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INSTRUMENTOS DE RASTREIO
PARA O TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Melissa Watzko Eskelsen
QUEM SOU?
Melissa Watzko Eskelsen
Fonoaudióloga RIA/CER II/CCR;
Coordenadora RIA/CER II/CCR;
Mestre em Saúde Pública;
Pós Graduação Lato Sensu em Fonoaudiologia em Reabilitação
Neurológica;
Pós Graduação Lato Sensu em Saúde Pública;
Pós Graduação Lato Sensu em Educação Especial e Práticas
Inclusivas;
Pós Graduação Lato Sensu em Rede de Atenção à Saúde da Pessoa
com Deficiência;
Melissa
Pós Graduanda Lato Sensu em Intervenção ABA aplicada ao
Transtorno do Espectro Autista (em curso);
Mais de 20 anos atuando com Autismo.
PREVISIBILIDADE DOS ASSUNTOS ABORDADOS

Parte 1: Breve introdução ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

Parte 2: Informações importantes sobre diagnóstico e rastreamento de TEA

Parte 3 - Principais instrumentos de rastreio do TEA padronizados de uso


livre: ênfase para M-CHAT-R e ATA
PREVISIBILIDADE DOS ASSUNTOS ABORDADOS

Parte 1: Breve introdução ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

Parte 2: Informações importantes sobre diagnóstico e rastreamento de TEA

Parte 3 - Principais instrumentos de rastreio do TEA padronizados de uso


livre: ênfase para M-CHAT-R e ATA
Transtorno do
neurodesenvolvimento
NÍVEIS DE SUPORTE - TEA
Não é uma condição de “tudo ou nada”,
mas um continuum que vai do N1 ao N3.

Manifesta dificuldades graves e costuma precisar


de apoio ao longo da vida.
Tem um menor grau de independência e
necessita de algum auxílio para
desempenhar funções cotidianas.

Apresenta prejuízos leves, que podem


não a impedir de estudar, trabalhar e se
relacionar.
PREVISIBILIDADE DOS ASSUNTOS ABORDADOS

Parte 1: Breve introdução ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA);

Parte 2: Informações importantes sobre diagnóstico e rastreamento de


TEA;

Parte 3 - Principais instrumentos de rastreio do TEA padronizados de uso


livre: ênfase para M-CHAT-R e ATA.
Atualmente, embora o autismo seja bem mais conhecido, ele
ainda surpreende pela diversidade de características que
pode apresentar.

Ultimamente não só vem aumentando o número de


diagnósticos, como também estes vêm sendo concluídos em
idades cada vez mais precoces.
O termo rastreamento, derivado do inglês screening,
vem da ideia de peneira – do inglês sieve (GRAY, 2004).

Deve haver uma clara distinção entre rastreamento e diagnóstico.

GRAY, J. A. New concepts in screening. Br J Gen Pract, England, v. 54, n. 501, p. 292-298, 2004.
Qual a diferença?

RASTREIO TEA DIAGNÓSTICO TEA


Identificação de sinais que levam a Determinação do laudo por meio
questionar a presença do TEA. de uma avaliação clínica
especializada.
Instrumentos de rastreamento são aqueles que, em linhas gerais,
detectam sinais relativos ao que pode estar relacionado ao espectro,
mas não determinam o diagnóstico.
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico complexo Equipe
necessitando de uma equipe interprofissional
de profissionais capacitados

Fonoaudiólogo Psicólogo

Neurologista e/ou
Terapeuta Ocupacional Psiquiatra
O diagnóstico de TEA é feito basicamente
através da avaliação do quadro clínico.

Não existem testes laboratoriais específicos para a detecção do autismo.


Por isso, diz-se que o autismo não apresenta um marcador biológico.
Aviso importante

1. Primordial ter o conhecimento sobre as etapas do desenvolvimento


infantil;

2. Inventários de desenvolvimento geral e de sinais de


alerta para problemas são um importante material para instrumentalizar as
equipes de saúde na tarefa de identificação de casos;
3. De acordo com a American Academy of Pediatrics e com a Sociedade
Brasileira de Pediatria, o rastreamento dos sinais do autismo deve ser
realizado entre os 18-24 meses de idade por meio de instrumentos
padronizados para tal finalidade;

American Academy of Pediatrics / Sociedade Brasileira de Pediatria


Instrumentos de uso livre para rastreamento/triagem e classificação de Transtorno do Espectro do Autismo. Ministério da Saúde.
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/24242/1/Instrumentos%20de%20uso%20livre%20para%20rastreamento%20triagem%20e%20classifica%C3%A7%C3%A3o%20de%20Transtorno%20do%20Espectro%20do%20Autismo.pdf
4. Caso a criança seja identificada com sinais de risco de TEA, ela
deverá ser encaminhada para uma avaliação mais
abrangente de modo a confirmar ou não o diagnóstico;

5. Essa confirmação é possível já no final do segundo ano de vida da


criança.
PREVISIBILIDADE DOS ASSUNTOS ABORDADOS

Parte 1: Breve introdução ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA);

Parte 2: Informações importantes sobre diagnóstico e rastreamento de


TEA;

Parte 3 - Principais instrumentos de rastreio do TEA padronizados de uso


livre: ênfase para M-CHAT-R e ATA.
Lei 13.438/17

Obrigatoriedade de
escalas para crianças
em consultas
pediátricas de
acompanhamento
realizadas pelo SUS.
Rastreamento TEA

M-CHAT - Modified Checklist for Autism in Toddlers - Checklist Modificado


para Autismo em crianças pequenas revisado
M-CHAT-R/F - Modified Checklist for Autism in Toddlers-Revised with
Follow-up
ATA - Autistic Traits Assessment - Avaliação de Traços Autistas
CARS - Escala de Avaliação do Autismo na Infância
ABC ou ICA - Autism Behavior Checklist – Lista de Checagem de
Comportamento Autístico
ADOS ou ADOS2 - Autism Diagnostic Observation Schedule – Protocolo de
Observação para Diagnóstico de Autismo (“padrão ouro” na literatura
internacional – certificação)
ADIR - Autism Diagnostic Interview-Revised – Entrevista Diagnóstica para
Autismo Revisada (“padrão ouro” na literatura internacional – certificação)
ASQ - Autism Screening Questionnaire – Questionário de Triagem para
Autismo
PEP-3 - Perfil Psicoeducacional
Protocolo PREAUT
PROTEA-R - Protocolo de Observação para Avaliação da Triade do Autismo
– Revisado
Rastreamento do desenvolvimento
Protocolo IRDI – Indicadores de Risco para Desenvolvimento Infantil de
0 a 18 meses
SRS-2 - Social Responsiveness Scale - Escala de Responsividade Social
DDST - Denver Developmental Screening Test - Testes de triagem de
desenvolvimento de Denver
ABLLS-R - Assessment of Basic Language and Learning Skills-Revised -
Avaliação de Linguagem Básica e Habilidades de Aprendizagem
AFLS - Assessment of Functional Living Skills - Avaliação de Habilidades
de Vida Funcional
Rastreamento e avaliação do desenvolvimento -
Avaliar a eficácia dos tratamentos, bem como para monitorar
progressão ao longo do tempo
PORTAGE - Inventário Portage Operacionalizado
VINELAND - Vineland Adaptive Behavior Scales
ATEC - Autism Treatment Evaluation Chechlist - Avaliação de Tratamentos
do Autismo
IDADI - Inventário de Desenvolvimento da Autonomia para Deficientes
Intelectuais
VB-MAPP - Verbal Behavior Milestones Assessment and Placement
Program - Marcos do Comportamento Verbal Programa de Avaliação e
Colocação
ESDM - Checklist Curriculum do Modelo Denver de Intervenção Precoce
Para Crianças Pequenas com Autismo
M-CHAT-R - Modified Checklist for Autism in Toddlers
Checklist Modificado para Autismo em crianças pequenas revisado

M-CHAT-R/F - Modified Checklist for Autism in Toddlers-Revised with


Follow-up
Checklist Modificado para Autismo em crianças pequenas revisado com
seguimento
M-CHAT-R e M-CHAT-R/F
• O M-CHAT-R foi criado nos Estados Unidos por um grupo de
pesquisadores liderado por Diana Robins, Deborah Fein e Marianne em
1999.

• O M-CHAT foi posteriormente revisado (M-CHAT-R) e atualizado em


2009 e criado seu seguimento (M-CHAT-R/F) no mesmo ano.

https://mchatscreen.com/wp-content/uploads/2020/09/M-CHAT-R_F_Brazilian_Portuguese_v2.pdf
M-CHAT-R e M-CHAT-R/F
• A tradução do M-CHAT para o português foi feito por Losapio e Pondé
em 2008.
• O M-CHAT-R foi traduzido para o português por um grupo de
profissionais de saúde liderados pelo psiquiatra infantil Gustavo
Teixeira, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). A tradução foi
realizada em 2010 (tradução não implica necessariamente a validação
do instrumento e estudos adicionais são necessários para avaliar a sua
precisão e confiabilidade em crianças brasileiras).

https://mchatscreen.com/wp-content/uploads/2020/09/M-CHAT-R_F_Brazilian_Portuguese_v2.pdf
M-CHAT-R e M-CHAT-R/F

• Material do M-CHAT-R e M-CHAT-R/F disponível em:


https://mchatscreen.com/wp-content/uploads/2020/09/M-CHAT-
R_F_Brazilian_Portuguese_v2.pdf

• Tradução disponível em:


https://www.scielo.br/j/rprs/a/fJsx7JhDNbjswLKPZ7Td69J/?format=pdf&la
ng=pt
M-CHAT-R e M-CHAT-R/F

• É um instrumento de triagem baseado no relato dos pais, para avaliar


risco de TEA;
• Acessível para ser baixado gratuitamente para uso clínico, de pesquisa
ou educacional;

Idade:
M-CHAT - 12 e 24 meses (1:0-2:0)
M-CHAT-R/F - Validado para rastrear crianças entre 16 e 30 meses (1:4-
2:6);
M-CHAT-R e M-CHAT-R/F

• A soma total dos pontos vai indicar a presença de sinais do TEA, mas
não necessariamente confirmam o diagnóstico preciso.

• A escala classifica as crianças avaliadas em três níveis: baixo, moderado


e alto risco.

• A escala já foi traduzida para alguns idiomas como islandês, japonês,


arábico, chinês, holandês, francês, espanhol, alemão, português, entre
outras.
Inclui itens relacionados:
(a) Interesses da criança no engajamento social;
(b) Habilidade de manter o contato visual;
(c) Imitação;
(d) Brincadeira repetitiva e de “faz de conta”;
(e) Uso do contato visual e de gestos para direcionar a atenção social do
parceiro ou para pedir ajuda.
M-CHAT-R e M-CHAT-R/F
Algoritmo da pontuação

• Para todos os itens, a resposta “NÃO” indica risco de TEA; exceto para
os itens 2, 5 e 12, nos quais “SIM” indica risco de TEA.

• Soma-se um ponto para cada resposta indicativa de risco sendo:


BAIXO RISCO: entre 0 e 2 pontos.
✔ Se a criança tem menos de 24 meses, reavaliar após 24 meses.
M-CHAT-R e M-CHAT-R/F
Algoritmo da pontuação
RISCO MÉDIO: entre 3 e 7 pontos.
✔ Aplicar a consulta de seguimento (MCHAT-R/F) para obter
informações adicionais sobre as respostas de risco.
✔ Se o escore permanecer maior ou igual a 2, a triagem da criança foi
positiva - encaminhar a criança para avaliação diagnóstica.
✔ Se o escore diminuir para 0-1, a triagem da criança foi negativa.
Nenhuma outra avaliação será necessária, exceto se a evolução
clínica indicar risco de TEA.
✔ A criança deve ser triada novamente futuramente.
M-CHAT-R e M-CHAT-R/F
Algoritmo da pontuação

RISCO ELEVADO: entre 8 e 20 pontos


✔ Não é necessário fazer a consulta de seguimento,
✔ A criança deve ser encaminhada imediatamente para avaliação
diagnóstica e intervenção precoce.
M-CHAT-R e M-CHAT-R/F

M-CHAT-R - existe alta taxa de falso positivo,


(no risco médio)

Ou seja, nem todas as crianças que


apresentarem escore de risco serão
diagnosticadas com TEA.

Neste caso é necessário aplicação do seguimento (M-CHAT-R/F).


Para todos os itens, a resposta “NÃO” indica risco de TEA; exceto para os itens 2, 5 e 12, nos
quais “SIM” indica risco de TEA.
Para todos os itens, a resposta “NÃO” indica risco de TEA; exceto para os itens 2, 5 e 12, nos quais “SIM”
indica risco de TEA.
M-CHAT-R/F
✔ Reaplicar somente itens nos quais a criança inicialmente falhou;

✔ Cada página da entrevista corresponde a um item do M-CHAT-R;

✔ Siga o fluxograma, fazendo perguntas até marcar “PASSOU” ou


“FALHOU”.
• Para resposta “talvez”, pergunte se o mais frequente é “sim” ou
“não” e continue a entrevista de acordo com essa resposta.
• Naqueles lugares onde é possível dar como resposta “outro”, o
entrevistador deve julgar colocando “PASSOU” ou “FALHOU”.
✔ Pontue as respostas para todos os itens na página de pontuação do M-
CHAT-R/F (que contém os mesmos itens do M-CHAT-R, sendo que
“Sim/Não” foram substituídos por “PASSOU/FALHOU”);

✔ A entrevista é considerada como sendo de rastreamento positivo se a


criança falhar em 2 ou + itens quaisquer da consulta de seguimento.
Exemplos:
ATA - Autistic Traits Assessment (Avaliação de
Traços Autistas)
✔ Sua construção foi realizada levando-se em conta os critérios
diagnósticos do DSM-III, DSM-III-R e da CID-10
✔ Autores: Ballabriga et al., 1994;
✔ Elaborada em Barcelona- Espanha, como tese de Doutorado na (UAB)
Universidade Autonoma em 1994 com a ajuda de colaboradores.

Ballabriga MCJ, Escudé RMC, Llaberia ED. Escala d'avaluació dels trests autistes (A.T.A.): validez y fiabilidad de una escala para el examen de las conductas autistas. Rev Psiquiatria Infanto-Juvenil 1994;4:254-263
ATA
✔ No Brasil a ATA foi traduzida e validada no ano de 1999 em um estudo
realizado no Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de
Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP) chefiada pelo
Professor Dr. Francisco B. Assumpção Jr.

https://www.scielo.br/j/anp/a/rHNK4KwqbmhHqwGf3F7Rjzt/?lang=pt&format=pdf
Composto por 23 subescalas.
Quem pode aplicar: qualquer profissional.
Idade: não está preconizado para nenhuma idade específica Pontuação:
“0” quando não há presença de qualquer dos comportamentos citados
naquela subescala,
“1” quando a criança apresenta apenas um dos vários subitens citados ou
“2” quando apresentar dois ou mais subitens.

O atingimento de 15 pontos sugere a presença de TEA, sendo mais


severo quanto maior for a pontuação.
ESCALA CARS: CHILDHOOD AUTISM RATING SCALE
Escala de Avaliação do Autismo na Infância
• Desenvolvida por Eric Schopler, Robert J. Reichler e Barbara Rochen Renner,
nos Estados Unidos na Universidade da Carolina do Norte na década de 70 e 80
e tem como objetivo avaliar a presença do autismo e o grau de severidade.
• Foi traduzida para o português por um grupo de pesquisadores brasileiros
liderado pela Dra. Maria de Fátima R. C. de Albuquerque, da Universidade
Federal de Pernambuco. A adaptação da escala para o português foi publicada
em 2003.
• Indicação Crianças acima de 02 anos de idade.
Áreas avaliadas:
Aplicação:
Deve ser realizada a partir de entrevista com os pais/cuidadores.

Pontuação:
Varia de 1 a 4 pontos com valores intermediários de 0,5 pontos.
As pontuações de cada área avaliada é realizada através da resposta
apresentada pelo indivíduo.
Devemos utilizar a nota quebrada quando o avaliado apresentar um
comportamento que não é compatível com um item exato.

https://institutosingular.org/wp-content/uploads/2021/10/Escala-CARS-1.pdf
Ponto de corte: A pontuação total varia de 15 a 60 e o ponto de corte para autismo é
30.

Classificação:

15 a 29,5 pontos Sem Autismo

30 a 36,5 pontos Autismo nível leve / moderado

Acima de 37 pontos Autismo nível grave

https://institutosingular.org/wp-content/uploads/2021/10/Escala-CARS-1.pdf
https://pdfs.semanticscholar.org/2328/8bb406e39332ed3bc494b4affde7429fb351.pdf
https://pdfs.semanticscholar.org/2328/8bb406e39332ed3bc494b4affde7429fb351.pdf
https://pdfs.semanticscholar.org/2328/8bb406e39332ed3bc494b4affde7429fb351.pdf
https://pdfs.semanticscholar.org/2328/8bb406e39332ed3bc494b4affde7429fb351.pdf
PARA FINALIZAR Quando se conhece as etapas
Quando há suspeita de TEA? do desenvolvimento infantil
considerado “padrão”.
Conhecer
desenvolvimento
neurotípico

ESSENCIAL

“desenvolvimento neurotípico”, ou seja, que possui desenvolvimento


neurológico considerado “padrão” pela sociedade, que segue os marcos do
desenvolvimento (cognição, linguagem, sensório-motor).
O autismo é parte deste mundo,
não um mundo à parte.
Perguntas e respostas

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