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Administração Financeira e Orçamentária – Prof. Sérgio Machado e Prof.

Marcel Guimarães
TCU e TC-DF Aula 12

Aula 12 – LRF parte 2:


Receita e Despesa Pública
AFO p/ TCU e TC-DF
Prof. Sérgio Machado
Prof. Marcel Guimarães
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Sumário
CAP. III: DA RECEITA PÚBLICA (ARTS. 11 A 14) ......................................................................................... 5

PREVISÃO E ARRECADAÇÃO ..................................................................................................................................... 5


Regra de ouro ................................................................................................................................................. 8
Estudos e estimativas das receitas ................................................................................................................... 9
Requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal ............................................................................... 10
Metas bimestrais de arrecadação ................................................................................................................... 14
RENÚNCIA DE RECEITA .......................................................................................................................................... 16

CAP. IV: DA DESPESA PÚBLICA (ARTS. 15 A 24) ...................................................................................... 22

GERAÇÃO DA DESPESA ......................................................................................................................................... 22


DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO .................................................................................................. 25
DESPESAS COM PESSOAL ...................................................................................................................................... 30
Limites de alerta, prudencial e máximo ...........................................................................................................40
Sanções ........................................................................................................................................................ 47
Prazos (e exceções aos prazos) para redução das despesas com pessoal ...........................................................48
DAS DESPESAS COM A SEGURIDADE SOCIAL ............................................................................................................. 53

QUESTÕES COMENTADAS- CESPE ........................................................................................................ 55

LISTA DE QUESTÕES - CESPE ............................................................................................................... 86

GABARITO – CESPE ...............................................................................................................................92

RESUMO DIRECIONADO ........................................................................................................................93

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Dica de um concursado para um concurseiro


Divida o conhecimento e ele se multiplicará! 😃

Você já viu aquela pegadinha sensacional, aquele pulo do gato que só você descobriu, que você viu alguém
comentar, mas não compartilhou com ninguém, porque não quer facilitar a vida do seu concorrente? Não quer
entregar esse conhecimento “de graça” e beneficiar a concorrência?
Pois é... eu também pensava assim. Guardava para mim. E eu aprendia bem, ok.
Mas quando eu comecei a compartilhar meus estudos e minhas descobertas com um amigo concurseiro,
o meu nível aumentou consideravelmente! ☝

Eu já disse em outra oportunidade: você aprende mais quando você ensina! Porque isso é um estudo ativo.
Quer fazer um teste?
Você acha que domina algum assunto? Pois dê uma aula sobre ele para alguém. Aí sim você vai saber o
que já está internalizado (“no seu sangue”) e o que você ainda precisa trabalhar.
E sabe o que você ganha em troca?
Seu amigo, sua amiga, também vai compartilhas as melhores descobertas com você!
“Ah, professor, mas eu ainda não me sinto confortável em ajudar a concorrência”
Para isso, eu lhe digo: enquanto você ajuda em 10% a concorrência, você se ajuda em 100%.
Já falei: você aprende mais quando você ensina! Sua concorrência está só lendo um comentário numa tela
ou ouvindo você falar algo, enquanto você está formulando uma resposta na mente, pensando ativamente
(“ativa a mente”)!
Ah! E quer saber outro segredo: sua concorrência não é seus colegas concurseiros ou os outros candidatos.
Sua concorrência é a prova. É você contra a prova! Você não elabora e nem pode controlar a prova. Você
tem que focar nas variáveis que você controla. Se é só você e a prova, e você não pode controlar a prova, então
só resta uma opção: focar em você! Em melhorar você!
E como melhorar?

Dividindo o conhecimento!

Divida o conhecimento e ele se multiplicará! 😃

Mentalidade dos campeões 🏆


As pessoas ricas acreditam na seguinte ideia: “Eu crio a minha própria vida.”

As pessoas de mentalidade pobre acreditam na seguinte ideia: “Na minha vida, as coisas acontecem.”

T. Harv Eker - Os Segredos da Mente Milionária

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Cap. III: da receita pública (arts. 11 a 14)


Previsão e Arrecadação
Se você acha que a previsão (estimativa) de receita não tem muita importância, então dá uma olhadinha
nesse exemplo:

João é funcionário de uma empresa e seu salário é de R$ 5.000,00. Mas, ambicioso do jeito que é, ele
também começou um negócio novo pela internet e está convicto de que vai conseguir mais R$ 5.000,00
mensais logo a partir do primeiro mês. Por isso, em seu orçamento, João estimou que sua receita mensal seria
de R$ 10.000,00.
Já que essa é a sua estimativa, então João fixou as suas despesas mensais assim:

• R$ 3.000,00 para o aluguel;


• R$ 3.000,00 para a fatura do cartão de crédito;
• R$ 1.000,00 para as contas de água, energia, internet, etc.;
• R$ 1.000,00 para a prestação e gasolina do carro;
• R$ 1.000,00 para alimentação;
• R$ 500,00 para academia;
• R$ 500,00 para seu cachorro.

Não é preciso ser um gênio para perceber que esse planejamento orçamentário está completamente
furado. Ele não reflete a realidade. A não ser que João encontre um jeito de ganhar mais R$ 5.000,00 por mês
(realizando a sua estimativa de R$ 10.000,00 mensais), é óbvio que várias despesas não serão executadas. Com
R$ 5.000,00, por exemplo, João não paga nem o aluguel e a fatura do cartão de crédito.
“Ah, professor. Mas é só ele cortar algumas despesas. Se mudar para um local mais simples e pagar menos
aluguel, gastar menos no cartão de crédito, vender o carro...”
É. Mas não é tão fácil assim. João acabou de entrar no novo apartamento. Se sair agora, vai pagar uma
bela multa. Também teve que renovar o apartamento: comprou cama, armários, ar condicionado, fogão,
geladeira... tudo no cartão de crédito! Sua fatura vai ser no mínimo R$ 2.500,00 pelos próximos 10 meses! E
João mora numa cidade com transporte público precário, por isso ele precisa do carro para trabalhar.
Agora João está numa situação difícil. Não consegue se desfazer dos seus altos gastos. Não tem outro
jeito senão recorrer a um empréstimo. Ele paga as contas, mas os juros são altos. Daqui a dois anos, a fatura
vai chegar e vai chegar forte!
E toda essa confusão e dor de cabeça só porque João estava convicto de que sua receita mensal seria R$
10.000,00.
Ah, se João tivesse estimado sua receita mensal corretamente... nunca teria assumido essas despesas e
nunca estaria nessa posição.
Pois é...
Na Administração Pública é do mesmo jeito! A previsão de receitas é a etapa que antecede a fixação do
montante de despesas que irá constar nas leis de orçamento, além de ser base para se estimar as necessidades
de financiamento do governo.

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Por isso a previsão da receita é importantíssima. E não deve ser negligenciada ou feita sem cuidado, pois
é onde tudo começa. Primeiro você estima quanto irá receber e depois determina o quanto irá gastar! É assim
que funciona! Está vendo como o montante de despesas depende da previsão de receitas? 😏

Quer outro exemplo para se convencer da importância da previsão das receitas? Vou lhe dar um que
acontece no âmbito dos Tribunais de Contas:

O município superestima a receita pública no orçamento público (na LOA). No ano seguinte, na Prestação de Contas Anual
(PCA), verifica-se que o ente incorreu em déficit orçamentário e financeiro. Agora o gestor vem “com o rabo entre as
pernas” justificar que isso aconteceu porque a arrecadação ficou aquém do esperado.

Mas é claro que ficou aquém do esperado! A receita arrecadada em cada um dos últimos três exercícios financeiros foi
cerca de R$ 10.000.000,00. E agora, nesse exercício, o gestor estima uma receita de R$ 20.000.000,00, arrecada mais uma
vez somente R$ 10.000.000,00 e vem dizer que a arrecadação ficou aquém do esperado? Give me a f***ing break! Qual foi
a justificativa para estimar a receita em R$ 20.000.000,00?

Foi por conta dessa superestimação da receita pública (especialmente receitas não vinculadas – como a de impostos) que
o ente fixou “dotações virtuais” (sem qualquer relação com a realidade financeira do município). Além disso, quando a
arrecadação da receita, naturalmente, ficou aquém do esperado e o gestor não realizou a limitação de empenho e
movimentação financeira (prevista no art. 9º da LRF), o caos foi instalado. É assim que o ente acaba em déficit
orçamentário e financeiro e o gestor acaba sendo responsabilizado por não ter tomado nenhuma providência para zelar
pelo equilíbrio fiscal (que é justamente o objetivo central da LRF, como verificamos no § 1º do artigo 1º da LRF, lembra?
😏).

“Beleza, professor! Mas como é que a Administração Pública vai estimar essa receita?”
Ah! Excelente pergunta. Para responder, basta dar uma lida no artigo 12 da LRF. Vamos lá?

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer
outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos,
da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.

Veja só: a previsão da receita não pode ser feita de qualquer jeito (“chuta um número aí, Peixoto! Tanto
faz!”). Há todo um estudo, estabelecimento de premissas e metodologia de cálculo por trás disso.
Agora vamos esquematizar esse artigo!
As previsões de receita deverão observar o seguinte:

• As normas técnicas e legais;


• Considerar os efeitos:
o das alterações na legislação;
o da variação do índice de preços;
o do crescimento econômico; ou
o de qualquer outro fator relevante.

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E as previsões de receita deverão estar acompanhadas:

• de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos;


• da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e
• da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

Demonstrativo de evolução Projeção para

Três últimos anos Exercício a que se Dois seguintes


referirem

2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

“Professor, como é que eles fazem essas projeções aí?” 🤨

Basicamente, é eles utilizam a seguinte fórmula:

Projeção de receitas = Base de Cálculo x (1 + índice de preço) x (1+ índice de quantidade) x (1 + efeito legislação)

Sendo que:

• Índice de preço: pode ser o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – que mede a
inflação), a variação cambial, a taxa de juros e a variação da taxa de juros, etc.;
• Índice de quantidade: é, por exemplo, o PIB real, o crescimento vegetativo da folha de
pagamento do governo federal, o crescimento da massa salarial ou o aumento do número de
alunos matriculados em uma escola;
• Efeito legislação: é uma mudança na alíquota ou da base de cálculo de alguma receita, em geral,
tarifas públicas e receitas tributárias, decorrentes de ajustes na legislação ou nos contratos
públicos.
“Beleza. E se essa estimativa precisar ser alterada, professor? Se o Poder Legislativo quiser fazer uma
reestimativa, por exemplo, ele pode o fazer?” 🧐

É aí que entra o § 1º do artigo 12 da LRF:

§ 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou
omissão de ordem técnica ou legal.

Pronto! Só erro ou omissão de ordem técnica ou legal que podem ensejar a reestimativa de receita por
parte do Poder Legislativo. 😉

Por exemplo: se um parlamentar deseja realizar uma emenda ao projeto de lei orçamentária que acarrete aumento na
despesa total do orçamento, ele precisa comprovar que houve um erro ou omissão (de ordem técnica ou legal) nas receitas.

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Preste atenção!
As emendas parlamentares não podem acarretar aumento na despesa total do orçamento, a menos
que sejam identificados erros ou omissões nas receitas, devidamente comprovados.

Questões para fixar


VUNESP – Câmara Municipal de Barretos – Advogado – 2017

Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo não será admitida ainda que comprovado o erro ou a omissão de
ordem técnica ou legal.

Comentários:

Ora mais! Nada disso! Na verdade (LRF, art. 12, § 1º):

§ 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem
técnica ou legal.

Gabarito: Errado

FCC – Procurador do Município de São Luís – 2016

Considerando o disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/00), relativamente à receita pública, as previsões de
receita observarão as normas técnicas e legais, e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos 5
anos, da projeção para os 5 seguintes àquele a que se referirem, sendo vedada a divulgação da metodologia de cálculo e
premissas utilizadas.

Comentários:

O que?! Passou foi longe! As previsões de receita realmente observarão as normas técnicas e legais, mas elas serão
acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos 3 anos (e não 5 anos), da projeção para os 2 seguintes
àquele a que se referirem (não para os 5 seguintes) e também serão acompanhadas da metodologia de cálculo e
premissas utilizadas.

Gabarito: Errado

Regra de ouro

Art. 12, § 2o O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao
das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária. (Vide ADIN 2.238-5)

Essa é a famosa Regra de Ouro, prevista no art. 167, III, da CF/88. 😃 Olha só:

Art. 167. São vedados:

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta;

Matematicamente falando:

Regra de ouro: OC £ DK

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Ou seja: as Operações de Crédito (OC) devem ser menores ou iguais às Despesas de Capital (DK)! Dito
de outra forma: a diferença entre o montante das despesas de capital e o montante previsto para as receitas de
operações de crédito no projeto de LOA deverá ser igual ou superior a zero.

!
Despesas
correntes

Operações Despesas
de crédito de capital

Repare, no entanto, que esse § 2º versa sobre a etapa de planejamento (pois fala em “o montante
previsto”), enquanto o dispositivo constitucional versa sobre a etapa de execução (“pois fala em “realização
das operações de créditos”).

• Art. 12, § 2º: O montante • Art. 167, III: É vedada a


Planejamento

Execução

previsto para as receitas realização de operações


de operações de crédito de créditos que excedam o
não poderá ser superior ao montante das despesas de
das despesas de capital capital, ressalvadas as
constantes do projeto de lei autorizadas mediante
orçamentária. créditos suplementares ou
especiais com finalidade
precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por
maioria absoluta.

De qualquer forma, esse dispositivo da LRF está suspenso (pela ADIN 2.238-5), porque não considerou
as exceções trazidas pelo comando constitucional. Mas a regra de ouro ainda está na CF/88 e, portanto,
continua válida! 😉

Estudos e estimativas das receitas


Ah, o artigo 12 também tem esse parágrafo aqui:

Art.12, § 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério
Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas
orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subsequente, inclusive da
corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.

Você lembra que os outros Poderes e entidades não encaminham a sua proposta orçamentária
diretamente para o Poder Legislativo, pois a iniciativa das leis orçamentárias sempre pertence ao Poder
Executivo?

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Lembra também que o Poder Executivo possui um prazo para encaminhar os instrumentos de
planejamento (PPA, LDO e LOA) ao Poder Legislativo e, por isso, também existe um prazo (estabelecido na
LDO) para que os outros Poderes e entidades encaminhem suas propostas orçamentárias ao Poder Executivo,
para fins de consolidação e ajustes na proposta orçamentária que será enviada ao Poder Legislativo?
Pois é. Só que a função típica dos outros Poderes e entidades não é a administração financeira e
orçamentária. Eles não têm muita intimidade com essa matéria. Por isso, o Poder Executivo, vai dar uma
“ajudinha” aos demais Poderes, disponibilizando estudos e estimativas das receitas para o exercício
subsequente.

Quando o Poder Executivo vai fazer isso? 🤔

No mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentárias,

“Por que trinta dias, professor?” 🤨

Para dar tempo dos demais Poderes analisarem esses estudos e estimativas e elaborarem as suas
propostas. 😉

Poder Executivo

Estudos, estimativas das receitas (para o


exercício subsequente) e memórias de cálculo

Demais Poderes e
Ministério Público

Prazo final para encaminhamento


30 dias antes das propostas orçamentárias

Requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal


Certo!
Então, você, felizmente, já entendeu que a previsão da receita é fundamental para o equilíbrio das contas
públicas. Agora, para explicar que a arrecadação da receita também é importantíssima, eu não preciso me
alongar, não é?
Afinal, de que adianta ter um documento que estabelece que você tem direito a ter R$ 10.000,00 na sua
conta todo mês, se esse dinheiro, de fato, não cai na sua conta? ☺

Por isso, é requisito essencial da responsabilidade na gestão fiscal que a Administração não só institua
todos os tributos de sua competência, mas também efetivamente arrecade-os.

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Agora vamos ler o artigo 11 da LRF:

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o
disposto no caput, no que se refere aos impostos.

Lembre-se que tributo é gênero e imposto é somente uma das cinco espécies de tributo:

Impostos

Taxas

Tributos Contribuições de
melhoria

Empréstimos
compulsórios

Contribuições
especiais

Pois bem...
Instituir, prever e arrecadar todos os tributos a que se tem direito é um requisito essencial da
responsabilidade na gestão fiscal. Agora, se o ente não instituir, prever e arrecadar todos os impostos (e eu
falei somente os impostos ☝) de sua competência, o bicho vai pegar: ele ficará proibido de receber
transferências voluntárias! 😱

Só que esse bicho é um cachorrinho fofinho! 😂 🐶

“Como assim, professor? Por quê?” 😅

Porque as sanções são duras, mas as exceções (as flexibilizações) as deixam bem macias. 😌

Explico...

Se o ente não instituir, prever e arrecadar todos os impostos de sua competência, ele ficará proibido de
receber transferências voluntárias. Essa é a sanção.
Mas ele continuará podendo receber transferências voluntárias relativas a ações de educação, saúde e
assistência social, conforme artigo 25, § 3º, da LRF (e essa é a flexibilização da sanção):

Art. 25, § 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes
desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência
social.

“E o que são transferências voluntárias mesmo, professor?” 🤔

Ah! Bem lembrado! 😄

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De acordo com o artigo 25 da LRF, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos
correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira,
que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
Portanto, se um ente está entregando recursos a outro ente e essa transferência não é decorrente de
determinação constitucional, legal ou esses recursos não são destinados ao SUS, então aquele ente só está
entregando esse dinheiro porque quer! Ele está voluntariamente transferindo os recursos. Essas são as
transferências voluntárias. Entendeu? 😉

Entrega de recursos
A outro ente da
(correntes ou de Federação
capital)

Transferências Determinação
Voluntárias constitucional

Não pode ser


Determinação legal
decorrente de

Sistema Único de Saúde


(SUS)

⚠ Mas atenção! Eu quero reforçar esse ponto que frequentemente é alvo de pegadinhas:

Preste atenção!
O ente só fica proibido de receber transferências voluntárias se ele não instituir, prever e arrecadar
todos os impostos de sua competência. Impostos! ☝

Isso significa que:

• Se o ente não instituir e arrecadar uma taxa, ele continua podendo receber transferências
voluntárias;
• Se o ente não instituir e arrecadar uma contribuição, ele também continua podendo receber
transferências voluntárias;
• Se o ente não instituir e arrecadar qualquer outra espécie de tributo que não seja imposto, ele
continua podendo receber transferências voluntárias.
Agora, se o ente não instituir e arrecadar um imposto, aí sim ele está proibido de receber transferências
voluntárias. 😬

E a pegadinha aqui é a mesma de sempre: trocar a palavra “imposto” por “tributo” ou por outra espécie
de tributo (taxa, contribuição de melhoria, contribuições, etc.). 😏

Portanto, a questão de prova vai contar uma historinha, na qual se o ente não instituir e arrecadar algum
tributo, ele estará proibido de receber transferências voluntárias. Ou então a questão vai copiar o dispositivo
da LRF e trocar as palavras, assim: “constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a
instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da

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Federação. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe essa regra, no que
se refere aos tributos”. Isso está errado!

Preste atenção!
Instituir e arrecadar todos os tributos são requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal, mas a sanção
só será aplicada se o ente não instituir e arrecadar todos os impostos de sua competência.

“Professor, então me responde essa: a União ainda não instituiu o Imposto sobre Grandes Fortunas. Isso
significa que ela não está observando um requisito essencial da responsabilidade na gestão fiscal?” 🤨

Exatamente! 😊

“Então, por se tratar de imposto, a União está proibida de receber transferências voluntárias dos demais
entes?” 😳

Correto! 😊

“Não acredito, professor.” 😱

Acredite! Afinal, de quem a União precisaria receber transferências voluntárias? Ela já é o ente mais rico.
😄 E, na prática, a União não recebe transferências voluntárias de ninguém. Portanto, essa punição é
absolutamente inútil no caso federal.

E outra: o bicho que pegaria a União seria um cachorrinho fofinho! 😂 🐶 Ela continua podendo receber
transferências voluntárias relativas a ações de educação, saúde e assistência social. 😉

Questões para fixar


CESPE – AGU – Procurador Federal – 2007

Considere a seguinte situação hipotética.

Determinado município da Federação criou contribuição de melhoria, em virtude da construção do Parque Central,
cobrada dos moradores das proximidades do referido parque, em face da valorização imobiliária decorrente de sua
construção. Entretanto, apesar de legalmente constituído, o aludido município não regulamentou a cobrança do tributo
em comento, prejudicando a sua efetiva arrecadação.

Nessa situação, ficará vedada a realização de transferências voluntárias ao município da Federação em epígrafe.

Comentários:

A questão contou uma historinha na qual o ente criou um tributo, mas não o arrecadou.

Mas qual tributo? 🤔

Uma contribuição de melhoria! E essa é a chave para resolver a questão! Lembre-se:

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação
de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no
que se refere aos impostos.

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Portanto, se o ente não instituir e arrecadar um imposto, ele está proibido de receber transferências voluntárias. Mas se
o ente não instituir e arrecadar uma contribuição de melhoria, ele continua podendo receber transferências voluntárias.

Gabarito: Errado

CESPE – EBSERH – Analista Administrativo – 2018

O município que deixar de arrecadar parcela do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana ficará proibido de
receber transferências voluntárias da União.

Comentários:

Agora sim! 😃

Qual foi o tributo que o ente deixou de arrecadar?

Um imposto! O imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU).

Então, realmente, ele ficará proibido de receber transferências voluntárias de outro ente.

Gabarito: Certo

CESPE – IPEA – 2008

Afronta o conceito de responsabilidade fiscal da receita o fato de, até a presente oportunidade, a União não ter instituído
o imposto sobre grandes fortunas.

Comentários:

Questão é de 2008, mas continua atual! 😅

Sim! O Fato de a União não ter instituído o imposto sobre grandes fortunas é uma afronta à responsabilidade na gestão
fiscal, pois a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos de sua competência é um requisito essencial
da responsabilidade na gestão fiscal (LRF, art. 11). E a União, realmente, ainda não instituiu esse imposto.

Gabarito: Certo

Metas bimestrais de arrecadação


Os SEALs (Marinha Americana) costumam fazer esta pergunta: como você comeria um elefante? 🧐

A resposta correta é: com uma mordida por vez! 😏

Diante de uma grande tarefa, o que você faz?

Você a quebra em pequenos pedaços, pequenas tarefas, porque isso torna a grande tarefa muito mais
tangível e lhe permite controlar o seu progresso. ✅

Agora imagine que a sua meta é ganhar R$ 100.000,00 em um ano. Mas você não se preocupa em
acompanhar a arrecadação ao longo do ano. Você só espera que os R$ 100.000,00 estejam lá na sua conta no
dia 31 de dezembro.

Beleza. Então o que acontece se você chegar no dia 20 de dezembro e só tiver arrecadado R$ 60.000,00?
Você arrecadou essa quantia durante todo o ano e agora acha que vai arrecadar o restante (R$ 40.000,00) em
10 dias? 🤨

Não seria melhor se você estabelecesse uma meta bimestral de arrecadação e fosse acompanhando isso
a cada fim de bimestre? 🤔

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Assim, se em algum bimestre a arrecadação ficasse abaixo do esperado, você já saberia que teria que
arrecadar mais nos próximos (ou que teria que cortar mais gastos).
Pois é exatamente isso que o artigo 13 da LRF preceitua:
Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em
metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de
combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida
ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.

Como você sabe: às vezes se ganha, às vezes se perde. Não necessariamente a meta bimestral de
arrecadação é constantemente alcançada ao longo de todo o exercício. É possível que em alguns bimestres a
arrecadação seja maior ou menor do que a meta.
Por isso, preparei um exemplo de desdobramento das receitas previstas em metas bimestrais de
arrecadação:

Bimestre Meta de arrecadação


Janeiro – Fevereiro R$ 4.000,00
Março – Abril R$ 1.000,00
Maio – Junho R$ 1.000,00
Julho – Agosto R$ 2.000,00
Setembro – Outubro R$ 3.000,00
Novembro – Dezembro R$ 4.000,00
Total R$ 15.000,00
Quero que você preste atenção também na periodicidade dessa meta. Ela é bimestral! ☝

Lembra o que mais é bimestral? A verificação se a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal, para fins de limitação de empenho e movimentação
financeira (LRF, art. 9º).

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de
diretrizes orçamentárias.

Sabe o que mais é bimestral? 🤔

O Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO), previsto no art. 52 da LRF.

Art. 52. O relatório a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e o
Ministério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e composto de:
(...)

“Por que você está falando isso, professor?” 🤔

Porque eu quero que você perceba que quando estamos falando de execução orçamentária, a
periodicidade é bimestral! 😏

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Renúncia de receita
Fique ligado! Essa parte (juntamente com as seguintes) é uma das mais importantes.

Aumentar despesas é algo preocupante, não é mesmo? Por isso que deve haver toda uma análise antes
de comprometer um pouco mais do orçamento público.

Na sua casa não é assim? Antes de assinar aquele pacote extra da TV a cabo ou aumentar a velocidade da internet, você
pensa: “será se vale a pena pagar X reais a mais por isso? Eu estou precisando mesmo disso? Isso iria comprometer muito
meu orçamento? Quanto iria sobrar no final do mês se eu fizesse essa alteração?”

“Professor, eu acho que você está se confundindo. Essa seção é sobre renúncia de receitas e não sobre o
aumento de despesas.” 🤨

Mas veja bem: o impacto não é praticamente o mesmo? 🤔 Tanto faz você gastar R$ 100,00 a mais por
mês ou ganhar R$ 100,00 a menos por mês. No final das contas, o resultado será o mesmo! 😅

É por isso que a renúncia de receitas está nessa categoria. A LRF trata a renúncia de receitas como se
fosse uma despesa (por isso que ela é chamada de gasto tributário)! E é por isso que nós a estudamos
juntamente com a geração de despesas (art. 16) e a geração de Despesa Obrigatória de Caráter Continuado
(art. 17). As exigências legais para esses três “comprometedores de orçamento” são bem parecidas e as bancas
adoram isso! 😄

Mas não se preocupe! Daqui a pouco você vai encontrar um quadro comparativo que vai ser excelente
para suas revisões! Recomendo guardá-lo com muito carinho! 😄

Então vamos começar: o que é uma renúncia de receita? 🤔

É quando o Estado tem o direito de arrecadar alguma receita, mas escolhe não o fazer.

É como se você renunciasse o seu salário. Sem dinheiro, como você iria sobreviver? Como iria pagar o aluguel, comprar
comida, itens de higiene?

“Pois é, professor. Mas eu não sou doido de renunciar o meu salário. Então por que o Estado está sendo doido
e renunciando receita?”

😂 O Estado não está sendo doido. A ideia por trás de uma renúncia de receita é: dar um passo para trás,
para depois dar dois para frente.
Um exemplo vai cair muito bem aqui:

Imagine que uma empresa chinesa esteja querendo instalar uma nova fábrica no Nordeste. Geograficamente e
logisticamente, a melhor localização para a fábrica seria no Estado de Pernambuco, mas o Estado do Ceará está muito
interessado em trazer essa fábrica para seu território, pois isso iria estimular o desenvolvimento econômico do Estado,
criar empregos, gerar mais renda, mais consumo, atrair outras empresas, etc.

O Ceará sabe que, logisticamente, a melhor opção para a empresa é o Estado de Pernambuco, mas está tão interessado
em atrair essa indústria que está disposto a renunciar a sua receita de ICMS. Portanto, o Ceará faz a seguinte oferta para a
empresa: “coloque sua indústria no Ceará e você não terá que pagar ICMS por 5 anos!”

De repente o Ceará ficou muito interessante para essa empresa, não é mesmo? O Estado está deixando de arrecadar essas
receitas a que teria direito, mas, por outro lado, está gerando emprego e desenvolvimento econômico. Um passo para
trás, para depois dar dois para frente.

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Beleza. Só que não é muito inteligente da parte de um ente sair renunciando receitas “a torto e a direito”
(à toa, às cegas, sem controle). Muito em breve esse ente não teria quase nenhuma receita para arrecadar e a
sua situação fiscal estaria horrível, com pouco dinheiro para entrar e muitas contas para pagar! 😬 E o Estado
precisa de dinheiro para realizar o seu propósito (lembra da Atividade Financeira do Estado? 😏).

Por isso, se algum ente quiser fazer uma renúncia de receita ele terá que seguir algumas regras! Terá que
atender a algumas exigências! E elas estão lá no artigo 14 da LRF, vamos ver:

Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra
renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes
orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei
orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no
anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do


aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.

Então é o seguinte: para a concessão de renúncia de receita, o ente precisa:


1. De estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois
seguintes;

Estimativa do impacto orçamentário-financeiro

Exercício em que
deva entrar em vigor
Dois seguintes

2018 2019 2020

2. atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias;


3. atender a pelo menos uma das seguintes condições (não precisa das duas! Uma ou outra já basta!):
3.1. demonstração pelo proponente de que a renúncia já foi considerada e não afetará as metas de
resultados fiscais;

Basicamente o ente vai dizer: “olha só, eu já estudei e já analisei. Essa renúncia de receita já tinha sido considerada quando
publiquei a LOA e ela não vai afetar em nada as metas de resultados fiscais.”

3.2. medidas de compensação (no exercício financeiro em que deva iniciar sua vigência e nos dois
seguintes).

E como o ente vai compensar essa renúncia de receita? Aumentando outra receita.

Como é que aumenta outra receita? Por meio da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação
de tributo ou contribuição.

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Vamos ligar alguns pontos agora? 😄

Como não é inteligente da parte de um ente sair renunciando receitas “a torto e a direito”, seria
interessante, então, acompanhar a estimativa dessas renúncias de receitas e as medidas de compensação que
estão sendo adotadas. Não é mesmo? 😏

“Mas como fazer isso, professor?” 🤔

Por meio de um demonstrativo do Anexo de Metas Fiscais (AMF), quer ver?

Art. 4º, § 2º O Anexo conterá, ainda: (...)

V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das


despesas obrigatórias de caráter continuado.

Estimativa de impacto
(exercício de vigência + 2)

Renúncia de atender ao disposto na


receitas LDO demonstrar que a
renúncia já foi
considerada e não
afetará as metas de
Pelo menos uma das resultados
seguintes condições:
medidas de compensação
(exercício de vigência + 2)

§ 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em


caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução
discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado.

Preste atenção!
A renúncia de receita compreende a concessão de isenção em caráter não geral

“Por que você destacou isso, professor?”


Porque você vai encontrar um monte de questões que tentam lhe enganar, dizendo que renúncia de
receita compreende a concessão de isenção em caráter geral. Mentira! A renúncia de receita compreende a
concessão de isenção em caráter não geral!

“E qual a diferença, professor?” 🤔

Simples! A isenção de caráter geral é para todos. A isenção de caráter não geral é só para alguns
selecionados. 😏

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“E qual é a lógica por trás disso, professor?”


A lógica por trás disso é que se a isenção é geral, concedida indistintamente a todos não privilegia
ninguém individualmente considerado, ou seja, não favorece determinadas categorias econômicas em
detrimento de outras. Essa receita, portanto, não constará do planejamento orçamentário, posto que não
haverá arrecadação alguma nesse caso em particular.
Já na isenção de caráter não-geral haverá arrecadação do tributo somente das pessoas ou categorias
econômicas não foram beneficiadas com essa benesse fiscal. Nesse caso, a arrecadação de receitas será
afetada, pois parcela daqueles que deveriam contribuir será dispensada deste pagamento.
É por isso que a isenção em caráter não geral é considerada renúncia de receita e, por conseguinte, deve
observar os requisitos legais previstos no artigo 14 da LRF.

Isenção em • Renúncia de receita


caráter não geral

Isenção em • Não é renúncia de receita


caráter geral

Resumindo: houve tratamento diferenciado? Então é renúncia de receita! 😉

Renúncia de receita
• anistia (perdão de multas)
• remissão (perdão de dívidas)
• subsídio
• crédito presumido (é utilizado quando se pretende reduzir a carga tributária do
contribuinte)
• concessão de isenção em caráter NÃO geral
• alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução
discriminada de tributos ou contribuições
• outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado

§ 2º Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer
da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas
referidas no mencionado inciso.

Numa das condições para a concessão de renúncia de receita, o ente tem que escolher entre:

• apresentar uma demonstração de que a renúncia já foi considerada e não afetará as metas; ou
• apresentar medidas de compensação.
Se optar pelas medidas de compensação, o ente deve primeiro implementá-las para só depois conceder
a renúncia de receita.

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§ 3º O disposto neste artigo não se aplica:

I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição,
na forma do seu § 1º;

II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.

“Que impostos são esses mencionados no inciso I, professor?”


São os seguintes:

• Imposto sobre Importação de produtos estrangeiros (II);


• Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE);
• Imposto sobre produtos industrializados (IPI);
• Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários
(IOF).
Portanto, o que você tem que levar para a prova é o seguinte: a alteração de alíquota do II, IE, IPI e IOF
não se sujeita às regras para renúncia de receitas.

Preste atenção!
As regras do artigo 14 não se aplicam às alterações de alíquotas dos seguintes impostos: II, IE, IPI e IOF

“E essa coisa de ‘cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança’,
professor?”

Vou explicar com um exemplo: se o débito é de R$ 10,00, mas a Administração Pública precisa pagar no
mínimo R$ 100,00 para cobrar esse débito, não seria melhor deixar para lá? Afinal, o resultado final seria
negativo de R$ 90,00, ou seja, a Administração Pública sairia no prejuízo! 😬

Você faria isto? Existe uma nota de R$ 10,00 atrás de uma porta 🚪, mas para abrir a porta você precisa pagar R$
100,00. Você prefere não abrir a porta e deixar de ganhar os R$ 10,00 ou abrir a porta e sair no prejuízo de R$ 90,00?
Claro que é melhor não abrir a porta e deixar de ganhar os R$ 10,00, não é? 😄

Por isso que não há problema algum em cancelar um débito cujo montante seja inferior ao dos
respectivos custos de cobrança. Nesse caso, as regras para renúncia de receita não se aplicam. 😉

Questões para fixar


VUNESP – TJ-SP – Administração Judiciário – 2019

Segundo a legislação vigente no Brasil, a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual
decorra renúncia de receitas deve atender ao seguinte pressuposto: deverá estar acompanhada de demonstração pelo
proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas
de resultados fiscais ou estar acompanhada de medidas de compensação por meio do aumento de receita.

Comentários:

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É isso mesmo! 😄 Numa das condições para a concessão de renúncia de receita, o ente tem que escolher entre: apresentar
uma demonstração de que a renúncia já foi considerada e não afetará as metas ou apresentar medidas de compensação.
Veja como a LRF fala que a concessão de renúncia de receita deverá atender a pelo menos uma dessas duas condições:
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá
estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois
seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma
do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita,
proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
Gabarito: Certo

FCC – DPE-RR - Administrador– 2015

Configura renúncia de receita o cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.

Comentários:

Configura mesmo? Não! Não Configura renúncia de receita o cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos
respectivos custos de cobrança (LRF, art. 14, § 3º, II).

Gabarito: Errado

FCC – DPE-RR - Administrador– 2015

Concessão de isenção em caráter não geral é modalidade de renúncia de receita.

Comentários:

Atenção! A questão falou em isenção de caráter geral ou não geral? 😏

Não geral! Então foi um tratamento diferenciado. Essa é uma renúncia de receita! E ela está prevista lá no artigo 14, § 1º,
da LRF.

Gabarito: Certo

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Cap. IV: da Despesa Pública (arts. 15 a 24)


Geração da Despesa
Agora sim nós, oficialmente, entramos no capítulo sobre despesa pública! 😄

E se para renunciar receitas o ente tem que cumprir algumas exigências, é de se esperar que para
aumentar despesas o ente também tenha que cumprir exigências, não é mesmo? 😏

“Claro, professor. Parece muito lógico!” ☺

E é mesmo! 😄

Então vejamos o que a LRF diz sobre a geração da despesa:

Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da
despesa será acompanhado de:

I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois
subsequentes;

II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira


com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias.

§ 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:

I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que
esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie,
realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites
estabelecidos para o exercício;

II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme com
as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de
suas disposições.

§ 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e metodologia de
cálculo utilizadas.

Então, para a geração (aumento) da despesa, o ente precisa de:

1. estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício no exercício em que deva entrar em vigor e


nos dois subsequentes (igual à renúncia de receitas e igual à geração de DOCC);
2. declaração do Ordenador da Despesa (OD) de que o aumento é:
2.1. LOAdequada: adequação orçamentária e financeira com a LOA;
2.2. comPPAtíveLDO: compatibilidade com o PPA e LDO.

Pronto! Só isso! 😃 Aqui não tem aquela história de “pelo menos uma das seguintes condições”. Aqui tem
que satisfazer essas duas condições.

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Estimativa de impacto
(exercício de vigência + 2)
Geração da
despesa LOAdequada

Declaração do OD

comPPAtíveLDO

“Mas, professor, tem que fazer isso toda vez que for aumentar despesa?” 🤨

Não! Algumas são excetuadas:

§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em que dispuser
a lei de diretrizes orçamentárias.

Agora, eu pergunto: quem vai dizer que aquela despesa é irrelevante? 🤔

A LDO! 😃

Conclusão: as despesas irrelevantes (conforme dispuser a LDO) não precisam observar as regras para a
criação, expansão e aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento de despesa.

“Certo, professor. Mas essas regras servem para que? Por que o ente tem que seguir essas regras?” 🧐

Ora, é porque:

§ 4º As normas do caput constituem condição prévia para:

I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;

II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3º do art. 182 da Constituição.

Essa desapropriação de imóveis urbanos é aquela que exige prévia e justa indenização em dinheiro. 💵

Questões para fixar


IADES – SES-DF – Administrador – 2018

Segundo o artigo 16 da Lei Complementar nº 101/2000, a criação, a expansão ou o aperfeiçoamento de ação


governamental que acarrete aumento da despesa, no âmbito da administração pública, será acompanhado de

a) estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e no subsequente.

b) declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei
orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

c) medidas de aumento de receita proveniente da elevação de alíquotas de tributos.

d) demonstração de que a despesa foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as
metas de resultados fiscais previstos.

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e) estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos três exercícios seguintes ao que deva entrar em vigor e nos cinco
subsequentes.

Comentários:

Vamos bater cada uma das alternativas:

a) Errada. A estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício no exercício em que deva entrar em vigor e nos
dois subsequentes (e não somente no exercício subsequente).

b) Correta. Sim. Para aumentar despesas o ente precisa de declaração do Ordenador da Despesa (OD) de que o aumento
é: LOAdequada (adequação orçamentária e financeira com a LOA) e comPPAtíveLDO (compatibilidade com o PPA e
LDO).

c) Errada. O ente não precisa disso para geração de despesas, mas talvez precise disso para renúncia de receita ou aumento
de DOCC.

d) Errada. Essa é uma exigência para a renúncia de receita. Viu como as bancas gostam de brincar com isso? 😅

e) Errada. Mais uma vez: a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício no exercício em que deva entrar
em vigor e nos dois subsequentes.

Gabarito: B

FCC – Prefeitura de Teresina - PI - Técnico de Nível Superior - Analista de Orçamento e Finanças Públicas – 2016

A Lei de Responsabilidade Fiscal estabeleceu regramentos para a criação, expansão e aperfeiçoamento de ação
governamental que acarrete aumento de despesa, mas excepcionou aquelas consideradas de pequena monta. Esse tipo
de despesa, cuja normatização deve estar na Lei de Diretrizes Orçamentárias, é denominada

A) mínima.

B) insignificante.

C) não produtora de efeitos patrimoniais.

D) irrelevante.

E) não vinculada.

Comentários:

São as despesas irrelevantes! As despesas irrelevantes (conforme dispuser a LDO) não precisam observar as regras para
a criação, expansão e aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento de despesa.

Gabarito: D

FCC – SEFAZ-PE – Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – 2014

Despesa adequada com a lei orçamentária anual é a despesa que se conforma com as diretrizes, objetivos, prioridades e
metas ali previstas.

Comentários:

Desde quando que a Lei Orçamentária Anual (LOA) contém diretrizes, objetivos, prioridades e metas? Princípio da
exclusividade? Alô? A LOA só poderá conter a previsão de receitas e fixação de despesas (fora algumas exceções). As
diretrizes, objetivos e metas são estabelecidas no Plano Plurianual (PPA) e as metas e prioridades na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO).

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Na verdade, corrigindo a questão, a despesa compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias
(comPPAtíveLDO) é a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses
instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições (LRF, art. 16, § 1º, II).

Já a despesa adequada com a Lei Orçamentária Anual (LOAdequada) é a despesa objeto de dotação específica e
suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie,
realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o
exercício (LRF, art. 16, § 1º, I).

Gabarito: Errado

Despesa Obrigatória de Caráter Continuado


Se para aumentar despesas o ente deve ter que cumprir algumas exigências, imagine se essa despesa for
uma “despesa carrapato”.

“’Despesa carrapato’, professor?” 🤨

É! Aquela que vai ficar na sua cola por um bom tempo! 😂

Pois é. Por isso que ela merece ainda mais atenção e o ente precisa cumprir ainda mais exigências se quiser
aumentá-la.

“Faz sentido, professor. Mas como se chamam essas despesas? Eu não vou chamá-la de ‘despesa carrapato’
na prova, né?”

Claro que não! Não faça isso, por favor! 😅😂

A LRF chama essas despesas de Despesa Obrigatória de Caráter Continuado (DOCC).

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida
provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por
um período superior a dois exercícios.

Despesa corrente
DOCC
Período superior a
dois exercícios

Veja como as DOCC são bem mais significativas, afinal elas comprometem o orçamento público por
vários anos! 😳

Você assinaria um contrato de financiamento de um imóvel amanhã, sem pensar muito a respeito, sem nenhum estudo
aprofundado? Eu espero que não! Porque isso vai comprometer boa parte da sua renda pelos próximos 30 anos, então é
bom pensar bem antes de assinar esse contrato.

Por isso que as exigências para a criação de DOCC são maiores e mais rigorosas, olha só:

§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com a
estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.

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§ 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada
ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o do art. 4o,
devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento
permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.

§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de


alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

§ 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo proponente, conterá as premissas e metodologia


de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do
plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.

Assim, para a geração de DOCC, o ente precisa de:


1. estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício no exercício em que deva entrar em vigor e
nos dois subsequentes (igual à renúncia de receita e geração de despesa);
2. demonstrar a origem dos recursos para seu custeio (de onde virá o dinheiro para pagar por essas
despesas?);
3. comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais;
4. compensação dos efeitos financeiros, seja por:
4.1. ⬆ aumento permanente da receita; ou por
4.2. ⬇ redução permanente da despesa.

Olha só que diferença interessante entre a renúncia de receita e a geração de DOCC:

• Na renúncia de receita, o ente precisa ou demonstra que a renúncia já foi considerada e não
afetará as metas de resultados fiscais ou implementa medidas de compensação (financeiro no
exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes).
• Na geração de DOCC, o ente precisa comprovar que a despesa criada ou aumentada não afetará
as metas de resultados fiscais e (além disso) precisa compensar os seus efeitos financeiros.
Aqui o ente precisa das duas coisas!
Por outro lado, da mesma forma que acontece lá na renúncia de receita (quando o ente opta por medidas
de compensação), aqui nas DOCC o ente também precisa primeiro implementar as medidas de compensação
citadas no § 2º (aumento permanente de receita ou redução permanente de despesa) para só então poder
conceder o aumento das DOCC. Vamos ler:

§ 5o A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das medidas
referidas no § 2o, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.

Só que nem todos os atos que criarem ou aumentarem despesa deverão ser instruídos com a estimativa
do impacto orçamentário-financeiro e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio. Existem duas
exceções:

• Despesas destinadas ao serviço da dívida;


• Reajustamento de remuneração de pessoal (revisão geral anual, aquele reajuste concedido
todo ano pela Administração para corrigir os efeitos da inflação e manter o poder de compra).

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Vamos ver como isso está na LRF:

§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento


de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.

⚠ Mas atenção! Essas despesas são exceções somente às regras 1 e 2 (que colocamos lá em cima):
estimativa do impacto orçamentário-financeiro e demonstração da origem dos recursos para seu custeio.

Continuando...

§ 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.

Se você tinha uma assinatura de um serviço por 1 ano e ao chegar próximo do fim você renovou/prorrogou
o serviço por mais 1 ano, isso não é um aumento de despesa? 🤔

Digamos que você pagava R$ 10,00 por mês. Em 1 ano você gastaria R$ 120,00, mas você resolveu
prorrogar por mais um 1 ano. Agora você vai gastar R$ 240,00 (R$ 10,00 x 24 meses). Aumentou ou não a sua
despesa? 😏

Pronto! Era isso que você tinha que saber sobre renúncia de receita, geração de despesa e DOCC! 😃

“Professor, mas o que acontece se o ente não respeitar todas essas regras que a gente acabou de ver?” 🤔

Simples! A resposta está no artigo 15:

Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de
despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

Agora eu vou lhe apresentar o quadro comparativo que prometi! Esse aqui você vai querer guardar com
carinho! 😄

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Renúncia de receita (art. 14) Geração da despesa (art. 16) DOCC (art. 17)
1. Estimativa do impacto 1. Estimativa do impacto
1. Estimativa do impacto orçamentário-
orçamentário-financeiro (exercício + orçamentário-financeiro
financeiro (exercício + 2 seguintes)
2 seguintes) (exercício + 2 seguintes)
aumento tem
adequação
orçamentária e 2. Demonstrar a origem dos recursos para seu
2. Atender ao disposto na LDO
financeira com a custeio
LOA
(LOAdequada)
2.
demonstração de
Declaração
que a renúncia foi
do OD: a) comprovação de que a
considerada na aumento tem
despesa criada ou
estimativa de receita compatibilidade
aumentada não afetará as
e de que não afetará com o PPA e LDO
metas de resultados fiscais
as metas de (comPPAtíveLDO)
(previstas no AMF)
resultados fiscais
(previstas no AMF)
3. Pelo menos
aumento
uma das
permanente
seguintes A despesa não
de receita
condições: será executada
(elevação de
medidas de antes da
alíquotas,
compensação implementação
ampliação
(exercício + 2 das seguintes
da BC,
seguintes) medidas: b)
majoração
compensação
ou criação de
dos efeitos
tributo ou
financeiros
contribuição)
aumento de receita
(elevação de
redução
Medidas de alíquotas, ampliação
permanente
compensação: da BC, majoração ou
de despesa
criação de tributo ou
contribuição)
Para as regras 1 e 2: serviço
II, IE, IPI, IOF,
Despesas da dívida e reajustamento
cancelamento de
Exceções: Exceções: consideradas Exceções: de remuneração de pessoal
débito < custo
irrelevantes (LDO) (revisão geral anual, prevista
cobrança
na CF/88)

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Questões para fixar


FCC – SEFAZ-SP – Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas – 2010

Sobre despesa pública, é correto afirmar que é considerada não autorizada, irregular e lesiva ao patrimônio público a
geração de despesa não acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar
em vigor e nos dois subsequentes.

Comentários:

Exatamente! De acordo com o artigo 15 da LRF:

Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção
de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

E o artigo 16 diz o seguinte:

Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será
acompanhado de:

I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;

Gabarito: Certo

CESPE - ANTT – Técnico Administrativo – 2013

Para que haja renúncia de receita, a Lei de Responsabilidade Fiscal determina que é necessário cumprir o disposto na LDO.
Além disso, o proponente deve demonstrar que a renúncia foi considerada na estimativa da receita da lei orçamentária
anual e que ela não afetará as metas de resultados fiscais previstos no anexo próprio da LDO.

Comentários:

Isso! De acordo com o artigo 14, da LRF, para concessão de renúncia de receita é preciso: estimativa do impacto
orçamentário-financeiro (exercício + 2 seguintes, atender ao disposto na LDO, e pelo menos uma das duas seguintes:
demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita e de que não afetará as metas de resultados
fiscais (previstas no AMF) ou medidas de compensação (exercício + 2 seguintes).

Gabarito: Certo

CESPE - FNDE - Técnico em Financiamento e Execução de Programas e Projetos Educacionais – 2012

É obrigatória e de caráter continuado a despesa corrente cuja obrigação de execução, legalmente regulamentada, supere
dois exercícios.

Comentários:

Exatamente. É isso que diz o artigo 17 da LRF. Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado (DOCC) são despesas
correntes (não de capital) que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois
exercícios.

Gabarito: Certo

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Despesas com pessoal


Antes de mais nada, você precisa saber o que é despesa total com pessoal. Você tem que saber o que é
esse conceito e o que é considerado despesas com pessoal e o que não é. Isso está no artigo 18:
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o
somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a
mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer
espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da
aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens
pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às
entidades de previdência.

Muita coisa está aí dentro, não é mesmo? 😅 Mas tem um pouco mais:

Art. 18, § 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de
servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".

⚠ Atenção! Nem todos os contratos de terceirização de mão-de-obra integram o limite de despesas com
pessoal. Você tem que perguntar: esse contrato de terceirização de mão-de-obra se refere à substituição de
servidores e empregados públicos?

• Se sim, então serão contabilizados como Outras Despesas de Pessoal (e aí eles integrariam o
limite de despesas com pessoal);
• Se não, então não serão contabilizados como tal.
Essa regra existe para que não haja burla ao limite de despesas com pessoal e à contratação por concurso
público (CF/88, art. 37, II).

Já pensou se essa regra não existisse? O limite de despesas com pessoal não iria servir para muita coisa. Se o ente já
estivesse acima do limite era só ele contratar terceirizados, em vez de realizar concurso público. Essencialmente seria a
mesma coisa que despesa com pessoal (até porque esses terceirizados estariam substituindo servidores e empregados
públicos), mas somente formalmente não seria.

Contratos de
terceirização de
mão-de-obra

... que se referem


à substituição de
servidores e
empregados
públicos
Outras
Despesas de
Pessoal

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Continuando: como será calculada a despesa total com pessoal? 🤔

Em primeiro lugar, você tem que saber qual período ela abrange:

Art. 18, § 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com
as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.

Parecido com o que acontece na apuração da Receita Corrente Líquida (RCL), não é mesmo? 😅

Mês Despesa Total com Pessoal mensal


maio, 2017 R$ 100,00
junho, 2017 R$ 100,00
julho, 2017 R$ 100,00
agosto, 2017 R$ 100,00
setembro, 2017 R$ 200,00
outubro, 2017 R$ 200,00 11 anteriores
novembro, 2017 R$ 200,00
dezembro, 2017 R$ 200,00
janeiro, 2018 R$ 100,00
fevereiro, 2018 R$ 100,00
março, 2018 R$ 100,00
abril, 2018 R$ 200,00 mês de referência
Despesa Total com Pessoal
apurada em abril de 2019 R$ 1.700,00
(primeiro quadrimestre)

Em segundo lugar: existem limites para a despesa total com pessoal estabelecidos nos artigos 19 e 20
(que veremos a seguir). Ao final de cada quadrimestre (4 meses) haverá uma verificação do cumprimento
desses limites. Isso está lá no artigo 22:

Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de
cada quadrimestre.

11 imediatamente anteriores

Mês de referência

Maio/2018 Setembro/2018 Dezembro/2018 Abril/2019

Verificação ao final de cada quadrimestre


(regime de competência)
Beleza! 😄

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Agora, finalmente, você vai conhecer os limites da despesa total com pessoal. Tenha sempre em mente
que eles são definidos em percentuais de receita corrente líquida (RCL). ☝

Preste atenção!
Os limites da despesa total com pessoal são definidos em percentuais de receita corrente líquida (RCL).

O artigo 19 apresenta os limites percentuais por ente, observe:

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em
cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita
corrente líquida, a seguir discriminados:

I - União: 50% (cinquenta por cento);

II - Estados: 60% (sessenta por cento);

III - Municípios: 60% (sessenta por cento).

Limites para despesas com


Ente federativo
pessoal (em % da RCL)
União 50%
Estados 60%
Municípios 60%
Mas esse artigo também define o que deve e o que não deve ser computado no cálculo das despesas com
pessoal:

§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas:

I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;

II - relativas a incentivos à demissão voluntária;

III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6º do art. 57 da Constituição;

IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se refere


o § 2o do art. 18;

V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos
transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda
Constitucional no 19;

VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por recursos provenientes:

a) da arrecadação de contribuições dos segurados;

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b) da compensação financeira de que trata o § 9ºdo art. 201 da Constituição; (compensação financeira
entre o RGPS e RPPS)

c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o
produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.

§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas com pessoal decorrentes de sentenças judiciais
serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.

“Professor, como é que eu vou lembrar disso, por favor?”

Calma. É só você pensar o seguinte: a LRF é sempre a favor da redução da despesa total com pessoal.
Por isso, ela dará todos os incentivos do mundo para um ente reduzi-las!

Por exemplo: o ente demitiu servidores e tem que pagar uma gorda indenização para eles? “Não se preocupe, ente. Pode
demiti-los tranquilamente, porque essa gorda indenização não vai entrar no cálculo das suas despesas com pessoal”.

Outro exemplo: o ente quer incentivar a demissão voluntária? Pode fazê-lo tranquilamente, pois esses incentivos não
serão computados nas despesas com pessoal.

Essa é a forma da LRF dizer: “esses são gastos com pessoal, mas eu não vou computá-los na despesa total
com pessoal, porque são gastos que ajudam a reduzir a despesa total com pessoal”.
Há também a situação que o gasto não será computado por conta do princípio da competência, a
exemplo das despesas decorrentes de competência de período anterior ao da apuração da despesa total com
pessoal.

Por exemplo: se estamos em 2019 e a despesa é do exercício de 2018, então ela não será computada na despesa total com
pessoal de 2019.

Nessa esteira, preste atenção no inciso IV do § 1º e no § 2º: ambos falam sobre despesas com pessoal
decorrentes de sentenças judiciais. A diferença é que as despesas decorrentes de sentenças Judiciais
referentes:

• aos últimos 12 meses serão incluídas no cálculo da despesa total com pessoal.
• a períodos anteriores aos últimos 12 meses não serão computadas no cálculo da despesa total
com pessoal

“Por que esse período de 12 meses, professor?” 🤔

Porque, de acordo com o § 2º do art. 18, “a despesa total com pessoal será apurada somando-se a
realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de
competência”.
Agora permita-me lhe dar alguns exemplos de despesas que são e que não são computadas no cálculo da
despesa total com pessoal1:

1
PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015.

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Despesas computadas no cálculo da despesa total Despesas não computadas no cálculo da despesa
com pessoal total com pessoal

Despesas de caráter indenizatório:

• Auxílio alimentação;
• Auxílio transporte;
• Auxílio moradia;
Pessoal ativo, inativo e pensionistas • Ajuda de custo;
• Diárias;
• Demissão de servidores ou empregados e
incentivos à demissão voluntária
• Convocação extraordinária do Congresso
Nacional

Despesas com inativos custeadas com recursos:

• da arrecadação de contribuições dos segurados


Encargos sociais e previdenciários • da compensação financeira entre o RGPS e
RPPS
• das demais receitas arrecadadas por fundo
vinculado a tal finalidade

Auxílios: natalidade e funeral

Salário-família

Sentenças Judiciais referentes aos últimos 12 Sentenças Judiciais – períodos anteriores aos últimos
meses 12 meses

Despesas de Exercícios Anteriores (últimos 12 Despesas de Exercícios Anteriores referente períodos


meses) anteriores aos últimos 12 meses

Abono de Permanência

Terceirização de Mão de Obra – referente à Terceirização de Mão de Obra – que não se refira à
substituição de servidores/empregados substituição de servidores/empregados

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Indenização por
demissão de servidores
e empregados

Incentivos à demissão
voluntária

Convocação
Não serão extraordinárias do CN
Despesas
computadas
com pessoal
no cálculo
decisão judicial

competência de
período anterior
da arrecadação de
Pessoal do DF, AP e RR contribuições dos
segurados
Inativos, quando
compensação financeira
custeadas com recursos
entre RGPS e RPPS
provenientes
demais receitas diretamente
arrecadadas por fundo
vinculado a tal finalidade

Esse foi o artigo 19. Agora vamos para o artigo 20, que apresenta os percentuais de despesa total com
pessoal por ente e por Poder. Eu vou transcrevê-lo abaixo, mas já adianto: você vai entender muito melhor
quando bater os olhos na tabelinha que preparei (ela vem logo em seguida):
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:
I - na esfera federal:
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União;

b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;


c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por cento)
para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e
o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas
a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios
financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar; (Vide Decreto nº 3.917,
de 2001)
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União;

II - na esfera estadual:
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;

b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;


c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;
d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados;
III - na esfera municipal:

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a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver;
b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Executivo.
§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos de
forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente líquida,
verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei
Complementar.

“Certo, certo, professor. Mas que órgãos são esses? Quem exatamente está sujeito a esses limites?” 🤔

Ah! O § 2º responde essa:


§ 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão:
I - o Ministério Público;

II - no Poder Legislativo:
a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União;
b) Estadual, a Assembleia Legislativa e os Tribunais de Contas;
c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Contas do Distrito Federal;

d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas do Município, quando houver;


III - no Poder Judiciário:

Despesas com pessoal


a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;

b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.

ÓRGÃOS
Câmara dos Deputados
Federal Senado Federal
I – Ministério Público TCU

Assembleia Legislativa
Estadual TCE
II – No Poder Legislativo TC dos Municípios (BA, GO, PA)

Câmara Legislativa (CLDF)


DF
TCDF

Câmara dos Vereadores


Municipal
TCM (SP e RJ)

STF
STJ
Federal TRFs
III – No Poder Judiciário Tribunais do Trabalho (TST e TRTs)
Tribunais Eleitorais (TSE e TREs)
e Tribunais Militares

Estadual TJ e outros (quando houver)

“Cadê essa tabela, professor?” 😤


Prof. Marcel Guimarães

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Calma, calma! 😅 Tem só mais um detalhe que você precisa saber antes de consultar a tabela:

§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os percentuais definidos nas alíneas a
e c do inciso II do caput serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos por
cento).

Isso significa que nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios (Bahia, Goiás e Pará -
para memorizar: BA GO PA), nós vamos subtrair 0,4% do percentual do Executivo e adicionar esses mesmos
0,4% ao Poder Legislativo. “Tira de lá e coloca aqui”. 😄

Pronto. Agora eis a gloriosa tabelinha. Essa aqui você tem que saber de trás para frente, de cima para
baixo, de todo jeito! Sugiro que você crie algum sistema, alguma forma de preencher essa tabela na sua mente
(ou então olhe bem para ela e resolva muitas questões. Com o tempo, esses percentuais ficarão naturais para
você). Mas como eu sou o seu professor, e meu trabalho é facilitar as coisas pra você, eu vou lhe dar dicas
valiosas de como memorizar esses números logo em seguida:

Estados (se
União Estados houver TC dos Municípios
Municípios)
Executivo 40,9% 49% 48,6% 54%
Judiciário 6% 6% 6% -
Legislativo, incluindo TCs 2,5% 3% 3,4% 6%
Ministério Público 0,6% 2% 2% -
Total 50% 60% 60% 60%

Para facilitar a visualização e memorização, vou excluir a coluna dos Estados que possuem TC dos
municípios (basta você lembrar daqueles 0,4%, ok? 😉).

União Estados Municípios


Executivo 40,9% 49% 54%
Judiciário 6% 6% -
Legislativo, incluindo TCs 2,5% 3% 6%
Ministério Público 0,6% 2% -
Total 50% 60% 60%

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Dica do professor Sérgio


Poder Judiciário é sempre 6%. Mas não existe Poder Judiciário nos municípios. Então quem será 6% é o Poder
Legislativo. Para fechar os 60% do município, sobra 54% para o Executivo (já que também não há MP no âmbito
municipal).

Na União, Poder Judiciário é 6% (como sempre). Divida isso por 10 e você chegará no limite do MP.

Na União e nos Estados, o percentual do Poder Executivo tem o algarismo 9. Nos Estados, é 49%. Para chegar no
percentual da União, coloque um zero entre o 4 e o 9: você chegará ao percentual de 40,9%.

Ah! E não se preocupe se você esquecer um determinado número: é só você somar até chegar no limite total do ente.
Por exemplo: nos Estados, você lembra que Poder Executivo é 49%, Poder Judiciário é 6%, Poder Legislativo é 3%,
mas você não lembra o percentual do MP. Só que você sabe que o limite de despesa total com pessoal dos Estados
é de 60% (esses são bem fáceis de lembrar). Então é só você fazer a seguinte conta: 60 – 49 – 6 – 3 = 2. Ou faça o
caminho inverso: 49 + 6 + 3 = 58. Quanto falta para chegar em 60? Só 2. Então está aí o seu percentual que faltava.

Agora vamos ver isso graficamente:


60% Ministério Público 2%
Legislativo, incluindo TCs 3% Legislativo, incluindo TCs 6%

Ministério Público 0,6% Judiciário 6%


50%
Legislativo, incluindo TCs 2,5%
Judiciário 6%
40%

30%
Executivo 54%
Executivo 49%

20% Executivo 40,9%

10%

0%
União Estados Municípios

Beleza! Agora deixa eu lhe contar uma dura verdade: por mais que você queira ser chamado para assumir
aquele cargo e por mais ínfima que seja a sua remuneração em relação ao orçamento total do ente, você tem
que entender que contratar um novo servidor público não é uma decisão fácil. 😕 O ente tem que ter plena
noção de que, possivelmente, ele terá que suportar essa despesa pelos próximos 30 (trinta) anos!
É por isso que:

Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:

I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1o do
art. 169 da Constituição;

II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.

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Ah! E já que estamos falando nisso:

Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal
expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão
referido no art. 20.

Imagine se pudesse fazer isso? O gestor sairia do poder com uma ótima reputação no âmbito da
Administração Pública (aumentou a remuneração dos servidores) e deixaria uma “herança maldita” para o seu
sucessor. Excelente para ex-gestor, não é mesmo? Ele prejudica o seu sucessor rival e ainda fica com uma
excelente imagem para as próximas eleições.

Só que isso, inclusive, é crime contra as finanças públicas 😳, tipificado no Código Penal Brasileiro, olha
só:

Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura

Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos
cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Aumento da despesa com pessoal

Últimos 180 dias do mandato

Janeiro/2020 Julho/2020 Dezembro/2020

Ato nulo e
Crime contra as finanças públicas
(art. 359-G, Código Penal)

⚠ Atenção para o prazo: 180 dias!

As questões adoram fazer confusão quanto a isso: costumam dizer que é o prazo é “no último ano de
mandato” ou “nos dois últimos quadrimestres do mandato”. Justamente porque esses prazos se referem a
outras restrições de final de mandato, observe:

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu
mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou
que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa
para este efeito.

Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante
o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes: (...)

IV - estará proibida: (...)

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b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

Aumento de despesa com pessoal


Últimos 180 dias (ato nulo e crime contra as finanças
públicas)

contrair obrigação de despesa que


não possa ser cumprida
integralmente dentro do mandato
Restrições de Últimos 2
ou que tenha parcelas a serem
final de mandato quadrimestres
pagas no próximo e não haja
disponibilidades suficientes para
isso

Realizar operações de crédito por


Último ano
ARO

Limites de alerta, prudencial e máximo


“Tá, professor, você falou dos limites. Beleza. Mas o que acontece se o ente estiver chegando perto do limite
ou se já tiver até ultrapassado o limite?” 🧐

Excelente pergunta! Essa é a hora de conversar sobre os limites de alerta (90%), prudencial (95%) e
máximo (100%).

100%
Máximo
95%
Prudencial
90%
Alerta
85%

80%

75%

70%

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O primeiro é o limite de alerta, que ocorre quando a despesa total com pessoal ultrapassa 90% do limite
máximo do ente.

Por exemplo: se o limite é de 60% da RCL (como é o caso dos Estados e Municípios), então o limite de alerta seria 90% de
60% da RCL. Isto é: 90% x 60% = 54% da RCL. Isso significa que quando algum Estado ou Município atinge os 54% de
despesas com pessoal, ele já está no limite de alerta.

Então digamos que:

RCL = R$ 100.000,00. Então,

Limite máximo de despesa total com pessoal = 60% x R$ 100.000,00 = R$ 60.000,00

Limite de alerta = 90% x 60% x R$ 100.000,00 = 54% x R$ 100.000,00 = R$ 54.000,00

Ele está previsto lá no § 1º do artigo 59:

§ 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem:

II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite;

III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de
garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites;

Veja que esses limites também se aplicam para as despesas com dívida pública

Agora preste atenção ao seguinte: no limite de alerta não há sanções! É só um alerta! É como se o
Tribunal de Contas estivesse dando um aviso (um alerta 😏) ao ente: “olha, você está chegando perto do seu
limite máximo, hein?! Já está em 90%. Estou alertando...”.

Preste atenção!
No limite de alerta não há sanções! É só um alerta!

O próximo é o limite prudencial, que ocorre quando a despesa total com pessoal excede 95% do limite.

Por exemplo: o limite máximo de um município é 60%. O limite prudencial seria: 95% de 60% = 57% de despesas com
pessoal.

Nesse aqui as coisas já começam esquentar! Já há algumas sanções. São medidas preventivas: que
buscam evitar com que o ente chegue ao limite máximo (100%). Portanto, enquanto o Poder ou órgão estiver
em excesso, ele está, basicamente, proibido de aumentar as despesas com pessoal (seja concedendo
vantagem, criando cargo, contratando pessoal, etc.). Nada mais lógico, não é mesmo? 😅 Agora é hora de agir
com prudência! 😏

Art. 22, Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do
limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:

I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo


os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista
no inciso X do art. 37 da Constituição;

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II - criação de cargo, emprego ou função;

III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;

IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a


reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e
segurança;

V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as


situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.

Viu como são medidas preventivas que buscam evitar o aumento das despesas com pessoal, protegendo
o equilíbrio fiscal? 😏

Quer contratar mais pessoal? Opa! Não dá! Você já está em 95% do limite da despesa total com pessoal
e ainda quer contratar mais? Negativo! Quer conceder aumento ou reajuste na remuneração dos servidores?
Negativo! E se alterar a estrutura de alguma carreira, de forma que essa alteração implique aumento da despesa
com pessoal? Também não pode!
Mas existe uma exceção! É possível contratar pessoal para reposição decorrente de aposentadoria ou
falecimento de servidores das áreas de:

• educação; 📚
• saúde; e 🏥💊💉
• segurança. 🔫

⚠ Atenção, porque há muitas pegadinhas aqui! Quero chamar sua atenção para dois pontos:

Primeiro ponto: a exceção é só para a reposição. Reposição significa restituição a uma condição ou estado
anterior ou antigo.

Por exemplo: se antes havia 10 servidores e agora só há 8, poderá haver reposição de, no máximo 2 servidores.

Mas não é qualquer reposição! É somente a reposição decorrente de:

• aposentadoria 🏖 ou
• falecimento ✝

No exemplo anterior, só poderá haver reposição se a saída dos 2 servidores se deu porque eles faleceram ou se
aposentaram.

Segundo ponto: mesmo que a reposição seja decorrente de aposentadoria ou falecimento, ela ainda
precisa atender outra condição: tem que ser de servidores das áreas de educação, saúde e segurança.

Eu disse: educação, saúde e segurança. ✅

Eu não disse: educação, saúde e assistência social. ❌

Preste atenção nisso, porque existe uma outra exceção (a exceção à aplicação das sanções de suspensão
de transferências voluntárias) que é feita para as ações relativas a educação, saúde e assistência social.

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Entendeu a pegadinha? As questões vão trocar as palavras “segurança” e “assistência social”. 😏

Exceções para contratação de pessoal quando


Exceções para recebimento de transferências
despesa total com pessoal exceder o limite
voluntárias
prudencial (95%)
Educação Educação
Saúde Saúde
Segurança 🔫 Assistência social 💚

Para exemplificar, recentemente, eu lancei a seguinte brincadeira nas minhas redes sociais
(@profsergiomachado):

E aí?! O consultor Marcel está certo ou errado? 🤔

Ele está errado! 😅

“Por que, professor?”


Porque não há sanções para o ente quando ele está no limite de alerta! As sanções, a exemplo da
vedação à contratação de pessoal, só começam no limite prudencial (95%). Portanto, o Estado não está
proibido de contratar mais pessoal. 😉

O próximo passo é ultrapassar o limite. Chegar ao limite máximo: 100% do limite de despesa total com
pessoal (os limites aumentam de 5 em 5, percebeu né? 😅). Aqui, além das sanções que já devem ter sido
implementadas no limite prudencial (95%) o ente se vê obrigado a eliminar o excedente em um determinado
período de tempo. Vamos ler o artigo 23 para você ver do que eu estou falando:

Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites
definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de
ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se,
entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da Constituição.

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“Então, que providências são essas, professor?”


São as seguintes (CF/88):

Art. 169, § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo
fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
adotarão as seguintes providências:

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;

II - exoneração dos servidores não estáveis.

Art. 169, § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável
poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.

E a LRF trouxe algumas regras a respeito dessas providências:

Art. 23, § 1o No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto
pela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. (Vide ADIN 2.238-5)

Art. 23, § 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos
à nova carga horária. (Vide ADIN 2.238-5)

Repare que uma das providências é a redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos
em comissão e funções de confiança. A LRF, então, nos diz que essa redução poderá ser alcançada tanto pela
extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. Só que parte final desse § 1º
do artigo 23 (“quanto pela redução dos valores a eles atribuídos”) está suspensa (pela ADIN 2.238-5), porque
prevê a redução de vencimentos dos servidores públicos: uma afronta ao princípio da irredutibilidade de
salários, previsto pela Carta Magna.
Por isso que, hoje, a redução das despesas com cargos em comissão e funções de confiança somente
poderá ser alcançada pela extinção de cargos e funções!

Preste atenção!
A redução das despesas com cargos em comissão e funções de confiança somente poderá ser
alcançada pela extinção de cargos e funções!

Pela mesma razão (afronta ao princípio da irredutibilidade de salários), todo o § 2º do artigo 23 está
suspenso, porque possibilita a redução temporária da jornada de trabalho com adequação de vencimentos.

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Preste atenção!
Não é possível reduzir a jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga
horária para fins de recondução da despesa total com pessoal ao limite.

Então, é isso aí! Se a despesa total com pessoal ultrapassar os limites, algo tem que ser feito! 😤

Essas despesas precisam ser reduzidas, reconduzidas para abaixo do limite novamente. E há um prazo e
condições para fazer isso: o percentual excedente (somente o excedente) terá de ser eliminado nos 2
quadrimestres seguintes (afinal, a verificação do cumprimento é feita a cada quadrimestre, vide art. 22, caput),
sendo pelo menos 1/3 desse excedente eliminado logo no 1º quadrimestre!

Ora! O ente tem que mostrar serviço! 😤 Tem que mostrar que está tratando o assunto com a devida
seriedade. Não pode começar desleixado, “fazendo corpo mole”. Por isso, deve-se eliminar 1/3 do excedente
logo no 1º quadrimestre!
Gosto de comparar o prazo para recondução das despesas com pessoal aos limites com uma partida de
futebol, que possui dois tempos. É como se você tivesse que ganhar o jogo de 3 a 0, sendo que tem que terminar
o 1º tempo ganhando de, pelo menos, 1 a 0 (um terço).

Partida de futebol
Pelo menos 1/3 do excedente
Excedente no 1º quadr.
Despesa com Pessoal

Limite Máximo
(100%)
Tem que ganhar de 3 a 0,
terminando o 1º tempo ganhando,
Tempo
pelo menos, de 1 a 0.
1º quadr. 2º quadr.

“Que massa, professor. Que esquema bem elaborado!” 😄

Pois é. Fiz isso, porque você precisa saber a diferença entre esses prazos e condições para recondução da
despesa total com pessoal ao limite e os prazos e condições para recondução da dívida ao respectivo limite.
As bancas adoram fazer uma confusão entre esses dois. Misturam os prazos e os percentuais.

Mas não se preocupe! Eu vou lhe ajudar! 😄

Se na recondução das despesas com pessoal você tinha que pensar numa partida de futebol, aqui na
recondução da dívida você tem que pensar numa partida de hóquei no gelo! 😅

Uma partida de hóquei no gelo não possui 2, mas sim 3 períodos. E agora você tem que ganhar o jogo de
4 a 0 (e não de 3 a 0), sendo que deve terminar o primeiro período ganhando, pelo menos, de 1 a 0 (25%).

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Montante de dívida consolidada

Pelo menos 25% do Partida de hóquei no gelo


Excedente excedente no 1º quadr.

Limite Máximo
(100%)

Tempo
1º quadr. 2º quadr. 3º quadr.
Tem que ganhar de 4 a 0, terminando
o 1º período ganhando, pelo menos,
de 1 a 0.
Aqui está o artigo da LRF:
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um
quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente
em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.

Questões para fixar


FCC – TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário – Contadoria – 2016
A Lei Complementar nº 101/2000, no que se refere ao controle da despesa com pessoal, estabelece que mesmo que o
Poder exceda a 95% do limite para a despesa com pessoal pode haver reposição decorrente de falecimento de servidor
para a área da segurança.

Comentários:

Exatamente! Mesmo estando acima do limite prudencial (95%) para a despesa com pessoal, pode haver reposição
decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidor para as áreas de educação, saúde e segurança (assistência social
não! Assistência social é exceção lá nas transferências voluntárias).

Gabarito: Certo

FGV – SEFAZ-RJ – Analista de Controle Interno – 2011


No tocante à despesa total com pessoal, caso ela ultrapasse os limites deferidos na LRF, o percentual excedente deverá
ser eliminado

a) nos dois semestres seguintes.

b) nos dois quadrimestres seguintes.

c) nos três quadrimestres seguintes.

d) nos dois quadrimestres seguintes, com pelo menos metade no primeiro.

e) nos dois quadrimestres seguintes, com pelo menos dois terços no primeiro.

Comentários:

Recondução das despesas com pessoal aos limites? Então você vai lembrar do jogo de futebol: são dois tempos, você
tem que ganhar de 3 a 0, sendo que tem que terminar o primeiro tempo já ganhando de 1 a 0 (um terço).

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Portanto, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço
no primeiro (LRF, art. 23).

E você tem que lembrar também que aqui são quadrimestres (e não semestres), afinal (LRF):

Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre.

Gabarito: B

FGV – SEFAZ-RJ – Analista de Controle Interno – 2011


No tocante à dívida pública, caso ela ultrapasse os limites definidos na LRF, o percentual excedente deverá ser eliminado
a) nos dois semestres seguintes.

b) nos dois quadrimestres seguintes.

c) nos três quadrimestres seguintes.

d) nos três quadrimestres seguintes, com pelo menos metade no primeiro.

e) nos dois quadrimestres seguintes, com pelo menos dois terços no primeiro.

Comentários:
Estamos falando de dívida pública, então estamos em um jogo de hóquei. Nesse jogo de hóquei, que tem três períodos,
você tem que ganhar de 4 a 0, mas tem que terminar o primeiro período já ganhando de 1 a 0 (25%).

Só com isso você já resolve a questão: o percentual excedente deverá ser eliminado nos três quadrimestres seguintes.
Gabarito: C

Sanções
O que acontece se o ente não conseguir reduzir as despesas com pessoal ou a dívida consolidada no prazo
estabelecido? 🤔

Boa pergunta! A resposta está lá no artigo 23 da LRF:

Art. 23, § 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não
poderá:

I - receber transferências voluntárias;

II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária


e as que visem à redução das despesas com pessoal.

“Como é que eu vou memorizar essas sanções professor?” 🧐

Tranquilo! O mnemônico aqui é:

OGTv

É como se fosse o Instagram TV (IGTV), mas com a letra “O”: OGTv. 😅

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OGTv significa:

• O: Operações de crédito;
• G: Garantia;
• T: Transferências voluntárias.
Estas são as sanções às quais estará sujeito o ente que não respeite o prazo para recondução das despesas
de pessoal (regras parecidas também se aplicam para a recondução da dívida consolidada – art. 31, §§ 1 e 2 – e
para a asseguração da transparência pública – art. 51, § 2º).
E veja que aqui não estamos mais falando de medidas preventivas. O ente já teve a sua chance lá no
limite prudencial (95%)! Agora chegou a hora de restrições (medidas corretivas). Agora o bicho vai pegar! 😬

Só que a flexibilização aqui também é grande. O bicho é mesmo um cachorrinho fofinho! 😅 Olha só:

1. O ente ainda pode receber transferências voluntárias relativas a ações de educação, saúde e assistência
social. Isso está lá no artigo 25, § 3º:

Art. 25, § 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes
desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência
social.

A LRF basicamente está dizendo o seguinte: “Ente, você não pode receber transferências voluntárias! Mas
se forem relativas a ações de educação, saúde e assistência social, você pode continuar recebendo”. ☺

Ora! Justamente os maiores gastos do ente! Ele quer receber mais transferências voluntárias para que?
Essa sanção aí não faz nem cosquinhas! 😂

2. E o ente ainda pode contratar operações de crédito se for para refinanciar a dívida mobiliárias ou para
reduzir as despesas com pessoal.

Preste atenção!
Mesmo estando acima do limite de despesas com pessoal, o ente pode contratar operações de
crédito que visem à redução das despesas com pessoal!

Prazos (e exceções aos prazos) para redução das despesas com pessoal
E tem mais informação interessante no § 4º do artigo 23:

§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no


primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.

Se já estamos no último ano do mandato, não dá para esperar dois quadrimestres, pois não se pode
deixar uma “herança maldita” para o sucessor. 😕 A LRF combate isso ferrenhamente! 😤

Mas, da mesma forma que os prazos podem ser aplicados imediatamente, eles também podem ser
duplicados ou até mesmo suspensos, caso o ente esteja passando por algumas situações. Vejamos (LRF):

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Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou
pelas Assembleias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a situação:
I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas nos arts. 23, 31 e 70;
II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de empenho prevista no art.
9º.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de estado de defesa ou de sítio, decretado na
forma da Constituição.

Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão duplicados no caso de crescimento real baixo
ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual ou superior
a quatro trimestres.
§ 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real acumulada do Produto Interno Bruto inferior
a 1% (um por cento), no período correspondente aos quatro últimos trimestres.
E agora eu lhe apresento uma novidade: uma alteração feita em 2018 (pela LC 164/18). Você sabe que as
bancas adoram novidades, não é? 😄

Então preste atenção:


§ 5º As restrições previstas no § 3º deste artigo não se aplicam ao Município em caso de queda de receita
real superior a 10% (dez por cento), em comparação ao correspondente quadrimestre do exercício
financeiro anterior, devido a:
I – diminuição das transferências recebidas do Fundo de Participação dos Municípios decorrente de
concessão de isenções tributárias pela União; e
II – diminuição das receitas recebidas de royalties e participações especiais.
§ 6º O disposto no § 5º deste artigo só se aplica caso a despesa total com pessoal do quadrimestre
vigente não ultrapasse o limite percentual previsto no art. 19 desta Lei Complementar, considerada, para
este cálculo, a receita corrente líquida do quadrimestre correspondente do ano anterior atualizada
monetariamente.

Mais uma colher de chá dada pela LRF! 😄 O bicho que ia pegar, o cachorrinho, ficou ainda mais fofinho
com a Lei Complementar 164/18, que introduziu os parágrafos 5º e 6º ao artigo 23 da LRF. 😂

É o seguinte: caso um Município experimente queda de receita real superior a 10% (dez por cento), em
comparação ao correspondente quadrimestre do exercício financeiro anterior, devido à diminuição das
transferências recebidas do Fundo de Participação dos Municípios decorrente de concessão de isenções
tributárias pela União; e diminuição das receitas recebidas de royalties e participações especiais, as restrições
previstas no art. 23, § 3º (receber transferências voluntárias, obter garantia, contratar operações de crédito...)
não se aplicam!
Mas temos que ver pelo outro lado também. Veja a opinião de Rodrigo Maia, então presidente da Câmara
dos Deputados, que negou ter flexibilizado a LRF: “o projeto não amplia gasto de pessoal, o gasto continua
limitado a 60% das receitas, o artigo 19 da LRF não foi modificado. Vale apenas em casos extremos, quando a
receita corrente cai mais de 10% real de um quadrimestre para outro, em cima de receitas que não estão sob
comando dos municípios, não por decisão deles, mas decisão da União. A União dá incentivos fiscais e,

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muitas vezes, impacta com muita força o Fundo de Participação dos Municípios ou royalties. São muitas
condicionantes para que os municípios possam ter esse benefício dentro dos 60%”.

Se estivermos no primeiro
Imediatamente quadrimestre do último ano do
mandato

Calamidade pública

Suspensos
Prazos para
redução de Estado de defesa ou de sítio
despesas com
pessoal

crescimento real baixo ou negativo


Duplicados
do (PIB)

Não se aplicam
queda de receita real superior a
10% (dez por cento)

Agora vai um resumo dos 3 limites que aparecem na LRF e dos prazos e suas exceções (você também vai
querer guardar essa tabela com carinho 😏):

Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos quando


constatarem que a despesa total com pessoal, as dívidas (consolidada e
Limite de alerta (90%) mobiliária), as operações de crédito e as concessões de garantia se
encontrem acima de 90% dos seus respectivos limites
Ainda não há sanções! É só um alerta!
Se a despesa total com pessoal exceder a 95%, são vedados:
1. concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de
remuneração a qualquer título,
salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação
legal ou contratual
A revisão geral anual ainda é permitida!
2. criação de cargo, emprego ou função
Limite prudencial (95%) 3. alteração de estrutura de carreira que implique aumento de
despesa (só a que implique aumento de despesa)
4. provimento de cargo público, admissão ou contratação de
pessoal a qualquer título
ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou
falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança -
seguridade social não!
5. contratação de hora extra
salvo situações previstas na LDO

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Além das medidas anteriores, adota-se também, entre outras:


1. redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança
2. exoneração de servidores não estáveis
3. extinção de cargos de servidores estáveis
Recondução ao limite:
o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres
seguintes, sendo pelo menos 1/3 no primeiro (jogo de hóquei)
Enquanto não conseguir reduzir, o ente não poderá:
1. receber transferências voluntárias (ainda pode receber
transferências voluntárias relativas a ações de educação, saúde e
assistência social - segurança não!)
2. obter garantia de outro ente
3. contratar operações de crédito,
ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e
as que visem à redução das despesas com pessoal (o ente está acima
Limite máximo (100%) do limite de despesas com pessoal, mas pode contratar operação de
crédito se isso for reduzir as despesas com pessoal)
Se o limite for excedido no primeiro quadrimestre do último ano do
mandato, essas restrições aplicam-se imediatamente (para não deixar
"herança maldita")
E essas restrições não se aplicam ao Município em caso de queda de
receita real superior a 10%, em comparação ao correspondente
quadrimestre do exercício financeiro anterior, devido a:
1. diminuição das transferências recebidas do FPM decorrente de
concessão de isenções tributárias pela União (Municípios não podem
ser penalizados por uma isenção que não foi concedida por eles)
2. diminuição das receitas recebidas de royalties e participações
especiais
Essa regra só se aplica caso a despesa total com pessoal do
quadrimestre vigente não ultrapasse o limite máximo (para este
cálculo, utiliza-se a RCL do quadrimestre correspondente do ano
anterior). Se ultrapassar, o Município não pode se beneficiar dessa
regra.

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Questões para fixar


FCC – SEGEP-MA – Técnico Previdenciário – 2018
Os gastos com pessoal nos entes federados NÃO poderão exceder 60% da receita corrente líquida de Estados e
Municípios, não se incluindo aí despesas decorrentes de incentivo à demissão voluntária.

Comentários:
Correto! O limite para os Estados e Municípios é esse mesmo: 60% de suas RCL. E tem mais:

Art. 19, § 1º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas: (...)
II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
Gabarito: Certo
FCC - TCE-CE – Analista de Controle Externo – 2015
Na fiscalização da gestão fiscal foi constatado que o montante da despesa total com pessoal do Poder Executivo de
determinado Estado da federação ultrapassou 90% do limite estabelecido na Lei Complementar nº 101/2000. Nestas
condições, o Poder Executivo
a) deverá informar ao Tribunal de Contas do Estado as medidas adotadas ou a adotar para reduzir o montante da despesa
com pessoal.
b) estará proibido de criar cargo, emprego ou função.
c) será alertado pelo chefe da equipe de auditoria interna.
d) estará proibido de receber transferências voluntárias.
e) será alertado pelo Tribunal de Contas do Estado.
Comentários:
Vejamos as alternativas:

a) Errada. Não há exigência legal disso.

b) Errada. O Estado da federação ultrapassou 90% do limite de despesa total com pessoal. Esse é o limite de alerta. E ele
é só isso: um alerta! Não há sanções ainda! 😄

c) Errada. O Estado da federação será alertado, mas não pelo chefe da equipe de auditoria interna.

d) Errada. Não há sanções no limite de alerta!

e) Correta. De acordo com o artigo 59, § 1º, II:

Art. 59, § 1º Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem: (...)

II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite;

Gabarito: E
FCC - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário – Contabilidade – 2012
Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se referem à substituição de servidores e empregados
públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal”.

Comentários:
Exatamente!
Art. 18, § 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e
empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".
Gabarito: Certo

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Das Despesas com a Seguridade Social


Em outra seção, a LRF trata das despesas com a seguridade social. Lembrando que

Seguridade social é PAS (paz com S)! 😅

Seguridade social = PAS (Previdência, Assistência social e Saúde)

Então vejamos o que diz a LRF:

Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a indicação da fonte de custeio total, nos termos do § 5o do art. 195 da Constituição,
atendidas ainda as exigências do art. 17.

Repare que a lei fala em fonte de custeio total. Não é parcial. É total! Portanto, se um ente quiser criar,
majorar ou estender um benefício ou serviço relativo à seguridade social, ele precisa ter uma fonte que cubra
toda a despesa que será gerada por essa ação.
Além disso, a concessão desse benefício também tem que atender às exigências do artigo 17 (Despesas
Obrigatórias de Caráter Continuado – DOCC), afinal essas despesas, que são correntes, fixam para o ente a
obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.

Preste atenção!
Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido
sem a indicação da fonte de custeio total

No entanto, aquela compensação (que se dá por aumento permanente de receita ou pela redução
permanente de outras despesas) do artigo 17 será dispensada se o aumento de despesa decorrer de (LRF, art.
24, § 1º):

• concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação


pertinente;
• expansão quantitativa (não é “qualitativa”) do atendimento e dos serviços prestados;
• reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.
Ah! Só mais um detalhe:

§ 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de saúde, previdência e assistência social,
inclusive os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.

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Questões para fixar


FCC – Procurador do Ministério Público do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo – 2011

Despesas com a seguridade social.

I. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da
fonte de custeio total, atendidas ainda as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal.

II. As regras sobre a seguridade social previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal são aplicadas a benefícios ou serviços de
saúde, previdência e assistência social, excluindo-se os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e
aos pensionistas.

III. É dispensada da compensação, prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal, o aumento de despesa decorrente de
concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação pertinente.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e II.

e) I e III.

Comentários:

Vamos analisar cada item:

I. Correto. Precisa da indicação da fonte de custeio total e ainda tem que atender às exigências estabelecidas para as DOCC
(art. 17 da LRF). Vamos conferir:

Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação
da fonte de custeio total, nos termos do § 5o do art. 195 da Constituição, atendidas ainda as exigências do art. 17.
II. Errado. Seguridade social realmente é “PAS com s” = previdência social, assistência social e saúde. No entanto, as regras
sobre seguridade social são aplicáveis, inclusive, aos destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos
pensionistas (LRF, art. 24, § 2º).

III. Correto. Esse aumento de despesa é dispensado da compensação prevista lá no artigo 17 (aumento permanente de
receita ou pela redução permanente de outras despesas). Quer ver como isso está na LRF? Então olha aqui:

Art. 24, § 1º É dispensada da compensação referida no art. 17 o aumento de despesa decorrente de:

I - concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação pertinente;

II - expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;

III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.

Gabarito: E

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Questões comentadas- CESPE


1. CESPE – STM - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018

É vedado ao Poder Executivo, para efeito de projeção das receitas orçamentárias, aplicar índices de reajustes
de preços sobre as séries históricas de arrecadação.

Comentários:
Como assim é vedado “aplicar índices de reajustes de preços sobre as séries históricas de arrecadação”?

Se é justamente isso que é feito! 😅

Lembra da fórmula? Aqui está ela:

Projeção de receitas = Base de Cálculo x (1 + índice de preço) x (1+ índice de quantidade) x (1 + efeito legislação)

Viu os índices de reajuste de preços aí? Eu marquei para você! 😉

Agora vamos ver a LRF para fixar:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer
outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.

Gabarito: Errado

2. CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Administração – 2017


A receita de tributos é uma receita orçamentária corrente cuja previsão pode ser alterada pelo Poder
Legislativo, se comprovada ocorrência de erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
Comentários:

Questão bem ao estilo da banca: duas assertivas em uma só! 😄

Então vejamos a primeira parte: “A receita de tributos é uma receita orçamentária corrente (...)”.
Essa parte está correta! Lembra do mnemônico?

Tributa Con PAISTO

Essas são as origens (2º nível) das receitas correntes (1º nível) da classificação por natureza de receita
(COE DT, está lembrando? 😉).

Muito bem!
Segunda parte:
“(...) cuja previsão pode ser alterada pelo Poder Legislativo, se comprovada ocorrência de erro ou omissão
de ordem técnica ou legal.”

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E essa parte também está correta, olha só:

Art. 12, § 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro
ou omissão de ordem técnica ou legal.

Só erro ou omissão de ordem técnica ou legal que podem ensejar a reestimativa de receita por parte do
Poder Legislativo. 😉

Gabarito: Certo

3. CESPE – TCE-PE - Auditor de Controle Externo – 2017

Determinado subsídio constituído por renúncia de receita pública poderá ser aprovado e colocado em execução
ainda que não esteja incluído no demonstrativo da estimativa de renúncia de receita da lei de diretrizes
orçamentárias.
Comentários:

Boa questão! 😄 Acompanhe!

Primeiro de tudo: subsídio é uma renúncia de receita pública! Confira aqui:

Art. 14, § 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção
em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução
discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado.

Segundo: você tem que lembrar das exigências para concessão de renúncia de receita.
Para conceder uma renúncia de receita, o ente precisa atender a pelo menos uma das seguintes
condições (não precisa das duas! Ou atende uma ou outra):

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei
orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo
próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do


aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.

Certo. Repare na marcação que eu fiz. Onde estão os resultados fiscais? No Anexo de Metas Fiscais (AMF)
da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Só que o ente não precisa atender essa exigência! Ele pode simplesmente atender à segunda exigência:
adotar medidas compensação.
Então eu lhe pergunto: renúncia de receita pública poderá ser aprovada e colocada em execução ainda
que não esteja incluído no demonstrativo da estimativa de renúncia de receita da lei de diretrizes
orçamentárias? 🤔

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Sim! Claro. Basta que o ente escolha conceder a renúncia de receita por meio da adoção de medidas de
compensação. 😏

Gabarito: Certo

4. CESPE – TCE-PR - Analista de Controle - Administração – 2016


Considerando o conceito de receita pública da LRF, assinale a opção correta.
A) Os requisitos essenciais da responsabilidade fiscal incluem a instituição, a previsão e a arrecadação efetiva
de tributos que incidem somente sobre a renda
B) Metas semestrais de arrecadação são definidas e monitoradas principalmente para facilitar o fluxo de caixa
do governo e a realização de gastos correntes.
C) Renúncia de receita deve ser acompanhada de análise de viabilidade econômica centrada no custo de
arrecadação da receita para a qual está sendo feita a referida análise.
D) É permitida, ao Poder Legislativo local, a realização de revisões trimestrais da estimativa de receita dos
estados, dos municípios e do Distrito Federal, exceto em casos comprovados de erro ou omissão de ordem
técnica e legal.
E) Estimativas de receitas para exercícios subsequentes bem como estimativas da receita líquida corrente e de
sua respectiva memória de cálculo devem ser apresentadas antes do prazo final de encaminhamento de
propostas orçamentárias.
Comentários:
a) Errada. Não somente sobre os tributos que incidem somente sobre a renda. Os requisitos essenciais da
responsabilidade fiscal incluem a instituição, a previsão e a arrecadação efetiva de todos os tributos de sua
competência (LRF, art. 11).
b) Errada. Metas semestrais? Nada disso! Queremos acompanhar mais de perto! As metas são
bimestrais:

Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em
metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de
combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida
ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.

c) Errada. Nada disso. Não é uma “análise de viabilidade econômica centrada no custo de arrecadação da
receita”. A regra para renúncia de receita é esta aqui:

Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra
renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes
orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:

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I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei
orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no
anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do


aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.

d) Errada. Revisões trimestrais? E a reestimativa em casos erro ou omissão de ordem técnica e legal é
vedada? Negativo! Isso está errado! Na verdade:

Art. 12, § 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro
ou omissão de ordem técnica ou legal.

e) Correta. Essas estimativas devem ser apresentadas antes do prazo final de encaminhamento de
propostas orçamentárias para dar tempo de as propostas orçamentárias serem elaboradas. E quem vai
disponibilizar essas estimativas é o Poder Executivo, observe:

Art.12, § 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério
Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas
orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subsequente, inclusive da
corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.

Trinta dias antes do prazo final para encaminhamento das propostas orçamentárias, viu aí? 😉

Gabarito: E

5. CESPE – TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Área Fiscalização – 2016


Após a aprovação da previsão de receitas para determinado exercício, somente se houver comprovação de erro
ou omissão de ordem técnica ou legal, será permitida a reestimativa do montante.
Comentários:
Exatamente! Porque (LRF):

Art. 12, § 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro
ou omissão de ordem técnica ou legal.

Gabarito: Certo

6. CESPE – TCE-PR – Auditor – 2016

Com base nas disposições da LRF, assinale a opção correta.


A) Despesa obrigatória de caráter continuado corresponde a despesa de capital cuja execução extrapola o
exercício.

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B) No âmbito da União, despesa relativa a demissão voluntária é computada no limite de despesa total com
pessoal.
C) A SOF é o órgão responsável por divulgar a relação dos entes que ultrapassarem os limites das dívidas
consolidada e mobiliária.
D) Segundo o princípio da universalidade, os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória serão
consolidados e escriturados de forma coletiva.
E) A diferença entre o montante das despesas de capital e o montante previsto para as receitas de operações
de crédito no projeto de LOA deverá ser igual ou superior a zero.
Comentários:
a) Errada. Essa não é a definição correta de Despesa Obrigatória de Caráter Continuado (DOCC). Na
verdade:

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida
provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por
um período superior a dois exercícios.

Despesa corrente
DOCC
Período superior a
dois exercícios

b) Errada. A LRF é sempre a favor da redução da despesa total com pessoal. Por isso, ela dará todos os
incentivos do mundo para um ente reduzi-las. E por isso que a despesa relativa a incentivos à demissão
voluntária não é computada no limite de despesa total com pessoal (LRF, art. 19, § 1º, II).
c) Errada. Não é a SOF (Secretaria de Orçamento de Federal). É o Ministério da Fazenda, observe:

Art. 31, § 4o O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos entes que tenham
ultrapassado os limites das dívidas consolidada e mobiliária.

d) Errada. Segundo o princípio da universalidade, a Lei Orçamentária Anual (LOA) de cada ente federado
deverá conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações
instituídas e mantidas pelo poder público. Além disso (LRF):

Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas
observará as seguintes:

I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão,
fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada;

De forma individualizada (e não “coletiva”, como afirmou a questão).

e) Correta. Alternativa bem interessante. Em termos matemáticos, ela está nos dizendo que:

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Despesas de capital – Receitas de operações de crédito ³ ZERO

Veja se você concorda comigo: isso significa que as despesas de capital não podem ser maiores do que as
receitas de operações de crédito. E essa é justamente a nossa regra de ouro (CF/88):

Art. 167. São vedados:

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta;

Ou seja: as Operações de Crédito (OC) devem ser menores ou iguais às Despesas de Capital (DK)!
Em termos matemáticos:

OC £ DK

Quer que eu prove isso matematicamente?


Agora vamos tomar a inequação que a questão nos forneceu. Passe as receitas de operações de crédito
para o outro lado, assim:

Despesas de capital – Receitas de operações de crédito ³ ZERO

Despesas de capital ³ Receitas de operações de crédito

E isso é a mesma coisa que:

Receitas de operações de crédito £ Despesas de capital

Que é justamente a nossa regra de ouro!


Quer um exemplo numérico?

• Despesas de capital = R$ 100,00


• Operações de crédito = R$ 80,00
• Despesas de capital – Receitas de operações de crédito = R$ 100,00 – R$ 80,00 = R$ 20,00

R$ 20,00 é maior que zero. Então a regra de ouro está sendo respeitada.
Agora:

• Despesas de capital = R$ 70,00


• Operações de crédito = R$ 100,00
• Despesas de capital – Receitas de operações de crédito = R$ 70,00 – R$ 100,00 = - R$ 30,00
- R$ 30,00 é menor que zero, portanto a regra de ouro não está sendo respeitada.

Resumindo: a alternativa trouxe a regra de ouro, só que escrita de outra forma! 😉

Gabarito: E

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7. CESPE – TCE-RN - Auditor – 2015


As receitas de operações de crédito realizadas pelo estado em determinado exercício financeiro não podem
superar o montante das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária do mesmo ano, ainda
que existam créditos adicionais aprovados pelo Poder Legislativo.
Comentários:

Outra questão 2 em 1: duas assertivas em uma só! 😄

Primeira parte: “as receitas de operações de crédito realizadas pelo estado em determinado exercício
financeiro não podem superar o montante das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária
do mesmo ano”.
Isso está correto, de acordo com a CF/88. Essa é a regra de ouro:

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta;

Mas, como você pode ter percebido, a segunda parte (“ainda que existam créditos adicionais aprovados
pelo Poder Legislativo”) está errada! Está errada porque se as operações de crédito forem autorizadas
mediante créditos suplementares ou especiais (espécies de créditos adicionas) com finalidade precisa e
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta, então elas poderão superar o montante das despesas
de capital.
Gabarito: Errado

8. CESPE – STJ - Técnico Judiciário - Administrativa – 2015

Se o governo federal alterar as alíquotas do imposto sobre produtos industrializados, de modo a reduzir o
montante global da receita tributária, não precisará promover as medidas compensatórias previstas para o caso
de renúncia de receitas.

Comentários:

A questão está correta! 😄

“Correta? Como assim, professor? Isso é uma renúncia de receita!”


De fato! É mesmo! Mas você reparou de qual imposto nós estamos falando? Do Imposto sobre produtos
industrializados (IPI) e, de acordo com o art. 14, § 3º, da LRF: as regras para renúncia de receitas não se aplicam
às alterações de alíquotas dos seguintes impostos: II, IE, IPI e IOF.
Gabarito: Certo

9. CESPE – Técnico Federal de Controle Externo - Conhecimentos Específicos – 2015


A modificação de base de cálculo que provocar redução discriminada de tributo será considerada renúncia de
receita. Esta, se não estiver acompanhada de medidas de compensação que provoquem o aumento de receita,

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não poderá ser utilizada por um ente federativo como instrumento de concessão nem de ampliação de
incentivo ou benefício de natureza tributária.
Comentários:
Na renúncia de receita ou o ente adota medidas de compensação ou demonstra que a renúncia foi
considerada e não afetará as metas de resultados fiscais. Ou uma ou outra! O ente precisa atender a pelo
menos uma das seguintes condições:

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei
orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo
próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do


aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.

Portanto, uma renúncia de receita não precisa estar acompanhada de medidas de compensação. Basta
que haja uma demonstração de que ela foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e de que
não afetará as metas de resultados fiscais.
Gabarito: Errado

10. CESPE – FUB - Auditor – 2015


As alterações em índices oficiais de preços interferem no cálculo da previsão de receita orçamentária.

Comentários:

Sim! Interferem! 😅 Sabe por quê?

Porque, segundo a LRF:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer
outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.

Gabarito: Certo

11.CESPE – Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – 2014


São formas de renúncia fiscal: anistia, remissão, subsídio, crédito presumido e concessão de isenção em caráter
não geral.
Comentários:
Sim! São mesmo! Todas elas estão no artigo 14, § 1º, da LRF:

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Art. 14, § 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção
em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução
discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado.

Peço somente que você tome cuidado com o seguinte:

A renúncia de receita compreende a concessão de isenção em caráter não geral

As questões vão tentar lhe enganar dizendo que “a renúncia de receita compreende a concessão de
isenção em caráter geral.” Preste atenção! ☝

Gabarito: Certo

12. CESPE – Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – 2014

Toda renúncia de receita deverá estar acompanhada de medidas de compensação, por meio do aumento de
receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração, criação de tributo,
contribuição, ou da demonstração, pelo proponente, de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita
da lei orçamentária, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas na lei de diretrizes
orçamentárias.
Comentários:

Sim! 😃 Ou um ou outro! Ou adota medidas de compensação ou demonstra que a renúncia foi


considerada e não afetará as metas de resultados fiscais.
Isso porque a LRF diz que renúncia de receita deverá estar acompanhada de “pelo menos uma das
seguintes condições”, observe:
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia
de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em
que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e
a pelo menos uma das seguintes condições:
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei
orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no
anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do
aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.
Gabarito: Certo

13.CESPE – Polícia Federal - Administrador – 2014


As previsões de receita para o exercício financeiro de 2014 não precisam considerar os possíveis efeitos
decorrentes da realização da Copa do Mundo de futebol na evolução da arrecadação pública.
Comentários:

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Você diria que a Copa do Mundo de futebol é um fator relevante?


Eu diria que sim. Muitos investimentos foram feitos: aeroportos foram ampliados, estradas foram
reformadas e estádios foram construídos. O turismo certamente aumentou nessa época: pessoas do mundo
inteiro vieram para cá. Investidores e patrocinadores também colocaram seus recursos aqui.
Então sim, eu diria que a Copa do Mundo de futebol é um fator relevante para a previsão de receita para
o exercício financeiro de 2014.
Mas a pergunta agora é: as previsões de receita para o exercício financeiro de 2014 precisam considerar
os possíveis efeitos desse fator relevante?
Com certeza! É exatamente isso que o artigo 12 da LRF afirma:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro
fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.

Portanto, as previsões de receita para o exercício financeiro de 2014 precisam sim considerar os possíveis
efeitos decorrentes da realização da Copa do Mundo de futebol na evolução da arrecadação pública.
Gabarito: Errado

14. CESPE – PGE-BA - Procurador do Estado – 2014

A previsão da receita pública deve ser acompanhada de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos e
de projeção para os dois seguintes àquele a que se refira.
Comentários:
Sim! A previsão da receita não pode ser feita de qualquer jeito (“chuta um número aí, Peixoto! Tanto faz!”).
Se a previsão de receita para esse ano é de R$ 10.000.000,00, mostre, com base numa série histórica, como
você chegou a esse número.
Pense comigo: se nos últimos três anos, a receita foi de R$ 1.000.000,00, R$ 1.200.000,00 e R$
1.500.000,00, faz sentido estimar a receita em R$ 10.000.000,00 nesse ano?
Claro que não! Que salto enorme foi esse?

Não que isso seja impossível. Algum fator relevante (como uma Copa do mundo de futebol) pode motivar
esse salto, mas que fique comprovado que essa previsão foi feita com base em análises e estudos.
E mais: já que estamos no planejamento e você chegou nessa estimativa de receita para esse ano, me
mostre a estimativa para os dois anos seguintes! 😉

É assim que funciona! Olha só:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro
fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da

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projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.

Demonstrativo de evolução Projeção para

Três últimos anos Exercício a que se Dois seguintes


referirem

2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Gabarito: Certo

15.CESPE – PGE-BA - Procurador do Estado – 2014


Os requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal incluem a instituição, a previsão e a efetiva
arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.
Comentários:
Exatamente, olha só:

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

Instituir, prever e arrecadar todos os tributos (eu disse: tributos) a que se tem direito é um requisito
essencial da responsabilidade na gestão fiscal.
Gabarito: Certo

16. CESPE – PGE-BA - Procurador do Estado – 2014


Para a renúncia de receitas concedidas na modalidade de anistia a contribuintes que tenham suprimido tributo
até o valor de R$ 10.000, 00, não se exige que o valor esteja compatível com a lei de diretrizes orçamentárias
ou que a renúncia de receitas seja objeto de compensação.
Comentários:
Não importa em qual modalidade a renúncia de receita é concedida (anistia, remissão, isenção em caráter
não geral, etc.), se um ente quiser conceder renúncia de receita, ele precisa:

• De estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos
dois seguintes;
• atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias;
• atender a pelo menos uma das seguintes condições (não precisa das duas! Uma ou outra já basta!):
o demonstração pelo proponente de que a renúncia já foi considerada e não afetará as metas
de resultados fiscais;
o medidas de compensação (no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes).

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É basicamente essa parte aqui daquele nosso quadro comparativo:

Renúncia de receita (art. 14)


1. Estimativa do impacto orçamentário-financeiro (exercício + 2 seguintes)

2. Atender ao disposto na LDO

demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita e de


que não afetará as metas de resultados fiscais (previstas no AMF)
3. Pelo menos uma das
seguintes condições:
medidas de compensação (exercício + 2 seguintes)

A renúncia de receita não precisa ser objeto de compensação, porque o ente pode muito bem demonstrar
que ela já foi considerada e não afetará as metas de resultados fiscais. Isso é totalmente válido, pois o ente
pode escolher entre isso ou estabelecer medidas de compensação. 😉

Mas, de qualquer forma, é exigido sim que o valor esteja compatível com a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO).
Gabarito: Errado

17.CESPE – PGE-BA - Procurador do Estado – 2014


Suponha que determinado ente da Federação aja com negligência no dever de arrecadar os impostos de sua
competência devidamente instituídos e previstos. Nesse caso, fica vedada a realização de transferências
voluntárias ao referido ente, no que se refere aos referidos impostos.

Comentários:

É isso aí! 😄

Instituir, prever e arrecadar todos os tributos a que se tem direito é um requisito essencial da
responsabilidade na gestão fiscal. Agora, se o ente não instituir, prever e arrecadar todos os impostos de sua
competência, o bicho vai pegar: ele ficará proibido de receber transferências voluntárias! 😱

Quer ver essa regra na LRF? É pra já! 😏

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o
disposto no caput, no que se refere aos impostos.

Gabarito: Certo

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18. CESPE – PG-DF - Procurador – 2013


Considerando que lei editada no DF tenha concedido crédito presumido para os contribuintes do ICMS, de
acordo com convênio aprovado no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária, julgue os próximos
itens.
A concessão desse crédito presumido é uma das modalidades de renúncia de receita.
Comentários:

É mesmo! Vamos relembrar quais são as modalidades de renúncia de receita? 😏

Renúncia de receita
• anistia (perdão de multas)
• remissão (perdão de dívidas)
• subsídio
• crédito presumido (é utilizado quando se pretende reduzir a carga tributária do
contribuinte)
• concessão de isenção em caráter NÃO geral
• alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução
discriminada de tributos ou contribuições
• outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado

Gabarito: Certo

19. CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo - Direito – 2013

Em se tratando de isenções de caráter geral, dispensam-se as exigências de previsão orçamentária e medidas


de compensação previstas na LRF.
Comentários:
Dispensam-se mesmo! Sabe por quê?
Porque isenções de caráter geral não é renúncia de receita, portanto não precisa se submeter às
exigências da LRF.

Agora, o que é renúncia de receita é a isenção em caráter não geral. Cuidado com isso! 😏

Isenção em • Renúncia de receita


caráter não geral

Isenção em • Não é renúncia de receita


caráter geral

Gabarito: Certo

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20. CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo - Direito – 2013


No que diz respeito ao direito financeiro e tributário, julgue o item que se segue. Nesse sentido, considere que
as siglas ICMS, IPI e LRF, sempre que utilizadas, se referem, respectivamente, a imposto sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal
e comunicação, imposto sobre produtos industrializados e Lei de Responsabilidade Fiscal.
Em função da diminuição da receita tributária, considera-se renúncia de receita a diminuição de alíquota do IPI,
devendo, portanto, ser atendidos todos os requisitos necessários para a concessão dessa redução, previstos na
LRF.
Comentários:

Quem não sabia dessa exceção marcou “certo” feliz da vida! 😅 Mas você viu essa exceção na aula! 😏 Vai
acertar essa na prova!
A alteração de alíquota do II, IE, IPI e IOF não se sujeita às regras para renúncia de receitas. E a questão
mencionou justamente a alteração de alíquota do IPI.
Portanto, lembre-se: os requisitos necessários para a concessão de renúncia de receita não se aplicam às
alterações de alíquotas dos seguintes impostos:

• Imposto sobre Importação de produtos estrangeiros (II);


• Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE);
• Imposto sobre produtos industrializados (IPI);
• Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários
(IOF).
Gabarito: Errado

21. CESPE – MPU - Técnico do MPU - Administração – 2018


Se uma empresa pública custear com recursos próprios suas despesas com pessoal, encargos sociais e
manutenção em geral, ela poderá excluir esses recursos do orçamento fiscal.
Comentários:
Se uma empresa pública custear com recursos próprios suas despesas com pessoal, encargos sociais e
manutenção em geral, significa que ela é uma empresa estatal independente!
“Por que, professor?”

Porque as, segundo a LRF (art. 2º, III), uma Empresa Estatal Dependente (EED) é uma empresa
controlada que recebe do ente controlador recursos financeiros para o pagamento de:

• Despesas com pessoal;


• Despesas de custeio em geral (por exemplo: água, café, material de escritório, etc.);
• Despesas de capital, excluídos aqueles recursos provenientes de aumento de participação
acionária.

Portanto, se a empresa pública não recebe dinheiro para pagar isso e consegue fazê-lo com recursos
próprios, é porque ela é uma empresa estatal independente.

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“Certo. Entendi, professor. E o que que tem se ela for empresa estatal independente?”
Bom, isso significa que ela não estará no Orçamento Fiscal (OF)! Ela estará no Orçamento de Investimento
(OI).
Lembra desse esquema?

Pessoal

OF
Estatal Custeio em
dependente geral
OSS
Empresas
De capital
controladas

Aumento de
Estatal
participação OI
independente
acionária

Portanto, sim: essa empresa pública poderá excluir esses recursos do orçamento fiscal.

Gabarito: Certo

22. CESPE – MPU - Técnico do MPU - Administração – 2018


A Lei de Responsabilidade Fiscal só trata de metas de resultados para as despesas públicas, uma vez que as
receitas públicas estão fora do controle dos órgãos públicos.
Comentários:
Só trata de metas de resultados para as despesas, uma vez que as receitas públicas estão fora do controle
dos órgãos públicos? 🤔

Nada disso! Vimos vários dispositivos sobre receita pública. Apesar de não serem garantidas e apesar dos
órgãos públicos não conseguirem “arrancar” o dinheiro do bolso do cidadão para seus cofres, existem sim
metas de resultados para as receitas públicas.
Selecionei dois dispositivos da LRF para exemplificar:

Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em
metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de
combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida
ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de
diretrizes orçamentárias.

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Lembre-se: o Resultado Primário (RP) é a diferença entre receitas e despesas primárias.


Portanto, na LRF existem metas de resultados para as receitas e para as despesas públicas.
Gabarito: Errado

23.CESPE – PGE-PE - Procurador do Estado – 2018


À luz da LRF, considera-se despesa de pessoal para fins de atendimento aos limites orçamentários o(a)
A) auxílio-transporte.
B) FGTS.
C) indenização por demissão de servidores ou empregados.

D) assistência para custeio de educação pré-escolar.


E) auxílio-alimentação.
Comentários:
Aqui você tinha que ter em mente aquela nossa tabelinha das despesas que são computadas e que não
são computadas no cálculo da despesa total com pessoal. Vejamos só a parte que nos interessa para a questão:

Despesas computadas no cálculo da despesa Despesas não computadas no cálculo da despesa total
total com pessoal com pessoal

Despesas de caráter indenizatório:

• auxílio alimentação;
• auxílio transporte;
• auxílio moradia;
Pessoal ativo, inativo e pensionistas • Ajuda de custo;
• Diárias;
• demissão de servidores ou empregados e incentivos
à demissão voluntária
• convocação extraordinária do Congresso Nacional

Despesas com inativos custeadas com recursos:

• da arrecadação de contribuições dos segurados


Encargos sociais e previdenciários • da compensação financeira entre o RGPS e RPPS
• das demais receitas arrecadadas por fundo vinculado
a tal finalidade

Auxílios: natalidade e funeral

Então, veja: se for despesa de caráter indenizatório, então não será computada no cálculo da despesa
total com pessoal.

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⚠ Atenção: nem tudo que for “auxílio” está fora do cálculo. Auxílio natalidade, funeral, creche, pré-
escolar são computados!
E você sabe que LRF é sempre a favor da redução da despesa total com pessoal. Por isso, ela dará todos
os incentivos do mundo para um ente reduzi-las! Por isso que indenização por demissão de servidores ou
empregados (LRF, art. 19, § 1º, I) não entra nesse cálculo.

“E o FGTS, professor? A tabela e a LRF não falam nada sobre o FGTS.” 🤨

Ah! Falam sim! Você reparou lá nos encargos sociais? O FGTS está dentro deles! 😉

Gabarito: B

24. CESPE – PGE-SE - Procurador do Estado – 2017


Acerca dos limites da despesa total de gastos com pessoal, assinale a opção correta.

A) Os percentuais desses limites previstos na legislação incidem sobre a receita corrente nominal.
B) Os percentuais de gastos para o MPU e o Poder Judiciário são equivalentes.

C) Estão previstos na CF os percentuais referentes a esses limites.


D) Os percentuais previstos para esses limites são os mesmos para cada ente federativo.

E) São excluídas desses limites as despesas com indenização por demissão de servidores.
Comentários:
a) Errada. É sobre a Receita Corrente Líquida (RCL). Lembre-se: todos limites da LRF (exceto os Restos
a Pagar) têm como parâmetro a RCL, ou seja, todos os limites são definidos em termos de percentual (%) da
RCL. Quer conferir?

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada
período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente
líquida, a seguir discriminados: (...)

b) Errada. São não! 😄 Confira aqui:

União Estados Municípios


Executivo 40,9% 49% 54%
Judiciário 6% 6% -
Legislativo, incluindo TCs 2,5% 3% 6%
Ministério Público 0,6% 2% -
Total 50% 60% 60%
Poder Judiciário é sempre 6%. E Ministério Público é 0,6% na União e 2% nos Estados.
c) Errada. Eles não estão previstos na CF/88. Estão previstos na LRF, nos artigos 19 e 20.
d) Errada. Os percentuais não são os mesmos para cada ente Federativos. Basta consultar nossa tabelinha
salvadora. 😄

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e) Correta. Agora sim! É verdade que a LRF incentiva a redução das despesas com pessoal. O ente demitiu
servidores e tem que pagar uma gorda indenização para eles? “Não se preocupe, ente. Pode demiti-los
tranquilamente, porque essa gorda indenização não vai entrar no cálculo das suas despesas com pessoal” (LRF,
art. 19, § 1º, I).
Gabarito: E

25.CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Administração – 2017


Gastos com passagens e despesas com locomoção para fins de fiscalização de obra pública em andamento são
despesas correntes do grupo pessoal e encargos sociais, sujeitas aos limites estabelecidos na LRF.

Comentários:
Esses gastos com passagens e despesas com locomoção não se enquadram como despesas correntes do
Grupo de Natureza de Despesa (GND) 1 - Pessoal e Encargos sociais. Elas se enquadram como GND 3 – Outras
Despesas Correntes.
São despesas indenizatórias e, portanto, não serão computadas no cálculo da despesas total com
pessoal.
Gabarito: Errado

26. CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Julgamento – 2017


Gastos com pessoal e encargos sociais das fundações públicas federais estão incluídos no limite de despesas de
pessoal aplicável à União.
Comentários:

Sim! Sabe por quê? 🤨 Porque:

Art. 1º, § 3º Nas referências:


I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:

b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes;


Então, se estivermos falando da União, também estamos falando de suas fundações.
Agora resta saber se os gastos com pessoal e encargos sociais dessas fundações estão incluídos no limite
de despesas de pessoal aplicável à União.
E a resposta é: sim. Olha só:
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o
somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a
mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer
espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da
aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais
de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de
previdência.

Gabarito: Certo

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27.CESPE – Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município – 2017


De acordo com a LRF, é vedada a realização de transferência voluntária ao ente federativo que exceder o limite
da despesa total com pessoal no primeiro quadrimestre do último ano do mandato do titular do Poder
Executivo, mas não é vedada a contratação de operação de crédito.
Comentários:
Opa, opa, opa! A vedação a contratação de operação de crédito é aplicada sim! Por isso que a questão
está errada! Confira comigo no replay:

Art. 23, § 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não
poderá:

I - receber transferências voluntárias;

II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária


e as que visem à redução das despesas com pessoal.

“Mas, professor, e essa vedação pode ser aplicada no primeiro quadrimestre do último ano do mandato do
titular do Poder Executivo?”
Pode sim! Se já estamos no último ano do mandato, não dá para esperar dois quadrimestres, pois não
se pode deixar uma “herança maldita” para o sucessor. 😕 A LRF combate isso ferrenhamente! 😤

§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no


primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.

Gabarito: Errado

28. CESPE – Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município – 2017

Os gastos com contratos de terceirização de mão de obra incluem-se no cálculo do limite de despesas com
pessoal e são contabilizados como pagamentos aos ocupantes de cargos, funções ou empregos públicos.

Comentários:
Opa! Questão generalizou! Por isso que ela está errada!
Ela afirmou: os gastos com contratos de terceirização de mão de obra incluem-se no cálculo do limite de
despesas com pessoal.

Isso é verdade? 🤔

Nem sempre! Porque somente os gastos com contratos de terceirização de mão de obra que se referem
à substituição de servidores e empregados públicos é que são incluídos no cálculo do limite de despesas com
pessoal.
Olha aqui:

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Art. 18, § 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de
servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".

Você tem que perguntar: esse contrato de terceirização de mão-de-obra se refere à substituição de
servidores e empregados públicos?

• Se sim, então serão contabilizados como Outras Despesas de Pessoal (e aí eles integrariam o
limite de despesas com pessoal);
• Se não, então não serão contabilizados como tal.
Gabarito: Errado

29. CESPE – TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2017


Tendo como referência a LRF, assinale a opção correta.

A) A proposta de aperfeiçoamento da ação governamental dispensa a elaboração de estimativa de impacto


financeiro, mas exige a estimativa de impacto orçamentário.
B) Dívida pública mobiliária é o total de obrigações financeiras do ente público, resultante de leis, contratos e
convênios.
C) Um dos objetivos da LRF é fixar normas que estimulem a responsabilidade na gestão orçamentária.
D) Na lei de diretrizes orçamentárias, o anexo de metas fiscais deve conter avaliações atuariais.
E) Receita corrente líquida é o montante bruto de receitas tributárias, de contribuições e patrimoniais, depois
de efetuadas as deduções legalmente previstas.
Comentários:
a) Errada. Dispensa nada! A estimativa de impacto orçamentário-financeiro é exigida para a concessão
de renúncia de receita, para a geração de despesa pública e para a geração de Despesas Obrigatórias de Caráter
Continuado (DOCC).
b) Errada. Na verdade (LRF):

Art. 29 - II dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive
os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

c) Errada. Essa foi cruel! O objetivo da LRF não é “estimular” a responsabilidade na gestão orçamentária,
mas sim estabelecer normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. 😬 Confira:

Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade
na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.

“Caramba, professor...”

Eu sei... 😕

Por “sorte” é uma questão de múltipla-escolha, então você pode olhar as outras alternativas! 😄

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d) Correta. Sim! Isso é verdade! O AMF, que integra a LDO, deverá conter avaliação da situação financeira
e atuarial do RGPS, RPPS, FAT e dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial. Olha
só:
Art. 4º, § 2o O Anexo conterá, ainda:
IV - avaliação da situação financeira e atuarial:
a) dos regimes geral de previdência social (RGPS) e próprio (RPPS) dos servidores públicos e do
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT);

b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;


e) Errada. A Receita Corrente Líquida (RCL) é um pouco mais que isso. Na RCL vamos somar não só
receitas tributárias, de contribuições e patrimoniais, mas todas estas aqui (pois são despesas correntes):

Tributa Con PAISTO


Onde:

• Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e
contribuições de melhoria”);
• Con: receitas de Contribuições;
• P: receita Patrimonial;
• A: receita Agropecuária;
• I: receita Industrial;
• S: receita de Serviços;
• T: Transferências correntes; e
• O: Outras receitas correntes.
Gabarito: D

30. CESPE – PGE-AM - Procurador do Estado – 2016

O Poder Executivo do estado-membro se submete legalmente ao limite prudencial para despesas com pessoal,
que é de 95% da soma das receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as
duplicidades.
Comentários:
Opa! Atenção! O limite prudencial não é de 95% da soma das receitas arrecadadas no mês em referência
e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades. É de 95% do limite da despesa total com pessoal.

Por exemplo: o limite máximo de um município é 60%. O limite prudencial seria: 95% de 60% = 57% de despesas com
pessoal.

Mesmo que você não soubesse disso, se você olhasse com carinho para a base de cálculo que a questão
trouxe, iria perceber o seguinte: “soma das receitas arrecadadas (...)”. Isto é: a questão não especificou que
seriam despesas correntes. O limite de despesa com pessoal é dado em percentual da RCL. E a RCL é a soma
das receitas correntes (não das receitas de capital).

Gabarito: Errado

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Administração Financeira e Orçamentária – Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães
TCU e TC-DF Aula 12

31.CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016


Os contratos de terceirização de mão de obra integram o limite de despesas de pessoal, independentemente
do tipo de serviço que estiver sendo terceirizado.
Comentários:

Independentemente do tipo de serviço que estiver sendo terceirizado?

NÃO! 😤

Só integram se eles se referirem substituição de servidores e empregados públicos. Confira aqui:

Art. 18, § 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de
servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".

Gabarito: Errado

32.CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016


Se determinado órgão público assinar contrato que crie obrigação legal para o ente público por período superior
a dois exercícios financeiros, os efeitos financeiros da medida poderão ser compensados pela redução
permanente da despesa orçamentária.

Comentários:
Beleza. Órgão público assinou contrato que criou obrigação legal para o ente público por período
superior a dois exercícios financeiros. Como se chama esse tipo de despesa?
Despesa Obrigatória de Caráter Continuado (DOCC)! Porque:

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida
provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por
um período superior a dois exercícios.

Despesa corrente
DOCC
Período superior a
dois exercícios

Agora: os efeitos financeiros dessa medida poderão ser compensados pela redução permanente da
despesa orçamentária? 🤔

Sim, poderão! 😃

Poderão ser compensados pela redução permanente da despesa orçamentária ou pelo aumento
permanente da receita. De qualquer forma, deve haver essa compensação!
Observe:

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Art. 17, § 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa
criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o do
art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento
permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.

Recapitulando, para a geração de DOCC, o ente precisa de:

• estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício no exercício em que deva entrar em


vigor e nos dois subsequentes (igual à renúncia de receita e geração de despesa);
• demonstrar a origem dos recursos para seu custeio (de onde virá o dinheiro para pagar por essas
despesas?);
• comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais;
• compensação dos efeitos financeiros, seja por:
o ⬆ aumento permanente da receita; ou por
o ⬇ redução permanente da despesa.

Repare que:

• Na renúncia de receita, o ente precisa ou demonstra que a renúncia já foi considerada e não
afetará as metas de resultados fiscais ou implementa medidas de compensação (no exercício
em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes).
• Já na geração de DOCC, o ente precisa comprovar que a despesa criada ou aumentada não
afetará as metas de resultados fiscais e (além disso) precisa compensar os seus efeitos
financeiros. Aqui o ente precisa das duas coisas!

Gabarito: Certo

33.CESPE – TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016
O ordenador de despesa deve apresentar a estimativa de impacto orçamentário-financeiro para o exercício
seguinte sempre que uma ação governamental representar o aumento de despesa pública e, sendo possível, o
impacto para o exercício posterior.
Comentários:

Não, não. Esse não é o prazo correto que será abrangido pela estimativa de impacto orçamentário-
financeiro. A estimativa é para o exercício em que o aumento deva entrar em vigor e para os dois exercícios
subsequentes. Confira:

Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da
despesa será acompanhado de: (...)

I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois
subsequentes;

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Estimativa do impacto orçamentário-financeiro

Exercício em que
deva entrar em vigor
Dois seguintes

2018 2019 2020

Gabarito: Errado

34. CESPE – TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016

No estabelecimento dos percentuais máximos da receita corrente líquida a serem gastos na despesa com
pessoal, a LRF retira do cômputo da classificação os valores destinados ao pagamento de contribuição
previdenciária.
Comentários:
Retira nada! Inclui!

Leia novamente esse artigo (ele é longo, mas eu marquei para você a parte que nos interessa para a
questão):

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório
dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos,
cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies
remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da
aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais
de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de
previdência.

Gabarito: Errado

35.CESPE – TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016
As despesas públicas, correntes ou de capital, que ultrapassem o exercício financeiro subsequente, serão
consideradas como obrigatórias de caráter continuado.

Comentários:
Essa não é a definição correta de Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado (DOCC). Não é só
ultrapassar o exercício financeiro subsequente que elas serão consideradas como obrigatórias de caráter
continuado. Primeiro: elas devem ser despesas correntes. Segundo: devem ser derivadas de lei, medida
provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um
período superior a dois exercícios.

Vamos ver como isso está na LRF? 😊

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Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida
provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por
um período superior a dois exercícios.

Despesa corrente
DOCC
Período superior a
dois exercícios

Gabarito: Errado

36. CESPE – DPU - Contador – 2016

Com relação às informações do demonstrativo apresentado, julgue o item subsequente, considerando a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF).
Caso o demonstrativo se refira a governo estadual, não foram atingidos os limites máximo e prudencial da LRF
com relação à despesa total e prudencial com pessoal, já que o limite máximo de DTP é de 49% para o Poder
Executivo.
Comentários:

Bom, vejamos:
Caso o demonstrativo se refira a governo estadual, então o limite para todo o ente é de 60% e para o
Poder Executivo é de 49%. Vamos consultar nossa tabelinha para refrescar a memória (preste atenção na
coluna dos Estados):

União Estados Municípios


Executivo 40,9% 49% 54%
Judiciário 6% 6% -
Legislativo, incluindo TCs 2,5% 3% 6%
Ministério Público 0,6% 2% -
Total 50% 60% 60%
Então o limite máximo de despesa total com pessoal (DTP, como abreviou a questão) é mesmo de 49%.
Nesse ponto, a questão está correta.
Agora: quanto seria o limite prudencial?
O limite prudencial é de 95% do limite de despesa com pessoal. Então vamos calcular:

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95% x 49% = 46,55%.


No quadro, a questão nos indicou que a despesa total com pessoal (DTP) do Poder Executivo era de
46,93% (maior do que 46,55%). Portanto, o limite prudencial de da LRF com relação à despesa total com
pessoal foi atingido sim!
Gabarito: Errado

37.CESPE – MPU - Analista do MPU - Finanças e Controle – 2015


Em função da autonomia dos poderes, o Poder Executivo não poderá fixar limites de gastos com pessoal do
Poder Judiciário.

Comentários:
Não pode mesmo! A própria CF/88 que disse que isso deveria ser feito por Lei complementar:

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

Então a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) veio e fez justamente isso, especialmente em seu artigo
20. Portanto, é a LRF que fixa limites de gastos com pessoal do Poder Judiciário (e não o Poder Executivo).
O próprio STF também já discorreu sobre isso na ADIn 4426. Vamos ler um pouquinho:

“Não pode lei ordinária, de iniciativa exclusiva do Poder Executivo, fixar limites de execução
orçamentária (do Poder Judiciário) sem nenhuma participação do Poder Judiciário. Há, nesse caso,
interferência indevida sobre a gestão orçamentária desses órgãos autônomos. (...). Dessa forma, em razão
da autonomia do Poder Judiciário na execução das despesas de seu respectivo orçamento, somente os
próprios entes podem contingenciar as dotações orçamentárias que receberam, sendo ilegítima a
imposição de medidas nesse sentido pelo Executivo”.

Viu como o STF também falou sobre o contingenciamento de dotações orçamentárias? É aquela lição do
mestre Yoda:

“Em limitação de empenho de outro Poder, o Executivo a colher não pode meter!” 🥄🚫

Gabarito: Certo

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38. CESPE – SUFRAMA - Analista Técnico - Administrativo – 2014


É nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias
anteriores ao final do mandato do titular do respectivo poder ou órgão.
Comentários:

É isso mesmo! Veja a regra na LRF:

Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal
expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão
referido no art. 20.

Aumento da despesa com pessoal

Últimos 180 dias do mandato

Janeiro/2020 Julho/2020 Dezembro/2020

Ato nulo e
Crime contra as finanças públicas
(art. 359-G, Código Penal)

⚠ Atenção para o prazo: 180 dias!

As questões adoram fazer confusão quanto a isso: costumam dizer que é o prazo é “no último ano de
mandato” ou “nos dois últimos quadrimestres do mandato”. Justamente porque esses prazos se referem a
outras restrições de final de mandato, observe:

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu
mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou
que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa
para este efeito.

Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante
o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes: (...)

IV - estará proibida: (...)

b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

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Aumento de despesa com pessoal


Últimos 180 dias (ato nulo e crime contra as finanças
públicas)

contrair obrigação de despesa que


não possa ser cumprida
integralmente dentro do mandato
Restrições de final Últimos 2
ou que tenha parcelas a serem
de mandato quadrimestres
pagas no próximo e não haja
disponibilidades suficientes para
isso

Realizar operações de crédito por


Último ano
ARO

Gabarito: Certo

39. CESPE – TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2013

O ordenador de despesas de um órgão público assinou contrato decorrente de licitação, cujo objeto constituía
os serviços de terceirização de mão de obra para a manutenção técnica de computadores. A vigência do
contrato era de doze meses e a previsão de pagamento de prestações fixas era mensal.

Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.


A despesa decorrente do contrato deve ser considerada despesa obrigatória de caráter continuado.
Comentários:
Qual era a vigência do contrato?
Doze meses!

E você já sabe que despesa obrigatória de caráter continuado (DOCC) é aquela que fixa (para o ente)
obrigação legal se sua execução por um período superior a dois exercícios.

Então essa despesa não pode ser considerada uma DOCC. 😏

Vamos relembrar a regra da LRF? Aqui é na base da repetição mesmo! 😄

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida
provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por
um período superior a dois exercícios.

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Despesa corrente
DOCC
Período superior a
dois exercícios

Gabarito: Errado

40. CESPE – TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2013

O ordenador de despesas de um órgão público assinou contrato decorrente de licitação, cujo objeto constituía
os serviços de terceirização de mão de obra para a manutenção técnica de computadores. A vigência do
contrato era de doze meses e a previsão de pagamento de prestações fixas era mensal.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.
Os valores correspondentes ao contrato devem ser contabilizados como outras despesas de pessoal e
integrarão o limite de despesas de pessoal e encargos sociais previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Comentários:

Huuum! 🤔 Contrato de serviços de terceirização de mão-de-obra...

Será se todos os contratos de terceirização de mão-de-obra devem ser contabilizados como outras
despesas de pessoal e integrar o limite de despesas de pessoal?
A resposta é: NÃO! Todos não! Somente aqueles que se referem à substituição de servidores e
empregados públicos!
Isso está lá na LRF, olha só:

Art. 18, § 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de
servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".

Contratos de
terceirização de
mão-de-obra

... que se referem


à substituição de
servidores e
empregados
públicos
Outras
Despesas de
Pessoal

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Então, esse contrato de terceirização de mão-de-obra que a questão apresentou se refere à substituição
de servidores e empregados públicos?
Não! A questão não falou nada disso. Ela só falou que era um contrato para a manutenção técnica de
computadores.
Portanto, corrigindo a questão, os valores correspondentes ao contrato não devem ser contabilizados
como outras despesas de pessoal e integrarão o limite de despesas de pessoal e encargos sociais previsto na
Lei de Responsabilidade Fiscal.

Gabarito: Errado

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Questões CESPE

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Lista de questões - CESPE


1. CESPE – STM - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018

É vedado ao Poder Executivo, para efeito de projeção das receitas orçamentárias, aplicar índices de reajustes
de preços sobre as séries históricas de arrecadação.

2. CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Administração – 2017


A receita de tributos é uma receita orçamentária corrente cuja previsão pode ser alterada pelo Poder
Legislativo, se comprovada ocorrência de erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

3. CESPE – TCE-PE - Auditor de Controle Externo – 2017

Determinado subsídio constituído por renúncia de receita pública poderá ser aprovado e colocado em execução
ainda que não esteja incluído no demonstrativo da estimativa de renúncia de receita da lei de diretrizes
orçamentárias.

4. CESPE – TCE-PR - Analista de Controle - Administração – 2016

Considerando o conceito de receita pública da LRF, assinale a opção correta.


A) Os requisitos essenciais da responsabilidade fiscal incluem a instituição, a previsão e a arrecadação efetiva
de tributos que incidem somente sobre a renda

B) Metas semestrais de arrecadação são definidas e monitoradas principalmente para facilitar o fluxo de caixa
do governo e a realização de gastos correntes.
C) Renúncia de receita deve ser acompanhada de análise de viabilidade econômica centrada no custo de
arrecadação da receita para a qual está sendo feita a referida análise.
D) É permitida, ao Poder Legislativo local, a realização de revisões trimestrais da estimativa de receita dos
estados, dos municípios e do Distrito Federal, exceto em casos comprovados de erro ou omissão de ordem
técnica e legal.
E) Estimativas de receitas para exercícios subsequentes bem como estimativas da receita líquida corrente e de
sua respectiva memória de cálculo devem ser apresentadas antes do prazo final de encaminhamento de
propostas orçamentárias.

5. CESPE – TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Área Fiscalização – 2016


Após a aprovação da previsão de receitas para determinado exercício, somente se houver comprovação de erro
ou omissão de ordem técnica ou legal, será permitida a reestimativa do montante.

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6. CESPE – TCE-PR – Auditor – 2016


Com base nas disposições da LRF, assinale a opção correta.
A) Despesa obrigatória de caráter continuado corresponde a despesa de capital cuja execução extrapola o
exercício.
B) No âmbito da União, despesa relativa a demissão voluntária é computada no limite de despesa total com
pessoal.
C) A SOF é o órgão responsável por divulgar a relação dos entes que ultrapassarem os limites das dívidas
consolidada e mobiliária.
D) Segundo o princípio da universalidade, os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória serão
consolidados e escriturados de forma coletiva.
E) A diferença entre o montante das despesas de capital e o montante previsto para as receitas de operações
de crédito no projeto de LOA deverá ser igual ou superior a zero.

7. CESPE – TCE-RN - Auditor – 2015


As receitas de operações de crédito realizadas pelo estado em determinado exercício financeiro não podem
superar o montante das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária do mesmo ano, ainda
que existam créditos adicionais aprovados pelo Poder Legislativo.

8. CESPE – STJ - Técnico Judiciário - Administrativa – 2015


Se o governo federal alterar as alíquotas do imposto sobre produtos industrializados, de modo a reduzir o
montante global da receita tributária, não precisará promover as medidas compensatórias previstas para o caso
de renúncia de receitas.

9. CESPE – Técnico Federal de Controle Externo - Conhecimentos Específicos – 2015


A modificação de base de cálculo que provocar redução discriminada de tributo será considerada renúncia de
receita. Esta, se não estiver acompanhada de medidas de compensação que provoquem o aumento de receita,
não poderá ser utilizada por um ente federativo como instrumento de concessão nem de ampliação de
incentivo ou benefício de natureza tributária.

10. CESPE – FUB - Auditor – 2015


As alterações em índices oficiais de preços interferem no cálculo da previsão de receita orçamentária.

11. CESPE – Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – 2014


São formas de renúncia fiscal: anistia, remissão, subsídio, crédito presumido e concessão de isenção em caráter
não geral.

12. CESPE – Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – 2014


Toda renúncia de receita deverá estar acompanhada de medidas de compensação, por meio do aumento de
receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração, criação de tributo,
contribuição, ou da demonstração, pelo proponente, de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita
da lei orçamentária, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas na lei de diretrizes
orçamentárias.

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13.CESPE – Polícia Federal - Administrador – 2014


As previsões de receita para o exercício financeiro de 2014 não precisam considerar os possíveis efeitos
decorrentes da realização da Copa do Mundo de futebol na evolução da arrecadação pública.

14. CESPE – PGE-BA - Procurador do Estado – 2014

A previsão da receita pública deve ser acompanhada de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos e
de projeção para os dois seguintes àquele a que se refira.

15.CESPE – PGE-BA - Procurador do Estado – 2014


Os requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal incluem a instituição, a previsão e a efetiva
arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

16. CESPE – PGE-BA - Procurador do Estado – 2014

Para a renúncia de receitas concedidas na modalidade de anistia a contribuintes que tenham suprimido tributo
até o valor de R$ 10.000, 00, não se exige que o valor esteja compatível com a lei de diretrizes orçamentárias
ou que a renúncia de receitas seja objeto de compensação.

17.CESPE – PGE-BA - Procurador do Estado – 2014


Suponha que determinado ente da Federação aja com negligência no dever de arrecadar os impostos de sua
competência devidamente instituídos e previstos. Nesse caso, fica vedada a realização de transferências
voluntárias ao referido ente, no que se refere aos referidos impostos.

18. CESPE – PG-DF - Procurador – 2013

Considerando que lei editada no DF tenha concedido crédito presumido para os contribuintes do ICMS, de
acordo com convênio aprovado no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária, julgue os próximos
itens.
A concessão desse crédito presumido é uma das modalidades de renúncia de receita.

19. CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo - Direito – 2013

Em se tratando de isenções de caráter geral, dispensam-se as exigências de previsão orçamentária e medidas


de compensação previstas na LRF.

20. CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo - Direito – 2013

No que diz respeito ao direito financeiro e tributário, julgue o item que se segue. Nesse sentido, considere que
as siglas ICMS, IPI e LRF, sempre que utilizadas, se referem, respectivamente, a imposto sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal
e comunicação, imposto sobre produtos industrializados e Lei de Responsabilidade Fiscal.

Em função da diminuição da receita tributária, considera-se renúncia de receita a diminuição de alíquota do IPI,
devendo, portanto, ser atendidos todos os requisitos necessários para a concessão dessa redução, previstos na
LRF.

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21. CESPE – MPU - Técnico do MPU - Administração – 2018


Se uma empresa pública custear com recursos próprios suas despesas com pessoal, encargos sociais e
manutenção em geral, ela poderá excluir esses recursos do orçamento fiscal.

22. CESPE – MPU - Técnico do MPU - Administração – 2018

A Lei de Responsabilidade Fiscal só trata de metas de resultados para as despesas públicas, uma vez que as
receitas públicas estão fora do controle dos órgãos públicos.

23.CESPE – PGE-PE - Procurador do Estado – 2018


À luz da LRF, considera-se despesa de pessoal para fins de atendimento aos limites orçamentários o(a) A
auxílio-transporte. B FGTS. C indenização por demissão de servidores ou empregados. D assistência para
custeio de educação pré-escolar. E auxílio-alimentação.

24. CESPE – PGE-SE - Procurador do Estado – 2017


Acerca dos limites da despesa total de gastos com pessoal, assinale a opção correta.

A) Os percentuais desses limites previstos na legislação incidem sobre a receita corrente nominal.
B) Os percentuais de gastos para o MPU e o Poder Judiciário são equivalentes.
C) Estão previstos na CF os percentuais referentes a esses limites.
D) Os percentuais previstos para esses limites são os mesmos para cada ente federativo.
E) São excluídas desses limites as despesas com indenização por demissão de servidores.

25.CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Administração – 2017


Gastos com passagens e despesas com locomoção para fins de fiscalização de obra pública em andamento são
despesas correntes do grupo pessoal e encargos sociais, sujeitas aos limites estabelecidos na LRF.

26. CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Julgamento – 2017

Gastos com pessoal e encargos sociais das fundações públicas federais estão incluídos no limite de despesas de
pessoal aplicável à União.

27.CESPE – Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município – 2017


De acordo com a LRF, é vedada a realização de transferência voluntária ao ente federativo que exceder o limite
da despesa total com pessoal no primeiro quadrimestre do último ano do mandato do titular do Poder
Executivo, mas não é vedada a contratação de operação de crédito.

28. CESPE – Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município – 2017

Os gastos com contratos de terceirização de mão de obra incluem-se no cálculo do limite de despesas com
pessoal e são contabilizados como pagamentos aos ocupantes de cargos, funções ou empregos públicos.

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29. CESPE – TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2017


Tendo como referência a LRF, assinale a opção correta.
A) A proposta de aperfeiçoamento da ação governamental dispensa a elaboração de estimativa de impacto
financeiro, mas exige a estimativa de impacto orçamentário.

B) Dívida pública mobiliária é o total de obrigações financeiras do ente público, resultante de leis, contratos e
convênios.
C) Um dos objetivos da LRF é fixar normas que estimulem a responsabilidade na gestão orçamentária.

D) Na lei de diretrizes orçamentárias, o anexo de metas fiscais deve conter avaliações atuariais.
E) Receita corrente líquida é o montante bruto de receitas tributárias, de contribuições e patrimoniais, depois
de efetuadas as deduções legalmente previstas.

30. CESPE – PGE-AM - Procurador do Estado – 2016


O Poder Executivo do estado-membro se submete legalmente ao limite prudencial para despesas com pessoal,
que é de 95% da soma das receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as
duplicidades.

31.CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016


Os contratos de terceirização de mão de obra integram o limite de despesas de pessoal, independentemente
do tipo de serviço que estiver sendo terceirizado.

32.CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016


Se determinado órgão público assinar contrato que crie obrigação legal para o ente público por período superior
a dois exercícios financeiros, os efeitos financeiros da medida poderão ser compensados pela redução
permanente da despesa orçamentária.

33.CESPE – TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016
O ordenador de despesa deve apresentar a estimativa de impacto orçamentário-financeiro para o exercício
seguinte sempre que uma ação governamental representar o aumento de despesa pública e, sendo possível, o
impacto para o exercício posterior.

34. CESPE – TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016

No estabelecimento dos percentuais máximos da receita corrente líquida a serem gastos na despesa com
pessoal, a LRF retira do cômputo da classificação os valores destinados ao pagamento de contribuição
previdenciária.

35.CESPE – TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016
As despesas públicas, correntes ou de capital, que ultrapassem o exercício financeiro subsequente, serão
consideradas como obrigatórias de caráter continuado.

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36. CESPE – DPU - Contador – 2016

Com relação às informações do demonstrativo apresentado, julgue o item subsequente, considerando a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF).
Caso o demonstrativo se refira a governo estadual, não foram atingidos os limites máximo e prudencial da LRF
com relação à despesa total e prudencial com pessoal, já que o limite máximo de DTP é de 49% para o Poder
Executivo.

37.CESPE – MPU - Analista do MPU - Finanças e Controle – 2015


Em função da autonomia dos poderes, o Poder Executivo não poderá fixar limites de gastos com pessoal do
Poder Judiciário.

38. CESPE – SUFRAMA - Analista Técnico - Administrativo – 2014

É nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias
anteriores ao final do mandato do titular do respectivo poder ou órgão.

39. CESPE – TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2013

O ordenador de despesas de um órgão público assinou contrato decorrente de licitação, cujo objeto constituía
os serviços de terceirização de mão de obra para a manutenção técnica de computadores. A vigência do
contrato era de doze meses e a previsão de pagamento de prestações fixas era mensal.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.
A despesa decorrente do contrato deve ser considerada despesa obrigatória de caráter continuado.

40. CESPE – TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2013
O ordenador de despesas de um órgão público assinou contrato decorrente de licitação, cujo objeto constituía
os serviços de terceirização de mão de obra para a manutenção técnica de computadores. A vigência do
contrato era de doze meses e a previsão de pagamento de prestações fixas era mensal.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

Os valores correspondentes ao contrato devem ser contabilizados como outras despesas de pessoal e
integrarão o limite de despesas de pessoal e encargos sociais previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.

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Gabarito – CESPE
1. Errado 15. Certo 29. D
2. Certo 16. Errado 30. Errado
3. Certo 17. Certo 31. Errado
4. E 18. Certo 32. Certo
5. Certo 19. Certo 33. Errado
6. E 20. Errado 34. Errado
7. Errado 21. Certo 35. Errado
8. Certo 22. Errado 36. Errado
9. Errado 23. B 37. Certo
10. Certo 24. E 38. Certo
11. Certo 25. Errado 39. Errado
12. Certo 26. Certo 40. Errado
13. Errado 27. Errado
14. Certo 28. Errado

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Resumo direcionado
1. Cap. III: da receita pública (arts. 11 a 14)
1.1. Previsão e Arrecadação
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer
outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos,
da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.

Demonstrativo de evolução Projeção para

Três últimos anos Exercício a que se Dois seguintes


referirem

2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

§ 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou
omissão de ordem técnica ou legal.

1.1.1. Requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal


Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o
disposto no caput, no que se refere aos impostos.

O ente só fica proibido de receber transferências voluntárias se ele não instituir, prever e arrecadar
todos os impostos de sua competência. Impostos! ☝
Se o ente não instituir, prever e arrecadar todos os impostos de sua competência, o bicho vai pegar! Mas
esse bicho é um cachorrinho fofinho! 😂 🐶 O ente continuará podendo receber transferências voluntárias
relativas a ações de educação, saúde e assistência social
1.1.2. Estudos e estimativas das receitas
Poder Executivo

Estudos, estimativas das receitas (para o


exercício subsequente) e memórias de cálculo

Demais Poderes e
Ministério Público

Prazo final para encaminhamento


30 dias antes das propostas orçamentárias

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1.2. Renúncia de receitas (art. 14)


Estimativa de impacto
(exercício de vigência +
2)

Renúncia de atender ao disposto na


receitas LDO demonstrar que a renúncia já
foi considerada e não afetará
as metas de resultados
Pelo menos uma das
seguintes condições:
medidas de compensação
(exercício de vigência + 2)

Renúncia de receita
•anistia (perdão de multas)
•remissão (perdão de dívidas)
•subsídio
•crédito presumido (é utilizado quando se pretende reduzir a carga tributária do
contribuinte)
•concessão de isenção em caráter NÃO geral
•alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada
de tributos ou contribuições
•outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado

As regras para renúncia de receita não se aplicam


• às alterações de alíquotas dos seguintes impostos: II, IE, IPI e IOF;
• ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.

2. Cap. IV: da Despesa Pública (arts. 15 a 24)


2.1. Geração da despesa (art. 16)

Estimativa de impacto
(exercício de vigência + 2)
Geração da
despesa LOAdequada
Declaração do OD
comPPAtíveLDO

Art. 16, § 4º As normas do caput constituem condição prévia para:

I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;

II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3º do art. 182 da Constituição.

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2.2. DOCC ( art. 17)

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida
provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por
um período superior a dois exercícios.

Despesa corrente
DOCC
Período superior a
dois exercícios

Assim, para a geração de DOCC, o ente precisa de:


1. estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício no exercício em que deva entrar em vigor e
nos dois subsequentes (igual à renúncia de receita e geração de despesa);
2. demonstrar a origem dos recursos para seu custeio (de onde virá o dinheiro para pagar por essas
despesas?);
3. comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais;
4. compensação dos efeitos financeiros, seja por:
4.1. ⬆ aumento permanente da receita; ou por
4.2. ⬇ redução permanente da despesa.

Olha só que diferença interessante entre a renúncia de receita e a geração de DOCC:

• Na renúncia de receita, o ente precisa ou demonstra que a renúncia já foi considerada e não
afetará as metas de resultados fiscais ou implementa medidas de compensação (financeiro no
exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes).
• Na geração de DOCC, o ente precisa comprovar que a despesa criada ou aumentada não afetará
as metas de resultados fiscais e (além disso) precisa compensar os seus efeitos financeiros.
Aqui o ente precisa das duas coisas!

§ 5o A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das medidas
referidas no § 2o, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.

Da mesma forma que acontece lá na renúncia de receita (quando o ente opta por medidas de
compensação).

§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento


de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.

§ 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.

Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de
despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

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Renúncia de receita (art. 14) Geração da despesa (art. 16) DOCC (art. 17)
1. Estimativa do impacto 1. Estimativa do impacto
1. Estimativa do impacto orçamentário-
orçamentário-financeiro (exercício + orçamentário-financeiro
financeiro (exercício + 2 seguintes)
2 seguintes) (exercício + 2 seguintes)
aumento tem
adequação
orçamentária e 2. Demonstrar a origem dos recursos para seu
2. Atender ao disposto na LDO
financeira com a custeio
LOA
(LOAdequada)
2.
demonstração de
Declaração
que a renúncia foi
do OD: a) comprovação de que a
considerada na aumento tem
despesa criada ou
estimativa de receita compatibilidade
aumentada não afetará as
e de que não afetará com o PPA e LDO
metas de resultados fiscais
as metas de (comPPAtíveLDO)
(previstas no AMF)
resultados fiscais
(previstas no AMF)
3. Pelo menos
aumento
uma das
permanente
seguintes A despesa não
de receita
condições: será executada
(elevação de
medidas de antes da
alíquotas,
compensação implementação
ampliação
(exercício + 2 das seguintes
da BC,
seguintes) medidas: b)
majoração
compensação
ou criação de
dos efeitos
tributo ou
financeiros
contribuição)
aumento de receita
(elevação de
redução
Medidas de alíquotas, ampliação
permanente
compensação: da BC, majoração ou
de despesa
criação de tributo ou
contribuição)
Para as regras 1 e 2: serviço
II, IE, IPI, IOF,
Despesas da dívida e reajustamento
cancelamento de
Exceções: Exceções: consideradas Exceções: de remuneração de pessoal
débito < custo
irrelevantes (LDO) (revisão geral anual, prevista
cobrança
na CF/88)

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3. Despesas com pessoal

11 imediatamente anteriores

Mês de referência

Maio/2018 Setembro/2018 Dezembro/2018 Abril/2019

Verificação ao final de cada quadrimestre


(regime de competência)

Limites para despesas com


Ente federativo
pessoal (em % da RCL)
União 50%
Estados 60%
Municípios 60%

União Estados Estados (se houver TC dos Municípios) Municípios


Executivo 40,9% 49% 48,6% 54%
Judiciário 6% 6% 6% -
Legislativo, incluindo TCs 2,5% 3% 3,4% 6%
Ministério Público 0,6% 2% 2% -
Total 50% 60% 60% 60%

Indenização por
demissão de servidores
e empregados

Incentivos à demissão
voluntária

Convocação
Não serão extraordinárias do CN
Despesas
computadas
com pessoal
no cálculo
decisão judicial

competência de
período anterior
da arrecadação de
Pessoal do DF, AP e RR contribuições dos
segurados
Inativos, quando
compensação financeira
custeadas com
entre RGPS e RPPS
recursos provenientes
demais receitas diretamente
arrecadadas por fundo
vinculado a tal finalidade

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Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:
I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1o do
art. 169 da Constituição;
II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.
Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal
expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão
referido no art. 20.
Aumento da despesa com pessoal

Últimos 180 dias do mandato

Janeiro/2020 Julho/2020 Dezembro/2020

Ato nulo e
Crime contra as finanças públicas
(art. 359-G, Código Penal)

3.1. Recondução das despesas com pessoal aos limites:

Partida de futebol
Pelo menos 1/3 do excedente
Excedente no 1º quadr.
Despesa com Pessoal

Limite Máximo
(100%)
Tem que ganhar de 3 a 0,
terminando o 1º tempo ganhando,
Tempo
pelo menos, de 1 a 0.
1º quadr. 2º quadr.

3.1.1. Sanções
Art. 23, § 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não
poderá:
I - receber transferências voluntárias;
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária
e as que visem à redução das despesas com pessoal.

OGTv
• O: Operações de crédito;
• G: Garantia;
• Tv: Transferências voluntárias.

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3.1.2. Prazos

Se estivermos no primeiro
Imediatamente quadrimestre do último ano do
mandato

Calamidade pública

Suspensos
Prazos para
redução de Estado de defesa ou de sítio
despesas com
pessoal

crescimento real baixo ou negativo


Duplicados
do (PIB)

Não se aplicam
queda de receita real superior a
10% (dez por cento)

3.1.3. Limites de alerta (90%), prudencial (95%) e máximo (100%)

Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos quando constatarem que


a despesa total com pessoal, as dívidas (consolidada e mobiliária), as operações
Limite de alerta (90%) de crédito e as concessões de garantia se encontrem acima de 90% dos seus
respectivos limites
Ainda não há sanções! É só um alerta!
Se a despesa total com pessoal exceder a 95%, são vedados:
1. concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de
remuneração a qualquer título,
salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou
contratual
A revisão geral anual ainda é permitida!
2. criação de cargo, emprego ou função
Limite prudencial (95%) 3. alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa (só
a que implique aumento de despesa)
4. provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a
qualquer título
ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento
de servidores das áreas de educação, saúde e segurança - seguridade social
não!
5. contratação de hora extra
salvo situações previstas na LDO

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Além das medidas anteriores, adota-se também, entre outras:


1. redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e
funções de confiança
2. exoneração de servidores não estáveis
3. extinção de cargos de servidores estáveis
Recondução ao limite:
o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres
seguintes, sendo pelo menos 1/3 no primeiro (jogo de hóquei)
Enquanto não conseguir reduzir, o ente não poderá:
1. receber transferências voluntárias (ainda pode receber transferências
voluntárias relativas a ações de educação, saúde e assistência social - segurança
não!)
2. obter garantia de outro ente
3. contratar operações de crédito,
ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que
Limite máximo (100%) visem à redução das despesas com pessoal (o ente está acima do limite de
despesas com pessoal, mas pode contratar operação de crédito se isso for reduzir
as despesas com pessoal)
Se o limite for excedido no primeiro quadrimestre do último ano do mandato,
essas restrições aplicam-se imediatamente (para não deixar "herança maldita")

E essas restrições não se aplicam ao Município em caso de queda de receita real


superior a 10%, em comparação ao correspondente quadrimestre do exercício
financeiro anterior, devido a:

1. diminuição das transferências recebidas do FPM decorrente de concessão


de isenções tributárias pela União (Municípios não podem ser penalizados por
uma isenção que não foi concedida por eles)
2. diminuição das receitas recebidas de royalties e participações especiais

Essa regra só se aplica caso a despesa total com pessoal do quadrimestre vigente
não ultrapasse o limite máximo (para este cálculo, utiliza-se a RCL do
quadrimestre correspondente do ano anterior). Se ultrapassar, o Município
não pode se beneficiar dessa regra.

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