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Artigo original
Resumo
Introdução: A escala Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT) é um instrumento de rastreamento precoce de autismo,
que visa identificar indícios desse transtorno em crianças entre 18 e 24 meses. Deve ser aplicada nos pais ou cuidadores da criança.
É auto-aplicável e simples, e apresenta alta sensibilidade e especificidade. Foi desenvolvida no idioma inglês e ainda não está
disponível uma versão em português. Na literatura não existe consenso quanto à técnica de tradução, sendo a adaptação transcultural
uma das formas possíveis. O objetivo do presente estudo foi realizar a tradução do inglês para o português do Brasil da escala M-
CHAT para rastreio precoce do autismo, respeitando a equivalência transcultural.
Método: Foi obtida permissão da autora da escala, realizada tradução, seguida de sua respectiva back-translation, avaliação da
equivalência referencial, primeiro pré-teste em amostra da população-alvo, avaliação da equivalência geral, avaliação de especialistas
em autismo infantil, elaboração da versão preliminar, segundo pré-teste em pais de crianças de ambulatório de pediatria do SUS e
elaboração da versão final.
Resultados: A avaliação da equivalência referencial demonstrou que 78% das questões eram semelhantes, 13% aproximadas e 9%
diferentes. Das 20 pessoas interrogadas no primeiro pré-teste 9 entenderam 100% das questões. O segundo pré-teste demonstrou boa
aceitação e entendimento pela população-alvo, com 70% dessa sem nenhuma queixa. Após as avaliações pormenorizadas foi
elaborada a versão final.
Conclusão: O estudo torna disponível a versão em português da escala M-CHAT, considerada adequada por especialistas e
compreensível pela população.
Descritores: Transtorno autístico, escalas, tradução (produto).
Abstract
Introduction: The Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT) is a screening instrument for autism that can be applied
to parents of children aged 18-24 months. It is self-applicable, simple, and has high sensibility and specificity. It was developed in
English and it is still not available in Portuguese. In the scientific literature there is no agreement as to the translation technique,
cross-cultural adaptation being one of the possibilities. The objective of the present study was to translate the M-CHAT scale from
English into Brazilian Portuguese to scan early autism, preserving cross-cultural equivalence.
Method: After obtaining permission from the author of the scale, its translation was performed, followed by its back-translation;
evaluation of reference equivalence; first pretest in a sample of the target population; evaluation of general equivalence; evaluation
by specialists in infantile autism; development of a preliminary version; second pretest with parents of autistic children treated in a
Pediatric Ambulatory of the Brazilian Public Health System; and development of its final version.
Results: Evaluation of reference equivalence showed that 78% of the questions were similar, 13% approximate, and 9% different. Of
the 20 people interviewed in the first pretest, nine understood 100% of the questions. The second pretest demonstrated good
acceptance and understanding by the target population, with no complaints in 70% of the sample. After detailed evaluations, the final
version was developed.
Conclusion: The study makes the Portuguese version of the M-CHAT scale available, which was considered adequate by specialists
and understood by the population.
Keywords: Autistic disorder, scales, translation (product).
Correspondência:
Mirella Fiuza Losapio, Rua Djalma Ramos, 100/501, Graça, CEP 40150-380, Salvador, BA. E-mail: mfl_ssa@hotmail.com
Não há conflitos de interesse associados à publicação deste artigo.
Copyright © Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul – SPRS Recebido em 02/04/2008. Aceito em 07/05/2008.
RevRev
Psiquiatr
Psiquiatr
RS.RS.
2008;30(3):221-229
2008;30(3) – 221
Tradução para o português da escala M-CHAT – LOSAPIO & PONDÉ
Does your child take Seu filho se interessa Does your child show Semelhante Seu filho se interessa
an interest in other por outras crianças? interest in other por outras crianças?
children? children?
Does your child like Seu filho gosta de Does your child like Semelhante Seu filho gosta de
climbing on things, subir em coisas, como climbing on things, subir em coisas, como
such as up stairs? escadas? such as stairs? escadas?
Does your child enjoy Seu filho gosta de Does your child like Semelhante Seu filho gosta de
playing peek-a-boo/ brincar de esconder o playing at peek-a-boo brincar de esconder o
hide-and-seek? rosto e depois mostrar/ / hide-and-seek? rosto e depois mostrar/
esconde-esconde? esconde-esconde?
Does your child ever Seu filho já brincou de Does your child ever Aproximado Seu filho já brincou de
pretend, for example, faz-de-contas, como play at make-believe, faz-de-contas, como
to talk on the phone or por exemplo, fazer de e.g. does he/she ever por exemplo, fazer de
take care of dolls, or contas que está pretend to speak on contas que está
pretend other things? falando no telefone ou the telephone or take falando no telefone ou
que está cuidando da care of a doll or does que está cuidando da
boneca, ou qualquer he/she play any other boneca, ou qualquer
outra brincadeira de game of make- outra brincadeira de
faz-de-contas? believe? faz-de-contas?
Does your child ever Seu filho já usou o seu Does your child ever Semelhante Seu filho já usou o seu
use his/her index dedo indicador para use his/her index dedo indicador para
finger to point, to ask apontar algo, para finger to point at apontar, para pedir
for something? pedir alguma coisa? something, to ask for alguma coisa?
something?
Does your child ever Seu filho já usou o seu Does your child ever Semelhante Seu filho já usou o seu
use his/her index dedo indicador para use his/her index dedo indicador para
finger to point, to apontar algo, para finger to point at apontar, para indicar
indicate interest in indicar interesse em something, to indicate interesse em algo?
something? algo? his/her interest in
something?
Can your child play Seu filho consegue Is your child able to Diferente Seu filho consegue
properly with small brincar corretamente play correctly with brincar corretamente
toys (e.g. cars or com pequenos small toys (e.g. cars or com brinquedos
bricks) without just brinquedos (ex. carros bricks) without simply pequenos (ex. carros ou
mouthing, fiddling, or ou tijolos) sem muttering to him/ tijolos) sem
dropping them? simplesmente ficar herself, touching the simplesmente ficar
murmurando sozinho, toy or throwing it up colocando na boca,
mexendo no brinquedo and dropping it? remexendo no
ou jogando-o para o brinquedo ou jogando-o
alto e soltando? para o alto e soltando?
Does your child ever O seu filho alguma Does your child ever Semelhante O seu filho alguma
bring objects over to vez trouxe objetos bring objects to you vez trouxe objetos
you (parent) to show para você (pais) para (parents) to show you para você (pais) para
you something? lhe mostrar alguma something? lhe mostrar alguma
coisa? coisa?
Does your child look O seu filho olha para Does your child look Semelhante O seu filho olha para
you in the eye for você no olho por mais you in the eye for você no olho por mais
more than a second or de um segundo ou more than a second or de um segundo ou
two? dois? two? dois?
Does your child ever O seu filho já se Does your child ever Diferente O seu filho já pareceu
seem oversensitive to mostrou hipersensível appear oversensitive to hipersensível ao
noise? (e.g., plugging ao barulho (ex. noise (e.g. plugging barulho (ex. tapando
ears) tapando os ouvidos)? his/her ears)? os ouvidos)?
Does your child O seu filho imita Does your child Aproximado O seu filho imita
imitate you? (e.g., you você? (ex. você faz imitate you (e.g. you você? (ex. você faz
make a face-will your expressões/caretas e make faces or expressões/caretas e
child imitate it?) seu filho imita?). expressions and your seu filho imita?).
child imitates you)?
Does your child O seu filho responde Does your child Semelhante O seu filho responde
respond to his/her quando você o chama answer when you call quando você o chama
name when you call? pelo nome? his/her name? pelo nome?
If you point at a toy Se você aponta um Does your child Semelhante O seu filho responde
across the room, does brinquedo do outro answer when you call quando você o chama
your child look at it? lado do cômodo, o seu his/her name? pelo nome?
filho olha para ele?
Does your child walk? Seu filho anda? Can your child walk? Aproximado Seu filho anda?
Does your child look O seu filho olha para Does your child look Semelhante O seu filho olha para
at things you are coisas que você está at things you are coisas que você está
looking at? olhando? looking at? olhando?
Does your child make O seu filho faz Does your child make Semelhante O seu filho faz
unusual finger movimentos incomuns unusual movements movimentos incomuns
movements near his/ com os dedos perto da with his/her fingers com os dedos perto da
her face? face dele? close to his/her face? face dele?
Does your child try to O seu filho tenta atrair Does your child try to Semelhante O seu filho tenta atrair
attract your attention a sua atenção para a attract your attention a sua atenção para a
to his/her own atividade dele? to something he/she is atividade dele?
activity? doing?
Have you ever Você alguma vez já se Have you ever Semelhante Você alguma vez já se
wondered if your child perguntou se seu filho wondered if your child perguntou se seu filho
is deaf? é surdo? is deaf? é surdo?
Does your child O seu filho entende o Does your child Semelhante O seu filho entende o
understand what que as pessoas dizem? understand what que as pessoas dizem?
people say? people say?
Does your child O seu filho às vezes Does your child Semelhante O seu filho às vezes
sometimes stare at fica encarando o nada sometimes stare at fica encarando o nada
nothing or wander ou vagando sem nothing or wander ou vagando sem
with no purpose? direção? aimlessly? direção?
Does your child look O seu filho olha para o Does your child look Semelhante O seu filho olha para o
at your face to check seu rosto para conferir at your face to check seu rosto para conferir
your reaction when a sua reação quando your reaction when he/ a sua reação quando
faced with something está diante de algo que she is faced with está diante de algo que
unfamiliar? não lhe é familiar? something that is não lhe é familiar?
unfamiliar?
população-alvo, de modo que 70% da população transcultural deve ocorrer em uma série de etapas. Os
compreendeu o instrumento sem nenhuma queixa. Dessa autores destacam a avaliação da equivalência conceitual
vez, 30% da população foi composta por indivíduos que e de itens, da equivalência semântica, da equivalência
concluíram o Ensino Médio, 30% apresentavam Ensino operacional e da equivalência de mensuração15.
Médio incompleto e 40% não concluíram o Ensino A equivalência conceitual e de itens tem como
Fundamental. objetivo verificar a pertinência dos domínios englobados
pela escala original no novo contexto ao qual está sendo
Elaboração da versão final traduzida15. Na tradução do M-CHAT, não foi necessário
discutir a pertinência dos itens com um grupo de
Apenas as questões 1, 11 e 14 foram alteradas, da especialistas, visto uma das pesquisadoras ser
seguinte forma: especialista em autismo infantil e não ter aventado a
Na questão 1, “Seu filho gosta de se balançar, de necessidade de discussão sobre o assunto, por considerar
saltar no seu joelho, etc.?”, o termo “saltar” foi todos os itens do original relevantes ao contexto
substituído por “pular”, já que é mais corriqueiro para a nacional.
população; A equivalência semântica tem importância crucial,
Com relação à questão 11, “O seu filho já pareceu pois reflete a correspondência de sentido dos conceitos
hipersensível ao barulho (ex. tapando os ouvidos)?”, entre o instrumento original e a versão, propiciando
como 10% da população não sabia o significado de efeito semelhante na população, nas duas culturas12,15.
“hipersensível”, os avaliadores optaram por modificá- O presente estudo cumpre com esse conceito, visto que
lo para “muito sensível”. se utiliza de tradução e back-translation, executadas por
Questão 14: “O seu filho responde quando você o profissionais distintos e fluentes nos idiomas português
chama pelo nome?”. O pronome “o” colocado na forma e inglês. Foi também realizada a apreciação dos sentidos
de próclise estava criando dificuldades de entendimento. denotativo ou referencial e conotativo ou geral e a
Foi, então, modificado para “chama ele pelo nome”, sondagem na população-alvo.
tornando-se, dessa forma, mais coloquial. Este estudo não segue à risca os passos orientados
A versão final da escala M-CHAT, proposta por este por Reichenheim & Moraes no que concerne à
trabalho encontra-se anexada. equivalência semântica. Os autores optaram por avaliar
distintamente os dois mais importantes significados das
palavras e expressões, os sentidos referencial e geral.
Discussão Justificam que assim pôde-se perceber sutis imprecisões
na equivalência referencial durante as etapas de tradução
O presente estudo cumpre com o seu objetivo, e back-translation, principalmente por ter sido realizada
tornando disponível a primeira versão do M-CHAT para apenas uma tradução. Tal argumento é comprovado
o português do Brasil. Estabelece-se, dessa forma, uma pelos resultados obtidos, já que o avaliador externo
importante contribuição para tornar possível o considerou como “diferentes” duas questões entre
diagnóstico precoce do autismo, no contexto brasileiro. original e back-translation. Desse modo, feitas as
Apesar de a escala M-CHAT não apresentar valor de alterações cabíveis, ficou garantida a correspondência
diagnóstico11, é capaz de selecionar casos suspeitos para literal de cada pergunta do M-CHAT em português.
uma posterior avaliação. Fatores socioculturais estão Foram realizados, ainda, dois pré-testes. O primeiro,
presentes em quaisquer indivíduos que manifestam com o objetivo de obter uma prévia para posterior
sinais e sintomas psiquiátricos. A cultura emerge de um avaliação da equivalência geral. Considerou-se que
conjunto bastante heterogêneo de elementos que assim os significados denotativos poderiam ser mais
incluem, entre outros, linguagem, etnia, religião, cuidadosamente discutidos, já que vinham com
tradições, crenças, valores, relações interpessoais e embasamento prático oriundo da opinião da população-
modos de produção e de organização social16. Desse alvo. A questão 16, por exemplo, foi alterada apesar de
modo, fica evidente a importância de, durante a tradução considerada pelos autores como equivalente, por não
de escalas no âmbito psiquiátrico, se valorizar a ter apresentado grande aceitabilidade durante o primeiro
adaptação transcultural. Ainda não existe consenso de pré-teste. Nesse contexto, os pesquisadores
como operacionalizar a tradução de uma escala. consideraram pertinente a aplicação de um segundo pré-
Estratégias que vão desde uma simples tradução do teste, com o objetivo de garantir que as alterações até
original pelos próprios pesquisadores, até processos então realizadas fossem suficientes. Comprovada a
mais detalhados estão sendo utilizados17. O modelo importância da sondagem dupla na população, ainda
escolhido foi baseado no de Reichenheim & Moraes15, houve necessidade de pequenas modificações após o
que propõem que, para facilitar a obtenção de uma segundo pré-teste. Aventou-se a possibilidade de
perfeita equivalência funcional, o processo de avaliação realização de outras sondagens na população; foi,
porém, descartada com base nos resultados de Perneger os aspectos de equivalência semântica e operacional,
et al.18, que concluíram em seu estudo comparativo que conceitual e de itens.
a aplicação de dois pré-testes obtém satisfação
comparável a traduções mais extenuantes.
A tradução demonstrou-se equivalente Referências
operacionalmente, já que o formato das questões e o
veículo utilizado (papel impresso) não receberam 1. World Health Organization (WHO). International Classification of
Diseases: diagnostic criteria for research, 10th ed. Geneva: WHO;
críticas durante o pré-teste e atenderam às expectativas 1993.
dos pesquisadores, visto que não provocaram 2. American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual
impaciência na população-alvo. O cenário de of mental disorders. 4th ed (DSM-IV). Washington: American
Psychiatric Association; 1994.
administração, a sala de espera de consultórios de 3. Gray KM, Tonge BJ. Are there early features of autism in infants
pediatria, corresponde ao que será utilizado na prática and preschool children? J Paediatr Child Health. 2001;37(3):221-6.
clínica. Apenas a forma de aplicação pode se pôr à crítica 4. Klin A. [Autism and Asperger syndrome: an overview]. Rev Bras
Psiquiatr. 2006;28 Suppl 1:S3-11.
porque durante os pré-testes o aplicador lia as questões, 5. Gray KM, Tonge BJ. Screening for autism in infants and preschool
que são auto-aplicáveis, em conjunto com o sujeito da children with developmental delay. Aust N Z J Psychiatry.
pesquisa. Porém, não poderia ser de outro modo, pois 2005;39(5):378-86.
6. Schopler E, Reichler RJ, Renner B. The Childhood Autism Rating
era necessário verificar a exemplificação de cada item
Scale (CARS). Los Angeles: Western Psychological Services; 1988.
para garantir se a compreensão havia sido conquistada. 7. Berument SK, Rutter M, Lord C, Pickles A, Bailey A. Autism
O número reduzido de traduções foi compensado screening questionnaire: diagnostic validity. Br J Psychiatry.
pela verificação pormenorizada da avaliação referencial. 1999;175:444-51.
8. Stone WL, Coonrod EE, Ousley OY. Brief report: screening tool for
A amostra escolhida é bem representativa da população- autism in two-year-olds (STAT): development and preliminary data.
alvo do M-CHAT (pais de crianças em salas de espera J Autism Dev Disord. 2000;30(6):607-12.
de consultório pediátrico), o que garante maior 9. Brereton AV, Tonge BJ, Mackinnon AJ, Einfeld SL. Screening
young people for autism with the developmental behaviour
confiabilidade aos resultados encontrados. Os checklist. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2002;41(11):1369-
especialistas que avaliaram o trabalho atendiam às 75.
sugestões da literatura19 quanto à interdisciplinaridade: 10. Baron-Cohen S, Wheelwright S, Cox A, Baird G, Charman T,
Swettenham J, et al. The early identification of autism by the
um médico neuropediatra e um psicólogo. Checklist for Autism in Toddlers (CHAT). J R Soc Med.
Os autores do trabalho propõem uma posterior 2000;93(10):521-5.
avaliação psicométrica para verificação da equivalência 11. Robins DL, Fein D, Barton ML, Green JA. The Modified Checklist
for Autism in Toddlers: an initial study investigating the early
de mensuração. É de grande interesse vislumbrar o
detection of autism and pervasive developmental disorders. J
domínio da população captada no estudo, identificando Autism Dev Disord. 2001;31(2):131-44.
se os achados podem ser estendidos para outras 12. Mengyuan F. Cross-cultural Communication and Translation. US-
populações. China Foreign Language. 2004;2(6):16-22.
13. Baird G, Charman T, Baron-Cohen S, Cox A, Swettenham J,
Deve ser ainda ressaltada a importância da Wheelwright S, et al. A screening instrument for autism at 18
aproximação cultural dentro das diferentes regiões do months of age: a 6-year follow-up study. J Am Acad Child Adolesc
Brasil. Tendo em vista ser o Brasil um país com raízes Psychiatry. 2000;39(6)694-702.
14. Georg AE, Duncan BB, Toscano CM, Schmidt MI, Mengue S,
culturais heterogêneas, termos empregados nessa Duarte C, et al. Análise econômica de programa para rastreamento
tradução podem não ser pertinentes em outras regiões. do diabetes mellitus no Brasil. Rev Saude Publ. 2005;39(3):452-60.
Fica, portanto, um convite para que críticas e sugestões 15. Reichenheim ME, Moraes CL. Operacionalização de adaptação
transcultural de instrumentos de aferição usados em epidemiologia.
enriqueçam a tradução da escala M-CHAT para o Rev Saude Publica. 2007;41(4):665-73.
português do Brasil. 16. Jorge MR. Adaptação transcultural de instrumentos de pesquisa em
A presente tradução do M-CHAT foi enviada para saúde mental. Rev Psiquiatr Clin. 1998;25(5):233-9.
17. Moraes CL, Hasselman MH, Reichenheim ME. Portuguese-
a autora do instrumento, Dra. Diana Robins, e language cross-cultural adaptation of the Revised Conflict Tactics
considerada adequada por profissionais das áreas de Scales (CTS2), an instrument used to identify violence in couples.
psiquiatria, psicologia e neuropediatria e compreensível Cad Saude Publica. 2002;18(1):163-176.
18. Perneger Tv, Leplège A, Etter JF. Cross-cultural adaptation of a
pelos pacientes da amostra retirada da população-alvo.
psychometric instrument: two methods compared. J Clin Epidemiol.
Fica disponível, então, uma versão do M-CHAT 1999;52(11):1037-46.
desenvolvida para o português do Brasil, observados 19. Guillemin F. Cross-cultural adaptation and validation of health
measures. Scand J Rheumatol. 1995;24(2):61-3.
Anexo 1
Versão Final do M-CHAT em Português
Por favor, preencha as questões abaixo sobre como seu filho geralmente é. Por favor, tente responder todas as
questões. Caso o comportamento na questão seja raro (ex. você só observou uma ou duas vezes), por favor, responda
como se seu filho não fizesse o comportamento.
1. Seu filho gosta de se balançar, de pular no seu joelho, etc.? Sim Não
3. Seu filho gosta de subir em coisas, como escadas ou móveis? Sim Não
4. Seu filho gosta de brincar de esconder e mostrar o rosto ou de esconde-esconde? Sim Não
5. Seu filho já brincou de faz-de-conta, como, por exemplo, fazer de conta que está falando no Sim Não
telefone ou que está cuidando da boneca, ou qualquer outra brincadeira de faz-de-conta?
6. Seu filho já usou o dedo indicador dele para apontar, para pedir alguma coisa? Sim Não
7. Seu filho já usou o dedo indicador dele para apontar, para indicar interesse em algo? Sim Não
8. Seu filho consegue brincar de forma correta com brinquedos pequenos (ex. carros ou blocos), Sim Não
sem apenas colocar na boca, remexer no brinquedo ou deixar o brinquedo cair?
9. O seu filho alguma vez trouxe objetos para você (pais) para lhe mostrar este objeto? Sim Não
10. O seu filho olha para você no olho por mais de um segundo ou dois? Sim Não
11. O seu filho já pareceu muito sensível ao barulho (ex. tapando os ouvidos)? Sim Não
12. O seu filho sorri em resposta ao seu rosto ou ao seu sorriso? Sim Não
13. O seu filho imita você? (ex. você faz expressões/caretas e seu filho imita?) Sim Não
14. O seu filho responde quando você chama ele pelo nome? Sim Não
15. Se você aponta um brinquedo do outro lado do cômodo, o seu filho olha para ele? Sim Não
17. O seu filho olha para coisas que você está olhando? Sim Não
18. O seu filho faz movimentos estranhos com os dedos perto do rosto dele? Sim Não
19. O seu filho tenta atrair a sua atenção para a atividade dele? Sim Não
20. Você alguma vez já se perguntou se seu filho é surdo? Sim Não
22. O seu filho às vezes fica aéreo, “olhando para o nada” ou caminhando sem direção definida? Sim Não
23. O seu filho olha para o seu rosto para conferir a sua reação quando vê algo estranho? Sim Não
©
1999 Diana Robins, Deborah Fein e Marianne Barton.
Tradução Milena Pereira Pondé e Mirella Fiuza Losapio.