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CULTURAS
Tipografia, Fotografia e Design / Nr. 25 / Dezembro de 2012
Índice de temas
Modo de usar Culturas....................................... 4 Design étnico, 2...........................................90
Fotografia.................................................... 5 Hamaca: Repousar suspenso no ar......................... 91
Mestre do convencional: Ab in die Hängematte!.............................................98
Juan Gyenes..................................................................6 Góticas em Portugal................................... 112
Walde Huth: que senhora!.......................................12 A «Góticho-quadrada», epigráfica..................... 113
Leica X2 Edition Paul Smith....................................18 Livro da Nobreza e Perfeição das Armas............. 143
Lytro: quase uma revolução.....................................20 Livros e Cursos.......................................... 146
Corporate Publishing..................................24 Dá Asas à tua Voz!...................................................147
Revistas de clientes.................................................... 27 Layout........................................................................ 151
Património................................................. 41 Tipos & Fontes ........................................................152
Arquitectura popular: espigueiros e hórreos...... 47 Design Gráfico em Portugal, 1870 a 1970............ 153
Volkstümliche Architektur im Norden der Prova de bala............................................................ 154
iberischen Halbinsel................................................ 60 Revistas para Clientes............................................ 154
Desenho de letras........................................ 65 Megalitismo. Antas, menires e cromeleques. ..... 155
Como pintar letras?..................................................67 Os Romanos na Península Ibérica ........................156
Letras dos Romanos................................................157
A Cultura Visigótica ...............................................158
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Dedicatória
Mestre do convencional:
Juan Gyenes
O
fotógrafo Juan Gyenes (1912 – 1995) nasceu em Kapos-
vár, cidade húngara com um florescente ambiente cul-
tural. Contudo, ao contrário do seu compatriota
Lázló Moholy-Nagy (veja Cadernos de Design e
Tipografia Nr. 17 / Outubro de 2010 ), não fez nada de revo-
lucionário ou sequer experimental.
Apesar disso, Juan Gyenes ocupa um a posição saliente
na história da Fotografia da segunda metade do século xx –
porque retratou os protagonistas da vida política e cultural
da Espanha, na sua versão oficial. Fotografou a pequena e a
alta burguesia. A esplêndida colecção de retratos das «gran-
des personalidades» da vida social, artística e política é a
imagem do establishment franquista.
Coincidindo com o centenário do seu nascimento, a
Biblioteca de Espanha montou uma pomposa exposição,
reunindo as suas imagens mais emblemáticas. Aristocratas,
artistas, figuras galantes, membros das casas reais, políticos,
empresários e até estrelas de Hollywood foram ao seu estú-
dio, um dos mais frequentados da Gran Vía madrilenha.
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N
a Europa da década de 1930, Gyenes viveu breve será fotógrafo de referência. Trabalha como
uma vida intensa, oscilando entre Buda- director artístico do Estudio Campúa entre 1940
peste, Viena, Berlim – onde cobre os e 1948, até que abre o seu próprio estúdio na Calle
Jogos Olímpicos de 1936 – e Londres. Isabel la Católica.
Em 1938 muda-se para a cidade de Cairo como Gyenes, filho de músico e ele próprio músico
repórter fotográfico do The New York Times, e amador, interessou-se por todas as manifestações
passa por Espanha, a caminho de Hollywood. artísticas do mundo espanhol. As suas fotos do fla-
Gyenes acaba por se estabelecer em Madrid, menco, do cante, da dança, teatro, música e pin-
depois da Guerra Civil. Já senhor de grandes tura divulgaram a parte mainstream do patrimó-
habilidades sociais e profissionais, consegue, nio cultural espanhol.
pouco a pouco, abrir caminho na capital. Em Pelas suas fotografias a preto e branco passam
as sombras de Velázquez, Rembrandt ou Vermeer
(na Pintura), e de Edward Steichen e Yousuf Karsh
(na Fotografia). Falta uma pitada... de Goya, por
exemplo.
S
empre identificáveis pela assinatura
impressa na foto, dúzias de imagens alcan-
çaram grande difusão, e já terão um «signi
ficativo carácter icónico». No grande show
organizado em Madrid também se mostram
outros exemplos do seu trabalho, como a fotogra-
fia publicitária ou a edição de livros. Também se
exibem imagens inéditas do seu espólio, adqui-
rido pelo Estado espanhol em 1998 e disponível
para consulta pública na Biblioteca Nacional de
Espanha.
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C
onheci Walde em 1999, na inaugu- o cabelo curto, prateado, à moda «Maria-
ração de uma exposição da sua obra -rapaz» dos anos 30, Walde adorava con-
mais recente, em Colónia. Foi sim- viver, contar episódios da sua carreira e da
patia à primeira vista. Depois, foi o maneira de ver dum(a) fotógrafo(a). Nesta
prazer de ser convidado a sua casa e ouvir fase tardia, a fotógrafa emancipou-se na
histórias da sua longa carreira. A sua irre- totalidade, liberta do peso de qualquer
quieta presença. A sua sensibilidade. A convenção. «Umstimmung», radical.
especialidade de Walde Huth era a «Ums- A fotógrafa Walde Huth (nascida em
timmung», uma palavra intraduzível com 1923 em Estugarda) ganhou, tardiamente,
a qual designava o aperitivo que ela gos- o reconhecimento que merece. Walde estu-
tava de servir, já ao fim da tarde, para nos dou Fotografia entre 1940 e 1943 nas aulas
situar noutro esquema mental – o do pra- do professor Walter Hege na Escola Esta-
zer, da alegria de viver a vida. Nessa época, tal de Artes Aplicadas em Weimar. Depois,
Walde Huth produzia enormes fotografias até ao fim da guerra, em 1945, trabalhou no
experimentais a cor, totalmente diferentes laboratório de revelação de fotografias a
daquilo que tinha feito durante a longa car- cor da empresa Agfa, em Wolfen.
reira de Fotografia de Moda e de Publici- Em 1946, abriu o seu estúdio de foto-
dade, que partilhou com o seu marido. grafia, onde empregou oito colaboradores.
F
alecido o esposo (em 1986), interrom- Trabalhava com o seu marido, o arquitecto
pido o elo com a estética «vintage» Karl Hugo Schmölz, com o qual fundou
das fotografias a preto e branco, era em Colónia, em 1958, um gabinete para
uma explosão diária de criatividade. Publicidade e Relações Públicas. O estúdio
As fotografias, que mandava revelar em schmölz+huth funcionou até 1986.
Harald Kreutzberg, Solotänzer, im Theater der cybachromes de formato enorme, surgiam Particularmente interessantes são os
Württembergischen Landesbühne, Esslingen quando passeava com o cão na floresta – ou trabalhos que Walde e o marido fizeram
am Neckar. Foto: Walde Huth, 1952. quando lavava a louça, com luvas de borra- nos anos do Pós-Guerra, indo a Paris foto-
cha de estridentes cores... Usando sempre grafar moda, redescobrindo para os ale-
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Mädchenbildnis, Esslingen.
Foto: Walde Huth, ca. 1945 - 1950
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Hugo Kükelhaus,
1975
Patricia, Jacques Fath, Paris 1955 Patricia, Paris, 1955 New Look Konzept, Dior, Lucky (Lucie Daouphars), Paris, 1955
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As últimas séries.
Décadas de 1980 e 1990.
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N
ão vale mesmo a pena discutir o preço. Todo os
apaixonados da Fotografia sabem que a marca
Leica sempre foi referência para grandes fotógra-
fos e que sempre vendeu aparelhos caríssimos. É
quase um artigo de luxo para profissionais e amadores
evoluídos. E duram uma vida inteira. Depois de três cola-
borações de sucesso com a marca Hèrmes, a Leica convi-
dou Paul Smith para criar um modelo ainda mais styled.
Da junção da famosa marca alemã com o conceituado
designer inglês resultou a Leica X2 Edition Paul Smith.
O design pop com cores fortes como o laranja e o
verde neón dão «nova onda» à câmara, ultrapssando
o negro acetinado e o cromado frio. A escolha por essas
cores mais fortes é um traço marcante do designer. A
câmara vem com uma capa protectora feita em pele de
vitela. Antes, a Leica já havia feito uma parceria com a
marca de luxo Hèrmes, para uma câmara reves-
tida em couro e o estojo feito
à mão. Mister Smith é um
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N
os cursos de iniciação à Fotografia que nologia da câmara fotográfica Lytro permite dos elementos da fotografia, não antes, mas
faço na universidade, os pontos técni- captar todo o «campo de luz» de uma ima- depois da fotografia já estar tirada. Esta possi-
cos mais difíceis de levar ao conheci- gem, em vez dum único plano, como acontece bilidade vem – supostamente – revolucionar
mento dos participantes são sempre nas câmaras digitais que conhecemos e usa- a Fotografia – as fotos desfocadas já não são
os mesmos: as relações entre o obturador, o mos. A Lytro torna possível alterar instanta- problema e com a «tecnologia do campo de
ponto de foco e o campo focal. Agora, a tec- neamente o foco da imagem para determina- luz» é possível registar «todo o momento»
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E
e não apenas a aquela pobrezinha imagem legante, mas pouco prática, a Lytros
estática que o aparelho capta – assim a pro- permite captar fotografias como qual-
paganda da empresa norte-americana, diri- quer outra câmara digital, mas usando
gida por Ren Ng , um cientista de Stanford apenas dois botões: ligar/desligar e
(foto ao lado). tirar fotos. A câmara Lytros está a ser ven-
P
ara a Lytro é uma «revolução da ima- dida por 399 dólares (8 GB), e por 499 dóla-
gem» poder tirar fotografias sem res (16 GB). A Lytro vende-se com armaze-
preocupação pelo campo focal e pela namento de fotos gratuito directo no site
interactividade que a câmara per- da empresa, o que depois permite partilhar
mite alterar o foco das imagens – podemos no Twitter, Facebook e outras redes sociais.
A
ver exemplos de fotografias interactivas no Lytro tem duas opções de armazena-
site da marca. A nova câmara permite ainda mento, 8 e 16 GB (onde cabem 350
partilhar as fotografias nas redes sociais – ou 750 fotos, respectivamente). Já
depois do upload para o site da Lytro. estão em pré-venda no web-site da
empresa. Considerando que 750 imagens
necessitam de 16.000 MB, percebemos
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A
câmara tem um zoom (óptico,
claro) de 8x, uma tela multi-
N
-toque para visualizar as fotos e ão por acaso, as câmaras chamadas
controles sensíveis ao toque. A plenópticas, também são conheci-
abertura da lente é f=2 (fixa). Usando das como light field cameras (câma-
a comparação que Ren Ng (www.lytro. ras de campo luminoso ) – a deno-
com/team/ren_ng), fundador da minação de marketing escolhida pela
Lytro, usou na introdução da sua tese Lytro. É como se capturassem uma ima-
de doutoramento da Universidade de gem «em várias dimensões». Embora
Stanford, em 2006, é como a diferença uma câmara dita «plenóptica» possa ser
entre gravar áudio com um único canal usada para reconstruir imagens em 3D,
e a técnica usada em estúdios, com para serem visualizadas com os tais ócu-
vários canais separados. Enquanto a los especiais, a sua grande inovação não é
primeira só regista a soma de todos esta.
A
os sons a cada momento, a gravação maior vantagem das light field
multi-canal mantem cada voz ou ins- cameras é a possibilidade de focar
trumento separados, viabilizando a a imagem – depois da captura.
mixagem a posteriori. Mas, atenção, primeiro é neces-
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sário descarregar as imagens para um Mac, com plenópticas não são novidade: o conceito da saturar rapidamente o interesse desses ama-
um software especial da Lytro. É este programa «fotografia integral» em que se baseiam sur- dores, depois de satisfeita a curiosidade das
que vai interpretar os dados obtidos pela câmara giu em 1908! O assunto vem sendo pesqui- primeiras visualizações em âmbito multi-
para produzir uma imagem multi-foco. A partir sado há 20 anos, quando surgiu o termo «ple- -foco. O que a Lytro introduziu foi a «Arte
da enorme quantidade de informação, o site da nóptica». A Adobe vem demonstrando pro- da Imagem Desfocada como Tu Quiseres».
Lytro produz uma imagem muito mais leve, que tótipos desde 2009. O mérito da Lytro, foi Contudo, a grande oportunidade estaria no
não é um formato JPEG, mas um Flash. torná-la vendivel. campo profissional: o fotógrafo dispara, sem
P A
ara justificar sua importância, a tese de nova máquina fotográfica, que se se preocupar com a focagem, o director de
Ren Ng remete ao surgimento da Fotogra- parece a uma lanterna de pilhas, mas arte da revista decide em que versão vai pô-la
fia, lembrando que o foco foi um problema quadrada, vem em três cores, para a no layout. Mas se calhar são os agentes de
desde 1839. (Sinceramente, não é um pro- tornar mais apelativa para os amado- segurança que melhor vão apreciar as virtu-
blema assim tão grande, agora que temos excelen- res que gostam dos gadgets hype. A câmara vai des deste brinquedo.P.H.
tes sistemas de autofocus – com a generosa pro-
fundidade de campo das digitais). As câmaras
http://www.lytro.com/team/ren_ng
http://k9ventures.com/
blog/2011/06/22/the-making-of-
lytro/
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Corporate Publishing
Kundenmagazine
caixaazul Esta revista faz parte integrante da cx n.o 7
accumEm
A
inda no século xix, mais precisamente
em 1884, a fábrica de tractores e máqui-
nas de lavoura John Deere começou a
distribuir este Farmer’s Pocket Compa-
nion, uma agenda de bolso para agricultores.
Desencadeou assim a avalanche do Corporate
Publishing. Pouco depois da agenda de bolso,
a John Deere começou a publicar com regu-
laridade a revista The Furrow, que ainda hoje
publica regularmente. A empresa foi fundada
em 1837 por John Deere, um ferreiro de Ver-
mont, Illinois, é uma das empresas industriais
mais antigas dos EUA. O seu produto inicial
foi o primeiro arado comercial de aço forjado,
um avanço que estimulou a migração para as
planícies americanas no século XIX e início
do século XX. O arado de ferro forjado com
lâminas de aço era ideal para as difíceis solos
do Midwest americano, a «terra prometida»
na época. No ano de 1841, a produção já atin-
gia 75 peças. Ainda nesse ano a empresa paten-
teou um perfurador de solo para plantação de
sementes. Com o crescer do negócio a empresa
mudou-se para a cidade de Moline, Illinois,
que, devido à proximidade do rio Mississipi,
facilitava o transporte e viabilizava a chegada
das matérias-primas e a distribuição no mer-
cado dos cerca de 1.000 arados produzidos por
ano. Foi a partir de Moline que se distribuiu o
Pocket Companion mostrado nesta página.
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A
marca entrou no mercado em 1897,
aasociada a um produto alimentar
criado por Pearls B. Wait, para o qual
a esposa inventou um nome diver-
tido: Jell-O. Depois de uma longa pesquisa
sobre as qualidades e características da gela-
tina, tinha-se conseguido transformar as
clássicas folhas de gelatina num pó, ao qual
bastava adicionar água a ferver para, com o
auxílio de formas, o tornar numa moldável
substância mole e plástica, conforme ilus-
trado ao lado.
N
o início, Jell-O era comercializada
em quatro sabores: limão, laranja,
framboesa e morango. Pouco depois,
a marca foi vendida a um tal Ora-
tor Francis Woodward, vizinho do casal
Wait, por 450 $US. A marca começou
por ser veículada em anúncios de jornal ao
público feminino, com o atrevido slogan
«America’s most famous dessert».
E
m 1904, a pequena empresa começou
a sua longa jornada no mercado, man-
O
dando representantes de porta a porta mecanismo era tão simples como efectivo: tent marketing. Passados alguns anos, em 1925, a
com um pequeno panfleto com recei- Ensina uma mãe de família a fazer uma sobre- empresa fundiu-se com a Postum Cereals, que mais
tas para o produto apregoado: Jell-O, a gela- mesa divertida e terás uma cliente fiel até que tarde se transformaria na hoje conhecida General
tina em pó. Em breve, mais de 15 milhões de os filhos abandonem o lar familiar. Esta lição Foods Company, um dos grandes impérios da Food
exemplares destes livrinhos eram distribuí- é bastante mais explícita do que o hype confuso Industry.
dos anualmente. A empresa tinha captado o que vem sendo propagado nos últimos anos, pelos
alcance de aquilo que hoje, pomposamente, auto-designados gurus do Corporate Publishing,
se chama content marketing. que pretendem ter sido eles que inventáram o con-
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Revistas de clientes
E
As publicações periódicas (jornais diários, ntre as revistas ilustradas periódicas, a cha-
revistas ilustradas, etc.) são registos mada revista de cliente (client magazine, rela-
importantes (embora que parciais) da nossa tionship magazine, consumer magazine, inglês;
Kundenzeitschrift, Kundenmagazin, alemão;
cultura, dentro dos seus limites temporais e
bedrijfsblad, holandês) é um subgénero que tem
espaciais. Estas publicações, sendo periódicas, sido pouco estudado – ou sequer apresentado –
reproduzem conteúdos e opiniões renováveis, nos livro de Design editorial. No entanto, repre-
em mutação; vão sendo actualizadas durante o senta a expressão editorial de aquilo que se pode
período de tempo a que correspondem (semanal, chamar «cultura empresarial»; estamos, por-
quinzenal, mensal, etc.). Entre as revistas tanto, no âmbito mais nobre e refinado do Corpo-
rate Publishing. Será importante referir que no Bra-
ilustradas periódicas, a chamada revista de
sil este tipo de revistas é chamado revista customi-
cliente é um subgénero que é amplamente
zada, numa tradução mestiça da expressão norte-
praticado em Portugal, mas tem sido pouco (0u -americana custom magazine. O site UCityGuides.com distinguiu a revista «Up»,
E
nada) tematizado nos livro e publicações de m casos especiais, falamos dos airline maga- -da empresa de aviação TAP, com o prémio «Best
Design editorial. zines ou inflight magazines para caracterizar In-flight Magazine» nos UWARDS 2009 - Recognizing
géneros específicos, como o é a «revista de the Best of the New Ultimate Urban Experiences.
Uma abordagem de Paulo Heitlinger, que
bordo». Em Portugal, a mais conhecida desta A eleição da revista de bordo da TAP como «a melhor»
pesquisou este tema para o incluir no e-book resulta de um parecer da equipa da UCityGuides,
sub-espécie é a revista Up, da TAP. A nível inter-
«Revistas para Clientes» – veja página 153. após ter viajado em dezenas de companhias aéreas.
nacional, será a Lufthansa Magazin. Ou a enRoute, A TAP lançou, com a edição de Agosto de 2010, em
que discutirei mais adiante.
N
que o tema central é o Algarve, uma versão específica
a faixa high-end, tradicionalmente ocupada para iPAD. Com esta iniciativa, a Up tornou-se a
por bancos, marcas de automóveis, com- primeira publicação portuguesa a disponibilizar um
panhias de seguros e empresas de Consul- formato para iPad. A versão para iPad é desenhada
ting, para além de ser um mero instrumento pela +2designers, o atelier de design que também é
de Relações Públicas e/ou Marketing, a revista de responsável pela versão print.
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N
ão tenhamos ilusões: para além da tenta-
tiva de criar e fomentar uma boa reputação
à empresa/grupo que a emite, pôr os senho-
res que a dirigem e o respectivo Conselho
de Administração na melhor das luzes possíveis, o
objectivo subjacente a 99% das revistas de cliente é
fomentar a venda de produtos e serviços. Para um
grande número de consumidores, a expressão mais
óbvia de uma «revista de cliente» é a «revista
da casa», – por exemplo, a Sabe Bem, do grupo
«Pingo Doce».
E
ntretanto, também em Portugal e no Brasil, se
vai tornando prática comum as universidades
emitirem «revistas de cliente». As institui-
ções culturais, como, por exemplo, a Fundação
Gulbenkian, já o fazem há muito tempo. E, se qui-
sermos, também poderíamos classificar o sub-sugé-
nero «Agenda Cultural» como pertencente ao
grupo abrangente das revistas para cliente. Como
características comuns, podemos enunciar:
• Combinação de conteúdos editoriais e de
marketing de produtos/serviços (publicidade).
• edição e distribuição limitada a grupos
definidos, quase sempre os clientes, utentes,
afiliados ou sócios de determinada organização
(a Caixa Geral dos Depósitos, por exemplo). No império da
• distribuição grátis a esses grupos. Por vezes, fonte Helvetica.
a distribuição grátis tem sido substituída por No Corporate
venda a baixo preço. Publishing da
• elaboração inhouse (raramente), ou por agências Lufthansa, tudo
é composto com
especializadas neste ofício, de comprovada
a célebre fonte
competência. Agências que dominam as
suíça. Foi uma
múltiplas competências exigidas: redação, recomendação de
imagem, PR, Marketing, infografia, ilustração, Otl Aicher.
print/online.
• regra geral, uma alta qualidade de Design
editorial, orientado por padrões mainstream.
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Excelentes
Q
ROLAND BERGER STRATEGY CONSULTANTS
Issue 13
ualquer publicação periódica mostra uma ROLAND BERGER STRATEGY CONSULTANTS
ilustrações definem
personalidade gráfica que a distingue das a alta qualidade
Jörg Wolle François-Henri
gráfica da revista
outras; já antes da hora do lançamento do pri-
assists companies Pinault
in expanding in calls for a new
Viktor Pinchuk
supports young
Bernard Charlès
uses Web 2.0 and to Asia view of luxury The global magazine for decision-makers Issue 14
do consórcio
managers to help networks to move
Ukraine join EU innovation forward The global magazine for decision-makers Issue 13
think:act The global magazine for decision-makers by Roland Berger Strategy Consultants
publicação. mercado global.»
N
as revistas de clientes observamos uma ten- A filial portuguesa
abriu as portas em
dência geral para tentar afirmar uma elegân-
Will a cuddle culture succeed in the crisis? 1990.
cia moderada, na opção por paletes tipográfi-
Expansion, Brazilian-style. The black swan and
reality. Magazine publishing is big business in China. The scramble for bilateral trade agreements in Washington.
Retail banking during your train ride. Shaking hands suffices in Arab family businesses.
Issue 15
ROLAND BERGER STRATEGY CONSULTANTS
car demasiado em experimentalismos. A conjun- think: act – Special Volume Two
think: act – Special Volume Two – Cloud Economy
think:act The global magazine for decision-makers by Roland Berger Strategy Consultants
detalhe no meu livro.
O
meio das revistas para clientes, que já foi erro-
neamento classificado de «ainda relativa-
Philip Kotler reinvents himself.
mente recente», já existe há longas décadas, The world of finance in upheaval.
The art of productive conflicts.
género para 18951. Faz parte da argumentação ten- O Royal Mail’s Advantage Study (realizado
denciosa das agências que oferecem serviços edi- no Reino Unido, em 2008) revelou que um
toriais afirmar que tudo isto é muito novo e muito quarto de todas as publicações para clientes pos-
hype, quando quem se tartou de informar sabe bem sui uma estrutura segmentada para conseguir
que boas publicações para clientes já foram fei- interpelar adequadamente as diferentes faixas de
tas pela John Deere ou pela Michelin, há muitas leitores.
décadas. Muitas revistas para clientes nem tentam
Entretanto já deu origem a uma indús- obter esta abrangência, pois são revistas direc-
tria global que envolve bilhões de euros, domi- cionadas a certos segmentos, na maioria gru-
nada por grandes editoras e consórcios nacionais pos «Premium», «VIP» ou, de qualquer outra
(como a b-Marketing) e internacionais (como forma, exclusivos. É o caso das revistas de bordo
a Gruner+Jahr). As revistas de clientes aumen- que só são distribuídas a viajantes de primeira
tam, porque todos descobrem, mais cedo ou mais classe, ou o caso da revista Caixa Azul, da CGD,
tarde, que a publicidade inserida nas revistas para o dirigida a clientes «VIP».
P
grande público resulta muito cara e mostra pouco orque é que, dentro do crescimento geral
efeito... da Indústria do Marketing, as revistas de
O
ponto central deste sucesso é que estas revis- cliente continuam em expansão? Forne-
tas «funcionam»; apregoa-se um «alto cem informações de alta qualidade, rele-
nível de envolvimento por parte do cliente» vantes e valiosas – dizem os seus promoto-
proporcionado às empresas /marcas que as res. São objectos de luxo, diria eu. São úteis,
publicam. Embora frequentemente «os clientes» quando existe uma ideia editorial realmente boa,
sejam grupos heterogéneos, muitas revistas pos- convincente.
suem – supostamente – a capacidade de agradar a As ideias editoriais realmente boas, são raras;
uma maioria desses clientes, adaptando os conte- ocorre-me os Guias Michelin – e depois demora UALGzine, uma revista ilustrada publicada pela Universidade
údos às circunstâncias e hábitos específicos. Mas a muito tempo até que me ocorra outro conceito do Algarve, Algarve, Portugal. Normalmente, as capas desta
prática diverge desta teoria. genial como este. Crucial para uma boa revista revista têm sido bastante mais originais que o miolo desta
de clientes é que mostre e comprove competên- publicação dita «científica». Design editorial e paginação:
1. Em 1895, a empresa norte-americana John Deer começou cia em determinados assuntos. O Guia Michelin Patrícia Conde e Hugo Serôdio, da You_Mix, uma empresa de
a publicar o customer magazine The Furrow, para ajudar os design e comunicação. Tem a sua sede em Pêra (Algarve), mas
mostra competência no mundo da Gastrono-
agricultores a compreender as tecnologias modernas e os também tem escritórios em Lisboa.
produtos da empresa.
mia. E como tal foi aceite pelos leitores.
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Club
Publicação da SAP Portugal.
SAP
E
Agosto 2012
Director: Paulo Almeida Editora:
m alguns mercados/sectores existe uma circulação PUBLICAÇÃO
N.º 40
DA SAP PORTUGAL
Cláudia Matias Equipa editorial:
bastante alta de revistas de clientes. Porque é que, António Graça, Catarina
apesar de serem caras na produção e distribuição, Brito, João Carvalho, José
muitas empresas apostam neste meio, mesmo sem Tavares,Óscar Pleguezuelos,
o tal conceito genial? Porque é que também sectores, Pedro Salgueiro e Susana
como o farmaceutico, apostam neste meio? Morgado Redacção: Sónia
Todos sabemos que não é assim tão complicado e Branco. Design, Composição
caro «comprar redacção» em meios de comunicação e Produção: Departamento
de Customer Publishing da
já existentes. Mas as revistas para clientes são, na óptica
Económico Edições. Publicação
de muitas empresas, canais ainda melhores: podem ser
gratuita. Tiragem: 8.000
totalmente controlados por uma empresa/marca, sem exemplares. SAP Portugal,
interferência de outras marcas ou comentários negati- Lagoas Park, Edifício 4 Piso 3
vos de consumidores. | 2740–267 Porto Salvo, info.
Apesar de livres de crítica e repreensões, este meio – portugal@sap.com.
que é o preferido do Corporate Publishing –, é apreciado Este PDF, divulgado em online,
por muitos leitores, e deste modo traz efeitos positi- corresponde a versão print desta
vos ao valor da marca. Estudos no Reino Unido (que edição, ainda traz as miras. Não
é a melhor das soluções para
se calhar não são muito fiáveis ou independentes) mos-
tram que estas revistas melhoram a imagem de marca MOBILIDADE mostrar uma versão online.
A
razão para uma empresa assumir altos custos de
produção e distribuir uma revista de clientes é
querer promover a lealdade do cliente, a sua ade-
são aos valores, produtos e serviços. Com a comu-
nicação frequente e substancial proporcionada pela
revista ilustrada, os clientes têm uma fonte de informa-
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ção que lhes parece fiável e têm o seu entreteni- 2008), por isso é muita vez chamado o «Suporte dos 20 no media mix das empresas. Só uma revista pode
mento; a maior parte destas publicações copiam minutos». No Reino Unido, esta média aumenta para dar ao leitor uma clara explicação de assuntos
o esquema dos lifestyle magazines, nas suas ver- os 25 minutos (APA; 2005). complexos como produtos financeiros ou solu-
sões mais moderadas e conservativas. ções energéticas.
Assim vestidas, as revistas para clientes con- Eficácia por infotainment Técnicas infográficas são utilizadas para aju-
E
seguem construir elos fortes entre os leitores e studos realizados no Reino Unido mostraram que dar os clientes a compreender assuntos comple-
as empresas/marcas, um compromisso que pode quando as revistas para clientes são usadas em con- xos, com o leitor a absorver a informação que
resultar em mais vendas – e até tornar o consumi- junto com outros meios online, os consumidores lhes é dada, o que consiste numa uma oportu-
dor um promotor/embaixador da marca. poderão gastar até mais 25% com uma marca (Royal nidade de ouro para qualquer marca comunicar
A
s revistas para clientes criam, com um Mail, 2008). uma variedade de mensagens complexas.
mix de conteúdos recreativos e informati- As revistas para clientes, orientadas pelos lifestyle
vos, um laço emocional e racional entre a magazines e city magazines, são criadas à volta do con- Online works?
N
marca/empresa e o leitor. Esta confiança ceito de infotainment: informação + entretenimento. Os o estudo Custom Magazines: Where Digi-
pode ser utilizada para incitar os clientes a tomar que as fazem, estão cientes que mover o leitor a interes- tal Page-Turn Editions Fail, os autores Jos
determinadas atitudes. sar-se pelo conteúdo é o passo fundamental. M.C. Schijns e Edith G. Smit prevêm um
Os clientes, que gostam da experiência táctil e Um excelente design da capa é essencial. Uma vez cap- futuro risonho para as versões online das
háptica proporcionada pelo papel, podem absor- tado o interesse, mordido o anzol, o cliente estará recep- revistas de clientes. Mas salientam que há que
ver a informação na altura que mais lhes convier, tivo a quaisquer mensagens que a marca quiser trans- superar um erro grave e recorrente: a maioria das
reconhecendo, desta forma, o trabalho e a cria- mitir. Além disso, ao oferecer informações «úteis», «versões online» consiste de um PDF da versão
tividade envolvidos na criação de cada número. tais como dicas, conselhos, receitas ou informações de print. Obviamente, nem o formato, nem as fon-
Ao longo do tempo, isto costuma ter um impacto contacto, a probabilidade de o leitor/cliente guardar a tes, nem o layout estãos optimizados para uma
impressionante na fidelidade do cliente. revista e voltar a consultá-la repetidamente aumenta. leitura on-screen.
Apesar de as revistas de clientes serem conside- Coisa que sucede mais raramente online. Explicam os autores deste estudo que, devido
radas como um agente de vendas da marca, mui- ao aumento dos custos do papel, da impressão e
tos leitores não tem essa sensação subjectiva. A Complexidade da distribuição por correio, as variantes online
marca é apresentada de forma soft-sell e não-inva- Uma revista para clientes tem todo o espaço editorial dos «custom magazines» têm sido alvo de inte-
siva, criando afinidade e construindo uma «boa necessário para os conteúdos da marca, estando apta a resse crescente. São considerados uma alterna-
relação» com o leitor. apresentar mensagens mais complexas de forma infor- tiva mais eficiente, mas também mais barata às
A média de tempo de leitura de uma revista de mativa e divertida. É por isso que revistas de clientes tem edições print. Contudo, a maioria das versões
cliente é, aproximadamente, 20 minutos (Kleijn, vindo a ser utilizadas como uma componente decisiva
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Corporate Publishing / página 34
Substância e Tangibilidade
T
ambém Jos Schijns e Edith Smit constata-
ram que a sensação de tangibilidade produ-
zida pelo acto de ter uma revista nas mãos
é algo que os consumidores de revistas de
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Corporate Publishing / página 35
Go tablet?
S
e as muitas «versões online» falham, porque
não são realmente versões online, mas apenas
meros facsimiles da versão print, como melho-
rar estas versões digitais? Uma das soluções é a
adaptação a formatos próprios para tablets – o que é
sempre a) arriscado e b) caro. Citemos como exem-
plo desse processo a revista Up. A TAP lançou, com
a edição de Agosto de 2010, em que o tema central
é o Algarve, uma versão específica para iPad, a mais
conhecida versão de tablets, da Apple. Com esta ini-
ciativa, a Up tornou-se a primeira publicação portu-
guesa a disponibilizar um formato para iPad.
A revista Up, supostamente «o maior veículo de
promoção do destino Portugal em todo o mundo»
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Corporate Publishing / página 36
E
ventualmente, depois da fase «barata crie símbolos e outras soluções para comunicar Por este e outros motivos, os profissionais res-
tonta» e da «histeria Apple», já se começa com o leitor e determinar as áreas de toque, uma saltaram que o mais importante é «fazer valer a
a perceber as falácias da leitura em tablets. vez que com os dedos não é possível ver o cursor pena», para que os recursos interactivos sejam
Os problemas são múltiplos. Perde-se a se alterar antes do clique. utilizados de forma consciente, acrescentando
U
visualização dos spreads, das tradicionais pági- m facto muito interessante é que, segundo conteúdo real às matérias, evitando conteúdos
nas duplas impressas. A sequência de leitura de primeiros estudos de Usabilidade do Poyn- apenas decorativos.
forma horizontal, página a página, ou matéria a ter Institute, se lêem cerca do dobro dos
matéria, ou no eixo vertical, “virando” as páginas artigos, quando visualizados em tablet, em
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Corporate Publishing / página 37
O
s conceitos essenciais para um bom Design
editorial do impresso serão igualmente váli-
dos para as versões digitais. A transposição do
impresso para o digital ou na criação de uma
edição exclusiva para tablet, deve dar igual importân-
cia aos princípios de composição, unidade e hierar-
quia da informação.
O formato e o modo de interacção com o moni-
tor exigem a construção de uma grelha específica e um
escolha cuidadosa da Tipografia para garantir legibili-
dade e conforto visual.
Apesar dos altos custos de produção e distribui-
ção, estão surgindo inúmeras revistas que investem
na segmentação print/online/tablet como diferencial
competitivo. Grandes marcas nacionais e multinacio-
nais oferecem revistas gratuitas com conteúdo pró-
prio, fazendo sucesso como as mais populares no iPad,
como por exemplo:
Revista TAM nas Nuvens (TAM), Revista da Cul-
tura (Livraria Cultura), revista Nestlé com Você (Nes- Way of Life: o «Kundenmagazin» de
tlé), revista Soluções (SEBRAE), revista Audi Maga- A revista planet, produzida pela PRH Hamburg
Rahofer para a Suzuki Austria Automobil
para a empresa Lufthansa Cargo é uma revista no
zine Brasil (Audi), entre outras. Handels GesmbH. Uma revista no sector
sector B2B (Business-to-Business).
Apesar das especulações, ainda é muito cedo para B2C (Business-to-Consumer).
afirmar qual será o futuro do mercado editorial para
o Corporate Publishing. Assim como já disseram que
a Televisão acabaria com o Rádio e a Internet com o
Jornal, o tablet agora assume o papel de carrasco dos
livros e revistas. Mas para aqueles que gostam de livros,
jornais e revistas, não.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Corporate Publishing / página 38
Saúde
Publicação Mensal | 190 | julho ‘12
A revista «Farmácia Saúde», uma publicação gratuita da
Associação Nacional das Farmácias (ANF) é distribuída
mensalmente a qualquer pessoa pelas farmácias. FARMÁCIA
SAÚDE
Reforçou a liderança entre as publicações dedicadas à Saúde
e Educação, atingindo o melhor resultado de sempre de uma
revista deste segmento em Portugal.
Futebol
Futebol Dragões é revista de clientes/
«Mística» é revista de clientes/ sócios/fãs do FC Porto. Aqui,
sócios/fãs do SLB. Aderiu ao novo toda a gente veste a camisola
«Acordo Ortográfico». O que é? azul.
«Uma revista que respira futebol e A Dragões é mensal e está à
que é um ponto de encontro entre os venda nas FC Porto Stores e
adeptos e os seus heróis.» quiosques. A edição do nr. 311
O que tem como conteúdos? da revista, do seu 27º ano de
«Desvendamos mais sobre os existência (referente ao mês
ídolos. Sobre o que fazem fora dos de Abril de 2012), cuja capa
relvados. Vamos aos bastidores do embeleza (e muito!) no dia em
espetáculo para revelar as áreas que se comemoram os trinta anos
que os benfiquistas não conhecem. da tomada de posse do nosso
Mostramos o Benfica que os grande presidente, dos destinos
desportivos não mostram e que a do nosso clube do coração...
maioria dos adeptos desconhece.
Apresentamos informação
estatística, com a leitura do Benfica
para todos os jogos de futebol...»
Mística, a revista oficial do Benfica,
bimestral, tem uma tiragem de
115.000 exemplares; é enviada
gratuitamente para todos os sócios.
Espaços publicitários oferecidos a
anunciantes: 1 Pág, ½ Pág. e ¼ Pág.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Corporate Publishing / página 40
Supermercados
Supermercados Quem é cliente da cadeia de hipermercados da
Sabe Bem é a revista para clientes do Sonae, já viu a revista Continente Magazine,
Pingo Doce. uma revista barata que tem como temas
Uma revista gastronómica, com uma centrais a saúde, gatronomia gourmet,
abordagem fresca e moderna, com wellness, beleza, viagens, lifestyle… Enfim,
receitas, ingredientes e segredos da tudo aquilo de bom para que a sua vida seja um
cozinha e também reportagens com mar de rosas.
produtores, temáticas de interesse Juntamente com receitas, sugestões de viagens
geral e novidades sobre o Pingo Doce. e entrevistas há ainda artigos sobre diversos
Cerca de 100 páginas, impressão glossy aspectos relacionados com a gestão de uma
(capa) e semi-mate (miolo). Contem casa, como ideias de bricolage ou ideias para
senhas de desconto. tratar dos animais de estimação.
Agora, também está disponível no seu iPad.
Pingo Doce: «A Sabe Bem nasce
da vontade de partilhar o nosso A Continente Magazine – a revista da rede de
conhecimento sobre a alimentação e de hipermercados da Sonae que substitui a Certa
contribuir para uma vida cheia de sabor (produzida pela unidade de Custom Publishing
e boa disposição. Todos os conteúdos da Impresa) – é um dos primeiros projectos sob
são elaborados ou validados pela a responsabilidade da Edit Público.
nossa equipa de nutrição e orientados, A nova revista do Continente mantém a
na sua maioria, pelos princípios da periodicidade mensal, mas apresenta um novo
Dieta Mediterrânica, um dos padrões design e tipo de conteúdos, passando de uma
alimentares mais saudáveis do mundo. distribuição gratuita nas caixas de correio a
Sabe bem, bimestral, custa 0,50€. O possuir um preço de capa (1 euro, com desconto
Pingo Doce lançou esta publicação de 50 por cento com cartão Continente) e a ser
no dia 5 de Maio de 2011, uma revista vendida nos hiper e supermercados Sonae.
gastronómica com periodicidade A distribuição dos 160.000 exemplares é
bimestral. assegurada pelos próprios clientes, sendo a
impressão feita na Líder Graf.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Património / página 41
Património
Kulturerbe
Gravado na porta de um espigueiro. Há 60 anos.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Património / página 42
O
facto do milho em grão, guar- vizinha Galiza), observamos uma avan- sólida madeira, maravilhas da carpinta-
dado em caixa, não se conservar çada «petrificação», ficando poucas par- ria vernacular.
em média mais do que um ano, tes feitas em madeira. Já noutros sítios, No caso de Portugal, a partir do
enquanto que na espiga pode con- como por exemplo na aldeia de Brufe, as século xviii, os espigueiros de pedra
servar-se durante anos, terá contribu- partes em madeira continuam em desta- com partes de madeira, maravilhosos
ído, após a introdução do milho maiz que. Também encontramos espigueiros exemplos de arquitectura popular, aca-
oriundo das Américas, para substan- totalmente construídos de madeira. Bas- baram por fazer desaparecer os canas-
ciais alterações nos espigueiros – maio- tante mais «ao lado», nas Astúrias, os tros ou caniços, celeiros mais primitivos e
res dimensões e construções mais dura- hórreos são construídos totalmente em construídos totalmente com verga. Con-
douras. No Lindoso e no Soajo (Norte tudo, os últimos canastros do Soajo, que
de Portugal), perto da fronteira com a se implantavam ao lado dos espigueiros,
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Património / página 48
A
lém dos espigueiros do Soajo e do
Lindoso – que podem ser visita-
dos no mesmo dia, fazendo uma boa
caminhada a pé – devemos mencio-
nar os de Paredes de Coura. A introdução
do milho na nossa alimentação fez de Pare-
des de Coura algo como o «habitat agrícola
por excelência».
Com este cereal criou-se uma gastrono-
mia própria (o bolo do tacho, a broa, a bola
de carnes ou sardinha), assim como se cons-
truíram um conjunto de edifícios de arma-
zenamento e de transformação. Paredes de
U
Coura conta com mais de 150 moinhos e m longo espigueiro, encontrado a caminho de Brufe, uma aldeia na Serra Amarela.
um incontável número de espigueiros, em Esta magnífica construção já não é usada, e vai-se detoriando, pouco a pouco.
madeira, pedra, até em cimento e tijolo. Da pintura verde-azul resta cada vez menos. Na porta de madeira descobrimos uma
bela inscrição – foi construído em 1957. Hoje, está à venda; o dono já não a quer.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Património / página 49
A
ssociado ao abandono da agricultura, tra-se delimitada por muro baixo em
verifica-se agora o desleixo progressivo pedra seca. Os espigueiros, com carac-
deste património, estando em curso pro- terísticas recorrentes no Norte, são de
jectos de recuperação de alguns núcleos corpo estreito, mais ou menos longo,
mais significativos, dos quais salientamos a com estrutura em pedra de granito e
recuperação da Eira e Canastros de Porreiras, já cobertura a duas águas com telha de
concluído, e o estudo da recuperação do núcleo canudo (ou cápeas de granito). São sub-
de moinhos de Cavaleiros. A eira comunitá- divididos em dois ou três módulos, pos-
ria de Porreiras (Paredes de Coura) está situ- suindo paredes laterais em ripado ver-
ada num terreno um pouco declivoso e pavi- tical de madeira com cinta. Estão ele-
mentado em parte por lajes de granito. Encon- vados do solo, para proteger de roedo-
Os espigueiros
de Brufe
D
ois longos espigueiros, reconstrui-
dos e preservados, incitam à foto-
grafia. Ao lado, um magnífico res-
taurante, encaixado no granito,
com uma vista incomparável sobre o
vale do Rio Homem (www.abocanhado.
com). Passadas três hora, e percorridos
quase todos o cantos desta aldeia semi-
-abandonada, ainda não esgotámos o
prazer de explorar os espigueiros.
E
stamos em Brufe, a 800 m de altura,
numa aldeia de granito na Serra
Amarela, em fronte com a freguesia
de Carvalheira e a montante com a
albufeira de Vilarinho das Furnas, onde
outrora vigorou a aldeia de Vilarinho das
Furnas, hoje submersa nas águas. Vin-
dos de Braga, já antes de chegar a este
pequeno lugar tinhamos encontrado e terras contra os avanços dos Espanhóis. Mas a aldeia junto às casas, ao lado das couves, ou esquecidos
fotografado alguns exemplares de espi- de Brufe já não tem testemunhos, nem pergami- num matagal. Ao ver a data esculpida num deles
gueiros particularmente atractivos. nhos; resta-lhe um património de arquitectura rural – 1782 – estremeço; não esperava encontar uma
D
izem que esta povoação chegou com tradições peculiares – é um resto das povoações reliquia tão antiga.
P
a ter justiça própria e o privilégio nos territórios de montanha do Norte de Portugal. astos verdes, muitos. Restam alguma vacas,
de não enviar homens para o exér- As casas ergueram-se ao longo de terrenos aciden- cavalos, ovelhas. Agricultores, poucos,
cito de el-Rei, desde que os seus tados, com declive. Os espigueiros estão um pouco muito velhos. A água, que atinge intenso
habitantes assegurassem a defesa das por toda a parte, em pequenos pedaços de terreno, caudal depois de uma noite de chuva, é par-
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Património / página 54
O
s espigueiros, eiras, sequeiras e moi-
nhos-de-água perfazem um ambiente
arcaico, mas vivo. Um visita incontorná-
vel. Quando chegar, tome cuidado para
não atropelar nenhuma vaca, cavalo ou ovelha.
Obrigado!
Exposições
A
rquiteturas Populares memórias do
tempo e do património construído. O
Museu de Grão Vasco, em Viseu, mos-
tra a exposição de fotografias do Arqui-
tecto António Menéres. Até 9 de Dezembro
de 2012. Organização: Núcleo dos Arquitectos
da Região de Viseu, em parceria com o Museu
Nacional Soares dos Reis e a Escola Universi- O maior espigueiro de Brufe: grande estrutura, em granito,
para armazenamento do milho. Milho, já não há.
tária das Artes de Coimbra. Apoio: Câmara
Municipal de Viseu.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Património / página 55
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Património / página 56
Espigueiros em Bóveda,
perto de Lugo, Galiza.
Datados de 1894. Fotos: PH/
BW.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Património / página 59
Volkstümliche
Architektur im
Norden der
iberischen Halbinsel
E
in Hórreo/Espigueiro ist ein traditioneller
Speicher für Mais, wie er vornehmlich im
Minho und Trás-os-Montes (Nordportu-
gal) und, in noch höheren Stückzahlen, in den spa-
nischen Regionen Asturien, Galizien, Kantabrien
und León zu finden ist. Die prägnanten Landmar-
ken stehen frei, aus Holz oder Stein erbaut; der
Unterbau steht meist auf steinernen Pfeilern.
Der Speicher kann – wie in Asturien – einen
quadratischen, oder – wie in Galizien und León –
einen langgestreckt rechteckigen Grundriß haben.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Património / página 61
Die Wände sind fast immer mit Luftschlitzen ver- det sich in der Gemeinde Carnota im Nordwesten Eine sehr eindrucksvolle Gruppe von
Espigueiros aus Granit ist die, die man
sehen. Die klimatischen Bedingungen im Nor- Galiziens, an der wunderschönen Küste Costa da
in Soajo, Nordportugal, bewundern
den der iberischen Halbinsel machten diese Lüf- Morte. Insbesondere in den Gebirgsregionen han-
kann. 24 Espigueiros sind hier auf einer
tung nötig. Niederschlagsmengen von bis zu 2000 delt es sich oft um äußerst originelle Bauten, von ErhŐhung aus Granit errichtet worden,
mm in Galizien und die daraus resultierende hohe denen heute einige unter Denkmalschutz stehen.
D
mit Inschriften, die auf Erbauung im
Luftfeuchtigkeit lassen die Vorräte bei schlechter ie Hórreos/Espigueiros sind, in Portugal 19. Jahrundert hinweisen. Die erhŐhte
Durchlüftung verrotten. und Galizien, meist aus Granit gebaut, Plattform bildet auch den kommunalen
Aber es dürfen keine Räuber durch die Lüf- in Asturien meist aus Holz, mit einem Dreschplatz - die Eira.
tungsöffnungen eindringen. So sind diese schmal Dach aus Ziegeln, Schiefer oder Stroh. Ein in Por-
genug angelegt, um Vögel vom Lagergut fernzu-
halten. Runde Steinplatten bilden einen Sperre,
die von am Boden lebenden Schädlinge (Mäuse,
Ratten) kaum zu überwinden ist. Für die Abwei-
sung aller anderen möglichen Gefahren – Blitzein-
schlag, zum Beispiel – sorgen die Kreuze auf dem
Dach.
D
ie Hórreos sind heute als Speicher selten
in Gebrauch, werden aber zumeist erhal-
ten und konserviert, da sie für die Bevöl-
kerung eine lange Tradition verkörpern. Man fin-
det in Galizien und Nordportugal Schmuck-Espi-
gueiros, die offensichtlich keinen praktischen Nut-
zen mehr haben, aber mit viel Liebe zum Detail alle
Eigenschaften der traditionellen Speicher tragen –
eine Art iberischer Gartenzwerg.
Auch in Touristengeschäften wurden diese klei-
nen Bauten schon gesichtet, in der Größe für das
Reisegepäck natürlich. In Asturien soll es noch
etwa 18.000 “echte” Speicher geben. Die ältesten
noch erhaltenen Speicher stammen aus dem 16.
Jahrhundert; der größte – mit 35 m Länge – befin-
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Património / página 62
D
er “klassische” Hórreo steht auf vier
kegelstumpfförmigen Pfeilern, pegoyos,
aus Holz, Stein oder, seltener, aus über-
einander gelegten Schieferplatten. Auf diesen pego-
yos, die zwischen 50 cm und 2 Meter hoch sein kön-
nen, ruhen die muelas, runde oder quadratische
Platten aus Sandstein oder Kalkstein, welche die
Nagetiere daran hindern, bis zur Getreidekammer
vorzudringen.
V
ier im Quadrat zusammengefügte Trä-
ger, trabes, tragen das Gewicht der ganzen
Konstruktion, deren Kammer aus Holz-
brettern besteht. Colondras heißen die Bretter für
die Seitenwände und pontas oder sollas werden die
Schwellen für den Boden benannt; auf den colon-
dras werden die oberen vier Trägerbalken oder liños
gelegt, die das Dach tragen.
Das Dach kann aus Ziegelsteinen, Schiefer oder
Stroh bestehen. Um den ganzen Bau zu nivellieren,
werden unter den Pfeilern Steinplatten oder pilpa-
yos eingeschoben und zwischen Balken und Muelas
kommen auch kleinere Holzteile (tazas).
In die Getreidekammer gelangt man über eine
aussen befindliche Steintreppe, den patín. Die
Panera ist eine asturianische Erweiterung des Hór-
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Património / página 63
Birgit Wegemann.
reo, hat eine große Grundfläche, der Hórreo in Asturien im 14. Jahr- Hórreo an einer
Landstrasse im Inland
und hat eine umlaufende, über- hundert aufgekommen ist, hat er
von Galizien. Eine
dachte Veranda. Diese Bauweise nur kleine Veränderungen erfah-
Steinkonstruktion mit
kam auf, als sich in Asturien der ren. Der asturianische Hórreo ist zwei Geschossen.
Anbau von Mais verbreitet und es auch das beste Beispiel für die viel- Fotos: B.W.
somit reichliche Ernte gab, die auf- fachen Holzkonstruktionen der
bewahrt werden mußte. Seitdem asturianischen Volks-Architektur.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Património / página 64
Desenho de letras
Foto: Birgit Wegemann
Letter Design
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Desenho de letras / página 66
Como pintar
letras?
S
urpreende-me frequentemente a
qualidade de letras executadas à
mão. Letras que vemos em letrei-
ros, fachadas, marcas, embala
gens, cartazes. Em Portugal, onde
nunca houve uma verdadeira Cul-
tura Tipográfica, a Caligrafia afirmou-
-se com toda a força. Detectamos, em
várias épocas, excelentes execuções de
letras, obviamente desenhadas manu-
almente. Uma das razões desta qua-
lidade, para além da perícia do execu-
tante, será explicável pela abundân-
cia de modelos de letra que circulavam
por toda a Europa. Nesta e nas páginas
seguintes, algumas das produções mais
conhecidas no último século. P.H.
Letras douradas,
estabelecimento comercial
no Chiado. Lisboa,
Portugal. Foto: P.H.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Desenho de letras / página 76
Paramentos religiosos.
Barcelos, Portugal.
Foto: P.H.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Desenho de letras / página 77
Exemplos de aplicação
de letras em veículos,
para efeitos publicitários.
«Beschriftung von
Lieferwagen». Malerschule
Zimmermann - Die Schrift
in Wort und Bild.
Uma publicação da
Malerschule Zimmermann,
em Mannheim, Neckarau,
Alemanha. Note os
diferentes estilos de letra:
em cima, sem-serifa, no
Estilo Bauhaus, em baixo:
tradicional + caligráfica.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Desenho de letras / página 83
Design étnico, 2
Ethnic Design, ii
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Design étnico, 2 / página 91
Hamaca:
Repousar
suspenso
no ar
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Design étnico, 2 / página 92
A
uma série sobre o Design étnico, discutindo o rede de descanso é mais uma «rede de dor- gena americana, era originalmente feita com cipó
Kayak dos Esquimós e a sua conversão na mir» do que um utensílio doméstico que e lianas. Chama-se, na América Latina, hamaca.
sirva apenas para «tirar um sesta». Substi- Hamacas não consistem de «uma espécie de
canoa dobrável – o Faltboot. Neste caderno
tui qualquer cama, sendo uma solução para tecido com alças», como erroneamente informa
abordamos a hamaca índia – uma verdadeira dormir muito mais prática e higiénica do que os a Wikipédia. No Brasil colonial foi muito utili-
alternativa à cama convencional. leitos a que estamos habituados. De origem indí- zada para dormir; hoje, é frequentemente degra-
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Design étnico, 2 / página 93
E
ste fantástico artefacto é um legado dos indígenas
da América do Sul. Alguns ainda as usam, como se
vê na foto da página anterior. Teve grande uso na
sociedade brasileira dos primeiros anos da coloniza-
ção. Gradualmente, as mulheres dos colonos portugueses
adaptaram a cama suspensa dos indígena às suas varandas,
passando a imitar as redes com tecido de algodão, muito
mais compacto, menos flexível e cómodo, mas enfeitadas
com franjas. Este derivado anulou uma série de vantagens
próprias do modelo original.
H
oje em dia, as redes autênticas já só são fabrica-
das no Yucatán, México. Na província de Yucatán,
fazem-se as melhores hamacas do mundo – que o
diga o autor destas linhas, que lá comprou duas e
ainda as usa. Embora pareça que está fazer uma rede de
pesca, o artesão local mostrado na foto ao lado faz uma
malha especial, sem nós, que deixa a hamaca extrema-
mente elástica e flexível. É esta malha que garante o bom
P
«funcionamento» da cama flutuante. Quem dorme ara urdir uma autêntica hamaca yuca- um descanso com todo o conforto. Quem
nela, pode assumir virtualmente qualquer posição. Não teca não se fazem nós, como é o caso se põe a descansar numa hamaca, pode assu-
há nada mais cómodo e relaxante... das redes de pesca. Os fios são entrela- mir uma posição algo «atravessada», o que
çados uns nos outros numa malha fle- lhe permitirá estender-se completamente,
xível, que permite à rede adaptar-se a qual- sem curvar as costas. As cópias que se ven-
quer posição do corpo. Deste modo, as dem em muitas lojas de artigos para o jar-
hamacas oferecem grande comodidade e dim têm peças de madeira para as esticar,
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Design étnico, 2 / página 94
o que é extremamente negativo, visto que a rede ser transportada, não pesa mais de um quilo. abaixo de uma cama européia convencional, do
perde flexibilidade. Deste modo, é facilmente transportável na que de uma hamaca pendurada em dois ganchos,
A hamaca autêntica só precisa de dois pon- bagagem de um viajante. Mais conforto, por firmemente fixados na parede.
tos de suspensão. Deste modo, os quartos dos menos dinheiro, é impossível. Outras pessoas pensam que vão enjoar devido
P
hotéis e pensões mais modestos do México dis- essoas que nunca experimentaram dor- ao leve balanço que a hamaca permite. E desco-
põem apenas do absolutamente necessário: dois mir numa hamaca, questionam a sua brem que esse balanço é agradável e em breve as
ganchos, fixados em paredes opostas. Os hóspe- estabilidade, perguntando se não vão põe a dormir. Convem dizer que a hamaca não
des dos hotéis trazem sempre as suas hamacas, cair da rede a meio da noite. De facto, é serve só para dormir, já que inúmeros latino-ame-
propriedade pessoal. Uma hamaca, enrolada para mais provável que tenham caído mais pessoas ricanos foram concebidos nessas redes.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Design étnico, 2 / página 95
B
ien es que se diga qué camas tienen los indios en esta isla Española,
a la cual cama llaman hamaca; y es de aquesta manera: una manta
tejida en parte, y en partes abierta, a escaques cruzados, hecha red
(porque sea más fresca). Y es de algodón hilado de mano de las
indias, la cual tiene de luengo diez o doce palmos, y más o menos, y del
ancho que quieren que tenga.
De los extremos desta manta están asidos e penden muchos hilos de
cabuya o de henequén ... Aquestos hilos o cuerdas son postizos e luengos, e
vánse a concluir, cada uno por sí, en el extremo o cabos de la hamaca, desde
un trancahilo (de donde parten), que está fecho como una, empulguera
de una cuerda de ballesta, e así la guarnescen, asidos al ancho, de cornijal a
cornijol, en el extremo de la hamaca.
A los cuales trancahilos ponen sendas sogas de algodón o de cabuya,
bien fechas, o del gordor que quieren; a las cuales sogas llaman hicos (por-
que hico quiere decir lo mismo que soga, o cuerda); y el un hico atan a un
árbol o poste, y el otro al otro, y queda en el aire la hamaca, tan alta del
suelo como la quieren poner.
E
son buenas camas e limpias, e como la tierra es templada, no hay
nescesidad alguna de ropa encima, salvo si no están a par de algu-
nas montañas de sierras altas donde haga frío; e como son anchas, e
las cuelgan flojas porque sean más blandas, siempre sobra ropa de la
misma hamaca, si la quieren tener encima, de algunos dobleces della.
Pero si en casa duermen, sirven los postes o estantes del buhío, en
lugar de árboles, para colgar estas hamacas o camas; e si hace frío, ponen
alguna brasa, sin llama, debajo de la hamaca, en tierra o por allí cerca, para
se calentar. Pero, en la verdad, al que no es acostumbrado de tales camas,
no son aplacibles si no son muy anchas; porque están la cabeza e los pies
del que duerme en ellas, altos, y los lomos bajos, y el hombre enarcado;
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P
ara en el campo, y en especial donde hobiere arbole-
das para las colgar, me paresce, que es la mejor manera
de camas que puede ser entre gente de guerra; porque
es portátil, e un muchacho se la lleva so el brazo, y el
de caballo por caparazón o cojín de la silla. Y en los ejérci-
tos no serían poco provechosas, en Espanha e Italia e otras
partes, porque no adoloscerían ni morirían tantos por dor-
mir en tierra en los inviernos e tiempos tempestuosos.
Y
llévenlas en estas partes e Indias los hombres de
guerra dentro (de unas cestas, con sus tapadores,
ligeras, que acá se llaman hayas, y en otras partes des-
tas Indias se dicen patacas: e no duerme la gente en
tierra tendidos como en los reales de los cristianos se hace
en Europa e África e otras partes. Y si acá esto no se hiciese,
por ser la tierra tan húmeda, sería mayor peligro éste que la
misma guerra. E si la he sabido dar a entender, esta cama es
desta manera que aquí está pintada.
Ab in die Hängematte!
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Jetzt ist aber mal Pause: Ein Lob auf die einzig vernünftige Art, sich
richtig hängen zu lassen. Siesta auf einer Hamaca – gibt es auf der Welt
was Besseres? Ja, in der Tat! Auf diesen luftigen Netzen schwebend kann
man sogar eine ganz Nacht auf wunderbarer Art durchschlafen.
Lesen sie einen subversiven Artikel gegen die Bettenabteilung von IKEA.
Erfahren sie, was eine Wohltat für Körper und Seele ist.
S
o, Pause jetzt! Smartphone sondere wenn man über eine echte
aus, Laptop aus, Abschalten, Hamaca verfügt. Man kann sogar
Hinlegen, Augen schließen, ganze Nächte darin verbringen...
I
Schlummern. 15, 20 Minuten reichen m Zeitalter der Schlafcouch und
schon. Siesta ist das Beste und Gesün- der Designbetten mag es gera-
deste, was ein Mensch nach dem Mit- dezu frivol – oder gar anti-kapi-
tagessen tun kann. „Mittags nicht talistisch, eben nicht systemkon-
zu schlafen, heißt streng genommen, form – erscheinen, ein Loblied auf
sich über unsere eigene Biologie hin- die wenig bekannte Hängematte der
wegzusetzen“, sagt der Schlafmedizi- Amazona-Indianer anzustimmen.
ner Professor Göran Hajak. Gibt es denn nichts viel Wichtigeres?
Doch leider hat unser angebore- Eigentlich nicht, da wir ja doch alle
nes Schlummerbedürfnis zur Tages- wichtigen Entscheidungen den unfä-
mitte wenig Lobby. In unserer inhu- higen Politikern und Wirtschafts-
manen Welt gerät das einst harm- fachleuten überlassen haben. Also
lose Nickerchen zum subversiven kümmern wir uns endlich um die
Akt. Was für eine Provokation, sich Mitteln, um entspannt zu ruhen.
D
ohne schlechtes Gewissen eine Aus- avor noch, die richtige kul-
zeit zu nehmen! Insider wissen: Man turhistorische Ableitung.
kann sich das angewöhnen – insbe- Das spanische Wort „Sie-
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Design étnico, 2 / página 100
sta“ kommt vom lateinischen sexta selbst nie hatten und sich nicht gön-
hora (die sechste Stunde = Mittag). nen wollen: eine erholsame Mit-
Es bezeichnet die seit der Antike tagspause. Aber im Urlaub, zumin-
übliche Schlafpause, wenn die dest im Hochsommer, könnte man
Sonne den Zenit überschritten hat. damit nicht entspannter und tole-
Zeit zur Kontemplation im Oliven- ranter umgehen? Vor allem wenn
hain. Oder zur Verführung beim man auf einem Markt in Merida,
Klang der Pan-Flöte. Yukatan, Mexiko, auf die gute
N
icht nur in Mittelamerika Idee kommt, eine ganz besonders
oder im Süden Europas gut geknüpfte Indio-Hamaca zu
galt früher als von allen erwerben.
E
guten Geistern verlassen, wer ausge- ine kleine Investition, die
rechnet in der größten Mittagshitze sich lohnt und bald amor-
weiter arbeiten wollte, anstatt Kör- tisiert: die Hamaca, wenn
per und Seele auszuruhen. Auch die einigermaßen schonend gewaschen
drei unter einem Baum hingestreck- und gepflegt, wird Jahrzehnte lang
ten Gestalten in Pieter Breughels gute Dienste leisten. Sie ist nicht aus
berühmtem Gemälde (1567) schla- groben Kordeln, sondern aus fein-
fen und träumen von einem Schla- garniger Baumwolle geknüpft, die
N
raffenland ohne Hunger und Plac- sich fast wie Naturseide anfühlt, ichts besser als eine Siesta in der Hängematte erinnert an
kerei, wo einem die Pfannkuchen wenn man darauf liegt. Das Netz das verlorene Paradies. Glück im Baumschatten? Der Pariser
und gebratenen Tauben in den ist ganz und gar nicht starr, sondern Philosoph Thierry Paquot hat 1998 ein Traktat über „Die Kunst des
Mund fliegen. Die populärste Uto- auf wundersame Weise fließend Mittagsschlafs“ veröffentlicht, eine Betrachtung dieses glücklichen
pie aller Zeiten. verstrickt, so daß man dem aufge- Zustands, den der Mensch dem Daseinskampf abtrotzt, als schuldbefreite
R
Oase des Lustprinzips. „Ich bin noch überzeugter als vor zehn Jahren von
eisende aus dem Norden, spannten Netz fast jede beliebige
der einzigartigen Qualität des Mittagsschlafs, dieses kristallinen Moments
zu Besuch in Spanien oder Form aufdrücken kann.
D
mitten am Tage, dieses subtilen Verschwimmens der Zeitlichkeit, dieses
Mittelamerika, denen zum er Liege- und Schlaf- unvergleichlichen Gefühls vollkommener Freiheit. Jetzt höre ich auf mit
Thema Siesta lediglich das Vorurteil komfort, der sich aus die- dieser Plapperei, denn es ist Zeit für eine Siesta. Wie sollte man Nein
einfällt, das sei eine dumme Ausrede sem fließenden Gespann sagen, wie widerstehen? Und vor allem: Warum sollte man? Die Siesta hat
arbeitsscheuer Südländer, verstehen ergibt, ist in Worten unfassbar. überhaupt keine rationale, logische, ordentliche Begründung nötig. (...) Sie
nichts. Sie missgönnen ihren Gast- Keine Stöcke oder sonstige Vor- ist eine ganz und gar ausgefüllte Leerzeit.“
gebern am heftigsten das, was sie richtungen zum Spannen stören die
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Design étnico, 2 / página 101
D
ie Hängematte wurde in Herstellung verfeinerte, kann heute
Mittel- oder Südamerika kaum geklärt werden. Die Taino-
erfunden. Mit geknüpf- Indianer (Ureinwohner von Vene-
ten Fasern flochten die Inkas – oder zuela und Kuba) nutzten die Hänge
vielleicht andere Ureinwohner – eine matte sowohl als Fischernetz als auch
bequeme Schlafstätte mit integrier- zum Schlafen und Ausruhen.
tem Schutz vor Schlangen, Ungezif- Als Columbus Amerika „ent-
fer und Dreck. Vor etwa 1.000 Jah- deckte“, war das bequeme Netz in wei-
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N
och heute wird die Hängematte in Mit-
telamerika von weiten Teilen der Bevöl-
kerung täglich – oder besser: Tag und
Nacht – benutzt. Und auch in anderen tropischen
Gebieten hat sich die Hamaca durchgesetzt. In
den Südstaaten der USA wird sie heute noch gerne
benutzt; einige Abbildungen, die Sie in diesen Sei-
ten finden, zeugen von dieser Popularität.
I
n Europa wurde die Hängematte zeitweise in
Gefängnisse eingesetzt, weil sie wenig Platz
braucht. Zwar ist diese Form der Gefangenen-
Unterbringung nicht mehr üblich, dafür haben
sich Hängematten in Gärten, Schwimmbecken
und im Outdoor-Sport auch in unseren Breiten
W
mehr und mehr durchgesetzt.
E
erbebild eines Hamaka-Anbieters. Ein
ine breite gesellschaftliche Akzeptanz der Exemplar der besten Qualität, dehnbar,
Siesta-Sitte wird es in Mitteleuropa wahr- anpassbar, himmlisch. In der Luft schwebend meisten doch als rotes Banner der Trägheit. Nur
scheinlich nie geben – trotz oder gerade ruhen - gibt es was Besseres? wenige Firmen in Deutschland haben ihren rekrea-
wegen all des technischen Fortschritts, der uns tiven Nutzwert erkannt. Und wenn unter den
scheinbar keine Zeit der Muße mehr erlaubt. Die Deutschen schon die Zigarettenpause während
Siesta ist eine der letzten humanen Inseln im kapi- gänger. Doch ihre Feinde waren letztlich stär- der Arbeit kriminalisiert wurde, wie soll dann gar
talistischen Verwertungsbetrieb – ein uraltes ker. Die Siesta wurde zu einem rein fiktiven Eiland der Mittagsschlaf Verständnis finden? Mit einer
Gewohnheitsrecht der Fleißigen wie der Müßig- der Ruhe und der Entspannung, denn sie gilt den Hamaka wäre das wunderbar zu bewerkstelligen.
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D
er Ruhende erholt sich schon nach 20
Minuten: Der Blutdruck sinkt, die Mus-
keln entspannen sich, der Körper schüt-
tet beruhigende Hormone aus. Besonders Berufs-
tätige hätten das Meiste vom Mittagsschlaf. Nach
einer Siesta von maximal einer Stunde sind sie wie-
der leistungsfähig und frisch.
Besser noch ist es, eine Hamaka für den Nacht-
schlaf zu nutzen – wie es noch viele Mittelamerika-
ner und Indios tun.
M
oderne, europäische Design-Hamakas wie
diese muten ziemlich plump an. Alle prakti-
schen und ökologischen Eigenschaften der
Ur-Hamakas der Indianer wurden gegen ein unhandli-
ches Monstrum aus verchromtem Metall, schwerem Textil
und Plastik eingetauscht. Wiegt das Urmodell weniger als
ein Kilo, so ist diese «Neu-Konzeption» mehrere Zent-
ner schwer. Und sie ist nicht mehr transportierbar, son-
dern fest eingelassen im Beton des Swimmingpools. Ist das
„modern“?
W
estliche Designer haben schon oft ihre Unfä-
higkeit gezeigt, sich das Konzept der Ur-
Hamaka anzueignen und produzieren son-
derbar starre Adaptationen. Vielleicht sollten sie sich mal
in einem vernünftigen Netzbett ausstrecken.
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Góticas em Portugal
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Góticas em Portugal / página 113
J
á devotamos muitas páginas dos Cadernos toda a Europa, assumindo frequentemente regio-
de Design e Tipografia à importância que as nalismos. Considerando as epigrafias, a Gótica
Góticas Rotundas assumiram no trajecto da sucede à letra Uncial, que tinha sido frequente-
Caligrafia e da Tipografia em Portugal. Mas mente usada nas sepúlturas que vemos nas igrejas
deixámos de lado as Góticas fracturadas. É esta e claustros de mosteiros portugueses (Alacobaça,
lacuna que vimos colmatar com a apresentação Sé de Lisboa, etc.). estilo gótico de caligrafar se relaciona com o
A
de exemplos escolhidos do que um autor portu- s versões da Gótica que aqui documen- «Gótico» na Arquitectura. As imagens aqui
guês apelidou de «letra allemã». No século xiv, tamos parecem mostrar um elo estético apresentadas parecem provar que sim, já que
xv e xvi, a Gótica era uma letra tão alemã como ao que de melhor se fazia em França. Será todos os exemplos são oriundos de monumen-
portuguesa, já que a encontramos espalhada por uma pergunta legítima querer saber se o tos góticos ou tardo-góticos em Portugal.
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Muitas das Góticas que surgiram a partir do Da Itália: a Beneventana Biblioteca do Mosteiro de Santa Cruz, hoje guar-
século xii eram letras condensadas, Uma das mais importantes góticas regionais foi a dados na Biblioteca Municipal do Porto, são um
frequentemente com formas quebradas Beneventana, escrita a partir do século viii, com testemunho da evolução da escrita monástica em
o seu centro de difusão no ducado de Benevento e Portugal ao longo de seis séculos.
(fracturadas), ascendentes e descendentes
na zona centro-sul da Península Itálica.
reduzidos, proporcionando mais letras por O mosteiro beneditino de Monte Cassino foi A Gótica de Bolonha (1300 – 1400)
linha e mais linhas por página. o seu centro de formação e irradiação. O estilo de Paris, Bolonha e Oxford foram centros univer-
Esta compactação do texto foi reforçada letra Beneventana, marcada por elementos cur- sitários de irradiação das inúmeras variantes da
pelo uso de abreviaturas e contracções... sivos, começou por não ter fracturas, angulosi- letra gótica. Estas três cidades universitárias me-
dades e a predilecção pelos traços oblíquos – ele- dievais foram os principais nichos de produção e
L
etras góticas são letras manifestamente cali- mentos que a iriam caracterizar a partir do século difusão cultural onde se formaram tradições ca-
gráficas – qualquer uma das suas múltiplas xi, quando atinge o seu apogeu. ligráficas independentes, bem diferenciadas pelo
formas o ilustra e prova. Poucos estilos de Declinou a partir do século xiii. Contudo, tal traçado e pelo tamanho das letras.
Caligrafia che ga
ram a desenvolver tantas como sucedeu na Península Ibérica com a Visigó- A letra de Bolonha – littera boloniensis – é uma
variedades como as que encontramos nas letras tica, também a Beneventana aqui sobreviveu mais variante da Gótica pequena e compacta, com
góticas. tempo. Em outras partes da Europa, conseguiu acentuada fractura dos traços, muitas abreviatu-
Numa divisão elementar, distinguimos as Tex- perdurar até ao século xvi. ras, ligaduras quase imperceptíveis, hastes e cau-
turas (altas e esguias, compactas, fracturadas), Em vários conventos medievais portugue- das curtas. Em terminologia moderna, caracte-
as bojudas Bastardas (como a Schwabacher, por ses funcionaram scriptoria, oficinas encarregadas riza-se por uma altura do x muito reduzida.
exemplo), as Civilités, as Kurrent, as Rotundas e a de copiar textos religiosos e, por vezes, textos da Uma pouco por toda a parte, apareceram as
Fraktur, a letra quebrada por excelência. Antiguidade. Avultam os scriptoria do Convento Bastardas, variantes regionais das Góticas medie-
P
ara as letras góticas, uma divisão elemen- de Alcobaça, da Serra de Ossa e do Mosteiro de vais. Uma delas é a Schwabacher alemã, que sur-
tar distingue os subgrupos Gótica Librária Santa Cruz, em Coimbra. giu pela primeira vez num documento escrito em
(Textualis formata) e Gótica Documental. Os numerosos manuscritos do Convento de 1453; pouco depois, passou a ser a expressão bur-
A Gótica Librária, conforme diz o nome, Alcobaça que hoje guarda a Biblioteca Nacional guesa da letra gótica. Devido ao seu uso em escri-
foi utilizada para livros, sobretudo livros de luxo. em Lisboa atestam a perícia artística dos monges tórios, foi designada por Kontorschrift. Duas
Mais tarde, também se lhe deu o nome de «for- beneditinos instalados em Alcobaça. famosíssimas impressões consagraram a Schwa-
mada» (formata), porque os primeiros impresso- O scriptorium do Mosteiro de Santa Cruz de bacher: a Schedelsche Weltchronik, de Anton
res usaram esta letra, copiada à forma dos manus- Coimbra nasceu no século xii sob o signo da Visi- Koberger, e a série de gravuras Apokalypse, de
critos da época. gótica de transição, mas floresceu sob as múltiplas Albrecht Dürer.
formas da Gótica. Os 94 códices provenientes da
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Gótica fracturada, elaboração requintada sua morte em 1466. É desconhecida a data lado, no episcopado de Ceuta.
numa inscrição tumular no chão do Convento exacta em que Baldino chegou a Portugal. Em 1481, era nomeado núncio em Portugal.
da Batalha. Túmulo do Bispo de Ceuta. Porém, a documentação contabilística Em 1487, Justo Baldino governava
«Aqui Jaz dom Justo bispo que foi de Cepta». dos Cambini deixa adivinhar que ele teria provisoriamente a diocese do Porto, em
Claustro Real, Batalha. entrado em território português entre finais substituição de João de Azevedo. Em 1491,
Trata-se do italiano Justo Baldino. Oriundo de 1480 e inícios de 1481. recebia uma autorização do rei para poder
de uma conhecida família de Pádua, Baldino Ainda antes de chegar a Portugal, em 1479, comprar bens de raiz até à quantia de cem
doutorou-se em Direito Canónico e Civil. foi eleito bispo de Ceuta e primaz em África mil réis.
Tendo entrado para a Ordem de S. Domingos, pelo papa Sisto IV, o qual também lhe Baldino acabou por falecer em Almada,
foi sub-diácono em Pádua e cónego da igreja conferiu a administração eclesiástica de vitimado pela peste, quando desempenhava
de Santa Maria de Agacomitis, na diocese de Valença do Minho. o cargo de legado de Sisto IV. Desconhece-
Utrecht. Foi chamado a Portugal por Afonso A 10 de Janeiro do ano seguinte, o papa se o destino que tiveram as crónicas que
V para traduzir para latim as crónicas de encarregava-o da administração de Tui, do lhe foram confiadas para serem traduzidas.
Fernão Lopes, projecto já antes atribuído arcediaconado de Vila Nova de Cerveira e de Os seus restos mortais encontram-se
a Mateus Pisano mas interrompido pela outros benefícios, permanecendo, por outro sepultados no Mosteiro da Batalha.
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Campa tardo-medieval.
Museu de Évora. Letras
góticas, só minúsculas.
Foto: P.H. Veja o texto
da inscrição na página
seguinte.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Góticas em Portugal / página 132
A
qui jaz ha muy virtuosa
sra (senhora) Joan/na
Correa prioressa quem
foi muitos nesta casa
que ela fez... e acabou com a
gloriosa morte a 22 de Agosto
era de 1532 anos.
Trata-se da prioressa D.
Joanna Correia, irmã da
mulher do chanceller-mor,
Ruy da Gram. No catálogo
do Museu de Évora, de 1903,
o tipo de letra é correcta-
mente identificado como
«gothico-quadrado».
Esta campa tardo-medie-
val estava no côro de baixo
do Convento do Paraíso, em
Évora. Hoje está no Museu
de Évora. Letras góticas, ape-
nas minúsculas. Dada a falta
de linhas de pauta, o dese-
nho aparece descontrolado
e irregular. Fonte: Catálogo
do Museu Archeologico da
cidade de Evora: annexo
de sua bibliotheca (1903).
Autor: António Francisco
Barata. Imprensa Nacional,
1903. Foto: P.H.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Góticas em Portugal / página 133
Campa de Dona Brityz (Beatriz) de Portugal. 1535. Letras góticas, minúsculas (+ A maiúsculo).
Campa de mármore branco com as armas dos Vimiosos. Foi filha do bispo de Évora, Afonso de
Portugal, morreu solteira e instituiu o morgado da «Sempre Noiva», próximo de Arraiolos, irmã
do primeiro Conde do Vimioso, Francisco de Portugal. Veio esta campa da casa do Capitulo do
Convento de Santa Catarina, cuja padroeira foi a casa Vimioso. Hoje: Museu de Évora. Foto: P.H.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Góticas em Portugal / página 134
A
qui jaz pedralvarez/cabral e dona
Isabel de / castro sua mulher cuja é
esta / capela e de todos os seus her-
dei / ros a qual depois da morte
de seu / marido foi camareira mor da /
Infanta dona marya fylha del / rey dô João
nosso snr (senhor) ho tercei / ro deste
nome.
Campa de Pedro Alvares Cabral,
«descobridor» do Brasil. Mármore
branco. Igreja Santa Maria da Graça, San-
tarém, Portugal
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Góticas em Portugal / página 135
À
procura de referências caligráficas librárias para
comparar as letras góticas epigráficas mostradas
nas páginas anteriores, identificamos pergami-
nhos como este: Yves de Saint-Denis, Vie et mar-
tyre de saint Denis et de ses compagnons. Um pergami-
nho elaborado em França, no século xiii.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Góticas em Portugal / página 139
abcçd,edefghijklmno
ópqrsß,t,tuúûvwxz
ct.….œ.ff.fi.fl.ffi.ffl.do.de,&.
grãmatica pastrane
valentim fernandes
Epistole Ordenações
Fonte digital Incunábulo, minúsculas da Textura, com ligaduras históricas.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Góticas em Portugal / página 140
Os autos
dos aplos.
( tolos )
G loSas fa
Exemplo de composição com a fonte Incunábulo.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Góticas em Portugal / página 142
O
Leal Consselheiro, Livro da enssynança
de bem cavalgar toda sela é uma livro da
autoria do rei Duarte I (1401–1450). O
manuscrito em pergaminho mosta uma
bela caligrafia gótica-rotunda de feitura portu-
guesa. É a Gótica Rotunda, conforme foi profu-
samente usada nas chancelarias reias portugue-
sas. Quanto ao estilo decorativo, o manuscrito
está próximo do estilo gótico francês.
Descrição: que se chama leal consselheiro, o
qual fez Dom Eduarte, pella graça de Domine
rey de Portugal e do Algarve e senhor de Cepta, a
requerimento da muyto excellente reynha dona
Leonor sua molher ... - ... sabe que para vos he
melhor. Amen. A Dios gracias.
Esta enssynança de bem cavalgar toda sela
é um tratado de equitação: In nomine de nosse
senhor Jhesu Christo com sua graça e da vir-
gem Maria sua muy sancta madre nossa senhora.
Começasse o livro da enssynança de bem caval-
gar toda sela, que fez El rrey dom Eduarte de
Portugal e do Algarve e senhor de Cepta.
Livro da Nobreza e
Perfeição das Armas
O
Livro da Nobreza, um das mais notáveis
peças caligráficas e de iluminura portugue-
sas, mostra uma surpreendente confluência
de estilos caligráficos. O prólogo mostrado
ao lado foi caligrafado em letras romanas huma-
nistas, numa perfeitíssima execução de versais e
minúsculas. As páginas seguintes mostram 4 bra-
sões, com curtos textos identificativos, tanto em
versais romanas, como em letras góticas fractu-
radas. Tanto a folha de rosto, como a «tavoada»
(índice) foram caligrafadas com Gótica rotunda,
um tipo de letra profusamente usado nos docu-
mentos da chancelaria manuelina.
Contamos, portanto, quatro estilos de letra,
com variantes. António Godinho, o calígrafo
(e iluminista?) era Escrivão da Câmara de João
III, mas o códice foi começado em tempo do rei
Manuel I († 13 de Dezembro 1521). Contém 135
brasões iluminados.
Armas de Costa, Corte-Real, Meira e Boim, Armas de Azevedo, Castel Branco, Resende e Abreu.
Livro da Nobreza e Perfeição das Armas. 15v Livro da Nobreza e Perfeição das Armas, 12v.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Góticas em Portugal / página 145
Livros e Cursos
Books & Workshops
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Livros e Cursos / página 147
Depois de uma sólida formação como cantora lírica Na Alemanha deu Workshops de Canto, Canto Coral
na prestigiada Folkwang Hochschule, Alemanha, e de Técnica Vocal. Em Portugal trabalha com coros
e no Koniglike Vlaamse Muzikconservatorium, Bél- juvenis e adultos.
gica, e duma carreira de actuações em salas de con- Realizou palestras sobre a Saúde vocal na Escola
certo internacionais, a cantora alemã dedicou parte Superior de Saúde de Faro e do Sindicado “Sindup”
dos últimos anos ao estudo e à prática do Ensino do em Albufeira.
Canto e Técnica Vocal. Actualmente é membro do Coro Casa da Música no
Já na Folkwang Hochschule tinha tirado, paralela- Porto.
mente à Licenciatura em Canto, a Licenciatura de Além de realizar recitais com programas próprios,
Pedagogia do Canto Vocal. é membro fundador do ensemble L’Antico Affetto,
De 2003 até 2010 trabalhou como docente no Conser- especializado no repertório vocal com acompanha-
vatório Regional do Algarve Maria Campina, na Aca- mento instrumental da Europa dos séculos XVI e XVII.
demia de Música de Lagos e no Conservatório Joly Contacto:
Braga Santos de Portimão. email: musicanta@gmail.com
Foi docente da disciplina «Voz» do Balleteatro no www.musico.de
Porto e orientadora de Técnica Vocal do Coral do Ins- TM: 91 632 44 52
tituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (CICBAS),
Porto.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Livros e Cursos / página 149
LAYOUT
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Boas Práticas de «As experiências negativas feitas com várias
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U
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Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Livros e Cursos / página 154
A História da
Imprensa, da Revistas
para
Tipografia e da
produção de
tipos metálicos.
Por Paulo
Heitlinger. Clientes
Um estudo de
P. Heitlinger
2012
Prova de bala
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universidade, para ler em viagem
Um guia para o Mesolítico – e para levar de férias, a explorar a
litismo
e o Neolítico em Portugal Pré-História e a História. Carregue
o seu PC, Notebook ou Tablet com
Um e-book da arqueo.org, da autoria de Paulo estes fabulosos livros.
Heitlinger. Um livro em formato digital, invul-
gar, reunindo vários usos: roteiro e guia de via- Antas, menires e cromeleques
gem, livro de estudo, compêndio de Arqueologia, Um guia para o Mesolítico e
fonte de material didáctico e informativo para Neolítico em Portugal
professores e estudantes. Textos, fotos e pagina- Paulo Heitlinger 1. Edição, 2011
Cidades, monumentos,
villas e museus: um guia
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Dos mesmos autores que publicam e dinamizam para visitar o legado romano Os livros da arqueo.org são uma
em Portugal e Espanha
os Cadernos de Design e Tipografia: série inédita. Eficiente. Livros de
T
extos de Birgit Wegemann; fotos e pagina- Keywords: arqueologia, antropologia,
ção de P. Heitlinger. 290 páginas, formato estudos sociais, roteiros, cultura e economia
DIN A4, ao largo. Cerca de 350 fotografias. romana, antes dos Romanos, romanização,
colonização, castros, cultura castreja, fenícios,
Um óptimo guia sobre a Época Romana na
Birgit Wegemann
1. Edição, 2011
arqueo.org – Edições
legionários, império romano, imperadores, leis
Península Ibérica, para estudo e visitas. Em for- de Arqueologia
A
as formas gráficas e a estética das letras romanas.
Epigrafia clássica valoriza as inscrições
elaborados pela mão experiente do artí-
fice que desenha as letras. Neste livro,
Heitlinger também dá protagonismo
às inscrições repetidas, que os Romanos conse-
guiam facilmente fazer usando moldes, estampas
e punções. Deste modo se imprimiam curtos tre-
chos de texto, marcas e «logótipos» em peças de
E
cerâmica, por exemplo.
ste tipo de inscrições, repetidas pelo uso
de um molde, alertam-nos para o facto
que uma parte importante da economia
Romanas / /1 romana se baseava na produção de artefac-
tos em série...
A selecção de lápides e outros suportes aqui
Letras dos Romanos fia tem feito para a Arqueologia, a Linguística,
as Ciências Sociais e várias outras disciplinas.
apresentadas concentra-se no património
arqueológico e histórico de Portugal e Espa-
E
Que o estudo das letras antigas, especialmente o nha. Porque alguns leitores terão a motiva-
pigrafia é a ciência auxiliar da Arque- das romanas, tem sido uma contribuição essencial ção de ver, por si próprios, a beleza das letras
ologia que estuda e classifica as inscri- para a Caligrafia e a Tipografia, escapa à atenção gravadas nessas pedras, disfrutando um pra-
ções, sejam elas desenhadas, pintadas, ris- dos epigrafistas, que normalmente não se interes- zer que é difícil de captar em palavras.
cadas, gravadas, fundidas, feitas em inci- sam, nem pelo aspecto artístico do que estudam, Claro que também foram incluídos exemplos
são ou em relevo, aplicadas sobre metal, pedra, nem pela importância que uma lápide de már- fotografados na Itália, França, Alemanha, Reino
madeira, osso, cerâmica, mosaico, vidro ou more possa ter para o Design de Comunicação. Unido, África, etc.
qualquer outro suporte. Os especialistas expli- Além disso, o arqueólogo que estuda a histó- Um e-book de Paulo Heitlinger, à venda em
carm as inúmeras contribuições que a Epigra- ria dos Romanos, raramente se interessa pela www.arqueo.org. Preço: 15 euros.
Search: CTRL+F CULTURAS Nr.25 / Dezembro 2012 / Livros e Cursos / página 158
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A cultura
Visigótica
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Arte e Canto. Pré-História e a História. Carregue
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Espanha.
extos, fotos e paginação de Paulo Hei-
A Cultura Visigótica
autor revela-nos os restos visivéis de uma cul- tlinger. Um e-book da arqueo.org, um
tura híbrida que integrou elementos da Antigui- livro em formato digital, invulgar, reu-
dade Tardia, do Paleocristianismo, dos povos nindo vários usos: roteiro e guia de via-
Uma introdução à cultura vigente germânicos (Visigodos e Suevos), da cultura gem, livro de estudo, compêndio de Arqueo-
em Portugal e Espanha entre 400 e greco-bizantina, assim como elementos chama- logia, fonte de material didáctico e informa-
1100 n.E. dos moçárabes. Desta confluência surgiu uma tivo para professores e estudantes.
S
cultura sui-generis que se expressou numa forma Cerca de 250 fotografias/ 250 páginas.
obre esta época não existe quase nenhuma única de Escrita, em testemunhos de Arquitec- PDF em formato DIN A4, ao largo.
informação impressa e acessível ao grande tura e das Artes Aplicadas. Conheça as estelas de Preço: 15 Euros.
público. Depois de intensivas pesquisas, Mértola. Os monumentos das Astúrias. As igre- Distribuição: www.arqueo.org/livros e
realizadas ao longo de largos seis anos, o jas do Norte de Portugal e a Sul do Tejo. A arte www.tipografos.net