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Star Wars Episódio III e a cobiça

Uma das minhas sagas preferidas com certeza é Star Wars. Porém eu sou um fã que destoa
da maioria por dois motivos: Primeiro eu odiei os novos filmes lançados pela Disney.
Principalmente o episódio 8. Para mim, a saga acabou no episódio 6. O resto é fanfic(hehehe)! O
segundo motivo pelo qual destôo da opinião é que, enquanto a maioria das pessoas tem um encanto
pelo episódio IV, e a crítica exalta o episódio V, o meu preferido de todos os filmes é o episódio III.
O episódio III tem um significado especial para mim pela lição que ele traz: O poder destrutivo que
o pecado pode ter na vida de uma pessoa.
O episódio III de Star Wars narra a passagem de Anakin Skywalker do lado luminoso para o
lado sombrio da força, e sua gradual transformação em Darth Vader, o grande vilão da saga. A
princípio, quando assistimos o filme, dá uma impressão de que não faz sentido um herói se bandear
para o lado negro da força tão repentinamente, e aparentemente por uma promessa tão vazia. Mas,
quando analisamos mais a fundo uma certa cena, conseguimos compreender algo a mais. Esta cena
em particular é um diálogo de Anakin com o mestre Yoda. Nesta cena, após Anakin ter sonhos em
que Padmé (que neste momento estava casada em segredo com Anakin, e gravida dele), perdia o
bebê(que mais tarde sabemos que são “os bebês” na verdade) e morria no parto, relata seus sonhos
para o mestre Yoda. Temos então este diálogo:

– Essas visões que você tem...


– São visões de dor... sofrimento... morte.
– De você falando está, ou de alguém que conhece?
– De alguém.
– Próximo a você?
– Sim.
– Cuidadoso deve ser quando sente o futuro, Anakin. O medo da perda é um caminho para o
Lado Negro.
– Não deixarei que essas visões se tornem realidade.
– Morte é uma parte natural da vida. Alegre-se por aqueles que ao seu redor na Força se
transformam. Lamentar, jamais. Sentir falta, jamais. Laços emocionais levam ao ciúme. Na sombra
da cobiça se transformam.
– O que devo fazer, Mestre Yoda?
– Treine a si próprio para deixar ir tudo o que você tem medo de perder.
Nesse diálogo o mestre Yoda toca no ponto crucial do problema de Anakin, que o acabou
levando para o lado negro da força: Ele tinha cobiça. Ele cobiçava o seu amor com Padmé.
Colocava isso acima de tudo, de forma que era um ídolo em sua vida. Sua obcessão por Padmé era
tanta que ultrapassava suas próprias convicções. É esse o diagnóstico de Yoda quando ele diz que o
medo de perder é o caminho para o lado sombrio.
Mas, como assim ele cobiçava algo que ele já tinha? Sim, meu caro! É possível cobiçar algo
que você já tem. Era o caso do jovem rico, da parábola que Jesus contou. Este jovem chegou a Jesus
querendo se justificar pela obediência aos mandamentos. Jesus pergunta se ele guardava os
mandamentos. Jesus cita todos os mandamentos relacionados ao amor ao próximo, com exceção ao
décimo mandamento. Todos estes o jovem afirma que seguia. Então, Jesus faz um teste prático. Ele
diz: “Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens, dê o dinheiro aos pobres e você terá um
tesouro nos céus; depois, venha e siga-me.” O jovem rico sai triste, porque era dono de muitas
propriedades. Até onde sabemos, este jovem não seguiu a Cristo. Ele cobiçava as pŕoprias riquezas.
Estas eram tão importantes para ele, que ele não abria mão nem pela próprio céu. E como diz Paulo,
a cabiça é idolatria (Cl 3:5).
Tiago diz na sua carta o seguinte sobre a cobiça:
“Ninguém, ao ser tentado, diga: “Sou tentado por Deus.” Porque Deus não pode ser tentado pelo
mal e ele mesmo não tenta ninguém. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça,
quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o
pecado, uma vez consumado, gera a morte.” Tg 1: 13,15.
A cobiça é a mãe de todos os pecados. Uma vez vez que a cobiça entra no nosso coração, a
lá faz morada, usando as palavras do irmão do Senhor, ela engravida e dá a luz ao pecado. E é o que
acontece com Anakin no filme. A cobiça aos poucos vai dominando ele, e vai sendo potencializada
por um agente externo, o chanceler Palpatine, que depois descobrimos se tratar do lord sith darth
Sidious. A cada momento, Anakin vai sendo seduzido pela própria cobiça, até finalmente ceder ao
pecado: Quando ele se volta contra o jedi mestre Windu, atacando-o para proteger quem até então
era seu inimigo. Ele faz uma loucura. O pecado é sempre uma loucura. Quando pecamos dizemos
indiretamente que somos mais competentes do que Deus para dizer o que é melhor para nós. E
quando insistimos nisso, Deus nos deixa a nossa pŕopria estupidez, dispostos a fazer as maiores
loucuras.
E por fim, vêm as consequências do pecado. O pecado sempre pede a sua conta. No fim,
vemos que Anakin perde a mulher da sua vida, que tanto cobiçava de uma forma que foi ele mesmo
o responsável por sua morte. Acaba se tornando um ser deformado e cheio de ódio. Já vi muitas
pessoas que mergulharam no pecado e acabaram por estragar a sua vida, de uma forma que traz
consequências que não podem ser removidas, mesmo que a pessoa seja restaurada.
Por essa tão valiosa lição que este filme está entre os meus preferidos. Que tiremos esta
história como lição para nossa vida, para que nunca cedamos ao engano do pecado.

Tiago Souza, em 23/12/2018

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