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ADI-R e ADOS-2
Instrumentos para
rastreio do Autismo
“Padrão Ouro”
Renata Bringel Maio 17, 2021

ADOS -2 – Escala de Diagnóstico do


Autismo e a ADI-R - Entrevista de
diagnóstico de autismo revisada, são
considerados avaliações diagnósticas
“Padrão Ouro” para autismo.

Desde o final do século 20 médicos


pesquisadores vêm, criando instrumentos
como, questionários para entrevistas, escalas
e cronogramas para observação do
desenvolvimento da criança Autista.  A
intenção é de uniformizarem as avaliações e
os diagnósticos pelo mundo.  

O Autism Diagnostic Observation Schedule


(ADOS -2) – Escala de Diagnóstico do
Autismo e a Autism Diagnostic Interview –
Revised (ADI-R) – Entrevista de diagnóstico
de autismo revisada, são considerados
avaliações diagnósticas “Padrão Ouro” para
autismo. Criado como ferramentas para
pesquisas ganhou um amplo uso clínico, o
pacote de avaliação ADOS-2 / ADI-R foi
desenvolvido especialmente para a
identificação do TEA.

ADI e ADI-R
ADI – Autism Diagnostic Interview (Entrevista
de diagnóstico de autismo) teve sua primeira
apresentação em 1989 pelos médicos
pesquisadores Ann Le Couteur , Michael
Rutter , Catherine Lord , Patricia Rios , Sarah
Robertson , Mary Holdgrafer & John
McLennan .  A ADI desenvolveu uma
entrevista padronizada bastante completa
com base no investigador, para cuidadores de
crianças e adultos para os quais o autismo
possa ser um possível diagnóstico.

Em 1994 teve uma nova versão a ADI-R


Autism Diagnostic Interview-Revised
Entrevista de diagnóstico de autismo
revisada. A entrevista foi reorganizada,
encurtada e apropriada para crianças com
idade mental de 18 meses até a idade adulta.

A ADI-R foi criada a partir de critérios do DSM


– Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais e da CID – Classificação
Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados com a Saúde. Seu
foco está dividido em 3 áreas principais;
Qualidades da Interação Social Recíproca;
Comunicação e Linguagem; Comportamentos
Restritos, Repetitivos e Estereotipados.

ADI-R versão Brasileira


Dra. Michele Michelin Becker pesquisadora,
pediatra e neurologista Mestre em Saúde da
Criança e do Adolescente pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, traduziu e
validou para sua  dissertação de mestrado, a
ADI-R  Autism Diagnostic Interview- Revised
(Entrevista de diagnóstico de autismo
revisada) para o Diagnóstico e Avaliações de
Autismo no Brasil, em 2009.

Essa versão traduzida, validada e adaptada


para os padrões sociais e culturais brasileiros
é constituída de 111 tópicos dividida em 6
seções. É indicada para os pais e cuidadores
de crianças com mais de 5 anos de idade.

A primeira parte baseia-se em informações


gerais sobre o paciente e sua família. O
objetivo é preparar o entrevistador para as
próximas perguntas. Quanto mais detalhada e
personalizada a entrevista melhor o resultado.
Fazer a família recordar dos primeiros sinais
de problemas no desenvolvimento, onde
moravam, aniversários se o paciente
frequentava escolinha.

A segunda parte identifica o desenvolvimento


precoce e como ficou marcado.

A terceira, a quarta e a quinta parte são


formadas por perguntas na área clínica da
manifestação do Autismo; Déficits de
Comunicação; Déficits de Interação Social e
Comportamento Repetitivo e Estereotipado.

A sexta parte investiga problemas gerais de


comportamento.

Segundo os pesquisadores o tempo médio


para a aplicação do ADI-R por profissionais
bem treinados é de 1h30 a 2h30 podendo
levar pouco mais de tempo para crianças
maiores e adultos.

ADOS
Autism Diagnostic Observation Schedule
ADOS (Escala de Diagnóstico do Autismo)
desenvolvido pela Dra Catrerine Lord e pelo
Dr Michael Rutter durante estudo científico
sobre o Autismo em 1989.

O ADOS foi desenvolvido para observar e


avaliar comportamentos da comunicação e
aspectos sociais em crianças e adultos com
suspeita de Autismo. Um protocolo
padronizado e semiestruturado. A princípio
observava apenas crianças com fluência
verbal. Mais tarde para melhorar a precisão do
diagnóstico houve uma resisão para crianças
a partir de 12 meses de idade com pouca ou
nenhuma linguagem ADOS-2. O objetivo era
observar de forma padronizada um
comportamento espontâneo.

ADOS-2
O ADOS-2 publicado pela Western
Psychological Serviços (WPS) e ainda não há
para o português do Brasil. Apesar de não ter
sido validado pelo Conselho Federal de
Psicologia do Brasil seu uso é muito utilizado
para avaliações e diagnósticos de TEA. Devido
a sua abrangência ele é considerado o mais
completo instrumento de rastreio para
identificação e acompanhamento do Autismo.

A Escala de Diagnóstico do Autismo avalia os


domínios de comunicação, interação social,
jogos e imaginação, comportamentos
restritos e repetitivos. Esta dividida em 5
módulos que variam de acordo com o nível de
linguagem;

Modulo T – Crianças de 12 a 30 meses de


idade com um nível de linguagem que vai
desde a ausência de fala ao uso de
expressões simplificadas.

Módulo 1 – Crianças não verbais ou que


podem usar palavras isoladas a partir dos 31
meses de idade.

Módulo 2 – discurso de frase de maneira


consistente ou não, expressões ecolalicas
com 3 palavras, pretendido para qualquer
idade e crianças com ou sem fluência verbal
com menos de 3 anos de idade.

Módulo 3 – Criança ou adolescente com fala


fluente que ainda brincam com brinquedos
(geralmente até 16 anos de idade).

Módulo 4 – Adolescentes e Adultos com fala


fluente.

Tempo de aplicação de 40 a 60 minutos.

Como aplicar ADI-R e


ADOS-2
A Dra. Catharine Lord diz que: ”Atualmente,
acredito que o maior valor do ADOS é ajudar
os médicos e as famílias a entender as
conceituações atuais do autismo e discutir
como cada criança se encaixa – ou não se
encaixa – nessas construções, especialmente
com o tempo”.

Para ajudar os profissionais na área de saúde


e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e
Mestre em Educação Renata Bringel, ministra
um curso onde apresenta Testes de Rastreio
para Autismo (TEA) e Atrasos no
Desenvolvimento Infantil. Os cursos online
realizados pela Professora Renata estão
disponibilizados no site
www.renatabringel.com.br   

Referencias:

BECKER, Michele Michelin. Tradução e


validação da entrevista Autism diagnostic
interview-revised (ADI-R) para diagnóstico de
autismo no Brasil. 2009.

PACÍFICO, Maria Clara et al. Evidências


preliminares do processo de validação da
Autism Diagnostic Observation Schedule
(ADOS): tradução, adaptação transcultural e
equivalência semântica para a versão em
português do Brasil. Trends in Psychiatry and
Psychotherapy, v. 41, n. 3, p. 218-226, 2019.

Journal of Autism and Developmental


Disorders volume 19 , Páginas363-387 ( 1989
)

Journal of Autism and Developmental


Disorders volume 24 , Páginas659-685 ( 1994
)

Renata Bringel

Mestre em Educação pela UFPB. Especialista


em Neuropsicopedagogia Clínica, Especialista
em Terapia ABA, Pedagoga, acadêmica de
Psicologia, e atuo na clínica com os
Transtornos e Dificuldades de Aprendizagem,
TEA e aplico Testes e Protocolos de Rastreio
com foco em Neurodesenvolvimento e
Autismo (CARS, ADOS 2, ADI-R, M CHAT, PEP-
R, PEP-3, PORTAGE, VINELAND e DENVER).
Sou também professora universitária na rede
publica e privada e coordenadora de pós
graduação em psicopedagogia.

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