente sua escala e
severidade mediante diversas estratégias e ações.
IV. Conceituação, Classificação Geral dos Desastres e Codificação de Desastres,
Ameaças e Riscos 43

13. Preparação

ff Os conhecimentos e capacidades desenvolvidas pelos


governos, profissionais, organizações de resposta e
recuperação, comunidades e pessoas para prever, res-
ponder e se recuperar de forma efetiva dos impactos
dos eventos ou das condições prováveis, iminentes
ou atuais que se relacionam com uma ameaça.
A preparação inclui, por exemplo, atividades tais
como o planejamento de contingências, a reserva de
equipamentos e suprimentos, o desenvolvimento de
rotinas para a comunicação de riscos, capacitações e
treinamentos, exercícios simulados de campo, etc. A
preparação é uma ação que ocorre no contexto da
gestão do risco de desastres. Seu objetivo principal é
desenvolver capacidades necessárias para gerenciar
de forma eficiente e eficaz todos os tipos de emergên-
cias e alcançar uma transição ordenada desde a res-
posta até uma recuperação sustentável. A preparação
se baseia numa análise sensata do risco de desastres
e no estabelecimento de vínculos apropriados com
sistemas de alerta antecipados.

14. Resposta

ff A prestação de serviços de emergência e de assistência


pública durante ou imediatamente após a ocorrência
de um desastre, com o propósito de salvar vidas,
reduzir impactos sobre a saúde, garantir a segurança
pública e satisfazer as necessidades básicas de sub-
sistência da população afetada. A resposta diante de
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
44

um desastre se concentra predominantemente nas


necessidades de curto prazo e, por vezes, é difícil
definir uma divisão entre a etapa de resposta e a
fase seguinte de recuperação/reconstrução. Por isso,
algumas ações de resposta, tais como o suprimento
de água potável, a provisão de alimentos, a oferta
e instalação de abrigos temporários, podem acabar
ampliando-se até a fase seguinte.

15. Recuperação

ff A restauração e o melhoramento, se necessário, das


plantas, instalações, meios de sustento e das condi-
ções de vida das comunidades afetadas por desastres,
incluindo esforços para reduzir os fatores de risco de
desastres. As tarefas de reabilitação e de reconstrução
dentro do processo de recuperação iniciam imedia-
tamente após a finalização da fase de emergência e
devem basear-se em estratégias e políticas previa-
mente definidas que facilitem o estabelecimento de
responsabilidades institucionais claras e permitam a
participação pública. Os programas de recuperação,
juntamente com uma maior conscientização e parti-
cipação pública depois de um desastre, representam
uma oportunidade valiosa para desenvolver e exe-
cutar medidas de redução de risco de desastres com
base no princípio de “reconstruir melhor”.
IV. Conceituação, Classificação Geral dos Desastres e Codificação de Desastres,
Ameaças e Riscos 45

16. Resiliência

ff A capacidade de um sistema, comunidade ou socie-


dade expostos a uma ameaça para resistir, absorver,
adaptar-se e recuperar-se de seus efeitos de maneira
oportuna e eficaz, o que inclui a preservação e a res-
tauração de suas estruturas e funções básicas.

17. Gestão de desastres

ff A organização e a gestão dos recursos e responsa-


bilidades para abordar todos os aspectos das emer-
gências, especialmente a preparação, a resposta e os
passos iniciais da reabilitação (reconstrução).

18. Redução do risco de desastres

ff O conceito e a prática de reduzir o risco de desastres


mediante esforços sistemáticos dirigidos à análise e
à gestão dos fatores causadores dos desastres, o que
inclui a redução do grau de exposição às ameaças
(perigos), a diminuição da vulnerabilidade das po-
pulações e suas propriedades, uma gestão prudente
dos solos e do meio ambiente e o melhoramento da
preparação diante dos eventos adversos.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
46

B – Classificação Geral dos


Desastres e Codificação de
Desastres, Ameaças e Riscos
A classificação e a codificação dos desastres constam de
documentos anexos à presente Política Nacional de Defesa Civil.

ff Anexo A: Classificação Geral dos Desastres; e


ff Anexo B: Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos.
V – Diretrizes
47

V – Diretrizes

Diretriz nº 1:

Atribuir a um único Sistema - o Sistema Nacional de De-


fesa Civil – SINDEC – a responsabilidade pelo planejamento,
articulação, coordenação e gestão das atividades de Defesa Civil,
em todo o território nacional.

Diretriz nº 2:

Implementar a organização e o funcionamento de Coor-


denadorias Municipais de Defesa Civil – COMDEC ou órgãos
correspondentes, em todo o território nacional, enfatizando a
necessidade e a importância da resposta, articulada e oportuna,
do órgão local.

Diretriz nº 3:

Apoiar estados e municípios na implementação de Pianos


Diretores de Defesa Civil, com a finalidade de garantir a redução
de desastres, em seus territórios.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
48

Diretriz nº 4:

Promover a ordenação do espaço urbano, objetivando


diminuir a ocupação desordenada de áreas de riscos de desas-
tres, com a finalidade de reduzir as vulnerabilidades das áreas
urbanas aos escorregamentos, alagamentos e outros desastres.

Diretriz nº 5:

Estabelecer critérios relacionados com estudos e avalia-


ção de riscos, com a finalidade de hierarquizar e direcionar o
planejamento da redução de riscos de desastres para as áreas
de maior vulnerabilidade do território nacional.

Diretriz nº 6:

Priorizar as ações relacionadas com a Prevenção de


Desastres, através de atividades de avaliação e de redução de
riscos de desastres.

Diretriz nº 7:

Implementar a interação entre os órgãos do governo e a


comunidade, especialmente por intermédio das Coordenadorias
Municipais de Defesa Civil – COMDEC ou órgãos correspon-
dentes e dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil - NUDEC,
com a finalidade de garantir uma resposta integrada de toda a
sociedade.
V – Diretrizes
49

Diretriz nº 8:

Implementar programas de mudança cultural e de trei-


namento de voluntários, objetivando o engajamento de comu-
nidades participativas, informadas, preparadas e cônscias de
seus direitos e deveres relativos à segurança comunitária contra
desastres.

Diretriz nº 9:

Promover a integração da Política Nacional de Defesa


Civil com as demais políticas nacionais, especialmente com as
políticas nacionais de desenvolvimento social e econômico e
com as políticas de proteção ambiental.

Diretriz nº 10:

Implementar o Sistema de Informações sobre Desastres


no Brasil – SINDESB e promover estudos epidemiológicos,
relacionando as características intrínsecas dos desastres com
os danos humanos, materiais e ambientais e com os prejuízos
econômicos e sociais conseqüentes.

Diretriz nº 11:

Buscar novas fontes de recursos financeiros para o Sistema


Nacional de Defesa
CMI – SINDEC, aprimorar os mecanismos existentes e
implementar:
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
50

ff os recursos relacionados com o Fundo Especial para


Calamidades Públicas - FUNCAP;
ff projetos capazes de atrair apoio tecnológico e/ou
financeiro das agências internacionais e/ou de coo-
peração bilateral.

Diretriz nº 12:

Implementar as atividades do Comitê Brasileiro do


Decênio Internacional para Redução dos Desastres Naturais –
CODERNAT (*) - e o intercâmbio internacional, objetivando
concertar convênios de cooperação bilateral e multilateral na área
de redução de desastres, estabelecendo caráter de permanência,
a fim de que as ações não se esgotem com o término do Decênio.
(*) O decênio internacional para redução dos desastres
naturais expirou em 2.000, então as Nações Unidas criaram
o EIRD – Estratégia internacional para Redução de Desastres.

Diretriz nº 13:

Estimular estudos e pesquisas sobre desastres.

Diretriz nº 14:

Implementar projetos de desenvolvimento científico e


tecnológico do interesse da
Defesa Civil.
V – Diretrizes
51

Diretriz nº 15:

Promover a inclusão de conteúdos relativos à redução


de desastres, valorização da vida humana, primeiros socorros e
reanimação cardiorrespiratória nos currículos escolares.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
52

VI – Metas

Pretende-se, a curto prazo (ano 2000), atingir as seguintes


metas:

Meta nº 1

Implementar 2.400 Coordenadorias Municipais de Defesa


Civil - COMDEC, com prioridade para os municípios de maior
risco.

Meta nº 2

Implementar 120 projetos de Desenvolvimento de Recur-


sos Humanos, qualificando profissionais de defesa civil, em todos
os níveis do SINDEC, permitindo a estruturação de quadros
permanentes, altamente capacitados e motivados.

Meta nº 3

Implementar 12 (doze) Centros Universitários de Estudos


e Pesquisas sobre Desastres - CEPED, estimulando, inclusive,
os Cursos de Especialização em Planejamento e Gestão em
Defesa Civil.
VI – Metas
53

Meta nº 4

Promover o estudo aprofundado de riscos, bem como a


organização de banco de dados e de mapas temáticos relaciona-
dos com ameaças, vulnerabilidades e riscos, em 80 municípios
situados em áreas de maior risco de desastres.

Meta nº 5

Promover, em todos os municípios com mais 20 mil


habitantes, estudos de riscos de desastres, objetivando o micro-
zoneamento urbano, com vistas à elaboração do Plano Diretor
de Desenvolvimento Municipal, de acordo com o previsto na
Constituição Federal de 1988 (Art. 182, parágrafo primeiro).

Meta nº 6

Implementar o Sistema de Informações sobre Desastres no


Brasil - SINDESB, objetivando uma melhor difusão do conheci-
mento sobre a realidade brasileira, no que diz respeito a desastres.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
54

VIl – Planos Diretores de


Defesa Civil

Os Planos Diretores de Defesa Civil deverão ser implemen-


tados mediante programas específicos e considerar os seguintes
aspectos globais:
1) Prevenção de Desastres
2) Preparação para Emergências e Desastres
3) Resposta aos Desastres
4) Reconstrução

1. Prevenção de Desastres
A Prevenção de Desastres compreende:

ff Avaliação de Riscos de Desastres


ff Redução de Riscos de Desastres

1.1 – Avaliação de Riscos de Desastres

A Avaliação de Riscos de Desastres compreende três


etapas:
VIl – Planos Diretores de Defesa Civil
55

ff estudo das ameaças de desastres;


ff estudo do grau de vulnerabilidade do sistema e dos
corpos receptores;
ff síntese conclusiva, permitindo a avaliação e a hie-
rarquização dos riscos de desastres e a definição das
áreas de maior risco.

O estudo das áreas de riscos permite a elaboração de


bancos de dados e de mapas temáticos sobre ameaças, vulne-
rabilidades e riscos de desastres.

1.2 – Redução dos Riscos de Desastres

Nesta área caracterizam-se dois conjuntos de medidas


preventivas:

ff medidas não-estruturais, que englobam o planejamen-


to da ocupação e/ou da utilização do espaço geográ-
fico, em função da definição das áreas de risco, bem
como o aperfeiçoamento da legislação de segurança
contra desastres;
ff medidas estruturais, que englobam obras de enge-
nharia de qualquer especialidade.

Em princípio, as medidas não-estruturais devem ser con-


sideradas prioritariamente.
As ações objetivam reduzir os riscos de desastres, através
da minimização de ameaças e/ou de vulnerabilidades.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
56

2. Preparação para Emergências e


Desastres
Objetiva otimizar as ações preventivas, de resposta aos
desastres e de reconstrução, através dos projetos de:

ff Desenvolvimento Institucional
ff Desenvolvimento de Recursos Humanos
ff Desenvolvimento Científico e Tecnológico
ff Mudança Cultura
ff Motivação e Articulação Empresarial
ff Informações e Estudos Epidemiológicos sobre De-
sastres
ff Monitorização, Alerta e Alarme
ff Planejamento Operacional e de Contingência
ff Planejamento de Proteção de Populações contra
Riscos de Desastres Focais
ff Mobilização
ff Aparelhamento e Apoio Logístico

3. Resposta aos Desastres


Compreende:

ff Socorro
ff Assistência às Populações Vitimadas
ff Reabilitação do Cenário do Desastre
VIl – Planos Diretores de Defesa Civil
57

3.1 – Fase de Socorro - é subdividida


em:

ff Pré-impacto: Intervalo de tempo que ocorre entre o


prenúncio e o desencadeamento do desastre.
ff - Impacto: Momento em que o evento adverso atua
em sua plenitude máxima.
ff - Limitação de Danos: Situação imediata ao impacto,
na qual os efeitos do evento iniciam o processo de
atenuação.

3.2 – Assistência às Populações Vitima-


das

Compreende as atividades:

ff logísticas;
ff assistenciais;
ff de promoção da saúde.

3.3 – Reabilitação do Cenário do De-


sastre

Compreende as atividades de:

ff avaliação de danos;
ff vistoria e elaboração de laudos técnicos;
ff desmontagem de estruturas danificadas, desobstrução
e remoção de escombros;
ff sepultamento, limpeza, descontaminação, desinfecção
e desinfestação do ambiente;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
58

ff reabilitação dos serviços essenciais;


ff recuperação de unidades habitacionais de baixa
renda.

4. Reconstrução
Tem por finalidade restabelecer em sua plenitude:

ff os serviços públicos;
ff a economia da área;
ff o moral social;
ff o bem-estar da população.
Confunde-se com a prevenção e procura:

ff recuperar os ecossistemas;
ff reduzir as vulnerabilidades;
ff racionalizar o uso do solo e do espaço geográfico;
ff relocar populações em áreas de menor risco;
ff modernizar as instalações e reforçar as estruturas.
VIII - Programas
59

VIII - Programas

Em coerência com a Doutrina de Defesa Civil, são esta-


belecidos os seguintes programas gerais:

ff Programa de Prevenção de Desastres - PRVD


ff Programa de Preparação para Emergências e Desas-
tres - PPED
ff Programa de Resposta aos Desastres - PRED
ff Programa de Reconstrução - PRRC

1. Programa de Prevenção de
Desastres - PRVD
O Programa de Prevenção de Desastres - PRVD - é cons-
tituído pelos seguintes subprogramas e projetos:
1.1. Subprograma de Estudos de Riscos
1.1.1. Projetos de Avaliação de Riscos de Desastres
1.1.2. Projetos de Mapeamento de Áreas de Riscos
1.2. Subprograma de Redução de Riscos.
1.2.1. Projetos de Redução das Vulnerabilidades às
Secas e às Estiagens
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
60

1.2.2.Projetos de Redução das Vulnerabilidades às


Inundações e aos Escorregamentos em Áreas Urbanas
1.2.3. Projetos de Redução das Vulnerabilidades aos
demais Desastres Naturais
1.2.4. Projetos de Redução das Vulnerabilidades aos
Desastres Humanos e Mistos.

2. Programa de Preparação para


Emergências e Desastres - PPED
O Programa de Preparação para Emergências e Desastres
- PPED - é constituído pelos seguintes subprogramas e projetos:
2.1. Subprograma de Preparação Técnica e Institucional
2.1.1.Projetos de Desenvolvimento Institucional
2.1.2.Projetos de Desenvolvimento de Recursos Hu-
manos
2.1.3. Projetos de Desenvolvimento Científico e Tec-
nológico
2.1.4. Projetos de Mudança Cultural
2.1.5. Projetos de Motivação e Articulação Empresarial
2.1.6. Projetos de Informações e Estudos Epidemioló-
gicos sobre Desastres
2.1.7. Projetos de Monitorização, Alerta e Alarme
2.2. Subprograma de Preparação Operacional e de Mo-
dernização do Sistema
2.2.l. Projetos de Planejamento Operacional e de
Contingência
VIII - Programas
61

2.2.2. Projetos de Proteção de Populações contra Riscos


de Desastres Focais
2.2.3. Projetos de Mobilização
2.2.4. Projetos de Aparelhamento e Apoio Logístico.

3. Programa de Resposta aos


Desastres - PRED
As necessidades de pronta resposta exigem um planeja-
mento circunstanciado e um minucioso programa de preparação
dos órgãos locais. A transferência de recursos deve ser feita com
rapidez e com o mínimo de formalidades.
O Fundo Especial para Calamidades Públicas - FUNCAP
- é o instrumento financeiro previsto para o atendimento emer-
gencial. É desejável que os estados e municípios instituam fundos
semelhantes, inclusive para facilitar a captação de recursos.
O Programa de Resposta aos Desastres - PRED - é cons-
tituído pelos seguintes subprogramas e projetos:
3.1. Subprograma de Socorro e Assistência às Populações
Vitimadas por Desastres
3.1.1. Projetos de Socorro às Populações
3.1.2. Projetos de Assistência às Populações
3.2. Subprograma de Reabilitação dos Cenários dos
Desastres
3.2.1. Projetos de Reabilitação dos Cenários dos De-
sastres
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
62

4. Programa de Reconstrução -
PRRC
O Programa de Reconstrução - PRRC - é constituído pelos
seguintes subprogramas e projetos:
4.1. Subprograma de Recuperação Socioeconômica de
Áreas Afetadas por Desastres
4.1.1. Projetos de Relocação Populacional e de Cons-
trução de Moradias para Populações de Baixa Renda
4.1.2. Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas
4.2. Subprograma de Reconstrução da Infra-estrutura de
Serviços Públicos Afetados por Desastres
4.2.1. Projetos de Recuperação da Infra-estrutura de
Serviços Públicos
IX - Projetos
63

IX - Projetos

1. Projetos de Avaliação de Riscos


de Desastres
Esses projetos têm por finalidade promover a utilização
de metodologias de avaliação de riscos de desastres por todas
as COMDEC.
O estudo das ameaças de desastres e do grau de vulnera-
bilidade dos corpos e sistemas receptores aos efeitos adversos
permite a avaliação, a hierarquização dos riscos de desastres e
a definição das áreas de maior risco.

2. Projetos de Mapeamento de
Áreas de Riscos
Esses projetos têm por finalidade difundir metodologias
relacionadas com o mapeamento das áreas de riscos intensifi-
cados de desastres.
O estudo das áreas de riscos de desastres permite a elabo-
ração de bancos de dados e de mapas temáticos, relacionados
com ameaças, vulnerabilidades e riscos de desastres, os quais
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
64

servem de embasamento para os Planos Diretores de Defesa


Civil.

3. Projetos de Redução das


Vulnerabilidades às Secas e às
Estiagens
A redução das vulnerabilidades às secas e às estiagens
deve considerar aspectos:

ff relativos à Geografia Física;


ff econômicos, sociais e culturais;
ff técnico-científicos;
ff estruturais e infra-estruturais.
Durante a seca, ocorre uma crise de agravamento de uma
situação endêmica de pauperismo e estagnação econômica.
A redução dessas vulnerabilidades enquadra-se num
amplo programa de governo que, necessariamente, deve ser de
longo prazo, holístico e consensual, com ampla participação de
todos os sistemas, inclusive do SINDEC.
Os projetos devem ser inter-sistêmicos, articulados nos
três níveis de governo e amplamente acatados pela sociedade.
IX - Projetos
65

4. Projetos de Redução das


Vulnerabilidades às Inundações
e aos escorregamentos em Áreas
Urbanas
Esses projetos têm por finalidade reduzir as vulnerabili-
dades das áreas urbanas às inundações e aos escorregamentos.
As inundações urbanas têm características de alagamento e
resultam da desproporção entre as áreas impermeabilizadas pelas
edificações e vias de transporte e a capacidade de drenagem dos
sistemas de esgotamento das águas pluviais.
Muitas cidades brasileiras, situadas em regiões serranas,
com estruturas geológicas muito antigas e renovadas durante o
Ciclo Brasiliano (450 - 500 Ma), e outras, situadas em platôs
terciários, especialmente os da Série Barreiras, estão sujeitas
a processos de escorregamento e de quedas, tombamentos e
rolamentos de rochas e matacões.
O intenso intemperismo relacionado com o clima tropical
quente e úmido contribui para a intensificação desses fenômenos
adversos, que têm características sazonais, intensificando-se nos
períodos de chuvas concentradas.
Nesses projetos, as medidas não-estruturais, relacionadas
com a urbanização e o uso e manejo adequados do solo, devem
ser consideradas com prioridade.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
66

5. Projetos de Redução das


Vulnerabilidades aos demais
Desastres Naturais
Sob esse título são enquadrados projetos relativos a outros
desastres naturais menos freqüentes e/ou com menor potencial
de danos, que ocorrem no País, como chuvas de granizo, venda-
vais, nevadas, geadas, abalos sísmicos, pragas animais e outros.

6. Projetos de Redução das


Vulnerabilidades aos Desastres
Humanos e Mistos
Os desastres provocados e/ou agravados pelas ações e
omissões humanas tendem a crescer com o desenvolvimento
econômico e tecnológico, especialmente nas sociedades não
motivadas para o cumprimento de estritas regras de segurança.
As convulsões sociais tendem a se agravar, quando im-
portantes contingentes populacionais são marginalizados no
processo de crescimento econômico e social.
Embora os programas relacionados com a redução desses
desastres tenham âmbito governamental, compete ao SINDEC
difundir, especialmente através das COMDEC e NUDEC, as
técnicas de planejamento preventivo e conscientizar a sociedade
para a gravidade e importância desses desastres.
IX - Projetos
67

7. Projetos de Desenvolvimento
Institucional
Esses projetos objetivam promover a articulação e a
modernização do SINDEC, em todo o território nacional e nos
três níveis de governo, difundir técnicas de planejamento rela-
tivas à redução de desastres e incrementar o reaparelhamento,
modernização e interiorização dos órgãos responsáveis pelas
ações de prevenção e resposta aos desastres, principalmente os
especializadas no combate aos sinistros.
A integração do SINDEC desenvolve-se:

ff no sentido vertical - articulando os órgãos de coorde-


nação do SINDEC, nos três níveis de governo;
ff no sentido horizontal - articulando, nos três níveis de
governo, os órgãos de coordenação com todos os
órgãos setoriais do SINDEC;
ff em profundidade - em cada um dos órgãos setoriais,
através de estruturas focais de coordenação respon-
sáveis pelas articulações intra-sistêmicas.

8. Projetos de Desenvolvimento de
Recursos Humanos
Esses projetos objetivam:

ff implementar a capacitação de corpos técnicos per-


manentes, multidisciplinares, altamente capacitados
e motivados, em todos os níveis de governo;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
68

ff difundir os fundamentos doutrinários e a cultura


básica comum, relativos à Defesa Civil, permitindo
que todas as instituições do SINDEC usem a mesma
linguagem e tenham o mesmo entendimento;
ff contribuir para o aperfeiçoamento da Doutrina e para
preservar a memória institucional.
Esses projetos são desenvolvidos através de cursos de for-
mação, especialização e aperfeiçoamento, simpósios e seminários
e de atividades de treinamento institucional.

9. Projetos de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico
Esses projetos objetivam, principalmente, a implementa-
ção de 12 Centros Universitários de Estudos e Pesquisas sobre
Desastres - CEPED - para:

ff absorver e adaptar tecnologias sobre desastres desen-


volvidas em outros países;
ff desenvolver pesquisas relativas aos desastres preva-
lentes no Brasil;
ff difundir e aplicar tecnologias relativas a desastres,
absorvidas ou desenvolvidas no País;
ff contribuir para a dinamização dos Programas de
Desenvolvimento de Recursos Humanos, Desenvol-
vimento lnstitucional e Mudança Cultural;
ff formar, especializar e aperfeiçoar profissionais capa-
citados para o planejamento e gestão de sistemas de
redução de desastres;
IX - Projetos
69

ff formar agentes multiplicadores, principais respon-


sáveis pelas atividades de programas de mudança
cultural;
ff desenvolver literatura sobre redução de desastres de
maior prevalência no País.

10. Projetos de Mudança Cultural


A mudança cultural tem os seguintes fundamentos:

ff todos têm direitos e deveres relacionados com a se-


gurança da comunidade contra desastres;
ff todos fazem parte do SINDEC;
ff o Núcleo Comunitário de Defesa Civil - NUDEC - é
o elo mais importante do SINDEC;
ff todos devem se perguntar: - o que podemos fazer para
prevenir desastres?
Esses projetos objetivam conscientizar todos os cidadãos
sobre:

ff o direito natural à incolumidade e à vida;


ff a necessidade da existência de um sistema de segu-
rança que os proteja contra desastres;
ff a necessidade de participar desse sistema;
ff o fato de que os desastres são provocados ou agra-
vados por ações ou omissões humanas;
ff o dever social de não contribuir e não permitir que
outros contribuam para a degradação ambiental,
provocadora e agravadora de desastres.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
70

11. Projetos de Motivação e


Articulação Empresarial
Esses projetos têm por finalidade conscientizar os empre-
sários de que, quanto maiores forem os recursos empenhados
na minimização de desastres, menores serão os necessários para
as ações de resposta e de reconstrução e maiores as disponibi-
lidades para a promoção do desenvolvimento e do bem-estar.
É desejável que a classe empresarial, ao promover o de-
senvolvimento de suas empresas, considere prioritariamente os
aspectos relacionados com a:

ff segurança contra desastres naturais, humanos e


mistos;
ff proteção ambiental;
ff prevenção e resposta aos acidentes e desastres pro-
vocados pela sua própria empresa;
ff preparação de brigadas anti-sinistro.
As empresas de seguros podem auxiliar na promoção
desses projetos, por se beneficiarem da:

ff correta avaliação dos riscos e da redução das margens


de incertezas;
ff redução dos riscos empresariais relacionados com
sinistros;
ff ampliação dos negócios, em função da diminuição dos
custos dos seguros e das taxas de resseguros.
IX - Projetos
71

12. Projetos de Informações e


Estudos Epidemiológlcos sobre
Desastres
Esses projetos objetivam aprofundar o conhecimento sobre
desastres, através da implementação do Sistema de Informações
sobre Desastres no Brasil - SINDESB.
Os estudos epidemiológicos relacionam as características
intrínsecas dos desastres com os danos humanos, materiais e am-
bientais e com os prejuízos econômicos e sociais conseqüentes.
A correta avaliação dos danos provocados pelos desastres
facilita o planejamento da reconstrução e permite a integração
do Brasil ao programa de âmbito mundial, desenvolvido pela
Universidade de Louvaine (Bélgica).

13. Projetos de Monitorização,


Alerta e Alarme
Esses projetos têm por finalidade instalar e/ou ampliar
sistemas de monitorização, alerta e alarme, nas áreas de risco
intensificado de desastres.
As informações em tempo real devem repercutir sobre um
repertório de informações previamente cadastradas, relacionadas
com os fenômenos e com os cenários sobre os quais interagem.
Um sistema de monitorização é composto por:
ff sensores periféricos;
ff vias de comunicações aferentes (centrípetas);
ff centros de integração em diferentes níveis;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
72

ff vias de comunicação horizontais e verticais, res-


ponsáveis pelas ligações entre diferentes centros de
integração;
ff vias de comunicação eferentes (centrífugas);
ff órgãos efetores, responsáveis por respostas pré-
-planejadas.

14. Projetos de Planejamento


Operacional e de Contingência
Esses projetos têm por finalidade difundir metodologias
de planejamento operacional e de contingência entre todos os
órgãos integrantes do SINDEC, buscando otimizar as ações de
resposta aos desastres.
O planejamento operacional e de contingência aborda os
seguintes aspectos:

ff análise de riscos, que compreende o estudo das


ameaças e do grau de vulnerabilidade dos sistemas,
concluindo com hipóteses de planejamento, funda-
mentadas na hierarquização dos riscos;
ff definição das necessidades de monitorização, alerta e
alarme relativas à previsão de desastres;
ff definição das ações a realizar, nas fases de socorro,
assistência às populações e reabilitação dos cenários
dos desastres;
ff seleção dos órgãos do SINDEC melhor vocacionados
para a execução das ações previstas e definição dos
meios necessários à operacionalização das mesmas;
IX - Projetos
73

ff definição do gerente do projeto e do grupo de asses-


sores, responsáveis pela articulação com os órgãos
setoriais;
ff estabelecimento de mecanismos de coordenação
que facilitem o detalhamento do planejamento dos
órgãos setoriais e o gerenciamento das operações,
em circunstâncias de desastre.
Após a conclusão de cada plano operacional e de contin-
gência, deverão ser elaborados anexos, com prescrições relati-
vas ao apoio logístico, comunicações, apoio de saúde e outras
julgadas necessárias.

15. Projetos de Proteção de


Populações contra Riscos de
Desastres Focais
Esses projetos objetivam o planejamento e a preparação
dos órgãos do SINDEC, em interação com as comunidades lo-
cais, para atuarem eficientemente, em circunstâncias de desastres
de natureza tecnológica, com características focais.
A metodologia de planejamento de proteção de popula-
ções contra riscos de desastres focais é semelhante à do planeja-
mento operacional e de contingência, adaptada às peculiaridades
de cada situação.
Os seguintes aspectos devem ser considerados com prio-
ridade:

ff monitorização, alerta e alarme;


ff definição da área de risco;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
74

ff cadastramento da população;
ff realização de campanhas de esclarecimento público
para a população-alvo;
ff realização de exercícios simulados, para testar o pla-
nejamento;
ff atualização permanente do planejamento.

16. Projetos de Mobilização


Esses projetos têm por finalidade difundir metodologias
relacionadas com a mobilização , para responder às hipóteses de
riscos de desastres, entre todos os órgãos integrantes do SINDEC.
O planejamento da mobilização obedece às seguintes
etapas:

ff definição dos recursos institucionais, humanos e ma-


teriais necessários;
ff identificação dos órgãos e entidades (públicas e pri-
vadas) que disponham desses recursos;
ff seleção de órgãos e entidades melhor vocacionados
para atuarem nas operações de resposta aos desastres;
ff articulação e coordenação com esses órgãos e enti-
dades e definição de suas atribuições;
ff cadastramento e organização de bancos de dados e de
mapas temáticos sobre a disponibilidade de recursos
e a localização destes.
Aos órgãos de coordenação do SINDEC, nos três níveis
de governo, compete:
IX - Projetos
75

ff articular e coordenar as atividades de mobilização, no


âmbito do SINDEC;
ff atualizar permanentemente o cadastro dos recursos
disponíveis e mobilizáveis;
ff atualizar os mapas temáticos sobre o equipamento do
território (instalações de apoio) e sobre a localização
dos recursos disponíveis e mobilizáveis.

17. Projetos de Aparelhamento e


Apoio Logístico
Esses projetos têm por finalidade difundir metodologias
relacionadas com o planejamento do apoio logístico, no âmbito
do SINDEC.
As principais atividades de apoio logístico dizem respeito
ao suprimento e à prestação de serviços.
Os itens de suprimento mais importantes, em circunstân-
cias de desastre, são:

ff • água potável e alimentos;


ff • material de estacionamento, como barracas, redes,
camas, colchões e fogões;
ff • roupas e agasalhos;
ff • combustíveis, óleos e lubrificantes - COL;
ff • material de engenharia e comunicação;
ff • material de saúde.
As principais atividades de serviço são:

ff • apoio de saúde;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
76

ff • banho e lavanderia;
ff • limpeza, descontaminação, desinfecção e desinfes-
tação do habitat humano;
ff • sepultamento de pessoas e animais;
ff • saneamento emergencial.
Os planos de apoio logístico interagem com os de mobi-
lização e devem:

ff verificar a necessidade de aquisição e estocagem de


itens críticos e de consumo imediato, indispensáveis
ao início das operações;
ff considerar a necessidade de garantir o apoio logístico
às equipes empenhadas nas ações de resposta aos
desastres, para que as mesmas não dependam da
comunidade assistida.

18. Projetos de Socorro às


Populações
Os projetos de socorro compreendem as seguintes ativi-
dades principais:

ff isolamento e evacuação da área de risco;


ff definição das vias de evacuação e controle de trânsito
nas mesmas;
ff triagem socioeconômica e cadastramento dos desa-
lojados;
ff instalação de abrigos temporários;
ff suprimento de água potável e provisão de alimentos;
IX - Projetos
77

ff suprimento de material de estacionamento, roupas


e agasalhos;
ff busca e salvamento;
ff primeiros socorros, atendimento pré-hospitalar, tria-
gem e evacuação médica;
ff limitação e controle de sinistro e rescaldo;
ff comunicação social.
As equipes técnicas deverão prover seu próprio apoio
logístico.

19 . Projetos de Assistência às
Populações
Os projetos de assistência às populações compreendem
as seguintes atividades logísticas principais:

ff suprimento de água potável e provisão de alimentos;


ff suprimento de material de estacionamento, roupas
e agasalhos;
ff administração de abrigos provisórios;
ff prestação de serviços, especialmente banho e lavan-
deria.
Esses projetos compreendem, também, as seguintes ati-
vidades assistenciais:

ff triagem socioeconômica e cadastramento das vítimas


do desastre;
ff manutenção e reforço dos laços familiares e das rela-
ções de vizinhança;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
78

ff instalação de centros de informações comunitárias e


de comunicação social;
ff mobilização comunitária e desenvolvimento de mu-
tirões.
Esses projetos também compreendem as seguintes ativi-
dades relacionadas com a promoção da saúde:

limpeza e higienização dos abrigos temporários;


ff saneamento básico emergencial;
ff controle de vetores, pragas e hospedeiros;
ff educação para a saúde;
ff proteção da saúde mental;
ff assistência médica primária e transferência de hospi-
talização, quando necessário.
As equipes técnicas deverão prover seu próprio apoio
logístico.

20. Projetos de Reabilitação dos


Cenários dos Desastres
Esses projetos têm por finalidade difundir a metodologia
de avaliação de riscos de desastres por todas as COMDEC.
Os projetos de reabilitação dos cenários dos desastres
compreendem as seguintes atividades principais:

ff avaliação de danos;
ff vistoria de edificações danificadas e elaboração de
laudos técnicos;
IX - Projetos
79

ff desmontagem de estruturas danificadas, desobstrução


e remoção de escombros;
ff sepultamento de seres humanos e de animais;
ff limpeza, descontaminação, desinfecção e desinfesta-
ção do ambiente;
ff reabilitação dos serviços essenciais;
ff recuperação de moradias de populações de baixa
renda, danificadas pelo desastre.

21. Projetos de Relocação


Populacional e de Construção de
Moradias para Populações de
Baixa Renda
As ações de reconstrução interagem com as de prevenção.
As obras de reconstrução devem ser realizadas de modo a
não serem destruídas no próximo ciclo de fenômenos adversos.
Para isso, são importantes:

ff a utilização adequada do espaço geográfico;


ff a relocação das populações atingidas, em áreas de
menor risco;
ff a modernização das instalações e o reforço das estru-
turas de proteção, quando necessário.
O governo municipal deve:

ff prover os terrenos necessários à construção das mo-


radias, através de escritura registrada em cartório;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
80

ff legislar sobre a distinção entre o uso e a posse desses


terrenos, definindo que o domínio só se concretizará
após cinco anos ininterruptos de residência compro-
vada do beneficiário no local;
ff promover a prévia urbanização da área e a cons-
trução da infra-estrutura básica de saneamento e
eletrificação;
ff encaminhar projeto relacionado com as unidades
habitacionais e relação das famílias beneficiadas;
ff organizar uma equipe técnica, responsável pela ad-
ministração das obras, em acordo com o código de
obras local.
Compete ao SINDEC o fornecimento de cestas básicas
de materiais de construção, cabendo à comunidade participar
do mutirão de obras.

22. Projetos de Recuperação de


Áreas Degradadas
A recuperação das áreas degradadas é coordenada pelos
órgãos de administração do meio ambiente, competindo ao
SINDEC apoiar essas atividades, quando solicitado, através de
seus órgãos locais.
As ações de recuperação de áreas degradadas devem
buscar a reordenação do ambiente primitivo.
Para isso, são importantes:

ff o microzoneamento;
IX - Projetos
81

ff a adequação do uso do espaço geográfico, em função


das vocações ambientais;
ff a previsão de áreas de proteção ambiental, quando
necessária;
ff a definição de áreas non-aedificandi;
ff o controle dos efluentes das atividades industriais e a
proteção dos mananciais.

23 . Projetos de Recuperação
da Infra-Estrutura de Serviços
Públicos
As ações de recuperação da infra-estrutura de serviços
públicos interagem com as de prevenção.
As obras de reconstrução devem ser realizadas de modo a
não serem destruídas no próximo ciclo de fenômenos adversos.
Para isso são, importantes:

ff a recuperação e modernização das instalações e o


reforço das estruturas danificadas;
ff a reconstrução de edificações destruídas, em áreas
não vulneráveis aos desastres.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
82

Anexo A

Classificação Geral dos Desastres


Os Anexos A e B foram publicados no D.O.U. nº 4
de 05 de janeiro de 1995.

Capítulo I

Classificação Geral
Título I

1 - Introdução
Os desastres, ameaças e riscos são classificados de acordo
com os seguintes critérios:

ff quanto à evolução;
ff quanto à intensidade;
ff quanto à origem.
Anexo A
83

Embora para o leigo a ideia de desastre esteja intimamente


relacionada com a de subtaneidade, do ponto de vista técnico,
os desastres não são necessariamente súbitos.
É importante frisar que a intensidade do desastre não
depende apenas da magnitude do fenômeno adverso, mas, prin-
cipalmente, do grau de vulnerabilidade do cenário do desastre
e do grupo social atingido.
Embora clássica, a classificação dos desastres, quanto à
tipologia, em naturais, humanos e mistos vem sendo contestada
por autores modernos, que tendem a rotular todos os desastres
como mistos.

Título II
Classificação dos Desastres Quanto à
Evolução

1 – Introdução
Quanto à evolução, os desastres são classificados em:

ff desastres súbitos ou de evolução aguda, como desliza-


mentos, enxurradas, vendavais, terremotos, erupções
vulcânicas, chuvas de granizo e outros;
ff desastres de evolução crônica ou gradual, como seca,
erosão ou perda de solo, poluição ambiental e outros;
ff desastres por somação de efeitos parciais, como
cólera, malária, acidentes de trânsito, acidentes de
trabalho e outros.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
84

2 – Critérios de Classificação
Os desastres súbitos ou de evolução aguda caracterizam-se
pela subtaneidade, pela velocidade com que o processo evolui e,
normalmente, pela violência dos eventos adversos, causadores
dos mesmos.
Os desastres de evolução crônica ou gradual, ao contrá-
rio, caracterizam-se por serem insidiosos e evoluírem através de
etapas de agravamento progressivo.
Os desastres por somação de efeitos parciais são, na reali-
dade, caracterizados pela somação de numerosos acidentes ou
ocorrências, com características semelhantes, os quais, quando
somados, ao término de um período definem um grande de-
sastre.

3 – Importância do Assunto
Como no Brasil os desastres súbitos ou de evolução aguda,
como erupções vulcânicas, terremotos catastróficos, ciclones
tropicais e outros, são pouco prováveis, o não reconhecimento
dos demais tipos de desastres implicaria subemprego do Sistema
Nacional de Defesa Civil – SINDEC.
Do ponto de vista internacional, é importante para os
representantes do governo brasileiro frisarem que a subtanei-
dade não é uma condição indispensável à caracterização dos
desastres. A ideia da necessidade da subtaneidade alijaria não
somente o Brasil, mas também numerosos países da América
do Sul e da África, da comunidade internacional interessada na
redução dos desastres.
Como os desastres são medidos em função da intensidade
dos danos e dos prejuízos econômicos e sociais, é possível que
a seca do Semi-Árido Nordestino, a longo prazo, se caractereize
Anexo A
85

como um desastre muito mais importante que numerosos ter-


remotos, erupções vulcânicas e ciclones, frequentes em outros
países.
Pelos motivos expostos, a classificação dos desastres quan-
to à evolução responde aos interesses internacionais do Brasil.

Título III
Classificação dos Desastres Quanto à
Intensidade

1 – Introdução
A intensidade dos desastres pode ser definida em termos
absolutos ou a partir da proporção entre as necessidades de re-
cursos e as possibilidades dos meios disponíveis na área afetada,
para dar resposta cabal ao problema.
Quanto à intensidade, os desastres são classificados em:

ff acidentes;
ff desastres de médio porte;
ff desastres de grande porte; e
ff desastres de muito grande porte.

2 – Critérios de Classificação

a) Acidentes
Os acidentes são caracterizados quando os danos e preju-
ízos consequentes são de pouca importância para a coletividade
como um todo, já que, na visão individual das vítimas, qualquer
desastre é de extrema importância e gravidade.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
86

b) Desastres de Médio Porte


Os desastres de médio porte são caracterizados quando os
danos e prejuízos, embora importantes, podem ser recuperados
com os recursos disponíveis na própria área sinistrada.

c) Desastres de Grande Porte


Os desastres de grande porte exigem o reforço dos recur-
sos disponíveis na área sinistrada, através do aporte de recursos
regionais, estaduais e, até mesmo, federais.

d) Desastres de Muito Grande Porte


Os desastres de muito grande porte, para garantir uma
resposta eficiente e cabal recuperação, exigem a intervenção
coordenada dos três níveis do Sistema Nacional de Defesa Civil
- SINDEC - e, até mesmo, de ajuda externa.

3 – Importância do Assunto
O estudo da intensidade dos desastres é extremamente
importante para facilitar o planejamento da resposta e da recupe-
ração da área atingida. A dosagem dos meios a serem utilizados
é diretamente proporcional à intensidade dos danos e prejuízos
provocados pelos mesmos.
De uma maneira geral, são decretados pelo Poder Público:

ff as situações de emergência, nos casos de desastres


de grande porte;
ff os estados de calamidade pública, nos casos de de-
sastres de muito grande porte.
Anexo A
87

Título IV
Classificação dos Desastres Quanto à
Origem

1 – Critérios de Classificação
Quanto à causa primária do agente causador, os desastres
são classificados em:

ff naturais;
ff humanos ou antropogênicos; e
ff mistos.

2 – Desastres Naturais
São aqueles provocados por fenômenos e desequilíbrios
da natureza. São produzidos por fatores de origem externa que
atuam independentemente da ação humana.

3 – Desastres Humanos ou Antropogênicos


São aqueles provocados pelas ações ou omissões huma-
nas. Relacionam-se com a atuação do próprio homem, enquanto
agente e autor.
Esses desastres podem produzir situações capazes de gerar
grandes danos à natureza, aos habitat humanos e ao próprio
homem, enquanto espécie.
Normalmente, os desastres humanos são consequências de:

ff ações desajustadas geradoras de desequilíbrios


no relacionamento socioeconômico e político entre
os homens;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
88

ff profundas e prejudiciais alterações em seu ambiente


ecológico.

4 – Desastres Mistos
Ocorrem quando as ações e/ou omissões humanas con-
tribuem para intensificar, complicar ou agravar os desastres
naturais. Além disso, também se caracterizam quando intercor-
rências de fenômenos adversos naturais, atuando sobre condi-
ções ambientais degradadas pelo homem, provocam desastres.

Capítulo II

Classificação dos Desastres


Naturais
Título I
Classificação Quanto à Natureza ou
Causa Primária

1 – Introdução
Em função de sua natureza ou causa primária, os desastres
naturais são classificados em:
ff desastres naturais de origem sideral;
ff desastres naturais relacionados com a geodinâmica
terrestre externa;
Anexo A
89

ff desastres naturais relacionados com a geodinâmica


terrestre interna;
ff desastres naturais relacionados com desequilíbrios
na biocenose.

2 – Desastres Naturais de Origem Sideral


Os desastres naturais de origem sideral dizem respeito ao
impacto de corpos oriundos do espaço sideral sobre a superfície
da Terra.
Esses corpos, chamados meteoritos, são provenientes do
espaço interplanetário e podem originar-se:

ff de asteróides que gravitam em torno do Sol, numa


órbita situada entre Marte e Júpiter;
ff em cometas, corpos de órbitas excêntricas e degene-
radas, que orbitam entre o Sol e Plutão.

3 – Desastres Naturais Relacionados com a


Geodinâmica Terrestre Externa
Os desastres naturais relacionados com a geodinâmica
terrestre externa são aqueles provocados por fenômenos at-
mosféricos.
Normalmente relacionam-se com fenômenos meteoroló-
gicos e/ou hidrológicos correntes na atmosfera terrestre e seus
efeitos danosos atuam sobre:

ff as baixas camadas da atmosfera;


ff a superfície da crosta terrestre; e
ff a biosfera.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
90

4 – Desastres Naturais Relacionados com a


Geodinâmica Terrestre Interna
Os desastres naturais relacionados com a geodinâmica
terrestre interna são relativos às forças atuantes nas camadas
superficiais e profundas da litosfera.
Esses desastres relacionam-se com fenômenos geomor-
fológicos:

ff de origem tectônica, relacionados com a vulcanologia


e com a sismologia;
ff gerados pela erosão e pelo intemperismo, conjunto de
processos provocados pela ação de agentes atmosféri-
cos e biológicos, que conduzem à desagregação física
e à decomposição química dos minerais existentes
nas rochas.

Os fenômenos geomorfológicos também interagem com


os fenômenos meteorológicos e/ou hidrológicos correntes:

ff na atmosfera terrestre;
ff sobre a superfície da crosta terrestre; e
ff na biosfera.

5 – Desastres Naturais Relacionados com


Desequilíbrios na Biocenose
São aqueles relacionados com a ruptura do equilíbrio
dinâmico presente:
ff • entre os biótopos e a biocenose dos ecossistemas;
ff • na própria biocenose.
Anexo A
91

O desequilíbrio normalmente provoca o predomínio de


determinadas espécies animais e/ou vegetais, que proliferam
intensamente e passam a atuar como pragas.

Título II
Desastres Naturais de Origem Sideral

1 – Impacto de Meteoros
Desastres naturais de origem sideral podem ocorrer como
consequência do impacto de corpos oriundos do espaço sideral
sobre a superfície da Terra.
Os corpos siderais têm atingido a Terra e outros planetas
do sistema solar, bem como seus satélites, desde sua remota
formação, há cerca de 4,5 bilhões de anos.
Meteoritos são corpos siderais cujas massas variam entre
centigramas e várias toneladas. Originados no espaço interpla-
netário, ao entrarem na atmosfera, tornam-se incandescentes
em função do atrito e acabam por impactar sobre a superfície
da Terra.
Esses corpos siderais têm duas origens principais:

ff asteróides; e
ff fragmentos de cometas.
Os asteróides foram identificados a partir de 1801 e,
ao longo dos anos, foram determinados mais de 1.560 deles,
gravitando em torno do Sol, numa órbita intermediária entre
Marte e Júpiter.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
92

Os cometas são corpos siderais que desenvolvem longas


órbitas excêntricas entre Plutão e o Sol. São constituídos por
aglomerados de gelo e de outras partículas cósmicas e, morfolo-
gicamente, são formados por um núcleo condensado, uma aura
mais luminosa denominada cabeleira ou coma e uma cauda que
sempre se distribui em sentido oposto ao do Sol.

Título III
Desastres Naturais Relacionados com a
Geodinâmica Terrestre Externa

1 – Critérios de Classificação
Os desastres naturais relacionados com a geodinâmica
terrestre externa são subdivididos em:

ff desastres naturais de causa eólica;


ff desastres naturais relacionados com temperaturas
extremas;
ff desastres naturais relacionados com o incremento das
precipitações hídricas e com as inundações;
ff desastres naturais relacionados com a intensa redução
das precipitações hídricas.

2 – Desastres Naturais de Causa Eólica


Os desastres naturais de causa eólica são os relacionados
com a intensificação do regime dos ventos ou com a forte redu-
ção da circulação atmosférica.
Esses desastres são subdivididos em:
Anexo A
93

ff vendavais ou tempestades;
ff vendavais muito intensos ou ciclones extratropicais;
ff vendavais extremamente intensos, furacões, tufões
ou ciclones tropicais;
ff tornados e trombas d’água.

A inversão térmica nas camadas será examinada quando


do estudo dos desastres mistos.

3 – Desastres Naturais Relacionados com


Temperaturas Extremas
Compreendem os desastres relacionados com tempera-
turas extremamente altas ou baixas e os fenômenos relativos
aos mesmos.
Os desastres naturais relacionados com temperaturas
extremas são classificados em:

ff ondas de frio intenso;


ff nevadas;
ff nevascas ou tempestades de neve;
ff aludes ou avalanches de neve;
ff granizos;
ff geadas;
ff ondas de calor; e
ff ventos quentes e secos.

4 – Desastres Naturais Relacionados com o


Incremento das Precipitações Hídricas e com
as Inundações
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
94

As inundações são causadas pelo afluxo de grandes


quantidades de água que, ao transbordarem dos leitos dos rios,
lagos, canais e áreas represadas, invadem os terrenos adjacentes,
provocando danos.
As inundações podem ser classificadas em função da
magnitude e da evolução.
Em função da magnitude, as inundações, através de dados
comparativos de longo prazo, são classificadas em:

ff inundações excepcionais;
ff inundações de grande magnitude;
ff inundações normais ou regulares; e
ff inundações de pequena magnitude.

Em função da evolução, as inundações são classificadas


em:
ff enchentes ou inundações graduais;
ff enxurradas ou inundações bruscas;
ff alagamentos; e
ff inundações litorâneas provocadas pela brusca invasão
do mar.

5 – Desastres Naturais Relacionados com a


Intensa Redução das Precipitações Hídricas
Esses desastres relacionam-se com a redução das precipi-
tações hídricas. Classificam-se em:

ff estiagens;
ff secas;
ff queda intensa da umidade relativa do ar; e
ff incêndios florestais.
Anexo A
95

Título IV
Desastres Naturais Relacionados com a
Geodinâmica Terrestre Interna

1 – Critérios de Classificação
Os desastres naturais relacionados com a geodinâmica
terrestre interna dizem respeito a fenômenos relativos à litosfera
e são subdivididos em:

ff desastres naturais relacionados com a sismologia;


ff desastres naturais relacionados com a vulcanologia; e
ff desastres naturais relacionados com a geomorfologia,
o intemperismo, a erosão e a acomodação do solo.

2 – Desastres Naturais Relacionados com a


Sismologia
Os desastres naturais relacionados com a sismologia são
subdivididos em:

ff terremotos, sismos e/ou abalos sísmicos; e


ff maremotos e tsunamis.

3 – Desastres Naturais Relacionados com a


Vulcanologia
Denomina-se vulcanismo o conjunto de processos natu-
rais, responsáveis pela efusão do material magmático do SIMA
ou manto para a superfície da Terra.
O vulcanismo é a manifestação, na superfície da Terra,
de importantes complexos e fenômenos que se desenvolvem
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
96

na intimidade da crosta terrestre e nas camadas mais superfi-


cializadas do manto.
O vulcanismo está estreitamente ligado aos grandes movi-
mentos tectônicos e ocorre em áreas instáveis, onde as forças de
deformação provocam fraturas e superficialização de camadas
magmáticas.

4 – Desastres Naturais Relacionados com a


Geomorfologia, o Intemperismo, a Erosão e
a Acomodação do Solo
Esses desastres, bastante frequentes no Brasil, produzem
anualmente intensos danos materiais e ambientais e importantes
prejuízos sociais e econômicos. Na grande maioria das vezes,
esses desastres relacionam-se com a dinâmica das encostas e
são regidos por:

ff movimentos gravitacionais de massas; e


ff processos de transporte de massas.
Os movimentos gravitacionais de massas são generica-
mente subdivididos nas seguintes categorias principais:

ff escorregamentos ou deslizamentos;
ff corridas de massa;
ff rastejos; e
ff quedas, tombamentos e/ou rolamentos de rochas e/
ou matacões.

Os processos de transporte de massas são genericamente


subdivididos nas seguintes categorias principais:

ff erosão laminar;
Anexo A
97

ff erosão linear, sulcos, ravinas e voçorocas ou boço-


rocas;
ff subsidência do solo;
ff erosão marinha;
ff erosão fluvial, desbarrancamento de rios e fenômeno
de terras caídas; e
ff soterramento por dunas.

Título V
Desastres Naturais Relacionados com
Desequilíbrios na Biocenose

1 – Classificação
Os desastres naturais relacionados com desequilíbrios na
biocenose são aqueles provocados pela ruptura do equilíbrio
dinâmico existente:

ff entre os biótopos e a biocenose dos ecossistemas; e


ff na própria biocenose, caracterizando a dominância
de determinadas espécies vegetais ou animais, que
passam a proliferar intensivamente e a atuar como
pragas.

Esses desastres relacionam-se com processos relativos à


biosfera e são classificados em:

ff pragas animais; e
ff pragas vegetais.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
98

Capítulo III

Classificação Dos Desastres


Humanos Ou Antropogênicos

Título I
Classificação Quanto à Natureza ou
Causa Primária

1 – Introdução
Os desastres humanos são consequências indesejáveis:

ff do desenvolvimento tecnológico;
ff de riscos relacionados com um desenvolvimento in-
dustrial sem preocupações com a segurança;
ff de elevadas concentrações demográficas urbanas,
sem a correspondente preocupação com o desenvol-
vimento de uma infraestrutura de serviços básicos
compatível; e
ff da intensificação dos deslocamentos e das trocas
comerciais.

Relacionam-se com estudos de riscos deficientes e incom-


pletos e com o inadequado estabelecimento de normas, padrões
e procedimentos de segurança, relativos a:
Anexo A
99

ff instalações industriais;
ff centrais produtoras de energia;
ff corredores e terminais de transporte; e
ff outras atividades humanas intensificadas pelo desen-
volvimento econômico.

Em função de suas causas primárias, os desastres secun-


dários às ações ou omissões humanas são classificados em:

ff desastres humanos de natureza tecnológica;


ff desastres humanos de natureza social; e
ff desastres humanos de natureza biológica.

2 – Desastres Humanos de Natureza


Tecnológica
Os desastres humanos de natureza tecnológica são con-
sequências indesejáveis do desenvolvimento tecnológico e
industrial, sem maiores preocupações com a segurança contra
desastres. Também relacionam-se com o intenso incremento de-
mográfico das cidades, sem o correspondente desenvolvimento
de uma infraestrutura de serviços básicos compatível.

3 – Desastres Humanos de Natureza Social


Os desastres humanos de natureza social são consequência
de desequilíbrios nos inter-relacionamentos sociais, econômicos,
políticos e culturais, bem como do relacionamento desarmonioso
do homem com os ecossistemas urbanos e rurais.

4 – Desastres Humanos de Natureza


Biológica
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
100

Os desastres humanos de natureza biológica são conse-


quência de deficiências nos organismos promotores da saúde
pública, muitas vezes agravadas pelo pauperismo, subdesenvol-
vimento e por desequilíbrios ecológicos.

Título II
Desastres Humanos de Natureza Tec-
nológica

1 – Critérios de Classificação
Os desastres humanos de natureza tecnológica classificam-
-se em:

ff desastres siderais de natureza tecnológica;


ff desastres relacionados com meios de transporte sem
menção de risco químico ou radioativo;
ff desastres relacionados com a construção civil;
ff desastres de natureza tecnológica relacionados com
incêndios;
ff desastres de natureza tecnológica relacionados com
produtos perigosos; e
ff desastres relacionados com concentrações demo-
gráficas e com riscos de colapso ou exaurimento de
energia e de outros recursos e/ou sistemas essenciais.

2 – Desastres Siderais de Natureza


Tecnológica
O desenvolvimento tecnológico das últimas décadas pro-
moveu o incremento do lançamento de satélites artificiais e, em
Anexo A
101

consequência, a intensificação dos riscos de desastres provocados


pela queda dos artefatos, de seus veículos de lançamento e de
seus componentes.
Os desastres siderais de natureza tecnológica são subdi-
vididos em:

ff desastres siderais de natureza tecnológica sem menção


de riscos radioativos; e
ff desastres siderais de natureza tecnológica com menção
de riscos radioativos.

3 – Desastres Relacionados com Meios de


Transporte sem Menção de Risco Químico ou
Radioativo
Sob este título são registrados os desastres com meios
de transporte, sem menção de extravasamento de substâncias
químicas ou radioativas potencialmente perigosas.
Os desastres com meios de transporte podem ocorrer ao
longo dos corredores de transporte ou nas proximidades de seus
terminais. Algumas vezes os meios de transporte desviam-se
de suas rotas preestabelecidas e exigem operações de busca e
salvamento.
Os desastres relacionados com meios de transporte sem
menção de risco químico ou radioativo são subdivididos em:

ff desastres relacionados com meios de transporte aéreo;


ff desastres relacionados com meios de transporte fer-
roviário;
ff desastres relacionados com meios de transporte fluvial;
ff desastres relacionados com meios de transporte ma-
rítimo; e
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
102

ff desastres relacionados com meios de transporte ro-


doviário.

4 – Desastres Relacionados com a


Construção Civil
Sob este título são registrados os desastres relacionados
com a construção civil. Esses desastres podem ocorrer durante
a construção ou após a conclusão das construções e são redu-
zidos pelo estrito cumprimento das normas técnicas relativas ao
assunto.
Os desastres relacionados com a construção civil são
subdivididos em:

ff desastres relacionados com a danificação ou a des-


truição de habitações;
ff desastres relacionados com a danificação ou a destrui-
ção de obras de arte ou de edificações por problemas
relativos ao solo e às fundações;
ff desastres relacionados com a danificação ou a destrui-
ção de obras de arte ou de edificações por problemas
de estruturas;
ff desastres relacionados com o rompimento de barra-
gens e riscos de inundação à jusante; e
ff desastres e/ou acidentes de trabalho ocorridos durante
a construção.

5 – Desastres de Natureza Tecnológica


Relacionados com Incêndios
Sob este título são registrados os incêndios de grande
potencial destrutivo, que exigem meios e táticas altamente com-
Anexo A
103

plexos para controlá-los. Estão relacionados com combustíveis,


óleos e lubrificantes, meios de transporte, terminais de transporte,
instalações industriais e edificações com grandes densidades de
usuários.
Os incêndios de natureza tecnológica são subdivididos em:

ff incêndios em instalações de combustíveis, óleos e


lubrificantes (COL);
ff incêndios em meios de transporte marítimo e fluvial;
ff incêndios em áreas portuárias;
ff incêndios em plantas e distritos industriais; e
ff incêndios em edificações com grandes densidades
de usuários.

6 – Desastres de Natureza Tecnológica


Relacionados com Produtos Perigosos
Sob esse título são estudados os desastres relacionados
com produtos perigosos envolvendo riscos de intoxicações
exógenas, explosões e contaminações com produtos químicos
ou radioativos.
Esses desastres são classificados em:

ff desastres com meios de transporte, com menção de


riscos de extravasamento de produtos perigosos;
ff desastres em plantas e distritos industriais, parques e
depósitos, com menção de riscos de extravasamento
de produtos perigosos;
ff desastres com meios de transporte e em plantas e
distritos industriais, parques e depósitos, com menção
de riscos de explosão;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
104

ff desastres relacionados com o uso abusivo e descon-


trolado de agrotóxicos;
ff desastres relacionados com as intoxicações exógenas
em ambiente doméstico;
ff desastres relacionados com a contaminação de siste-
mas de água potável;
ff desastres relacionados com substâncias e equipamen-
tos radioativos de uso em medicina; e
ff desastres relacionados com substâncias e equipa-
mentos radioativos de uso em pesquisas, indústrias e
usinas átomoelétricas.

7 – Desastres Relacionados com


Concentrações Demográficas e com Riscos
de Colapso ou Exaurimento de Energia e de
Outros Recursos e/ou Sistemas Essenciais
Sob este título são registrados os desastres relativos às
grandes concentrações demográficas e centros urbanos e aos
riscos, cada vez mais importantes, relacionados com o grande
crescimento demográfico e com o fluxo de populações oriundas
do meio rural para as megalópoles.
Com o crescimento demográfico das grandes cidades, os
riscos desses desastres são cada vez mais importantes e exigem
planejamento e vultuosos recursos financeiros para controlá-los.
Esses desastres são subdivididos em:

ff desastres relacionados com riscos de colapso ou exau-


rimento de recursos hídricos;
ff desastres relacionados com riscos de colapso ou exau-
rimento de recursos energéticos;
Anexo A
105

ff desastres relacionados com riscos de colapso ou so-


brecarga do sistema de coleta de lixo;
ff desastres relacionados com riscos de intensa poluição
provocada por escapamento de gases e partículas em
suspensão na atmosfera;
ff desastres relacionados com riscos de intensa poluição
provocada por resíduos líquidos efluentes da atividade
industrial;
ff desastres relacionados com riscos de intensa poluição
provocada por resíduos sólidos da atividade industrial;
ff desastres relacionados com riscos de intensa poluição
provocada por dejetos e outros poluentes resultantes
da atividade humana; e
ff desastres relacionados com riscos de colapso dos
sistemas computadorizados e de automação.

Título III
Desastres Humanos de Natureza Social

1 – Critérios de Classificação
Normalmente, resultam de desequilíbrios provocados por
ações ou omissões humanas sobre:

ff seus ambientes sociais, econômicos, políticos e cul-


turais; e
ff ecossistemas urbanos ou rurais, onde vivem.

Os desastres humanos de causas sociais classificam-se em:


Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
106

ff desastres humanos relacionados com ecossistemas


urbanos e rurais;
ff desastres humanos relacionados com convulsões
sociais; e
ff desastres humanos relacionados com conflitos bélicos.

2 – Desastres Relacionados com Ecossistemas


Urbanos e Rurais
Sob este título são registrados os desastres relativos aos
ecossistemas urbanos e rurais, cujos riscos são cada vez mais
importantes, e relacionam-se com o incremento da produção
agropecuária, com o desmatamento, com o crescimento da
indústria de mineração, com o deficiente zoneamento e pla-
nejamento do espaço urbano e rural e com o incremento do
transporte motorizado.
Os riscos desses desastres são cada vez mais importantes
e exigem planejamento, regulamentação e disciplina para seu
controle.
Esses desastres são subdivididos em:

ff incêndios urbanos e rurais;


ff desastres relacionados com a depredação do solo
por desmatamento sem controle e/ou má gestão
agropecuária;
ff desastres relacionados com a depredação do solo por
acumulação de rejeitos da mineração;
ff desastres relacionados com a depredação do solo por
zoneamento urbano e/ou rural deficiente;
ff desastres relacionados com a destruição intencional
da flora e da fauna; e
Anexo A
107

ff desastres relacionados com o fluxo desordenado do


trânsito urbano.

3 – Desastres Humanos Relacionados com


Convulsões Sociais
As convulsões sociais provocam ou intensificam a agitação
político-social e, caso se perca o controle das mesmas, causam
grandes desastres humanos e reduzem a estabilidade das insti-
tuições democráticas.
As convulsões sociais decorrem:

ff das vulnerabilidades culturais e sociais das comuni-


dades;
ff da estagnação econômica e social;
ff do agravamento do desequilíbrio e do desnivelamento
socioeconômico, inter e intrarregionais;
ff da marginalização de grandes estratos populacionais,
do processo produtivo; e
ff do aumento do custo de vida e da especulação fi-
nanceira.

Dentre os fatores mais importantes que podem agravar as


convulsões sociais, citam-se:

ff descrédito nas elites políticas e dirigentes;


ff desesperança e clima de violência;
ff clima de insegurança coletiva; e
ff insatisfação política, sem perspectivas de solução
normal a médio prazo, através dos processos eleitorais
previstos nos regimes democráticos.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
108

A prevenção desses problemas exige uma política de


desenvolvimento social e econômico consequente, de caráter
permanente e digna de crédito por parte da sociedade civil.
A interação governo-comunidade e a mudança cultural,
que permitam o estabelecimento de um clima de confiabilidade
na autoridade governamental e de solidariedade interpessoal,
são as ferramentas básicas para o desenvolvimento da paz social
indispensável à redução desses desastres.
A mais importante célula do organismo social para a dis-
cussão e geração do clima de paz social é o Núcleo Comunitário
de Defesa Civil (NUDEC). Este processo exige intensa e contínua
discussão dos objetivos permanentes a serem atingidos, e o
consenso só poderá surgir se as pessoas acreditarem e confiarem
nos bons propósitos das autoridades governamentais presentes
ou representadas no debate.
As nações que romperam o ciclo vicioso do subdesenvol-
vimento e das convulsões sociais foram aquelas que priorizaram
o desenvolvimento do mercado interno e do bem-estar social
sobre quiméricas políticas mercantilistas de apoio prioritário
às exportações que, por sua natureza, são concentradoras de
renda. A exportação é extremamente importante quando busca
intensificar a economia de escala.
Os desastres humanos relacionados com convulsões sociais
são classificados em:

ff desemprego e /ou subemprego generalizado;


ff especulação;
ff fome e desnutrição;
ff migrações intensas e descontroladas;
ff intensificação da violência doméstica;
Anexo A
109

ff infância e juventude marginalizadas e/ou carentes;


ff grevismo generalizado;
ff disseminação de boatos e pânico;
ff tumultos e desordens generalizadas;
ff tráfico de drogas intenso e generalizado;
ff incremento dos índices de criminalidade geral e dos
assaltos;
ff banditismo e crime organizado;
ff venda de segurança e matadores a soldo;
ff colapso do sistema penitenciário;
ff terrorismo; e
ff perseguições e conflitos religiosos, ideológicos e/ou
raciais.

4 – Desastres Humanos Relacionados com


Conflitos Bélicos
Estes desastres compreendem:

ff guerras internas, civis e revolucionárias;


ff guerras convencionais;
ff guerras regulares;
ff guerras irregulares;
ff guerrilhas;
ff guerras biológicas;
ff guerras nucleares;
ff guerras químicas; e
ff terrorismo internacional.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
110

A Defesa Civil não se envolve diretamente nas ações de


combate e tem por principal objetivo proteger a população con-
tra os efeitos diretos ou indiretos do conflito. Normalmente, são
utilizados meios de defesa passiva, como abrigos subterrâneos
e ações que visem ao controle de sinistros, ações de busca e
salvamento, evacuação médica, remoção de escombros, admi-
nistração de refugiados, controle sanitário e outras.

Titulo IV
Desastres Humanos de Causas Biológi-
cas

1 – Critérios de Classificação
Os desastres humanos de causas biológicas ocorrem,
principalmente, quando surgem dificuldades no controle de
surtos intensificados, por parte dos organismos de saúde públi-
ca, e compreendem as epidemias ou os surtos epidêmicos ou
hiperendêmicos.
Podem surgir ou intensificar-se, complicando desastres
naturais ou humanos, ou, por sua grande intensidade, podem
ser causas primárias de grandes desastres.
De um modo geral, os riscos de desastres biológicos são
mais intensos nos países pobres ou em desenvolvimento, com
infraestrutura de saneamento e serviços de saúde pública de-
ficientes.
As rupturas do equilíbrio ecológico tendem, também, a
intensificar as endemias.
Anexo A
111

Em função dos mecanismos de transmissão das enfermi-


dades que os caracterizam, podem ser classificados em:

ff desastres humanos relacionados com doenças trans-


mitidas por vetores biológicos;
ff desastres humanos relacionados com doenças trans-
mitidas pela água e/ou por alimentos;
ff desastres humanos relacionados com doenças trans-
mitidas por inalação;
ff desastres humanos relacionados com doenças trans-
mitidas pelo sangue e por outras secreções orgânicas
contaminadas; e
ff desastres humanos relacionados com doenças trans-
mitidas por outros ou por mais de um mecanismo de
transmissão.

2 – Desastres Humanos Relacionados com


Doenças Transmitidas por Vetores Biológicos
Os principais desastres humanos relacionados com doen-
ças transmitidas por vetores biológicos, de interesse da América
do Sul e dos países de expressão oficial portuguesa, são:
ff dengue;
ff febre amarela;
ff leishmaniose cutânea;
ff leishmaniose visceral;
ff malária;
ff peste;
ff tripanossomíase americana; e
ff tripanossomíase africana (doença do sono).
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
112

3 – Desastres Humanos Relacionados


com Doenças Transmitidas por Água e/ou
Alimentos
Os principais desastres humanos relacionados com doen-
ças transmitidas por água e/ou alimentos, de interesse da América
do Sul e dos países de expressão oficial portuguesa, são:

ff amebíase;
ff cólera;
ff diarreia aguda;
ff diarreia causada por Escherichia coli;
ff salmoneloses;
ff febre tifoide;
ff febre paratifoide;
ff shigeloses;
ff intoxicações alimentares;
ff hepatite a vírus “A”;
ff poliomielite; e
ff outras doenças transmitidas por água e /ou alimentos.

4 – Desastres Humanos Relacionados com


Doenças Transmitidas por Inalação
Os principais desastres humanos relacionados com doen-
ças transmitidas por inalação, de interesse da América do Sul e
dos países de expressão oficial portuguesa, são;

ff coqueluche;
ff difteria;
ff gripe ou influenza;
Anexo A
113

ff meningite meningocócica;
ff sarampo;
ff tuberculose; e
ff outras doenças respiratórias agudas.

5 – Desastres Humanos Relacionados com


Doenças Transmitidas por Sangue e por
Outras Secreções Orgânicas Contaminadas
Os principais desastres humanos relacionados com doen-
ças transmitidas por sangue e por outras secreções contaminadas,
de interesse da América do Sul e dos países de expressão oficial
portuguesa, são:

ff hepatite a vírus “B”;


ff hepatite a vírus “C”;
ff síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA/
AIDS); e
ff outras doenças sexualmente transmissíveis (DST).

6 – Desastres Humanos Relacionados com


Doenças Transmitidas por Outros ou mais de
um Mecanismo de Transmissão
Os principais desastres humanos relacionados com do-
enças transmitidas por outros ou mais de um mecanismo de
transmissão, de interesse da América do Sul e dos países de
expressão oficial portuguesa, são:

ff leptospirose;
ff raiva,
ff tétano;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
114

ff schistossomose ou esquistossomose; e
ff outras doenças transmitidas por outros ou mais de
um mecanismo de transmissão.

Capítulo IV

Classificação dos Desastres Mistos

Titulo I
Classificação Quanto à Natureza ou
Causa Primária

1 – Introdução
A tendência moderna, a partir da própria definição de de-
sastre, como consequência da interação entre um evento adverso
e um ecossistema vulnerável, é considerar que, na sua grande
maioria, os desastres até o momento rotulados como naturais
ou humanos, na realidade, são desastres mistos.
Na presente classificação, são considerados aqueles de-
sastres que resultam da somação de eventos naturais e de ações
antrópicas, os quais, por seus efeitos globais, acabam por alterar
substancialmente os ecossistemas naturais, afetando grandes
extensões do meio ambiente.
Em função de suas causas primárias, os desastres mistos
são classificados em:
Anexo A
115

ff desastres mistos relacionados com a geodinâmica


terrestre externa; e
ff desastres mistos relacionados com a geodinâmica
terrestre interna.

2 – Desastres Mistos Relacionados com a


Geodinâmica Terrestre Externa
Os desastres mistos relacionados com a geodinâmica ter-
restre externa resultam da exaltação de fenômenos atmosféricos
naturais, em função de atividades humanas.
Normalmente relacionam-se com fenômenos meteoroló-
gicos e/ou hidrológicos correntes na atmosfera terrestre e seus
efeitos danosos atuam sobre:

ff a camada de ozônio da ionosfera; e


ff a atmosfera global, com repercussões sobre a super-
fície da crosta terrestre e sobre a biosfera.

3 – Desastres Mistos Relacionados com a


Geodinâmica Terrestre Interna
Os desastres mistos relacionados com a geodinâmica
terrestre interna são aqueles em que ações antrópicas exaltam
fenômenos relacionados com as forças naturais atuantes nas
camadas superficiais e profundas da litosfera.
Esses desastres relacionam-se com fenômenos geomor-
fológicos:

ff de origem tectônica, relacionados com a sismologia; e


ff gerados pela erosão e pelo intemperismo, conjunto de
processos provocados pela ação de agentes atmosféri-
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
116

cos e biológicos, que conduzem à desagregação física


e à decomposição química dos minerais existentes
nas rochas.
Os fenômenos geomorfológicos interagem com pressões
antrópicas e com fenômenos meteorológicos e/ou hidrológicos
correntes:

ff na atmosfera terrestre;
ff sobre a superfície da crosta terrestre; e
ff na biosfera.

Título II
Desastres Mistos Relacionados com a
Geodinâmica Terrestre Externa

1 – Critérios de Classificação
Os desastres mistos relacionados com a geodinâmica
terrestre externa são classificados em:

ff desastres mistos relacionados com a ionosfera; e


ff desastres mistos relacionados com a atmosfera.

2 – Desastres Mistos Relacionados com a


Ionosfera
O mais importante desastre misto relacionado com a
ionosfera é o provocado pela formação de bolsões de redução
na camada de ozônio.
Anexo A
117

3 – Desastres Mistos Relacionados com a


Atmosfera
Os desastres mistos relacionados com a atmosfera são
classificados em:

ff efeito estufa;
ff chuvas ácidas; e
ff camadas de inversão térmica.

Título III
Desastres Mistos Relacionados com a
Geodinâmica Terrestre Interna

1 – Critérios de Classificação
Os desastres mistos relacionados com a geodinâmica
terrestre interna são classificados em:

ff desastres mistos relacionados com sismicidade indu-


zida; e
ff desastres mistos relacionados com a geomorfologia,
o intemperismo e a erosão.

2 – Desastres Mistos Relacionados com a


Sismicidade Induzida
O homem, ao alterar as condições ambientais, pode
induzir terremotos ou abalos sísmicos localizados. No Brasil,
existem numerosos registros de sismicidade induzida provocada
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
118

pela construção de barragens, para a criação de reservatórios


ou lagos artificiais.
Outras atividades humanas podem ser causa de sismici-
dade induzida, cumprindo destacar:

ff as explosões subterrâneas para estudos sismológcos


das camadas do subsolo, objetivando um maior
conhecimento geológico da área, com a finalidade
de localizar depósitos subterrâneos de petróleo e de
outros minerais;
ff a exploração intensiva de grandes depósitos de evapo-
ritos subterrâneos, provocando a formação de grandes
cavernas e a acomodação subsequente do solo, em
função da perda de massa rochosa; e
ff a utilização de imensas cavernas subterrâneas como
depósitos de minerais estratégicos e a acomodação
subsequente do solo, em função da elevação do peso
nas camadas.

Dessa forma, esses desastres podem ser classificados em:

ff desastres relacionados com a sismicidade induzida


por reservatórios; e
ff desastres relacionados com a sismicidade induzida
por outras causas.

3 – Desastres Mistos Relacionados com a


Geomorfologia, o Intemperismo e a Erosão
Dentre esses desastres, cumpre destacar, em função de
sua imensa importância:

ff a desertificação; e
Anexo A
119

ff a salinização do solo.

Ambos ocorrem por causas naturais, mas é inegável que as


pressões antrópicas contribuem para intensificá-los e aumentar
a velocidade da disseminação no globo terrestre.
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
120

Anexo B

Codificação de Desastres, Ameaças


e Riscos – CODAR

Capítulo I

Sistemática de Codificação
Título I
Introdução

1 – Finalidade da Codificação
A codificação tem por finalidade:

ff uniformizar a nomenclatura relacionada com desas-


tres, ameaças e riscos;
ff desenvolver uma base teórica para programas de
bancos de dados relacionados com desastres, ame-
aças e riscos;
ff permitir a interação entre diferentes níveis de infor-
mações armazenadas em bancos de dados, sobre
Anexo B
121

desastres, ameaças e riscos, com programas informa-


tizados, relacionados com cartografia, base geográfica
e outros; e
ff facilitar o intercâmbio de informações relacionadas
com desastres, ameaças e riscos.

Título II
Sistemas de Codificação

1 – Introdução
A Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos - CODAR -
diz respeito à tipificação dos desastres, ameaças e riscos, já que:

ff a ameaça estima a probabilidade de ocorrência de um


evento adverso e a provável magnitude do mesmo;
ff o risco estima a probabilidade de ocorrência de um
evento adverso e a provável intensidade dos danos
provocados pelo mesmo; e
ff o desastre expressa o resultado de um evento adverso
quantificado, em função da intensidade dos danos e
prejuízos.

Em consequência, para fins de tipificação, a Codificação


dos Desastres, Ameaças e Riscos (CODAR) define-se em função
dos eventos adversos, causadores dos mesmos.

2 – Sistemas de Codificação
Para facilitar a criação de bancos de dados sobre desas-
tres, ameaças e riscos e, num futuro próximo, o intercâmbio de
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
122

informações, em nível internacional, propõe-se os seguintes


sistemas de codificação:

ff Sistema Alfabético de Codificação, que pode ser pa-


dronizado não somente para o Brasil, mas, também,
para os demais países de expressão oficial portuguesa;
e
ff Sistema Numérico de Codificação que, uma vez pa-
dronizado, poderá ser estendido aos demais países e
relacionado com o Sistema Alfabético de Codificação,
adaptado aos seus respectivos idiomas.

2.1 Sistema Alfabético de Codificação


A sigla CODAR significa Codificação de Desastres, Ame-
aças e Riscos.
O Sistema Alfabético de Codificação é estruturado com
a sigla CODAR, seguida de 5 caracteres alfabéticos: WX.YZZ.

a) Estudo da Variável W
A variável W indica a causa primária do agente causador,
se natural, humano ou misto:

ff nos desastres naturais, o caractere W corresponde à


letra inicial da palavra NATURAL – N;
ff nos desastres humanos ou antropogênicos, o caractere
W corresponde à letra inicial da palavra HUMANO
– H; e
ff nos desastres mistos, o caractere W corresponde à
letra inicial da palavra MISTO – M.
Anexo B
123

b) Estudo da Variável X
A variável X especifica a natureza ou origem do agente
causador.

b.1. Desastres Naturais


Nessas condições, os desastres naturais são subdivididos
em desastres:

ff de natureza ou origem sideral, cujo caractere X cor-


responde à letra inicial da palavra SIDERAL – S;
ff relacionados com a geodinâmica terrestre externa,
cujo caractere X corresponde à letra inicial da palavra
EXTERNA – E;
ff relacionados com a geodinâmica terrestre interna,
cujo caractere X corresponde à letra inicial da palavra
INTERNA – I; e
ff relacionados com o desequilíbrio da biocenose, cujo
caractere X corresponde à letra inicial da palavra
BIOCENOSE – B.

b.2. Desastres Humanos


Os desastres humanos são subdivididos em desastres de
natureza:
ff tecnológica, cujo caractere X corresponde à letra inicial
da palavra TECNOLÓGICO – T;
ff social, cujo caractere X corresponde à letra inicial da
palavra SOCIAL – S; e
ff biológica, cujo caractere X corresponde à letra inicial
da palavra BIOLÓGICO – B;
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
124

b.3. Desastres Mistos


Já os desastres mistos, são subdivididos em desastres:

ff relacionados com a geodinâmica terrestre externa,


cujo caractere X corresponde à letra inicial da palavra
EXTERNA – E; e
ff relacionados com a geodinâmica terrestre interna,
cujo caractere X corresponde à letra inicial da palavra
INTERNA – I.
Para um melhor entendimento do assunto especificado
até o momento, sugere-se compulsar os três primeiros quadros
deste Anexo.

c) Estudo da Variável Y
A variável Y especifica a classe do desastre, ameaça ou
risco.
A sistemática utilizada é semelhante à especificada ante-
riormente, de forma que a variável Y é substituída pela inicial
da palavra que caracteriza a classe estudada.
Como exemplo, é apresentada a seguir a subdivisão dos
desastres naturais relacionados com a geodinâmica terrestre
externa, em classes:

ff desastres naturais de causa eólica, cuja codificação


é: CODAR N E. E (N de natural, E de geodinâmica
externa e .E de eólica);
ff desastres naturais relacionados com temperaturas ex-
tremas, cuja codificação é: CODAR – NE.T (N de na-
tural, E de geodinâmica externa e .T de temperatura);
ff desastres naturais relacionados com o incremento
das precipitações hídricas e com as inundações, cuja
Anexo B
125

codificação é: CODAR NE.H (N de natural, E de


geodinâmica externa e .H de hídrica);
ff desastres naturais relacionados com a intensa redu-
ção das precipitações hídricas (estiagens, secas) cuja
codificação é: CODAR NE.S (N de natural, E de
geodinâmica externa e .S de seca).

Para verificar a correspondência alfabética de cada um


dos padrões acima especificados, sugere-se procurar os quadros
respectivos, apresentados no prosseguimento.

d) Estudo da Variável ZZ
As variáveis ZZ especificam o desastre, ameaça ou risco.
A sistemática utilizada é semelhante à estudada anterior-
mente, de forma que as variáveis ZZ são substituídas pela inicial
e uma outra letra da(s) palavra(s) que caracteriza(m) o desastre,
a ameaça ou o risco.
Como exemplo, é apresentada a seguir a especificação
dos desastres, ameaças ou riscos da classe dos desastres naturais
relacionados com a geomorfologia, o intemperismo, a erosão e
a acomodação do solo:

ff escorregamentos ou deslizamentos, cuja codificação


é: CODAR – NI.GDZ (N de natural, I de geodinâmica
interna, .G de geomorfologia e DZ de deslizamento);
ff corridas de massa, cuja codificação é: CODAR –
NI.GCM (N de natural, I de geodinâmica interna, .G
de geomorfologia e CM de comidas de massa);
ff rastejos, cuja codificação é: CODAR – NI.GRJ (N de
natural, I de geodinâmica interna, .G de geomorfo-
logia e RJ de rastejo);
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
126

ff quedas, tombamentos e/ou rolamentos de matacões


e/ou rochas, cuja codificação é: CODAR 2 NI.GQT
(N de natural, I de geodinâmica interna, .G de geo-
morfologia e QT de queda e tombamento);
ff erosão laminar, cuja codificação é: CODAR – NI.GES
(N de natural, I de geodinâmica interna, .G de geo-
morfologia e ES de erosão e sulcos);
ff erosão linear - sulcos, ravinas e voçorocas, cuja co-
dificação é: CODAR – NI.GEV (N de natural, I de
geodinâmica interna, .G de geomorfologia e EV de
erosivo e voçoroca);
ff subsidência do solo, cuja codificação é: CODAR –
NI.GSS (N de natural, I de geodinâmica interna, .G
de geomorfologia e SS de subsidência do solo);
ff erosão fIuvial, desbarrancamento de rios e fenômeno
de terras caídas, cuja codificação é: CODAR – NI.GTC
(N de natural, I de geodinâmica interna, .G de geo-
morfologia e TC de terras caídas);
ff erosão marinha, cuja codificação é: CODAR –
NI.GEM (N de natural, I de geodinâmica interna, .G
de geomorfologia e EM de erosão marinha); e
ff soterramento por dunas, cuja codificação é: CODAR
– NI.GSD (N de natural, I de geodinâmica interna, .G
de geomorfologia e SD de soterramento por dunas).

Para verificar a correspondência alfabética de cada um


dos desastres, padrões acima especificados, sugere-se procurar
os quadros respectivos, apresentados no prosseguimento.
Anexo B
127

2.2 Sistema Numérico de Codificação


Da mesma forma que na classificação alfabética, a sigla
CODAR significa Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos.
O Sistema Numérico de Codificação também é estrutu-
rado com a sigla CODAR, seguida de 5 caracteres numéricos:
WX.YZZ.

a) Estudo da Variável W
A variável W indica a causa primária do agente causador,
se natural, humano ou misto:

ff nos desastres naturais, o caractere W corresponde


ao dígito 1;
ff nos desastres humanos ou antropogênicos, o caractere
W corresponde ao dígito 2; e
ff nos desastres mistos, o caractere W corresponde ao
dígito 3.

b) Estudo da Variável X
A variável X especifica a natureza ou origem do agente
causador.

b.1. Desastres Naturais


Nessas condições, os desastres naturais são subdivididos
em desastres:

ff de natureza ou origem sideral, cujo caractere X cor-


responde ao dígito 1;
ff relacionados com a geodinâmica terrestre externa,
cujo caractere X corresponde ao dígito 2;
ff relacionados com a geodinâmica terrestre interna, cujo
caractere X corresponde ao dígito 3; e
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
128

ff relacionados com o desequilibro da biocenose, cujo


caractere X corresponde ao dígito 4.

b.2. Desastres Humanos


Os desastres humanos são subdivididos em desastres de
natureza:

ff tecnológica, cujo caractere X corresponde ao dígito 1;


ff social, cujo caractere X corresponde ao dígito 2; e
ff biológica, cujo caractere X corresponde ao dígito 3.

b.3. Desastres Mistos


Já os desastres mistos são subdivididos em desastres:

ff relacionados com a geodinâmica terrestre externa,


cujo caractere X corresponde ao dígito 1; e
ff relacionados com a geodinâmica terrestre interna, cujo
caractere X corresponde ao dígito 2.

Para um melhor entendimento do assunto especificado


até o momento, sugere-se compulsar os três primeiros quadros
deste Anexo.

c) Estudo da Variável Y
A variável Y especifica a classe do desastre, ameaça ou
risco.
A sistemática utilizada é semelhante à especificada ante-
riormente, de forma que a variável Y é substituída por dígitos
numéricos, de acordo com a ordem natural em que as classes
de desastres, ameaças e riscos são apresentadas.
Como exemplo, é apresentada a seguir a subdivisão dos
desastres naturais relacionados com a geodinâmica terrestre
externa, em classes:
Anexo B
129

ff desastres naturais de causa eólica, cuja codificação


é: CODAR – 12.1 (1 de natural, 2 de geodinâmica
externa e .1 de eólica);
ff desastres naturais relacionados com temperaturas
extremas, cuja codificação é: CODAR – 12.2 (1 de
natural, 2 de geodinâmica externa e .2 de extrema);
ff desastres naturais relacionados com o incremento
das precipitações hídricas e com as inundações, cuja
codificação é: CODAR 12.3 (1 de natural, 2 de geo-
dinâmica externa e .3 de hídrica); e
ff desastres naturais relacionados com a intensa re-
dução das precipitações hídricas (estiagens, secas),
cuja codificação é: CODAR 12.4 (1 de natural, 2 de
geodinâmica externa e .4 de seca).

Para verificar a correspondência numérica de cada uma


das classes acima especificadas, sugere-se procurar os quadros
respectivos, apresentados no prosseguimento.

d) Estudo das Variáveis ZZ


As variáveis ZZ especificam o desastre, ameaça ou risco.
A sistemática utilizada é semelhante à estudada anterior-
mente, de forma que as variáveis ZZ são substituídas por dígitos
numéricos, de acordo com a sequência, em ordem crescente,
em que os desastres são apresentados.
Como exemplo, é apresentada a seguir a especificação
dos desastres, ameaças ou riscos da classe dos desastres naturais
relacionados com a geomorfologia, o intemperismo, a erosão e
a acomodação do solo:
ff escorregamentos ou deslizamentos, cuja codificação
é: CODAR 13.301 (1 de natural, 3 de geodinâmica
interna, .3 de geomorfologia e 01 de deslizamento);
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
130

ff corridas de massa, cuja codificação é: CODAR –


13.302 (1 de natural, 3 de geodinâmica interna, .3 de
geomorfologia e 02 de corridas de massa);
ff rastejos, cuja codificação é: CODAR – 13.303 (1 de
natural, 3 de geodinâmica interna, .3 de geomorfo-
logia e 03 de rastejo);
ff quedas, tombamentos e/ou rolamentos de matacões
e ou rochas, cuja codificação é: CODAR – 13.304 (1
de natural, 3 de geodinâmica interna, .3 de geomor-
fologia e 04 de queda e tombamento);
ff erosão laminar, cuja codificação é: CODAR – 13.305
(1 de natural, 3 de geodinâmica interna, .3 de geo-
morfologia e 05 de erosão);
ff erosão linear – sulcos, ravinas e boçorocas ou voço-
rocas, cuja codificação é: CODAR – 13.306 (1 de na-
tural, 3 de geodinâmica interna, .3 de geomorfologia
e 06 de voçoroca);
ff subsidência do solo, cuja codificação é: CODAR –
13.307 (1 de natural, 3 de geodinâmica interna, .3
de geomorfologia e 07 de subsidência do solo);
ff erosão fluvial-desbarrancamento de rios e fenômeno
de terras caídas, cuja codificação é: CODAR – 13.308
(1 de natural, 3 de geodinâmica interna, .3 de geo-
morfologia e 08 de terras caídas);
ff erosão marinha, cuja codificação é: CODAR – 13.309
(l de natural, 3 de geodinâmica interna, .3 de geomor-
fologia e 09 de erosão marinha); e
Anexo B
131

ff soterramento por dunas, cuja codificação é: CODAR


– 13.310 (1 de natural, 3 de geodinâmica interna, .3
de geomorfologia e 10 de soterramento por dunas).

Para verificar a correspondência alfabética de cada um


dos desastres, padrões acima especificados, sugere-se procurar
os quadros respectivos, apresentados no prosseguimento.

3 – Correspondência entre os dois Sistemas


de Codificação
No prosseguimento, são apresentados quadros parti-
cularizando a correspondência entre os Sistemas Alfabético e
Numérico de Codificação.

Quadro n. 1
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica
dos Desastres Naturais Quanto à Natureza ou à Causa
Primária

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Naturais CODAR-N CODAR-1
Desastres Naturais de Origem Sideral CODAR-NS CODAR-11
Desastres Naturais Relacionados com a
CODAR-NE CODAR-12
Geodinâmica Terrestre Externa
Desastres Naturais Relacionados com a
CODAR-NI CODAR-13
Geodinâmica Terrestre Interna
Desastres Naturais Relacionados com
CODAR-NB CODAR-14
Desequilíbrio da Biocenose
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
132

Quadro n. 2
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica
dos Desastres Humanos ou Antropogênicos Quanto à
Natureza ou à Causa Primária

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Humanos CODAR-H CODAR-2
Desastres Humanos de Natureza Tec-
CODAR-HT CODAR-21
nológica
Desastres Humanos de Natureza Social CODAR-HS CODAR-22
Desastres Humanos de Natureza Bio-
CODAR-HB CODAR-23
lógica

Quadro n. 3
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica
dos Desastres Mistos Quanto à Natureza ou à Causa
Primária

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Mistos CODAR-M CODAR-3
Desastres Mistos Relacionados com a
CODAR-ME CODAR-31
Geodinâmica Terrestre Externa
Desastres Mistos Relacionados com a
CODAR-MI CODAR-32
Geodinâmica Terrestre Interna
Anexo B
133

Capítulo II

Codificação dos Desastres Naturais

Título I
Desastres Naturais de Origem Sideral

Quadro n. 4
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica
dos Desastres Naturais de Origem Sideral

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Naturais de Origem Si-
CODAR-NS CODAR-11
deral
Impacto (queda) de Corpos Siderais CODAR-NS.Q CODAR-11.1
Impacto (queda) de meteoritos CODAR-NS.QMT CODAR-11.101

Título II
Desastres Naturais Relacionados com a
Geodinâmica Terrestre Externa

Quadro n. 5
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica
dos Desastres Naturais Relacionados com a
Geodinâmica Terrestre Externa
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
134

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Naturais Relacionados
com a Geodinâmica Terrestre Ex- CODAR-NE CODAR-12
terna
Desastres Naturais de Causa
CODAR-NE.E CODAR-12.1
Eólica
Vendavais ou tempestades CODAR-NE.EVD CODAR-12.101
Vendavais muito intensos ou
CODAR-NE.ECL CODAR-12.102
ciclones extratropicais
Vendavais extremamente inten-
sos, furacões, tufões ou ciclones CODAR-NE.EFR CODAR-12.103
tropicais
Tornados e trombas d`água CODAR-NE.ETR CODAR-12.104
Desastres Naturais Relacionados
CODAR-NE.T CODAR-12.2
com Temperaturas Externas
Onda de frio intenso CODAR-NE.TFI CODAR-12.201
Nevadas CODAR-NE.TNV CODAR-12.202
Nevascas ou tempestades de
CODAR-NE.TTN CODAR-12.203
neve
Aludes ou avalanches de neve CODAR-NE.TAN CODAR-12.204
Granizos CODAR-NE.TGZ CODAR-12.205
Geadas CODAR-NE.TGE CODAR-12.206
Ondas de calor CODAR-NE.TOC CODAR-12.207
Ventos quentes e secos CODAR-NE.TVQ CODAR-12.208
Desastres Naturais Relacionados
com o Incremento das Precipitações CODAR-NE.H CODAR-12.3
Hídricas e com as Inundações
Enchentes ou inundações gra-
CODAR-NE.HIG CODAR-12.301
duais
Enxurradas ou inundações brus-
CODAR-NE.HEX CODAR-12.302
cas
Alagamentos CODAR-NE.HAL CODAR-12.303
Anexo B
135

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Inundações litorâneas provoca-
CODAR-NE.HIL CODAR-12.304
das pela brusca invasão do mar
Desastres Naturais Relacionados
com a Intensa Redução das Preci- CODAR-NE.S CODAR-12.4
pitações Hídricas
Estiagens CODAR-NE.SES CODAR-12.401
Secas CODAR-NE.SSC CODAR-12.402
Queda intensa dos índices de
CODAR-NE.SQU CODAR-12.403
umidade relativa do ar
Incêndios florestais das estações
CODAR-NE.SIF CODAR-12.404
estivais

Título III
Desastres Naturais Relacionados com a
Geodinâmica Terrestre Interna

Quadro n. 6
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica
dos Desastres Naturais Relacionados com a
Geodinâmica Terrestre Interna

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Naturais Relacionados
com a Geodinâmica Terrestre In- CODAR-NI CODAR-13
terna
Desastres Naturais Relacionados
CODAR-NI.S CODAR-13.1
com a Sismologia
Terremotos, sismos e/ou abalos
CODAR-NI.SST CODAR-13.101
sísmicos
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
136

Maremotos e tsunamis CODAR-NI.SMT CODAR-13.102


Desastres Naturais Relacionados
CODAR-NI.V CODAR-13.2
com a Vulcanologia
Erupções vulcânicas CODAR-NI.VEV CODAR-13.201
Desastres Naturais Relacionados
com a Geomorfologia, o Intempe-
CODAR-NI.G CODAR-13.3
rismo, a Erosão e a Acomodação
do Solo
Escorregamentos ou desliza-
CODAR-NI.GDZ CODAR-13.301
mentos
Corridas de massa CODAR-NI.GCM CODAR-13.302
Rastejos CODAR-NI.GRJ CODAR-13.303
Quedas, tombamentos e/ou
rolamentos de matacões e/ou CODAR-NI.GQT CODAR-13.304
rochas
Processo erosivos – erosão
CODAR-NI.GES CODAR-13.305
laminar
Erosão linear - sulcos, ravinas e
CODAR-NI.GEV CODAR-13.306
boçorocas ou voçorocas
Subsidência do solo CODAR-NI.GSS CODAR-13.307
Erosão fluvial - desbarranca-
mentos de rios e fenômenos de CODAR-NI.GTC CODAR-13.308
terras caídas
Erosão marinha CODAR-NI.GAM CODAR-13.309
Soterramento de localidades
CODAR-NI.GSD CODAR-13.310
litorâneas por dunas de areia
Anexo B
137

Título IV
Desastres Naturais Relacionados com o
Desequilíbrio da Biocenose

Quadro n. 7
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica
dos Desastres Naturais Relacionados com o
Desequilíbrio da Biocenose

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Naturais Relacionados
CODAR-NB CODAR-14
com o Desequilíbrio da Biocenose
Pragas Animais CODAR-NB.A CODAR-14.1
Ratos domésticos CODAR-NB.ARD CODAR-14.101
Morcegos hematófagos CODAR-NB.AMH CODAR-14.102
Ofídios peçonhentos CODAR-NB.AOP CODAR-14.103
Gafanhotos (locusta) CODAR-NB.AGF CODAR-14.104
Formigas saúvas CODAR-NB.AFS CODAR-14.105
Bicudos CODAR-NB.ABC CODAR-14.106
Nematóides CODAR-NB.ANM CODAR-14.107
Pragas Vegetais CODAR-NB.V CODAR-14.2
Pragas vegetais prejudiciais à
CODAR-NB.VPP CODAR-14.201
pecuária
Pragas vegetais prejudiciais à
CODAR-NB.VPA CODAR-14.202
agricultura
Maré vermelha CODAR-NB.VMV CODAR-14.203
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
138

Capítulo III

Codificação dos Desastres


Humanos
Título I
Desastres Humanos de Natureza Tec-
nológica

Quadro n. 8
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica
dos Desastres Humanos de Natureza Tecnológica

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Humanos de Natureza
CODAR-HT CODAR-21
Tecnológica
Desastres Siderais de Natureza
CODAR-HT.S CODAR-21.1
Tecnológica
Desastres siderais de natureza
tecnológica sem menção de CODAR-HT.SSR CODAR-21.101
riscos radioativos
Desastres siderais de natureza
tecnológica com menção de CODAR-HT.SCR CODAR-21.102
riscos radioativos
Desastres Relacionados com meios
de Transporte sem menção de Ris- CODAR-HT.T CODAR-21.2
co Químico ou Radioativo
Desastres relacionados com
CODAR-HT.TAE CODAR-21.201
meios de transporte aéreo
Desastres relacionados com
CODAR-HT.TFR CODAR-21.202
meios de transporte ferroviário
Anexo B
139

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres relacionados com
CODAR-HT.TFL CODAR-21.203
meios de transporte fluvial
Desastres relacionados com
CODAR-HT.TMR CODAR-21.204
meios de transporte marítimo
Desastres relacionados com
CODAR-HT.TRV CODAR-21.205
meios de transporte rodoviário
Desastres Relacionados com a
CODAR-HT.C CODAR-21.3
Construção Civil
Desastres relacionados com a
danificação ou a destruição de CODAR-HT.CDH CODAR-21.301
habitações
Desastres relacionados com a
danificação ou a destruição de
obras de arte ou de edificações CODAR-HT.CPS CODAR-21.302
por problemas relativos ao
solo e às fundações
Desastres relacionados com a
danificação ou a destruição de
CODAR-HT.CPE CODAR-21.303
obras de arte ou de edificações
por problemas de estruturas
Desastres relacionados com o
rompimento de barragens e CODAR-HT.CRB CODAR-21.304
riscos de inundação a jusante
Desastres e/ou acidentes de
trabalho ocorridos durante a CODAR-HT.CAC CODAR-21.305
construção
Desastres relacionados com as
CODAR-HT.CAM CODAR-21.306
atividades de mineração
Desastres de Natureza Tecnológica
CODAR-HT.I CODAR-21.4
Relacionados com Incêndios
Incêndios em instalações de
combustíveis, óleos e lubrifi- CODAR-HT.ICB CODAR-21.401
cantes (COL)
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
140

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Incêndios em meios de trans-
CODAR-HT.IMF CODAR-21.402
porte marítimo ou fluvial
Incêndios em áreas portuárias CODAR-HT.IAP CODAR-21.403
Incêndios em plantas e distri-
CODAR-HT.IPI CODAR-21.404
tos industriais
Incêndios em edificações com
grandes densidades de usu- CODAR-HT.IED CODAR-21.405
ários
Desastres de Natureza Tecnoló-
gica Relacionados com Produtos CODAR-HT.P CODAR-21.5
Perigosos
Desastres com meios de trans-
porte com menção de riscos de
CODAR-HT.PMT CODAR-21.501
extravasamento de produtos
perigosos
Desastres em plantas e distritos
industriais, parques e depósi-
tos com menção de riscos de CODAR-HT.PIQ CODAR-21.502
extravasamento de produtos
perigosos
Desastres em plantas e distritos
industriais, parques ou depósi- CODAR-HT.PEX CODAR-21.503
tos de explosivos
Desastres relacionados com o
uso abusivo e não controlado CODAR-HT.PAG CODAR-21.504
de agrotóxicos
Desastres relacionados com
intoxicação exógena no am- CODAR-HT.PAD CODAR-21.505
biente familiar
Desastres relacionados com a
contaminação de sistemas de CODAR-HT.PCA CODAR-21.506
água potável
Anexo B
141

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres relacionados com
substâncias e equipamentos ra- CODAR-HT.PRM CODAR-21.507
dioativos de uso em medicina
Desastres relacionados com
substâncias e equipamentos
radioativos de uso em pesqui- CODAR-HT.PAE CODAR-21.508
sas, indústrias e usinas atomo-
elétricas
Outros desastres relacionados
CODAR-HT.POP CODAR-21.509
com produtos perigosos
Desastres Relacionados com Con-
centrações Demográficas e com
Riscos de Colapso ou Exaurimento CODAR-HT.D CODAR-21.6
de Energia e de Outros Recursos e/
ou Sistemas Essenciais
Desastres relacionados com ris-
cos de colapso ou exaurimento CODAR-HT.DRH CODAR-21.601
de recursos hídricos
Desastres relacionados com ris-
cos de colapso ou exaurimento CODAR-HT.DRE CODAR-21.602
de recursos energéticos
Desastres relacionados com
riscos de colapso ou sobrecar- CODAR-HT.DLX CODAR-21.603
ga do sistema de coleta de lixo
Desastres relacionados com
riscos de intensa poluição
provocada por escapamento CODAR-HT.DGP CODAR-21.604
de gases e partículas em sus-
pensão na atmosfera
Desastres relacionados com
riscos de intensa poluição
provocada por resíduos líqui- CODAR-HT.DRL CODAR-21.605
dos efluentes da atividade
industrial
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
142

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres relacionados com
riscos de intensa poluição pro-
CODAR-HT.DRS CODAR-21.606
vocada por resíduos sólidos da
atividade industrial
Desastres relacionados com
riscos de intensa poluição
provocada por dejetos e ou- CODAR-HT.DPH CODAR-21.607
tros poluentes resultantes da
atividade humana
Desastres relacionados com
riscos de colapso nos sistemas
CODAR- HT. DSD CODAR-21.608
de computadorizados e de
automação

Título II
Desastres Humanos de Natureza Social

Quadro n. 9
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica
dos Desastres Humanos de Natureza Social

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Humanos de Natureza
CODAR-HS CODAR-22
Social
Desastres Relacionados com Ecos-
CODAR-HS.E CODAR-22.1
sistemas Urbanos e Rurais
Incêndios urbanos ou rurais CODAR-HS.EIN CODAR-22.101
Desastres relacionados com a
depredação do solo por desma-
CODAR-HS.EDS CODAR-22.102
tamento sem controle e/ou má
gestão agropecuária
Anexo B
143

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres relacionados com a
depredação do solo por acumu- CODAR-HS.ERM CODAR-22.103
lação de rejeitos de mineração
Desastres relacionados com
a depredação do solo por zo-
CODAR-HS.EZD CODAR-22.104
neamento urbano e/ou rural
deficiente
Desastres relacionados com a
destruição intencional da flora CODAR-HS.EDF CODAR-22.105
e da fauna
Desastres relacionados com o
CODAR-HS.EFT CODAR-22.106
fluxo desordenado de trânsito
Desastres Humanos Relacionados
CODAR-HS.C CODAR-22.2
com Convulsões Sociais
Desemprego e/ou subemprego
CODAR-HS.CDG CODAR-22.201
generalizado
Especulação CODAR-HS.CES CODAR-22.202
Fome e desnutrição CODAR-HS.CFD CODAR-22.203
Migrações intensas e descon-
CODAR-HS.CMD CODAR-22.204
troladas
Intensificação da violência do-
CODAR-HS.CVD CODAR-22.205
méstica
Infância e juventude marginali-
CODAR-HS.CJM CODAR-22.206
zadas e menores carentes
Grevismo generalizado CODAR-HS.CGC CODAR-22.207
Disseminação de boatos e pâ-
CODAR-HS.CDB CODAR-22.208
nico
Tumultos e desordens genera-
CODAR-HS.CTG CODAR-22.209
lizados
Tráfico de drogas intenso e
CODAR-HS.CTD CODAR-22.210
generalizado
Incremento dos índices de cri-
CODAR-HS.CIC CODAR-22.211
minalidade geral e dos assaltos
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
144

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Banditismo e crime organizado CODAR-HS.CBQ CODAR-22.212
Venda de segurança e matado-
CODAR-HS.CVS CODAR-22.213
res a soldo
Colapso do sistema peniten-
CODAR-HS.CCP CODAR-22.214
ciário
Terrorismo Interno CODAR- HS.CTE CODAR-22.215
Perseguições e conflitos ideo-
CODAR-HS.CPC CODAR-22.216
lógicos, religiosos e/ou raciais
Desastres Humanos Relacionados
CODAR-HS.B CODAR-22.3
com Conflitos Bélicos
Guerras internas, civis e revo-
CODAR-HS.BGI CODAR-22.301
lucionárias
Guerras convencionais CODAR-HS.BGC CODAR-22.302
Guerras regulares CODAR-HS.BGR CODAR-22.303
Guerras irregulares CODAR-HS.BGI CODAR-22.304
Guerrilhas CODAR-HS.BGL CODAR-22.305
Guerras biológicas CODAR-HS.BGB CODAR-22.306
Guerras nucleares CODAR-HS.BGN CODAR-22.307
Guerras químicas CODAR-HS.BGQ CODAR-22.308
Terrorismo com apoio de or-
ganizações (terroristas) inter- CODAR-HS.BTI CODAR-22.310
nacionais

Título III
Desastres Humanos de Natureza Bioló-
gica
Anexo B
145

Quadro n. 10
Sistematização da Codificação Alfabética e Numérica
dos Desastres
Humanos de Natureza Biológica

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Humanos de Natureza
CODAR-HB CODAR-23
Biológica
Desastres Humanos Relacionados
com Doenças Transmitidas por Ve- CODAR-HB.V CODAR-23.1
tores Biológicos
Dengue CODAR-HB.VDE CODAR-23.101
Febre amarela CODAR-HB.VFA CODAR-23.102
Leishmaniose cutânea CODAR-HB.VLC CODAR-23.103
Leishmaniose visceral CODAR-HB.VLV CODAR-23.104
CODAR-HB.
Malária CODAR-23.105
VMA
Peste CODAR-HB.VPE CODAR-23.106
Tripanossomíase americana CODAR-HB.VTA CODAR-23.107
Tripanossomíase africana (doen-
CODAR-HB.VTS CODAR-23.108
ça do sono)
Desastres Humanos Relacionados
com Doenças Transmitidas por Água CODAR-HB.A CODAR-23.2
e/ou Alimentos
CODAR-HB.
Amebíase CODAR-23.201
AAM
Cólera CODAR-HB.ACO CODAR-23.202
Diarreias agudas CODAR-HB.ADA CODAR-23.203
Diarreia causada por Escherichia
CODAR-HB.AEC CODAR-23.204
Coli
Salmoneloses CODAR-HB.ASL CODAR-23.205
Febre tifoide CODAR-HB.AFT CODAR-23.206
Febre paratifoide CODAR-HB.AFP CODAR-23.207
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
146

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Shigeloses CODAR-HB.ASH CODAR-23.208
Intoxicações alimentares CODAR-HB.AIA CODAR-23.209
Hepatite a vírus “A” CODAR-HB.AHA CODAR-23.210
Poliomielite CODAR-HB.APO CODAR-23.211
Outras doenças transmitidas por
CODAR-HB.AGE CODAR-23.299
água e alimentos
Desastres Humanos Relacionados
com Doenças Transmitidas por CODAR-HB.I CODAR-23.3
Inalação
Coqueluche CODAR-HB.ICO CODAR-23.301
Difteria CODAR-HB.IDF CODAR-23.302
Gripe ou influenza CODAR-HB.IGR CODAR-23.303
Meningite meningocócica CODAR-HB.IMM CODAR-23.304
Sarampo CODAR-HB.ISA CODAR-23.305
Tuberculose CODAR-HB.ITU CODAR-23.306
Outras doenças respiratórias
CODAR-HB.IRA CODAR-23.399
agudas
Desastres Humanos Relacionados
com Doenças Transmitidas por
CODAR-HB.S CODAR-23.4
Sangue e por outras Secreções Or-
gânicas Contaminadas
Hepatite a vírus “B” CODAR-HB.SHB CODAR-23.401
Hepatite a vírus “C” CODAR-HB.SHC CODAR-23.402
Síndrome da imunodeficiência
CODAR-HB.SID CODAR-23.403
adquirida
Outras doenças sexualmente
CODAR-HB.SST CODAR-23.404
transmissíveis
Hepatite a vírus delta (Febre
CODAR-HB.SHD CODAR-23.405
Negra de Labrea)
Anexo B
147

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Humanos Relacionados
com Doenças Transmitidas por ou-
CODAR-HB.G CODAR-23.5
tros ou por mais de um Mecanismo
de Transmissão
Leptospirose CODAR-HB.GLP CODAR-23.501
Raiva CODAR-HB.GRV CODAR-23.502
Tétano CODAR-HB.GTE CODAR-23.503
Schistossomose ou esquistos-
CODAR-HB.GSC CODAR-23.504
somose
Outras doenças transmitidas por
outros ou mais de um mecanis- CODAR-HB.GGE CODAR-23.599
mo de transmissão

Capítulo IV
Codificação Dos Desastres Mistos
Título I
Desastres Mistos Relacionados Com A
Geodinâmica Terrestre Externa
Considerações sobre o Manual de Política Nacional da Defesa Civil
148

Quadro n. 11
Sistematização da Codificação Alfabética e
Numérica dos Desastres Mistos Relacionados com a
Geodinâmica Terrestre Externa

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Mistos Relacionados com
CODAR-ME CODAR-31
a Geodinâmica Terrestre Externa
Desastres Mistos Relacionados com
CODAR-ME.I CODAR-31.1
a Ionosfera
Bolsões de redução da camada de
CODAR-ME.IRO CODAR-31.101
ozônio
Desastres Mistos Relacionados com
CODAR-ME.A CODAR-31.2
a Atmosfera
Efeito estufa CODAR-ME.AEE CODAR-31.201
Chuvas ácidas CODAR-ME.ACA CODAR-31.202
Camadas de inversão térmica CODAR-ME.AIT CODAR-31.203
Anexo B
149

Título II
Desastres Mistos Relacionados com a
Geodinâmica Terrestre Interna

Quadro n. 12
Sistematização da Codificação Alfabética e
Numérica dos Desastres Mistos Relacionados com a
Geodinâmica Terrestre Interna

CODAR
Classificação
Alfabético Numérico
Desastres Mistos Relacionados
com a Geodinâmica Terrestre CODAR-MI CODAR-32
Interna
Desastres Mistos Relacionados
CODAR-MI.S CODAR-32.1
com a Sismicidade Induzida
Sismicidade induzida por re-
CODAR-MI.SIR CODAR-32.101
servatórios
Sismicidade induzida por ou-
CODAR-MI.SGE CODAR-32.199
tras causas
Desastres Mistos Relacionados
com a Geomorfologia, o Intempe- CODAR-MI.G CODAR-32.2
rismo e a Erosão
Salinização do solo CODAR-MI.GSS CODAR-32.201
Desertificação CODAR-MI.GDE CODAR-32.202

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