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PRÁTICAS DE LEITURA NA ALFABETIZAÇÃO: O TRABALHO COM

HABILIDADES DE LEITURA EM SALA DE AULA.


O artigo foi produzido a partir de uma pesquisa de mestrado desenvolvida no
Programa de Pós Graduação em Educação (PPGE), analisando o desempenho de 21 alunos do 3°
ano do ensino fundamental sobre as habilidades de leitura por meio das práticas de alfabetização
e letramento através de uma avaliação diagnóstica referenciadas na matriz de Língua Portuguesa
da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), além dos alunos também participaram da
pesquisa os 2 professores regentes da turma.
A autora reforça o desafio em desenvolver estratégias pedagógicas que favorecem
efetivamente o processo na formação de leitores, e que é preciso um redimensionamento do
conceito de leitura, onde esse processo está relacionado com diferentes linguagens como a verbal,
corporal, sonora, digital e textos. Além disso, a leitura deve proporcionar significado para o leitor
e possibilitar atribuir conhecimentos prévios, além de favorecer a construção do senso crítico dos
discentes.
Na atualidade o leitor precisa ir muito além de decodificar palavras, pois aprender a
ler deve permitir um diálogo e uma interação através do texto, onde o aluno passa de um sujeito
passivo para um engajado com a leitura. Além disso, a autora evidencia a variedade de textos na
contemporaneidade, pois hoje não se utilizam somente textos impressos para leitura, existem
textos orais, impressos e multissemióticos, além dos textos e hipertextos midiáticos que se tornam
cada vez mais utilizados como os links, imagens, vídeos, podcasts, etc. Tudo isso traz um novo
desafio para o professor e que “se os textos da contemporaneidade mudaram, as
competências/capacidades de leitura e produção de textos exigidas para participar de práticas de
letramento atuais não podem ser as mesmas” (ROJO, 2009, p.08).
Durante a formação escolar espera-se que os alunos se desenvolvam à medida que os
conteúdos também evoluem, permitindo que esse estudante acompanhem a complexidade dos
textos e assuntos abordados em sala, mas, o artigo traz que segundo os “[...]resultados
apresentados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
apontam que a performance de estudantes brasileiros avaliados no Programa Internacional de
Avaliação de Estudantes (Pisa 2018) não avançou em termos qualitativos.”(P.79). A autora ainda
traz que devido aos dados insatisfatórios as avaliações sobre o desempenho dos alunos nas
habilidades de leitura tem sido alvo das avaliações externas de alfabetização, e a preocupação é
ainda maior considerando o cenário pós-pandemia, reforçando a necessidade de ações que
dinamizem o processo de ensino e aprendizagem.
Para o desenvolvimento da leitura é preciso as habilidades necessárias que diferencia
o leitor que decodifica palavras, frases e textos para o leitor que compreende o texto, e para isso a
autora destaca as seguintes habilidades:” acionar conhecimentos prévios, fazer previsões sobre o
texto, verificar se as hipóteses levantadas se sustentam ou não, produzir inferências, construir
uma compreensão global sobre o texto, além de habilidades relacionadas à leitura de palavras, de
frases e de textos de gêneros textuais.” A partir disso, o professor surge como um sujeito
mediador entre o texto e o aluno, buscando informar e instigar o conhecimento através de ações e
estratégias planejadas, e que esse processo acontecerá a partir de um ensino sistematizado, e que
deverá despertar no aluno o entendimento que o texto é uma unidade que para ser compreendido
é preciso um “conjunto de conhecimentos (linguísticos, interacionais, sociocomunicativos etc.)”
(p.88).
Na pesquisa realizada com os alunos foi utilizado como referência a matriz da ANA
que contempla 9 descritores, e que cada um possibilitava analisar uma habilidade de leitura. Para
realização da avaliação diagnóstica utilizaram o texto “O Disfarce dos Bichos”, e as perguntas
para sua interpretação eram as seguintes: “Questão 1: H3 Reconhecer a finalidade do texto;
Questão 2: H4 Localizar informações explícitas em textos; Questão 3: H4 Localizar informações
explícitas em textos; Questão 4: H6 Realizar inferências a partir da leitura de textos verbais;
Questão 5: H7 Realizar inferências a partir da leitura de textos que articulem a linguagem verbal
e não verbal; Questão 6: H5 Compreender os sentidos de palavras e expressões em textos;
Questão 7: H9 Estabelecer relações entre partes de um texto marcadas por elementos coesivos;
Questão 8: H8 Identificar o assunto de um texto; Questão 9: H1 Ler palavras com estrutura
silábica canônica.
No texto a autora destaca que a utilização de uma avaliação diagnóstica para obter os
dados de desenvolvimento sobre as habilidades de leitura dos alunos foi de grande importância
para obter as informações necessárias para construção de um planejamento diário para evolução
dos alunos em sala de aula. Segundo os estudos baseados em autores, na Base Nacional Comum
Curricular, na matriz de Língua Portuguesa da Avaliação Nacional de Alfabetização e na Política
Nacional de Alfabetização, os resultados da pesquisa mostram que algumas habilidades precisam
serem consolidadas, e para que os resultados melhorem é preciso mudanças metodológicas no
modelo de ensino vigente, na busca do desenvolvimento efetivo dos alunos na leitura.

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