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O PSOL ESPÍRITO SANTO E A PANDEMIA DO CORONAVIRUS

A pandemia do Coronavirus abriu uma brecha histórica para a esquerda brasileira e,


em nosso caso, também a esquerda capixaba. A gravidade da pandemia é evidente,
o risco à saúde de nosso povo, também. Mas há espaços a serem preenchidos,
mesmo em retrocessos civilizatórios.

Há cerca de uma semana, Emnanuel Macron, presidente francês, proferiu


pronunciamento que é digno de nota e análise, porque paradigmático. Segue abaixo
trecho:

Caros compatriotas, precisamos amanhã tirar lições do momento que


atravessamos, questionar o modelo de desenvolvimento que nosso mundo
escolheu há décadas e que mostra suas falhas à luz do dia, questionar as
fraquezas de nossas democracias. O que revela esta pandemia é que a
saúde gratuita sem condições de renda, de história pessoal ou profissão, e
nosso Estado-de Bem-Estar social (État-providence) não são custos ou
encargos mas bens preciosos, vantagens indispensáveis quando o destino
bate à porta. O que esta pandemia revela é que existem bens e serviços
que devem ficar fora das leis do mercado. Delegar a outros nossa
alimentação, nossa proteção, nossa capacidade de cuidar de nosso modelo
de vida é uma loucura. Devemos retomar o controle, construir mais do que
já fazemos, uma França, uma Europa soberana que controlem firmemente
seu destino nas mãos. As próximas semanas e os próximos meses
necessitarão de decisões de ruptura neste sentido. Eu as assumirei.

Qual a importância histórica desse pronunciamento? Um arguto defensor do


neoliberalismo, candidato do mercado nas eleições franceses admite, ante a
flagrante incapacidade do governo francês conter a crise do Coronavírus em seu
país, as limitações do modelo que ele mesmo até então defendia.

Esse cenário não é restritivo à França. Em várias nações pelo globo, especialmente
no centro do capitalismo, movimentações anticíclicas estão sendo implementadas.
Desde medidas como a nacionalização de hospitais privados na Espanhas, a
concessões históricas e importantes a direitos trabalhistas nos EUA, como licença
médica remunerada. O modelo neoliberal foi posto em cheque como nunca antes
visto.

Em contraposição com a tendência mundial da nova conformação política de


enfrentamento da crise, o Governo brasileiro demonstra-se um fiel seguidor da seita
proveniente da Escola de Chicago. Para enfrentamento do coronavírus,
flexibilização ainda maior das leis trabalhistas, transferências diretas para empresas
manterem seus níveis de lucratividade e restrições a políticas sociais.

O exímio desempenho chinês na contenção da propagação da doença colocou


evidentemente em cheque o “planejamento racional” nos moldes capitalistas. A
eficiência da planificação econômica, antes linha de frente dos carcumidos
defensores do ultraliberalismo estão hoje, empiricamente, fora do jogo pela
incapacidade mesmo de respostas.

Camaradas, frente a isso, pergunto a vocês: o que estamos esperando para uma
ação coordenada na defesa de um novo modelo de desenvolvimento e sociedade?

É fundamental uma ação coordenada do PSOL ES, jurídica, institucional, política e,


especialmente, na negligenciada dimensão da agitação e propaganda. Não é
momento hoje de sectarismos. Precisamos de ações unitárias, especialmente
virtuais.

As Brigadas Populares propõe, frente a inabilidade do Governo Federal e a letargia


de nossos governos regionais uma série de ações para explorarmos a insatisfação
popular e promovermos, mesmo em isolamento, uma elevação do nível de
consciência.

Segue, portanto, as propostas:

1) a criação de um site do PSOL Espírito Santo urgentemente, de caráter


interativo, limpo e propositivo;
2) o fomento de ações políticas unitárias de nossa militância, com convite aberto
e enérgico aos setores progressistas de nosso estado, especialmente ao
petismo e a juventude pedetista;
3) ações jurídicas e políticas aos governos estadual e municipais para a
garantia da dignidade humana aos setores pauperizadas, especialmente à
população em situação de rua;
4) a criação urgente de um perfil no instagram e a divulgação de vídeos e
publicações de nossas figuras públicas;
5) a criação de um comitê emergencial, com a representação de todos os
grupos políticos e correntes do PSOL ES, para a divulgação de material
teórico e prático para o nosso povo capixaba;
6) a produção de proposições para o PSOL nacional, formalmente apresentadas
e aprovadas por nossa direção estadual hoje constituída;

Não é tempo de discussões menores. É tempo de ação e otimismo da vontade.


Seguimos juntos na luta, na esperança e na guerra.

Brigadas Populares ES

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