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Universidade Federal Do Maranhão

Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia

Mecânica dos Sólidos – 2018.1

DIMENSIONAMENTO DE BOMBAS
Seleção de bomba para tubulação de gasolina
em um posto de combustível

São Luís
2018
Universidade Federal do Maranhão
Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia

Mecânica dos Sólidos – 2018.1

DIMENSIONAMENTO DE BOMBAS
Seleção de bomba para tubulação de gasolina
em um posto de combustível

Alunos: FELIPE PRESTES LUZIO


aaa
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aa
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Relatório de experimento nº 3
sobre permissividade para
composição de nota da
disciplina Física Experimental
II.
Prof. Dr.

São Luís
2018
Resumo
Sumário

1. Introdução....................................................................................................... 5
2. Referencial teórico .......................................................................................... 6
2.1. Conceitos de Mecânica dos Fluidos ............................................................ 6
2.1.1. Propriedades dos fluidos .......................................................................... 6
2.1.1.1. Massa específica (ρ) ............................................................................. 6
2.1.1.2. Peso específico ..................................................................................... 7
2.1.1.3. Densidade (d) ........................................................................................ 7
2.1.1.4. Pressão de vapor................................................................................... 7
2.1.1.5. Viscosidade absoluta ou dinâmica (µ) ................................................... 8
2.1.1.6. Viscosidade cinemática (𝝂) .................................................................... 8
2.1.2. Escoamento em tubulações ..................................................................... 8
2.1.2.1. Número de Reynolds ............................................................................. 9
2.1.2.2. Escoamento laminar .............................................................................. 9
2.1.2.3. Escoamento turbulento ........................................................................ 10
2.1.2.4. Transição do regime laminar para o regime turbulento ....................... 10
2.1.3. Vazão e velocidade de escoamento ....................................................... 10
2.1.4. Altura manométrica total (AMT) .............................................................. 11
2.1.5. Teorema de Bernoulli ............................................................................. 12
6 - Referências bibliográficas ........................................................................... 16
1. Introdução
2. Referencial teórico

2.1. Conceitos de Mecânica dos Fluidos

Segundo sua definição mais elementar, fluido é uma substância que não
possui uma forma própria, assumindo a forma do recipiente. Também, segundo
Brunetti, podemos dizer que: ‘Fluido é uma substância que se deforma
continuamente, quando submetida a uma força tangencial constante qualquer
ou, em outras palavras, fluido é uma substância que, submetida a uma força
tangencial constante, não atinge uma nova configuração de equilíbrio estático.’

2.1.1. Propriedades dos fluidos


Para um melhor entendimento deste trabalho, são necessários alguns
conceitos básicos de mecânica dos fluidos, tais como suas propriedades e
características dos principais elementos que envolvem o dimensionamento de
bombas.

2.1.1.1. Massa específica (ρ)


Considerando que o fluido que será estudado é um meio contínuo e
homogêneo, temos que massa específica pode ser definida pela razão entre a
massa e a o volume do fluido. Sua equação é dada por:
𝑀
𝜌=
𝑉
𝜌 = massa específica [kg/m3]
𝑀 = massa [kg]
𝑉 = volume [m3] (1)
2.1.1.2. Peso específico
É o peso do fluido por unidade de volume. Também é útil relacionar o peso
específico com massa específica como observado na equação abaixo:

𝛾 =𝜌×𝑔
𝛾 = peso específico [N/m3]
𝜌 = massa específica [kg/m3]
𝑔 = aceleração da gravidade [m/s2] (2)

2.1.1.3. Densidade (d)


Densidade é a razão entre a massa específica da substância estudada e
uma massa específica de uma substância de referência. Utilizamos como
referência geralmente a água ou o ar nas condições padrão. Sua equação é dada
por:
𝜌𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑑𝑎𝑑𝑜
𝑑=
𝜌𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑑 = densidade [adimensional]
𝜌 = massa específica [kg/m3] (3)

Na análise de líquidos, geralmente adotamos como massa específica de


referência da água, que vale 1000 kg/m3 ou 1kg/L.

2.1.1.4. Pressão de vapor


É a pressão onde estão presentes tanto a fase líquida e vapor de uma
substância, quando esta for submetida abaixo da temperatura crítica e a mesma
varia junto com a variação da temperatura do fluido. A pressão de vapor pode
ser descrita por:
𝑃 = 𝛾 ×𝐻
𝑃 = pressão [kgf/m3]
𝛾 = peso específico [N/m3]
𝐻 = altura do líquido [m] (4)
2.1.1.5. Viscosidade absoluta ou dinâmica (µ)
Viscosidade é a propriedade que indica a maior ou a menor dificuldade do
fluido escoar. Pode ser definida por:
𝜏
𝜇= 𝑑𝑣
𝑑𝑦
𝜇 = viscosidade absoluta [N.s/m2]
𝜏 = tensão de cisalhamento [N/m2]
𝑑𝑣
= gradiente de velocidade [s-1]
𝑑𝑦

(5)

2.1.1.6. Viscosidade cinemática (𝝂)


É o quociente entre a viscosidade dinâmica e a massa específica:
𝜇
𝜈=
𝜌
𝜈 = viscosidade cinemática [m2/s]
𝜇 = viscosidade absoluta [N.s/m2]
𝜌 = massa específica [kg/m3] (6)

2.1.2. Escoamento em tubulações


Dos tipos de escoamento que existem, destacam-se dois tipos que são
mais importantes no dimensionamento de bombas. Os tipos de escoamentos
que serão abordados serão o laminar e o turbulento.
Os conceitos necessários para melhor entendimento de ambos os tipos
de escoamentos serão apresentados abaixo.
2.1.2.1. Número de Reynolds
O número de Reynolds é uma grandeza adimensional usada para
determinar o tipo de escoamento de um fluido. Pode ser deduzida através do
teorema de transporte de Reynolds.
O número de Reynolds é dado pela equação:
𝜌×𝐷×𝑣
𝑅𝑒 =
𝜇
𝑅𝑒 = número de Reynolds [adimensional]
𝜌 = massa específica [kg/m3]
𝐷 = diâmetro interno da tubulação [m]
𝑣 = velocidade de escoamento [m/s]
𝜇 = viscosidade cinemática [kg/m.s]
(7)
Ao encontrar o valor desta grandeza, são utilizadas faixas de referência
para determinar o tipo de escoamento em uma tubulação com seção circular:

Re < 2000 = escoamento laminar


2000 < Re < 4000 = escoamento transitório
4000 < Re =escoamento turbulento

2.1.2.2. Escoamento laminar


Escoamento laminar é aquele em que as partículas se deslocam em
lâminas individualizadas, sem trocas de massa entre elas. Neste tipo de
escoamento, não há mistura macroscópica entre as camadas do fluido e a
viscosidade do fluido ajuda a evitar o surgimento de zonas de turbulência.
Para que o escoamento seja laminar, o número de Reynolds deve ser
inferior a 2000.
Embora seja menos comum, o escoamento laminar pode ser observado,
por exemplo, em um filete de água de uma torneira pouco aberta.
2.1.2.3. Escoamento turbulento
Escoamento turbulento é aquele em que as partículas apresentam um
movimento aleatório macroscópico, onde a velocidade apresenta componentes
transversais ao movimento geral do conjunto do fluido.
É importante ressaltar que a o escoamento turbulento é variada por
natureza, pois as em cada ponto a velocidade sofre variação. Neste tipo de
escoamento, as trajetórias são irregulares e aleatórias.
Para que um escoamento seja turbulento, temos que o número de
Reynolds da seção circular é superior a 4000.

2.1.2.4. Transição do regime laminar para o regime turbulento


Além dos dois tipos de regime de escoamento citados acima, podemos
ter também um estado transitório, onde ocorrem pequenas perturbações e
instabilidades lineares no escoamento. Caso estas perturbações aumentem,
podemos observar que a instabilidade do fluido aumenta, até que o fluido passe
de laminar para turbulento. Tal estado é chamado de regime transitório.
No regime transitório, o número de Reynolds que caracteriza tal fenômeno
varia entre 2000 e 4000 em uma seção circular transversal.

2.1.3. Vazão e velocidade de escoamento


A vazão representa a quantidade do fluido que escoa por uma
determinada quantidade de tempo. Esta quantidade, pode ser medida em
volume ou massa.
A vazão volumétrica é a quantidade de volume que escoa por uma
unidade de tempo. É dada pela equação:
𝑉
𝑄𝑉 =
𝑡
𝑄𝑉 = vazão volumétrica [m3/s]
𝑉 = volume [m3]
𝑡 = tempo [s] (8)
Utilizando os conceitos vistos anteriormente, podemos obter uma relação
entre a vazão volumétrica e a velocidade de escoamento para uma seção
transversal circular. Tal relação é dada pela equação:
𝑣 × 𝜋 × 𝐷2
𝑄=
4
𝑄 = vazão volumétrica [m3/s]
𝑣 = velocidade de escoamento [m/s]
𝐷 = diâmetro interno da tubulação [m] (9)

2.1.4. Altura manométrica total (AMT)


Em um sistema, a energia necessária para que uma bomba transfira fluido
de um reservatório para outro é chamada de altura manométrica total.
Tal energia está relacionada com as perdas de energia do sistema que
ocorrem tanto na tubulação com a força de atrito entre o fluido e a parede do
tubo, quanto pela localização dos reservatórios de origem e destino.
Para calcular a altura manométrica total são consideradas a energia na
linha de sucção e a energia na linha de descarga, onde é a bomba que fornece
energia ao sistema. Pode ser descrita pela equação:

𝐴𝑀𝑇 = 𝐻𝑑 − 𝐻𝑠
𝐴𝑀𝑇 = altura manométrica total [m]
𝐻𝑑 = altura manométrica de descarga [m]
𝐻𝑠 = altura manométrica de sucção [m] (10)

Para o cálculo das alturas, é necessária uma equação que será extraída
do Teorema de Bernoulli. Saber a altura manométrica total, permite que seja
encontrada a demanda energética que o sistema consumirá, antes mesmo de
implantar o projeto, reduzindo custos e tempo.
2.1.5. Teorema de Bernoulli
Na teoria de conservação de energia, vimos que segundo as leis de
Newton, as energias de um sistema fechado são conservadas. Tal princípio
também e valido para escoamento de fluidos em sistemas fechados. Ao analisar
a energia total de um fluido, podemos encontrar energias de pressão, energia
cinética e energia potencial gravitacional. Combinando os diferentes tipos de
energia, podemos estabelecer a seguinte relação:
𝐸𝑠 = 𝐸𝑝 + 𝐸𝐶 + 𝐸𝑍
𝐸𝑠 = energia total do sistema por unidade de peso [m]
𝐸𝑝 = energia de pressão por unidade de peso [m]
𝐸𝐶 = energia cinética por unidade de peso [m]
𝐸𝑍 = energia potencial gravitacional por unidade de peso [m] (11)

Detalhando cada tipo de energia existente no sistema, expandir a


equação acima para variáveis comuns às propriedades dos fluidos.
Considerando a conservação de enercia para o escoamento permanente de um
fluido ideal, desconsiderando as trocas de energia e calor com o ambiente,
podemos representar a energia total por unidade de peso como sendo uma
constante, tal como na equação abaixo:
𝜌 𝑣2
+ + 𝑧 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝛾 2×𝑔
𝜌 = pressão atuante no fluido [N/m2]
𝛾 = peso específico [N/m3]
𝑣 = velocidade de escoamento [m/s]
𝑔 = aceleração da gravidade [m/s2]
𝑧 = altura estática [m] (12)

Para 2 pontos a e b, de um mesmo fluido, temos que:


𝜌𝑎 𝑣𝑎2 𝜌𝑏 𝑣𝑏2
+ + 𝑧𝑎 = + + 𝑧𝑏
𝛾 2×𝑔 𝛾 2×𝑔 (13)

Se considerarmos um escoamento real, devemos considerar também a


perda de energia ao longo do trecho. Com isto, consiferando o atrito, temos que:
𝜌𝑎 𝑣𝑎2 𝜌𝑏 𝑣𝑏2
+ + 𝑧𝑎 = + + 𝑧𝑏 + ℎ𝑓
𝛾 2×𝑔 𝛾 2×𝑔
𝜌 = pressão atuante no fluido [N/m2]
𝛾 = peso específico [N/m3]
𝑣 = velocidade de escoamento [m/s]
𝑔 = aceleração da gravidade [m/s2]
𝑧 = altura estática [m]
ℎ𝑓 = perda de energia por unidade de peso devido ao atrito [m] (14)

2.1.5.1. Teorema de Bernoulli aplicado a bombas


Para realizar um correto dimensionamento de uma bomba de um sistema,
faz-se necessário calcular sua altura manométrica. Para o cálculo, pode-se fazer
uma adaptação ao teorema de Bernoulli para conhecer a energia por unidade de
peso em pontos específicos do sistema. Usualmente são calculados a altura
manométrica de sucção e a altura manométrica de descarga, para então
encontrar a altura manométrica total.
A altura manométrica de sucção é a quantidade de energia por unidade
de tempo que existe na linha de sucção. Vejamos o desenho abaixo:

Ps

Zs

Figura 1 – Linha de sucção


A altura manométrica de sucção de “a” até “b” é expressa por:
𝑃𝑆
𝐻𝑆 = + 𝑍𝑆 − ℎ𝑓𝑆
𝛾
𝐻𝑆 = altura manométrica de sucção [m]
𝑃𝑆 = pressão de sucção [kgf/m2]
𝛾 = peso específico [kgf/m3]
𝑍𝑆 = altura estática de sucção [m]
ℎ𝑓𝑆 = perda de carga no trecho de sucção [m] (15)

A altura estática 𝑍𝑆 pode ser positiva, se estiver acima da linha de centro


da bomba, ou negativa, se estiver abaixo da linha de centro da bomba.
Analisando a equação, pode-se observar que na medida que
aumentamos a pressão ou a altura estática, cresce também a quantidade de
energia na linha de sucção.

Já a altura manométrica de descarga, representa a quantidade de energia


por unidade de peso encontrada na linha de descarga. Podemos extrair a
equação através da figura abaixo:

Pd

Zd

Figura 2 – Linha de descarga


A altura manométrica de descarga de “c” até “d” é expressa por:
𝑃𝑑
𝐻𝑑 = + 𝑍𝑑 − ℎ𝑓𝑑
𝛾
𝐻𝑑 = altura manométrica de descarga [m]
𝑃𝑑 = pressão de descarga [kgf/m2]
𝛾 = peso específico [kgf/m3]
𝑍𝑑 = altura estática de descarga[m]
ℎ𝑓𝑑 = perda de carga no trecho de descarga[m] (16)

Utilizando a fórmula geral para o cálculo da altura manométrica de um


sistema e aplicando o teorema de Bernoulli para para a altura manométrica de
sucção e descarga, temos que:
𝑃𝑑 −𝑃𝑆
𝐴𝑀𝑇 = 𝑍𝑑 − 𝑍𝑆 + + (ℎ𝑓𝑑 + ℎ𝑓𝑆 )
𝛾
𝐴𝑀𝑇 = altura manométrica total [m]
𝑍𝑑 = altura estática de descarga[m]
𝑍𝑆 = altura estática de sucção [m]
𝑃𝑑 = pressão de descarga [kgf/m2]
𝑃𝑆 = pressão de sucção [kgf/m2]
𝛾 = peso específico [kgf/m3]
ℎ𝑓𝑆 = perda de carga no trecho de sucção [m]
ℎ𝑓𝑑 = perda de carga no trecho de descarga[m] (17)
6 - Referências bibliográficas

BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos . Pearson Educación, 2008.

FOX, Robert W.; PRITCHARD, Philip J.; MCDONALD, Alan T. Introdução À


Mecânica Dos Fluidos . Grupo Gen-LTC, 2000.

SANTOS, Wellington Lima dos et al. Desenvolvimento de uma metodologia para


representação analítica de curvas características de bombas hidráulicas,
visando sua seleção, seu dimensionamento e a simulação de sua operação.
2001.

DE SOUZA, A. I.; HENRIQUE, Pedro. APRESENTAÇÃO DOS CÁLCULOS


PARA SELEÇÃO DE BOMBA PARA SISTEMA DE REAPROVEITAMENTO DE
ÁGUA DE POÇOS ARTESIANOS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE
JANEIRO-Departamento de Engenharia Mecânica. Rio de Janeiro, RJ–
Brasil, 2014.

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