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Introdução....................................................................................................................................2
Apresentação dos Formandos/Formadores e constituição de grupos de trabalho..................4
Apresentação da Ação..............................................................................................................6
1.ª Sessão.....................................................................................................................................8
A Educação Inclusiva: análise da legislação e reflexão sobre a mesma....................................8
2.ª Sessão...................................................................................................................................30
O desenho universal para a aprendizagem............................................................................30
Trabalho Autónomo...............................................................................................................47
3.ª Sessão...................................................................................................................................56
O ensino colaborativo como facilitador da inclusão...............................................................56
Trabalho Autónomo...............................................................................................................73
4.ª Sessão...................................................................................................................................80
Compreender a baixa visão....................................................................................................80
Estratégias alunos DV baixa visão...........................................................................................83
Escolas de referência – papel da educação especial – uma reflexão pessoal.........................86
Trabalho Autónomo...............................................................................................................92
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Introdução
A escola de hoje carateriza-se pela diversidade causada pela multiplicidade de culturas, de
modos de ver e de estar, de enquadramentos sociais, de valores, de ambições, de novas
estruturas familiares e de estilos de aprendizagem, que colocam aos professores novas
questões e novos problemas. Exige-se à escola e aos professores que saibam lidar com estes
desafios/diferenças e que se adaptem para promover a aprendizagem de todos os alunos, não
deixando nenhum para trás, independentemente das suas caraterísticas, isto é, que deixe de
se responder à diversidade e pluralidade com homogeneidade e com práticas estandardizadas.
Estão, assim, criadas as condições para a implementação de uma escola inclusiva, promotora
de melhores aprendizagens para todos os alunos e a operacionalização do perfil de
competências que se pretende que os mesmos desenvolvam, para o exercício de uma
cidadania ativa e informada ao longo da vida, que implica dar às escolas autonomia para um
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desenvolvimento curricular adequado a contextos específicos e às necessidades dos seus
alunos.
O docente de educação especial, no âmbito da sua especialidade, tem o papel de apoiar, de
modo colaborativo e numa lógica de corresponsabilização, os demais docentes do aluno na
definição de estratégias de diferenciação pedagógica, no reforço das aprendizagens e na
identificação de múltiplos meios de motivação, representação e expressão e garantir no centro
de apoio à aprendizagem, aos alunos com medidas adicionais, uma resposta que complemente
o trabalho desenvolvido em sala de aula ou noutros contextos educativos, com vista à sua
inclusão.
A formação tem oito sessões presenciais com um total de 25 horas presenciais e 25 horas de
trabalho autónomo, entre 14 de janeiro e 24 de março de 2020, desenvolvendo os seguintes
conteúdos: 1) A Educação Inclusiva: análise da legislação e reflexão sobre a mesma; 2) O
desenho universal para a aprendizagem; 3) O ensino colaborativo como facilitador da inclusão;
4) Compreender a baixa visão; 5) Compreender a cegueira; 6) A comunicação alternativa e
aumentativa, com alunos com paralisia cerebral; 7) O desenvolvimento da consciência
linguística; abordagem e intervenção de estratégias de compreensão e interpretação textuais;
a aprendizagem da escrita de textos; 8) Apresentação e partilha dos resultados dos trabalhos
desenvolvidos e respetiva aplicação em sala de aula ou centro de apoio à aprendizagem.
Os Formadores
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Apresentação dos Formandos/Formadores e constituição de
grupos de trabalho
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Apresentação da Ação
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1.ª Sessão (13/01/2020)
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A Educação Inclusiva: análise da legislação e reflexão sobre a
mesma
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2.ª Sessão (21/01/2020)
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https://sites.google.com/site/principiosdoduaexemplos/
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Referências bibliográficas
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Trabalho Autónomo
Grupo 1
Alice Ferreira
Cristina Barbosa
Luísa Malaínho
Teresa Tinoco
Objetivo: Promover a qualidade da participação dos alunos nas atividades da turma a que
pertencem e nos demais contextos de aprendizagem.
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- Mudar o cenário: implementar situações de aprendizagem fora da sala de aula que
complementem e consolidem o conhecimento (cozinha pedagógica para ensinar a
proporcionalidade direta; biblioteca escolar para a promoção da leitura e literacias; …)
- ”Devagar se vai ao longe”: diluição das atividades de diagnose pelas duas primeiras semanas de
aulas. Objetivo: Minorar o choque de transição de ciclo.
- ”Testes, dividir para reinar” – Realização de dois minitestes e de um teste global por período e
por disciplina. Marcação dos testes em conselho de turma. Testes e minitestes, com aviso prévio
aos alunos, realizados na sala de aula, em 90 ou 45 minutos, exceto em ano de exame nacional.
Objetivo: Obrigar os alunos a estudar com regularidade e não «aos solavancos».
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- Post-its de discussão – fazer uma questão aberta, de seguida pedir aos alunos para escreverem
em post-its as suas respostas (alunos com mais dificuldades ou que não sabem ler/escrever
poderão escrever só uma palavra ou desenhar). Depois colocar os alunos a partilhar em pares.
Colocar todas as respostas no quadro e reforçar as ideias repetidas.
- “Vou-te ensinar” – Colocar os alunos em pares e cada um deles deverá ensinar ao outro a coisa
mais importante que aprendeu na aula.
Tema: A Amizade
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Feedback aos docentes do Concelho de Turma
Utilização de aplicações online:
- Class Dojo
- kahoot: para rever e reforçar os conhecimentos ao mesmo tempo que o professor executa a
avaliação;
- storybird: criação de histórias de forma colaborativa, com formato de livro digital;
- powtoon: alternativa ao powerpoint, permite criar conteúdos mais apelativos e diversificados;
- wideo: colocar os a produzir vídeos explicativos de alguns dos conteúdos lecionados.
Grupo 2
Ana Barrôco
Ana Ferreira
Maria Lindo
Helena Pereira
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o ambiente que circunda cada aluno conflua para a consecução dos objetivos definidos. Na
organização e operacionalização das atividades do CAA, poderão ficar responsáveis os seguintes
elementos:
Professores de Educação Especial;
Professores de Apoio Educativo;
Professores Titulares de Turma;
Professores de diferentes disciplinas;
Terapeutas;
Outros técnicos.
A operacionalização das atividades do CAA, num primeiro momento necessita da preparação e
equipamento do CAA com os primeiros recursos, com o envolvimento dos diversos
departamentos. Desta forma, a intervenção da docente de Educação Especial poderá ser
efetuada em duas vertentes: uma relativa ao trabalho colaborativo com os diferentes
intervenientes no processo educativo dos e outra de apoio direto com carácter complementar ao
trabalho desenvolvido em sala de aula ou em outros contextos educativos.
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universais;
Diagnóstico de interesses e necessidades dos alunos;
Regulação/avaliação dos apoios; etc;
Realização de registos sistemáticos da frequência do espaço, inquéritos de opinião com
apreciações por parte dos profissionais e alunos envolvidos;
Aferir, ao longo do ano, a dinamização do CAA, quer em reuniões periódicas (pelo menos uma
vez por período), quer em encontros informais, com todos os envolvidos, com vista a uma
permanente avaliação, para se procederem a possíveis ajustes.
Salientamos o papel primordial para a aprendizagem em contexto de sala de aula, onde tudo
ocorre. Os docentes titulares são considerados o eixo de toda a ação pedagógica. O professor de
educação especial assume, no âmbito do CAA, um papel de parceiro de ação pedagógica e de
especialista na diferenciação curricular.
A eficácia e a eficiência dos CAA no que respeita aos seus objetivos depende e do apoio mútuo e
da colaboração consistente entre agentes educativos.
Grupo 3
António Braga
Carla Batista
Clara Monteiro
Isabel Araújo
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3.º passo - Avaliação (como participa/se envolve/motivação)
Piaget afirma que a interdisciplinaridade pode ser entendida como “o intercâmbio mútuo e a
integração recíproca de várias ciências”.
A interdisciplinaridade na educação é a integração de várias disciplinas, a fim de propiciar a
associação de várias áreas em torno de um mesmo tema.
Assim, em vez de trabalharmos separadamente com aulas de, por exemplo, frações em
matemática de um lado, reações químicas de outro e interpretação de texto em outro, a
interdisciplinaridade é a favor de juntar todas as áreas num único lugar.
Aproveitando o conhecimento prévio do aluno, o professor deverá planear, fazendo com que o
conceito a ser aprendido parta do próprio aluno.
Aplicamos este exemplo para uma solução na prática, como fazer um bolo. Pode fazer parte deste
processo várias áreas disciplinares.
Podemos iniciar com as tecnologias de informação e comunicação na pesquisa da receita,
consultar na internet em vários sites de compras online onde podemos comprar os ingredientes e
comparar preços.
A matemática, também estará presente. No estudo das frações, ao compararem as diferentes
medidas e na identificação do dinheiro e execução de cálculos, ao fazerem as compras, num
supermercado
Do mesmo modo, enquanto leem a receita, também estão a praticar a leitura e a interpretação, já
que os alunos precisam de compreender quais os procedimentos. O texto ainda é um treino para
identificar os diferentes estilos existentes. Podem também praticar a escrita com a produção de
uma lista de compras.
Em relação à Química, é possível ver conceitos de diluição, solubilidade, decantação, além da
explanação sobre alteração de propriedades químicas.
De igual modo, pode ainda ser abordada a área das ciências e do conhecimento do mundo com a
exploração dos órgãos dos sentidos.
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Assim, em vez de seguir uma planificação rígida e tradicional, a ideia é romper os limites entre as
matérias, a fim de tornar o ensino mais genuíno. Deste modo o aluno vê a aprendizagem como
algo mais tangível à sua realidade.
Na nossa opinião, a contextualização do conteúdo é importante no quotidiano do aluno, mostra
que aquilo que se aprende, em sala de aula, tem aplicação prática nas nossas vidas.
Grupo 4
Carla Magalhães
Edite Gomes
Helena Fernandes
Lídia Pereira
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2. Desenvolvimento e apresentação de resultados
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3.ª Sessão (28/01/2020)
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https://www.facebook.com/agoragaia/videos/1768029376667177/
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https://www.youtube.com/watch?time_continue=21&v=JLlvPH96SfU&feature=emb_logo
https://rosanbosch.com/en/project/vittra-school-telefonplan
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Referências bibliográficas
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Trabalho Autónomo
Grupo 1
Alice Ferreira
Cristina Barbosa
Luísa Malaínho
Teresa Tinoco
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Experimentar e monitorizar as respostas encontradas;
Acompanhar a evolução dos alunos;
Partilhar responsabilidades;
Construir/fomentar ambientes de abertura e à vontade entre todos os intervenientes do grupo
de trabalho.
Grupo 2
Ana Barrôco
Ana Ferreira
Helena Pereira
O CAA pode contribuir para o ensino colaborativo como facilitador da inclusão através de:
- Apetrechamento da escola com meios digitais para uso individual ou em pequeno grupo,
facilitadores da aprendizagem autónoma e do trabalho em grupo.
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Grupo 3
António Braga
Carla Batista
Clara Monteiro
Isabel Araújo
Maria Lindo (G.2)
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escola, numa lógica de trabalho colaborativo e de corresponsabilização com os docentes de
educação especial, em função das especificidades dos alunos. Segundo a legislação em vigor,
Decreto-lei54/2018, este espaço denomina-se Centro de Apoio à Aprendizagem (C.A.A.)
Pensamos que seria funcional se:
Atividades
Horário desenvolvidas
de funcionamento CAA
Explicação Segunda-feira Recursos:(8:15 – 18:30)
das matérias a sexta-feira
na sala de aula Público por parte do PTT;os alunos da escola
Todos PTT;
Pessoal docente Trabalhos de grupo; Professor
Docentes de todos grupos de AE;
disciplinares
Outros Fichas de Trabalho; Professor EE;
Técnicos especializados
Fichas de Assistentes operacionais
avaliação/testes;
Ver vídeos;
Ouvir músicas;
Fazer Experiências;
Ler livros;
Diálogos/debates;
Somos da opinião de que todos os alunos podem frequentar o C.A.A.: uns estarão no C.A.A. a
receber um apoio específico, uma terapia, etc.; outros a trabalhar em grupo ou
individualmente; outros a treinar para campeonatos (campeonato de jogos matemáticos,
SuperTematik, Jogos romanos de tabuleiro, …); outros a realizar uma tarefa determinada pelo
professor; outros a estudar, por forma a minimizar o impacto da ausência de um professor,
etc.
Constituem objetivos específicos do C.A.A.:
Promover a qualidade da participação dos alunos nas atividades da turma a que
pertencem e nos demais contextos de aprendizagem;
Apoiar os docentes do grupo ou turma a que os alunos pertencem;
Apoiar a criação de recursos de aprendizagem e instrumentos de avaliação para as
diversas componentes do currículo;
Desenvolver metodologias de intervenção interdisciplinares que facilitem os processos
de aprendizagem, de autonomia e de adaptação ao contexto escolar;
Promover a criação de ambientes estruturados, ricos em comunicação e interação,
fomentadores da aprendizagem;
Apoiar a organização do processo de transição para a vida pós-escolar.
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modelos de organização do trabalho variados, de modo a facilitar o acesso à aprendizagem.
As estratégias de diferenciação pedagógica podem incluir alterações no conteúdo, no
processo e no produto como sejam a diversidade de atividades, os modos flexíveis de
organizar os grupos/alunos, o apoio da parte do professor ou dos colegas ou a diversidade de
processos de avaliação. Salientamos a diferenciação pedagógica já que através desta, se pode:
Grupo 4
Carla Magalhães
Edite Gomes
Helena Fernandes
Lídia Pereira
Objetivo: Promover a qualidade da participação dos alunos nas atividades da turma a que
pertencem e nos demais contextos de aprendizagem.
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um turbilhão de informações nas palmas das mãos, através dos seus smartphones e todo o
resto da tecnologia que os rodeia diariamente?
Todo professor procura motivar os seus alunos para que estes se interessem pelas
aulas, ou para que estejam atentos, participem, apresentem comportamentos adequados e
obtenham bons resultados escolares. Mas isso nem sempre é fácil. A motivação é um dos
fatores mais importantes quando se fala em escola e aprendizagem, no entanto, e apesar da
sua importância, é igualmente um fator difícil de se alcançar e estimular – e isto deve-se a
muitas questões: a perceção que as crianças têm da escola; os objetivos que pretendem
alcançar; a educação que têm; o meio-ambiente em que estão inseridos; o acesso à
informação fora da escola; apoio parental (existente ou não), entre outros. Todas estas áreas
em conjunto podem ajudar ou dificultar a presença de motivação e vontade de aprender e
consequentemente tornar o trabalho do professor mais fácil ou difícil. Como tal, a escola e os
professores deverão ser figuras positivas e aglutinadoras de boas experiências e recordações
promovendo assim o crescimento, desenvolvimento e aprendizagem de forma saudável e feliz.
É essencial não perder de vista que o objetivo do ensino é o aluno aprender. Nem
todos os alunos estão no mesmo nível de escolaridade ou têm o mesmo raciocínio ou cálculo
mental. As dificuldades de aprendizagem e o insucesso implicam necessariamente
consequências emocionais negativas, como a frustração, a raiva ou a tristeza. É evidente que
os alunos com dificuldades no processo de ensino aprendizagem evidenciem resultados
escolares mais fracos, e em termos de ritmo sejam alunos mais lentos. Devemos ter em
consideração as características singulares de cada aluno e tentar dar resposta às suas
necessidades. Assim sendo, como dar resposta em contexto de sala de aula a cada aluno? O
professor na sala de aula é um líder, pois procura influenciar os seus alunos para que estes se
interessem pelas aulas, estejam atentos, participem, apresentem comportamentos adequados
e obtenham bons resultados escolares. A inovação é a palavra-chave para tornar a aula mais
interessante. Em qualquer grupo-turma há diferentes habilidades, interesses, temperamentos,
objetivos, aptidões e dificuldades. Por isso, é importante que o professor mantenha um
diálogo aberto com os alunos, de maneira que conheça quais são os seus interesses e estilos, o
seu perfil, com o intuito de explorá-los durante as atividades pedagógicas.
O processo de ensino-aprendizagem deve fomentar ações transformadoras, isso
significa desenhar um novo modelo de sala de aula. O professor deve estimular o desejo de
aprender, mas a criança é o foco da aprendizagem, com direito a pensar e a agir. A criança tem
de se entusiasmar com a aprendizagem que vai criando e adquirindo, não apenas ter de fazer
ou cumprir o currículo. A criança tem que desenvolver um sentido de investigação, partilha,
espírito crítico, possa formular hipóteses, levantar questões e, ainda, avaliar o processo
realizado e o seu resultado, desenvolvendo assim uma capacidade de resolução de problemas.
A sala de aula precisa de se tornar um ambiente de diálogo que leve o aluno à reflexão, tanto
sobre si, quanto ao meio envolvente, de maneira a que ele explore o autoconhecimento e una
conhecimentos diversos. Para além disso, deve haver uma partilha de saberes e de
experiências, ou seja, uma aprendizagem cooperativa entre os alunos e professor, que
proporciona aos alunos claros benefícios ao nível da realização escolar, do desenvolvimento
pessoal e do bem-estar psicossocial. Na aprendizagem cooperativa o professor assume as
funções de orientar de modo a que cada aluno respeite o trabalho e a participação dos demais.
O professor deixa o papel histórico de detentor do conhecimento e passa a ser um mediador.
Isto não significa que se abandone o método tradicional essencialmente expositivo, significa
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que o mesmo deverá ser usado com moderação. Atividades diversificadas e diferentes são
estimulantes para os alunos. A utilização repetitiva das mesmas estratégias diminui a ativação
gratificante do ato de aprender. Cada professor deve usar a diferenciação pedagógica de
forma a conseguir que todos os seus alunos tenham as mesmas oportunidades de alcançar o
sucesso educativo. E para usar a diferenciação pedagógica o professor deve conhecer os seus
alunos e o ambiente que os rodeia de maneira a poder munir-se das ferramentas adequadas
para chegar a cada aluno. Evidentemente, que se prevê um trabalho colaborativo entre os
docentes na diversificação de procedimentos, nomeadamente nas estratégias de ensino, nos
modos de avaliação para uma melhoria do processo de ensino aprendizagem.
Partindo particularmente para a nossa área, o professor do Ensino Regular e professor
de Educação Especial devem trabalhar juntos na planificação e desenvolvimento das atividades
e na avaliação, os papéis de ambos devem estar bem definidos e ambos devem ser
responsáveis por todos os alunos. Devem promover atividades que envolvam toda a turma em
que todos partilhem saberes, experiências, dúvidas e expetativas; ambos devem promover a
parceria direta entre todos os alunos. O professor de Educação Especial deve fornecer ao
aluno, com quem trabalha diretamente, informações e estratégias de aprendizagem que lhe
permitam ter acesso ao conhecimento e aos saberes trabalhados na sala de aula, mas
também, que lhe permitam colaborar com a restante turma em tarefas de grupo; os alunos da
turma podem partilhar ou mesmo construir recursos que possam ser utilizados pelo professor
de Educação Especial no trabalho direto com os alunos com quem trabalham, mas o professor
de Educação Especial também pode criar recursos com os seus alunos que possam ser
partilhados com o grupo turma.
Para além da sala de aula, a escola tem ao dispor outros contextos de aprendizagem,
nomeadamente o Centro de Apoio à Aprendizagem para dar resposta a todos os alunos da
escola e tem ao seu dispor diversos recursos materiais e humanos. Este local tem muita
importância no processo de desenvolvimento das aprendizagens dos alunos.
Em jeito de conclusão, sempre numa perspetiva de ensino colaborativo, deve apoiar-se
a inclusão das crianças e jovens no grupo/turma nas rotinas e atividades da escola,
designadamente através da diversificação de estratégias de acesso ao currículo e do
desenvolvimento de metodologias de intervenção interdisciplinares que facilitem os processos
de aprendizagem, de autonomia e de adaptação ao contexto escolar. Todo este trabalho visa
a formação de pessoas autónomas, responsáveis, solidárias, mais cultas e democraticamente
comprometidas na construção de um destino coletivo e de um projeto de sociedade que
potencializa a afirmação das mais nobres e elevadas qualidades de cada ser humano.
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Compreender a baixa visão
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Estratégias alunos DV baixa visão
Perante um aluno com Baixa Visão, em contexto de sala de aula, é importante que os
professores proporcionem um ambiente de aprendizagem profícuo que permita ao
discente aceder à informação, quer escrita quer falada. Para o efeito, a seguir são
apresentadas estratégias orientadoras para os docentes no que concerne a
documentos escritos e atuação em sala de aula.
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a fonte “Arial”
tamanho de letra 20 ou 22;
O tamanho da linha não deve exceder os 15 centímetros, evitando parágrafos demasiados longos
para que não se perca a compreensão do enunciado.
Justificar apenas a margem esquerda do texto.
Nas imagens evitar ou eliminar os detalhes desnecessários.
Nas respostas:
de escolha múltipla ou de opção “verdadeiro” e “falso” deverá ser colocada a caixa
(quadrado) para a resposta no final de cada frase;
o preenchimento de espaços deve ser delimitado por linhas espessas, sendo o seu
início e fim assinalados por tracejado. Ex. _ _________________ _
Cada questão deverá ser colocada numa caixa de texto e na mesma página.
O professor deverá
Ler em voz alta enquanto escreve no quadro ou depois.
Proporcionar informações verbais que permitam ao aluno aperceber-se dos acontecimentos que
ocorram na sala de aula.
Alertar o aluno sempre que ocorram mudanças na disposição da sala.
Usar giz ou marcadores com uma cor que contraste com a cor do quadro.
Evitar os reflexos da luz no quadro e na superfície de trabalho.
Não posicionar o aluno de frente para uma fonte de luz (natural ou artificial, como por exemplo, a
janela).
Colocar o aluno num lugar da sala de aula que lhe proporcione um melhor campo de visão, ainda
que implique a alteração sempre que se julgue pertinente (mudança de luz solar, tarefas a
realizar ou utilização de ajudas óticas). Um lugar à frente a mais ou menos 1,5m do quadro
e nos pontos de menor intensidade de luz;
Alternar as tarefas que exigem maior esforço visual com atividades tácteis e de apelo à memória.
Assegurar-se que o aluno necessita de iluminação adicional (candeeiro de luz fria ou branca).
Verificar se as condições de iluminação são as adequadas (intensidade, tipo e direccionalidade da
fonte de luz).
Atribuir ao aluno tempo necessário para que possa realizar tarefas que exijam um grande esforço
visual, nomeadamente a leitura.
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Atribuir ao aluno pequenos resumos das matérias dadas ou o cuidado de os identificar
devidamente no manual;
Ajuda na exploração de imagens que deverão ser simples e com tamanho e qualidade
suficiente.
Não fazer ampliações pois perde qualidade e dificulta a leitura, mas aumentar ao nº de
letra no computador;
Facultar ao aluno o novo corpus vocabular que irá ser dado na aula.
Esquemas e as Bandas Desenhadas devem ser explorados antes da aula e até descritos em
Português;
O caderno diário deve ser revisto todas as semanas, para evitar os erros de ortografia devido à
pronúncia estrangeira;
A matéria escrita no quadro deve ser fornecida ao aluno, antes ou depois da aula.
O PROFESSOR DE PORTUGUÊS E HISTÓRIA - SUGESTÕES
Proporcionar atividades que fomentem o treino / uso do tato, bem como a observação direta e a
exploração de ambientes.
O lápis deve ser grosso e até substituído por caneta de feltro preta ou azul escura.
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Escolas de referência – papel da educação especial – uma
reflexão pessoal
Leonardo Silva (2008)
Perseguem objetivos (de acordo com o nº 3 do mesmo Artigo) que vão desde o apoio
ao ensino do sistema braille e à utilização de equipamentos informáticos, ao aconselhamento
a professores e encarregados de educação, passando pela avaliação e pelo diagnóstico das
limitações da visão.
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Por outro lado, afirmo que, pela minha experiência, não é favorável a um
desenvolvimento harmonioso a existência isolada numa escola de uma criança cega. Esses
alunos, em geral, são superprotegidos, não assumem as suas dificuldades e a comunidade
educativa encara-os, muitas vezes, de forma verdadeiramente inadequada. Os próprios alunos,
sem terem um fator de comparação, bastantes vezes não conseguem posicionar-se e agir
corretamente face ao mundo que os rodeia.
Apenas alguns exemplos: conheço jovens cegos que, não andam sozinhos na rua.
Outros, não têm amigos entre os pares fora da escola e, mesmo na escola, os colegas parecem
não compreender a sua problemática. A própria comunidade contenta-se com tudo que estes
alunos fazem, seja muito ou pouco.
Por outro lado, estas escolas serão um lugar privilegiado para investigação na área da
deficiência visual. Se investigação falta no nosso país, deveremos aproveitar também esta
possibilidade que se nos abre.
Em teoria, nestas escolas haverá condições como nunca existiram em Portugal para
alunos cegos e com baixa visão. Este problema é merecedor de grande reflexão. Vivemos num
Estado de Direito, Estado que obriga algumas crianças a estudar fora da sua área de residência,
apenas por serem deficientes visuais.
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b) Os que entendem que é um acto de justiça e um direito constitucional. A este
respeito Fonseca (1997, p. 60) declara que os direitos dos deficientes estão previstos na lei
portuguesa, ela própria adaptando normas internacionais, e resume-os a três: o direito à
educação, o direito à igualdade de oportunidades e o direito de participar na sociedade.
c) Optar pela educação segregada era justificável se houvesse uma vida social
segregada, um trabalho segregado.
d) Outros autores como Bautista Jiménez (1997, p. 26) justificam também a educação
integrada como uma mudança de atitude das associações de pais e de deficientes, que
passaram a pressionar os governos nacionais.
e) Há outras razões como as apontadas por Bautista Jiménez (1997, p. 27), saliento a
questão de muitos alunos serem considerados deficientes a partir de critérios de diagnóstico
que não são por todos aceites, como é o caso dos testes psicométricos, cujo préstimo para os
educadores é discutível.
Mais se acrescenta que se é verdade que ninguém aprende a nadar fora de água. Da
mesma maneira, ninguém pode aprender a viver fora da vida. Se o papel da escola é preparar
o indivíduo para a vida, terá de o fazer dentro da vida.
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das práticas pedagógicas e uma mais eficaz gestão dos recursos especializados disponíveis,
visando a melhoria da intervenção educativa.
Acresce que os docentes que trabalham nesta área têm de possuir um leque de
competências exigente. Repare-se no elenco feito por Fonseca, 1997, p. 237, que as apresenta
resumidamente:
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2. Prestação de serviços diretos: intervir nas áreas curriculares em que o aluno
apresente problemas académicos e sociais;
Quer dizer que um professor de Educação Especial, que exerça funções nos 2º e 3º
Ciclos ou no Ensino Secundário, terá de efetuar sessões de informação e de formação de
outros professores; orientação e observação; intervenção pedagógica com crianças cegas e
com baixa visão.
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Bibliografia
BAUTISTA JIMÉNEZ, R. (1997). "Uma Escola Para Todos: A Integração Escolar". In R. Bautista
Jiménez (coord.). Necessidades Educativas Especiais. Lisboa: Dinalivro, pp. 21-35.
CORREIA, f. j. a. (2009). “Escolas de Referência para Alunos Cegos e com Baixa Visão”. In
Poliedro. Nº 560, Abril (pp. 1-7).
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Trabalho Autónomo
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