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DIAGNÓSTICO DO AUTISMO

O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é o ponto de partida para o tratamento


com os estímulos adequados de acordo com o nível de comprometimento intelectual e
cognitivo de cada criança. É um marco importante na busca por mais qualidade de vida para a
criança, por isso envolve um processo delicado de avaliação comportamental. A ausência de
características biológicas que identifiquem o transtorno dificulta o diagnóstico. Não há exames
laboratoriais e de imagem que comprovem o quadro de autismo. A análise clínica é realizada
através dos relatos dos pais e cuidadores das crianças. A identificação também é
complementada com procedimentos clínicos, como entrevistas e dinâmicas, que auxiliam a
entender o quadro e avaliar os prejuízos do desenvolvimento de cada criança.

É importante dizer, aqui aos nossos alunos que esta disciplina não tem o objetivo de ENSINAR
você a fazer o diagnóstico do autismo, isto porque somente profissionais da área médica são
indicados para realizar tal atividade.

Como Especialista em Autismo, nosso objetivo nesta disciplina, é trazer discussões,


conhecimento e mostrar como estes profissionais médicos realizam o processo de diagnóstico
para que assim você possa compreender como ele acontece e no futuro poder orientar e
acompanhar quando for necessário situações onde o sujeito com autismo precise deste
diagnóstico, ou mesmo levar estas informações para capacitações em escolas e demais locais
que sejam necessário.

O Autismo é assunto presente nas ultimas duas décadas e se intensificou nos últimos cinco
anos. Principalmente com a aprovação da Lei Berenice Piana que regulamentou o direito
destas pessoas frente as demandas sociais, econômicas, de saúde e de trabalho.

Desta forma, o debate sobre o que é o autismo está amplo e chegando aos diversos setores
sociais desde uma sala de educação infantil a uma roda de conversa entre amigos.

A necessecidade de conhecer mais e mais sobre o autismo tem colaborado para o


desenvolvimento de cursos, estratégias de intervenção e método que aprimorem o
diagnóstico.

Durante muitos anos, e ainda é, o diagnóstico é o grande BICHO PAPÃO do autismo. Isto
porque ele provoca reações adversas nas famílias. Sua ausência e presença seja em laudos ou
apenas em suspeitas já são por si ingredientes para muito debate familiar, escolar e social.

Desta forma hoje, se tem um consenso entre médico, familiares, escola, autoridades da saúde
dentre outros como pesquisadores e cientista e até mesmo da OMS - organização mundial de
Saúde que o processo de diagnóstico precisa ser realizado na primeira infância. Sendo assim,
nesta disciplina vamos compreender como ele é feito no Brasil.

Para começar esta discussão lhe convidamos para assistir o filme abaixo (pelo menos a
primeira parte) . Nele observe como esta família buscou compreender as dificuldades do filho
e como eles chegaram ao resultado do diagnóstico de autismo.
O filme acima trouxe uma dura realidade norte americana nos anos 70, no filme abaixo vemos
uma família em busca do processo de diagnóstico quase trinta anos depois.

Vimos dois filmes. Duas famílias, em tempos diferentes num mesmo país, que é pioneiro no
tratamento do autismo. Que semelhanças e diferenças você observou? Pense, você precisará
responder esta pergunta e outra sobre estes filmes em sua avaliação.

Vamos em frente. No geral vimos que da busca das famílias ao resultado de um diagnóstico é
um caminho árduo, solitário e muitas vezes traumáticos para todos os envolvidos.

Estamos quase 50 anos depois do primeiro filme e vinte anos depois do segundo filme. Como o
processo de diagnóstico do autismo evolui?

Abaixo iremos compreender como este diagnóstico é feito no Brasil. Mas antes é preciso
deixar claro que a palavra diagnóstico aqui não está sendo usado no sentido de resultado, mas
sim de processo desde da busca de informação até o resultado.

No Brasil, este processo é feito principalmente por médicos da área da Neurologia e Da


Psiquiatria com ajuda muitas vezes de profissionais da área da psicopedagogia,
neuropsicopedagogia, psicologia dentre outros.

Vamos ver alguns aspectos para que estes profissionais possam chegar a conclusão de que
uma pessoa tem autismo.

Aspectos e diagnósticos do Autismo

No vídeo abaixo o neuropediatra Dr. Clay Brites traz cinco passos para o diagnóstico do
autismo. Anote todos!

Muitos profissionais estão focando seu trabalho para pessoas, veja as dicas da Dra. Maria
Claudia dá no vídeo abaixo dos sinais que profissionais e famílias devem ficar atentos dentro
deste processo de identificação do autismo.

Além dos aspectos já trabalhados acima também deve ser observar:

É importante que pais e mães relatem todos os episódios em que a suspeita da existência de
autismo seja levantada. Esta etapa é inicial, mas já determina uma investigação mais
aprofundada por parte do especialista. Os responsáveis pela criança devem falar ao
profissional se o pequeno apresenta determinadas atitudes presenciadas no dia a dia: falta de
contato visual, comunicação prejudicada, pouca ou nenhuma interação social, entre outras.

Pode ser que os relatos dados durante a entrevista não sejam suficientes para a abordagem do
especialista. Nesse caso, a dica é reunir materiais que utilizem imagens de foto e vídeo de
situações em que a criança esteja no ambiente doméstico, escolar ou qualquer outra que a
‘obrigue’ a estabelecer contato visual e interação com seu interlocutor; assim como ela se
comporta quando estimulada com objetos e tarefas lúdicas.

Os aspectos e diagnósticos do autismo podem ser esclarecidos a partir do depoimento de


profissionais que lidam com a criança regularmente. Educadores e cuidadores são excelentes
fontes de informação que podem contribuir, e muito, nesse processo. Afinal, a visão de outras
pessoas que não sejam pai e mãe pode enriquecer os relatos e aproximar a investigação do
especialista acerca da suspeita da existência do TEA.
AS Escalas de avaliação

Para auxiliar os profissionais a identificar os sinais de autismo e a ter certeza que realmente é
AUTISMO, normalmente ultiliza-se escalas de avaliação que traçam um perfil do autismo. Elas
orientam de maneira mais específica a condução da entrevista. Outro detalhe aperfeiçoado
pelas escalas de avaliação é o fato de as escalas ajudarem a delimitar os sintomas mostrados
pela criança, o que contribui também para a proposição de intervenções ao caso analisado.
Vale ressaltar algumas das principais escalas. Lembrando que esses instrumentos são podem
ser encontrados traduzidos para o português. Vejam quais são elas:

- CARs -

dica de leitura:

http://www.jped.com.br/conteudo/08-84-06-473/port.asp

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572008000700001

https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12936/000634977.pdf

https://irp-cdn.multiscreensite.com/a12de2b1//files/uploaded/ESCALACARSIP.pdf

No vídeo abaixo a Dra. Dayse Serra explica como funciona a Escala CArs

Modified Checklist for Autism in Toddlers – M-CHAT (Escala para Rastreamento de Autismo
Modificada) – Robins DL, Fein D, Barton ML, Green JA, 2001.

Escala M-CHAT é um instrumento de rastreamento precoce de autismo, que visa identificar


indícios desse transtorno em crianças entre 18 e 24 meses.

Pode ser utilizada em todas as crianças durante visitas pediátricas, com objetivo de identificar
traços de autismo em crianças de idade precoce.

Os instrumentos de rastreio são úteis para avaliar pessoas que estão aparentemente bem, mas
que apresentam alguma doença ou fator de risco para doença, diferentemente daquelas que
não apresentam sintomas.

A M-CHAT é extremamente simples e não precisa ser administrada por médicos.

A resposta aos itens da escala leva em conta as observações dos pais com relação ao
comportamento da criança.

Essa escala é uma extensão da CHAT, consistindo em 23 questões do tipo sim/não, que deve
ser autopreenchida por pais de crianças de 18 a 24 meses de idade, que sejam ao menos
alfabetizados e estejam acompanhando o filho em consulta pediátrica.

O formato e os primeiros nove itens do CHAT foram mantidos. As outras 14 questões foram
desenvolvidas com base em lista de sintomas freqüentemente presentes em crianças com
autismo.

Resultados superiores a “3” (falha em 3 itens no total) ou em “2” dos itens considerados
críticos (2,7,9,13,14,15), após confirmação, justificam uma avaliação formal.
Atualmente, o instrumento de identificação precoce do TEA recomendado pela Sociedade
Brasileira de Pediatria é a escala M-CHAT.

O teste é composto por 23 questões do tipo sim/não, que devem ser respondidas pelos pais de
crianças entre 16 e 30 meses de idade que estejam acompanhando o filho em uma consulta
pediátrica.

A Escala M-CHAT foi traduzida e adaptada para português no Brasil, por Mirella Fiuza Losapio e
Milena Pereira Pondé, 2008.

Dica de Leitura

http://www.sopape.com.br/data/conteudo/arquivos/MCHATESCALA.pdf

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082008000400011

https://download.neurosaber.com.br/m-chat-pais-e-educadores.pdf

https://sites.google.com/site/marciocandiani/escala-cars-para-avaliacao-de-autismo

No vídeo abaixo Dr. Clay Brites fala sobre o M- chat fique atento:

 Escala de Traços Autísticos – ATA (Avaliação de Traços Autísticos) – Ballabriga et al.,


1994; adapt. Assumpção et al.,  1999.

Esta escala, embora não tenha o escopo de avaliar especificamente uma função psíquica, é
utilizada para avaliação de uma das patologias mais importantes da Psiquiatria Infantil – o
Autismo. Seu ponto de corte é de 15. Pontua-se zero se não houver a presença de nenhum
sintoma, 1 se houver apenas um sintoma e 2 se houver mais de um sintoma em cada um dos
36 itens, realizando-se uma soma simples dos pontos obtidos.

Download da Escala ATA:http://www.psiquiatriainfantil.com.br/escalas/tracosautisticos.htm 

 Avaliação de Tratamentos do Autismo – ATEC (Autism Treatment Evaluation


Chechlist) – Bernard Rimland, Ph.D. e Stephen M. Edelson, Ph.D, 1995.

A Checklist de Avaliação do Tratamento do Autismo, ou ATEC, é uma das ferramentas de


avaliação mais utilizadas na comunidade do autismo. A lista de verificação é projetada para
avaliar a eficácia dos tratamentos, bem como para monitorar como um indivíduo progride ao
longo do tempo. O ATEC é usado por pais e pesquisadores, bem como por escolas, clínicas
médicas e comportamentais e companhias de seguros. Mais de meio milhão de ATECs foram
concluídos nas últimas duas décadas.  O ATEC contém um total de 77 questões classificadas
em quatro subescalas: Fala / Linguagem / Comunicação, Sociabilidade, Sensibilidade
Sensorial / Cognitiva e Física / Saúde / Comportamento.  Além do inglês, o ATEC está disponível
em 20 idiomas diferentes, como português, chinês, tcheco, japonês, francês, italiano e
espanhol.

Instituto de Pesquisa de Autismo – 4182 Adams Avenue, San Diego, CA 92116 – USA. Fax: (619)
563-6840  www.autism.com

Esta escala não tem padronização brasileira, portanto não é uma escala reconhecida pelo
Conselho Federal de Psicologia.

Para responder a Escala ATEC no link oficial dos USA com tradução para o português:
https://www.autism.org/autism-treatment-evaluation-checklist/ 

 Autism Behavior Checklist – ABC ou ICA (Lista de Checagem de Comportamento


Autístico) -Krug et al., 1980

O ABC ou ICA é um questionário constituído por 57 itens, elaborados para avaliação de


comportamentos autistas em população com retardo mental, que tem ajudado na elaboração
de diagnóstico diferencial de autismo.

Esta lista de verificação foi desenvolvida a partir do registro de comportamentos, selecionados


de nove instrumentos utilizados para se identificar o autismo.

Os itens desta escala, na forma de descrições comportamentais, foram agrupados em 5 áreas


de sintomas: sensorial, relacionamentos, uso do corpo e de objetos, linguagem, e habilidades
sociais e de auto-ajuda.

A análise da escala propõe 17 itens comportamentais pontuados com nota 4, que são
considerados altamente indicadores de autismo, 17 itens pontuados com nota 3, 16 itens
pontuados com nota 2, e 7 itens comportamentais com nota 1, considerados pouco
indicadores de autismo.

O resultado médio dos estudos de validação do instrumento  é 78 pontos para o autismo e 44


pontos para o retardo mental grave. O ABC, aparentemente, é capaz de identificar sujeitos
com altos níveis de comportamento autista.

Download da Escala ABC padronização brasileira:

https://pt.scribd.com/document/369930015/Escala-Ica-ABC-Pagina-55 

 Autism Diagnostic Observation Schedule – ADOS ou ADOS2  (Protocolo de


Observação para Diagnóstico de Autismo) – Lord et al., 1989.

A Escala de Observação para o Diagnóstico de Autismo 2 (ADOS-2) é uma avaliação


padronizada e semiestruturada da comunicação, da interação social e jogo ou uso criativo de
materiais para pessoas suspeitas de terem Perturbações do Espetro do Autismo. A escala está
estruturada em cinco módulos (t, 1, 2, 3 e 4), cada um específico para determinada idade e
nível de linguagem.

O ADOS é um protocolo padronizado de observação e avaliação dos comportamentos sociais e


da comunicação da criança e do adulto autista, originalmente planejado para pessoas com
idade mental de 3 anos ou mais.

O propósito deste roteiro é fornecer uma série de contextos padronizados, visando  a


observação do comportamento social e comunicativo de indivíduos com autismo e transtornos
relacionados.

A observação comportamental visa satisfazer duas finalidades. A primeira delas, diagnóstica,


distingue autismo de outros portadores de deficiência e de funcionamento normal. A segunda,
de investigação,  estuda diretamente a qualidade dos comportamentos sociais e comunicativos
associados com o autismo. Este roteiro de observação consiste em oito tarefas apresentadas
pelo examinador, com duração de aproximadamente 20 a 30 minutos. Há dois jogos de
materiais que variam no conteúdo e exigência cognitiva, de acordo com a idade cronológica e
nível de desenvolvimento do sujeito. As codificações dos comportamentos observados em
cada tarefa devem ser realizadas imediatamente após a entrevista.

Os comportamentos são classificados em quatro domínios:

 interação social recíproca;

 comunicação/linguagem

 comportamentos estereotipados/restritivos;

 humor e comportamentos anormais não específicos.

A classificação geral é feita considerando-se uma gradação de três pontos:

0 = dentro dos limites normais;

1 = anormalidade rara ou possível;

2 = anormalidade clara/distinta.

A pontuação 7 é eventualmente usada para indicar comportamento anormal, mas que não é
abrangido pela codificação.

Esta escala não tem padronização brasileira, portanto não é uma escala reconhecida pelo
Conselho Federal de Psicologia.

Encontramos este material somente em português de Portugal e ou em espanhol.

Não temos editoras no Brasil para comercialização deste teste.

Conheça a venda dele em site norte americanos https://www.wpspublish.com/ados-2-autism-


diagnostic-observation-schedule-second-edition 

 Autism Diagnostic Interview-Revised – ADI-R (Entrevista Diagnóstica para Autismo


Revisada) –  Lord, Rutter, & Le Couteur, 1994.

A aplicação da ADI, que deve ser administrada junto aos pais, com o objetivo de obter
descrições detalhadas dos comportamentos que são necessários para o diagnóstico diferencial
de TEA. A versão original da ADI foi planejada com propósitos de pesquisa e visando completar
a avaliação comportamental de sujeitos com idade cronológica de 5 anos, e idade mental de
pelo menos 2 anos. A versão revisada, foi resumida e modificada para adequar-se a crianças
com idade mental de aproximadamente 18 meses até a vida adulta, e está vinculada aos
critérios do DSM-V e da CID-10.

A ADI-R, consiste numa entrevista estruturada com 93 questões, que permite aos profissionais
analisar, através dos pais ou cuidadores, a sintomatologia relacionada com as perturbações do
espectro autista.

Incide sobre 3 domínios de maior relevância diagnóstica: Linguagem/ Comunicação; Interação


Social; Comportamentos/Interesses Restritos, Repetitivos e Estereotipados.

Para cumprir os critérios diagnósticos esboçados pela CID-10 e pelo DSM-V, o sujeito tem que
satisfazer os critérios em cada um dos três domínios citados anteriormente (comunicação,
interação social e comportamentos estereotipados), obtendo a pontuação mínima em cada
um dos domínios, bem como exibir alguma anormalidade em pelo menos um destes domínios
até os 36 meses de idade, obtendo uma pontuação mínima de ”1”.

Além disso, os itens da entrevista que recebem pontuação igual a ”3”, e quando pontuados no
algoritmo recebem nota ”2”, para evitar julgamento impróprio de qualquer sintoma único.

Assim, para se fazer um diagnóstico de Autismo Infantil, o comportamento do sujeito deve


igualar ou exceder as notas de corte para todos os domínios avaliados.

Esta escala não tem padronização brasileira, portanto não é uma escala reconhecida pelo
Conselho Federal de Psicologia.

Encontramos este material somente em português de Portugal e ou em espanhol.

Não temos editoras no Brasil para comercialização deste teste.

Neste link abaixo poderá encontrar a escala para comprar em Portugal, o valor é de 174,66 €

Pesquisa sobre a  validação do ADI-R no Brasil:

http://livros01.livrosgratis.com.br/cp087135.pdf

http://www.scielo.br/pdf/anp/v70n3/a06.pdf 

 Autism Screening Questionnaire – ASQ ou SQS (Questionário de Triagem para


Autismo) – Rutter et al., 1999.

O ASQ consiste em 40 questões extraídas da ADI-R, que foram modificadas para tornarem-se
mais compreensíveis aos pais.  Há questões sobre as áreas abordadas pela ADI-R relativas à
interação social recíproca, comunicação e linguagem, padrões de comportamento
estereotipados e repetitivos, além de questões sobre o funcionamento atual da linguagem.

Duas versões do questionário foram projetadas, uma para crianças menores de 6 anos e outra
para crianças com 6 anos ou mais. As questões recebem pontuação “0” para ausência de
anormalidade ou “1” para a presença dela.

A pontuação total varia de “0” a “39” para indivíduos com linguagem verbal e até “34” quando
as questões sobre linguagem forem inaplicáveis. A nota de corte “15” é considerada
pontuação padrão ótima para a diferenciação do transtorno do espectro autístico, e acima de
“22” pode diferenciar autismo de outros diagnósticos.

Este questionário foi avaliado e validado para o Brasil por Sato et al. em 2009.

Download Escala ASQ3:

http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/1132535/DLFE-205901.pdf/1.0 

 Inventário Portage Operacionalizado – Williams e Aiello, 2001.


No Portage a criança é avaliada em cinco áreas:socialização, cognição, linguagem,
autocuidados e desenvolvimento motor. É específico para a faixa etária de 0 a 6 anos e é
composto por 5 áreas: desenvolvimento motor, linguagem, socialização, autocuidados e
cognição.

Esta fase é muito importante porque além de coletar informações a respeito da criança e sua
família, é o momento de discussão e elaboração do processo de intervenção domiciliar ou
escolar. Esta escala é valida no Brasil.

Download Inventário Portage:

https://www.skoob.com.br/livro/pdf/o-inventario-portage-
operacionalizado/165127/edicao:184191 

 Perfil Psicoeducacional – (PEP-3) – Schopler, Reichler, Bashford, Lansing & Marcus,


1990

O PEP-R  é um instrumento de avaliação da idade de desenvolvimento de crianças com


autismo ou com outros transtornos da comunicação. Serve como alicerce para a elaboração de
um planejamento psicoeducacional de acordo com os pressupostos teóricos do modelo
TEACCH. Foi concebido para identificar padrões de aprendizagem irregulares e idiossincráticos,
destinando-se a crianças cuja faixa etária vai de um a doze anos. As áreas avaliadas são:
coordenação motora ampla, coordenação motora fina, coordenação visuo-motora, percepção,
imitação, performance cognitiva e cognição verbal. Para cada área foi desenvolvida um escala
específica com tarefas a serem realizadas.  Esta escala é valida no Brasil.

Para adquirir o Teste PEP-R:

http://universoautista.com.br/oficial/2015/08/09/o-pep-r/ 

 Escala Vineland I e II – ECAV – Sara S. Sparrow, Domenic V. Cicchetti, David A. Balla,


1998.

A Vineland avalia o comportamento adaptativo desde o nascimento até à idade adulta. Os


conteúdos e escalas da Vineland-II estão organizados em 4 grandes domínios que se
subdividem em 11 subdomínios:

1. Comunicação – Receptiva, Expressiva e Escrita;

2. Autonomia – Pessoal, Doméstica e Comunitária;

3. Socialização – Relações Interpessoais, Lazer e Regras Sociais;

4. Função Motora – Fina e Global.

A sua aplicabilidade é bastante vasta, justificando-se a sua utilização sempre que seja
necessária uma avaliação da funcionalidade do sujeito. Através da Vineland-II é possível avaliar
o comportamento adaptativo de indivíduos com:
Déficit intelectual
Déficit ao nível do desenvolvimento
Transtorno do Espectro Autista
Transtorno De Déficit Atenção e Hiperatividade
Traumatismo crânio-encefálico
Doença de Alzheimer/Parkinson

Esta escala não tem padronização brasileira, portanto não é uma escala reconhecida pelo
Conselho Federal de Psicologia.

Neste link abaixo poderá encontrar a escala para comprar em Portugal, o valor é de 365 €

oficinadidactica.pt

Download da Escala Vineland:

https://www.passeidireto.com/arquivo/1729544/escala_comportamentos_adaptativos_sofia_
santos 

https://mundoautista.files.wordpress.com/2010/04/17-vineland-escala-de-comportamento-
adaptativo.pdf 

Além dessas ferramentas de avaliação citadas acima, ainda existem outras escalas:

 Behavioural Observation Scale for Autism de Freeman – BOS

 Echelle d`évaluation des Comportements Autistiques – ECA

O BOS – é um instrumento desenvolvido com o objetivo de investigar o grau de severidade dos


autistas em níveis comportamentais. A metodologia desta escala compreende a observação
por filmagem da criança em contexto de brincadeira ou jogo com brinquedos adequados à sua
idade.

O ECA – é um procedimento de avaliação contínua, utilizado por todas as pessoas que


trabalham com a criança e que aborda os domínios da comunicação, percepção e imitação.

 Modified Checklist for Autism in Toddlers – M-CHAT-R/F (Escala para Rastreamento


de Autismo Revisada) – Deborah Fein, Marianne Barton, 2009 Traduzida por Dra.
Rosa Miranda Resegue

O uso da M-CHAT-R/F é obrigatória para crianças em consultas pediátricas de


acompanhamento realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo a  lei 13.438/17.
Caso você suspeite de comportamentos do seu filho, peça ao pediatra para aplicar o teste e
busque um especialista, se necessário.

A versão atualizada do protocolo (M-CHAT-R/F) conta uma segunda parte, a Entrevista de


Seguimento, que ajuda afinar a avaliação.

As respostas aos itens da escala levam em conta observações dos pais com relação ao
comportamento do filho. A soma total dos pontos vai indicar a presença de sinais do TEA, mas
não necessariamente confirmam o diagnóstico preciso.

Em caso de pontuação elevada, é fundamental que a criança siga para uma avaliação com um
médico especialista e uma equipe multidisciplinar.

A escala classifica as crianças avaliadas em três níveis:


 Baixo Risco | Pontuação de 0 a 2
Há pouca chance de desenvolvimento de TEA, e não é necessária nenhuma outra
medida. No caso da criança ter menos de 24 meses, é preciso repetir a aplicação do
teste.

 Risco Moderado | Pontuação de 3 a 7


Neste cenário, é importante que os pais participem da Entrevista de Seguimento
(segunda etapa do M-CHAT-R/F), que vai reunir informações adicionais sobre indícios
do distúrbio. Se nesta etapa, o resultado for igual ou maior que 2, é um caso positivo e
a criança deve ser encaminhada para um especialista. Se a soma das respostas ficar
entre 0 e 1, é um resultado negativo para TEA, mas a criança deve fazer o teste
novamente nas próximas consultas de rotina.

Download da Escala M-CHAT-R/F

https://autismoerealidade.org.br/wp-content/uploads/2019/05/M-CHAT-
R_F_Brazilian_Portugese.pdf 

 Alto Risco | Pontuação de 8 a 20


Com este resultado, não é necessário fazer a Entrevista de Seguimento. Os pais devem
marcar uma consulta com especialistas para a confirmação do diagnóstico e a
avaliação do tratamento personalizado.

QUADRO RESUMO:

Antecedente familiar - A chave para o Diagnóstico.

Por último, mas não menos importante vamos falar sobre a análise nos histórico familiar é um
passo que também pode ser dado, tendo em vista que pesquisas já evidenciaram uma
provável ligação entre transtornos de desenvolvimento e neuropsiquiátrico na família com
uma possível existência de autismo em uma criança. Não que isso seja uma regra, mas existe
essa possibilidade. Além disso, essa análise do histórico familiar pode esclarecer as condições
do parto da criança, assim também como peso ao nascer e se houve problemas significativos
naquele momento.

Você viu que o processo de diagnóstico no Brasil é realizado basicamente por escalas
internacionais, histórico familiar e relato familiar ou de equipe multiprofissionais referente a
vida diária do indivíduo em investigação.

Para enriquecer seu conhecimento vamos ouvir o Psiquiatra Dr. Ricardo Lugon sobre o
processo de diagnóstico do autismo.

Por que no Brasil o diagnóstico do autismo ainda é tão tardio?

Instituto Priorit Autismo para pais

Costumo dizer que, especificamente no transtorno do espectro autista, o tempo não está a
nosso favor, ou seja, quanto mais o tempo passa e não iniciamos uma intervenção terapêutica
correta, menores as nossas chances de termos bons resultados com aquela criança.
E é obvio que, para iniciarmos tratamento precoce, precisamos de um diagnóstico precoce.
Nesse ponto começa um dos mais graves problemas das crianças com autismo e de suas
famílias no Brasil: o diagnóstico geralmente é tardio… e não é um pouco tardio… é muito
tardio!

Há muitos anos nós sabemos que o desenvolvimento cerebral ocorrido nos primeiros anos de
vida determinará a evolução futura de nosso comportamento, de nossa comunicação, de
nossa capacidade de compreensão e de todas as demais funções cognitivas e emocionais
necessárias para uma vida saudável. Portanto, os primeiros anos de vida são considerados
fundamentais para dar o suporte necessário ao APRENDIZADO no futuro.

Atualmente, nós sabemos também que a forma clássica do autismo decorre de fenômenos
geneticamente mediados, sendo, portanto, uma condição presente desde as fases inicias da
vida das crianças. Em algumas, esses sintomas são mais evidentes do que em outras, mas eles
sempre estão ali… basta que sejamos capazes de identificá-los.

É cada vez mais claro para a neurociência que, quanto mais precoce for a intervenção, mais
eficaz. Isso não significa que não possamos ter resultados satisfatórios quando iniciamos
tratamento em crianças mais velhas, mas certamente esses resultados serão piores.

Não é raro que no Brasil o diagnóstico do autismo seja firmado após quatro, cindo ou até seis
anos de idade, o que é considerado muito tardio. Tardio porque a “fase de ouro” para a
intervenção foi desperdiçada.

Bom, resta a pergunta… Se todos sabemos o quanto é importante diagnosticar e tratar desde
muito cedo essas crianças, por que então estamos falhando nesse ponto?

Essa pergunta é complexa e, infelizmente, têm muitas respostas.

Uma destas respostas é que uma grande parte dos médicos não apresenta a qualificação
técnica necessária para o diagnóstico até que os sinais e sintomas sejam absolutamente
óbvios. E, quando isso ocorre, tempo demais já se passou.

É claro que não esperamos que médicos de todas as especialidades sejam capazes de
estabelecer um diagnóstico precoce do transtorno. Mas todos os médicos deveriam ser
capazes de levantar esta hipótese diagnóstica e encaminhar a criança precocemente a um
especialista.
Outro aspecto relevante é que nem todos os pediatras estão verdadeiramente aptos para
estabelecer esse diagnóstico em tempo razoável. Assim, seria muito importante o
estabelecimento de uma política nacional forte e eficaz na capacitação dos médicos pediatras
para a identificação dos sintomas do autismo mesmo nos bebês pequenos.

Um outro enorme problema que enfrentamos é a crença de que “cada criança tem o seu
tempo”. ISSO NÃO É VERDADE! Existe uma “velocidade de desenvolvimento” na infância que é
considerado padrão, ou seja, normal. Evidentemente, esse desenvolvimento sofre uma certa
variação para mais e para menos, como todas as demais variáveis biológicas de nosso
organismo, mas sempre haverá um desenvolvimento considerado padrão.

Vamos dar um exemplo com o desenvolvimento do “andar”, para ficar mais claro: a média das
crianças nascidas a termo e com desenvolvimento neurológico típico andam sem apoio ao
redor de 12 meses de vida. Mas como sabemos que existe uma variação natural e que, ainda
assim, é considerado normal, caso um bebê esteja andando com 11 meses ou caso venha a
andar com 15, todos podem ser considerados dentro da variação da normalidade.

Agora, se uma criança, aos 24 meses de idade, ainda não é capaz de andar sem apoio, nós não
podemos dizer à família: “Fiquem tranquilos, pois cada criança tem o seu tempo”. Isso é um
erro técnico, atrasa o diagnóstico, atrasa o tratamento e coloca a saúde das crianças em risco.

É claro que, quando utilizamos como exemplo o “andar”, tudo fica mais fácil de ser
compreendido. Entretanto, exatamente a mesma lógica vale para o desenvolvimento do
comportamento social e do comportamento verbal na infância. Portanto, se o comportamento
de uma criança está desviando da normalidade, perceber isso precocemente também é
obrigação do médico que a assiste.

Caso você identifique ou suspeite de atrasos em qualquer área do desenvolvimento de seu


filho e um profissional de saúde diga que “está tudo bem e que cada criança tem o seu
tempo”, não deixe de questionar. E se mesmo assim você não estiver satisfeita com as
explicações, peça uma segunda opinião.

É comum que médicos diferentes possam ter avaliações diferentes sobre determinados
aspectos do desenvolvimento infantil.

Teoricamente, médicos pediatras, neurologistas, neuropediatras, psiquiatras e psiquiatras


infantis são os especialistas mais qualificados para este diagnóstico. Mas vejam bem: quando
avaliamos COMPORTAMENTOS em uma criança, isso pode ser altamente subjetivo. Assim,
quanto mais um médico é exposto a crianças com autismo no dia a dia de sua prática clínica,
mais sensível seus “olhos” vão se tornando para os sinais e sintomas desse transtorno.
Portanto, é perfeitamente possível que dois médicos com experiências diferentes olhem para a
mesma criança, ao mesmo tempo, e tenham opiniões discordantes a respeito do diagnóstico
do autismo.

Por fim, a regra de ouro é a seguinte:

“Se você não está satisfeita com as explicações a respeito do comportamento de seu filho; se
você acredita que ele apresenta desenvolvimento diferente das demais crianças, siga em
frente buscando ajuda; siga em frente buscando outras opiniões”.

Dr. Paulo Liberalesso, MD, PhD.

CERENA – Centro de Reabilitação Neuropediátrica Hospital Menino Deus.

Departamento de Neuropediatria – Hospital Pequeno Príncipe.

Médico Neuropediatra. Mestre em Neurociências.

Doutor em Distúrbios da Comunicação Humana.

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